Você está na página 1de 3

LEGISLAÇÃO COOPERATIVA E LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

Luiz Henrique dos Santos Matheus

Prof. Fernanda Castro Juvencio

P77 ARAÇATUBA

Araçatuba

2022
A CLT é o paradigma mais utilizado quando se discute, sobre o
desenvolvimento do cooperativismo de trabalho, dadas as suas características
de coberturas quase universais das relações de trabalho em nosso país. A
utilização de cooperativas de trabalho é, nestes termos, vista como de efetiva
invasão das normas formais, notadamente quanto ao seu artigo 3º que define o
que seja vínculo empregatício.

Ao se deparar com esta realidade, o cooperativismo de trabalho sofre


em seus aspectos mercadológicos com uma concorrência quase impossível de
transpor, pois, tudo o que na relação de contrato estabelecida vier a ser
equiparada ao vínculo de emprego definido pela CLT, impede sua inserção de
forma a não oferecer riscos ao tomador de serviços notadamente quanto aos
aspectos de subordinação e pessoalidade na prestação de serviços.

Diante disto, passa-se a analisar em que situações, se torna


defensável a utilização de Cooperativas de Trabalho por empresas no
mercado, sem que possa ser visto unicamente como uma forma de fugir dos
custos impostos pela norma prevista na CLT e seus apêndices.

Sabe-se que uma reforma constitucional, seria de difícil proposição


dado aos muitos interesses envolvidos. Como não temos e nem se fala de um
"Código do Trabalho Cooperativista", poderia ser um bom começo para um
debate.

Não cabe, talvez, neste momento, discutir sobre viabilidade imediata,


definição de regras autoaplicáveis, mas acredito que se trata de uma proposta
nova, e talvez pudesse ser matéria de amplo debate entre os profissionais
envolvidos no cooperativismo.

Temos defendido, que o grande problema para o cooperativismo de


trabalho é a ausência de legislação específica que regule a operação de postos
de trabalho, pois neste quesito, a CLT detém o monopólio. Seria também uma
oportunidade de ampla discussão sobre o que queremos para o sistema de
Cooperativismo de Trabalho: Um Sistema Alternativo ou uma Opção de
Trabalho Efetiva.
Desta forma, este modelo (CLT), se por um lado não encontra o país
preparado para viver sem ele (maus empresários e maus profissionais), de
outro, acaba penalizando as novas gerações, que possuem novas visões,
ambições e desejos profissionais, que se veem diante de um verdadeiro
"mamute" legal a impedi-los de gerenciarem suas próprias carreiras.

Nos últimos anos tem havido uma grande demanda de ações e


propostas de lei que interferem e modificam diretamente a lei cooperativista de
1971, muitos desses aspectos são a homologação dos entendimentos
jurisprudenciais e doutrinários sobre diversos temas que hoje não estão
abarcados diretamente na norma, somente através de ações que definem a
inconstitucionalidade de um artigo.

Outros aspectos que necessitam de uma melhoraria se encontram nos


aspectos de uma definição de um modelo de recuperação judicial adequado às
cooperativas, a segregação dos órgãos de administração e de gestão e como
um ponto principal e atual dentro da nossa realidade é a possibilidade de
adoção de sistemas eletrônicos para convocação de assembleias,
arquivamento de livros e outros mecanismos tecnológicos, desde que a
inovação seja pratica sem prejuízo à segurança jurídica e documental, assim
descrevendo e deixando as dúvidas quanto a esses assuntos fora do escopo
que é a realidade atual.

Você também pode gostar