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Trabalho do Menor
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Texto
Content
1. Fundamentos da proteção especial.
2. A proteção legal ao menor no Brasil.
3. Menor empregado.
4. Menor aprendiz.
5. Menor assistido.
6. Primeiro emprego e Projovem.
7. Tendências.
8. Temas para Pesquisa.
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A proteção do menor, diz Mário de La Cueva, é o ato inicial do direito do trabalho, sendo o Moral
and Health Act (1802), de Roberto Peel, a primeira disposição concreta que corresponde à ideia
A Organização Internacional do Trabalho, em 1919, aprovou duas convenções, uma sobre idade
mínima para o emprego dos menores nas indústrias — 14 anos —, outra sobre proibição do
trabalho noturno, seguindo-se diversas outras normas. A Convenção n. 182 (DO 13.9.2000)
dispõe sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e a Ação Imediata para a sua
Eliminação. Essa Convenção recomenda ações, que os Estados se comprometem a
desenvolver, destinadas a eliminá-las, considera criança toda pessoa menor de 18 anos de
idade, e por piores formas de trabalho infantil, além de outras, a “escravidão ou práticas
análogas”, dentre as quais a sujeição por dívida e servidão, o trabalho forçado ou compulsório e
o trabalho que, por sua natureza ou pelas circunstâncias que é executado, é suscetível de
prejudicar a saúde, a segurança e a moral da criança.
São de ordem fisiológica, para que se permita o seu desenvolvimento normal sem os
inconvenientes das atividades insalubres e penosas; cultural, para que o menor possa ter
instrução
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adequada; moral, para que seja afastado de ambientes prejudiciais à sua moralidade; e de
segurança, para que não seja exposto aos riscos de acidentes do trabalho.
Menor aprendiz não empregado (CLT, art. 431) é aquele cuja aprendizagem é contratada e
prestada por um determinado tipo de entidade a que se refere o art. 430, II, da CLT, a saber,
entidade sem fins lucrativos, que tenha por objetivo a assistência ao adolescente e à educação
profissional, registrada no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,
tratando-se, como está claro na lei, de uma relação de aprendizagem especial, não
caracterizando relação de emprego porque nela figura como instituição que ministrará a
aprendizagem, uma entidade do tipo acima mencionado e porque a aprendizagem é dirigida e
ministrada com esse tipo de instituição.
(art. 67), que assim considera aquele previsto em programa social, sob a responsabilidade de
entidade governamental ou não governamental sem fins lucrativos e que assegure ao
adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular
remunerada, nos quais as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e
social do educando prevalecem sobre o produtivo.
O trabalho familiar (CLT, art. 402, parágrafo único) é o prestado “em oficinas em que trabalhem
exclusivamente pessoas da família do menor e esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor”.
Não configura vínculo de emprego.
O menor jornaleiro (CLT, art. 405, § 4º), outra figura, é o que trabalha “nas localidades em que
existirem, oficialmente reconhecidas, instituições destinadas ao amparo dos menores
jornaleiros, só aos que se encontrem sob o patrocínio dessas entidades será outorgada a
autorização do trabalho”. A palavra jornaleiro vem de jornal, que é semelhante a dia, portanto,
uma atividade não constante, tendo em vista o dia-trabalho. Trata-se do menor que trabalha em
ruas, praças e outros logradouros públicos. É o caso da patrulha-mirim. É proibido se prejudicial
à formação moral do menor e não exercido sob o amparo de instituições de amparo aos
menores.
O menor bolsista é aquele com menos de 14 anos de idade cujo trabalho é compensado com
uma bolsa e não com salário (ECA).
Há uma questão jurídica fundamental. A Emenda Constitucional n. 20, de 1998, que alterou o
inciso XXXIII, do art. 7º da Constituição Federal de 1988, declara que “é proibido qualquer
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze
anos”. Se assim é, todo trabalho do menor de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, é vedado
em qualquer das modalidades acima indicadas.
