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Curso de Direito
Rio de Janeiro
2021.2
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1.Responsabilidade do Administrador
Por conseguinte, Marcelo Vieira Von Adamek ressalta que há três pressupostos para
responsabilidade do administrador, portanto a conduta do agente – omissiva ou comissiva,
dano e liame entre dano e conduta. Assim, o art. 158 da Lei das Sociedades Anônimas dispõe
sobre a extensão da responsabilidade do administrador.
Por fim, o artigo 159 e seus parágrafos, dispõe acerca do procedimento ou da ação de
responsabilidade, que tem como objetivo formular formalmente e juridicamente e de acordo
com os exercícios irregulares do administrador a legitimação da própria responsabilidade de
seus atos perante a sociedade e terceiros. Além disso, quem são os legitimados a propor esta
ação.
Art. 159. Compete à companhia, mediante prévia deliberação da assembléia-geral, a
ação de responsabilidade civil contra o administrador, pelos prejuízos causados ao
seu patrimônio.
§ 1º A deliberação poderá ser tomada em assembléia-geral ordinária e, se prevista na
ordem do dia, ou for conseqüência direta de assunto nela incluído, em assembléia-
geral extraordinária.
§ 2º O administrador ou administradores contra os quais deva ser proposta ação
ficarão impedidos e deverão ser substituídos na mesma assembléia.
§ 3º Qualquer acionista poderá promover a ação, se não for proposta no prazo de 3
(três) meses da deliberação da assembléia-geral.
§ 4º Se a assembléia deliberar não promover a ação, poderá ela ser proposta por
acionistas que representem 5% (cinco por cento), pelo menos, do capital social.
§ 5° Os resultados da ação promovida por acionista deferem-se à companhia, mas
esta deverá indenizá-lo, até o limite daqueles resultados, de todas as despesas em
que tiver incorrido, inclusive correção monetária e juros dos dispêndios realizados.
§ 6° O juiz poderá reconhecer a exclusão da responsabilidade do administrador, se
convencido de que este agiu de boa-fé e visando ao interesse da companhia.
§ 7º A ação prevista neste artigo não exclui a que couber ao acionista ou terceiro
diretamente prejudicado por ato de administrador.
Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor
da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo
disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à
data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado.
Isto posto, quando acontece a dissolução parcial em relação à um sócio, temos o que
chamamos de exercício do direito de retirada em razão do intuitu personae exercido por este
sócio retirante.
Neste diapasão, Fábio Ulhoa Coelho determina que há três fases que compõem
dissolução, como veremos:
Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode
retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais
sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado,
provando judicialmente justa causa.
Art. 608. Até a data da resolução, integram o valor devido ao ex-sócio, ao espólio ou
aos sucessores a participação nos lucros ou os juros sobre o capital próprio
declarados pela sociedade e, se for o caso, a remuneração como administrador.
3.Das Jurisprudências
A decisão demonstra a aplicada do art. 159 da Lei de S.A vez que esta dispõe acerca
do procedimento da ação de responsabilidade civil do administrado, a qual só se configurará
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através das três características – conduta do agente, dano e liame entre conduta do agente e
dano, como definido por Marcelo Vieira Von Adamek. Ainda assim, define que não depende
de deliberação da assembleia geral para ser proposta.
4.Conclusão
A partir das jurisprudências expostas, doutrinas, definições e procedimentos acerca
de temáticas que abrangem o Direito Empresarial, vislumbra-se a aplicação das legislações
que são estudadas, todavia as diferentes formas como as teorias e doutrinas são aplicadas
nas mesmas.
Por fim, concluímos que acerca das Sociedades Anônimas é importante ressaltarmos
a responsabilidade civil do administrador no tocante às suas atividades que acabam por
atingir terceiros, mas também o patrimônio de sua sociedade, o que enseja em prejuízos e
danos aos sócios que acabaram por integralizar suas respectivas quotas.
Ainda assim, os aspectos ligados à dissolução parcial em relação à um sócio das
sociedade anônimas de capital fechado. Em razão da própria constituição e formulação da
sociedade, a teoria entende que há aspectos a serem analisados como a affectio societates e
intuitu personae, porém como demonstrado, não são o que definem o deferimento ou não da
ação de dissolução, se tratando também de um procedimento burocrático tendo em vista a
liquidação e partilha ao final.
Referências
COELHO, Fábio Ulhoa. A ação de dissolução de sociedade e o projeto de novo CPC. Valor
Econômico, São Paulo, 2010.
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JUSBRASIL. Disponível em
https://ilansarue.jusbrasil.com.br/artigos/338015965/responsabilidade-civil-dos-
administradores-na-sociedade-anonima. Acessado em 19/11/2021.