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DIREITO

INDIVIDUAL DO
TRABALHO
Grupo Econômico, Sucessão Trabalhista
e Terceirização

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
Grupo Econômico, Sucessão Trabalhista e Terceirização
Gervásio Meireles

Sumário
Grupo Econômico, Sucessão Trabalhista e Terceirização....................................................... 3
1. Grupo Econômico. . ........................................................................................................................ 3
2. Sucessão Trabalhista. . ................................................................................................................ 7
2.1. Generalidades............................................................................................................................ 7
2.2. Responsabilidade do Sucessor e do Sucedido..................................................................12
2.3. Cláusula de não Responsabilização................................................................................... 14
2.4. Efeitos da Sucessão sobre os Contratos em Curso........................................................ 14
2.5. Particularidades......................................................................................................................15
3. Terceirização. . .............................................................................................................................. 17
3.1. Terceirização Comum............................................................................................................. 18
3.2. Trabalho Temporário.. ............................................................................................................ 34
3.3. Subempreitada. . ......................................................................................................................40
3.4. Dono da Obra. . ......................................................................................................................... 41
3.5. Cooperativas.. .......................................................................................................................... 45
Resumo............................................................................................................................................. 47
Questões de Concurso.................................................................................................................. 50
Gabarito............................................................................................................................................ 74

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Grupo Econômico, Sucessão Trabalhista e Terceirização
Gervásio Meireles

GRUPO ECONÔMICO, SUCESSÃO TRABALHISTA E


TERCEIRIZAÇÃO
1. Grupo Econômico
A figura do grupo econômico tornou-se relevante no Direito do Trabalho como forma de
aumentar a garantia dos créditos trabalhistas, isto, é dar mais segurança no sentido de que
os direitos trabalhistas seriam devidamente pagos. A ideia do legislador é impor, quanto a cré-
ditos trabalhistas devidos por uma empresa, a responsabilidade solidária aos integrantes do
grupo econômico.
Nesse contexto, torna-se extremamente relevante saber o conceito de grupo econômico.
Existem duas situações que podem configurar o grupo econômico. Veja o art. 2º, § 2º, da CLT:

CLT
Art. 2º (...)
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica
própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guar-
dando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente
pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.

Como você nota, quando uma empresa é dirigida, controlada ou administrada por outra
empresa, todas elas são solidariamente responsáveis pelos créditos trabalhistas por integra-
rem o grupo econômico. Assim, existe um nexo de coordenação hierárquico entre as empre-
sas integrantes do grupo econômico.
Responsabilidade solidária significa que o empregado de uma empresa pode cobrar seus
créditos de qualquer uma das empresas do grupo ou de algumas ou de todas em conjunto
se preferir.
Uma segunda hipótese pode ser vista no mesmo preceito:

CLT
Art. 2º (...)
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica
própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guar-
dando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente
pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.

No segundo caso, não se fala em empresa dirigindo, controlando ou administrando ou-


tra empresa. Pelo contrário, reconhece-se a autonomia de cada uma, mas, ainda assim, elas
integram grupo econômico. Então, se cada uma possui autonomia em relação à outra, o que
caracterizaria o grupo econômico na segunda hipótese?

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A resposta é a existência de interesses em comum com atuação conjunta. Entretanto, não


basta apenas identidade de sócios:

CLT
Art. 2º (...)
§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a con-
figuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a
atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Logo, deve existir um nexo de coordenação interempresarial mais específico, com interes-
se integrado, comum, e atuação conjunta.
Imagine que duas empresas construtoras X e Y são independentes e pertençam a sócios
distintos. Ocorre que ambas decidem que farão um empreendimento imobiliário em conjunto,
uma incorporação. Ambas possuem atuação conjunta com interesses integrados. São, portan-
to, integrantes de grupo econômico.

001. (FCC/PGE-TO/PROCURADOR DO ESTADO/2018/ADAPTADA) Em relação aos sujeitos


do contrato de trabalho, conforme previsão contida na Consolidação das Leis do Trabalho,
e) a empresa que estiver sob a direção, controle ou administração de outra e integre grupo
econômico, será responsável subsidiariamente pelas obrigações decorrentes da relação de
emprego da empresa controladora.

Os integrantes do grupo econômico respondem solidariamente pelos créditos trabalhistas, na


forma do art. 2º, § 2º, da CLT.
Errado.

O grupo econômico também pode ser formado no meio rural. Veja a previsão do art. 3º, §
2º, da Lei n. 5.889/1973:

Lei n. 5.889/1973
Art. 3º (...)
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurídica
própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guar-
dando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico ou financeiro rural, serão responsáveis
solidariamente nas obrigações decorrentes da relação de emprego.

Como se nota, o legislador evidencia que existe responsabilidade solidária entre as empre-
sas integrantes do grupo econômico rural.

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O grupo econômico pressupõe pessoas jurídicas de direito privado fora do âmbito da Admi-
nistração Pública e que explorem atividade econômica.

Logo, empresas públicas e sociedades de economia mista, por integrarem a Administra-


ção Pública, não formam grupo econômico. Instituições sem fins lucrativos como igrejas e
entidades beneficentes também não integram grupo econômico.
Por outro lado, as empresas integrantes do grupo podem ser qualquer tipo de sociedade
da esfera privada, não importando se é sociedade anônima, limitada etc.
Vale ressaltar que o reconhecimento de grupo econômico, para fins trabalhistas, não ne-
cessita de qualquer constituição formal. Logo, a Justiça pode reconhecer a sua existência
sem qualquer necessidade de constituição de grupo em documento formal ou documento
registrado em cartório. Portanto, não precisa ser constituído sob forma de holdings, con-
sórcios etc.
Assim, o grupo econômico “de fato” (aquele que não é formalizado, existindo sem re-
gistro formal) gera os mesmos efeitos trabalhistas daquele formalizado. As empresas inte-
grantes do grupo econômico não precisam integrar um consórcio formal de empresas.
Outro ponto de destaque: reconhecida a existência do grupo econômico entre pessoas
jurídicas, a posição majoritária na jurisprudência é de que se trata de empregador único todo
o grupo e não apenas a empresa que anotou, como empregadora, a Carteira de Trabalho do
empregado. Essa posição defende a tese da solidariedade dual, ou seja, ativa e passiva.
Assim, a solidariedade não seria apenas passiva (responsabilidade pelos créditos), indo
muito além disso. A solidariedade ativa parte da premissa de que as empresas integrantes
do grupo podem exigir a prestação de trabalho do empregado que esteja registrado em
qualquer das empresas do grupo. O contrato de trabalho é único com o grupo inteiro e não
somente com a empresa que consta formalmente na CTPS como empregadora.
Veja um julgado sobre a configuração de empregador único:

AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. UNICIDADE CONTRATUAL. GRUPO ECONÔ-


MICO. No que se refere à unicidade contratual, o Direito do Trabalho adota a teoria do
empregador único relativamente à responsabilidade das empresas que integram grupo
econômico. Por esse viés, o contrato de trabalho é um só, reconhecendo-se dessa forma
a unicidade contratual. Nesse sentido é a Súmula 129/TST. Agravo conhecido e despro-
vido (Ag-AIRR-1010-58.2012.5.10.0001, 3ª Turma, Relator Ministro Alexandre de Souza
Agra Belmonte, DEJT 14/09/2018).

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Decorre daí o entendimento do TST de que o trabalho realizado para várias empresas do
mesmo grupo, durante a mesma jornada, não configura mais de um contrato de trabalho, con-
forme Súmula n. 129 do TST:

Súmula n. 129 do TST


CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20
e 21.11.2003
A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante
a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de
trabalho, salvo ajuste em contrário.

Logo, se Mariana presta serviços para a empresa A e para a empresa B, integrantes do


mesmo grupo econômico no mesmo dia, devemos considerar um único contrato de trabalho.
A jornada é única, visto que o empregador é único, mesmo que apenas uma delas promova a
anotação na CTPS de Mariana. A exceção ocorre se as empresas decidirem fazer, cada uma,
o seu contrato de trabalho com Mariana (quando então existirá uma anotação para cada con-
trato de trabalho na CTPS).
Ora, essa premissa de empregador único traz consequências.
Ela justifica a soma de períodos de trabalho diferentes para a aquisição de direitos trabalhis-
tas, tais como férias, adicional por tempo de serviço etc. É o que se denomina accessio temporis.
Imagine, por exemplo, que Joaquim prestou serviços como contador em sequência para
a empresa A durante 4 meses, para a empresa B durante 6 meses e para a empresa C mais 2
meses. As empresas A, B e C são integrantes do mesmo grupo econômico. Esses meses todos
serão somados para totalizar 12 meses e permitir que Joaquim tenha adquirido direito a férias.
Outra consequência da tese do empregador único: pode, ainda, uma das empresas do gru-
po exigir que o empregado registrado em outra empresa do mesmo grupo preste serviços para
ela se houver consentimento da empresa que anotou a CTPS.
Além disso, se uma empresa integrante do grupo econômico promover a anotação do vín-
culo de emprego na CTPS, nada impede que outra empresa do grupo promova a baixa na CTPS
quando houver extinção do contrato de trabalho.
Vale, ainda, ressaltar um ponto: se o trabalhador quiser ajuizar a ação trabalhista contra
apenas uma empresa do grupo econômico, isso é possível, como já vimos. Todavia, isso não
impede que, no curso da execução contra essa empresa, o juiz reconheça a existência de gru-
po econômico com outras empresas, determinando que as demais empresas sejam inseridas
no polo passivo da execução do crédito que está sendo executado.
Ora, sendo empregador único todo o grupo, as demais empresas integrantes do grupo,
mas que não participaram do processo de conhecimento, podem ser colocadas na execução
no processo. A própria existência do grupo econômico pode ser reconhecida na execução.

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O Tribunal Superior do Trabalho possuía uma súmula (205) que impedia a inclusão na exe-
cução sem que a empresa tivesse participado do processo de conhecimento, mas essa súmu-
la foi cancelada. A inclusão atualmente é plenamente possível:

(...) INCLUSÃO DA EXECUTADA NO POLO PASSIVO DA LIDE EM FACE DA FORMAÇÃO


DE GRUPO ECONÔMICO. (...) Com efeito, em razão do cancelamento da Súmula n. 205
do TST, a jurisprudência passou a admitir o redirecionamento da execução à empresa
integrante do mesmo grupo econômico da empresa empregadora do trabalhador,
como forma de garantir a plena satisfação do crédito trabalhista, conforme o artigo 2º,
§ 2º, da CLT, que assegura a responsabilidade de grupo empresarial. Assim, o fato de
a executada não ter participado da fase de conhecimento não configura ofensa, direta
e literal, ao art. 5º, incisos LIV e LV, da Constituição Federal, uma vez que a responsabi-
lidade solidária pode ser reconhecida em qualquer fase processual. Agravo de instru-
mento desprovido. (...) (AIRR – 863-43.2013.5.03.0146, Relator Ministro: José Roberto
Freire Pimenta, Data de Julgamento: 06/02/2019, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT
08/02/2019)

Por outro lado, uma outra corrente (minoritária) defende que a responsabilidade o grupo
econômico é passiva exclusiva. Isso significaria que existe somente a responsabilidade soli-
dária em relação aos créditos trabalhistas, mas não um único contrato. Essa posição, contudo,
não é majoritária na jurisprudência.

2. Sucessão Trabalhista
2.1. Generalidades
A sucessão trabalhista é um fenômeno que ocorre, em regra, quando uma unidade econô-
mico-jurídica significativa é transferida de uma pessoa para outra. Trata-se de uma ampliação
da garantia de recebimento dos créditos do trabalhador.
O que garante que os trabalhadores receberão os seus créditos, se o empregador não pa-
gar? É o patrimônio do empregador, o qual poderá ser executado na Justiça e vendido em leilão
para quitar a dívida.
Logo, quando parcela significativa desse patrimônio (que chamamos de unidade eco-
nômico-jurídica) é transferido para outra pessoa, a garantia dos contratos de trabalho vai
embora. Assim, nada mais justo que considerar que aquele que recebe essa garantia res-
ponde pelos créditos trabalhistas devidos pelo empregador anterior. É a responsabilidade
do sucessor.
Essas ideias foram retiradas da interpretação dos arts. 10 e 448 da CLT que indicam:

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CLT
Art. 10 – Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por
seus empregados.
Art. 448 – A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos
de trabalho dos respectivos empregados.

Assim, a título de ilustração, se uma empresa A é comprada e absorvida pela empresa B


(incorporação), então o patrimônio da empresa A foi transferido para a B, que se torna a suces-
sora trabalhista. Outro exemplo ocorre quando a empresa X se funde com a empresa Y (fusão),
formando a XY, que será a sucessora.
O TST inclusive consolidou o entendimento na Orientação Jurisprudencial 261 da SDI-I:

OJ 261 da SDI-I
BANCOS. SUCESSÃO TRABALHISTA (inserida em 27.09.2002)
As obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados tra-
balhavam para o banco sucedido, são de responsabilidade do sucessor, uma vez que a
este foram transferidos os ativos, as agências, os direitos e deveres contratuais, caracte-
rizando típica sucessão trabalhista.

Embora o verbete referido mencione “bancos”, sua inteligência de que a sucessão ocorre
com a transferência de ativos evidencia o entendimento da Corte Superior acerca do que seria
uma sucessão trabalhista.
E o que seria a transferência de unidade econômico-jurídica? Seria o trespasse, a fusão, a
incorporação ou que tipo de outra figura?
Na realidade, qualquer modalidade de transferência de um conjunto de bens que afete subs-
tancialmente a estrutura anterior do empregador existente pode ser enquadrada nesse concei-
to, porque afeta o patrimônio do antigo devedor trabalhista. Observe esse julgado do TST:

(...) Cabe, ainda, reiterar que a noção tida como fundamental é a de transferência de uma
universalidade, ou seja, a transferência de parte significativa do(s) estabelecimento(s) ou
da empresa de modo a afetar significativamente os contratos de trabalho. Assim, a pas-
sagem para outro titular de uma fração importante de um complexo empresarial (bens
materiais e imateriais), comprometendo de modo importante o antigo complexo, pode
ensejar a sucessão de empregadores, por afetar de maneira importante os antigos contra-
tos de trabalho. Desse modo, qualquer título jurídico hábil a operar a transferência de uni-
versalidade no Direito brasileiro (compra e venda, arrendamento, concessão, permissão,
delegação etc.) é compatível com a sucessão de empregadores. É indiferente, portanto, à
ordem justrabalhista, a modalidade de título jurídico utilizada para o trespasse efetuado.
(...) (ED-ARR – 753-70.2011.5.14.0061, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data
de Julgamento: 04/10/2017, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 06/10/2017)

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002. (VUNESP/FITO/ADVOGADO/2020/ADAPTADA) Sobre a sucessão empresarial ou de


empregadores prevista na CLT, assinale a alternativa correta.
a) As obrigações trabalhistas, exceto as contraídas à época em que os empregados trabalha-
vam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.

Na sucessão trabalhista, o sucessor responde inclusive pelas obrigações trabalhistas


do sucedido.
Errado.

Um outro detalhe é relevante: perceba que até mesmo a alteração na propriedade da em-
presa empregadora (venda de quotas da sociedade, por exemplo) ou da estrutura jurídica (so-
ciedade limitada transforma-se em sociedade anônima, por exemplo) também é considerada
sucessão trabalhista:

CLT
Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de
trabalho dos respectivos empregados.

Logo, se os sócios de uma empresa vendem as suas quotas para outras pessoas, somente
os sócios mudaram, mas houve sucessão, muito embora o empregador seja o mesmo (a em-
presa pessoa jurídica).
Note que, para caracterizar a sucessão, não existe qualquer exigência no sentido de que o
trabalhador continue prestando serviços para o sucessor.
Aliás, o TST entende que, mesmo tendo os contratos sido extintos antes da sucessão, a
responsabilidade do sucessor ainda persiste:

(...) SUCESSÃO TRABALHISTA. CONTRATO DE TRABALHO EXTINTO ANTES DA SUCES-


SÃO. RESPONSABILIDADE DA SUCESSORA. (...) Ressalta-se que a jurisprudência desta
Corte é no sentido de que a sucessão trabalhista de empregadores traz como consequ-
ência legal a transmissão de todas as responsabilidades relativas aos débitos do suce-
dido, ainda que haja débitos referentes a período anterior à sucessão. Assim, ainda que
o contrato de trabalho tenha sido extinto antes da sucessão, não há falar em ausência
de responsabilidade do sucessor pelos créditos trabalhistas postulados (precedentes).
Agravo de instrumento desprovido. (AIRR – 1024-30.2015.5.09.0562, Relator Ministro:
José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 02/08/2017, 2ª Turma, Data de Publi-
cação: DEJT 04/08/2017)

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Contudo, há duas situações em que a continuidade na prestação de serviços torna-se


relevante:
• Quando se trata de serventia extrajudicial (cartório):

O TST entende que o fato de o titular da serventia (notário ou registrador) ter assumido a
função em virtude de concurso público não elimina a sucessão trabalhista, desde que o traba-
lhador continue prestando serviços para o novo titular. Se houver a continuidade da prestação
de serviços, há responsabilidade do novo titular pelos créditos devidos pelo titular anterior.
Observe esse julgado que fixa essas mesmas premissas:

(...) II – RECURSO DE REVISTA. LEI N. 13.015/2014. MUDANÇA DE TITULARIDADE DE


CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL. APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. CONTINUIDADE DA
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. SUCESSÃO TRABALHISTA. Depreende-se do acórdão recor-
rido que a alteração da titularidade do cartório ocorreu por ocasião da aprovação em con-
curso público do novo notarial, tendo assumido o acervo em 09/05/2014, sendo incon-
troverso que a reclamante continuou a prestar serviços ao novo titular após mudança de
titularidade do cartório. Com efeito, ainda que a titularidade notarial tenha se operado
em razão de aprovação em concurso público do novo titular, não há óbice ao reconhe-
cimento da sucessão trabalhista, porquanto houve aproveitamento dos empregados do
titular sucedido pelo sucessor, que também se beneficiou da força de trabalho da recla-
mante. Nesse contexto, a jurisprudência desta Corte pacificou o entendimento de que,
demonstradas a transferência da unidade econômica jurídica pelo titular e a continuidade
da prestação de serviços, hipótese dos autos, resta caracterizada a sucessão trabalhista.
Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. (...) (RR – 10700-06.2014.5.18.0006,
Relatora Ministra: Maria Helena Mallmann, Data de Julgamento: 19/09/2018, 2ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 05/10/2018)

Se não houver a continuidade para o novo titular da serventia, então não haverá sucessão
trabalhista:

(...) II – RECURSO DE REVISTA. SUCESSÃO TRABALHISTA. TITULAR DE CARTÓRIO EXTRA-


JUDICIAL. POSSIBILIDADE. RESPONSABILIDADE DO SUCESSOR. AUSÊNCIA DE PRESTA-
ÇÃO DE SERVIÇOS AO NOVO DELEGATÁRIO. Cinge-se a controvérsia a se perquirir sobre
a sucessão trabalhista – titular de cartório extrajudicial – possibilidade – responsabili-
dade do sucessor. (...) Note-se que esta Corte sedimentou o entendimento de que não
caracteriza sucessão trabalhista quando o empregado do titular anterior não prestou ser-
viços ao novo titular do cartório. (...) (RR-1001539-11.2015.5.02.0314, 3ª Turma, Relator
Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 06/12/2019).

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• Quando se trata de concessão de serviços públicos:

Na concessão de serviços públicos, é natural que os bens que eram utilizados por uma con-
cessionária passem a ser utilizados pela nova concessionária que assume o serviço público.
O TST entende que a nova concessionária apenas assume a responsabilidade pelos cré-
ditos devidos pela concessionária anterior, quando o contrato de trabalho do empregador é
extinto após o início da nova concessão.
Trata-se de aplicação da OJ 225 da SDI-I do TST:

OJ 225 da SDI-I do TST


CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. RESPONSABILIDADE TRABALHISTA
(nova redação) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
Celebrado contrato de concessão de serviço público em que uma empresa (primeira conces-
sionária) outorga a outra (segunda concessionária), no todo ou em parte, mediante arrenda-
mento, ou qualquer outra forma contratual, a título transitório, bens de sua propriedade:
I – em caso de rescisão do contrato de trabalho após a entrada em vigor da concessão, a
segunda concessionária, na condição de sucessora, responde pelos direitos decorrentes do
contrato de trabalho, sem prejuízo da responsabilidade subsidiária da primeira concessionária
pelos débitos trabalhistas contraídos até a concessão;
II – no tocante ao contrato de trabalho extinto antes da vigência da concessão, a respon-
sabilidade pelos direitos dos trabalhadores será exclusivamente da antecessora.

