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PRÁTICO EM LABORATÓRIO

NO PJE-CALC

Instrutor:
Renato Ferreira
Objetivos: Capacitar os advogados na utilização do programa Pje-calc cidadão,
para elaboração dos cálculos trabalhistas na inicial, contestação e liquidação de
sentença.

Conteúdo Programático:
§ Funcionalidades do sistema;
§ PJE-Calc tela a tela;
§ Aviso prévio;
§ Férias + 1/3;
§ 13º;
§ Saldo de salário;
§ Multa do Art. 477 da CLT;
§ Multa do Art. 467 da CLT sobre aviso, férias+1/3 e 13º;
§ FGTS+40%;
§ FGTS+40% dos salários pagos;
§ Salário retido;
§ Indenizações;
§ Dano moral;
§ Horas extras;
§ Domingos laborados em dobro;
§ Intervalos intra e interjonadas;
§ Reflexos;
§ Diferenças e horas extras pagas e reflexos;
§ Adicional (insalubridade, periculosidade, transferência) + reflexos;
§ Vale alimentação;
§ Diferenças salariais e reflexos;
§ Devolução de descontos indevidos;
§ Salário família;
§ Indenização do seguro desemprego;
§ Honorários;
§ Contribuição social e fiscal;
§ Juros e correção monetária.
Noções Introdutórias para Fixação – Legislação

Salário e Remuneração – Conceitos

Salário é a contraprestação devida ao empregado pela prestação de serviços, em decorrência do contrato de


trabalho.

Já a remuneração é a soma do salário contratualmente estipulado (mensal, por hora, por tarefa etc.) com
outras vantagens percebidas na vigência do contrato de trabalho como horas extras, adicional
noturno, adicional de periculosidade, insalubridade, comissões, percentagens, gratificações, diárias para
viagem entre outras.
Intervalos – Horas Intervalares – Definições

Art. 71 da CLT - Até a aprovação da reforma trabalhista, esse artigo apontava que em qualquer
trabalho contínuo que exceda o limite de 6 horas, é obrigatório conceder ao trabalhador intervalo para
repouso ou alimentação de, no mínimo, 1 hora. Entretanto, esse intervalo não pode exceder 2 horas.
Pela nova regra da reforma trabalhista, o intervalo sobre a jornada de trabalho poderá ser negociado
entre funcionários e empregadores — desde que tenha, pelo menos, 30 minutos.
Essa mudança foi implementada por meio do inciso III do artigo 611-A da CLT. A nova lei,
13.497/2017, estabeleceu que a convenção e o acordo coletivo têm prevalência sobre as leis trabalhistas no
que diz respeito ao intervalo sobre a jornada de trabalho.
Horas Extras, Reflexos das Horas Extras Horas Intineres e Horas
Intervalares – Definições

Horas Extras - A legislação trabalhista, estabelece que a duração normal do trabalho, salvo os casos
especiais, é de 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, no máximo.

Art. 59 e §§ 1º, 2º, 3º e 4º, da CLT – Antes da Reforma

O trabalhador pode realizar até 2 horas extras diárias, além da sua jornada normal, mediante acordo
individual com a empresa ou contrato coletivo de trabalho, com adicional de 20% sobre o período trabalhado
fora do expediente.
Esse adicional poderá ser dispensado se, mediante acordo, as horas extras forem compensadas em outros
dias. Elas devem ser compensadas antes que excedam, no período de um ano, a soma das jornadas semanais
de trabalho ou ultrapassem o limite máximo de 10 horas diárias. Se o contrato de trabalho for rescindido, as
horas extras não compensadas deverão ser quitadas com base na remuneração do funcionário na data da
rescisão.

