2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas. Pessoa física, jurídica ou ente despersonificado que contrata a uma pessoa física a prestação de seus serviços, efetuados com pessoalidade, onerosidade, não-eventualidade e sob sua subordinação. A critica à CLT na sua noção de empregador, art. 2º resume-se ao fato de que empregador não é a empresa (ente que não configura, obviamente, sujeito de direitos na ordem jurídica brasileira), mas será pessoa física, jurídica ou ente sem personalidade titular da empresa ou estabelecimento. A eleição do termo “empresa” pela CLT denuncia a forte influencia institucionalista e da teoria da relação de trabalho que se fez presente no contexto histórico de elaboração da CLT. Por outro lado, a eleição do termo empresa tem o sentido funcional, pratico, de acentuar a importância do fenômeno da despersonalização da figura do empregador. Ao enfatizar a empresa como empregador, a lei já indica que a alteração do titular da empresa não terá grande relevância na continuidade do contrato, dado que a ordem justrabalhista interessa mais a continuidade da situação objetiva da prestação de trabalho empregatício ao empreendimento enfocado, independentemente da alteração de seu titular. No caso da § 1º do art. 2º cabe observar que não existe tecnicamente empregador por equiparação, pois na verdade são empregadores típicos, sem fins lucrativos (fato este irrelevante). 5.1 - Caracterização São dois os efeitos da figura do empregador: de um lado a sua despersonalização para fins trabalhistas; do outro a sua assunção dos riscos do empreendimento e do próprio trabalho contratado. A caracterização da despersonalização da figura do empregador consiste na circunstância de autorizar a ordem justrabalhista a plena modificação do sujeito passivo da relação de emprego, sem prejuízo da preservação completa do contrato empregatício com o novo titular. Possui os seguintes efeitos práticos: de um lado permite a viabilização concreta do principio da continuidade da relação empregatícia, impedindo que ela se rompa em função da simples substituição do titular do empreendimento; do outro harmonizar a rigidez com que o Direito Individual do Trabalho trata as alterações objetivas do contrato empregatício, vedando alterações prejudiciais ao empregado, com o Unisalesiano – Curso de Direito – Direito do Trabalho - Prof. Ms. José Pancotti Jr. 26 dinamismo próprio do sistema econômico contemporâneo. Tem crucial importância na sucessão trabalhista. A característica da assunção dos riscos do empreendimento ou do trabalho consiste na circunstância de impor a ordem justrabalhista à exclusiva responsabilidade do empregador os ônus decorrentes de sua atividade empresarial, portanto, o empregador assume os riscos da empresa, do estabelecimento e do próprio contrato de trabalho e sua execução. Há divergência doutrinária, já que Magano entende que os riscos não se estendem a todo empregador, mas somente aos que desempenham atividade econômica lucrativa. Contudo, ao se referir à idéia de riscos, o que pretende a ordem justrabalhista é traduzir a idéia de responsabilização do empregador pelos custos e resultados do trabalho prestado, além da responsabilização pela sorte de seu próprio negocio. Há atenuantes aos risco empresarial com no caso da lei 4.923/65 que permite diante de uma conjuntura econômica adversa, e mediante acordo com o sindicato, que se reduza a jornada de trabalho e o salário, contudo a CF/88 revogou o §2º do art. 2º que facultava ao empregador submete a Justiça do Trabalho, caso não houvesse acordo com o sindicato, já que o item Vi do art. 7º da CF/88 é expresso em admitir a redução apenas franqueada por negociação coletiva sindical, salvo o disposto em instrumento coletivo.