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INTRODUÇÃO

O conceito de empregador e empregado está na C.L.T., aprovada pelo


Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, onde: “Considera-se empregador
a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços e
considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza
não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”.

1. EMPREGADOR

De acordo com o artigo 2º da CLT, “Considera-se empregador a


empresa, individual ou coletiva, que assumindo riscos da atividade econômica,
admite, assalaria e dirige pessoal de serviços”.
Equiparam-se ao empregador, para efeitos exclusivos da relação de
emprego, os profissionais liberais, a instituições beneficentes, associações
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem
trabalhadores como empregados.
Nesse sentido podemos definir empregador como sendo aquele que
contrata o trabalhador aos seus serviços de forma remunerada, e tendo em
contrapartida deste a prestação de trabalho. O empregador pode ser pessoa
física ou pessoa jurídica, ou mesmo entidades não dotadas de personalidade,
como a massa falida, o condomínio não registrado, entre outros.

2. GRUPO ECONÔMICO

Em tempos de crise muitas empresas optam por trabalharem juntas e de


forma organizada de maneira a aumentarem o lucro em sua produção, o que
configura Grupo Econômico, atingindo diretamente a esfera dos direitos
trabalhista dos empregados.
Isto por que, quando o empregado é contratado por uma empresa, a
qual faz parte de Grupo Econômico nos deparamos com a teoria do
empregador único, a qual institui a existência de um único contratado de
trabalho consoante a sumula 129 do TST:

SUMULA 129 – CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO


ECONÔMICO – A prestação de serviços a mais de uma empresa
do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de
trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato
de trabalho, salvo ajuste em contrário.

Assim, o empregado poderá dentro da mesma jornada de trabalho,


laborar para mais de uma empresa pertencente ao grupo econômico ou até
mesmo para todas, que não será configurado mais de um empregador e sim a
regular prestação de serviço inerente ao contrato de trabalho.
Outra questão a ser pontuada é a existência de equiparação salarial
entre empregados de Grupo Econômico, sendo eles pertencentes a diferentes
empresas que formam o grupo. Ora, tendo em vista a teoria do empregador
único predominante no direito do trabalho, bem como sendo considerado que
para a caracterização de equiparação salarial os empregados devem pertencer
ao mesmo empregador, torna-se perfeitamente possível à existência da
equiparação entre os funcionários do grupo.
Neste sentido, em caso de inadimplemento das verbas trabalhistas todas
as empresas respondem solidariamente pelo pagamento do funcionário, sendo
irrelevante o local de sua prestação de serviço.
O conceito de grupo econômico encontra-se claramente demonstrado
pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) em seu art.2ª, senão vejamos:

Art. 2º – Considera-se empregador a empresa, individual ou


coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica,
admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 1º – Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos
da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições
de beneficência, as associações recreativas ou outras
instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores
como empregados.
§ 2º – Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada
uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a
direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo
industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica,
serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente
responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

Este artigo trata claramente do mencionado instituto como grupo vertical,


onde existem varias empresas com personalidade jurídica e CNPJ próprio,
porém subordinadas ao comando de uma única.
Todavia, o direito do trabalho admite a existência do grupo horizontal,
onde inexiste hierarquia entre as empresas, havendo atuação em conjunto sem
administração preponderante de uma sobre a outra.
Importante notar o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho
quanto ao fato de não se provar o Grupo Econômico pela mera existência de
sócios em comum e de relação de coordenação entre as empresas.
Desta feita, cabe ao empregador ponderar a formação de Grupo
Econômico, vez que a partilha dos ganhos pode ser facilmente derrotada pelos
débitos trabalhistas de apenas uma das empresas que formam o grupo
independente de sua construção vertical ou horizontal.

REFERÊNCIAS

CORREIA, Henrique; MIESSA, Élisson. A reforma trabalhista e seus


impactos. Salvador: Editora JusPodivm, 2018.

MARDERS, Fernanda. GRUPO ECONÔMICO E A EXECUÇÃO SOLIDÁRIA:


A CARACTERIZAÇÃO COMO EMPREGADOR ÚNICO. Revista Destaques
Acadêmicos, [S.l.], v. 8, n. 2, jun. 2016. ISSN 2176-3070. Disponível em:
<http://univates.br/revistas/index.php/destaques/article/view/1020>. Acesso em:
29 set. 2022.

PACHECO, Iara Alves Cordeiro. Grupo econômico e sucessão de


empregadores. MOMENTUM, v. 1, n. 16, 2018.

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