Horas Extras na Reforma Trabalhista;

Art. 59 e §§ 1º a 6º, da CLT


Na mudança proposta, a expressão “contrato coletivo de trabalho” é atualizada para acordo coletivo de
trabalho (conhecido no jargão jurídico como ACT) e convenção coletiva de trabalho (CCT). O piso da
remuneração da hora extra passa de 20% para 50% da hora normal trabalhada.
Permanece a possibilidade de instituição de bancos de horas mediante ACT ou CCT, desde que não
ultrapassem o período máximo de um ano e o limite de 10 horas diárias, bem como as regras de quitação das
horas não compensadas que já existiam anteriormente.
A principal mudança é permitir também a pactuação do banco de horas mediante acordo individual escrito,
no período máximo de seis meses, bem como a compensação da jornada de trabalho no mesmo mês, por
acordo individual, que pode ser tácito ou escrito.

Fórmula para cálculo das Horas Extras = Remuneração/Jornada x (1 + adicional hora extra) x Qte de horas

Reflexos das Horas Extras – A integração das horas extras reflete em aviso prévio, férias vencidas e
proporcionais, 13º salário, descanso semanal remunerado, feriados e os reflexos de tais incidências para os
depósitos do FGTS, somente é exigido quando houver habitualidade na prestação da jornada extraordinária.
A habitualidade na prestação de horas extras fica caracterizada quando cumprida na maioria dos meses ou
período a ser considerado.
Fórmula para Cálculo DSR = N° de Horas extras no mês / N° de Dias úteis no mês x N° de Domingos e Feriados no mês x valor da
hora extra c/ adicional

Horas Intineres: O termo define o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e o seu
retorno para a casa. No entanto, no contexto da antiga legislação trabalhista, para que as horas in
itinere fossem consideradas, a empresa deveria se localizar em lugar de difícil acesso.
Quando esse cenário era identificado, a legislação trabalhista assegurava ao empregado o pagamento das
horas in itinere, isto é, o tempo gasto para realizar o percurso de ida e volta do serviço, mesmo que a
condução fosse fornecida pelo empregador. (Artigo 58, §2° da CLT).

Horas Intineres na Reforma Trabalhista: A nova lei altera a redação do artigo 58, § 2º, da CLT, para
desobrigar o pagamento das horas in itinere, que passarão a ser indevidas.
Adicional Noturno, Adicional de Periculosidade e Insalubridade e
Adicional por Tempo de Serviço – Definições

Horas Noturnas - A Constituição Federal, no seu artigo 7º, inciso IX, estabelece que são direitos dos
trabalhadores, além de outros, remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. Considera-se noturno,
nas atividades urbanas, o trabalho realizado entre as 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte.
Nas atividades rurais, é considerado noturno o trabalho executado na lavoura entre 21:00 horas de um dia às
5:00 horas do dia seguinte, e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00 horas do dia seguinte.
Apuração: A hora normal tem a duração de 60 (sessenta) minutos e a hora noturna, por disposição legal, nas
atividades urbanas, é computada como sendo de 52 (cinqüenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. Ou
seja, cada hora noturna sofre a redução de 7 minutos e 30 segundos ou ainda 12,5% sobre o valor da hora
diurna.
Fórmula para Cálculo (1): Remuneração / jornada x Adicinal Nortuno x Qte Horas no mês = (Valor do
Adicional Noturno);
Fórmula para Cálculo (2): Total das Horas Noturnas Diárias = N° de Horas Trabalhadas x 60
(minutos) / 52,50;
Adicional de Periculosidade e Insalubridade: O adicional de periculosidade é um valor devido ao
empregado exposto a atividades periculosas. São periculosas as atividades ou operações, onde a natureza ou
os seus métodos de trabalhos configure um contato com substancias inflamáveis ou explosivos, em condição
de risco acentuado. (Adicional de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações,
prêmios ou Participações no lucros da empresa).
O adicional de insalubridade é garantido aos empregados que trabalham submetidos a agentes físicos
(barulho, p.ex), químicos (solventes, produtos tóxicos p.ex) ou biológicos (doenças, em hospitais, p.ex),
sendo devido em grau mínimo (10%), médio (20%) e máximo (40%) sobre o salário mínimo (atualmente
prevalece o entendimento de que o percentual se aplica sobre o salário mínimo, apesar de existir grande
discussão se não seria devido sobre o salário normal do empregado).
Adicional por Tempo de Serviço: Anuênio, biênio, triênio e quinquênio são todos adicionais por tempo de
serviços. A única diferença é o tempo completo necessário para adquiri-los. Geralmente estes adicionais são
pagos por meio de percentuais, que também variam de categoria para categoria.
Gratificações, Salário-Família e Vale Transporte – Definições

