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DIREITO DO

TRABALHO I
SUJEITOS DO CONTRATO DE
TRABALHO
Segundo os arts. 2º e 3º da CLT são considerados sujeitos
da relação de emprego, de um lado, o empregado e, de
outro, o empregador.
SUJEITOS DO CONTRATO DE
TRABALHO
Empregado e empregador têm seu regime legal
disciplinado pela CLT e outros diplomas legais específicos
(ex: Lei nº 5859/72 – Trabalho doméstico; Lei nº 5889/73 –
Lei do Trabalho Rural; Lei nº 6019/74 – Trabalho
Temporário e Empresas de Trabalho Temporário; Lei nº
11.101/05 – Lei de Falência e Recuperação Judicial, entre
outros). 
Empregador
Maurício Godinho Delgado define empregador como “A PESSOA
FÍSICA. JURÍDICA OU ENTE DESPERSONIFICADO que contrata a
uma pessoa física a prestação de serviços, efetuados com
pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e sob sua
subordinação.
O artigo segundo da CLT, define empregador:

Art. 2º Considera-se empregador a empresa, individual ou


coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica,
admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

§ 1º Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da


relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de
beneficência, as associações recreativas ou outras instituições
sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como
empregados.
Empregador

a. Empresa – “despersonificação” do empregador –


intuito de proteger o trabalhador contra mudanças de
propriedade na empresa 

b. Assunção dos riscos 

c. Onerosidade
 
d. Direção ------------------------ poder diretivo do
empregador
 
Empregador
Conforme acima explicitado, a relação de emprego é pautada na
subordinação do empregado em face do empregador. Portanto, é
preciso que o empregador detenha poder para organizar, fiscalizar e
disciplinar a prestação de serviços (ou, como descrito no art. 2º da CLT,
“dirigir a prestação pessoal de serviço”). A tal poder, é conferido o
nome de poder diretivo do empregador. 

Espécies de empregador
Comum: art. 2º, caput
Empregador
 Por equiparação: art. 2º, §1º 

A figura do empregador por equiparação surge para “corrigir” o


conceito do caput e especificar que nem sempre o empregador é
empresa. Aliás, em muitos casos, o empregador sequer é uma pessoa,
mas entidade sem personalidade jurídica.
 

a) Profissionais liberais (médicos, advogados) 

b) Entidades (clubes, ONGs, partidos políticos)

c) Condomínio 

d) Massa falida 
Empregador
Poder Empregatício: Diretivo, Disciplinar, Fiscalizatório e Regulamentar.

Delgado ensina em sua obra que o poder empregatício é o conjunto de


prerrogativas asseguradas pela ordem jurídica e tendencialmente
concentradas na figura do empregador, para exercício no contexto da
relação de emprego. O autor conceitua, ainda, como o conjunto de
prerrogativas com respeito à direção, regulamentação, fiscalização e
disciplinamento da economia interna à empresa e correspondente
prestação de serviços. (DELGADO, 2013)

O Prof. Delgado explica que o poder empregatício divide-se em poder


DIRETIVO (também chamado poder organizativo), PODER
REGULAMENTAR, PODER FISCALIZATÓRIO (este também chamado de
poder de controle) e poder disciplinar. (DELGADO, 2013)
Empregador
• O poder diretivo seria o conjunto de prerrogativas
tendencialmente concentradas no empregador dirigidas
à organização da estrutura e espaço empresariais
internos, inclusive o processo de trabalho adotado no
estabelecimento e na empresa, com a especificação e
orientação cotidianas no que tange à Prestação de
serviços.
Empregador
O poder REGULAMENTAR seria o conjunto de prerrogativas
tendencialmente concentradas no empregador dirigidas à fixação
de REGRAS GERAIS a serem observadas no âmbito do
estabelecimento e da empresa.
O PODER FISCALIZATÓRIO seria o conjunto de prerrogativas dirigidas
a propiciar o ACOMPANHAMENTO contínuo da prestação de
trabalho e a própria VIGILÂNCIA efetivada ao longo do espaço
empresarial interno.
Medidas como controle de portaria, as revistas, o circuito interno de televisão, o
controle de horário e frequência, a prestação de contas (em certas funções e
profissões) e outras providências correlatas é que seriam manifestações do poder de
controle. Uso do e-mail corporativo.
E por último O PODER DISCIPLINAR, que é o conjunto de prerrogativas
concentradas no empregador dirigidas a propiciar a IMPOSIÇÃO DE
SANÇÕES AOS EMPREGADOS em em face do descumprimento por
esses de suas obrigações contratuais.
EMPREGADO
Altos Empregados - SITUAÇÕES ESPECÍFICAS E TRATAMENTO
JUSTRABALHISTA

Segundo Alice Monteiro de Barros, a doutrina nacional e estrangeira vem


conceituando como altos empregados os ocupantes de cargos de
confiança, investido de mandato que lhes confere poderes de
administração para agir em nome do empregador. E continua
informando que situam-se entre eles “os diretores gerais, administradores,
superintendentes, gerentes com amplos poderes e, em síntese, todos os
que exercem função diretiva e ocupam um posto de destaque”. (BARROS,
2013)
EMPREGADO
Empregados ocupantes de posições internas de chefias, funções
de gestão ou outros cargos elevada fidúcia recebem da
legislação obreira um tratamento relativamente diferenciados
dos demais trabalhadores da organização empresarial.

