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Irredutibilidade Salarial - o Que Você Precisa Saber A Respeito
Irredutibilidade Salarial - o Que Você Precisa Saber A Respeito
| CHC Advocacia
Leitura de 17 min
A irredutibilidade salarial é um dos assuntos que mais causam dúvidas em empresários, gestores e
administradores de empresa.
Afinal, a interpretação da lei exige a combinação de informações técnicas e decisões dos tribunais.
De fato, sem o conhecimento jurídico especializado pode ser difícil identificar em que casos o direito
se aplica, ainda mais em um assunto repleto de exceções.
Por isso, criamos este guia completo sobre a irredutibilidade salarial. Continue a leitura e entenda
como se manter em dia com a legislação!
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tipos de conduta:
– A redução direta, em que o empregador decide pagar menos pelo serviço contratado;
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– A redução indireta, em que o empregador subtrai tarefas, quantidade de serviço e afins e, a partir
daí, ocorre a redução.
Contudo, é importante destacar que nem todas as verbas integram o salário. A CLT, após a reforma
trabalhista de 2017, traz a seguinte composição:
– Contraprestação fixa pelo serviço (que também recebe o nome de salário, soldo, provento,
vencimento etc.);
– Comissões;
– Gratificações legais.
Já os valores excluídos do salário e, portanto, não cobertos pela mencionada restrição são os
seguintes:
– Ajuda de custo;
– Auxílio-alimentação;
– Diárias para viagem;
– Prêmios e abonos;
efeitos da inflação não alteram a quantidade de dinheiro recebido pelo colaborador, tampouco
De todo modo, é preciso ficar atento ao que diz a legislação para compreender o funcionamento
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O acordo de vontades, em princípio, deve ser cumprido como todo e qualquer pacto, mas
diferentemente de um contrato civil, as partes não têm ampla liberdade para abrir mão de suas
cláusulas no futuro.
Art. 468 – Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições
por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente,
prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. (grifo nosso)
Pois bem, como o valor do salário integra o contrato de trabalho, é possível concluir pela invalidade
das reduções salariais prejudiciais ao trabalhador ou não consentidas.
Com efeito, seria viável uma redução favorável ao colaborador — como em uma grave crise
Igualmente, seria possível uma autorização legal, ou seja, uma lei que afaste a aplicação da regra do
art.468. Por exemplo, a própria CLT cria uma exceção autorizando o acordo com o sindicato para
reduzir salários por motivos de força maior (terremoto, furacão, crise no país etc.).
Art. 7º – São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
Sendo assim, é possível concluir que a convenção coletiva (pacto entre sindicato de empregadores e
de empregados) e o acordo coletivo (pacto entre empregador e sindicato dos trabalhadores) são os
leis. Isso ocorre porque há uma hierarquia entre os diversos tipos de normas jurídicas, de modo que
aquelas previstas na constituição não podem ser contrariadas por nenhuma outra.
A Constituição Federal é como o general de uma brigada que é obedecido por todos os seus
sargentos (demais leis). Consequentemente, mesmo nas situações em que a lei autoriza a redução
salarial e afasta a regra do art.468 da CLT, haverá a necessidade de firmar um acordo ou uma
Por exemplo: a lei de recuperações judiciais autoriza a redução de salários para auxiliar o
restabelecimento da empresa com dificuldades financeiras, contudo o faz exigindo a participação
sindical.
dificuldade de interpretação da lei. Esses casos são falsas hipóteses ou mitos sobre a alteração do
contrato de trabalho. Confira:
simulação de uma demissão. Nesses casos, empregador e empregado fazem um acordo em que o
Essa prática, mesmo quando a empresa enfrenta uma grave crise, não é admitida e pode acarretar
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de forma relativa. Isto é, ele não consegue executar suas atividades, embora possa ser realocado
em outras funções.
Em tais casos, o profissional tem que passar por uma readaptação laboral. Um motorista que
perdeu o movimento das pernas, por exemplo, pode ser readaptado em uma função administrativa.
Acontece que muitas vezes a remuneração do novo cargo é inferior à do antigo, o que, em tese,
levaria a uma redução de salários.
