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Prof.

Evander Dias

DIREITO DO TRABALHO
EMPREGADO

 O empregado é o sujeito da relação de emprego.


Definido no artigo 3º da Consolidação das Leis do
Trabalho como sendo “...toda pessoa física que
prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante
salário”.
 A doutrina definiu empregado como sendo a pessoa
física que, com ânimo de emprego, trabalha
subordinadamente e de modo não eventual para
outrem de quem recebe salário.
Elementos que Caracterizam o Empregado

 Pessoa física.
 Pessoalidade na prestação de serviços: o trabalho tem que ser
realizado pessoalmente pelo empregado.
 Os bens jurídicos tutelados pelo Direito do Trabalho (vida,
saúde, integridade moral, bem-estar, lazer etc) importam à
pessoa física, não podendo ser usufruído por pessoa jurídica.
 Há situações ensejadoras de substituição do trabalhador sem
que se veja suprimida a pessoalidade:
 A) consentida pelo empregador;
 B) substituições normativamente autorizadas, seja por lei ou
norma autônoma, com nos casos de férias e licenças.
Elementos que Caracterizam o Empregado

 Receber salário: em trabalho beneficente não há relação de


emprego.
 Ao valor econômico colocado da força de trabalho colocado a
disposição do empregador deve corresponder uma
contrapartida econômica em beneficio obreiro
consubstanciada no conjunto salarial, isto é, complexo de
verbas contraprestativas pagas pelo empregador em virtude
da relação empregatícia pactuada.
 O contrato de trabalho é bilateral, sinalagmático e oneroso.
 Deve-se investigar o animus “contrahendi”, ou seja, a intenção
do prestador de serviços de se vincular, ou não, a titulo
oneroso e empregatício.
Elementos que Caracterizam o Empregado

 Trabalho não eventual: o trabalho deve ser permanente,


porém, não é necessário o trabalho diário. Basta ser uma
relação permanente, contínua. O trabalho eventual esgota-
se em uma única prestação. O trabalhador eventual não
tem nenhuma proteção jurídica (nem previdenciária).
 Nesse sentido, para que haja relação empregatícia é
necessário que o trabalho prestado tenha o caráter de
permanência (ainda que por um curto período
determinado), não se qualificando como trabalho
esporádico.
Elementos que Caracterizam o Empregado

 Subordinação: é o mais importante elemento


caracterizador. Somente é empregado quem presta trabalho
subordinado. Engloba a pessoalidade, continuidade,
permanência do trabalho e remuneração.
 É o ponto que diferencia a relação de emprego e as diversas
modalidades de trabalho autônomo.
 Subordinação é a situação jurídica derivada do contrato de
trabalho, pela qual o empregado comprometer-se-ia a
acolher o poder de direção empresarial no modo de
realização de sua prestação de serviços.
Distinção Entre a Figura do Empregado e Outros
Trabalhadores

 Trabalhador autônomo
 Pessoa física que exerce, por conta própria, atividade
econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou
não.
 O trabalhador autônomo assume o risco do negócio
(trabalha por sua conta e risco). Ele define como
trabalhará, mas prestará conta do resultado (ao
contratante, ou seja, para aquele que ele prestar seus
serviços).
 Assim, o autônomo distingue-se do empregado, pois
este é subordinado e não assume os riscos do negócio.
Trabalhador autônomo

 Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, de
forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta Consolidação.
 § 1º É vedada a celebração de cláusula de exclusividade no contrato previsto no caput.
 § 2º Não caracteriza a qualidade de empregado prevista no art. 3º o fato de o autônomo prestar
serviços a apenas um tomador de serviços.
 § 3º O autônomo poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviços
que exerçam ou não a mesma atividade econômica, sob qualquer modalidade de contrato de
trabalho, inclusive como autônomo.
 § 4º Fica garantida ao autônomo a possibilidade de recusa de realizar atividade demandada pelo
contratante, garantida a aplicação de cláusula de penalidade prevista em contrato.
 § 5º Motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis, parceiros, e trabalhadores de
outras categorias profissionais reguladas por leis específicas relacionadas a atividades
compatíveis com o contrato autônomo, desde que cumpridos os requisitos do caput, não
possuirão a qualidade de empregado prevista o art. 3º.
 § 6º Presente a subordinação jurídica, será reconhecido o vínculo empregatício.
 § 7º O disposto no caput se aplica ao autônomo, ainda que exerça atividade relacionada ao
negócio da empresa contratante.”
Trabalhador Eventual

