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SUJEITOS DA

RELAÇÃO DE
EMPREGO -
EMPREGADOR
(PARTE II)
EMPREGADOR

• Pessoa física, jurídica ou ente despersonificado*  que contrata


a prestação de serviços de uma pessoa física e, assumindo os
riscos do negócio, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal
de serviços.
*Condomínio, à massa falida, ao espólio, à herança vacante e jacente e às
sociedades irregulares.
EMPREGADOR

Art. 2º, caput, da CLT. Considera-se empregador a empresa, individual


ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação


de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as
associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que
admitirem trabalhadores como empregados
EMPREGADOR

Art. 2º, caput, da CLT. Considera-se empregador a empresa, individual


ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite,
“Nãopessoal
assalaria e dirige a prestação há, deportanto,
serviço. uma qualidade especial
deferida por lei a pessoas físicas ou jurídicas
para emergirem como empregadores. Basta que,
§ 1º - Equiparam-se ao de
empregador,
fato, se para utilizem
os efeitos exclusivos
da força da relação
de trabalho
de emprego, os profissionais liberais, as instituições
empregaticiamente de beneficência, as
contratada.”
associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que
admitirem trabalhadores como empregados
EMPREGADOR

• Pessoa física ou jurídica

• Empregador doméstico

• O empregador assume os riscos da sua atividade econômica, ou


seja, independente da atividade econômica da empresa, do lucro
ou da perda econômica da empresa, os salários dos empregados
devem ser garantidos.
EMPREGADOR

• Características

a) Despersonificação – se a pessoalidade é um dos requisitos


essenciais da relação de emprego, por outro lado a despersonificação é
uma das principais características do empregador para que seja
assegurada a efetividade do princípio da continuidade da relação de
emprego. Essa característica irá possibilitar a existência da figura da
sucessão e do consórcio de empregadores.
EMPREGADOR

b) Alteridade - o risco da atividade econômica deve ser


suportado, exclusivamente, pelo empregador. O empregado não
divide os riscos da atividade econômica. Assim, num momento de
baixa produtividade, vendas baixas não autorizam o empregador a
reduzir os salários dos seus empregados.
EMPREGADOR, EMPRESA E ESTABELECIMENTO

• Empresa: organização de trabalho alheio, unidade econômica de


produção, universalidade de bens e de pessoas, conjunto de bens
materiais e imateriais
• Estabelecimento: Meios que proporcionam o desenvolvimento
da organização, unidade técnica de produção, local onde a força
de trabalho do empregado será utilizada.

Essa distinção ocorre em razão da necessidade de figurar no polo passivo


de uma reclamação trabalhista, a empresa e não o nome fantasia   Porém
existe tolerância em razão da informalidade que norteia o direito do
trabalho.
EMPREGADOR, EMPRESA E ESTABELECIMENTO

• Empregador: é a pessoa individual ou coletiva do proprietário,


uma empresa bem gerida pode durar anos, enquanto proprietário
pode vir a falecer ou ser sucedido.

• Instituição – perdura no tempo

• Conceito de empresário, Código Civil:

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente


atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de
bens ou de serviços.
EMPREGADOR, EMPRESA E ESTABELECIMENTO

• Desconsideração da personalidade jurídica – Art. 50, CC

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado


pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz
decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica
EMPREGADOR, EMPRESA E ESTABELECIMENTO

Também é aplicada em relação aos débitos trabalhistas, permitindo que


em uma reclamação trabalhista contra uma empresa, caso a mesma não
honre com o pagamento das verbas trabalhistas, pode o juiz
desconsiderar a personalidade jurídica da empresa, para avançar ao
patrimônio pessoal dos sócios da empresa.
EMPREGADOR, EMPRESA E ESTABELECIMENTO

 Falência, concordata ou dissolução da empresa

Os direitos advindos da existência do contrato de trabalho


subsistirão, sendo que, na falência, constituirão créditos
privilegiados a totalidade dos salários devidos ao empregado e a
totalidade das indenizações a que tiver direito, até o limite de
150 salários mínimos.
PODERES DO EMPREGADOR
• Em razão de o empregador assumir os riscos da atividade
econômica, a lei lhe assegura um conjunto de prerrogativas para que
possa empreender a organização e a fiscalização do seu negócio da
melhor forma possível.

