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1. INTRODUÇÃO
Diante da nova dinâmica das relações sociais em que tudo muda rapidamente,
não há dúvidas de que o teletrabalho simboliza, na contemporaneidade, uma das mais
consideráveis tendências de estruturação produtiva. O avanço da tecnologia da dados e
comunicação, associado às vantagens de produtividade e locomoção urbana, alongaram
de maneira relevante o interesse pela configuração do teletrabalho.
A partir daí, a única alteração que focou realmente nas relações trabalhistas
inerentes ao teletrabalho, foi a modificação trazida pela Lei n° 12.551 de dezembro de
2011, que mudou o art. 6º da CLT, adicionando ao teletrabalho a perspectiva de ter a
natureza jurídica de exercício laboral subordinado, ou seja, outorgava ao teletrabalhador
não apenas a realização de uma atividade autônoma, mas, também, de uma atividade
percebida com vínculo empregatício.
Dessa forma, será feita uma pequena análise reflexiva do amparo jurídico
ofertado aos teletrabalhadores pelo ordenamento jurídico brasileiro, objetivando a
proteção efetiva dessa classe de colaboradores como fração, de fato, hipossuficiente da
relação entre trabalhador e empregador, e, perante a inexistência de uma normatização
legal que regularize amplamente as peculiaridades do teletrabalho é fundamental
analisar a probabilidade de aplicação subsidiária do Direito Comparado, nos termos do
art. da CLT.
Francisco Lima Filho (2019), por sua vez, afirma que é necessário existir um
cuidado social para proporcionar um meio trabalhista saudável, seguro, especialmente
com o aparecimento de diversas maneiras formas de trabalho e que reclamam a
utilização de tecnologias cada vez mais sofisticadas. A preservação de um ambiente
apropriado deriva da coexistência das responsabilidades empresariais com o direito
fundamental do colaborador à intimidade e à privacidade.
Este texto ressalta que houve omissão legislativa na redação no art. 75-E da CLT
visto que confere apenas ao contratante de telecolaborador o encargo de instruir o seu
funcionário sobre saúde e segurança no ambiente de trabalho em flagrante contradição à
lógica do ordenamento jurídico brasileiro trabalhista que confere ao empregador
tradicional a obrigação de instrução, fiscalização e cumprimento de todas as normas
proveniente da saúde e medicina do trabalho.
REFERÊNCIAS
MOTA, Daniel Pestana. Direito, Trabalho e Saúde: uma equação possível? In:
VIZZACCARO AMARAL, André Luiz; MOTA, Daniel Pestana; ALVES, Giovanni
(Orgs). Trabalho e Saúde: A precarização do trabalho e a saúde do trabalhador no
Século XXI. São Paulo: LTr, 2011.