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A jurisprudência tem admitido uma exceção quanto ao trabalho de menores de 16 anos que não
são aprendizes. Trata-se do trabalho artístico da criança e do adolescente. Nesses casos, com
base na Convenção n. 138 da OIT e no direito constitucional à livre manifestação artística,
entende-se que o trabalho artístico de criança ou adolescente é admitido em qualquer idade
desde que haja prévia autorização judicial para tanto.
A esse respeito, destaca-se que essa autorização vinha sendo emitida pela Justiça do Trabalho
por entender-se se tratar de uma relação de trabalho. Contudo, decisão liminar do STF na ADI
n. 5.326, publicada em 24.8.2015, determinou a incompetência da Justiça laboral nesses casos
cabendo à Justiça Comum conceder essa autorização.
Em relação ao trabalho não artístico, prevalece a regra da idade mínima de 16 anos, salvo na
condição de aprendiz a partir de 14 anos.
3. Menor empregado
Menor, é aquele com menos de 18 anos (CLT, art. 402) e, se prestar serviços subordinados,
contínuos e remunerados a empregador, será empregado (CLT, art. 3º). Terá todos os direitos
trabalhistas previstos pela CLT, para qualquer empregado adulto, com algumas especificações.
É proibido o trabalho do menor de 16 anos de idade como empregado (CF, art. 7º, XXXIII), salvo
na condição de aprendiz. Como aprendiz, é permitido o trabalho a partir dos 14 anos de idade
(CF, art. 7º, XXXIII, e CLT, art. 403).
Ao menor de 18 anos, é lícito assinar recibos, menos o de quitação final do contrato (CLT, art.
439).
Há proibições ao trabalho do menor: a) trabalho noturno, assim considerado aquele a partir das
22 horas (CLT, art. 404); b) trabalho em ambiente insalubre, com periculosidade ou capaz de
prejudicar a moralidade (CLT, art. 405); c) trabalho em ruas, praças e logradouros públicos,
salvo mediante prévia autorização do juiz de menores (CLT, art. 405, § 2º); d) trabalho que
demande o emprego de força muscular superior a 20 quilos, se contínuo, ou 25 quilos, se
ocasional (CLT, art. 405, § 5º).
Quanto à duração da jornada diária de trabalho, é a mesma do adulto: 8 horas (CLT, art. 411); os
intervalos são iguais, mas são proibidas horas extraordinárias, salvo decorrentes de acordo de
compensação de horas (CLT, art. 413, I) ou nos casos de força maior, e com direito a adicional
de 50% (CF, art. 7º, XVI). Quando o menor for empregado em mais de uma empresa, somam-se
todos os horários, como se fossem de um emprego só, sendo proibido ultrapassar o total de 8
horas diárias de trabalho.
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local apropriado para ministrarem instrução primária em certas condições (CLT, art. 427,
parágrafo único); terceira, a concessão de férias no emprego coincidentes com as férias na
escola (CLT, art. 136, § 2º); e quarta, a proibição de fracionar a duração das férias (CLT, art. 134,
§ 2º).
4. Menor aprendiz
Já estudamos a figura do menor aprendiz, quando examinamos os tipos de empregados (v. Cap.
III, Tipos Especiais de Empregado, item 4, Empregado Aprendiz), ocasião em que foi estudada a
25 Jul 2023 22:30:04 4/8
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5. Menor assistido
Com o objetivo de permitir aos milhões de menores carentes existentes no Brasil uma oportuni-
dade de iniciação à profissionalização foi criada pelo Decreto-lei n. 2.318, de 30.12.1986, a
figura do menor assistido por uma instituição de assistência social e por esta encaminhado à
empresa.