Poder
Poder diretivo
regulamentar

Poder Poder
Fiscalizatório disciplinar
PODERES DO EMPREGADOR

• Poder diretivo - também chamado de poder organizativo ou de


comando, estruturando organicamente a empresa. Esse poder
consiste na distribuição das tarefas aos empregados, fixação do
horário de trabalho, utilização de uniformes, crachás etc.

Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no


meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de
logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros
itens de identificação relacionados à atividade desempenhada.
PODERES DO EMPREGADOR

 Poder diretivo - também chamado de poder organizativo ou


de comando, estruturando organicamente a empresa. Esse
poder consiste na distribuição das tarefas aos empregados,
fixação do horário de trabalho, utilização de uniformes,
crachás etc.

Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de


vestimenta no anterior
Entendimento meio ambiente laboral,
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identificação
sendo
relacionados
passível à atividadepor
de indenização desempenhada.
danos morais ao trabalhador.
PODERES DO EMPREGADOR

O uniforme do empregado não configura salário-utilidade,


pois é utilizado como ferramenta de trabalho, e não como
contraprestação por um serviço prestado. De acordo com o
parágrafo único do art. 456-A da CLT, a higienização do uniforme
é, em regra, de responsabilidade do trabalhador, salvo nas
hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos
diferentes daqueles utilizados para a limpeza de vestimentas de
uso comum.
PODERES DO EMPREGADOR
• Poder regulamentar - É a manifestação do poder empregatício por meio
de fixação de regras gerais a serem observadas por todos os empregados.
Essa manifestação ocorrerá pelo regulamento da empresa.

art. 611-A, da CLT, que prevê a possibilidade do


regulamento empresarial ser objeto de instrumento
coletivo
O empregado deverá respeitar o regulamento interno. Entretanto, se houver
modificação desse regulamento que acarrete prejuízos, essa alteração será
nula, por força do art. 468 da CLT que veda a alteração contratual lesiva.
PODERES DO EMPREGADOR

• Súmula nº 51 do TST - I – As cláusulas regulamentares, que


revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão
os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do
regulamento. II – Havendo a coexistência de dois regulamentos da
empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de
renúncia às regras do sistema do outro.
• Súmula nº 288 do TST - I – A complementação dos proventos de
aposentadoria, instituída, regulamentada e paga diretamente pelo
empregador, sem vínculo com as entidades de previdência privada fechada,
é regida pelas normas em vigor na data de admissão do empregado,
ressalvadas as alterações que forem mais benéficas (art. 468 da CLT). II –
Na hipótese de coexistência de dois regulamentos de planos de previdência
complementar, instituídos pelo empregador ou por entidade de previdência
privada, a opção do beneficiário por um deles tem efeito jurídico de
renúncia às regras do outro. III – Após a entrada em vigor das Leis
Complementares nº 108 e nº 109 de 29/05/2001, reger-se-á a
complementação dos proventos de aposentadoria pelas normas vigentes na
data da implementação dos requisitos para obtenção do benefício,
ressalvados o direito adquirido do participante que anteriormente
implementara os requisitos para o benefício e o direito acumulado do
empregado que até então não preenchera tais requisitos. IV – O
entendimento da primeira parte do item III aplica-se aos processos em curso
no Tribunal Superior do Trabalho em que, em 12/04/2016, ainda não haja
sido proferida decisão de mérito por suas Turmas e Seções
PODERES DO EMPREGADOR

• Poder fiscalizatório - Também denominado poder de controle, assim, o


empregador fiscaliza as tarefas executadas, verifica o cumprimento da
jornada de trabalho e protege o seu próprio patrimônio.
Os princípios previstos na ordem constitucional vedam a realização de
condutas fiscalizatórias e de controle da prestação dos serviços que
agridam a liberdade e a dignidade da pessoa humana do empregado.
PODERES DO EMPREGADOR