Veja uma aplicação prática dessa inteligência:

(...) TRANSPORTADORA E INDUSTRIAL AUTOBUS S.A. E TURB TRANSPORTE URBANO


S.A. RESPONSABILIDADE POR VERBAS TRABALHISTAS. SUCESSÃO DE EMPRESAS.
CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO. OJ 225 DA SBDI-1 DO TST. SÚMULA 126
DO TST. Trata-se de hipótese na qual houve sucessão entre concessionárias do serviço
público de transporte coletivo do Município de Petrópolis-RJ. A controvérsia reside na
possibilidade de responsabilização da empresa sucessora no que diz respeito às verbas
trabalhistas inadimplidas pela antiga prestadora de serviços. A Orientação Jurispruden-
cial 225 da SBDI-1 do TST preleciona que não há responsabilidade da empresa sucessora
nos casos em que o contrato de trabalho foi extinto antes da entrada em vigor da conces-
são. Na hipótese, o Regional, soberano no exame da matéria probatória, consignou que “o
contrato de trabalho do reclamante foi extinto antes que o mesmo tenha iniciado a pres-
tação de serviços para a nova empresa “. Pressupõe-se, portanto, utilizando como base
o quadro fático delineado pelo Tribunal de origem, que a Reclamante não prestou servi-
ços à empresa sucessora (TURB). (...) (AIRR-1598-84.2012.5.01.0302, 2ª Turma, Relatora
Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT 29/05/2020).

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2.2. Responsabilidade do Sucessor e do Sucedido


Consolidou-se, na jurisprudência, que a responsabilidade é exclusiva do sucessor traba-
lhista, ou seja, não haveria, como regra, responsabilidade do sucedido.
Observe um julgado nessa direção:

(...) SUCESSÃO DE EMPREGADORES. RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DA EMPRESA


SUCESSORA PELAS VERBAS TRABALHISTAS DEVIDAS AO EMPREGADO. A jurisprudência
desta Corte Superior é no sentido de que a sucessão trabalhista, regra geral, transfere para
o sucessor a exclusiva responsabilidade pelo adimplemento e pela execução dos contra-
tos de trabalho da empresa sucedida, obrigando a quem for o empregador o ônus pelos
contratos já existentes à época em que se deu a sucessão. Precedentes. Incide o óbice
da Súmula n. 333 do TST. Recurso de revista não conhecido (RR-578-21.2013.5.04.0664,
2ª Turma, Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT 04/09/2020).

Nesse ponto, o entendimento existente foi confirmado pelo art. 448-A, caput, da CLT:

CLT
Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448
desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empre-
gados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.

Assim, com a sucessão, os direitos já adquiridos pelo empregado (direitos adquiridos são
aqueles para cuja aquisição o trabalhador já preencheu todos os requisitos) durante o tempo
em que trabalhou para o sucedido passam a ser, como regra, de responsabilidade exclusiva
do sucessor.
O sucedido, conforme mencionado, não possui, como regra, qualquer responsabilidade. No
entanto, existem duas exceções reconhecidas na jurisprudência:
• Quando ocorre fraude na sucessão:

No caso da fraude, verifica-se, na prática, que o empregador transfere seus bens para outra
pessoa com objetivo de transferir a dívida trabalhista para o sucessor que sabe da irregularida-
de, buscando ficar livre de qualquer responsabilidade. Isso é ilegal.
Aliás, a reforma trabalhista (Lei n. 13.467/2017) constou esse último caso de forma ex-
pressa no parágrafo único do art. 448-A da CLT:

CLT
Art. 448-A. (...)
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar
comprovada fraude na transferência.

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Pense na empresa X que deve 1 milhão de reais em direitos trabalhistas, mas apenas pos-
sui patrimônio de 100 mil reais. O proprietário, então, transfere o estabelecimento para outra
empresa que pertence a “laranjas” com objetivo de transferir toda a dívida. Trata-se de fraude.
Na hipótese de fraude, a responsabilidade do sucedido é solidária.
• Quando o sucessor ostenta insuficiência econômica absoluta:

O Tribunal Superior do Trabalho tem uma posição no sentido de que a responsabilidade


do sucedido pode existir se houver absoluta insuficiência econômica do sucessor, isto é, não
possui claramente bens bastantes para pagar o crédito trabalhista. Veja julgados:

(...) SUCESSÃO DE EMPREGADORES. RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DA EMPRESA


SUCESSORA. A jurisprudência desta Corte firmou entendimento de que a sucessão tra-
balhista transfere para a empresa sucessora a exclusiva responsabilidade pelo adimple-
mento e execução dos contratos de trabalho da empresa sucedida existentes na época
em que ocorreu a sucessão. Com efeito, a responsabilidade solidária somente é possível
em circunstâncias excepcionais, como fraude ou absoluta insuficiência econômico-finan-
ceira do sucessor, o que não acontece no presente caso. (...) (RR-800-24.2014.5.04.0641,
2ª Turma, Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT 26/06/2020).

E qual seria o nível de responsabilidade do sucedido nesse caso? Será responsabilidade


solidária da mesma forma, porquanto não faria sentido o sucedido ter transferido seus ativos
para uma empresa que não possui suficiência econômica sequer relativa e simplesmente se
isentar da responsabilidade:

(...) SUCESSÃO DE EMPREGADORES. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. 1. A teor do art.


10 da CLT, qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seu empregados. 2. Como regra geral, a sucessão trabalhista transfere para
o sucessor a exclusiva responsabilidade pelo adimplemento e execução dos contratos
de trabalho do empregador sucedido. A responsabilidade solidária é possível apenas em
circunstâncias excepcionais de fraude ou absoluta insuficiência econômico-financeira do
sucessor, hipóteses não delineadas no caso. 3. O quadro descrito no acórdão denota que a
dispensa do autor se deu em momento posterior à aquisição da unidade fabril da primeira
ré pela segunda. Recurso de revista conhecido e provido (RR-20056-45.2017.5.04.0641, 3ª
Turma, Relator Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 10/05/2019).

Lembre-se de que a dívida era originariamente do sucedido, de forma que não se trata
de uma criação de responsabilidade solidária pela jurisprudência, mas uma interpretação da
responsabilidade que já era do sucedido antes da sucessão, não podendo ser simplesmente
transferida para aquele não possui qualquer condição econômica.
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2.3. Cláusula de não Responsabilização


Uma situação bastante interessante ocorre quando, entre o sucessor e o sucedido, existe
um contrato que prevê que o sucessor não responde pela dívida trabalhista do sucedido. É a
chamada cláusula de não responsabilização.
Essa cláusula é válida entre as partes, mas ineficaz (não produz efeitos) em relação ao
trabalhador, o que significa que o trabalhador pode impor a responsabilidade ao sucessor. O
trabalhador não é afetado por essa cláusula.
Caso o sucessor tenha que arcar com créditos trabalhistas do sucedido, claro que o suces-
sor poderá entrar com ação regressiva na Justiça Comum contra a sucedida para ser ressarcido.

2.4. Efeitos da Sucessão sobre os Contratos em Curso


Quando o trabalhador continua a prestar serviços para a sucessora, o contrato de trabalho
continua o mesmo. Assim, o empregador pode ser mudado no curso da relação de emprego,
mas o contrato em vigor continua normalmente.
Trata-se de alteração subjetiva no polo passivo da relação de emprego. Isso é possível em
virtude do princípio da despersonalização da figura do empregador. Por esse princípio, não
existe pessoalidade em relação ao empregador na relação empregatícia firmada, de forma que
sua alteração, em determinadas situações, mantém hígido o contrato existente.
Assim, se João é empregado da empresa A, que é comprada pela empresa X, e conti-
nua trabalhando normalmente no estabelecimento (que agora pertence à empresa X), então
o contrato de trabalho é o mesmo, mas o empregador passou a ser a empresa X. Incide o art.
448 da CLT:

CLT
Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de
trabalho dos respectivos empregados.

E o que ocorre se uma empresa A integra um grupo econômico com as empresas B e C, mas
a empresa A foi comprada posteriormente por uma empresa X (que não integra aquele grupo)?
Como empresas integrantes do mesmo grupo econômico (A, B e C) são solidariamente respon-
sáveis pelos créditos trabalhistas de seus empregados, será que a empresa X responderia pelas dí-
vidas das empresas B ou C com seus funcionários pelo simples fato de ter comprado a empresa A?
A resposta correta depende. Se a empresa devedora trabalhista (B ou C) tivesse, na época em
que a empresa A foi vendida, condições patrimoniais de pagar os seus próprios trabalhadores, en-
tão não há sucessão e a empresa X não arca com nada, exceto se houver uma fraude ou uma má-fé.
Por outro lado, se a empresa devedora (B ou C) não tivesse condições patrimoniais de ar-
car com os créditos na época em que a empresa A foi vendida, então a empresa X responde
como sucessora.

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Leia a Orientação Jurisprudencial 411 da SDI-I do TST:

OJ 411 da SDI-I
SUCESSÃO TRABALHISTA. AQUISIÇÃO DE EMPRESA PERTENCENTE A GRUPO ECONÔ-
MICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO SUCESSOR POR DÉBITOS TRABALHISTAS
DE EMPRESA NÃO ADQUIRIDA. INEXISTÊNCIA. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010)
O sucessor não responde solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não adqui-
rida, integrante do mesmo grupo econômico da empresa sucedida, quando, à época, a
empresa devedora direta era solvente ou idônea economicamente, ressalvada a hipótese
de má-fé ou fraude na sucessão.

2.5. Particularidades
2.5.1. Alienação Judicial de Ativos na Falência e Recuperação Judicial

No plano de recuperação judicial de uma empresa, pode ocorrer a necessidade de aliena-


ção judicial de ativos para fazer caixa de maneira a permitir a recuperação empresarial. Obser-
ve o art. 60, caput, da Lei n. 11.101/2005:

Lei n. 11.101/2005
Art. 60. Se o plano de recuperação judicial aprovado envolver alienação judicial de filiais ou de unidades
produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua realização, observado o disposto no art. 142 desta Lei.

Na falência, a alienação de ativos é necessária para permitir o pagamento dos credores


habilitados. Leia o art. 141 da Lei n. 11.101/2005:

Lei n. 11.101/2005
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, pro-
movida sob qualquer das modalidades de que trata o art. 142:
I – todos os credores, observada a ordem de preferência definida no art. 83 desta Lei, sub-rogam-se
no produto da realização do ativo;

Efetivada a alienação, não se pode negar que houve uma transferência da unidade econô-
mico-jurídica, mas não haverá sucessão nas obrigações trabalhistas, conforme art. 60, pará-
grafo único e art. 141, II e § 2º:

Lei n. 11.101/2005
Art. 60. (...)
Parágrafo-único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do
arrematante nas obrigações do devedor de qualquer natureza, incluídas, mas não exclusivamente,
as de natureza ambiental, regulatória, administrativa, penal, anticorrupção, tributária e trabalhista,
observado o disposto no § 1º do art. 141 desta Lei.
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Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, pro-
movida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo:
II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas
obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e
as decorrentes de acidentes de trabalho.
§ 1º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica quando o arrematante for:
I – sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do falido ou de
sócio da sociedade falida; ou
III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão.

O Supremo Tribunal Federal reconheceu a constitucionalidade desse preceito na ADI 3934/DF:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 60, PARÁGRAFO ÚNICO, 83, I E


IV, c, E 141, II, DA LEI 11.101/2005. FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL. INEXISTÊN-
CIA DE OFENSA AOS ARTIGOS 1º, III E IV, 6º, 7º, I, E 170, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
de 1988. ADI JULGADA IMPROCEDENTE. (...) II – Não há, também, inconstitucionalidade
quanto à ausência de sucessão de créditos trabalhistas. (...) (ADI 3934, Relator(a): Min.
RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, PUBLIC 06-11-2009)

O TST segue, por evidente, a mesma linha:

(...) II – RECURSO DE REVISTA. LEI N. 13.467/2017. LACTALIS DO BRASIL – COMÉRCIO,


IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE LATICÍNIOS LTDA. ARREMATAÇÃO DE UNIDADE PRO-
DUTIVA ISOLADA (UPI) EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL. RESPONSABILIDADE DO ARREMA-
TANTE EM PERÍODO ANTERIOR À ARREMATAÇÃO. DISCUSSÃO ACERCA DA SUCESSÃO
DE EMPREGADORES (...) 3 – O STF, no exame do mérito da ADIn n. 3.934-2, decidiu que
a Lei n. 11.101/2005, ao estabelecer que o arrematante não tem responsabilidade pelas
obrigações do devedor, no caso da alienação de filiais ou de unidades produtivas isola-
das, ocorrida no curso da recuperação judicial (art. 60, parágrafo único) ou após a convo-
lação da recuperação judicial em falência (art. 141, II), salvo nas hipóteses previstas na
própria lei (art. 141, II e § 1º), não afrontou os dispositivos constitucionais que tratam da
proteção jurídica dos trabalhadores (arts. 1º, III e IV, 6º, 7º, I, e 170 da Constituição Fede-
ral de 1988). 4 – O TST, em observância à decisão do STF, a qual teve efeito vinculante
(art. 102, § 2º, da Constituição Federal de 1988), vem adotando o entendimento de que
o art. 60, parágrafo único, da Lei n. 11.101/2005 estabelece que no caso de recuperação
judicial de empresas, a alienação de unidade produtiva isolada não enseja a caracteriza-
ção de sucessão de empresa quanto às obrigações trabalhistas. Julgados. 5 – Recurso
de revista de que se conhece e a que se dá provimento (RR-20218-39.2016.5.04.0782, 6ª
Turma, Relatora Ministra Katia Magalhaes Arruda, DEJT 24/04/2020).

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Ressalte-se que, caso os trabalhadores passem a trabalhar para a empresa arrematante,


serão formados novos contratos de trabalho, conforme previsão legal expressa no art. 141, §
2º, da Lei n. 11.101/2005:

Lei n. 11.101/2005
Art. 141. (...)
§ 2º Empregados do devedor contratados pelo arrematante serão admitidos mediante novos con-
tratos de trabalho e o arrematante não responde por obrigações decorrentes do contrato anterior.

2.5.2. Desmembramento de Municípios

O Município pode sofrer um desmembramento, gerando mais de um Município. As obri-


gações trabalhistas deverão ser, então, fracionadas, de maneira que cada novo ente público
responda pelo período em que foi beneficiado pela prestação de serviços.
Trata-se de uma situação muito peculiar, porquanto, como se tratam de entes públicos, não
se poderia seguir a mesma regra de sucessão, sobretudo porque os entes públicos possuem
receita significativa, além de que pagam suas eventuais condenações judiciais por precatório
ou requisição de pequeno valor, demonstrando que a garantia do empegado público não seria
afetada pelo desmembramento.
O Tribunal Superior do Trabalho consolidou a responsabilidade somente pelo período em
que atuaram como efetivo empregador:

OJ 92 da SDI-I do TST
DESMEMBRAMENTO DE MUNICÍPIOS. RESPONSABILIDADE TRABALHISTA (inserida
em 30.05.1997)
Em caso de criação de novo município, por desmembramento, cada uma das novas enti-
dades responsabiliza-se pelos direitos trabalhistas do empregado no período em que
figurarem como real empregador.

Logo, se Vitória era empregada pública do Município Alfa até 2018, quando o Município
foi desmembrado em Município Alfa e em Município Gama, passando a trabalhar para o novo
Município a partir de 2018, cada ente público responde pelas dívidas devidas no período em
que foi empregador.

3. Terceirização
A ideia de terceirização pressupõe a existência de um tomador de serviços, um emprega-
dor prestador de serviços (normalmente uma pessoa jurídica) e um empregado.

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Existem diversos tipos de terceirização lícita, das quais destacamos:


• terceirização comum;
• trabalho temporário;
• subempreitada;
• dono da obra;
• cooperativas.

3.1. Terceirização Comum


3.1.1. Terceirização no Setor Privado

Na terceirização comum, antes das decisões recentes do STF (sobre o Tema 725 da Lista
de Repercussão Geral e ADPF 324), a jurisprudência do TST havia consagrado que a terceiri-
zação somente seria possível, na atividade meio do tomador de serviços. Isso significava que
não se poderia passar a atividade-fim da tomadora para uma empresa prestadora de serviços.
Assim, por exemplo, um banco não poderia terceirizar a atividade de abertura de contas
bancárias, o depósito de valores, os saques etc. Entretanto, poderia terceirizar serviços de lim-
peza, conservação e vigilância.
Terceirizar a atividade-fim, antes das decisões do STF, seria, em regra, segundo o TST,
ilícito. E a ilicitude implicava o reconhecimento de vínculo de emprego diretamente com o
“tomador”.
Logo, por exemplo, se o banco terceirizasse a atividade-fim, contratando uma empresa
prestadora de serviços para fazer trabalho de bancário, então, a Justiça do Trabalho reconhe-
cia o vínculo de emprego do trabalhador indevidamente terceirizado com o banco.
Veja o disposto na Súmula n. 331, I, do TST:

Súmula n. 331 do TST


CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação do item IV e inse-
ridos os itens V e VI à redação) – Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo
diretamente com o tomador dos serviços, (...).

No entanto, importante registrar que o STF, ao julgar a referida matéria no Tema 725 da
Lista de Repercussão Geral, reconheceu a regularidade da terceirização na atividade-fim. O
entendimento foi sintetizado na tese do Tema 725 mencionado, assim redigido:

É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurí-
dicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a
responsabilidade subsidiária da empresa contratante.

