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PAULO HENRIQUE CRUDE NABARRO

Nº DE MATRÍCULA: 201700080650

DIREITO DO TRABALHO 1º. BIMESTRE – 2º. SEMESTRE – 2020

Prazo para entrega:20/10/2020 NOTA: 20,0 - ATIVIDADE 2- EMPREGADOR

RESPONDA FUNDAMENTADAMENTE AS SEGUINTES

QUESTÕES:

1 Sobre o tema Grupo Econômico, responda se é possível sua


caracterização entre:

a) Pessoas Físicas (valor 2,0)

O grupo econômico pressupõe a existência de duas ou mais pessoas


JURÍDICAS de direito privado com fins econômicos, estando excluído as
pessoas físicas por expressa previsão legal, pois vejamos que o art. 2º da CLT,
distingue e caracteriza de maneira expressa a figura do “empregador” do §1º e
a figura do “grupo econômico” no §2º, senão vejamos:

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,


assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviço. 

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de


emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as
associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que
admitirem trabalhadores como empregados. 

§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua
autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente
pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. (Redação dada pela Lei
nº 13.467, de 2017) 
Vejamos que os profissionais liberais (pessoas físicas) são considerados
empregadores por equiparação, estando excluídos do conceito de “grupo
econômico”.

b) Entes sem finalidade lucrativa (valor 2,0) e, ainda, se é possível:

Novamente o legislador não o incluiu no conceito de grupo econômico do §2º,


sendo somente equiparado a empregador e não como grupo, conforme se vê
no §1º: [...] as instituições de beneficência.

c) Grupo Econômico Familiar (valor 2,0)

Tal hipótese é amplamente aceita pela doutrina e jurisprudência, haja vista que
pelo parentesco dos seus sócios somados as similaridades e os objetos sociais
em comum das empresas, é possível se reconhecer a existência de grupo
econômico familiar por força do art. 2º, §2 da CLT.

2 Aponte os elementos comuns e distintos presentes no Grupo


Econômico por Subordinação e por Coordenação. (valor 4,0)

Nos grupos econômicos por subordinação ou verticais há uma relação de


hierarquia entre empresa controladora e empresa controlada, já nos grupos
econômicos por coordenação ou horizontais não há está hierarquia, as
empresas possuem apenas objetivos em comuns, geralmente para fins de
otimização de suas atividades. Há, portanto, ingerência entre as empresas do
grupo. Não há, assim, uma figura de uma empresa controladora e outras
controladas. Há, sim, uma reunião de empresas com mesmos objetivos. Sua
estrutura, então, é horizontal ou em rede.

Para o reconhecimento desse último tipo é necessário que se verifique caso a


caso. Contudo, alguns fatores concorrem para a caracterização, como por
exemplo:

1. identidade de sócios majoritários com administração comum e


promíscua. A verificação é feita pelos atos constitutivos das respectivas
empresas ou de sócios da mesma família;

2. criação de uma pessoa jurídica por outra, com interferência


administrava;
3. diretoria de uma empresa composta por sócios de outra, que interfere na
administração daquela;

4. interferência administrava da mesma pessoa física ou jurídica sobre a


outra; entre outros.

O efeito direto no direito do trabalho do reconhecimento de ambas as espécies


de grupos econômicos é a caracterização da responsabilidade solidária, ou
seja, todas as empresas do grupo tornam-se devedoras em relação às
obrigações trabalhistas assumidas por uma delas, o que facilita o recebimento
do crédito pretendido.

3 Qual a natureza jurídica da Sucessão de Empresas? (valor 2,0)

Para alguns doutrinadores a natureza jurídica da sucessão de empresas


(empregadores) se originam a partir de institutos do direito civil, quais sejam, a
novação, a cessão, a sub-rogação, a estipulação em favor de terceiro, as
obrigações híbridas, entre outros.

Já no direito do trabalho, visa-se tutelar os direitos dos empregados,


resguardando seu vínculo com a empresa independente da mudança de sua
administração, os créditos trabalhistas tem caráter alimentar, que na sucessão
muito se assemelha com os direitos reais, ou seja, natureza propter rem, pois
não se extinguem com a transferência da titularidade da empresa, o adquirente
“herda” os encargos trabalhistas não pagos por aquele que transmite a
empresa.

O contrato de trabalho segue o estabelecimento, sendo que o sucessor fica


responsável pelas obrigações do sucedido.