Gratificações: A gratificação é uma forma de reconhecer, de recompensar um bom funcionário pelo tipo e/ou
tempo de serviço prestado para o empregador. Quanto à periodicidade, os pagamentos da gratificação
poderão ser mensais, bimestrais, trimestrais, semestrais ou anuais e os valores poderão ser fixos ou variáveis.
Quando habituais, integram os salários. Desta forma, se numa determinada empresa, o empregado ter a
comprovação de cinco anos de serviços prestados, poderá, ter acréscimo de 5% sobre o valor do salário.
Exemplos mais conhecidos: Gratificação de Função, Gratificação por Tempo de Serviço, Gratificação de
Graduação ou Especialização, etc.

Salário-Família: O salário-família é um valor pago ao empregado, inclusive o doméstico, e ao trabalhador


avulso, de acordo com o número de filhos ou equiparados que possua. Filhos maiores de 14 anos não têm
direito, exceto no caso dos inválidos (para quem não há limite de idade). Para ter direito, o cidadão precisa
enquadrar-se no limite máximo de renda estipulado pelo governo federal.

Vale-Transporte: O vale-transporte é um benefício em que o empregador antecipa o valor gasto


com transporte para que o trabalhador se desloque de sua residência para o local de trabalho, e vice-versa.
Reflexos das Verbas Trabalhistas, 13° Salário e Faltas Justificadas e
Injustificadas – Definições

Reflexos das Verbas Trabalhistas: Refletir significa incidir, ter efeitos sobre. Os reflexos no direito do
trabalho basicamente ocorrem nos repousos semanais remunerados, gratificação natalina, férias, aviso-prévio
indenizado e FGTS, mas podem vir a ocorrer também no cálculo dos adicionais.

13° Salário: Conhecida como décimo terceiro salário, a gratificação de Natal foi instituída no Brasil pela Lei
4.090, de 13/07/1962, e garante que o trabalhador receba o correspondente a 1/12 (um doze avos) da
remuneração por mês trabalhado. Ou seja, consiste no pagamento de um salário extra ao trabalhador, sendo a
1° parcela pode ocorre entre 1° de fevereiro a 30 de novembro. Já a 2° parcela deve ser paga até 20 de
dezembro.

Faltas Justificadas e Injustificadas: A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) enumera, no seu artigo 473,
as hipóteses em que o trabalhador pode faltar justificadamente. Ali são indicadas as situações que autorizam
a falta justificada, bem como o número de dias durante os quais o empregado que nelas se encontra poderá
faltar.
As faltas não justificadas por lei não dão direito a salários e demais conseqüências legais, e podem resultar
em falta leve ou grave, conforme as circunstâncias ou repetição;

Descontos Previdenciários e Fiscais

Salário Contribuição é à base de cálculo da contribuição dos segurados. É o valor a partir do qual, mediante a
aplicação da alíquota fixada em lei, obtém-se o valor da contribuição de cada segurado contribuinte.
As contribuições Previdenciárias são apuradas pelo regime de competência.
O Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF ou IRF - é uma obrigação tributária principal em que a pessoa
jurídica ou equiparada, está obrigada a reter do beneficiário da renda, o imposto correspondente, nos termos
estabelecidos pelo Regulamento do Imposto de Renda.
As contribuições fiscais são apuradas pelo regime de caixa ou pelo RRA (Rendimentos Recebidos
Acumuladamente), conforme IN n° 1.127/2011.
Demissão de Empregado, Aviso Prévio e Rescisão de Contrato de
Trabalho, FGTS e Multa de 40% e Seguro-Desemprego – Definições