Acontece que o empregador deve manter a quantidade de serviço e o valor de cada tarefa
constantes, do contrário reduzirá os salários de maneira indireta.
Por exemplo: se uma confecção exigia 100 peças por mês e passa a exigir 50 peças, a perda de
vencimentos não tem a ver com a produtividade, mas com a conduta da empresa. Configura-se
uma violação à irredutibilidade salarial.
Nesse sentido, não é admitida a celebração de acordo coletivo ou convenção coletiva em prejuízo do
trabalhador. A redução do salário não deve servir para aumentar a lucratividade, ganhar uma
vantagem competitiva ou fora de situações emergenciais.
Esse uso indevido pode levar à invalidação do acordo na justiça do trabalho e, consequentemente, à
cobrança das diferenças salariais referentes ao período de redução.
O adicional de horas extras, por exemplo, está condicionado à prestação de serviço além dos limites
da jornada de trabalho. Logo, quando o trabalho se mantêm dentro do período normal, não há
necessidade de pagamento.
Por isso sua retirada não é considerada uma diminuição ou violação da irredutibilidade salarial. O
colaborador pode receber uma quantia menor no mês atual do que em um mês anterior, sem
– Adicional noturno;
– Adicional de periculosidade;
– Adicional de insalubridade;
– Adicional de transferência, entre outros.
4.2- Perda de função de confiança
O trabalhador que exerce um cargo de chefia (gerente, CEO, gestor, diretor etc.) recebe uma
gratificação especial. Essa quantia constitui uma verba salarial, mas condicionada à permanência na
função estratégica.
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Quando o colaborador perde o cargo de confiança, esse benefício pode ser retirado, acarretando na
diminuição de seus vencimentos. Tal exceção está prevista no próprio art. 468 da CLT, em seu
parágrafo único:
Parágrafo único – Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o
respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de
função de confiança.
Sendo assim, além de se enquadrar na situação de verba condicional, há regra legal expressa
possibilitando a alteração.
Acontece que, com o retorno às atividades normais, o salário do colaborador será naturalmente
reduzido para se adequar à sua real função. Tal fato é similar ao rebaixamento de função de chefia
e, portanto, não viola a irredutibilidade salarial.
De fato, uma verdadeira redução do salário exige a participação do sindicato dos empregados
mediante acordo ou convenção coletiva:
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Essa negociação tem como característica afetar todos os empregados de determinada categoria
Uma convenção da confederação nacional de uma categoria abrange todo território, enquanto a de
um sindicato local abrange uma cidade, por exemplo.
Vale ressaltar que a proibição de diminuir os salários não consta nos 15 itens de livre negociação
entre empregadores e sindicatos trazidos pela reforma trabalhista. Assim, mantêm-se os acordos
Contudo, a lei de 2017 traz duas novas regras aplicáveis aos acordos e convenções coletivas:
Nesse sentido, um dos motivos para a celebração de um acordo com o sindicato dos empregados é
Art. 501 – Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em relação à vontade do
empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou indiretamente.
§ 2º – À ocorrência do motivo de força maior que não afetar substancialmente, nem for suscetível
de afetar, em tais condições, a situação econômica e financeira da empresa não se aplicam as
restrições desta Lei referentes ao disposto neste Capítulo.
Presentes tais requisitos, é possível a abertura de negociação com o sindicato da categoria, visando
a redução salarial temporária e de jornada — o que deve respeitar o limite de 25% de diminuição e o
valor do salário mínimo.
A situação combinada é desfeita assim que a empresa restabelecer sua situação ou com o
encerramento do prazo do acordo ou da convenção coletiva.
Sensível a isso, a lei 4.923/65 traz a possibilidade de redução de salários em face da conjuntura
econômica, ou seja, diante de uma crise financeira aguda que prejudique substancialmente o
negócio.
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Esse recurso exige a negociação de acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho e implica na
redução de jornada e dos salários em até 25%,
Por fim, sua duração é de 3 meses, sendo possível a prorrogação caso a crise permaneça.
