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CLEONICE S ROSA

DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EM REGIME DE TELETRABALHO

ESTADO
2023
CLEONICE S ROSA

DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EM REGIME DE TELETRABALHO

Trabalho apresentado a Metodista faculdade


centenária.

Prof.Ma.ArianeAvozani Oliveira

ESTADO
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................4
2. REGULAMENTAÇÃO DO TELETRABALHO..........................................................4
3. JORNADA DE TELETRABALHO...............................................................................5
4. CONCLUSÃO.................................................................................................................7
5. BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................8
1. INTROUÇÃO

O Direito Individual do Trabalho é uma das áreas que regulamenta as


relações entre empregador e empregado. Seu principal objetivo é garantir os
direitos trabalhistas e sociais dos empregados, bem como determinar as
obrigações das empresas.
Entre os principais temas abordados, estão o contrato de trabalho, o
salário e remuneração, as horas de trabalho, as férias, a segurança e saúde, o
aviso prévio, a rescisão do contrato de trabalho e os direitos trabalhistas
garantidos pela Constituição Federal.
É importante destacar que o Direito Individual do Trabalho é regido pela
legislação brasileira, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as leis
trabalhistas específicas e a Constituição Federal. Além disso, a jurisprudência
dos tribunais trabalhistas e a atuação dos sindicatos também são importantes
na aplicação do Direito do Trabalho.
Com a evolução tecnológica e a pandemia de COVID-19, houve um
aumento significativo na prestação de serviços em regime de teletrabalho, o
que levantou questões relacionadas à regulamentação do trabalho remoto e à
proteção dos direitos trabalhistas dos funcionários.
Neste trabalho, abordaremos temas atuais relacionados ao teletrabalho,
sobre a perspectiva do Direito Individual do Trabalho. Regulamentação do
teletrabalho

2. REGULAMENTAÇÃO DO TELETRABALHO

A Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017) trouxe mudanças em relação


à regulamentação do teletrabalho, também conhecido como trabalho remoto ou
home office. O artigo 75 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi
alterado para definir o teletrabalho como "a prestação de serviços
preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização
de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não
configurem trabalho externo".
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Embora a Reforma Trabalhista tenha trazido algumas mudanças em
relação ao teletrabalho, a regulamentação ainda é um tema em discussão,
especialmente em relação à proteção da saúde e segurança do trabalhador. O
artigo 6º da Lei nº 14.020/2020, que instituiu o Programa Emergencial de
Manutenção do Emprego e da Renda em função da pandemia de Covid-19,
estabeleceu que o empregador é responsável pelo fornecimento e manutenção
dos equipamentos necessários para o teletrabalho.
Além disso, a legislação trabalhista brasileira prevê que é dever do
empregador zelar pela saúde e segurança do trabalhador, independentemente
do local em que ele exerça suas atividades. Por isso, é importante que o
empregador forneça orientações claras sobre as condições ergonômicas e de
segurança que devem ser observadas pelo trabalhador em regime de
teletrabalho, como a disposição dos equipamentos, a iluminação adequada e a
prevenção de acidentes.