A reforma trabalhista trouxe três grandes mudanças no procedimento de rescisão contratual, envolvendo a
modalidade, a homologação e o prazo de pagamento. Saibam quais são:
Uma das mudanças trazidas pela reforma trabalhista foi à criação de outra modalidade de rescisão contratual:
a por comum acordo. Até então, as demissões podiam acontecer por iniciativa do empregado ou do
empregador, com ou sem justa causa.
Referente à rescisão de contrato de trabalho, de acordo com a CLT, os pedidos de demissão ou recibos de
quitação dos contratos de trabalho de períodos maiores que um ano só são válidos quando homologados pelo
sindicato da categoria do empregado ou por autoridade do Ministério do Trabalho e Previdência Social. Para
os contratos com menos de um ano, essa homologação era desnecessária.
Porém, a reforma trabalhista revogou essa previsão legal, ou seja, não há mais necessidade da homologação
sindical para as rescisões trabalhistas, não importa o tempo do contrato. Com isso, os procedimentos ficaram
menos burocráticos.
Nas demissões dos empregados, quando demitido sem justa causa, o profissional continua tendo direito a
aviso-prévio, que pode ser indenizado (o empregado é desligado imediatamente e o empregador efetua o
pagamento da parcela relativa ao período) ou trabalhado (o funcionário trabalha mais 30 dias após a
dispensa). Na prática, o empregador tem a opção de avisar ao trabalhador sobre a demissão com 30 dias de
antecedência ou pagar o salário referente a esses 30 dias sem que o empregado precise trabalhar.
Quando a dispensa é sem justa causa, para cada ano trabalho, há acréscimo de três dias no aviso-prévio, com
limite de adicional de até 60 dias, portanto, no máximo o aviso-prévio poderá ser de 90 dias.
Nos casos de dispensa sem justa causa, se o empregado trabalhou o tempo necessário exigido por lei, tem o
direito de solicitar as guias para receber seguro-desemprego, que devem vir junto com o TRTC (Termo de
Rescisão do Contrato de Trabalho). Já na dispensa por comum acordo, não terá acesso ao seguro-
desemprego.
Já sobre o FGTS e a Multa de 40%, quem foi dispensado sem motivo ganha o direito se sacar os valores do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, incluindo o depósito correspondente ao aviso-prévio e outras
verbas pagas na rescisão. O FGTS atualizado corresponde a aproximadamente um salário por ano.
Nas demissões sem justa causa, o empregador deve pagar multa de 40% do valor depositado no FGTS do
trabalhador. Após a reforma trabalhista, esse direito continua igual e não pode ser alterado por acordo entre
empresa e trabalhador. No entanto, uma novidade é a demissão acordada, por meio da qual a empresa paga
multa de 20% e o trabalhador pode sacar 80% do valor depositado.
Juros de Mora e Correção Monetária - Conceitos

Juros de mora é uma taxa percentual sobre o atraso do pagamento de um título de crédito em um
determinado período de tempo. Os juros de mora são a pena imposta ao devedor pelo atraso no cumprimento
de sua obrigação.
Correção Monetária é um ajuste feito periodicamente de certos valores na economia tendo em base o valor
da inflação de um período, objetivando compensar a perda de valor da moeda.
Na justiça do trabalho, são utilizados via de regra, quantos aos juros, o artigo 39 da Lei 8.177/91, e a
aplicação da súmula n° 381 do TST.
Súmulas do Tribunal Regional do Trabalho 12° Região – Mais
Aplicadas

SÚMULA N.º 6 - "CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DEVIDA A TERCEIROS.


INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. A Justiça do Trabalho não detém competência para
executar as contribuições sociais devidas a terceiros."

SÚMULA N.º 18 - “CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS RELACIONADAS AO SAT/RAT.


COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Em sintonia com o que estabelece o art. 114, inc.
VIII, da Constituição Federal, compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da parcela destinada ao
custeio do seguro de acidente do trabalho, decorrente das decisões que proferir.”

