Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
• Artigo 68.º, nº3 → O menor com idade inferior a 16 anos que tenha
concluído a escolaridade obrigatória ou que esteja matriculado e a
frequentar o nível secundário de educação pode prestar trabalhos
leves, que não sejam suscetíveis de prejudicar a sua integridade
física, segurança, saúde e desenvolvimento físico, psíquico, moral,
intelectual e cultural;
Temos, ainda, o artigo 72.º, nº2 que refere que os trabalhos que
são, pela sua natureza ou condições, prejudiciais ao menor são
proibidos ou condicionados por legislação específica.
10
11
12
13
14
15
16
14. 2 – O trabalhador
O trabalhador é a pessoa física que se encontra em estado de
dependência jurídica em relação a outrem, mediante remuneração.
O trabalhador não é apenas um ser laborioso e produtivo, alguém
que vende as suas energias laborais com o fito de obter um determinado
rendimento; antes e mais do que trabalhador, ele é cidadão e pessoa.
Muitas vezes, no âmbito da relação laboral há um conflito de direitos. A
solução passará pela concordância prática, de acordo com o princípio da
proporcionalidade. O CT procura enfrentar a tarefa de alcançar o
equilíbrio desejado nos seus artigos 14.º a 22.º, relativos aos direitos de
personalidade do trabalhador e do empregador. Atentemos, neste ponto,
nos deveres do trabalhador.
Convém, desde logo, distinguir o dever principal do trabalhador –
o dever de prestar trabalho – de outros deveres secundários e acessórios,
integrantes da prestação principal, e dos deveres laterais, ou seja,
autónomos da prestação principal.
Vejamos alguns destes deveres:
• Dever de obediência (artigo 128.º, nº1/e) → O trabalhador deve
cumprir as ordens e instruções do empregador respeitantes à
execução do trabalho. Este dever carateriza o modo de
cumprimento do contrato de trabalho - ao poder de direção do
empregador, contrapõe-se o dever de obediência do trabalhador, no
lado passivo da relação. Não é de estranhar que, sendo este o
conteúdo essencial do cumprimento do contrato de trabalho pelo
trabalhador, lidere o catálogo de situações eventualmente
constitutivas de justa causa de despedimento (artigo 351.º, nº2/a,
CT);
17
18
19
21
Interesses do empregador
Tal como afirma Bernardo Lobo Xavier, só se satisfará o interesse da
entidade patronal, credora da prestação de trabalho, o serviço prestado
na empresa, na respetiva hora e local previstos e determinados. Seria, por
isso, inútil o trabalhador oferecer a sua prestação em locais diversos, pelo
que nenhuma utilidade se extrairia da referida prestação caso esta não
fosse conjugada com a força de trabalho, a maquinaria, as matérias
primas e a clientela que se encontra no lugar estabelecido.
Interesses do trabalhador
Ao celebrar este contrato, o trabalhador obriga-se a laborar sob a
autoridade e direção do empregador, em certo tempo e em certo lugar,
22
23
24
25
26
27
28
29
2. Período de descanso
Este período é recortado negativamente pela lei, consistindo, nos
termos do artigo 199.º, a todo o tempo que não seja período de trabalho.
30
• Modelo tradicional
Definição De acordo com o modelo tradicional de organização do
tempo de trabalho, o trabalhador obrigar-se-ia a prestar, por exemplo, 8
horas de trabalho, de segunda a sexta-feira, 40 horas por semana,
descansando ao sábado e ao domingo.
Críticas Este modelo seria algo rígido e pouco sensível às várias
fases produtivas de uma empresa, visto que, caso a empresa necessitasse
de maior volume de trabalho durante um certo período, teria de contratar
mais trabalhadores para satisfazer essa necessidade ou, em alternativa,
recorrer ao trabalho suplementar – sempre com custos inerentes.
Na era da nova economia globalizada, altamente competitiva e muito
instável, há que recorrer a modelos mais flexíveis no âmbito da gestão do
tempo de trabalho, permitindo-se, assim, uma resposta prontificada aos
ciclos produtivos das empresas.
31
32
33
34
Acresce que, por IRCT ou por contrato de trabalho, pode ser instituído
um período de descanso semanal complementar (artigo 232.º/3),
geralmente ao sábado. Hoje em dia, a maioria dos trabalhadores usufrui
desse descanso complementar, o que origina o fim-de-semana.
35
17.5 – Feriados
Definição Feriados são dias em que se comemoram determinados
acontecimentos, devido ao seu significado especial.
36
37
38
39
40
41
42
20.2 – A qualificação
A presunção do art. 258º/3, CT (“presume-se constituir retribuição
qualquer prestação do empregador ao trabalhador”) está em perfeita
sintonia com o carácter oneroso do contrato de trabalho.
43
44
45
47
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
A lei ressalva outras modalidades legalmente prevista (ex: art. 114º, CT)
mas não admite modalidades extra-legais.