3. JORNADA DE TELETRABALHO

De acordo com a Lei nº 13.467/2017, o empregador pode optar pelo


teletrabalho desde que seja formalizado por escrito e que fique claro que o
trabalhador não estará sujeito a controle de jornada. Além disso, a legislação
estabelece que o trabalhador em regime de teletrabalho tem os mesmos
direitos dos trabalhadores que atuam presencialmente, como férias, 13º salário
e FGTS.
Como os funcionários trabalham em casa, é comum que haja dificuldade
em definir os horários de trabalho. Nesse sentido, a jurisprudência tem se
posicionado no sentido de que é necessário estabelecer um controle efetivo da
jornada de trabalho, para garantir que o empregado não esteja trabalhando
além do que é permitido por lei.
Segundo o artigo "Controle de jornada de trabalho: importância e
implicações para a empresa" de autoria de Vinícius Ferreira da Silva e
publicado na Revista de Administração FACES Journal, o controle efetivo da
jornada de trabalho é fundamental para as empresas garantirem o
cumprimento das leis trabalhistas e evitarem problemas jurídicos.
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O autor destaca a obrigatoriedade do registro da jornada de trabalho, seja
por meio manual ou eletrônico, para a garantia do pagamento adequado das
horas extras. Além disso, Vinícius ressalta a importância de a empresa manter
uma cultura de respeito às leis trabalhistas, conscientizando os gestores e os
funcionários sobre a importância do controle da jornada de trabalho.
Em outro artigo, "Controle de jornada de trabalho: uma análise sobre o
registro eletrônico de ponto", publicado na Revista Brasileira de Gestão de
Negócios, os autores Camila Cristina dos Santos, José Edson Lara e Rogério
Magalhães da Silva apresentam uma análise sobre a utilização do registro
eletrônico de ponto nas empresas.
Os autores afirmam que o registro eletrônico de ponto é uma opção
viável e eficiente para o controle da jornada de trabalho, desde que a empresa
garanta a integridade e a segurança dos dados. Além disso, destacam que
essa tecnologia facilita a gestão da jornada de trabalho, permitindo a
identificação de possíveis problemas de cumprimento da legislação trabalhista
e a correção de eventuais irregularidades.
Em resumo, os artigos destacam a importância do controle efetivo da
jornada de trabalho para garantir os direitos dos empregados e evitar infrações
trabalhistas. A tecnologia, por meio do registro eletrônico de ponto, é
apresentada como uma opção viável e eficiente para essa finalidade. No que
diz respeito à jurisprudência, a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª
Região (MG) no processo nº 0010267-93.2015.5.03.0026, que condenou a
empresa ao pagamento de horas extras pela falta de controle efetivo da
jornada de trabalho, reforça a necessidade de as empresas manterem a
conformidade com as leis trabalhistas.
Em suma, o teletrabalho é um tema atual e relevante no Direito Individual
do Trabalho, que gera diversas questões relacionadas às condições de
trabalho, jornada de trabalho e direito à desconexão. A jurisprudência brasileira
vem reconhecendo o direito do empregado a horas extras e intervalo
intrajornada mesmo no regime de teletrabalho.

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4. CONCLUSÃO

Diante da evolução tecnológica e da pandemia mundial de COVID-19, o


teletrabalho se tornou uma realidade para muitos trabalhadores. No entanto,
essa modalidade de prestação de serviços ainda gera muitas dúvidas e
discussões no âmbito do Direito do Trabalho.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), alterada pela Lei nº
13.467/2017, trouxe regulamentação específica para o teletrabalho, como a
necessidade de acordo expresso entre as partes e a responsabilidade pelo
fornecimento dos equipamentos necessários para a execução do trabalho.
Além disso, é importante destacar que o teletrabalho não pode ser confundido
com o trabalho em regime de sobreaviso ou o trabalho externo.
A jurisprudência também tem se debruçado sobre questões relacionadas ao
teletrabalho, como o direito ao pagamento de horas extras e a caracterização do local
de trabalho. Os tribunais têm entendido que, mesmo no teletrabalho, é possível a
configuração de horas extras quando há extrapolação da jornada de trabalho. Além
disso, tem sido considerado como local de trabalho não só o domicílio do trabalhador,
mas também o local em que ele efetivamente realiza as atividades laborais.
Portanto, é fundamental que empresas e trabalhadores estejam atentos
às normas e às interpretações do Direito do Trabalho em relação ao
teletrabalho, a fim de evitar conflitos e garantir a segurança jurídica na relação
de trabalho.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

AZEVEDO, Álvaro Villaça. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo: Atlas,
2011.

BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017.


Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2017/lei/L13467.htm. Acesso em: 06 maio 2023.

BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de


maio de 1943. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del5452.htm. Acesso em: 06 maio. 2023.

CÂMARA DOS DEPUTADOS. Projeto de Lei 2.630/2020. Disponível em:


https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2257839.
Acesso em: 06 maio. 2023.

Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho


(CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e as Leis nos
6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho
de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13467.htm. Acesso em:
06 maio. 2023.

SILVA, Vinícius Ferreira da. Controle de jornada de trabalho: importância e


implicações para a empresa. Revista de Administração FACES Journal, v. 16, n. 2, p.
96-110, 2017.

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO (MG). Processo nº 0010267-


93.2015.5.03.0026. Disponível em:
https://pje.trt3.jus.br/consultaprocessual/pages/consultas/ConsultaProcessual.seam?co
nversationPropagation=end&cid=21013. Acesso em: 06 mai. 2023.

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