SÚMULA N.º 48 - “ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. ADICIONAIS DE


INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. CUMULAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. I - Com a edição
da Súmula Vinculante nº 4 do STF, impõe-se a utilização do salário mínimo como base de cálculo do
adicional de insalubridade, salvo previsão mais favorável estabelecida em acordo ou convenção coletivos. II
- Em razão do disposto no art. 193, parágrafo 2º da CLT, não é possível a cumulação dos adicionais de
insalubridade e periculosidade."

SÚMULA N.º 54 - “ADICIONAL NOTURNO. PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO. Havendo


prorrogação da jornada cumprida integralmente em período noturno, sobre ela incide o respectivo adicional.”

SÚMULA N.º 56 - “JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. Os juros de mora são apurados após a dedução
das contribuições previdenciárias devidas.”

SÚMULA N.º 62 - “GORJETAS. REMUNERAÇÃO. INTEGRAÇÃO. As gorjetas integram a


remuneração dos empregados, sejam as cobradas pelo empregador na nota de serviço, sejam as oferecidas
espontaneamente pelos clientes.”
SÚMULA N.º 64 - “IMPOSTO DE RENDA. JUROS DE MORA. NÃO INCIDÊNCIA. Não incide
imposto de renda sobre os juros de mora, pois a eles o art. 404 do Código Civil confere natureza
indenizatória.”

SÚMULA N.º 65 - “HORAS EXTRAS. REFLEXOS EM REPOUSO SEMANAL REMUNERADO.


INCIDÊNCIA EM OUTRAS PARCELAS. A integração das horas extras nos repousos semanais
remunerados não gera repercussão no cálculo das férias, da gratificação natalina e do FGTS.”

SÚMULA N.º 69 - "ARTIGO 477, § 8º DA CLT. MULTA. O fato gerador da multa prevista no artigo
477, § 8º da CLT é o atraso do pagamento das verbas rescisórias e não da homologação do respectivo
termo".
SÚMULA N.º 70 - "JORNADA DE 12X36. I - A habitual prestação de horas extras, desrespeitada a
tolerância do § 1o do art. 58 da CLT, descaracteriza o regime de compensação de jornada de 12 horas de
trabalho por 36 de descanso, atraindo o pagamento da hora mais o adicional para labor prestado além da
carga horária semanal normal e, quanto às horas destinadas à compensação, o pagamento de somente o
adicional das horas extras, na forma consubstanciada no item IV da Súmula n.º 85 do TST. II – Consoante
entendimento consubstanciado na Súmula no 444 do TST, a compensação existente na jornada de 12x36 não
abrange os feriados laborados, assegurando-se ao trabalhador o pagamento em dobro do respectivo dia, salvo
se outorgada folga substitutiva, não sendo válida norma coletiva que disponha em sentido contrário.

SÚMULA N.º 73 - "REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA


CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO. Viola o art. 7º, XV, da CF a
concessão de repouso semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu
pagamento em dobro.”

SÚMULA N.º 80 - “CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. SENTENÇAS CONDENATÓRIAS.