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O trecho da ementa desse julgado transcrito a seguir evidencia que o entendimento de que
a terceirização pode ocorrer na atividade-fim, sendo prática perfeitamente compatível com a
Constituição Federal:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA COM REPERCUS-


SÃO GERAL. DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO DO TRABALHO. CONSTITUCIONALI-
DADE DA “TERCEIRIZAÇÃO”. ADMISSIBILIDADE. OFENSA DIRETA. VALORES SOCIAIS DO
TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA (ART. 1º, IV, CRFB). RELAÇÃO COMPLEMENTAR E
DIALÓGICA, NÃO CONFLITIVA. PRINCÍPIO DA LIBERDADE JURÍDICA (ART. 5º, II, CRFB).
CONSECTÁRIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA (ART. 1º, III, CRFB). VEDAÇÃO A
RESTRIÇÕES ARBITRÁRIAS E INCOMPATÍVEIS COM O POSTULADO DA PROPORCIONALI-
DADE. DEMONSTRAÇÃO EMPÍRICA DA NECESSIDADE, ADEQUAÇÃO E PROPORCIONALI-
DADE ESTRITA DE MEDIDA RESTRITIVA COMO ÔNUS DO PROPONENTE DESTA. RIGOR
DO ESCRUTÍNIO EQUIVALENTE À GRAVIDADE DA MEDIDA. RESTRIÇÃO DE LIBERDADE
ESTABELECIDA JURISPRUDENCIALMENTE. EXIGÊNCIA DE GRAU MÁXIMO DE CERTEZA.
MANDAMENTO DEMOCRÁTICO. LEGISLATIVO COMO LOCUS ADEQUADO PARA ESCO-
LHAS POLÍTICAS DISCRICIONÁRIAS. Súmula n. 331 TST. PROIBIÇÃO DA TERCEIRIZA-
ÇÃO. EXAME DOS FUNDAMENTOS. INEXISTÊNCIA DE FRAGILIZAÇÃO DE MOVIMENTOS
SINDICAIS. DIVISÃO ENTRE “ATIVIDADE-FIM” E “ATIVIDADE-MEIO” IMPRECISA, ARTIFI-
CIAL E INCOMPATÍVEL COM A ECONOMIA MODERNA. CISÃO DE ATIVIDADES ENTRE
PESSOAS JURÍDICAS DISTINTAS. ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL. INEXISTÊNCIA DE
CARÁTER FRAUDULENTO. PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DA LIBERDADE DE DESENHO
EMPRESARIAL (ARTS. 1º, IV, E 170). CIÊNCIAS ECONÔMICAS E TEORIA DA ADMINISTRA-
ÇÃO. PROFUSA LITERATURA SOBRE OS EFEITOS POSITIVOS DA TERCEIRIZAÇÃO. OBSER-
VÂNCIA DAS REGRAS TRABALHISTAS POR CADA EMPRESA EM RELAÇÃO AOS EMPRE-
GADOS QUE CONTRATAREM. EFEITOS PRÁTICOS DA TERCEIRIZAÇÃO. PESQUISAS
EMPÍRICAS. NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA DE METODOLOGIA CIENTÍFICA. ESTUDOS
DEMONSTRANDO EFEITOS POSITIVOS DA TERCEIRIZAÇÃO QUANTO A EMPREGO, SALÁ-
RIOS, TURNOVER E CRESCIMENTO ECONÔMICO. INSUBSISTÊNCIA DAS PREMISSAS DA
PROIBIÇÃO JURISPRUDENCIAL DA TERCEIRIZAÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADE DOS
INCISOS I, III, IV E VI DA Súmula n. 331 DO TST. AFASTAMENTO DA RESPONSABILIDADE
SUBSIDIÁRIA DA CONTRATANTE POR OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA. RECURSO EXTRA-
ORDINÁRIO PROVIDO. 1. Recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida para
examinar a constitucionalidade da Súmula n. 331 do Tribunal Superior do Trabalho, no
que concerne à proibição da terceirização de atividades-fim e responsabilização do con-
tratante pelas obrigações trabalhistas referentes aos empregados da empresa terceiri-
zada. (...) 4. Os valores do trabalho e da livre iniciativa, insculpidos na Constituição (art.
1º, IV), são intrinsecamente conectados, em uma relação dialógica que impede seja rotu-
lada determinada providência como maximizadora de apenas um desses princípios, haja

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vista ser essencial para o progresso dos trabalhadores brasileiros a liberdade de organi-
zação produtiva dos cidadãos, entendida esta como balizamento do poder regulatório
para evitar intervenções na dinâmica da economia incompatíveis com os postulados da
proporcionalidade e da razoabilidade. 5. O art. 5º, II, da Constituição consagra o princípio
da liberdade jurídica, consectário da dignidade da pessoa humana, restando cediço em
sede doutrinária que o “princípio da liberdade jurídica exige uma situação de disciplina
jurídica na qual se ordena e se proíbe o mínimo possível” (ALEXY, Robert. Teoria dos Direi-
tos Fundamentais. Trad. Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 177). 6. O
direito geral de liberdade, sob pena de tornar-se estéril, somente pode ser restringido por
medidas informadas por parâmetro constitucionalmente legítimo e adequadas ao teste
da proporcionalidade. (...) 10. A dicotomia entre “atividade-fim” e “atividade-meio” é impre-
cisa, artificial e ignora a dinâmica da economia moderna, caracterizada pela especializa-
ção e divisão de tarefas com vistas à maior eficiência possível, de modo que frequente-
mente o produto ou serviço final comercializado por uma entidade comercial é fabricado
ou prestado por agente distinto, sendo também comum a mutação constante do objeto
social das empresas para atender a necessidades da sociedade, como revelam as mais
valiosas empresas do mundo. É que a doutrina no campo econômico é uníssona no sen-
tido de que as “Firmas mudaram o escopo de suas atividades, tipicamente reconcen-
trando em seus negócios principais e terceirizando muitas das atividades que previa-
mente consideravam como centrais” (ROBERTS, John. The Modern Firm: Organizational
Design for Performance and Growth. Oxford: Oxford University Press, 2007). 11. A cisão
de atividades entre pessoas jurídicas distintas não revela qualquer intuito fraudulento,
consubstanciando estratégia, garantida pelos artigos 1º, IV, e 170 da Constituição brasi-
leira, de configuração das empresas para fazer frente às exigências dos consumidores,
justamente porque elas assumem o risco da atividade, representando a perda de eficiên-
cia uma ameaça à sua sobrevivência e ao emprego dos trabalhadores. (...) 13. A Teoria da
Administração qualifica a terceirização (outsourcing) como modelo organizacional de
desintegração vertical, destinado ao alcance de ganhos de performance por meio da
transferência para outros do fornecimento de bens e serviços anteriormente providos
pela própria firma, a fim de que esta se concentre somente naquelas atividades em que
pode gerar o maior valor, adotando a função de “arquiteto vertical” ou “organizador da
cadeia de valor”. 14. A terceirização apresenta os seguintes benefícios: (i) aprimoramento
de tarefas pelo aprendizado especializado; (ii) economias de escala e de escopo; (iii)
redução da complexidade organizacional; (iv) redução de problemas de cálculo e atribui-
ção, facilitando a provisão de incentivos mais fortes a empregados; (v) precificação mais
precisa de custos e maior transparência; (vi) estímulo à competição de fornecedores
externos; (vii) maior facilidade de adaptação a necessidades de modificações estruturais;
(viii) eliminação de problemas de possíveis excessos de produção; (ix) maior eficiência
pelo fim de subsídios cruzados entre departamentos com desempenhos diferentes; (x)

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redução dos custos iniciais de entrada no mercado, facilitando o surgimento de novos


concorrentes; (xi) superação de eventuais limitações de acesso a tecnologias ou maté-
rias-primas; (xii) menor alavancagem operacional, diminuindo a exposição da companhia
a riscos e oscilações de balanço, pela redução de seus custos fixos; (xiii) maior flexibili-
dade para adaptação ao mercado; (xiv) não comprometimento de recursos que poderiam
ser utilizados em setores estratégicos; (xv) diminuição da possibilidade de falhas de um
setor se comunicarem a outros; e (xvi) melhor adaptação a diferentes requerimentos de
administração, know-how e estrutura, para setores e atividades distintas. 15. A terceiriza-
ção de uma etapa produtiva é estratégia de organização que depende da peculiaridade de
cada mercado e cada empresa, destacando a opinio doctorum que por vezes a configura-
ção ótima pode ser o fornecimento tanto interno quanto externo (GULATI, Ranjay; PURA-
NAM, Phanish; BHATTACHARYA, Sourav. “How Much to Make and How Much to Buy? An
Analysis of Optimal Plural Sourcing Strategies.” Strategic Management Journal 34, no. 10
(October 2013): 1145–1161). Deveras, defensável à luz da teoria econômica até mesmo
a terceirização dos Conselhos de Administração das companhias às chamadas Board
Service Providers (BSPs) (BAINBRIDGE, Stephen M.; Henderson, M. Todd. “Boards-R-Us:
Reconceptualizing Corporate Boards” (July 10, 2013). University of Chicago Coase-San-
dor Institute for Law & Economics Research Paper No. 646; UCLA School of Law, Law-E-
con Research Paper No. 13-11). 16. As leis trabalhistas devem ser observadas por cada
uma das empresas envolvidas na cadeia de valor com relação aos empregados que con-
tratarem, tutelando-se, nos termos constitucionalmente assegurados, o interesse dos tra-
balhadores. 17. A prova dos efeitos práticos da terceirização demanda pesquisas empíri-
cas, submetidas aos rígidos procedimentos reconhecidos pela comunidade científica
para desenho do projeto, coleta, codificação, análise de dados e, em especial, a realiza-
ção de inferências causais mediante correta aplicação de ferramentas matemáticas,
estatísticas e informáticas, evitando-se o enviesamento por omissão de variáveis (“omit-
ted variable bias”). 18. A terceirização, segundo estudos empíricos criteriosos, longe de
“precarizar”, “reificar” ou prejudicar os empregados, resulta em inegáveis benefícios aos
trabalhadores em geral, como a redução do desemprego, diminuição do turnover, cresci-
mento econômico e aumento de salários, permitindo a concretização de mandamentos
constitucionais como “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais”, “redução das desigualdades regionais e sociais” e a “busca do pleno
emprego” (arts. 3º, III, e 170 CRFB). (...) 20. A teoria econômica, à luz dessas constata-
ções empíricas, vaticina que, verbis: “Quando a terceirização permite às firmas produzir
com menos custos, a competição entre firmas que terceirizam diminuirá os preços dos
seus produtos. (...) consumidores terão mais dinheiro para gastar com outros bens, o que
ajudará empregos em outras indústrias” (TAYLOR, Timothy. “In Defense of Outsourcing”.
In: 25 Cato J. 367 2005. p. 371). (...) 22. Em conclusão, a prática da terceirização já era
válida no direito brasileiro mesmo no período anterior à edição das Leis n.. 13.429/2017

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e 13.467/2017, independentemente dos setores em que adotada ou da natureza das ati-


vidades contratadas com terceira pessoa, reputando-se inconstitucional a Súmula n.. 331
do TST, por violação aos princípios da livre iniciativa (artigos 1º, IV, e 170 da CRFB) e da
liberdade contratual (art. 5º, II, da CRFB). 23. As contratações de serviços por interposta
pessoa são hígidas, na forma determinada pelo negócio jurídico entre as partes, até o
advento das Leis n.. 13.429/2017 e 13.467/2017, marco temporal após o qual incide o
regramento determinado na nova redação da Lei n. 6.019/1974, inclusive quanto às obri-
gações e formalidades exigidas das empresas tomadoras e prestadoras de serviço. 24. É
aplicável às relações jurídicas preexistentes à Lei n. 13.429, de 31 de março de 2017, a
responsabilidade subsidiária da pessoa jurídica contratante pelas obrigações trabalhis-
tas não adimplidas pela empresa prestadora de serviços, bem como a responsabilidade
pelo recolhimento das contribuições previdenciárias devidas por esta (art. 31 da Lei n.
8.212/93), mercê da necessidade de evitar o vácuo normativo resultante da insubsistên-
cia da Súmula n. 331 do TST. (...) (RE 958252, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado
em 30/08/2018, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-199
DIVULG 12-09-2019 PUBLIC 13-09-2019)

Além disso, o STF, na ADPF 324, reforçou essa possibilidade de terceirização na atividade-
-fim, firmando mais uma tese nesse sentido:

Direito do Trabalho. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Terceiri-


zação de atividade-fim e de atividade-meio. Constitucionalidade. 1. A Constituição não
impõe a adoção de um modelo de produção específico, não impede o desenvolvimento
de estratégias empresariais flexíveis, tampouco veda a terceirização. Todavia, a jurispru-
dência trabalhista sobre o tema tem sido oscilante e não estabelece critérios e condições
claras e objetivas, que permitam sua adoção com segurança. O direito do trabalho e o
sistema sindical precisam se adequar às transformações no mercado de trabalho e na
sociedade. 2. A terceirização das atividades-meio ou das atividades-fim de uma empresa
tem amparo nos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, que
asseguram aos agentes econômicos a liberdade de formular estratégias negociais indu-
toras de maior eficiência econômica e competitividade. 3. A terceirização não enseja,
por si só, precarização do trabalho, violação da dignidade do trabalhador ou desrespeito
a direitos previdenciários. É o exercício abusivo da sua contratação que pode produzir
tais violações. 4. Para evitar tal exercício abusivo, os princípios que amparam a consti-
tucionalidade da terceirização devem ser compatibilizados com as normas constitucio-
nais de tutela do trabalhador, cabendo à contratante: i) verificar a idoneidade e a capaci-
dade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento
das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias (art. 31 da Lei n.
8.212/1993). 5. A responsabilização subsidiária da tomadora dos serviços pressupõe a
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sua participação no processo judicial, bem como a sua inclusão no título executivo judi-
cial. 6. Mesmo com a superveniência da Lei n. 13.467/2017, persiste o objeto da ação,
entre outras razões porque, a despeito dela, não foi revogada ou alterada a Súmula n. 331
do TST, que consolidava o conjunto de decisões da Justiça do Trabalho sobre a matéria,
a indicar que o tema continua a demandar a manifestação do Supremo Tribunal Federal
a respeito dos aspectos constitucionais da terceirização. Além disso, a aprovação da lei
ocorreu após o pedido de inclusão do feito em pauta. 7. Firmo a seguinte tese: ‘1. É lícita
a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou fim, não se configurando relação de
emprego entre a contratante e o empregado da contratada. 2. Na terceirização, compete
à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) res-
ponder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por
obrigações previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei n. 8.212/1993’. 8. ADPF julgada
procedente para assentar a licitude da terceirização de atividade-fim ou meio. Restou
explicitado pela maioria que a decisão não afeta automaticamente decisões transita-
das em julgado. (ADPF 324, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em
30/08/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-194 DIVULG 05-09-2019 PUBLIC 06-09-2019)

Diante desse quadro, o Tribunal Superior do Trabalho passou a firmar entendimento, com
base nas decisões vinculantes do STF, que é possível a terceirização na atividade-fim, muito
embora ainda não tenha sido alterada a Súmula n. 331. Veja um exemplo de julgado do TST:

(...) 1. TERCEIRIZAÇÃO. BANCO. LICITUDE. ADPF N. 324 E RE N. 958.252. TESE FIRMADA


PELO STF EM SEDE DE REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 331 DO TST
À LUZ DOS PRECEDENTES DO STF. CONHECIMENTO E PROVIMENTO. I. O Supremo Tri-
bunal Federal reconheceu a repercussão geral em relação ao tema da terceirização, cujo
deslinde se deu em 30/08/2018, com o julgamento do RE n. 958.252, de que resultou a
fixação da seguinte tese jurídica: “é lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divi-
são do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das
empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante “.
Na mesma oportunidade, ao julgar a ADPF n. 324, a Suprema Corte firmou tese de caráter
vinculante de que “ 1. É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou fim, não
se configurando relação de emprego entre a contratante e o empregado da contratada. 2.
Na terceirização, compete à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econô-
mica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas
trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei n.
8.212/1993 “. A partir de então, esse entendimento passou a ser de aplicação obrigatória
aos processos judiciais em curso em que se discute a terceirização, impondo-se, inclusive,
a leitura e a aplicação da Súmula n. 331 do TST à luz desses precedentes. (...) (RR-1545-
48.2014.5.03.0021, 4ª Turma, Relator Ministro Alexandre Luiz Ramos, DEJT 18/09/2020).

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Contudo, um cuidado deve existir.


A possibilidade de terceirizar a atividade-fim ou a atividade-meio não significa que, apenas
por isso, está tudo correto. Não pode haver também pessoalidade e subordinação direta entre
o trabalhador terceirizado e o tomador de serviços.
Se houver essa pessoalidade e subordinação direta, então o verdadeiro empregador será
aquele que era o suposto tomador de serviços, havendo fraude. E se houver essa fraude, a
Justiça poderia reconhecer vínculo de emprego entre o trabalhador e a empresa tomadora
de serviços.
Nesse caso, os Tribunais trabalhistas podem verificar que a hipótese examinada possui
elementos que diferenciam das premissas do que foi decidido pelo STF. Essa diferenciação au-
toriza julgamento diverso. É a técnica do distinguishing. Leia esses julgados exemplificativos:

(...) III – RECURSO DE REVISTA ADESIVO DA RECLAMANTE REGIDO PELA LEI 13.015/2014.
VÍNCULO DE EMPREGO. NÃO CONFIGURAÇÃO. AUSÊNCIA DE SUBORDINAÇÃO JURÍ-
DICA. (...) Portanto, de acordo com a Suprema Corte, é lícita a terceirização em todas as
etapas do processo produtivo, sem distinção entre atividade-meio ou atividade-fim. Sob
essa perspectiva, não é mais possível reconhecer vínculo direto com a tomadora dos
serviços, em razão apenas da terceirização da atividade-fim. Todavia, admite-se a aplica-
ção do distinguishing quanto à tese fixada no julgamento proferido pelo STF, quando, na
análise do caso concreto, verifica-se a existência de subordinação direta do empregado
terceirizado com a empresa tomadora dos serviços, situação que autoriza o reconheci-
mento do vínculo empregatício direto com esta, o que não ocorre no caso em tela. (...)
(ARR – 21044-67.2014.5.04.0028, Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes, Data de
Julgamento: 03/04/2019, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 05/04/2019)
(...) RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM O TOMADOR DE SERVIÇOS.
FRAUDE NA TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS. VERBAS DECORRENTES DO RECONHECI-
MENTO DA CONDIÇÃO DE BANCÁRIA. ADPF-324/DF. REPERCUSSÃO GERAL. RE-958252/
MG. TEMA N. 725. DISTINGUISHING. O Supremo Tribunal Federal, em sessão extraordiná-
ria realizada no dia 30/08/2018, julgou procedente a arguição formulada na ADPF-324/DF
(Rel. Min. Luís Roberto Barroso, DJe n. 188, divulgado em 06/09/2018), com eficácia erga
omnes e efeito vinculante, e fixou tese jurídica de repercussão geral, correspondente ao
Tema n. 725, no sentido de que “É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão
do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das
empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante.”
(leading case: RE-958252/MG, Rel. Min. Luiz Fux, DJe n. 188, divulgado em 06/09/2018).
Todavia, o caso em exame autoriza a aplicação da técnica da distinção (distinguishing),
pois o Tribunal Regional, com amparo no contexto fático-probatório delineado nos autos,
(...), além de ter consignado que a parte reclamante se ativava na atividade-fim, destacou
a sua subordinação direta ao tomador de serviços, mantendo a sentença que verificou a

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presença dos demais elementos necessários à caracterização do vínculo empregatício.


Recurso de revista não conhecido. (...) (RR – 1560-58.2013.5.09.0094, Relator Ministro:
Márcio Eurico Vitral Amaro, Data de Julgamento: 27/02/2019, 8ª Turma, Data de Publica-
ção: DEJT 01/03/2019)

A reforma trabalhista (Lei n. 13.467/2017) alterou a Lei n. 6.019/1974 para constar a pos-
sibilidade de transferência da execução da atividade principal para a prestadora de serviços,
promovendo uma terceirização:

Lei n. 6.019/1974
Art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da
execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de
direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua
execução.

Aliás, ao definir quem seria a contratante (tomadora de serviços), a Lei n. 13.467/2017


reforçou a possibilidade de terceirização na atividade-fim ao inserir na Lei n. 6.019/1974:

Lei n. 6.019/1974
Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação
de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal.

Quanto à atividade-meio, o TST já havia fixado essa matriz de que a terceirização será
lícita, desde que observada a inexistência de pessoalidade e subordinação. Leia a Súmula
n. 331, III:

Súmula n. 331 do TST


CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação do item IV e inse-
ridos os itens V e VI à redação) – Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilân-
cia (Lei n. 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços
especializados ligados à atividade meio do tomador, desde que inexistente a pessoali-
dade e a subordinação direta.

Claro que a empresa prestadora de serviços precisa atender a determinados requisitos


especificados no art. 4º-B da Lei n. 6.019/1974:

Lei n. 6.019/1974
Art. 4º-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros:
I – prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);

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II – registro na Junta Comercial;


III – capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros:
a) empresas com até dez empregados – capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
b) empresas com mais de dez e até vinte empregados – capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e
cinco mil reais);
c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados – capital mínimo de R$ 45.000,00 (qua-
renta e cinco mil reais);
d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados – capital mínimo de R$ 100.000,00
(cem mil reais); e
e) empresas com mais de cem empregados – capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cin-
quenta mil reais).

Os requisitos do contrato entre a tomadora e prestadora de serviços estão indicados no


art. 5º-B da Lei n. 6.019/1974:

Lei n. 6.019/1974
Art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá:
I – qualificação das partes;
II – especificação do serviço a ser prestado;
III – prazo para realização do serviço, quando for o caso;
IV – valor.

Na terceirização, é evidente que não pode o tomador utilizar a força de trabalho do tercei-
rizado em atividade distinta daquela para a qual contratou a empresa prestadora de serviços:

Lei n. 6.019/1974
Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação
de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal.
§ 1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que
foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços.

As atividades terceirizadas podem ser realizadas no estabelecimento do tomador ou em


outro local ajustado, mas o tomador deve garantir as condições de higiene e segurança:

Lei n. 6.019/1974
Art. 5º-A. (...)
§ 2º Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa contratan-
te ou em outro local, de comum acordo entre as partes.
§ 3º É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade
dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente
convencionado em contrato.

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Para buscar evitar uma diferenciação entre os empregados da própria tomadora de serviços
e os empregados terceirizados, os arts. 4º-C e a 5º-A, § 4º da Lei n. 6.019/1974 com redação
dada pela reforma trabalhista (Lei n. 13.467/2017) prevê regras para assegurar uma isonomia:

Lei n. 6.019/1974
Art. 4º-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o
art. 4º-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das atividades
da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas condições:
I – relativas a:
a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios;
b) direito de utilizar os serviços de transporte;
c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela
designado;
d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir.
II – sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações adequa-
das à prestação do serviço.
§ 1º Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados da
contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros
direitos não previstos neste artigo.
§ 2º Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da contratada em número igual ou
superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da contratante, esta poderá disponibilizar aos em-
pregados da contratada os serviços de alimentação e atendimento ambulatorial em outros locais
apropriados e com igual padrão de atendimento, com vistas a manter o pleno funcionamento dos
serviços existentes.
Art. 5º-A. (...)
§ 4º A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo
atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas de-
pendências da contratante, ou local por ela designado.

E qual seria a responsabilidade do tomador de serviços?


