Você está na página 1de 44

DIREITO DO TRABALHO

Joel Eyroff
 O que é o Direito do Trabalho?
 Quais são os seus fundamentos?
 Qual a sua função?
 Qual o seu campo de aplicação?
2 – DIREITO DO TRABALHO:
CONCEITO: Conjunto de princípios,
regras e instituições atinentes à relação
de trabalho subordinado e situações
análogas, visando assegurar melhores
condições de trabalho e sociais ao
trabalhador, de acordo com as medidas
de proteção que lhe são destinadas.
(Sérgio Pinto Martins)
- 1943: criação da CLT (Dec. Lei 5.452),
mais abrangente texto legal trabalhista.
 1946 : Constituição de 1946 coloca a Justiça
do Trabalho como integrante do Poder
Judiciário, já que antes era órgão
administrativo.
 1988 : A Constituição Federal, em seu artigo
7º, assegura rol de direitos trabalhistas.
10 - Flexibilização:
Pressupõe a intervenção estatal, ainda que
básica, com normas gerais abaixo das quais
não se pode conceber a vida do trabalhador
com dignidade.
11 - PRINCÍPIOS
Conceito: “São as idéias fundamentais sobre a
organização jurídica de uma comunidade emanados
da consciência social, que cumprem funções
fundamentadoras, interpretativas e supletivas, a
respeito de seu total ordenamento jurídico” (Celso
Ribeiro Bastos). “São verdades fundantes de um
sistema de conhecimento” (Miguel Reale). “São as
proposições básicas fundamentais, típicas, que
condicionam todas as estruturações subseqüentes”
(Cretella Junior).
12 - Princípios constitucionais : Direitos
Fundamentais

 Dignidade da pessoa humana (art. 1º, Inc. III).


 Valores sociais do Trabalho e da livre iniciativa (art.
1º, Inc. IV)
 Igualdade entre Homens e Mulheres (art. 5º)
13 - Princípios trabalhistas

1 – Proteção: Por esse princípio, busca-se uma forma


de compensar a superioridade econômica do
empregador em relação ao empregado, dando a este
último uma superioridade jurídica (in dúbio pro
operario, norma mais favorável, condição mais
benéfica)
2 - Primazia da realidade
3 - Irrenunciabilidade
4 - Continuidade
14 - CONTRATO DE TRABALHO

Art. 442 da CLT: Contrato individual de trabalho é o


acordo tácito ou expresso, correspondente à
relação de emprego.
15 - Empregador
 Art. 2º: Considera-se empregador a empresa
individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da
atividade econômica, admite, assalaria e dirige
a prestação pessoal de serviços.
16 – Empregado

 Art. 3º: Considera-se empregado toda pessoa física


que prestar serviços de natureza não-eventual a
empregador, sob a dependência deste e
mediante salário.
17 – Requisitos
 Subordinação: social, técnica, jurídica.
 Onerosidade: salário.
 Não-eventualidade: não provisório,
contínuo.
 Pessoalidade: pessoa física.
18 – Contrato de trabalho

