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DIREITO DO TRABALHO

7. Empregador

É o tomador dos serviços; aquele que contrata o trabalho prestado de forma pessoal,
subordinada, contínua e mediante remuneração pelo empregado. O empregador: a) pode ser
pessoa física ou jurídica, e, ainda, ente despersonalizado; b) pode ter ou não finalidade
lucrativa; c) assume os riscos da atividade econômica (alteridade); d) exerce o poder de direção,
subordinando o empregado às suas ordens; e) é responsável pelo pagamento dos salários e pelo
Introdução

cumprimento de todos os direitos do empregado estabelecidos pelas normas trabalhistas.

Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da


Art. 2º, CLT

atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.


§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os
profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou
outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

7.1. Poder de direção do empregador

Assim estrutura-se a relação jurídica objeto do Direito do Trabalho: de um lado, o poder de direção,
reconhecido pela ordem jurídica ao empregador e exercido como contrapartida aos riscos da
atividade econômica inerentes à própria atividade empresarial; de outro lado, o estado de
subordinação do empregado, que se submete às regras de caráter hierárquico e técnico impostas pelo
empregador.
Poder de direção
Poder de organização ou comando Poder de organização ou fiscalização
Faculdade do empregador de determinar as Permite que o empregador utilize a força de
atividades que serão exercidas pelo empregado e trabalho do empregado da forma que melhor
definir as condições concretas e as regras gerais atenda aos interesses da empresa.
de trabalho a serem obedecidas pelo empregado.
A atividade do empregado, sendo subordinada ao poder de direção do empregador, não é exercida da
forma ou do modo pretendido pelo empregado, mas sim da maneira como foi determinada pelo
empregador.

Poder disciplinar
Direito do empregador de impor sanções disciplinares aos seus empregados, em caso de
descumprimento das obrigações contratuais. As sanções disciplinares que podem ser aplicadas aos
empregados são a advertência, a suspensão e a dispensa por justa causa.

7.2. Grupo econômico

Sempre que 2+ empresas, embora cada uma delas com personalidade jurídica própria, estiverem sob
a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua
autonomia, integrem grupo econômico.
a) existência de 2+ empresas; b) autonomia das empresas (personalidade jurídica
própria); c) relação de dominação entre as empresas, através da direção, controle ou
administração da empresa principal sobre as filiadas; d) atividade industrial, comercial,
Elementos
ou qualquer outra de caráter econômico; e) vínculo de solidariedade entre as empresas
para o fim de garantir os direitos trabalhistas dos empregados; f) efeito incidente apenas
na relação de emprego.

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Como efeito jurídico do grupo econômico está a caracterização de um vínculo de solidariedade
passiva entre as empresas componentes do grupo dos direitos trabalhistas dos empregados de todas
elas.
Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a
configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a
atuação conjunta das empresas dele integrantes.

7.3. Sucessão de empregadores

Decorre da alteração subjetiva do contrato de trabalho, havendo a modificação do sujeito


empregador, mantendo-se intacta a relação de emprego.
A sucessão decorrente de alteração na estrutura jurídica da empresa abrange hipóteses como
mudança de sociedade para firma individual ou vice-versa, alteração do tipo societário, fusão,
incorporação, cisão etc. A sucessão decorrente da alteração na propriedade do empreendimento é
representada pela alienação total ou parcial do empreendimento, com a continuação da prestação de
serviços, pelos empregados, para o novo titular.
Observações: a sucessão não é justa causa para que o empregado dê por rescindido o contrato de
trabalho, nem para que pleiteie indenizações. Podem sucedido e sucessor, no contrato de transpasse,
prever ação regressiva do segundo contra o primeiro, o que será decidido na Justiça Comum, mas em
nada afetará os empregados, ou seja, essa pactuação de natureza civil entre as partes não gera efeitos
para afastar a responsabilidade trabalhista do sucessor.
a) Que um estabelecimento, como unidade econômico-jurídica, passe de um para
Requisitos outro titular (sucedido e sucessor); b) Que a prestação de serviço pelos empregados
não sofra solução de continuidade.
Princípio da continuidade do contrato de trabalho e no princípio da despersonalização
Fundamento do empregador. Os contratos de trabalho são mantidos com a organização de trabalho
e não com as pessoas que estejam eventualmente à frente dessa mesma organização.
a) sub-roga-se o novo proprietário em todas as obrigações do primeiro,
desenvolvendo-se normalmente o contrato de trabalho, sem qualquer prejuízo para o
trabalhador;
b) a contagem de tempo de serviço não é interrompida;
c) as obrigações trabalhistas vencidas à época do sucedido, mas ainda não cumpridas,
são exigíveis do sucessor;
d) as sentenças judiciais podem ser executadas, desde que não prescritas, respondendo
o sucessor, diretamente, por seus efeitos;
Efeitos
e) os empregados cujos contratos de trabalho por ocasião da sucessão estiverem
suspensos ou interrompidos têm o direito de reassumir os cargos;
f) os contratos a prazo devem ser respeitados pelo sucessor;
g) contagem dos períodos aquisitivos de férias dos empregados prossegue
normalmente;
h) débitos previdenciários assumidos pelo sucedido passam para o sucessor;
i) o sucedido responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada
fraude na transferência.

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