Na terceirização lícita, a responsabilidade do tomador de serviços é subsidiária pelas obri-
gações trabalhistas que não foram pagas pelo empregador (quer dizer, o devedor principal
tem que pagar primeiro e, não tendo como pagar, o devedor subsidiário paga).
Logo, por exemplo, se o supermercado W é o tomador de serviços e a empresa prestadora
de serviços X deixar de pagar seus empregados, podem os empregados cobrar da empresa
empregadora X e do supermercado W, sendo que o tomador supermercado responde subsidia-
riamente. Na execução, primeiramente será executada a empregadora X e, não possuindo bens
para pagar a dívida, passa-se ao supermercado W.

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O TST consolidou esse entendimento na Súmula n. 331, IV, do TST:

Súmula n. 331, IV, do TST


CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação do item IV e inse-
ridos os itens V e VI à redação) – Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde
que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.

Essa mesma lógica foi expressa no art. 5º-A, § 5º, da Lei n. 6.019/1974:

Lei n. 6.019/1974
Art. 5º-A (...)
§ 5º A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referen-
tes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previden-
ciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.

Note que o STF também reconheceu a responsabilidade subsidiária do tomador na ADPF 324:

(...) 7. Firmo a seguinte tese: ‘1. É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio
ou fim, não se configurando relação de emprego entre a contratante e o empregado da
contratada. 2. Na terceirização, compete à contratante: i) verificar a idoneidade e a capa-
cidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento
das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias, na forma do art. 31
da Lei n. 8.212/1993’. 8. ADPF julgada procedente para assentar a licitude da terceiriza-
ção de atividade-fim ou meio. Restou explicitado pela maioria que a decisão não afeta
automaticamente decisões transitadas em julgado. (ADPF 324, Relator(a): ROBERTO
BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 30/08/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-194
DIVULG 05-09-2019 PUBLIC 06-09-2019)

O entendimento também foi incluído na tese do Tema 725 da Lista de Repercussão Geral,
assim redigido:

É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurí-
dicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a
responsabilidade subsidiária da empresa contratante.

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Vale, ainda, dois registros. Primeiro o de que não pode ser contratada, como prestadora de
serviços, pessoa jurídica cujos sócios tenham sido empregados ou trabalhadores que atuaram
diretamente para a empresa tomadora de serviços nos últimos 18 meses, salvo se já estiverem
aposentados:

Lei n. 6.019/1974
Art. 5º-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4º-A desta Lei, a pessoa jurídica
cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na
qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares
ou sócios forem aposentados.

O segundo ponto refere-se a uma norma de proteção. Se a empresa tomadora dispensa


um empregado seu (da própria tomadora), não pode esse mesmo trabalhador atuar como em-
pregado de prestadora de serviços para esse tomador (seu antigo patrão) antes do transcurso
de 18 meses contados da extinção do contrato com o antigo empregador. Logo, dentro de 18
meses de sua saída, não pode virar terceirizado na mesma empresa:

Lei n. 6.019/1974
Art. 5º-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na
qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito
meses, contados a partir da demissão do empregado.

3.1.2. Terceirização no Setor Público

Quando a tomadora de serviços é a Administração Pública, a regra, antes das decisões do


STF, quanto à possibilidade de terceirizar apenas a atividade-meio também se aplicava a ela.
Logo, antes das decisões do STF, a terceirização da atividade-fim também era, como regra,
segundo o TST, ilegal.
Aliás, é muito comum, assim, a Administração Pública (União, Estados, Distrito Federal, Mu-
nicípios, autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista)
terceirizar atividades que não são finalísticas, tais como limpeza, conservação, vigilância etc.
Com a reforma trabalhista (Lei n. 13.467/2017), seria admitida a terceirização na ativida-
de-fim no âmbito da Administração Pública? A Lei n. 6.019/1974, ao ser alterada, passou a
mencionar:

Lei n. 6.019/1974
Art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da exe-
cução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito
privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.

Aliás, ao definir quem seria a contratante (tomadora de serviços), a lei estabelece:

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Lei n. 6.019/1974
Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação
de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal.

Observe que a lei menciona pessoa jurídica sem fazer qualquer restrição em relação a ser
a pessoa jurídica integrante da Administração Pública.
Todavia, tenha um cuidado. Os entes públicos podem limitar as hipóteses de terceirização
através de atos normativos, indicando hipóteses em que não seria permitida e outras em que
seriam autorizadas. Isso, por exemplo, ocorreu com a Administração Pública Federal Direta,
Autárquica e Fundacional, em virtude do Decreto n. 9.507/2018.
Além disso, existem atividades que apenas podem ser prestadas diretamente por inte-
grantes de Poder ou servidores públicos. Assim, não se pode imaginar terceirização de juízes,
policiais, bombeiros, parlamentares, membros do Ministério Público etc.
Leia, como exemplo, o disposto no art. 3º do Decreto n. 9.507/2018:

Decreto 9.507/1998
Art. 3º Não serão objeto de execução indireta na administração pública federal direta, autárquica e
fundacional, os serviços:
I – que envolvam a tomada de decisão ou posicionamento institucional nas áreas de planejamento,
coordenação, supervisão e controle;
II – que sejam considerados estratégicos para o órgão ou a entidade, cuja terceirização possa colo-
car em risco o controle de processos e de conhecimentos e tecnologias;
III – que estejam relacionados ao poder de polícia, de regulação, de outorga de serviços públicos e
de aplicação de sanção; e
IV – que sejam inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou da
entidade, exceto disposição legal em contrário ou quando se tratar de cargo extinto, total ou parcial-
mente, no âmbito do quadro geral de pessoal.
§ 1º Os serviços auxiliares, instrumentais ou acessórios de que tratam os incisos do caput poderão
ser executados de forma indireta, vedada a transferência de responsabilidade para a realização de
atos administrativos ou a tomada de decisão para o contratado.

E o que ocorre se a terceirização com a Administração Pública for ilícita? Por exemplo, e se hou-
ver a terceirização com subordinação direta do trabalhador terceirizado com a Administração? Ou
se a terceirização ocorrer em uma hipótese proibida por ato normativo do Administração Pública?
A diferença para o setor privado está na consequência da terceirização ilícita.
É que não é possível reconhecer vínculo de emprego com a Administração Pública quando
essa ilegalidade acontece. Isso porque o vínculo de emprego com a Administração pressupõe
a aprovação em concurso público:

CF
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralida-
de, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

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II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público


de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração;

Nesse sentido segue a inteligência da Súmula n. 331, II, do TST:

Súmula n. 331, II, do TST


CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação do item IV e inse-
ridos os itens V e VI à redação) – Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
II – A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo
de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art.
37, II, da CF/1988).

Nesse caso, a Justiça do Trabalho determina que se cesse a prestação de trabalho e con-
denava a empresa prestadora de serviços e a Administração Pública no pagamento, pelo
período que prestou serviços, dos mesmos direitos que possui o empregado público (aquele
que passou no concurso público) que faz as mesmas atividades.
Assim, suponha que um banco da Administração Pública contratou uma empresa presta-
dora de serviços para fazer serviços tipicamente de bancário. Essa empresa prestadora possui
a empregada Letícia, a qual possui a função de abastecer com dinheiro caixas eletrônicos, mo-
vimentar valores em contas bancárias dos clientes etc. Essa atividade também estava sendo
realizada por um empregado concursado do banco, o João. No entanto, Letícia nunca mais
encontrou seus superiores da empresa prestadora de serviços desde sua contratação e ape-
nas recebia ordens do gerente do banco (que era empregado do banco). Embora a terceiriza-
ção seja ilícita em virtude da subordinação direta, como não é possível reconhecer vínculo de
emprego com a Administração Pública por falta de concurso público, então o juiz determina a
cessação da prestação de serviços e reconhece para Letícia os mesmos direitos, em relação
ao período em que ela atuou como terceirizada, dos bancários que são concursados (igual
salário, direitos e vantagens), a exemplo de João.
Veja a Orientação Jurisprudencial 383 da SDI-I do TST:

OJ 383 da SDI-I
TERCEIRIZAÇÃO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS E DA
TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, “A”, DA LEI N. 6.019, DE 03.01.1974 (mantida) – Res.
175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de
emprego com ente da Administração Pública, não afastando, contudo, pelo princípio da

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isonomia, o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas trabalhistas legais


e normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que
presente a igualdade de funções. Aplicação analógica do art. 12, “a”, da Lei n. 6.019, de
03.01.1974.

Ocorre que o STF julgou o Tema 383 da Lista de Repercussão Geral e reconheceu que o
fato de haver uma terceirização em que o terceirizado realize as mesmas atividades do em-
pregado da tomadora de serviços não gera direito à isonomia remuneratória por si só. A tese
ainda não foi fixada.
É verdade que o foco do STF foi a terceirização lícita. Assim, como estamos tratando agora
de terceirização ilícita, ainda teremos que aguardar a interpretação do TST e do STF sobre a
matéria. Será que a OJ 383 poderá ser aplicada quando houver uma terceirização ilícita (o ter-
ceirizado mantém relação de pessoalidade e subordinação com a Administração)? Somente o
tempo nos dirá.
E como fica o nível da responsabilidade da Administração, quando a terceirização é lícita?
A responsabilidade da Administração Pública, como tomadora de serviços, é subsidiária
também, mas é necessário que haja demonstração de culpa da Administração no inadimple-
mento das verbas trabalhistas.
O TST deixou isso claro na Súmula n. 331, V:

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação do item IV e inse-


ridos os itens V e VI à redação) – Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
V – Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidia-
riamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no
cumprimento das obrigações da Lei n. 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscaliza-
ção do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como
empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obri-
gações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

Assim, não basta ser tomadora de serviços para haver responsabilidade.

Deve haver culpa comprovada da Administração no inadimplemento pela empregadora das


verbas trabalhistas dos terceirizados para que haja responsabilidade subsidiária.

O Supremo Tribunal Federal estabeleceu tese entendendo que a responsabilidade não é


automática no Tema n. 246 da Lista de Repercussão Geral:

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O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automa-
ticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter
solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei n. 8.666/1993.

Quanto ao ônus da prova, o TST passou a entender que cabe à Administração Pública
comprovar que fiscalizou adequadamente os contratos administrativos de prestação de servi-
ços, bem como o cumprimento das obrigações trabalhistas relacionadas a esse contrato:

RECURSO DE EMBARGOS. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA OU INDIRETA. TERCEI-


RIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. (...) 2. Diante da salvaguarda inscrita no
art. 71 da Lei n. 8.666/1993, a responsabilidade subjetiva e subsidiária da Administração
Pública Direta ou Indireta encontra lastro em caracterizadas ação ou omissão culposa
na fiscalização e adoção de medidas preventivas ou sancionatórias ao inadimplemento
de obrigações trabalhistas por parte de empresas prestadoras de serviços contratadas
(arts. 58, III, e 67 da Lei n. 8.666/1993). 3. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
RE n. 760.931/DF (Tema 246 da Repercussão Geral), fixou a seguinte tese: “O inadimple-
mento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automati-
camente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em
caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei n. 8.666/1993”, man-
tendo o entendimento de que a responsabilização subsidiária da Administração Pública,
ante o reconhecimento da constitucionalidade do preceito – ADC n. 16/DF -, não é auto-
mática e somente pode ser admitida se demonstrada a sua conduta omissiva ou comis-
siva. 4. A Subseção Especializada em Dissídios Individuais I desta Corte, após o julga-
mento dos embargos de declaração opostos no RE n. 760.931/DF, decidiu, em sessão
realizada no dia 12 de dezembro de 2019, em composição plena, ao apreciar o recurso
de embargos n. E-RR-925-07.2016.5.05.0281, que, sendo obrigação da Administração
Pública fiscalizar a regular execução do contrato, cabe-lhe o ônus processual de compro-
var o seu regular cumprimento. 5. No caso concreto, do quadro fático narrado no acórdão
regional (Súmula 126/TST), devidamente transcrito no acórdão turmário, depreende-se
que o Ente Público descuidou do seu dever de apresentar provas hábeis a demonstrar a
eficiente fiscalização da execução do contrato administrativo, o que, na visão do Supremo
Tribunal Federal no julgamento do RE-760.931/DF, permite sua responsabilização subsi-
diária pelas parcelas devidas ao trabalhador. Recurso de embargos não conhecido (E-ED-
-RR-212200-57.2009.5.02.0261, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Rela-
tor Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 26/06/2020).

No entanto, a questão está sendo discutida no Supremo Tribunal Federal, que reconheceu
repercussão geral da matéria no Tema 1.118, mas ainda não julgou o mérito. Veja o assun-
to do tema:

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Ônus da prova acerca de eventual conduta culposa na fiscalização das obrigações traba-
lhistas de prestadora de serviços, para fins de responsabilização subsidiária da Adminis-
tração Pública, em virtude da tese firmada no RE 760.931 (Tema 246).

Essa responsabilidade subsidiária abrange todas as verbas devidas pelo empregador que
foram objeto de condenação, inclusive multas:

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ridos os itens V e VI à redação) – Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas
decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.

Quanto às multas, veja um julgado do TST:

ABRANGÊNCIA DA CONDENAÇÃO. MULTAS PREVISTAS NOS ARTIGOS 467 E 477, DA


CLT. TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA. EFEITOS DA DECISÃO PROFERIDA
PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ADPF N. 324 E NO RE N. 958.252, COM REPER-
CUSSÃO GERAL RECONHECIDA (TEMA 725). O recurso não encontra condições de pros-
seguimento, em razão da conformidade entre a decisão regional e a atual jurisprudên-
cia desta Corte, consolidada na Súmula n. 331, VI. Acrescente-se que a jurisprudência
desta Corte tem o entendimento de que a condenação subsidiária do tomador de ser-
viços abrange todas as verbas devidas pelo devedor principal, inclusive as multas em
epígrafe, verbas rescisórias ou indenizatórias. Agravo de instrumento não provido” (AIRR-
618-87.2018.5.10.0008, 5ª Turma, Relator Ministro Breno Medeiros, DEJT 18/09/2020).

3.2. Trabalho Temporário


O trabalho temporário era o único tipo de terceirização que poderia, segundo o TST e antes das
decisões do STF e da reforma trabalhista, ocorrer tanto na atividade-meio como na atividade-fim.
Vamos explicar. Até a Lei n. 13.429/17, o art. 2º da Lei n. 6.019/1974 previa:

Lei n. 6.019/1974 (antes da lei 13.429/17)


Art. 2º – Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à
necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou à acréscimo extra-
ordinário de serviços.

Ora, essas hipóteses poderiam ocorrer na atividade-fim da empresa. A Súmula n. 331, I, do


TST inclusive excepciona o trabalho temporário:

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Súmula n. 331 do TST


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ridos os itens V e VI à redação) – Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo
diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei n.
6.019, de 03.01.1974).

Quando a Súmula menciona a possibilidade de empresa meramente interposta no trabalho


temporário, acaba admitindo a legalidade da prestação de serviços inclusive na área fim do
tomador de serviços, visto que aceita a existência de uma empresa que atue como simples
intermediária da mão de obra.
Com o entendimento do STF sobre a possibilidade de terceirização na atividade-fim, o tra-
balho temporário passou a ser uma das formas de terceirização autorizadas na atividade-fim
e não mais a única.
Além disso, houve uma ampliação dos casos de trabalho temporário. A Lei n. 13.429/2017
alterou o conceito do trabalho temporário:

Lei n. 6.019/1974
Art. 2º Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de
trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender
à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de
serviços.
(...)
§ 2º Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de fatores imprevisíveis
ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal.

A ampliação do conceito decorre do fato de que demanda complementar é um conceito


muito maior que acréscimo extraordinário de serviços.
Muitas vezes a tomadora de serviços precisa de mais força de trabalho por conta de um
período de maior movimentação no mercado, mesmo que o acréscimo de serviços não seja
propriamente extraordinário. O legislador certamente quis autorizar o trabalho temporário tam-
bém nessas hipóteses.
Imagine uma empresa que fabrica chocolates. É evidente que, no período da Páscoa, existe
um acréscimo de produção, que não será necessariamente extraordinário, porque é normal e
esperado esse aumento nessa época. Trata-se de uma sazonalidade/periodicidade ordinária.
Com a alteração na lei, o uso do trabalho temporário passa a ser permitido.
Quanto à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente, pode ocorrer um
afastamento temporário de um empregado da empresa (em virtude de um benefício previden-
ciário, por exemplo). A empresa pode, então, ao invés de contratar diretamente um substituto,

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contratar uma empresa de trabalho temporário para que essa última encaminhe o seu empre-
gado para substituir o empregado da empresa cliente.
Reforçando o exposto anteriormente, a Lei n. 13.429/2017 deixou claro que o trabalho
temporário é possível tanto na atividade-meio, como na atividade-fim:

Lei n. 6.019/1974
Art. 9º (...)
§ 3º O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento de atividades-meio e
atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de serviços.

Quem faz a intermediação de mão de obra no trabalho temporário é a empresa de trabalho


temporário. A lei esclarece detalhes sobre essa empresa:

Lei n. 6.019/1974
Art. 4º Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no Ministé-
rio do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras empresas
temporariamente.

A empresa tomadora de serviços ou cliente é definida no art. 5º:

Lei n. 6.019/1974
Art. 5º Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada que ce-
lebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa definida no art. 4º desta Lei.

E quais os requisitos para o funcionamento dessa empresa de trabalho temporário? O


art. 6º da lei 6.019/1974 esclarece os requisitos:

Lei n. 6.019/1974
Art. 6º São requisitos para funcionamento e registro da empresa de trabalho temporário no Minis-
tério do Trabalho:
I – prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do Ministério da Fazenda;
II – prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede;
III – prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).

E como funciona o contrato entre a tomadora de serviços e a empresa de trabalho tem-


porário? Quais os elementos do contrato? O art. 9º da Lei n. 6.019/1974 responde:

Lei n. 6.019/1974
Art. 9º O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será
por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de
serviços e conterá:
I – qualificação das partes;
II – motivo justificador da demanda de trabalho temporário;

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III – prazo da prestação de serviços;


IV – valor da prestação de serviços;
V – disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de re-
alização do trabalho.

O tomador de serviços possui uma série de obrigações em relação ao empregado da


empresa de trabalho temporário:

Lei n. 6.019/1974
Art. 9º (...)
§ 1º É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de segurança, higiene e sa-
lubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou em local
por ela designado.
§ 2º A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho temporário o mesmo atendi-
mento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas depen-
dências da contratante, ou local por ela designado.

Por se tratar de uma terceirização lícita, não existe vínculo de emprego entre a empresa
tomadora de serviços e o empregado da empresa de trabalho temporário:

Lei n. 6.019/1974
Art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego
entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário.

Passou a existir, para uma corrente, um prazo máximo no contrato de trabalho entre o obrei-
ro e a empresa de trabalho temporário (180 dias), podendo ser aumentado em mais 90 dias:

Lei n. 6.019/1974
Art. 10 (...)
§ 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao
prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não.
§ 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo es-
tabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram.

Contudo, existe uma outra corrente que defende que esse prazo de 180 dias, prorrogável
por mais 90 dias não seria aquele do contrato entre o trabalhador e a empresa de trabalho tem-
porário, mas sim o prazo do contrato entre a empresa de trabalho temporário e a tomadora
de serviços. Para essa corrente, a tomadora de serviços apenas poderia ficar com a mesma
empresa de trabalho temporário por esse prazo.

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Independentemente da interpretação que venha a ser consolidada pela jurisprudência no


futuro, ao ler o art. 10, § 5º, você percebe que o mesmo trabalhador apenas pode prestar ser-
viços novamente para o mesmo tomador de serviços, através de um contrato temporário, (não
importa qual a empresa de trabalho temporário) após 90 dias do término do contrato anterior:

Lei n. 6.019/1974
Art. 10 (...)
§ 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§ 1º e 2º deste artigo somente
poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de serviços em novo contrato temporário,
após noventa dias do término do contrato anterior.

Se houver descumprimento dessa regra, haverá reconhecimento de vínculo de emprego


com a tomadora de serviços:

Lei n. 6.019/1974
Art. 10 (...)
§ 6º A contratação anterior ao prazo previsto no § 5º deste artigo caracteriza vínculo empregatício
com a tomadora.