JORNADA DE TRABALHO

- Art. 62, CLT – empregados ocupantes de cargos ou funções de


gestão ou de confiança, excetuando o segmento bancário.

- Art. 224, CLT – empregados ocupantes de cargos ou funções de


confiança do segmento bancário.
EMPREGADO
CARGOS OU FUNÇÕES DE CONFIANÇA OU GESTAO – regra geral

Conceito: Art. 62, II, CLT


 
Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: 
(...) 
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de
gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste
artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. 

Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos


empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o
salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de
função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo
acrescido de 40% (quarenta por cento).
EMPREGADO
Requisitos:
- padrão salarial mais elevado: a diferença salarial em favor
do cargo de confiança não poderá ser inferior a 40% do
salário cabível ao respectivo cargo efetivo.

- exercício de elevadas funções e atribuições de gestão.


Enquadram-se os cargos de diretores e chefes de
departamento ou filial.

Síntese: são dois requisitos: elevadas atribuições e poderes


de gestão, ate o nível de chefe de departamento ou filial e
distinção remuneratória, à base de, no mínimo 40% a mais
do salário do cargo efetivo (considerada a gratificação de
função, se houver)
EMPREGADO
Efeitos do Cargo de Confiança:

a) A reversão é autorizada. Não se considera rebaixamento ou irregularidade o


retorno do empregado ao antigo posto ocupado, destituído do cargo de confiança
(art. 468, parágrafo único, CLT)

OJ 45 SDI-I Do TST: gratificação de função percebida por 10 ou mais anos.


Afastamento do cargo de confiança sem justo motivo. Estabilidade financeira.
Manutenção de Pagamento.

Súmula nº 372 - TST - Gratificação de Função - Supressão ou Redução - Limites 


I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o
empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-
lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. 
II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o
empregador reduzir o valor da gratificação.
REFORMA TRABALHISTA
EMPREGADO
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde
que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob
pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

§1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador


para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente
ocupado, deixando o exercício de função de confiança.

§ 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo,


não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da
gratificação correspondente, que não será incorporada,
independentemente do tempo de exercício da respectiva função.
REFORMA TRABALHISTA
 
EMPREGADO
b) Não são sujeitos às regras sobre jornada de trabalho. Não incidem
horas extras a favor do empregado enquadrado em tal circunstancia
funcional. A lei considera que a natureza e prerrogativa do cargo de
confiança o tornam incompatível com a sistemática de controle de
jornada de trabalho aplicável ao conjunto dos empregados de uma
organização empresarial.

Se o exercente do cargo de confiança ou gestão vê-se submetido a


rigoroso controle de horários ao longo do seu cotidiano, não há o
que se falar em exclusão de tal empregado do regime de jornada
delimitada.
EMPREGADO
c) Esse empregado é passível de transferência de localidade de
serviço independentemente de sua anuência (art. 469,
parágrafo primeiro da CLT).
 
EMPREGADO
Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua
anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se
considerando transferência a que não acarretar necessariamente a
mudança do seu domicílio. 

§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os


empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos
tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando
esta decorra de real necessidade de serviço. 

É necessário, entretanto, demonstrar a real necessidade de serviço: 


Súmula nº 43, TST - Transferência - Necessidade do Serviço Presume-se
abusiva a transferência de que trata o § 1º do Art. 469 da CLT, sem
comprovação da necessidade do serviço. 
EMPREGADO
• CARGOS OU FUNÇÕES DE CONFIANÇA OU GESTAO –
especificidade bancária

Art. 224, parágrafo segundo da CLT

Exemplos: gerentes bancários, tesoureiros de agencia, reais


chefes de setor ou serviço. Deverá estar evidenciado o exercício
de poderes de direção ou chefia no segmento bancário, ou seja,
poderes de mando e funções de fiscalização.

Ademais exige também o pagamento a seu ocupante a


gratificação não inferior a um terço do salário do cargo efetivo.
EMPREGADO
• Consequências Jurídicas:

a) Não observância da jornada especial de 6 horas, própria dos


bancários, prevalecendo como jornada normal desse empregado o
parâmetro genérico de 8 horas diárias. Súmula 102, IV TST.

b) Sobre a transferibilidade de local de labor (art. 469, CLT) e á


reversibilidade ao cargo de origem (art. 468, parágrafo único, CLT)
o bancário situado em cargo ou função de confiança sujeita-se as
mesmas consequências aplicáveis aos demais ocupantes.

OBS: se o gerente geral ou o superintendente regional ou o


detentor de cargo ainda mais elevado enquadrarem-se nos
requisitos do art. 62, CLT serão submetidos aos efeitos deste
artigo, em consequência serão excluídos das regras legais relativas
a jornada e o computo de horas extras. Desde que não haja efetivo
controle minucioso de horários.

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