 Conceito: “Contrato de trabalho é o acordo


expresso (escrito ou verbal) ou tácito firmado
entre uma pessoa física (empregado) e outra
pessoa física ou jurídica (empregador) por
meio do qual o primeiro se compromete a
executar, pessoalmente, em favor do
segundo um serviço de natureza não-
eventual, mediante salário e subordinação
jurídica”.
19 - Contratos afins:
 Empreita
 Representação comercial
 Sociedade e Parceria
 Servidor público
CLT – DIREITOS DO
TRABALHADOR
 DESCANSO
 Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um
período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para
descanso.
 Será assegurado a todo empregado um descanso
semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o
qual, salvo motivo de conveniência pública ou
necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir
com o domingo, no todo ou em parte
CLT – DIREITOS DO
TRABALHADOR
 TRABALHO NOTURNO
 A hora do trabalho noturno será
computada como de 52 minutos e 30
segundos.
 Considera-se noturno, para os efeitos
deste artigo, o trabalho executado entre
as 22 horas de um dia e as 5 horas do
dia seguinte.
CLT – DIREITOS DO
TRABALHADOR
 GARANTIA DE SALÁRIO MÍNIMO
 Salário mínimo é a contraprestação mínima
devida e paga diretamente pelo empregador
a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador
rural, sem distinção de sexo, por dia normal
de serviço, e capaz de satisfazer, em
determinada época e região do País, as suas
necessidades normais de alimentação,
habitação, vestuário, higiene e transporte
CLT – DIREITOS DO
TRABALHADOR
 REMUNERAÇÃO
 Compreendem-se na remuneração do
empregado, para todos os efeitos legais, o
salário devido e pago diretamente pelo
empregador, como contraprestação do
serviço e adicionais.
PROIBIÇÃO DE SALÁRIO IN
NATURA
 Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes
utilidades concedidas pelo empregador:
 I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos
empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do
serviço;
 II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros,
compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade,
anuidade, livros e material didático;
 III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno,
em percurso servido ou não por transporte público;
 IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada
diretamente ou mediante seguro-saúde;
 V – seguros de vida e de acidentes pessoais
 VI – previdência privada;
 VIII - o valor correspondente ao vale-cultura.
SALÁRIO UTILIDADE

 A habitação e a alimentação fornecidas


como salário-utilidade deverão atender aos
fins a que se destinam e não poderão
exceder, respectivamente, a 25% (vinte e
cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do
salário-contratual.
PROIBIÇÃO DE DESCONTOS
 Ao empregador é vedado efetuar qualquer
desconto nos salários do empregado, salvo
quando este resultar de adiantamentos, de
dispositivos de lei ou de contrato coletivo.

 Em caso de dano causado pelo empregado, o


desconto será lícito, desde de que esta
possibilidade tenha sido acordada ou na
ocorrência de dolo do empregado.
Proibição de coação à salário
in natura
 É vedado à empresa que mantiver
armazém para venda de mercadorias
aos empregados ou serviços estimados
a proporcionar-lhes prestações " in
natura " exercer qualquer coação ou
induzimento no sentido de que os
empregados se utilizem do armazém ou
dos serviços.
CLT – DIREITOS DO
TRABALHADOR
 FÉRIAS
 Todo empregado terá direito anualmente ao
gozo de um período de férias, sem prejuízo
da remuneração.

 Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos


maiores de 50 (cinqüenta) anos de idade, as
férias serão sempre concedidas de uma só
vez
CLT – DIREITOS DO
TRABALHADOR
 FÉRIAS
 Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o
empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
 I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5
(cinco) vezes;
 II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14
(quatorze) faltas;
 III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e
três) faltas;
 IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32
(trinta e duas) faltas .
CLT – DIREITOS DO
TRABALHADOR
 FÉRIAS
 Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período
aquisitivo:
 I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias
subseqüentes à sua saída;
 II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por
mais de 30 (trinta) dias;
 III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30
(trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da
empresa; e
 IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de
trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora
descontínuos.
CLT – DIREITOS DO
TRABALHADOR
 A época da concessão das férias será a que
melhor consulte os interesses do
empregador.
 Os membros de uma família, que
trabalharem no mesmo estabelecimento ou
empresa, terão direito a gozar férias no
mesmo período, se assim o desejarem e se
disto não resultar prejuízo para o serviço
CLT – DIREITOS DO
TRABALHADOR
 FÉRIAS
 Sempre que as férias forem concedidas
após o prazo, o empregador pagará em
dobro a respectiva remuneração
 Poderão ser concedidas férias coletivas a
todos os empregados de uma empresa ou
de determinados estabelecimentos ou
setores da empresa.
CLT – DIREITOS DO
TRABALHADOR
 AMBIENTE DE TRABALHO
 Em todos os locais de trabalho deverá haver
iluminação adequada, natural ou artificial,
apropriada à natureza da atividade;
 Os locais de trabalho deverão ter ventilação
natural, compatível com o serviço realizado
 As edificações deverão obedecer aos
requisitos técnicos que garantam perfeita
segurança aos que nelas trabalhem.
CLT – DIREITOS DO
TRABALHADOR
 A empresa é obrigada a fornecer aos
empregados, gratuitamente,
equipamento de proteção individual
adequado ao risco e em perfeito estado
de conservação e funcionamento,
sempre que as medidas de ordem geral
não ofereçam completa proteção contra
os riscos de acidentes e danos à saúde
dos empregados
CLT – DIREITOS DO
TRABALHADOR
 AVISO PRÉVIO
 Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem
justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá
avisar a outra da sua resolução com a
antecedência mínima de:
 I - oito dias, se o pagamento for efetuado por
semana ou tempo inferior;
 II - trinta dias aos que perceberem por quinzena
ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses
de serviço na empresa
CLT – DIREITOS DO
TRABALHADOR
 AVISO PRÉVIO INDENIZAÇÃO
 A falta do aviso prévio por parte do empregador dá
ao empregado o direito aos salários
correspondentes ao prazo do aviso, garantida
sempre a integração desse período no seu tempo
de serviço.