O trabalhador temporário possui uma série de direitos assegurados na lei:

Lei n. 6.019/1974
Art. 12. Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos:
a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa toma-
dora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário
mínimo regional;
b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas, com acrés-
cimo de 20% (vinte por cento);
c) férias proporcionais, nos termos do artigo 25 da Lei n. 5.107, de 13 de setembro de 1966;
d) repouso semanal remunerado;
e) adicional por trabalho noturno;
f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato, correspondente a 1/12
(um doze avos) do pagamento recebido;
g) seguro contra acidente do trabalho;
h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social, com as
alterações introduzidas pela Lei n. 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5º, item III, letra “c” do Decreto
n. 72.771, de 6 de setembro de 1973).
§ 1º – Registrar-se-á na Carteira de Trabalho e Previdência Social do trabalhador sua condição de
temporário.
§ 2º – A empresa tomadora ou cliente é obrigada a comunicar à empresa de trabalho temporário a
ocorrência de todo acidente cuja vítima seja um assalariado posto à sua disposição, considerando-
-se local de trabalho, para efeito da legislação específica, tanto aquele onde se efetua a prestação
do trabalho, quanto à sede da empresa de trabalho temporário.

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Lembre-se de que o adicional de horas extras é de, no mínimo, 50%, conforme art. 7º, XVI,
da CF. A previsão de 20% não foi recepcionada pela CF.
As regras relativas à justa causa e à rescisão indireta continuam valendo, como em qual-
quer contrato de emprego:

Lei n. 6.019/1974
Art. 13. Constituem justa causa para rescisão do contrato do trabalhador temporário os atos e cir-
cunstâncias mencionados nos artigos 482 e 483, da Consolidação das Leis do Trabalho, ocorrentes
entre o trabalhador e a empresa de trabalho temporário ou entre aquele e a empresa cliente onde
estiver prestando serviço.

Um detalhe é importante: o contrato de trabalho entre a empresa de trabalho temporário e


o empregado deve ser escrito:

Lei n. 6.019/1974
Art. 11 – O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos as-
salariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será, obrigatoriamente, es-
crito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores por esta Lei.

A responsabilidade da tomadora de serviços também é subsidiária em relação às obriga-


ções trabalhistas inadimplidas pela empresa prestadora de serviços:

Lei n. 6.019/1974
Art. 10 (...)
§ 7º A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao pe-
ríodo em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das contribuições previdenciárias
observará o disposto no art. 31 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991.

No entanto, quando a empresa de trabalho temporário tem a falência decretada, a respon-


sabilidade da tomadora de serviços se torna solidária:

Lei n. 6.019/1974
Art. 16. No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente
é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao
tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período,
pela remuneração e indenização previstas nesta Lei.

Vale lembrar algumas proibições que são impostas pela lei à empresa de trabalho
temporário:

Lei n. 6.019/1974
Art. 17. É defeso às empresas de prestação de serviço temporário a contratação de estrangeiros
com visto provisório de permanência no País.
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Art. 18. É vedado à empresa do trabalho temporário cobrar do trabalhador qualquer importância,
mesmo a título de mediação, podendo apenas efetuar os descontos previstos em Lei.
Parágrafo único. A infração deste artigo importa no cancelamento do registro para funcionamento
da empresa de trabalho temporário, sem prejuízo das sanções administrativas e penais cabíveis.

Portanto, estrangeiros com visto provisório não podem ser contratados por essas empre-
sas. Tampouco pode a empresa cobrar do empregado algum valor por ter conseguido colocá-
-lo em um tomador de serviços.
Quanto à fiscalização do trabalho temporário, veja algumas regras:

Lei n. 6.019/1974
Art. 14. As empresas de trabalho temporário são obrigadas a fornecer às empresas tomadoras ou
clientes, a seu pedido, comprovante da regularidade de sua situação com o Instituto Nacional de
Previdência Social.
Art. 15. A Fiscalização do Trabalho poderá exigir da empresa tomadora ou cliente a apresenta-
ção do contrato firmado com a empresa de trabalho temporário, e, desta última o contrato firma-
do com o trabalhador, bem como a comprovação do respectivo recolhimento das contribuições
previdenciárias.

Uma questão interessante surge: e se a tomadora de serviços gostar tanto do trabalho do


terceirizado temporário que decidir contratá-lo como empregado seu? Isso é possível?
A resposta é positiva. Aliás, essa contratação é desejável, porque se forma um vínculo direto com
a tomadora, normalmente por tempo indeterminado. É por isso que a lei prevê nulidade de cláusula
de reserva (cláusula em que a empresa de trabalho temporário quer ficar com o trabalhador para si):

Lei n. 6.019/1974
Art. 11 (...)
Parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, proibindo a contratação do
trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à sua
disposição pela empresa de trabalho temporário.

Entretanto, essa contratação direta da tomadora não poderá ser por contrato de experiên-
cia, visto que ela já conhece o serviço do trabalhador:

Lei n. 6.019/1974
Art. 10 (...)
§ 4º Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora de serviços, o contrato de
experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943.

Por último, registre-se que a lei do trabalho temporário não se aplica para as empresas de
vigilância e transportes de valores:

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Lei n. 6.019/1974
Art. 19-B. O disposto nesta Lei não se aplica às empresas de vigilância e transporte de valores, perma-
necendo as respectivas relações de trabalho reguladas por legislação especial, e subsidiariamente pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943.

3.3. Subempreitada
Existem vezes em que o empreiteiro (aquele que faz uma empreitada – uma obra ou ser-
viço específico) contrata uma pessoa física ou jurídica para realizar um determinado serviço
específico ou uma obra. Normalmente é parte da obra ou serviço que o empreiteiro realiza.
Esse contratado é o subempreiteiro, o qual pode ter empregados.
Se o subempreiteiro não pagar as verbas trabalhistas dos seus empregados, haverá res-
ponsabilidade do empreiteiro principal. Veja o art. 455 da CLT:

CLT
Art. 455 – Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro pelas obrigações deriva-
das do contrato de trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de reclama-
ção contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro.
Parágrafo único. Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação regressiva
contra o subempreiteiro e a retenção de importâncias a este devidas, para a garantia das obrigações
previstas neste artigo.

Caso o empreiteiro principal pague as verbas trabalhistas devidas pelo subempreiteiro, en-
tão terá direito de promover ação regressiva na Justiça Comum contra o subempreiteiro para
conseguir ser ressarcido.
A responsabilidade do subempreiteiro e do empreiteiro é solidária em relação ao crédito
do trabalhador. Observe esse julgado do TST:

(...) RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. EMPREITEIRA PRINCIPAL. ART. 455 DA CLT. NÃO


CONHECIMENTO. I. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que, nos casos de
empreitada e subempreitada, o empreiteiro principal responde de forma solidária pelas
obrigações do subempreiteiro, segundo os termos do art. 455 da CLT. II. Ao manter a
responsabilidade solidária da segunda ré, empreiteira principal, ora Recorrente, pelos cré-
ditos devidos ao Reclamante, por aplicação do art. 455 da CLT, a Corte Regional decidiu
em harmonia com a jurisprudência desta Corte Superior sobre a matéria, razão pela qual
é inviável o processamento do recurso de revista, nos termos da Súmula n. 333 do TST
e dos arts. 932, III, do CPC/2015 e 896, § 7º, da CLT. III. Recurso de revista de que não se
conhece (RR-721-88.2016.5.17.0002, 4ª Turma, Relator Ministro Alexandre Luiz Ramos,
DEJT 26/06/2020).

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3.4. Dono da Obra


3.4.1. Generalidades

Quando se trata de uma pessoa que pretende realizar uma determinada obra (dono da
obra), normalmente contrata a construção com uma pessoa física ou jurídica. Esse contratado
(empreiteiro) contrata, por sua vez, trabalhadores.
Surge, então, uma pergunta: se o empregador (empreiteiro contratado para realizar a obra)
não pagar as verbas trabalhistas de seus empregados, será o dono da obra responsabilizado?
Em princípio, como não existe previsão legal expressa, o dono da obra não responde pelas
dívidas trabalhistas do contratado. Essa lógica ficou clara na Orientação Jurisprudencial 191
da SDI-I do TST:

OJ 191 da SDI-I do TST


CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILI-
DADE (nova redação) – Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de constru-
ção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou
subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono
da obra uma empresa construtora ou incorporadora.

Note que a ressalva é justificável, visto que, se a dona da obra é uma construtora ou in-
corporadora, a construção faz parte de sua atividade econômica. Assim, entender que a regra
da ausência de responsabilidade lhe pudesse ser aplicada geraria risco de fraude, visto que
haveria incorporadoras e construtoras que poderiam querer terceirizar a construção para fugir
da responsabilidade trabalhista.
Quando se trata de dono da obra construtora ou incorporadora, isso equivale a um emprei-
teiro. E sabemos que, na empreitada em que existe uma subempreiteira, a responsabilidade
trabalhista da empreiteira pelos créditos dos empregados da subempreiteira existe, conforme
art. 455 da CLT:

CLT
Art. 455. Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro pelas obrigações derivadas
do contrato de trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de reclamação
contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro.

Essa ideia ficou clara no item II da tese do tema 6 da Lista de Repetitivos do TST. Lembre-
-se de que o TST, ao julgar temas de recursos repetitivos, fixa tese que deve ser seguida por
todo o Judiciário trabalhista. Vamos à tese:

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Tema n. 6 da Lista de Repetitivos do TST


RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA – DONA DA OBRA – APLICAÇÃO DA OJ 191 DA
SbDI-1 LIMITADA À PESSOA FÍSICA OU MICRO E PEQUENAS EMPRESAS:
II – A excepcional responsabilidade por obrigações trabalhistas prevista na parte final da
Orientação Jurisprudencial n. 191, por aplicação analógica do art. 455 da CLT, alcança os
casos em que o dono da obra de construção civil é construtor ou incorporador e, portanto,
desenvolve a mesma atividade econômica do empreiteiro (decidido por unanimidade);

Voltando à regra geral, o dono da obra não responde pelas obrigações trabalhistas ina-
dimplidas pelo empregador (que é contratado para fazer a obra). E não importa se o dono da
obra é uma pessoa física, microempresa, empresa de pequeno, médio ou grande porte. A regra
continua. O TST não aceita diferenciação com base no tamanho da empresa.
Veja os incisos I e III da tese referente ao tema 6 da Lista de repetitivos do TST:

Tema n. 6 da Lista de Repetitivos do TST


RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA – DONA DA OBRA – APLICAÇÃO DA OJ 191 DA
SbDI-1 LIMITADA À PESSOA FÍSICA OU MICRO E PEQUENAS EMPRESAS:
I – A exclusão de responsabilidade solidária ou subsidiária por obrigação trabalhista
a que se refere a Orientação Jurisprudencial n. 191 da SDI-1 do TST não se restringe
à pessoa física ou micro e pequenas empresas, compreende igualmente empresas de
médio e grande porte e entes públicos (decidido por unanimidade);
III – Não é compatível com a diretriz sufragada na Orientação Jurisprudencial n. 191 da
SDI-1 do TST jurisprudência de Tribunal Regional do Trabalho que amplia a responsabi-
lidade trabalhista do dono da obra, excepcionando apenas “a pessoa física ou micro e
pequenas empresas, na forma da lei, que não exerçam atividade econômica vinculada ao
objeto contratado” (decidido por unanimidade);

No entanto, existe uma outra ressalva quanto à regra geral da ausência de responsabilida-
de. Se o dono da obra contratar um empreiteiro que não possui condições econômico-finan-
ceiras, e esse empreiteiro não pagar as verbas trabalhistas, o dono da obra vai ser responsa-
bilizado de forma subsidiária.
Entende-se que o dono da obra teve culpa ao escolher um empreiteiro completamente
sem condições econômico-financeiras. Veja o entendimento no inciso IV do tema da lista de
repetitivos:

Tema n. 6 da Lista de Repetitivos do TST


RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA – DONA DA OBRA – APLICAÇÃO DA OJ 191 DA
SbDI-1 LIMITADA À PESSOA FÍSICA OU MICRO E PEQUENAS EMPRESAS:

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IV – Exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se houver inadimplemento


das obrigações trabalhistas contraídas por empreiteiro que contratar, sem idoneidade
econômico-financeira, o dono da obra responderá subsidiariamente por tais obrigações,
em face de aplicação analógica do art. 455 da CLT e culpa in eligendo (decidido por maio-
ria, vencido o Exmo. Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro).

Claro que essa ideia não se aplica à Administração Pública, uma vez que qualquer culpa da
Administração não pode ser presumida, sobretudo quando se considera que a Administração
segue regras objetivas legalmente previstas para contratar obras, como a realização de licita-
ção, por exemplo.

3.4.2. Acidente de Trabalho

No caso de acidente de trabalho envolvendo o empregado da empreiteira, o dono da obra


pode ser responsabilizado, porquanto não se trata de obrigação trabalhista convencional,
afastando a incidência da OJ 191 da SDI-I do TST. A responsabilidade decorrente do acidente
possui natureza civil:

(...) DONO DA OBRA. ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE. ENTE PÚBLICO.


INAPLICABILIDADE DA OJ 191 DA SBDI-1 DO TST. (...) 3. Discute-se, no caso dos autos, a
responsabilidade do dono da obra por acidente de trabalho de empregado da empreiteira
que lhe presta serviços. Por tratar-se de parcela de natureza cível e não trabalhista,
decorrente da culpa extracontratual por ato ilícito, não está abrangida pela compreen-
são da OJ 191 da SBDI-1, que diz respeito apenas às obrigações trabalhistas em sen-
tido estrito. (...) (Ag-E-ED-ARR-1470-40.2012.5.15.0087, Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais, Relator Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT
18/09/2020).

Como se nota no julgado, a responsabilidade decorre de culpa (lato sensu) do dono da


obra. Assim, a posição prevalecente entende que a responsabilidade do dono da obra é sub-
jetiva, devendo haver dolo ou culpa.
O nível de responsabilidade do dono da obra, no caso de acidente de trabalho, é solidá-
rio com o empreiteiro, porquanto o dono da obra torna-se coautor do ilícito, atraindo o art.
942 do Código Civil:

CC
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à
reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidaria-
mente pela reparação.
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Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as pessoas


designadas no art. 932.

Observe um julgado do TST sobre o tema:

(...) RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. DONO DA OBRA. ACIDENTE DO TRABALHO. PRE-


TENSÃO DE NATUREZA CIVIL. INAPLICABILIDADE DA OJ N. 191 DA SBDI-1 DO TST. Hipó-
tese em que o Tribunal Regional manteve a decisão que afastou a incidência da OJ 191
da SDI-1 sob o fundamento de que houve o reconhecimento da responsabilidade civil das
reclamadas. A jurisprudência desta Corte Superior consolidou o entendimento de que o
contrato de empreitada de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja
responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas em sentido estrito.
Tratando-se de casos envolvendo responsabilidade civil decorrente de acidente de traba-
lho, o dono da obra é responsável solidário pelo pagamento de compensação por danos
morais e materiais em face da aplicação do artigo 942 do Código Civil, sendo inaplicável
o entendimento da OJ 191 da SBDI-1 do TST. Precedentes. Óbice da Súmula n. 333/TST.
Agravo de instrumento a que se nega provimento. (...) (AIRR-10437-79.2015.5.15.0019, 2ª
Turma, Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT 07/08/2020).

3.5. Cooperativas
Os trabalhadores podem se organizar para prestar serviços através de cooperativas. Coo-
perativas de trabalho são pessoas jurídicas de direito privado em que os integrantes (coope-
rados) possuem objetivos comuns e são ligados entre si em razão de suas profissões. Aliás,
o art. 2º, caput, da Lei n. 12.690/2012 estabelece:

Lei n. 12.690/2012
Art. 2º Considera-se Cooperativa de Trabalho a sociedade constituída por trabalhadores para o
exercício de suas atividades laborativas ou profissionais com proveito comum, autonomia e au-
togestão para obterem melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições gerais
de trabalho.

Assim, é muito comum uma empresa tomadora de serviços fazer um contrato com uma
cooperativa de forma que, quando existe a necessidade de um profissional, a cooperativa en-
caminha um profissional para prestar o serviço específico. Exemplo disso ocorre com um hos-
pital, por exemplo, que necessita de médicos na eventualidade de uma cirurgia específica,
entrando em contato com a cooperativa de médicos.

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Também é comum que tomadores de serviço busquem na cooperativa a indicação de pro-


fissionais para uma atividade esporádica. Tal ocorre, por exemplo, na cooperativa de taxistas.
O usuário liga no rádio táxi e a cooperativa encaminha um motorista.
As cooperativas facilitam o acesso do profissional ao trabalho, aumentando, ainda que em
potencial, a possibilidade de a renda ser incrementada.
Esse aspecto envolve um princípio importante para verificar a regularidade do cooperati-
vismo, qual seja o princípio da retribuição pessoal diferenciada, segundo o qual a relação co-
operada deve permitir, ainda, que de forma potencial, uma renda superior ao que o trabalhador
teria se estivesse prestando serviços como empregado.
Além disso, as cooperativas podem contratar diversas vantagens em favor de seus coope-
rados tais como seguro vida, plano de saúde etc. Essas vantagens costumam sair muito mais
baratas para os cooperados diante da grande quantidade de interessados envolvidos. Claro
que uma seguradora tem interesse em receber prêmios (pagamento pelo contrato de seguro)
de milhares de interessados, por exemplo.
Logo, o cooperado não é um mero prestador de serviços da cooperativa, mas um destinatá-
rio de vantagens organizadas ou contratadas por ela. Trata-se do princípio da dupla qualidade.
Ele é beneficiário e prestador de serviços.
Quanto ao aspecto trabalhista, a lei estabelece que não existe vínculo de emprego entre
o cooperado e a cooperativa. Também não existe relação de emprego entre o cooperado e a
tomadora de serviços da cooperativa:

CLT
Art. 442 (...)
Parágrafo único. Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo
empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela.

Tenha em mente que se trata de uma presunção relativa, visto que, se houver fraude na
relação cooperada, ou seja, se houver os elementos da relação de emprego entre a tomadora
cliente e o cooperado, a Justiça do Trabalho reconhecerá o vínculo de emprego.

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RESUMO
Foco Linha mestra
1- Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personali-
dade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou
ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econô-
mico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de
emprego.
2- Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias,
para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comu-
Grupo
nhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.
econômico
3- O grupo econômico pressupõe pessoas jurídicas de direito privado fora do âmbito
da Administração Pública e que explorem atividade econômica.
4- A posição majoritária na jurisprudência é de que se trata de empregador único todo
o grupo (derivada da tese da solidariedade dual) e não apenas a empresa que anotou,
como empregadora, a Carteira de Trabalho.
5- Na execução trabalhista, pode haver a inclusão da empresa integrante do grupo
econômico mesmo que ela não tenha participado do processo de conhecimento.
1- Em regra, ocorre quando uma unidade econômico-jurídica significativa é transferida
de uma pessoa para outra, não importando a modalidade em que ocorre a transferên-
cia (fusão, cisão, trespasse, incorporação, arrendamento etc.).
2- A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os con-
tratos de trabalho dos respectivos empregados.
3- Apenas existe, como regra, responsabilidade do sucessor e não do sucedido, exceto
Sucessão se houver fraude ou insuficiência econômica do sucessor.
trabalhista 4- O sucessor não responde solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não
adquirida, integrante do mesmo grupo econômico da empresa sucedida, quando, à
época, a empresa devedora direta era solvente ou idônea economicamente, ressalvada
a hipótese de má-fé ou fraude na sucessão.
5- Em caso de criação de novo município, por desmembramento, cada uma das novas
entidades responsabiliza-se pelos direitos trabalhistas do empregado no período em
que figurarem como real empregador.

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1- Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma
empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora
de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal perma-
nente ou à demanda complementar de serviços.
2- O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento de ativida-
des-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de serviços.
3- Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no
Ministério, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras
Trabalho empresas temporariamente.
temporário 4- Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada
que celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa de trabalho
temporário.
5- Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de
emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário.
6- A responsabilidade da tomadora de serviços também é subsidiária em relação
às obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa prestadora de serviços. No
entanto, quando a empresa de trabalho temporário tem a falência decretada, a respon-
sabilidade da tomadora de serviços se torna solidária.
1- De acordo com o STF, no julgamento do tema 725 da Lista de Repercussão Geral e da
ADPF 324, a terceirização é lícita, independentemente se ocorre na atividade-meio ou na
atividade-fim da tomadora de serviços. No entanto, segundo o TST, não pode haver subordi-
nação direta entre o trabalhador e a tomadora de serviços.
Terceirização
2- Terceirizar de forma ilícita implica o reconhecimento de vínculo de emprego diretamente
no setor
com o “tomador”.
privado
3- A reforma trabalhista (Lei n. 13.467/2017) admitiu expressamente a terceirização tanto
na atividade-fim como na atividade-meio da tomadora de serviços.
4- Na terceirização lícita, a responsabilidade do tomador de serviços é subsidiária pelas
obrigações trabalhistas que não foram pagas pelo empregador.