4 É possível às Cooperativas de Trabalho terceirizarem ou intermediarem


mão de obra terceirizada? Justifique. (valor 2,0)

A verdadeira terceirização, que consiste na transferência de parte da atividade


da empresa, não conflita, em princípio, com as leis de proteção ao trabalho.
Todavia, a possibilidade de fraude existe e deve ser coibida. Para tanto, é
preciso estabelecer critérios. Ora, quem produz bens ou presta serviços para
terceiros precisa dispor de equipamentos, matérias-primas e empregados
próprios. O trabalhador que executa serviços na atividade terceirizada há que
se vincular, necessariamente, à empresa prestadora, especialista na área, e
que deve dirigir a atividade, responsabilizando-se, portanto, pelo cumprimento
das normas trabalhistas e previdenciárias.

É preciso ter em mente que não se terceirizam empregados – terceirizam-se


serviços.

Se a empresa prestadora não tem atividade própria; se seu objetivo se limita ao


fornecimento de mão-de-obra para a tomadora, não há terceirização, e sim,
autêntica “marchandage”. Fica óbvio o propósito de criar uma falsa relação
jurídica para mascarar a verdadeira relação, que é o vínculo empregatício entre
os trabalhadores e a empresa tomadora.

O mesmo ocorre com as cooperativas. É lícito aos cooperados definir o objeto


das mesmas, desde que lícito. O fato de a Lei n° 5.764/71 não impor restrições
não significa que as cooperativas estejam acima da lei. As mesmas regras que
se aplicam a uma sociedade comercial, para a terceirização, valem para as
cooperativas.

Nada impede que a atividade terceirizada seja realizada por cooperativa.


Somente se exige que esta realize uma atividade própria – e que seja lícita.
Destarte, só estão aptas para participar de uma terceirização lícita as
verdadeiras cooperativas, como as de produção e as mencionadas
cooperativas de serviço. Todas estas possuem atividade própria, especializada
em uma determinada área de produção, comércio ou serviço.

As “cooperativas de trabalho”, com vimos, não participam de uma verdadeira


terceirização. Participam da intermediação de mão-de-obra.

É, portanto, às cooperativas de serviço, previstas no art. 86 da Lei n° 5.764/71,


que se refere o parágrafo único do art. 442 da CLT. Onde houver trabalhador
contratado através de “cooperativa de trabalho”, caracteriza-se o vínculo
diretamente com a tomadora.

5 Qual a responsabilidade do Tomador de Serviços (Privado/Público) na


terceirização? (valor 4,0)

Tem responsabilidade subsidiária, pois o inadimplemento das obrigações


trabalhistas por parte do fornecedor de serviços implica na responsabilidade da
empresa tomadora, inclusive quanto aos órgãos da administração direta e
indireta, quando estes não se certificam da idoneidade da empresa prestadora
de serviços, desde que tenham também participado da relação judicial ou
constem no título executivo.

Quando ocorre o inadimplemento das obrigações trabalhistas, o trabalhador


ingressa com reclamação trabalhista na justiça do trabalho e as empresas
prestadoras de serviço em sua grande maioria não possuem patrimônio
suficiente para garantir o pagamento de tais obrigações, sendo que as
tomadoras de serviços, incorrem na culpa in eligente ou in vigilando
(normalmente concomitante) que por isso respondem subsidiariamente quanto
as obrigações trabalhistas.

6 É possível à Administração Pública terceirizar atividade-fim? Justifique.


(valor 2,0)

De acordo com o artigo 3º do Decreto 9.507/2018, não serão objeto de


execução indireta (terceirização) na administração direta, autárquica e
fundacional, os serviços:

 que envolvam a tomada de decisão ou posicionamento institucional nas


áreas de planejamento, coordenação, supervisão e controle (atividades-
fim);

 que sejam considerados estratégicos para o órgão ou a entidade, cuja


terceirização possa colocar em risco o controle de processos e de
conhecimentos e tecnologias (atividades estratégicas);

 que estejam relacionados ao poder de polícia, de regulação, de outorga


de serviços públicos e de aplicação de sanção (atividade-fim);

 que sejam inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de


cargos do órgão ou da entidade, exceto disposição legal em contrário ou
quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do
quadro geral de pessoal (atividades meio, porém com superposição do
plano de cargos e salários, configurando “terceirização de mão de obra).

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