Este documento resume os principais direitos fundamentais garantidos na Constituição brasileira de 1988, incluindo liberdades individuais e coletivas como livre expressão e crença, assim como direitos sociais dos trabalhadores como salário mínimo, férias remuneradas e aposentadoria. O documento também discute a proteção de crianças e adolescentes contra o trabalho infantil.
Este documento resume os principais direitos fundamentais garantidos na Constituição brasileira de 1988, incluindo liberdades individuais e coletivas como livre expressão e crença, assim como direitos sociais dos trabalhadores como salário mínimo, férias remuneradas e aposentadoria. O documento também discute a proteção de crianças e adolescentes contra o trabalho infantil.
Este documento resume os principais direitos fundamentais garantidos na Constituição brasileira de 1988, incluindo liberdades individuais e coletivas como livre expressão e crença, assim como direitos sociais dos trabalhadores como salário mínimo, férias remuneradas e aposentadoria. O documento também discute a proteção de crianças e adolescentes contra o trabalho infantil.
Apontamentos “Direitos Fundamentais na Constituição de 1988”
Maria da Graça Piffer Rodrigues Costa
Disciplina: Direitos Fundamentais no Trabalho – Aspectos Constitucionais/Inter. Do Trabalho
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Freire Sampaio
São Paulo 2019 Direitos Fundamentais na Constituição de 1988
O tratamento dispensado aos direitos humanos pelo ordenamento jurídico nacional
confere aos mesmos o título de direitos fundamentais. Estes se encontram previstos, em rol exemplificativo, na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/1988), notadamente, em seus arts. 5º ao 17, compreendendo direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, de nacionalidade, políticos, e ainda aqueles referentes aos partidos políticos, dispondo sobre a livre criação dos mesmos e estabelecendo preceitos a serem observados para o seu exercício regular. Correspondem ao Título II do texto constitucional, o qual se refere aos direitos e garantias fundamentais. Nesse ponto, cumpre acrescentar que, de acordo com a doutrina de Manoel Gonçalves Ferreira Filho, “em sentido restrito, são garantias as defesas especiais relativamente a determinados direitos. Constituem proibições que visam a prevenir a violação a direito” (FERREIRA FILHO, 2004, p. 32), e podem ser consideradas direitos fundamentais. O autor coloca também que as chamadas “garantias instrumentais – garantias em sentido restritíssimo – são, ao mesmo tempo, meios de defender direitos específicos, mobilizando o sistema institucionalizado para a sua proteção” (FERREIRA FILHO, 2004, p. 33). Correspondem, no Brasil, aos remédios constitucionais. Destarte, passa-se a tratar dos direitos fundamentais propriamente ditos, que informam liberdades individuais e coletivas, e das garantias fundamentais em sentido estrito. Analisando inicialmente o texto do art. 5º da CRFB/1988, destacam-se alguns direitos que expressam liberdades garantidoras existências plurais e se traduzem no dever de respeito à diversidade, seja em se tratando de um indivíduo ou de um grupo com características comuns. Expresso no inciso IV do referido dispositivo, encontra-se o direito à livre manifestação do pensamento, com vedação ao anonimato. Infere-se que essa proibição visa prevenir a impunidade frente a manifestações ofensivas, que prejudiquem outros direitos resguardados constitucionalmente. Ainda, atenta-se à inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença prevista no inciso VI, assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. Notadamente, diante de um Estado laico, deve haver espaço para as diferentes práticas religiosas, sem que uma se sobreponha às outras. Pelo inciso IX, destaca-se a livre expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, que deve se dar independente de censura ou licença. A saber, o texto constitucional repreende, a priori, de modo geral, o impedimento de veiculação de material literário ou artístico de qualquer natureza com base na orientação nele expressa. Ademais, pelo inciso X, tem-se a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Logo, diante de um prejuízo sofrido, desde que efetivamente comprovado, cabível a responsabilização civil do agente. Destaca-se também a liberdade conferida pelo inciso XIII do art. 5º para o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, desde que tal exercício se dê com a observância das qualificações profissionais estabelecidas em lei. Em se tratando de direitos sociais, ressaltam-se alguns que, previstos no art. 7º como direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, visam à proteção da dignidade do trabalhador, à manutenção de sua integridade física e psíquica, e à vedação de abusos por parte dos empregadores que possam remeter ao trabalho escravo. Dentre eles, a garantia de salário nunca inferior ao mínimo, a duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, o repouso semanal remunerado, férias anuais remuneradas em pelo menos um terço a mais que o salário normal, o estabelecimento de normas voltadas para a redução dos riscos inerentes ao trabalho, adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, e o recebimento de aposentadoria, conforme disposto nos incisos VII, XIII, XV, XVII, XXII, XXIII e XXIV, respectivamente. Ademais, no mesmo artigo 7º, destacam-se direitos fundamentais que se propõem a garantir o sustento da unidade familiar, por exemplo, pelo salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda, pela licença à gestante, garantida a sua estabilidade, pela licença-paternidade, e pela assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até os cinco anos de idade em creches e pré-escolas, incisos XII, XVIII, XIX e XXV. Importante ainda ressaltar a vedação ao trabalho infantil imposta conforme o inciso XXXIII do mesmo dispositivo legal, que proíbe qualquer tipo de trabalho a menores de dezesseis anos, ressalvado na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos. Ainda, a todos os menores de dezoito anos completos é defeso o exercício de trabalho noturno, perigoso ou insalubre. Constitui mecanismo de proteção à infância e à juventude, que se faz necessário em vista da condição peculiar que resguardam esses sujeitos. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm, acesso em 20 de setembro de 2019.
FERREIRA FILHO. Manoel Gonçalves. Direitos Humanos Fundamentais. 6. ed. São