1- Na terceirização ilícita abrangendo a Administração Pública, não é possível reconhecer


vínculo de emprego com a Administração Pública diante da ausência de concurso público.
2- Os entes públicos podem limitar as hipóteses de terceirização através de atos normati-
vos, indicando hipóteses em que não seria permitida e outras em que seriam autorizadas.
Além disso, existem atividades que apenas podem ser prestadas diretamente por integran-
tes de Poder ou servidores públicos.
Terceirização
3- Na terceirização lícita, a responsabilidade da Administração Pública, como tomadora
no setor
de serviços, é subsidiária também, mas é necessário que haja demonstração de culpa da
público
Administração no inadimplemento das verbas trabalhistas.
4- A responsabilidade subsidiária abrange inclusive as multas devidas ao empregado a que
o empregador foi condenado.
5- Compete à Administração Pública o ônus da prova de que houve a adequada fiscaliza-
ção das relações de trabalho dos terceirizados que estejam ligados ao contrato de presta-
ção de serviços.

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1- Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro pelas obrigações deriva-


das do contrato de trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de
Subempreitada reclamação contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por
parte do primeiro.
2- A responsabilidade do empreiteiro e do subempreiteiro é solidária.
1- Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de cons-
trução civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou
subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da
obra uma empresa construtora ou incorporadora.
2- A excepcional responsabilidade por obrigações trabalhistas alcança os casos em que
o dono da obra de construção civil é construtor ou incorporador e, portanto, desenvolve a
mesma atividade econômica do empreiteiro.
Dono da obra 3- Não importa se o dono da obra é uma pessoa física, microempresa, empresa de
pequeno, médio ou grande porte.
4- Exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se houver inadimplemento das
obrigações trabalhistas contraídas por empreiteiro que contratar, sem idoneidade econômi-
co-financeira, o dono da obra responderá subsidiariamente por tais obrigações, em face de
aplicação analógica do art. 455 da CLT e culpa in eligendo.
5- No caso de acidente de trabalho com o empregador do empreiteiro, o dono da obra pode
ser responsabilizado de forma solidária se houver culpa no sentido amplo.

1- São pessoas jurídicas de direito privado em que os integrantes (cooperados) possuem


objetivos comuns e são ligados entre si em razão de suas profissões.
Cooperativa de
3- Não existe vínculo de emprego entre o cooperado e a cooperativa. Também não existe
trabalho
relação de emprego entre o cooperado e a tomadora de serviços da cooperativa (art. 442,
parágrafo único, da CLT). Essa previsão, contudo, é uma presunção relativa.

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QUESTÕES DE CONCURSO
A terceirização, a sucessão trabalhista e o grupo econômico são fenômenos extremamen-
te presentes no Direito do Trabalho. São institutos que envolvem uma série responsabilidades
tanto de empregadores como de terceiros, bem como geraram uma extensa consolidação ju-
risprudencial sobre os temas. As provas questionam bastante esses pontos.
Você deve ter em mente que, se um exercício envolver diversos itens com matérias diferen-
tes, apenas os itens relacionados à matéria desta aula foram escolhidos para exame. Assim,
se você verificar que a questão possui menos itens, isso ocorre porque os itens suprimidos não
se relacionam à matéria dessa aula. Logo, apenas os itens sobre a matéria desta aula foram
examinados e os gabaritos adaptados para o exame destes itens.

003. (VUNESP/PREFEITURA DE SOROCABA-SP/PROCURADOR MUNICIPAL/2018) Nos ter-


mos da Consolidação das Leis do Trabalho, caracterizada a sucessão empresarial ou de em-
pregadores, as obrigações trabalhistas são de responsabilidade do
a) sucessor, mesmo se contraídas na época em que o empregado trabalhava para o sucedido.
b) sucessor e, solidariamente, do sucedido.
c) sucessor e, subsidiariamente, do sucedido.
d) sucessor, salvo se o contrário dispuser o contrato de trabalho.
e) sucessor e do sucedido, respeitados os períodos em que se beneficiaram com a prestação
dos serviços.

De acordo com a CLT, se ocorrer a sucessão trabalhista, a responsabilidade é, como regra, ex-
clusiva do sucessor, na forma do art. 448-A da CLT. Assim, como regra, o sucedido não responde
pela dívida trabalhista. No entanto, como você nota, no parágrafo único, que se houver fraude
o sucedido responde solidariamente. Além disso, a jurisprudência consagrou que, na hipótese
de absoluta incapacidade econômico-financeira do sucessor, o sucedido também responde.
Letra a.

004. (CESPE/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Acerca dos grupos econômicos


e da sucessão de empregadores, julgue os itens a seguir, considerando a reforma trabalhis-
ta de 2017.
I – Uma vez caracterizada a sucessão trabalhista, apenas a empresa sucessora responderá pe-
los débitos de natureza trabalhista, podendo-se acionar a empresa sucedida somente se com-
provada fraude na operação societária que transferiu as atividades e os contratos de trabalho.
II – Para a justiça do trabalho, a mera identidade de sócios é suficiente para configurar a exis-
tência de um grupo econômico.
III – Configurado o grupo econômico, as empresas responderão subsidiariamente pelas obri-
gações decorrentes das relações de emprego.

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Assinale a opção correta.


a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item III está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

I – Certo. De acordo com a reforma trabalhista. O art. 448-A da CLT preceitua que a respon-
sabilidade é da sucessora, podendo haver responsabilidade solidária da sucedida em caso
de fraude. Como a pergunta se refere à reforma trabalhista, você deve examinar a questão de
acordo com a literalidade da lei.
II – Errado. A mera identidade de sócios não basta para se reconhecer grupo econômico, na
forma do art. 2º, § 3º, da CLT.
III – Errado. Uma vez estabelecido o grupo econômico, a responsabilidade das empresas é
solidária e não subsidiária. Veja o art. 2º, § 2º, da CLT.
Letra a.

005. (VUNESP/PAULIPREV–SP/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2018) A sucessão de empre-


gadores está prevista nos artigos 10 e 448 da Consolidação das Leis do Trabalho. Em relação
à matéria, é correto afirmar:
a) qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa afetará os direitos adquiridos por seus
empregados.
b) caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores, as obrigações trabalhistas não
são de responsabilidade do sucessor.
c) a empresa sucedida responderá subsidiariamente pela sucessora quando ficar comprovada
fraude na transferência.
e) no caso dos bancos, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os
empregados trabalhavam para o banco sucedido, são de responsabilidade do sucessor.

a) Errado. A alteração na estrutura jurídica da empresa não afeta os direitos adquiridos pelos
empregados, na forma do artigo 10 da CLT.
b) Errado. Uma vez configurada sucessão trabalhista, a responsabilidade pelos créditos traba-
lhistas ainda devidos pelo sucedido pertence ao sucessor, na forma do art. 448-A da CLT.
c) Errado. Caso haja fraude na sucessão trabalhista, a empresa sucedida responde solida-
riamente com a sucessora pelas dívidas trabalhistas, na forma do art. 448-A, parágrafo úni-
co, da CLT.

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e) Certo. Se houve sucessão trabalhista, o banco sucessor para o qual foram transferidos nos
ativos do sucedido fica responsável pela dívida trabalhista do sucedido. Leia a Orientação Ju-
risprudencial ao 261 da SDI-I do TST.
Letra e.

006. (FCC/PGE-TO/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Em relação aos sujeitos do contrato


de trabalho, conforme previsão contida na Consolidação das Leis do Trabalho,
c) não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a
configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interes-
ses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.
e) a empresa que estiver sob a direção, controle ou administração de outra e integre grupo
econômico, será responsável subsidiariamente pelas obrigações decorrentes da relação de
emprego da empresa controladora.

c) Certo. É o que dispõe o art. 2º, § 3º, da CLT.


e) Errado. Os integrantes do grupo econômico respondem solidariamente pelos créditos traba-
lhistas, na forma do art. 2º, § 2º, da CLT.
Letra c.

007. (CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/2017) Com o desmembramento do muni-


cípio X, foi criado o município Y. Nessa situação hipotética, segundo o TST, a responsabilidade
trabalhista quanto aos empregados municipais deverá ser suportada
a) pelo município Y, que deverá suceder os empregados do município X contratados antes da
criação do novo município.
b) pelo estado-membro a que os municípios pertencem.
c) por cada um dos municípios pelo período em que cada um deles figurar como real empregador.
d) pelos dois municípios, solidariamente, independentemente do período de vinculação dos
empregados.
e) pelo município X, subsidiariamente, em relação aos empregados contratados pelo município Y.

Quando se trata de desmembramento de Município, perceba que não se trata de sucessão de


empresas, razão pela qual cada ente fica responsável pelo período em que o empregado lhe
prestou serviços. Leia a OJ 92 da SDI-I do TST.
Letra c.

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008. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) A respeito da estabilidade no trabalho e da


terceirização trabalhista, julgue o item a seguir, tendo como referência o entendimento dos
tribunais superiores.
A administração pública tomadora de serviços terceirizados será automaticamente responsá-
vel pelo pagamento de verbas trabalhistas que não forem adimplidas pela empresa prestadora,
em razão da culpa presumida in vigilando do órgão público: a falta de fiscalização da execução
do contrato de prestação de serviços.

A Administração Pública tomadora de serviços não pode ser automaticamente responsável


pela ausência de pagamento de verbas trabalhistas aos empregados terceirizados. Deve haver
prova de culpa da Administração, ainda que seja de falha de fiscalização. Leia a Súmula n. 331,
IV e V, do TST. Leia, ainda, a tese do Tema 246 da Lista de Repercussão Geral do STF.
Errado.

009. (FUNDATEC/PREFEITURA DE PORTO ALEGRE–RS/PROCURADOR MUNICIPAL/2016)


Assinale a alternativa que contempla a correlação correta relativamente à responsabilidade
pelo adimplemento dos créditos trabalhistas, considerando a lei, a doutrina e a jurisprudência
majoritária.
a) Grupo Econômico: Responsabilidade principal da empregadora e subsidiária das demais
empresas do grupo; Sucessão de Empregadores Típica (sem fraude): Responsabilidade ex-
clusiva do empregador sucedido; Desmembramento de Municípios (emancipação): Respon-
sabilidade do Município-mãe até a emancipação e a responsabilidade do novo Município pelo
período posterior.
b) Grupo Econômico: Responsabilidade solidária entre as empresas do grupo; Sucessão de
Empregadores Típica (sem fraude): Responsabilidade exclusiva do empregador sucessor; Des-
membramento de Municípios (emancipação): Responsabilidade exclusiva do novo Município.
c) Grupo Econômico: Responsabilidade principal da empregadora e subsidiária das demais
empresas do grupo; Sucessão de Empregadores Típica (sem fraude): Responsabilidade solidá-
ria entre empregador sucessor e sucedido; Desmembramento de Municípios (emancipação):
Responsabilidade solidária dos Municípios.
d) Grupo Econômico: Responsabilidade solidária entre as empresas do grupo; Sucessão de
Empregadores Típica (sem fraude): Responsabilidade principal do empregador sucedido e
subsidiária do empregador sucessor; Desmembramento de Municípios (emancipação): Res-
ponsabilidade exclusiva do Município-mãe.
e) Grupo Econômico: Responsabilidade solidária entre as empresas do grupo; Sucessão de
Empregadores Típica (sem fraude): Responsabilidade exclusiva do empregador sucessor;
Desmembramento de Municípios (emancipação): Responsabilidade do Município-mãe até a
emancipação e a responsabilidade do novo Município pelo período posterior.
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No grupo econômico, a responsabilidade é solidária de todas as empresas integrantes do gru-


po econômico, na forma do art. 2º, § 2º, da CLT.
Na sucessão trabalhista sem fraude, a responsabilidade é exclusiva do sucessor, conforme art.
448-A da CLT.
No caso de desmembramento de Município, cada ente público responde pelo período em que
foi empregador, na forma da OJ 92 da SDI-I do TST.
Letra e.

010. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Quanto ao FGTS, ao seguro-desemprego e ao


PIS, julgue o item que se segue.
Segundo entendimento consolidado pelo STF, não há responsabilidade subsidiária do Estado
pelo pagamento de direitos decorrentes de serviço prestado por meio de terceirização de mão
de obra e nem mesmo a ausência de fiscalização da empresa contratada poderá ocasionar a
culpa de ente estatal.

Se houver culpa da Administração Pública, inclusive no caso de falha na fiscalização do con-


trato administrativo, pode a Administração responder de forma subsidiária pelos créditos tra-
balhistas que a empresa prestadora deve ao trabalhador. Leia a Súmula n. 331, IV e V.
Errado.

011. (FCC/PGE-RN/PROCURADOR DO ESTADO/2014) Sobre a responsabilidade dos entes


integrantes da Administração pública direta, pelos direitos dos empregados da prestadora de
serviços por ele contratada na qualidade de tomadores de serviço, ante o inadimplemento das
obrigações trabalhistas por parte do empregador, é correto afirmar, segundo entendimento
jurisprudencial cristalizado pelo Tribunal Superior do Trabalho, que é
a) subsidiária porque decorre do mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas
pela empresa prestadora de serviços.
b) solidária porque decorre do mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas
pela empresa prestadora de serviços.
c) solidária porque, ao contratar tomadores de serviço, a Administração pública abre mão dos
privilégios que teria no exercício de seu jus imperium.
d) subsidiária e, como tal, independe da conduta culposa na Administração pública no cumpri-
mento das obrigações previstas na Lei n. 8.666/1993.
e) subsidiária e dependente de ser evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das
obrigações previstas na Lei n. 8.666/1993.

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A responsabilidade da Administração Pública é subsidiária na terceirização lícita, mas é neces-


sário que seja provada pelo menos a culpa, na forma da Súmula n. 331 do TST.
Letra e.

012. (CESPE/PGE-PI/PROCURADOR DO ESTADO/2014) Em relação ao empregador e à soli-


dariedade no direito do trabalho, assinale a opção correta.
a) Conforme entendimento do TST, o sucessor responde diretamente por débitos trabalhistas
de empresa não adquirida, integrante do mesmo grupo econômico da empresa sucedida, ainda
que, à época, a empresa devedora direta fosse solvente ou idônea economicamente.
b) Nos contratos de subempreitada, o subempreiteiro responde pelas obrigações derivadas
do contrato de trabalho que celebrar, não cabendo, entretanto, aos empregados o direito de
reclamação contra o empreiteiro principal pelo não cumprimento, pelo primeiro, daquelas
obrigações.
d) Independentemente de ajuste em contrário, o serviço prestado para várias empresas de um
mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, caracteriza a coexistência de
mais de um contrato de trabalho.
e) De acordo com o TST, caso haja desmembramento de município, cada uma das novas enti-
dades deverá ser responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período que foram
realmente empregadores.

a) Errado. Vamos entender. Imagine que uma empresa A e outra empesa B integrem um grupo
econômico, mas a empresa B está devendo créditos trabalhistas a João. Se a empresa A for
incorporada por uma empresa C (que não integra o grupo econômico), será que a empresa C
(sucessora da empresa A) seria responsável pela dívida da empresa B? O TST entende que
depende da situação. A empresa C apenas responderia se a empresa B não fosse solvente na
época em que a empresa C comprou a empresa A ou se houve dolo ou fraude na sucessão.
Leia a Orientação Jurisprudencial 411 da SDI-I.
b) Errado. O subempreiteiro responde pelos créditos trabalhistas de seus empregados, sem
prejuízo do direito desses empregados de demandar judicialmente o empreiteiro principal, na
forma do art. 455 da CLT.
d) Errado. O TST entende que, havendo grupo econômico, a prestação de serviço para mais de
uma empresa, na mesma jornada, não configura mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste
em contrário. Veja a Súmula 129 do TST.
e) Certo. É o que dispõe a OJ 92 da SDI-I do TST.
Letra e.

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013. (VUNESP/PGM–SP/PROCURADOR MUNICIPAL/2014) Com relação à terceirização no


serviço público, assinale a alternativa correta.
a) Observadas as regras insertas na Lei n. 8.666, de 21.06.1993, os entes integrantes da Admi-
nistração Pública direta e indireta, somente responderão de forma subsidiária pelos créditos
trabalhistas da empresa interposta, se comprovado o inadimplemento destas por culpa da
prestadora de serviços.
b) Havendo necessidade temporária de excepcional interesse público, a Constituição Fe-
deral de 1988 autoriza expressamente a terceirização dos serviços pelo prazo máximo
de 6 meses.
c) A terceirização dos serviços públicos na ocorrência de necessidade temporária de excep-
cional interesse público está autorizada pela Lei n. 8.745/1993 que trata da contratação por
tempo determinado na Administração Pública.
d) Não observado o cumprimento das obrigações da Lei n. 8.666/1993 na terceirização de
serviços e constatada a subordinação direta com a Administração Pública indireta, haverá o
reconhecimento do vínculo de emprego direto com esta.
e) Mesmo observado o cumprimento das obrigações da Lei n. 8.666/1993, se constatada a
conduta culposa da Administração Pública direta e indireta, especialmente na fiscalização do
cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregado-
ra, responderá de forma subsidiária no inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte
do empregador.

a) Errado. Para que haja a responsabilidade subsidiária, é necessário que haja culpa da to-
madora de serviços, ainda que seja de falha na fiscalização. Não importa a mera culpa da
prestadora de serviços (empresa contratada). Leia o disposto na Súmula n. 331, V, do TST e o
entendimento do STF.
b) Errado. Não existe essa previsão de tempo na Constituição Federal.
c) Errado. A Lei n. 8.745/1993 não estabelece autorização para terceirização no âmbito da Ad-
ministração Pública. A contratação direta de pessoal pela Administração por tempo determi-
nado para atendimento de excepcional interesse público não se confunde com a terceirização.
d) Errado. O postulado do concurso público deve ser respeitado (art. 37, II, da CF). Assim, ainda
que uma terceirização seja apontada como irregular, não se pode reconhecer vínculo direta-
mente com a Administração Pública. Veja, a título exemplificativo, a Súmula n. 331, II, do TST.
e) Certo. É exatamente o que disciplina o disposto na Súmula n. 331, V, do TST e o entendi-
mento do STF.
Letra e.

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014. (PGE-GO/PGE-GO/PROCURADOR DO ESTADO/2013) Pedro foi contratado pela empre-


sa “A” com a finalidade de prestar serviços de vigilância para um ente público “B” e para uma
empresa privada “C”, inexistentes a pessoalidade e a subordinação direta com estes tomado-
res do serviço. Dispensado pela empresa “A”, após três anos de prestação de serviços para os
tomadores do serviço, Pedro não recebeu as verbas rescisórias. De acordo com as diretrizes
da Súmula n. 331 do TST, está CORRETA a seguinte proposição:
a) A contratação de Pedro pela empresa interposta “A” é ilegal, pois, não sendo hipótese de
trabalho temporário, o vínculo de emprego se forma diretamente com os tomadores do serviço
“B” e “C”.
b) Todos respondem pelas obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
contratada, porém os tomadores “B” e “C” respondem apenas subsidiariamente e da mesma
maneira, isto é, sem qualquer perquirição de culpa in vigilando ou in eligendo.
c) Para que os tomadores do serviço possam ser executados como devedores subsidiários,
não é necessário que figurem no título executivo judicial.
d) O pagamento das verbas rescisórias é de responsabilidade exclusiva da empresa “A”, por se
tratarem de obrigações de caráter personalíssimo.
e) Em relação ao ente público “B”, a responsabilidade subsidiária não decorre de mero inadim-
plemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada, mas
da conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993.

a) Errado. Vamos entender. O TST classicamente admite a terceirização da atividade-meio do


tomador de serviços, conforme se constata na Súmula n. 331, III, do TST. No presente caso, a
terceirização ocorreu em atividade-meio, ou seja, vigilância. Não há, sob essa ótica, qualquer
irregularidade. E mesmo que houvesse terceirização na atividade-fim, o STF reconheceu essa
possibilidade como lícita, ao julgar o Tema 725 da Lista de Repercussão Geral.
b) Errado. Embora ambos os tomadores possam responder de forma subsidiária pelos crédi-
tos trabalhistas do empregado Pedro, o ente público B apenas responderá se comprovada a
sua culpa, ainda que seja na fiscalização do contrato de prestação de serviços que possuía
com a empresa A.
c) Errado. A responsabilização de um tomador de serviços pressupõe que tenha tido a oportu-
nidade de exercer a ampla defesa e o contraditório. Logo, devem estar no processo de conhe-
cimento e, como consequência, no título executivo judicial. Leia a Súmula n. 331, IV, do TST.
d) Errado. O tomador de serviços, sendo configurada sua responsabilidade subsidiária, respon-
de por todas as verbas devidas pela prestadora de serviços. Leia a Súmula n. 331, VI, do TST.
e) Certo. É exatamente o que disciplina o disposto na Súmula n. 331, V, do TST e o entendi-
mento do STF.
Letra e.