 Possui o trabalhador eventual todos os pressupostos de


relação empregatícia, contudo não apresenta o elemento
permanência, ou melhor, não-eventualidade. É o
trabalhador que presta serviços ao tomador subordinado e
onerosamente.
 É caracterizado o trabalhado eventual como aquele
prestado de modo descontinuo, não fixado juridicamente a
uma única fonte de trabalho, da natureza do trabalho ser de
curta duração e prestado em curta duração e não se
compreender ao padrão dos fins normais da empresa.
Trabalhador avulso

 O que caracteriza o trabalho avulso é que toda


intermediação (contratar serviços, recrutar
trabalhadores) é feita pelos sindicatos (os
trabalhadores não precisam ser sócios dos sindicatos).
É o trabalho típico na área portuária, é o trabalho dos
estivadores.
 O que distingue o avulso do eventual é a circunstancia
de sua força de trabalho ser ofertada no mercado
especifico em que atua, o setor portuário, através de
entidade intermediária, o chamado Órgão Gestor de
Mão de Obra (lei 8.630/93).
Trabalhador Voluntário

 Diferencia-se da relação de emprego pela ausência de


onerosidade.
 O animus contrahendi do trabalhador é de não receber
nenhum salário para laborar.
 De acordo com a lei 9.608/98, serviço voluntário é a
atividade não remunerada, prestada por pessoa física a
entidade publica de qualquer natureza ou a instituição
privada de fins não lucrativos, que tenham objetivos
cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou
de assistência social. Não gera vinculo empregatício,
relação trabalhista nem previdenciário ou afim. Portanto,
não esta incluído o labor religioso em sentido estrito.
Representante comercial

 Trata-se de uma espécie de trabalhador autônomo


que presta serviços não subordinados na
intermediação ou venda de produtos dos
contratantes, pautados pela Lei nº 4.886/65.
 O representante comercial deve necessariamente
ser inscrito no órgão de sua classe (Conselho
Regional dos Representantes Comerciais) e possuir
contrato escrito com o tomador.
Trabalhador temporário

 A Lei n. 6.019/74, em seu artigo 2.º, dispõe ser o trabalho


temporário “aquele prestado por pessoa física a uma
empresa, para atender à necessidade transitória de
substituição de seu pessoal regular e permanente ou a
acréscimo extraordinário de serviços”. Há intermediação de
uma empresa fornecedora de mão-de-obra temporária.
 O trabalho temporário só pode ocorrer em situações
especiais, como expresso na lei:
 Necessidade de substituição de pessoal regular e
permanente. Por exemplo: licença do empregado.
 Acréscimo extraordinário de tarefas. Por exemplo:
contratações feitas pelas lojas no final do ano.
 Nas duas situações, essas necessidades devem ser
transitórias. O contrato de trabalho deve possuir
prazo máximo de 3 (três) meses, excepcionando-se a
hipótese em que houver autorização expressa do
Ministério do Trabalho para prorrogação por mais 3
(três) meses como reza o artigo 10, da Lei n.
6.019/74.
 Se não ocorrer uma das duas situações acima, ou se
extrapolado o prazo de três meses, o contrato de
trabalho temporário será anulado e deverá ser
reconhecida a relação de serviço, desde o início,
entre tomador e trabalhador.
 São direitos do trabalhador temporário, enumerados na Lei n. 6.019/74 :
 repouso semanal remunerado;
 limitação da jornada a 8 horas por dia;
 horas-extras;
 férias proporcionais;
 salário equivalente ao empregado efetivo na função;
 adicional por trabalho noturno;
 proteção previdenciária;
 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (Lei n. 8.036/90).