O regime da cessação do contrato de trabalho é ABSOLUTAMENTE
IMPERATIVO, não podendo ser afastado por IRCT ou contrato de
trabalho (art. 399º/1, CT). Decorre dessa constatação que as formas de
cessação do contrato de trabalho previstas na lei são taxativas,
vigorando, neste contexto, o princípio do numerus clausus.
59
60
Atentemos em 2 aspetos:
• Podendo uma empresa ter diversos estabelecimentos, o
encerramento de um deles não determinará a caducidade dos
contratos de trabalho, pois a caducidade exige o encerramento total
da empresa, pode estar em causa.
Exemplo: A transferência coletiva (194º/1/a, CT)
61
62
63
Nos termos da lei, este direito poderá ser exercido até ao sétimo dia
seguinte à data de celebração do acordo, mediante comunicação à
entidade empregadora; porém, caso não seja possível assegurar a receção
desta comunicação dentro daquele prazo, o trabalhador deverá remetê-la
ao empregador, por carta registada com aviso de receção, no dia útil
subsequente ao fim desse prazo (art. 350º/1 e 2, CT).
Em relação à data a partir da qual o prazo começa a contar, desde logo, o
empregador poderia datar um acordo revogatório de modo a que aquele
prazo não fosse mais atendível.
Exemplo: Data o documento de 15 de setembro quando é celebrado a 1 de
outubro); o legislador pressupôs, então, que a data de celebração
coincidiria com a data do início da produção de efeitos.
A cessação dos efeitos do acordo revogatório implica a reposição
em vigor do contrato de trabalho, pelo que se compreende que o
trabalhador deva restituir ao empregador todo o quanto este último lhe
tenha pago em virtude da cessação do contrato.
O trabalhador não terá direito a fazer cessar os efeitos do acordo
revogatório quando as respetivas assinaturas sejam objeto de
reconhecimento notarial (art. 350º/4, CT).
64
65
66
67
Para que este despedimento possa ter lugar, o art. 368º/1, CT exige
que se verifiquem os seguintes requisitos:
• Os motivos indicados não sejam devidos a conduta culposa de
qualquer uma das partes;
• Seja praticamente impossível a subsistência da relação de trabalho;
• Não existam na empresa contratos a termo para tarefas
correspondentes às do posto de trabalho extinto;
• Não seja aplicável o despedimento coletivo.
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
Estatuição:
• O trabalhador tem apenas direito a indemnização correspondente
a metade do valor que resultaria da aplicação do nº1 do artigo
391º” sendo que o cálculo da indemnização, deverá guiar-se pelo
valor da retribuição do trabalhador, visto que o outro fator (grau de
ilicitude do despedimento) não pode ser utilizado.
• Não haverá lugar ao pagamento de qualquer outra indemnização,
de salários intercalares, nem à reintegração do trabalhador.
• Por se tratar de um despedimento irregular, mas válido, a
antiguidade do trabalhador deverá ser calculada até á data do
despedimento e não do trânsito em julgamento da decisão judicial.
79
80
Aviso prévio
A liberdade de demissão do trabalhador não deixa, contudo, de
estar submetida a uma certa compreensão legal, assim, o trabalhador
pode cessar contrato, contudo, está sujeito a um pré-aviso. Este é a
forma que o legislador encontrou de acautelar os legítimos interesses da
entidade empregadora, evitando que esta seja surpreendida e prejudicada
por uma súbita rutura contratual.
O aviso prévio funciona como um termo suspensivo aposto à
denúncia do contrato, assim, enquanto decorrer o respetivo prazo, a
relação laboral mantém-se em vigor, continuando o trabalhador obrigado
a prestar o trabalho ajustado e o empregador vinculado a pagar a
retribuição correspondente. Na prática, é frequente a entidade
empregadora, depois de receber a comunicação da denúncia do
trabalhador, dispensar o trabalhador do cumprimento do aviso prévio.
Desta forma, ou se trata de um ato unilateral do empregador e este
continua obrigado a pagar a retribuição correspondente ao período do
aviso concedido ou existirá acordo entre as partes no sentido de não
submeter a denúncia a termo suspensivo, logo, o vínculo contratual
terminará de imediato, não ficando o empregador obrigado a pagar
salários para além dessa data.
81
Pacto de permanência
A liberdade de demissão do trabalhador poderá ser objeto de
compressão contratual, através do pacto de permanência, consagrado no
artigo 137º do CT. O CT admite a celebração destes pactos restritivos da
liberdade de trabalho, porém, tenta proteger a posição do trabalhador:
• Circunstâncias que os admite (só quando o empregador tenha
suportado “despesas avultadas” com a sua formação
profissional).
• Plano temporal (o compromisso não pode ter duração superior a
três anos).
• Quantum indemnizatório.
82
83
84
85
86
87