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015. (FMP CONCURSOS/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO/2012) A responsabilidade do


ente de direito público em relação às atividades terceirizadas, em sede trabalhista, se define
da seguinte forma:
a) A responsabilização do Ente de Direito Público é subsidiária, desde que reste evidenciada
a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n. 8.666/1993, especialmente
na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço
como empregadora.
b) Não há qualquer responsabilidade do ente de Direito Público, conforme entendimento con-
solidado no Supremo Tribunal Federal.
c) A responsabilidade do Ente de Direito Público é solidária e, portanto, total, considerando que,
na responsabilização do Estado, deve prevalecer a Teoria da Responsabilidade Objetiva.
d) Não há responsabilidade do ente de Direito Público, na medida em que não houve qualquer
vinculação deste com o trabalhador, devendo o empregador responder de forma exclusiva pe-
los créditos oriundos do contrato de trabalho.

a) Certo. É exatamente o que disciplina o disposto na Súmula n. 331, V, do TST e o entendi-


mento do STF.
b) Errado. O STF não reconheceu uma imunidade para a Administração Pública. Na verdade,
o STF não admite é a responsabilidade automática da Administração pelo simples inadimple-
mento da parcela trabalhista pela empresa prestadora de serviços.
c) Errado. A responsabilidade do ente público não é solidária na terceirização lícita, mas ape-
nas subsidiária, na forma da Súmula n. 331, V, do TST. Além disso, a responsabilidade do ente
público é subjetiva (deve ser comprovada culpa) e não objetiva.
d) Errado. Diante de culpa da Administração Pública, ainda que seja na fiscalização dos contra-
tos de trabalho, resta patente a responsabilidade subsidiária.
Letra a.

016. (TRT4ª REGIÃO/TRT-4ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2016) A Faculdade Notório Saber


decidiu ampliar seu campus e construir um novo prédio. Contratou, para tanto, a Construtora
ABC Ltda., a qual, por sua vez, subcontratou a Empreiteira Faz Tudo Ltda., renomada pelo ser-
viço de marcação do terreno e fundações. Considerando o material que seria utilizado na obra
e da grande circulação de estudantes, a Faculdade ampliou seu quadro de seguranças tercei-
rizados no local e demandou outros 3 (três) funcionários da empresa Serviços de Segurança
Olho Aberto Ltda., para permanecerem 24 (vinte e quatro) horas por dia, em revezamento. Ao
término da construção, a Empreiteira Faz Tudo Ltda. e a empresa Serviços de Segurança Olho
Aberto Ltda. encerraram suas atividades, sem sequer terem efetuado o pagamento das parce-
las resilitórias de seus empregados, os quais, por sua vez, ingressaram com ação trabalhista
contra todos os envolvidos, pleiteando a responsabilidade solidária/subsidiária.
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Quanto à responsabilidade, a Faculdade Notório Saber responderá


a) solidariamente pelos créditos advindos das ações ajuizadas pelos empregados da empresa
Serviços de Segurança Olho Aberto e da Empreiteira Faz Tudo.
b) solidariamente pelos créditos advindos das ações ajuizadas pelos empregados da empre-
sa Serviços de Segurança Olho Aberto e subsidiariamente pelos créditos advindos das ações
ajuizadas pelos empregados da Empreiteira Faz Tudo.
c) subsidiariamente pelos créditos advindos das ações ajuizadas pelos empregados da em-
presa Serviços de Segurança Olho Aberto e solidariamente pelos créditos advindos das ações
ajuizadas pelos empregados da Empreiteira Faz Tudo.
d) subsidiariamente pelos créditos advindos das ações ajuizadas pelos empregados da em-
presa Serviços de Segurança Olho Aberto e da Empreiteira Faz Tudo.
e) subsidiariamente pelos créditos advindos das ações ajuizadas pelos empregados da em-
presa Serviços de Segurança Olho Aberto e não terá qualquer responsabilidade pelos créditos
advindos das ações ajuizadas pelos empregados da Empreiteira Faz Tudo.

A Faculdade, como dona da obra, não responde pelas verbas trabalhistas aos empregados que
atuaram na obra em si, sobretudo porque não é uma construtora ou incorporadora, mas uma
instituição de ensino. Veja o disposto na OJ 191 da SDI-I do TST.
Quanto aos empregados da empresa de vigilância, não se trata de obra, mas de prestação de
serviços, o que significa que a Faculdade é tomadora de serviços e responde de forma subsidi-
ária pelas dívidas trabalhistas da empresa prestadora (Serviços de Segurança Olho Aberto), na
forma do art. 5º-A, § 5º, da Lei n. 6.019/1974. Leia também a Súmula n. 331, IV do TST.
Letra e.

017. (TRT 4º REGIÃO/TRT-4ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2016) Quanto à responsabilida-


de, a Construtora ABC
a) responderá subsidiariamente pelos créditos advindos das ações ajuizadas pelos emprega-
dos da empresa Serviços de Segurança Olho Aberto e da Empreiteira Faz Tudo.
b) responderá solidariamente pelos créditos advindos das ações ajuizadas pelos empregados
da empresa Serviços de Segurança Olho Aberto e da Empreiteira Faz Tudo.
c) não terá qualquer responsabilidade pelos créditos advindos das ações ajuizadas pelos em-
pregados da empresa Serviços de Segurança Olho Aberto e responderá solidariamente pelos
créditos advindos das ações ajuizadas pelos empregados da Empreiteira Faz Tudo.
d) não terá qualquer responsabilidade pelos créditos advindos das ações ajuizadas pelos em-
pregados da empresa Serviços de Segurança Olho Aberto e responderá subsidiariamente pe-
los créditos advindos das ações ajuizadas pelos empregados da Empreiteira Faz Tudo.
e) não terá qualquer responsabilidade pelos créditos advindos das ações ajuizadas pelos em-
pregados da empresa Serviços de Segurança Olho Aberto e da Empreiteira Faz Tudo.

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A empresa construtora não possui qualquer relação com a empresa de vigilância. Não pos-
suem qualquer contrato de prestação de serviços. A relação ocorria entre a empresa de vigilân-
cia e a Faculdade. Logo, a construtora ABC não pode ser responsabilizada por créditos devidos
aos empregados da empresa de vigilância se nem sequer foi tomadora de serviços.
Por outro lado, quanto aos créditos devidos pela subempreiteira (Empreiteira Faz Tudo Ltda)
aos seus empregados, a empresa construtora ABC foi a empreiteira principal e decidiu promo-
ver uma subempreitada da obra. Logo, a construtora responde solidariamente com a subem-
preiteira pelos créditos trabalhistas devidos aos empregados desta última, por força do art.
455 da CLT. Registre-se que, muito embora o art. 455 da CLT não mencione expressamente a
responsabilidade solidária, certo é que a jurisprudência do TST já consolidou entendimento no
sentido da responsabilidade solidária da empreiteira principal e a subempreiteira.
Letra c.

018. (TRT 2R/TRT-2ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2016) Com fulcro na lei e no entendimen-


to doutrinário majoritário e jurisprudencial sumulado do TST, em relação ao empregador, grupo
econômico e situações de responsabilização empresarial é correto afirmar que:
c) Mesmo sem previsão, nesse sentido, em seu contrato de trabalho, empregado que presta
serviços a todas as empresas do grupo econômico a que pertence seu empregador, e que ca-
racteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, faz jus ao recebimento de direitos
trabalhistas de todas as empresas para as quais presta serviços.
d) A responsabilidade solidária decorrente da existência de grupo econômico somente pode
ser reconhecida judicialmente na fase cognitiva devendo o trabalhador ajuizar a ação em face
de todas as empresas integrantes do grupo econômico.

c) Errado. Se um empregado presta serviços a diversas empresas do mesmo grupo econômi-


co, isso não caracteriza a existência de mais de um contrato de trabalho, mas de um contrato
de trabalho único, exceto se houver previsão em sentido contrário. Essa lógica pode ser notada
na Súmula 129 do TST.
d) Errado. A responsabilidade solidária das empresas integrantes do grupo econômico pode
ser reconhecida até mesmo na fase de execução com a inclusão das empresas do grupo no
polo passivo da execução. Leia esse jugado do TST.
Ambas falsas.

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019. (FADESP/PREFEITURA DE MARABÁ-PA/PROCURADOR MUNICIPAL/2019) A empresa


prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à
contratante serviços determinados e específicos. Não se configura vínculo empregatício entre
os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu
ramo, e a empresa contratante. Neste passo, contratante é a pessoa física ou jurídica que
celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e específicos. Caso a
empresa prestadora de serviços a terceiros não pague salários aos seus trabalhadores no perí-
odo em que ocorrer a prestação de serviços para a contratante, a responsabilidade da empresa
contratante será
a) inexistente, cabendo a responsabilidade exclusivamente à empresa prestadora de serviços
a terceiros.
b) solidária.
c) subsidiária.
d) exclusiva, não cabendo nenhuma responsabilidade à empresa prestadora de serviços a
terceiros.

Na terceirização, a responsabilidade do tomador de serviço é subsidiária em relação aos cré-


ditos devidos pela empresa prestadora de serviços, na forma da Súmula n. 331, IV, do Tribunal
Superior do Trabalho.
Letra c.

020. (TRT 21R/TRT-21ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2015) Pedro Egito e Paulo Israel, em


primeiro de janeiro de 2004, foram contratados pela empresa Boa Vista Ltda., para trabalhar
em atividade, que, por força de contrato de concessão de serviço público, tinha a expectativa
de durar ao longo de dez anos, prazo da concessão. Finda a concessão, em novo processo de
seleção, ocorrido em dezembro de 2014, a empresa Boa Vista Ltda. perdeu a concessão até
então existente. A empresa Alegre Visual Ltda. foi a contemplada no processo público e passa-
ra, em janeiro de 2015, a ostentar a condição de concessionária, arrendando, a título provisório,
bens de propriedade da empresa antecessora, a Boa Vista Ltda. Considerando que o contrato
de Pedro Egito foi rompido em novembro de 2014, e que o contrato de Paulo Israel somente
foi extinto no mês de junho de 2015, à luz da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho e
legislação vigente, assinale a opção correta:
a) Em relação ao contrato do Sr. Pedro Egito, a responsabilidade por eventuais direitos traba-
lhistas será exclusivamente da empresa Alegre Visual Ltda. ante a sucessão de empresas.
b) No caso de Paulo Israel, ante a intervenção estatal na sucessão, a empresa Alegre Visual
Ltda. responde apenas pelas verbas eventualmente devidas após o início da sua concessão,
restando à antecessora a responsabilidade pelos débitos contraídos até a concessão.

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c) Em relação ao contrato do Sr. Pedro Egito, a responsabilidade por eventuais direitos traba-
lhistas será da empresa Boa Vista Ltda. e, subsidiariamente, da empresa Alegre Visual Ltda.,
ante a sucessão de empresas.
d) Não há possibilidade de se responsabilizar a empresa Boa Vista Ltda. por débitos trabalhis-
tas decorrentes do contrato de Paulo Israel, ante a intervenção estatal na sucessão.
e) A empresa Alegre Visual Ltda., por ocasião do rompimento da relação com o Sr Paulo Is-
rael, responde pela integralidade dos direitos do obreiro, sem prejuízo, entretanto, da respon-
sabilidade subsidiária da empresa Boa Vista Ltda. pelos débitos trabalhistas contraídos até a
concessão.

No caso de concessão de serviço público, existe um entendimento pacificado no TST no sen-


tido de que, se houver uma nova concessionária que assume a prestação de serviço público e
passou a utilizar bens da empresa concessionária anterior (seja porque os alugou, arrendou,
comprou etc), então a nova concessionária apenas responde pelos créditos trabalhistas de
empregados da antiga concessionária se os contratos de trabalho foram extintos depois da
concessão nova. E a responsabilidade da antiga concessionária é subsidiária. Por outro lado,
se os contratos de trabalho foram extintos antes da nova concessão começar, apenas a con-
cessionária antiga responde pelos créditos de seus empregados. Trata-se da Orientação Juris-
prudencial 225 da SDI-I do TST.
No exercício, a empresa Alegre Visual passou a ser a nova concessionária, tendo assumido a
prestação de serviços em janeiro de 2015. Pedro Egito teve o contrato rompido com a antiga
concessionária (Boa Vista Ltda) em novembro de 2014, isto é, antes da nova concessão. As-
sim, apenas a concessionária antiga responde por seus créditos. Quanto a Paulo Israel, seu
contrato findou depois da nova concessão, o que significa que houve sucessão trabalhista e a
nova concessionária (Alegre Visual) responde diretamente pelo crédito, havendo responsabili-
dade subsidiária da antiga concessionária.
Letra e.

021. (TRT 21R/TRT-21ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2015) Severina mora no imaginário


município de Brasílius. É técnica de enfermagem contratada pela Associação Municipal de
Apoio da Saúde de Brasílius – AMASAB, entidade contratada pela Prefeitura Municipal, para
prestar serviços na maternidade pública local. Desenvolve suas atividades diretamente sob
determinações do Diretor da Unidade Hospitalar, que também é Secretário Municipal de Saúde.
Após dobrar um plantão, por exigência da AMASAB, sofreu um acidente com material pérfuro-
-cortante, não tendo, a AMASAB, emitido CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho. Pouco
tempo depois, teve confirmada a infecção por Hepatite C. Após outros 6 (seis) meses, depois
de ter 4 (quatro) meses de salários atrasados, moveu Reclamação Trabalhista em face da

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AMASAB, postulando o pagamento de saldo de salário, horas extras não pagas, reflexos das
verbas salariais e dano moral pelo acidente. Postulou responsabilidade subsidiária em face
do Município de Brasílius. A AMASAB apresentou contestação, aduzindo em sua defesa: a) a
ausência de pagamentos é em decorrência do atraso de repasses pelo município das verbas
do Sistema Único de Saúde, o que gera factum principis e a transferência da responsabilidade
do pagamento das verbas salariais exclusivamente para o ente público; b) a responsabilidade
pelo acidente é exclusiva do Município, pois é incumbência das unidades hospitalares conta-
rem com plano de Prevenção de Acidentes com Material perfuro-cortante. O Município de Bra-
silius apresentou contestação, aduzindo em sua defesa: a) o atraso no pagamento das verbas
decorreu de força maior, tendo em vista que não foram repassadas pelo governo federal; b) não
há responsabilidade subsidiária, pois, todos os meses, a AMASAB era fiscalizada pelo Diretor
do Hospital, que pedia as certidões negativas de tributos e comprovantes de recolhimento de
INSS e FGTS; c) a sua responsabilidade subsidiária, se eventualmente reconhecida, limita-se ao
saldo de salário, tendo em vista que não há no contrato celebrado com a AMASAB, previsão de
pagamento de horas extras; d) o acidente ocorrido decorre de violações a normas de saúde e
segurança do Ministério do Trabalho e Emprego, que não são exigíveis de entes públicos, mas
sim das empresas privadas.
O processo foi à conclusão para julgamento. Sobre o contexto, considerando a legislação, dou-
trina e jurisprudência dominantes, indique a assertiva correta:
a) A ocorrência de factum principis, manifestada de forma incontroversa pelos atrasos nos
repasses, transfere o ônus de todas as verbas trabalhistas não adimplidas no curso da relação
de emprego de Severina ao ente público responsável.
b) A Ação Direta de Constitucionalidade n. 16, ao reconhecer a constitucionalidade do
Art. 71 da Lei n. 8.666/1993, implica na improcedência do pleito de Severina em face do
Município, independentemente do tipo ou da efetiva fiscalização no curso do contrato
com a AMASAB.
c) O desenvolvimento das atividades sob orientação direta do Secretário Municipal de
Saúde permite o reconhecimento da contratação como fraudulenta, bem como o reco-
nhecimento do vínculo direto com o Município de Brasílius e aplicação de todas as vanta-
gens previstas no estatuto municipal, gerando a responsabilização direta e exclusiva do
ente público.
d) É possível a responsabilização subsidiária do ente público, inclusive nas verbas de horas
extras e dano moral, mesmo que, no contrato do Município com a AMASAB, não preveja o pa-
gamento de tais rubricas.
e) Considerando que o dever de prestar saúde é obrigação constitucional solidária da União,
Estados e Municípios, seria admissível o redirecionamento da execução à União, por res-
ponsabilidade subsidiária, mesmo não tendo participado do processo ou constado no título
executivo.

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a) Errado. A ocorrência de fato do príncipe não pode ser invocada quando se refere a atrasos
de repasses orçamentários, porquanto o risco da atividade exercida pelo empregador não pode
ser transferido a terceiros. Ademais, o art. 486, caput, da CLT menciona paralisação temporária
ou definitiva do trabalho por ato de autoridade administrativa ou lei, o que não ocorreu no caso
(atividade do empregador continuou). Veja o preceito mencionado:

Art. 486. No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autori-
dade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a
continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo
responsável.

Aliás, leia esse julgado do TST:

(...) ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO – REDUÇÃO DAS COMISSÕES – ILICI-


TUDE – ALEGAÇÃO DE FATO DO PRÍNCIPE – DESCABIMENTO. 1. O art. 486, caput, da CLT
fixa os limites do fato do príncipe – factum principis – no Direito do Trabalho e estabelece
que a paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato administrativo,
é passível de indenização pelo ente público responsável. 2. Todavia, não se está diante
de paralisação das atividades da empresa motivada por ato administrativo. Na verdade, a
reclamada continuou funcionando normalmente após a resolução editada pelo Conselho
Federal de Medicina. É impossível reconhecer a violação direta e literal do art. 486, caput,
da CLT. Agravo desprovido (Ag-AIRR-1845-26.2011.5.12.0001, 7ª Turma, Relator Ministro
Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, DEJT 09/11/2018).

b) Errado. Quando o Supremo Tribunal Federal reconheceu a constitucionalidade do art. 71,


§ 1º, da Lei n. 8.666/1993, na ADC 16, não reconheceu uma imunidade para a Administração
Pública, mas apenas a impossibilidade de reconhecimento de responsabilidade subsidiária
automática da Administração Pública pelo mero inadimplemento. Assim, se houver prova de
culpa da Administração, pode ela ser responsabilizada.
c) Errado. Eventual subordinação direta com o Secretário estadual evidencia certamente a
ocorrência de ilicitude na terceirização. No entanto, não é possível o reconhecimento de víncu-
lo de emprego, diante do postulado do concurso público, na forma da Súmula n. 331, II, do TST.
d) Certo. A responsabilidade subsidiária da Administração Pública, mediante comprovação de
culpa, não está atrelada à previsão, no contrato administrativo, de pagamento de horas extras
e de indenização por danos morais. Sendo a Administração Pública a tomadora de serviços,
tinha ela perfeita ciência da realização de horas extras, além de que era ela a responsável pelo
ambiente de trabalho. Logo, haverá a responsabilização subsidiária.

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e) Errado. A União não era tomadora de serviços, mas sim o Município. Além disso, não se
pode haver qualquer responsabilidade de tomador sem que ele participe da relação processual
de conhecimento e integre o título executivo judicial, na forma da Súmula n. 331, IV, do TST.
Letra d.

022. (VUNESP/FITO/ADVOGADO/2020) Sobre a sucessão empresarial ou de empregadores


prevista na CLT, assinale a alternativa correta.
a) As obrigações trabalhistas, exceto as contraídas à época em que os empregados trabalha-
vam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.
b) As obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados traba-
lhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor e do sucedido.
c) A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada
fraude na transferência.
d) A empresa sucedida responderá subsidiariamente com a sucessora quando ficar compro-
vada fraude na transferência.
e) As obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalha-
vam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucedido.

a) Errado. Na sucessão trabalhista, o sucessor responde inclusive pelas obrigações trabalhis-


tas do sucedido.
b) Errado. A regra é a responsabilidade exclusiva do sucessor.
c) Certo. A responsabilidade do sucedido, na hipótese de fraude na sucessão, é solidária (art.
448-A, parágrafo único, da CLT).
d) Errado. Leia o comentário anterior.
e) Errado. Leia o comentário das letras a e b.
Letra c.

