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21/11/2019 ConJur - O grupo econômico sob a ótica da reforma trabalhista

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REFLEXÕES TRABALHISTAS

O grupo econômico sob a ótica do Direito do


Trabalho e da reforma trabalhista
15 de junho de 2018, 8h00 Imprimir Enviar

Por Pedro Paulo Teixeira Manus

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O Direito do Trabalho ocupa-se do tema do grupo


econômico com o objetivo de proteger os haveres
dos empregados quanto à responsabilidade
daqueles que se beneficiaram do trabalho
prestado, em caso de o empregador direto não
reunir condições financeiras de pagar o que é
devido ao seu empregado, na hipótese de ruptura LEIA TAMBÉM
contratual. REFLEXÕES TRABALHISTAS
O possível destino da contribuição
Até o advento da denominada reforma
sindical no Supremo
trabalhista, decorrente da Lei 13.467/2017,
tínhamos um conceito legal de grupo econômico, REFLEXÕES TRABALHISTAS
estampado pelo artigo 2º, parágrafo 2º, da As particularidades jurídicas da
Consolidação das Leis do Trabalho, e outro conceito mais recente, greve dos caminhoneiros
decorrente do artigo 3º da Lei 5.889/1973, que regula as relações de emprego
REFLEXÕES TRABALHISTAS
no âmbito rural.
Lei 13.467/2017, processo do trabalho
A propósito deste tema, tivemos oportunidade de afirmar alhures: e conceito de revelia 

“A Consolidação das Leis do Trabalho ocupa-se do grupo de empresas REFLEXÕES TRABALHISTAS


em seu artigo 2º, § 2º, asseverando: 'Sempre que uma ou mais O papel do Direito do Trabalho e o
empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica Estado de bem-estar social
própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, REFLEXÕES TRABALHISTAS
constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra Sem estar mais em vigor, MP da
atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, reforma trabalhista deixa legado
solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das
subordinadas'.

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Extraímos da definição legal que para a configuração formal do grupo


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econômico, sob a ótica do Direito do Trabalho, são requisitos Facebook Twitter
necessários inicialmente a existência de pelo menos duas empresas,
sem o que não há a possibilidade de uma empresa principal e outra Linkedin RSS Feed
subordinada, como menciona a lei. Ademais, mister ainda que as
empresas integrantes do grupo desenvolvam atividade econômica, pois
só assim caracteriza-se o grupo econômico. E, afinal, exige o texto legal
a constatação de que uma empresa exerça a direção, o controle ou a
administração das demais, sem o que não estaremos diante da figura
legal em comento.

Para melhor compreensão do tema e da evolução histórica do instituto


no direito do trabalho brasileiro, é importante referir o artigo 3º da Lei
nº 5889, de 08-06-1973, que regula o trabalho rural entre nós, e que em
seu § 2º afirma:

'Sempre quer uma ou mais empresas, embora tendo cada uma


delas personalidade jurídica própria, estiverem sob direção,
controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo
guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico e
financeiro rural, serão responsáveis solidariamente nas
obrigações decorrentes da relação de emprego' (grifei).

Embora sejam semelhantes as definições de grupo econômico urbano


(CLT, artigo 2º, § 2º) e grupo econômico rural (Lei 5589/73, artigo 3º, §
2º), diferem ambos os conceitos, como veremos.

A definição da CLT, como já referido, exige para a caracterização do


grupo econômico a “direção, controle ou administração” das demais
empresas pela empresa líder do grupo.

Já a definição de grupo econômico rural reconhece a existência do


grupo mesmo que os integrantes “guardem cada um sua autonomia”,
nos estritos termos legais.

Deste modo, a lei do trabalho rural, trinta anos após o advento da CLT,
trouxe uma nova definição de grupo econômico empresarial, cuja
caracterização dá-se pela simples coordenação de interesses dos seus
integrantes, ainda que não se verifique o controle, a direção ou a
administração de uma empresa em relação às demais integrantes.

Já vimos que a Consolidação das Leis do Trabalho insere no rol de


requisitos para a configuração do grupo econômico a exigência do
referido controle, direção ou administração, requisito este que não é
necessário para a constatação do grupo econômico no meio rural, a
teor da Lei nº 5.889/73.

A regulamentação legal do grupo econômico no Direito do Trabalho


teve a intenção de proteger o trabalhador com relação ao recebimento
de seus haveres, tanto de seu empregador direto, quanto das demais
empresas integrantes do grupo econômico, tido por empregador único.

E, para tanto, fixou-se ali a ideia de que esta solidariedade passiva das
empresas requeria a administração, controle ou direção das empresas
componentes do grupo econômico em relação à empresa controladora.

Três décadas após, a Lei nº 5.889/73, já referida, evoluiu o conceito,


entendendo que se configurava o grupo econômico no meio rural,
ainda que não haja direção, controle ou administração entre as

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empresas componentes, mas apenas comunhão de interesses entre os


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integrantes”.

E a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, há tempos, não


obstante a redação expressa do transcrito artigo 2º, parágafo 2º, da
Consolidação, inclinou-se por adotar o conceito de grupo econômico da lei
do trabalho rural, ainda que para solucionar questões do trabalho urbano,
por ser mais abrangente e destinar mais proteção aos empregados.

Surge agora, com o advento da Lei 13.467/2017, novo tratamento legal ao


tema em exame, pois afirma a nova redação do artigo 2º, parágrafo 2º, da
Consolidação das Leis do Trabalho:

“Art 2º...

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma


delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle
ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada
uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios,


sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do
interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação
conjunta das empresas integrantes”.

Verifica-se aqui que a nova lei adotou o conceito mais abrangente de grupo
econômico, reconhecendo-o ainda que as empresas integrantes mantenham
sua autonomia, nos moldes da lei do trabalho rural, exatamente como a
jurisprudência há décadas decidia.

Isso significa que o legislador deixou de adotar o conceito de grupo


econômico vertical, ou por subordinação, passando a adotar o conceito de
grupo econômico por coordenação ou horizontal, o que dá mais abrangência
em relação à sua conceituação.

Não obstante, opondo-se a certa tendência jurisprudencial, repudia o


parágrafo 3º do artigo 2º da Consolidação a ideia de que mera identidade de
sócios configuraria grupo econômico, exigindo para tanto a demonstração
de efetivo interesse integrado pelas empresas.

Deste modo, constata-se que neste aspecto houve mudança de conceito pela
nova lei, aqui em benefício da proteção ao empregado, acolhendo o
legislador o entendimento jurisprudencial há tempo adotado.

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Pedro Paulo Teixeira Manus é ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho,


professor e diretor da Faculdade de Direito da PUC-SP.

Revista Consultor Jurídico, 15 de junho de 2018, 8h00

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