 O trabalhador temporário não tem direito a:


 13.º salário;
 aviso prévio;
 indenização pela dispensa - multa de 40% do Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço.
Empregado doméstico

 Não está regido pela Consolidação das Leis do Trabalho,


mas sim pela Lei n. 11.324/06, Lei complementar n.
150/2015, e artigo 7.º, parágrafo único, da CF/1988.
 Empregado doméstico é aquele que presta serviço de
natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou
família, no âmbito residencial destas.
 Entenda-se por âmbito residencial não só o interior da
residência, mas também todas suas dependências, assim, o
motorista, o jardineiro também são considerados
empregados domésticos.
 A atividade não lucrativa é que vai distinguir o empregado
doméstico do empregado regido pela Consolidação das Leis
do Trabalho.
a) à diarista:

 Grande discussão envolve o tema. A diarista, para


parte da doutrina, é uma profissional autônoma. Por
isso, a tendência dos tribunais é considerar que a
diarista que trabalha na mesma residência uma ou
duas vezes por semana, mesmo em dias específicos,
não mantém vínculo empregatício. Nesse caso, o
patrão não está obrigado a fazer o registro,
recolhimento das contribuições mensais para a
Previdência Social nem pagar outros benefícios
previstos na legislação para a doméstica.
b) ao vigia:

 Quanto ao vigia de rua, a posição da Jurisprudência é


controvertida. Dependendo para quem, e como é
prestado seu trabalho, encontramos as seguintes
possibilidades:
 O vigia que recebe salário de cada morador (clientes que
ele mesmo angariou) é considerado trabalhador
autônomo;
 O vigia que trabalha para um condomínio, ou seja,
possui um grupo de moradores pagando para ele, será
considerado empregado doméstico. Nesse sentido
devemos entender que o âmbito residencial referido na
Lei n.º 5859/72, projeta-se até suas imediações com
relação à sua proteção.
Direitos do Doméstico

 São direitos dos trabalhadores domésticos previstos pela


legislação:
 a)salario mínimo;
 b)irredutibilidade de salario;
 c)decimo terceiro salario;
 d)proteção ao salario;
 e)duração de jornada de trabalho não superior a 8 horas
diárias e 44 horas semanais;
 f)repouso semanal remunerado;
 g)remuneração de serviço extraordinário;
 h)férias anuais, com adicional de 1/3;
 i)licença paternidade de 1 semana e gestante de 120 dias;
Direitos do Doméstico

 São direitos dos trabalhadores domésticos previstos pela


legislação:
 l)aviso prévio proporcional ao tempo de serviço;
 m)redução de riscos inerentes ao trabalho;
 n)reconhecimento de acordo e convenção coletiva de
trabalho;
 o)proibição de diferença de trabalho, de qualquer
discriminação e de labor noturno, perigoso ou insalubre a
menor de 18 anos e de 16 em qualquer condição;
 p)seguro desemprego, adicional noturno;
 q)salario família;
 r)seguro contra acidentes de trabalho;
 s)estabilidade da gestante
Direitos não aplicado ao Doméstico

 Não se aplica aos empregados domésticos:


 a)piso salarial proporcional à extensão do
trabalho;
 b)participação nos lucros e resultados;
 c)turno ininterrupto de revezamento;
 d)adicional de periculosidade,
insalubridade ou penosidade;
Empregado rural

 Regulado pela Lei 5.889, de 08 de junho de 1973.


Empregado rural é a pessoa física que em
propriedade rural ou prédio rústico presta serviços
com continuidade a empregador rural mediante
dependência e salário. A doutrina prefere usar o
termo subordinação.
 A Constituição Federal, no artigo 3º (direitos
sociais), equiparou os trabalhadores urbanos e
rurais no tocante aos respectivos direitos.
Empregado rural

 Qualifica-se como atividade agroeconômica para fins


trabalhistas a exploração industrial em estabelecimento
agrário. Industria rural se restringe as atividades que
compreendem o primeiro tratamento dos produtos agrários
in natura sem transforma-los em sua natureza, não
retirando a condição de matéria prima.
 No caso das usinas de álcool e açúcar situadas na zona
rural, verifica-se claramente quem é empregado rural e
quem é urbano: se o empregado exerce suas funções no
âmbito da atividade agroeconomica, é considera rural, v.g.
plantio de cana.; se o empregado labora na atividade não
rural, como a transformação do produto in natura, é
considerado urbano.
Empregado Público

 Empregado publico é o servidor publico regido


pela CLT, tendo relação celetista com a
administração publica.
 Conforme preconiza o art. 37, II, da CF/88, o
ingresso é sujeito a concurso publico. Sujeitam-se
as mesmas proibições e respeitam os mesmos
princípios dos servidores em geral.
 A estabilidade ao cargo publico, conforme redação
do art. 41 da CF/88, é após tres anos de efetivo
exercício dos servidores nomeados em virtude de
concurso publico.

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