023. (TRT 2R/TRT – 2ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2015) A empresa Alfa & Delta Produ-
ções Gráficas adquiriu o fundo de comércio, instalações e maquinário da empresa Lambda
Serviços Impressos; atuando no mesmo endereço, nas mesmas atividades e utilizando-se dos
serviços dos mesmos empregados. Os quadros societários das duas empresas eram distin-
tos. Em relação aos contratos de trabalho dos empregados, é CORRETO afirmar que:
a) Serão automaticamente extintos, fazendo surgir novas relações contratuais, visto que não
houve sucessão.
b) Houve sucessão e ocorre a terminação ficta de contratos trabalhistas, isto é, as obrigações
trabalhistas anteriores recairão sobre a empresa sucedida, e as posteriores sobre a sucessora.

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c) As cláusulas e condições estabelecidas no contrato de trabalho serão obrigatoriamente


repactuadas entre os empregados e o novo empregador, visto que os quadros societários são
distintos.
d) A transferência de obrigações trabalhistas dependera das condições em que a aquisição
empresarial foi pactuada, visto que ficou caracterizada a formação de grupo econômico.
e) Houve sucessão de empregadores e os contratos manter-se-ão inalterados, seguindo o seu
curso normal.

Se ocorre uma sucessão trabalhista, ou seja, a transferência da unidade econômico-jurídica


para o sucessor (o que, no caso, ocorreu com a venda das instalações e maquinário), então os
contratos de trabalho continuam normalmente, sem qualquer extinção ou mesmo alteração de
suas cláusulas, na forma do art. 448 da CLT. A responsabilidade pelas obrigações trabalhistas
devidas pelo sucedido passa a ser do sucessor, na forma do art. 448-A.
Letra e.

024. (FCC/TRT-1ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2014) A empresa Universal Industrial Ltda.,


que tem por sócio majoritário Dionísio, passou por grandes dificuldades financeiras que culmi-
naram com o encerramento de suas atividades. Dionísio vendeu o galpão onde estava estabe-
lecida a empresa com todo o mobiliário, equipamentos e instalações para Zeus, que instalou
no local a empresa Olímpica Industrial Ltda., com quadro societário e inscrição no CNPJ dis-
tintos da Universal. Afrodite, que trabalhava como recepcionista empregada da Universal há
um ano, permaneceu laborando para Olímpica por mais oito meses até a sua dispensa, sem
receber as horas extras, as férias com 1/3, o FGTS mensal, a multa rescisória de 40% do FGTS
e o aviso prévio. Nessa situação, a responsabilidade pelo pagamento das verbas trabalhistas
de Afrodite será da empresa
a) Olímpica em razão da sucessão de empresas que implica a responsabilidade do sucessor
por todos os direitos trabalhistas, conforme previsão legal contida na Consolidação das Leis
do Trabalho.
b) Universal em caráter principal e, de forma subsidiária, na Olímpica, visto que a situação se as-
semelha a terceirização, conforme entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho.
c) Universal pelo período de um ano em que foi sua empregada e da Olímpica pelos oito meses
finais, dividindo-se todas as verbas trabalhistas na exata proporção dos meses trabalhados.
d) Universal pela proporção do período de um ano apenas em relação às horas extras, férias
com 1/3 e FGTS mensal e da Olímpica pelos oito meses finais em relação às férias com 1/3,
FGTS mensal além da multa rescisória de 40% do FGTS e aviso prévio, estes últimos em razão
de ter efetuado a dispensa.
e) Universal porque, sendo a empresa que contratou Afrodite, não poderia ter vendido o empre-
endimento sem ter quitado os contratos de trabalho de seus empregados, assumindo, assim,
todo o ônus moral e jurídico da transação.
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a) Certo. Uma vez ocorrida a sucessão trabalhista, a responsabilidade pelos créditos trabalhis-
tas devidos pelo sucedido é, em regra, de responsabilidade exclusiva do sucessor, na forma do
art. 448-A da CLT e posição consolidada no TST. A sucedida, em regra, não responde. Assim, a
empresa Olímpica será a responsável, em princípio, por todo o valor devido.
b) Errado. Veja o comentário da letra a.
c) Errado. Veja o comentário da letra a.
d) Errado. Veja o comentário da letra a.
e) Errado. Não existe qualquer óbice legal para a venda de bens em virtude da existência de
débitos trabalhistas.
Letra a.

025. (FCC/TRT-1ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2014) A prefeitura de Safira, por meio de


processo licitatório, firmou contrato de prestação de serviços com a empresa Delta Ômega
Serviços Gerais, para o fornecimento dos serviços de copeiras e porteiros, pelo prazo de
dois anos. Entretanto, findo o contrato, houve inadimplência das obrigações trabalhistas em
relação aos empregados da fornecedora de mão de obra. A prefeitura de Safira não exerceu
a fiscalização do cumprimento das obrigações legais e contratuais da prestadora de serviço
como empregadora. Com fundamento em entendimento jurisprudencial sumulado do TST,
em ação trabalhista movida pelos empregados contra a prestadora e a tomadora, a munici-
palidade de Safira
a) não terá qualquer responsabilidade trabalhista visto que firmou contrato regular de ter-
ceirização com a empresa prestadora, independentemente de ser órgão da Administra-
ção pública.
b) poderá responder de forma subsidiária ou até mesmo solidária pelos débitos trabalhistas
apenas em caso de falência da empresa prestadora dos serviços.
c) responderá de forma subsidiária pelos débitos trabalhistas da empresa prestadora dos
serviços em razão de conduta culposa por ausência de fiscalização do contrato.
d) responderá de forma solidária pelos débitos trabalhistas em razão de ser tomadora dos
serviços, ainda que tivesse fiscalizado o contrato.
e) não responderá sob qualquer modalidade, ou seja, nem de forma subsidiária ou solidária,
por se tratar de órgão da Administração pública direta.

Se não houve a devida fiscalização, então ocorre culpa da Administração Pública, atraindo a
sua responsabilidade subsidiária, na forma da Súmula n. 331, IV e V, do TST.
Letra c.

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026. (TRT 23R/TRT-23ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2014) A existência de grupo econômico


e sucessão de empregadores são fenômenos cada vez mais comuns na prática trabalhista. Acer-
ca desses institutos jurídicos analise as assertivas abaixo, à luz da jurisprudência dominante:
I – Angelita é agente de finanças, empregada do Banco Bege S/A, no qual cuida da conta de
investimentos de alguns clientes. Além disso, faz ainda a intermediação de compra e venda de
ações para a corretora Papéis Bege Investimentos S/A, pertencente ao mesmo grupo econômi-
co, que funciona no mesmo prédio, durante o mesmo horário de trabalho. Tendo em vista que
ambas as empresas se beneficiam da mão de obra de Angelita, faz jus ao reconhecimento de
vínculo empregatício também com a empresa Papéis Bege Investimentos S/A, inclusive com o
pagamento de salários a serem arbitrados judicialmente;
II – A empresa Telefonia Beta venceu certame para a concessão de serviço público de explora-
ção/venda de linhas telefônicas em determinada região. Anteriormente a ela, atuou a empresa
Telefonia Alfa, da qual adquiriu todas as instalações móveis, imóveis e ainda contratando todo
o pessoal, configurando-se assim sucessão de empregadores. Nesse caso, a empresa Tele-
fonia Beta responderá pelos direitos oriundos dos contratos de trabalho em caso de rescisão
após a entrada em vigor da concessão, de forma exclusiva, já que é a sucessora, não cabendo
responsabilização da empresa Telefonia Alfa;
III – Ainda sobre o caso do item anterior, quanto aos contratos de trabalho extintos antes da vi-
gência da concessão para a empresa Beta, a responsabilidade pelos direitos dos trabalhadores
será exclusivamente da empresa Telefonia Alfa;
IV – Maria Antônia é empregada da Madeireira Lenha Brava Ltda, pertencente ao mesmo gru-
po econômico da Laminadora Lenha Brava Ltda, da qual José Eduardo é empregado. Apenas
aquela primeira foi vendida para a Madeireira Madeira de Lei Ltda, época em que ambas eram
solventes. Entretanto, após alguns meses do trespasse a Laminadora encerrou suas ativida-
des deixando de pagar os últimos salários e verbas rescisórias de José Eduardo. Nesse caso,
por pertencerem ao mesmo grupo econômico, sendo assim empregador único, José Eduardo
tem direito a receber seus haveres rescisórios da empresa Madeireira Lenha Brava Ltda, que
pode ser considerada como sucessora da Laminadora.
V – Após anos de luta, o Município de Cuiabá foi desmembrado da rica Região do Coxipó, crian-
do-se o Município de Coxipó dos Rios Brilhantes, onde se descobriu jazidas de pedras preciosas.
Maria e José, casados entre si eram empregados públicos do Município de Cuiabá e após o des-
membramento Maria permaneceu como empregada deste, passando José a ser empregado do
Município recém criado. Nesse caso, o Município de Coxipó dos Rios Brilhantes será responsável
pelos direitos trabalhistas de José referentes apenas ao período posterior ao desmembramento.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) I e III;
b) III e V;
c) II, III e V;
d) I, II e IV;
e) Apenas a IV;
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I – Errado. Se, havendo grupo econômico, ocorre a prestação de serviço para mais de uma em-
presa, na mesma jornada, isso não configura mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em
contrário. A questão não menciona mais de um ajuste em contrário. Veja a Súmula 129 do TST.
II – Errado. Ocorrendo a rescisão contratual após a nova concessão passar a vigorar, a su-
cessora (nova concessionária) responde diretamente, ao passo que a antiga concessionária
(sucedida) responde subsidiariamente pelos créditos trabalhistas devidos na sua época, con-
forme OJ 225, I, da SDI-I.
III – Certo. É o que prevê a OJ 225, II, da SDI-I.
IV – Errado. Se a empresa que possui a dívida trabalhista era solvente na época em que ou-
tra empresa do mesmo grupo foi vendida, não haverá responsabilidade da empresa vendida
(sucedida) ou da empresa que adquiriu ela (sucessora) pelas dívidas trabalhistas da empresa
inadimplente. É a aplicação da OJ 411 da SDI-I do TST.
V – Certo. É o que disciplina a OJ 92 da SDI-I. Cada Município fica responsável pelo período em
que José lhe prestou serviços.
Letra b.

027. (TRT 2R/TRT – 2ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2014) Quanto à figura do empregador


observando-se a legislação vigente e o direito sumulado do TST, aponte a alternativa correta:
b) A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico durante a
mesma jornada de trabalho configura coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo
ajuste em contrário
c) O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que não participou da relação pro-
cessual como reclamado e que, portanto, não consta no título executivo judicial como devedor,
não pode ser sujeito passivo na execução
d) Constituem grupo de empresas, aquelas que, tendo ao menos um sócio comum, atuam sem
coordenação, vigilância e direção de uma sobre as outras, em um mesmo ramo de atividade ou
em atividades independentes
e) Podem constituir grupo econômico, para fins trabalhistas entidades sem finalidade econô-
mica, instituições beneficentes ou associações recreativas

b) Errado. O trabalho na mesma jornada para mais de uma empresa do mesmo grupo eco-
nômico não implica a existência de mais de um contrato de trabalho, mas apenas um único
contrato de trabalho. É o teor da Súmula 129 do TST.
c) Errado. Se uma empresa é integrante do mesmo grupo econômico, pode ela ser incluída
diretamente na execução trabalhista de uma outra empresa do mesmo grupo, ainda que não
tenha participado do processo de conhecimento e do título executivo judicial. Leia o comentá-
rio da questão 16.
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d) Certo. Perceba que o examinador não falou em “grupo econômico”, mas mero “grupo de
empresas”. Assim, não se está tratando do art. 2º, § 2º, da CLT. Assim, empresas que possuem
sócio em comum, mesmo não sendo coordenadas ou dirigidas uma pela outra podem consti-
tuir um “grupo de empresas”.
e) Errado. Entidades sem finalidades lucrativas não constituem grupo econômico.
Letra d.

028. (TRT 8R/TRT – 8ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2013) Quanto à figura do empregador,


analise as proposições abaixo e assinale a alternativa INCORRETA:
d) Considerando que o grupo econômico é empregador único, o empregado está vinculado ao
conjunto de empresa; assim, o trabalho prestado a mais de uma delas, durante a mesma jorna-
da, não gera duplo contrato, ressalvada disposição em contrário.
e) Segundo entendimento consolidado pelo Tribunal Superior do Trabalho, o sucessor respon-
de solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não adquirida, pelo fato de integrar o
mesmo grupo econômico da empresa sucedida, mesmo quando, à época, a empresa devedora
direta era solvente ou idônea economicamente.

d) Certo. É a lógica da Súmula 129 do TST.


e) Errado. Se a empresa devedora X era economicamente solvente ou idônea, então o sucessor
Y (aquele que comprou a empresa W integrante do mesmo grupo econômico da devedora X)
não responde pela dívida trabalhista dessa empresa X. Veja a OJ 411 da SDI-I.
Letra e.

029. (TRT 2R/TRT – 2ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2012) Por circunstâncias de merca-


do e interesses de ordem econômica os sócios proprietários da empresa Engenharia Sólida
Ltda. transferiram o empreendimento para terceiros. Houve alteração da razão social, mas não
ocorreu alteração de endereço, do ramo de atividades, nem de equipamentos, mantendo-se o
mesmo quadro de empregados. Tal situação caracterizou a sucessão de empregadores para
fins trabalhistas. Neste caso, quanto aos contratos de trabalho dos empregados da empresa
sucedida, é correto afirmar que:
a) a transferência de obrigações contratuais dependerá dos termos e condições em que a su-
cessão foi pactuada entre os empresários;
b) as obrigações contratuais assumidas anteriormente a mudança recairão sobre a empresa
sucedida, e as posteriores sobre a sucessora;
c) os empregados e o novo empregador deverão renegociar todas as cláusulas e condições
estabelecidas no contrato de trabalho;
d) estarão rescindidos automaticamente, fazendo surgir novas relações contratuais;
e) os contratos de trabalho seguem seu curso normal, mantendo-se inalterados.
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Diante da transferência de propriedade, ocorreu sucessão trabalhista, mas os contratos de


trabalhos continuam normalmente com a pessoa jurídica, não sendo rescindidos e nem alte-
rados. Trata-se de aplicação do art. 448 da CLT. A empresa continua sendo a responsável por
todo o passivo trabalhista.
Letra e.

030. (TRT 23R/TRT – 23ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2012) Assinale a alternativa que


contém proposição incorreta:
a) São características da figura do empregador à luz da ordem jurídica juslaborista, a desper-
sonalização e a alteridade.
b) Dentre outras possibilidades, de acordo com o texto da CLT, verifica-se o grupo econômi-
co quando uma empresa, com personalidade jurídica própria, estiver sob o controle de outra,
constituindo com ela um grupo industrial.
c) O TST, com a edição da Súmula 129, reconhecendo que “a prestação de serviços a mais de
uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não carac-
teriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário”, filiou-se à
tese da responsabilidade dual do grupo econômico.
d) O instituto da sucessão trabalhista não se aplica ao contrato do empregado doméstico nem
nas falências processadas a partir da vigência da Lei n. 11.101/2005, no caso de alienação da
empresa falida, e serão tidos como novos os contratos de trabalho iniciados com o emprega-
dor adquirente, ainda que se tratem de antigos empregados da empresa.
e) no contrato de venda de parte de uma empresa, a cláusula de não responsabilização da
adquirente pelas obrigações trabalhistas existentes até a data do negócio, deve ser respeitada
pelo Julgador quando demonstrado que o sucedido tem patrimônio suficiente para suportar as
obrigações trabalhistas inadimplidas na época da sua gestão.

a) O item está certo. A alteridade é assunção dos riscos da atividade econômica pelo emprega-
dor, sendo uma caraterística da relação de emprego. Já a despersonalização da figura do em-
pregador pode ser vista, por exemplo, na sucessão trabalhista, quando o trabalhador continua
prestando serviços ao sucessor. O contrato de trabalho continua sendo o mesmo, tendo havido
somente a alteração no polo passivo da relação de emprego (muda o empregador e continua
a mesma relação de emprego).
b) O item está certo. É o que se constata pelo art. 2º, § 2º, da CLT.
c
 ) O item está certo. Quando se reconhece que a prestação de serviços a mais de uma empre-
sa do mesmo grupo econômico, na mesma jornada, não constitui mais de um contrato, mas o
mesmo contrato, a Súmula considera que o grupo econômico é um empregador único. Assim,
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a Súmula adota não apenas a solidariedade passiva das empresas do grupo pelas dívidas tra-
balhistas, mas também a solidariedade ativa, ou seja, podem as empresas integrantes do grupo
exigir a prestação de serviços do empregado de qualquer delas sem que isso configure mais de
um contrato. A existência das solidariedades ativa e passiva configuram a solidariedade dual.
d) O item está certo. A sucessão trabalhista envolve transferência de unidade econômico-jurí-
dica. Os arts. 10 e 448 da CLT mencionam inclusive “empresa”. Quando se trata de vínculo de
emprego doméstico, a atividade é não lucrativa e ocorre no âmbito residencial do empregador
pessoa física, o que torna incompatível a sucessão. Quanto à alienação judicial de empresa
falida, veja o art. 141, II e § 2º, da Lei n. 11.101/2005.
e) O item está errado. A cláusula de não–responsabilização não gera qualquer efeito para o
credor trabalhista, podendo o sucessor ser responsabilizado pelas dívidas trabalhistas do su-
cedido.
Letra e.

031. (FCC/TRT – 20ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2012) Os sócios proprietários da empre-


sa Colmeia Metalúrgica Ltda. transferiram todas as cotas sociais para terceiros, sendo altera-
da inclusive a denominação social. Entretanto não houve alteração de endereço, do ramo de
atividades, dos maquinários e dos empregados. A situação caracterizou a sucessão de empre-
gadores. Neste caso, quanto aos contratos de trabalho dos empregados da empresa sucedida,
é correto afirmar que
a) os contratos de trabalho se manterão inalterados e seguirão seu curso normal.
b) os pactos laborais serão automaticamente extintos, fazendo surgir novas relações contratuais.
c) todas as cláusulas e condições estabelecidas no contrato de trabalho deverão ser repactu-
adas entre os empregados e o novo empregador.
d) as obrigações anteriores recairão sobre a empresa sucedida, e as posteriores sobre a
sucessora.
e) a transferência de obrigações depende das condições em que a sucessão foi pactuada.

A sucessão trabalhista não afeta os contratos de trabalho. Assim, a alteração na propriedade


não os afeta, na forma do art. 448.
Letra a.

032. (FCC/TRT-20ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2012) Em relação às situações de res-


ponsabilização empresarial, nos termos da lei ou da jurisprudência sumulada do TST, é cor-
reto afirmar:
a) Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro pelas obrigações derivadas
do contrato de trabalho que celebrar, não cabendo qualquer responsabilidade do empreiteiro
principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro.
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b) Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta que tomarem serviços por
meio de empresa interposta de mão de obra não respondem pelas obrigações trabalhistas,
ainda que evidenciada a sua conduta culposa na fiscalização do cumprimento das obrigações
contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora.
c) Em caso de formação de grupo econômico a responsabilidade das empresas do grupo em
relação à inadimplência trabalhista da empresa empregadora é subsidiária, valendo o benefí-
cio de ordem.
d) O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a respon-
sabilidade solidária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações na hipótese de inter-
mediação de mão de obra por empresa interposta.
e) No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora é solidaria-
mente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo
em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período,
pela remuneração e indenizações.

a) Errado. O subempreiteiro responde pelos créditos trabalhistas de seus empregados, sem


prejuízo do direito desses empregados de demandar judicialmente o empreiteiro principal, na
forma do art. 455 da CLT.
b) Errado. A Administração Pública responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas
da empregadora prestadora de serviços, desde que haja culpa, na forma da Súmula n. 331, IV
e V, do TST.
c) Errado. A responsabilidade dos integrantes do grupo econômico é solidária e não subsidiá-
ria, na forma do art. 2º, § 2º, da CLT.
d) Errado. O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações. Trata-se de
aplicação da Súmula n. 331, IV, do TST.
e) Certo. É o que dispõe o art. 16 da Lei n. 6.019/1974.
Letra e.

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GABARITO
3. a 14. e 25. c
4. a 15. a 26. b
5. e 16. e 27. d
6. c 17. c 28. e
7. c 18. Ambas Falsas 29. e
8. E 19. c 30. e
9. e 20. e 31. a
10. E 21. d 32. e
11. e 22. c
12. e 23. e
13. e 24. a

José Gervásio A. Meireles


Juiz Federal do Trabalho, pós-graduado em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília (UnB).
Leciona Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho e Direito Administrativo em cursos preparatórios
para concursos públicos. Ocupou os cargos de Procurador da Fazenda Nacional (AGU) e Procurador do
Estado de Goiás (PGE).

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