As empresas são obrigadas a admitir, como assistidos, com duração de 4 horas diárias de
trabalho e sem vinculação com a previdência social, menores entre 12 e 18 anos de idade, que
frequentem escola, em número correspondente a 5% do total de empregados. Como a Emenda
Constitucional n. 20, de 1998, passou a proibir o trabalho do menor de 16 anos de idade, é
questionável autorização da lei ordinária para o trabalho, ainda que sem vínculo empregatício,
desde os 12 anos de idade, sendo mais coerente a interpretação segundo a qual também o
menor assistido deve ser aquele a partir do mínimo constitucional atual. Não há recolhimentos
de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço nem encargos do FUNRURAL. A referida norma
não esclarece se essa preparação profissional gera vínculo empregatício. Pela origem, a figura
é de natureza assistencial, portanto, configurando um vínculo do tipo previdenciário, não
configurador de relação de emprego. Todavia, como o Decreto-lei n. 2.318 silenciou sobre esse
aspecto, a questão é controvertida. Não é infundado interpretar que no silêncio do texto é
aplicável o art. 3º da CLT. Porém, essa conclusão contraria a finalidade e o espírito da nova
figura de relação de trabalho.
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do Trabalho, pelo Sindicato, pelo Ministério Público estadual em que não atuar a Procuradoria
da Justiça do Trabalho ou por Curador nomeado em Juízo (CLT, art. 793).
Atenderá jovens com idade de dezesseis a vinte e quatro anos em situação de desemprego
involuntário que, cumulativamente, não tenham tido vínculo empregatício anterior, sejam
membros de famílias com renda mensal per capita de até meio salário mínimo, incluídas, nesta
média, eventuais subvenções econômicas de programas congêneres e similares, estejam
matriculados e frequentando regularmente estabelecimento de ensino fundamental ou médio, ou
cursos de educação de jovens e adultos, ou que tenham concluído o ensino médio, e que
estejam cadastrados nas unidades executoras do Programa.
No mínimo 70% (setenta por cento) dos empregos criados no âmbito do PNPE serão preen-
chidos por jovens que ainda não tenham concluído o ensino fundamental ou médio.
Os jovens que receberem o auxílio financeiro por meio de convênio terão prioridade de
atendimento no âmbito do PNPE. O cadastramento do jovem no programa é efetuado nas
unidades de atendimento do Sistema Nacional de Emprego — SINE, ou em órgãos ou
entidades conveniadas. Os contratos de trabalho, do programa, poderão ser por tempo
indeterminado ou determinado. Os contratos de trabalho por tempo determinado deverão ter
duração mínima de 12 (doze) meses. É vedada a contratação de jovens que sejam parentes,
ainda que por afinidade, até o 2º (segundo) grau, dos empregadores e sócios das empresas ou
entidade contratante. O programa não abrange o trabalho doméstico nem o contrato de
experiência.
A inscrição do empregador no PNPE será efetuada: I — via internet; II — nas unidades dos
Correios; ou III — em órgãos ou entidades conveniados. Mediante termo de adesão ao
programa, poderá inscrever-se como empregador qualquer pessoa jurídica ou física a ela
equiparada que firme compromisso de gerar novos empregos e que comprove a regularidade do
recolhimento de tributos e de contribuições devidas ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
— FGTS, ao Instituto Nacional do Seguro Social — INSS, à Secretaria da Receita Federal do
Ministério da Fazenda e à Dívida Ativa da União.
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(quinze) a 29 (vinte e nove) anos, com o objetivo de promover sua reintegração ao processo
educacional, sua qualificação profissional e seu desenvolvimento humano.
como objetivos complementar a proteção social básica à família, criando mecanismos para
garantir a convivência familiar e comunitária; e criar condições para a inserção, reinserção e
permanência do jovem no sistema educacional
7. Tendências
Desenvolve-se, atualmente, um esforço mundial no sentido da eliminação da exploração do
trabalho infantil, da utilização dos serviços das crianças em trabalhos inadequados e
prejudiciais à sua moralidade, saúde ou integridade física e do excesso do tempo de trabalho
em detrimento da escolaridade do menor e do adolescente. A legislação trabalhista brasileira já
se ocupa desses temas.
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que nenhuma é a validade desse documento por falta da sua assinatura como responsável
legal. Quais são as normas aplicáveis ao caso?
3) Um menor tem dois empregos. Em cada um, trabalha 6 horas diárias. Uma das empresas é
multada pela fiscalização trabalhista. Seu proprietário entende que não descumpriu a lei, uma
vez que a jornada do menor não excedeu o limite legal de 8 horas diárias. Quais são os
princípios aplicáveis ao caso?