FATO GERADOR. JUROS E MULTA. Para o serviço prestado até 4-3-2009, o fato gerador é o efetivo
pagamento do débito trabalhista em juízo, só havendo incidência de juros e multa caso o executado não
recolha as contribuições previdenciárias até o dia 2 do mês seguinte ao desse pagamento. Para o serviço
prestado de 5-3-2009 em diante, o fato gerador é a prestação dos serviços pelo trabalhador, com acréscimo
de juros de mora desde então, só havendo incidência da multa caso o executado não recolha as contribuições
previdenciárias no prazo de 48 horas da citação na fase executiva.” (Pacificação conforme acórdão TST-E-
RR-1125-36.2010.5.06.0171, da lavra do Ministro Alexandre Agra Belmonte, publicado em 15-12-2015).
SÚMULA N.º 108 - “INTERVALO INTERSEMANAL DE 35 HORAS - 11 HORAS (ART. 66 DA
CLT) + 24 HORAS (ART. 67 DA CLT). INOBSERVÂNCIA. HORAS EXTRAS. PERÍODO
SUPRIMIDO PAGO COMO SOBREJORNADA, SEM PREJUÍZO DO PAGAMENTO DAS HORAS
LABORADAS EM SOBREJORNADA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT.
NÃO CONFIGURAÇÃO DE ”BIS IN IDEM” PELO PAGAMENTO DECORRENTE DA
REDUÇÃO IRREGULAR DO INTERVALO E DAS HORAS TRABALHADAS EM
SOBREJORNADA. FATOS JURÍDICOS DISTINTOS. I - O desrespeito ao intervalo mínimo
intersemanal de 35 horas, resultado da soma do intervalo interjornadas de 11 horas previsto no art. 66 da
CLT e do intervalo intersemanal de 24 horas previsto no art. 67 da CLT, acarreta, por analogia, os mesmos
efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e de que trata a Súmula n. 110 do TST, devendo ser paga a
integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do adicional de horas extras
convencional ou legal e dos reflexos nas demais parcelas de caráter salarial, sem prejuízo da remuneração do
labor em sobrejornada (com adicional de 100% no caso das horas laboradas em dia de repouso semanal
remunerado não compensado regularmente). II - Não configura “bis in idem” o pagamento do labor em
sobrejornada e, também como horas extraordinárias, dos períodos intervalares suprimidos, uma vez que os
fatos jurídicos que justificam os pagamentos são distintos - supressão de período de intervalo mínimo legal e
trabalho em sobrejornada em dia destinado ao repouso semanal remunerado.”
SÚMULA N.º 111 - “COMISSIONISTA PURO. HORAS EXTRAS. BASE DE CÁLCULO. SÚMULA
340 DO TST. APLICABILIDADE. O comissionista puro, sujeito a controle de horário, tem direito ao
adicional de, no mínimo, 50% sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, na forma da Súmula nº
340 do TST.”
SÚMULA N.º 113 - “JUROS DE MORA. ART. 39, § 1º, DA LEI Nº 8.177/1991. CRITÉRIO DE
APURAÇÃO. No cômputo do percentual de juros de mora incidentes sobre débitos trabalhistas, previstos
no art. 39, § 1º, da Lei nº 8.177/1991, aplicam-se juros de 1% ao mês, indistintamente, para os meses
completos do período de apuração e, para os meses incompletos - no início e no final do período -, divide-se
esse percentual pela quantidade de dias a que corresponde o mês – 28, 29, 30 ou 31 -, multiplicando-se o
quociente pela quantidade de dias residuais.”

SÚMULA N.º 121 - “MULTA DO ART. 467 DA CLT. INCLUSÃO DA INDENIZAÇÃO


COMPENSATÓRIA DE 40% DO FGTS. A indenização compensatória de 40% do FGTS inclui-se no
cálculo da multa do art. 467 da CLT.”
SÚMULA N.º 133- “CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA INDEVIDA SOBRE O
AVISO-PRÉVIO INDENIZADO. Por se tratar de parcela de natureza indenizatória, o aviso prévio
indenizado não sofre incidência previdenciária.”

Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho – Mais Aplicadas

Súmula nº 60 do TST
ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO (incorporada a
Orientação Jurisprudencial nº 6 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. (ex-Súmula nº 60 - RA
105/1974, DJ 24.10.1974)
II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas
prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT. (ex-OJ nº 6 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996).

Súmula nº 85 do TST
COMPENSAÇÃO DE JORNADA (inserido o item VI) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e
03.06.2016
I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou
convenção coletiva. (ex-Súmula nº 85 - primeira parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido
contrário. (ex-OJ nº 182 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
III. O mero não atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando
encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada
normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. (ex-
Súmula nº 85 - segunda parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta
hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias
e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho
extraordinário. (ex-OJ nº 220 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na modalidade “banco de
horas”, que somente pode ser instituído por negociação coletiva.
VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade insalubre, ainda que estipulado em norma
coletiva, sem a necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do art. 60 da
CLT.
Súmula nº 110 do TST
JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo
do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como
extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.