 A falta de aviso prévio por parte do empregado dá


ao empregador o direito de descontar os salários
correspondentes ao prazo respectivo.
REFORMA TRABALHISTA
 § 2o Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como
período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de
cinco minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por
escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más
condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa
para exercer atividades particulares, entre outras:

 I - práticas religiosas;
 II - descanso;
 III - lazer;
 IV - estudo;
 V - alimentação;
 VI - atividades de relacionamento social;
 VII - higiene pessoal;
 VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca

na empresa.
REFORMA TRABALHISTA
 Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo
Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do
Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem
criar obrigações que não estejam previstas em lei.

 No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a


Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos
elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto
no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima
na autonomia da vontade coletiva.
REFORMA TRABALHISTA
 O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações
trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como
sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada
a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de
preferência:

 I - a empresa devedora;

 II - os sócios atuais; e

 III - os sócios retirantes.


REFORMA TRABALHISTA
 JORNADA INTINERE

 O tempo despendido pelo empregado desde


a sua residência até a efetiva ocupação do
posto de trabalho e para o seu retorno,
caminhando ou por qualquer meio de
transporte, inclusive o fornecido pelo
empregador, não será computado na jornada
de trabalho, por não ser tempo à disposição
do empregador.
REFORMA TRABALHISTA
 COMPENSAÇÃO

 É lícito o regime de compensação de


jornada estabelecido por acordo
individual, tácito ou escrito, para a
compensação no mesmo mês.
REFORMA TRABALHISTA
 A não concessão ou a concessão parcial
do intervalo intrajornada mínimo, para
repouso e alimentação, a empregados
urbanos e rurais, implica o pagamento,
de natureza indenizatória, apenas do
período suprimido, com acréscimo de
50% (cinquenta por cento) sobre o
valor da remuneração da hora normal
de trabalho.
REFORMA TRABALHISTA
 TELETRABALHO

 Considera-se teletrabalho a prestação


de serviços preponderantemente fora
das dependências do empregador, com
a utilização de tecnologias de
informação e de comunicação que, por
sua natureza, não se constituam como
trabalho externo.
REFORMA TRABALHISTA
 FÉRIAS

 Desde que haja concordância do


empregado, as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo
que um deles não poderá ser inferior a
quatorze dias corridos e os demais não
poderão ser inferiores a cinco dias
corridos, cada um.
REFORMA TRABALHISTA
 REGULAMENTAÇÃO DO DANO
EXTRAPATIMONIAL

 Artigos 223-A a 223-G


REFORMA TRABALHISTA
 Art. 442-B. A contratação do
autônomo, cumpridas por este todas as
formalidades legais, com ou sem
exclusividade, de forma contínua ou
não, afasta a qualidade de empregado
prevista no art. 3o desta
Consolidação. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
REFORMA TRABALHISTA
 TRABALHO INTERMITENTE

 Considera-se como intermitente o contrato de


trabalho no qual a prestação de serviços, com
subordinação, não é contínua, ocorrendo com
alternância de períodos de prestação de serviços e de
inatividade, determinados em horas, dias ou meses,
independentemente do tipo de atividade do
empregado e do empregador, exceto para os
aeronautas, regidos por legislação própria.

Você também pode gostar