• Poder disciplinar - manifestação do poder empregatício correspondente à


imposição de sanções aos empregados que descumprem as suas
obrigações contratuais. Se verificado o descumprimento às regras
impostas, caberão as seguintes penalidades:
A. Advertência - pode ocorrer de forma verbal ou escrita, esta ultima na
presença de duas testemunhas, que em caso de recusa do empregado em
assiná-la, irão substituir a assinatura.
B. Suspensão - impossibilidade de trabalhar durante determinados dias, a
perda salarial equivalente aos dias de suspensão, e ainda do repouso
semanal. A CLT, em seu artigo 474, prevê a possibilidade de suspensão
do trabalho do empregado, em um prazo máximo de 30 dias.
• O empregado poderá ser dispensado diretamente, sem antes ter sido
advertido ou suspenso, desde que a falta por ele cometida seja realmente
grave, que estão previstas no art.482, da CLT (rol taxativo).

Antes da Reforma Trabalhista não havia


previsão na CLT para aplicação de pena de
multa. No entanto o legislador criou à hipótese
de multa que pode ser aplicado ao empregado
contratado para prestação de trabalho
intermitente, a parte que descumprir, sem
justo motivo, pagará à outra parte, no prazo
de 30 dias, multa de 50% da remuneração que
seria devida, permitida a compensação em
igual prazo.
GRUPO ECONÔMICO –
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

Art. 2º, § 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada
uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção,
controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando
cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de
sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a
demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de
interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes
• Sendo necessária para caracterização do grupo
econômico a coexistência de pelo menos duas empresas,
ficando uma sob a direção, controle ou administração da
outra, a CLT adotou o critério da subordinação para
classificar as empresas como pertencentes ao mesmo
grupo econômico. A relação existente entre as empresas
do grupo econômico é de dominação, existindo uma
empresa controladora e as demais empresas controladas.
O requisito principal, então a ser observado é o controle.
SUCESSÃO TRABALHISTA: REQUISITOS E EFEITOS

• A sucessão de empregadores nada mais é do que a alteração do polo


subjetivo do contrato de trabalho, com a transferência da titularidade do
negócio. O novo titular assume não apenas o ativo do novo negócio, mas
também o passivo, incluindo os contratos de trabalho que estão em
curso.
Segundo o artigo 10 da CLT, “qualquer alteração na estrutura jurídica da
empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados”. E ainda,
o artigo 448 também da CLT, reforça que, “a mudança na propriedade ou
na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos
respectivos empregados”.
• Para caracterização da sucessão trabalhista, é necessária, portanto, a
transferência total ou parcial da unidade econômico-jurídica, que
continua a ser explorada pelo novo proprietário.

• A sucessão de empresas supõe, assim, a efetiva substituição dos


sujeitos de uma relação jurídica: a transferência do acervo, como
organização produtiva, impõe que o novo titular do empreendimento
responda, em regra, pelos contratos de trabalho concluídos pelo
antigo, a quem sucede, sendo irrelevante que o empregado tenha
prestado ou não serviços ao sucessor, já que esse assume o passivo
trabalhista do acervo.
Eventual acordo ou convenção realizada entre o sucessor e o sucedido,
com o objetivo de excluir direitos dos trabalhadores, não tem qualquer
valor jurídico:
• Exceções:

a) Em caso de desmembramento de municípios;


b) Em caso de concessão de serviço público, havendo extinção do
contrato de trabalho, a concessionária, na condição de sucessora,
responde pelos direitos decorrentes do contrato de trabalho, sem
prejuízo da responsabilidade subsidiária da antecessora pelos
débitos trabalhistas contraídos até a concessão.
• Sócio retirante:

Art. 10-A.  O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações


trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como
sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a
modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência:
I - a empresa devedora
II - os sócios atuais; e
III - os sócios retirantes.
Parágrafo único.  O sócio retirante responderá solidariamente com os
demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária
decorrente da modificação do contrato. 
Obrigada!

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