Entre as ações de auxílio aos empresários, o PPE trouxe a possibilidade de redução de 30% da
jornada de trabalho, com a respectiva diminuição proporcional de salário.
permite a completação de até 50% da quantia perdida com recursos do Fundo Público de Amparo ao
Trabalhador (FAT).
O trabalhador que sofreu uma redução de R$ 300, por exemplo, pode reaver R$ 150 pelo sistema
de compensação.
Contudo, como as demais leis de auxílio, é necessária a celebração de acordo coletivo ou convenção
Por fim, vale ressaltar que o prazo de adesão ao PPE foi prorrogado para 31 de dezembro de 2017
Ao utilizar esse recurso, a organização obtém uma série de benefícios para manter suas atividades
e cumprir suas obrigações, como suspensão de ações judiciais, alteração do controle da sociedade,
Entre as possíveis ações está o acordo para redução de salários e jornada de trabalho — contrato
que exige a participação do sindicato profissional. Trata-se de uma situação benéfica para todas as
partes, afinal, há sérios riscos da empresa decretar falência e ficar sem patrimônio para arcar com
Caso o acordo seja celebrado, ele deve obedecer os limites de 25% previstos na CLT, nos mesmos
Além disso, mesmo a celebração de um acordo ou de uma convenção coletiva deve ser realizada
com cautela, uma vez que existe a possibilidade de anulação.
causado pela redução salarial, ou seja, a justiça entende que o pacto não foi mutuamente benéfico.
Esse instrumento permite a saída do empregado com o recebimento de todas as verbas rescisórias,
sendo considerado um pedido de dispensa com justa causa.
Tal quantia sofre correção monetária de acordo com a inflação, bem como a incidência de juros de
1% ao mês.
prejuízo do colaborador.
Como dito, a redução de salário é uma medida emergencial para preservação dos empregos,
devendo ser pactuada com um número de contrapartidas (benefícios futuros, redução de jornada
etc.).
Se o termo for desproporcional, é possível que ocorra sua anulação e, consequentemente, o dever
Na maioria dos casos o valor estipulado é calculado com base no número de trabalhadores afetados
Sendo assim, para evitar consequências negativas você deve respeitar as proibições legais na sua
Uma opção interessante é utilizar a consultoria facilitada da CHC advocacia. O escritório está
preparado para solucionar suas principais dúvidas, inclusive com a opção de atendimento online.
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LUIZ
19 DE NOVEMBRO DE 2019 EM 09:19
E sobre o acordo individual pra quem ganha acima de 2 x o teto do INSS. Nesse caso pode se reduzir o salário?
Responder
EDSON
19 DE NOVEMBRO DE 2019 EM 14:37
Responder
LUANA
25 DE SETEMBRO DE 2019 EM 11:58
Olá
No caso do trabalhador que recebe adicional de insalubridade, e em laudo conseguimos eliminar o risco, pode ser
retirado a porcentagem do salário do trabalhador sem problemas futuros para a empresa?
Responder
CHC ADVOCACIA
26 DE SETEMBRO DE 2019 EM 17:46
Responder
ELBER
26 DE SETEMBRO DE 2019 EM 21:48
La onde eu trabalho eles podem tira Insolobridade do trabalhador gente trabalhar numa serraria tem muito risco
de acintede e muito barulho
Responder
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CHC ADVOCACIA
27 DE SETEMBRO DE 2019 EM 17:07
SANDRA
16 DE SETEMBRO DE 2019 EM 22:20
Na cidade de Santa Quitéria do Maranhão o prefeito reduziu o salario dos professores sem nenhum acordo. Isso
pode?
Responder
EDSON
6 DE NOVEMBRO DE 2019 EM 15:10
Responder
ORLY GUERRA
6 DE SETEMBRO DE 2019 EM 11:18
Li alguma coisa que a redução do salário, passando por cima da constituição, é crime porque a cada mês que passa
o trabalhador perde o valor referente à redução. Gostaria de saber o artigo da lei que cita essa perda mensal.
(orlyguerra@gmail.com)
Responder
CHC ADVOCACIA
13 DE SETEMBRO DE 2019 EM 17:01
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