Súmula nº 132 do TST


ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INTEGRAÇÃO (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 174 e 267 da
SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - O adicional de periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo de indenização e de horas extras (ex-Prejulgado
nº 3). (ex-Súmula nº 132 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982/ DJ 15.10.1982 - e ex-OJ nº 267 da SBDI-1 - inserida em 27.09.2002)
II - Durante as horas de sobreaviso, o empregado não se encontra em condições de risco, razão pela qual é incabível a integração
do adicional de periculosidade sobre as mencionadas horas. (ex-OJ nº 174 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000).
Súmula nº 139 do TST
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 102 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22
e 25.04.2005
Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos legais. (ex-OJ nº 102 da SBDI-1 -
inserida em 01.10.1997).

Súmula nº 146 do TST


TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 93 da
SBDI-1) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao
repouso semanal.

Súmula nº 199 do TST


BANCÁRIO. PRÉ-CONTRATAÇÃO DE HORAS EXTRAS (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 48 e 63 da
SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - A contratação do serviço suplementar, quando da admissão do trabalhador bancário, é nula. Os valores assim ajustados apenas
remuneram a jornada normal, sendo devidas as horas extras com o adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento), as quais
não configuram pré-contratação, se pactuadas após a admissão do bancário. (ex-Súmula nº 199 – alterada pela Res. 41/1995, DJ
21.02.1995 - e ex-OJ nº 48 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)
II - Em se tratando de horas extras pré-contratadas, opera-se a prescrição total se a ação não for ajuizada no prazo de cinco anos,
a partir da data em que foram suprimidas. (ex-OJ nº 63 da SBDI-1 - inserida em 14.03.1994).

Súmula nº 200 do TST


JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Os juros de mora incidem sobre a importância da condenação já corrigida monetariamente.
Súmula nº 203 do TST
GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. NATUREZA SALARIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais.

Súmula nº 291 do TST


HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO. INDENIZAÇÃO. (nova redação em decorrência do julgamento
do processo TST-IUJERR 10700-45.2007.5.22.0101) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um)
ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou
parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo
observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora
extra do dia da supressão.

Súmula nº 347 do TST


HORAS EXTRAS HABITUAIS. APURAÇÃO. MÉDIA FÍSICA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O cálculo do valor das horas extras habituais, para efeito de reflexos em verbas trabalhistas, observará o número de horas
efetivamente prestadas e a ele aplica-se o valor do salário-hora da época do pagamento daquelas verbas.

Súmula nº 366 do TST


CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A
JORNADA DE TRABALHO (nova redação) - Res. 197/2015 - DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015
Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será
considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo à disposição do
empregador, não importando as atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de uniforme,
lanche, higiene pessoal, etc).

Súmula nº 368 do TST


DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSTO DE RENDA. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO
RECOLHIMENTO. FORMA DE CÁLCULO. FATO GERADOR (aglutinada a parte final da Orientação Jurisprudencial nº
363 da SBDI-I à redação do item II e incluídos os itens IV, V e VI em sessão do Tribunal Pleno realizada em 26.06.2017) - Res.
219/2017, republicada em razão de erro material – DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017
I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto
à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo
homologado, que integrem o salário de contribuição. (ex-OJ nº 141 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998).
II - É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais, resultantes de crédito do empregado
oriundo de condenação judicial. A culpa do empregador pelo inadimplemento das verbas remuneratórias, contudo, não exime a responsabilidade
do empregado pelos pagamentos do imposto de renda devido e da contribuição previdenciária que recaia sobre sua quota-parte. (ex-OJ nº 363 da
SBDI-1, parte final)
III – Os descontos previdenciários relativos à contribuição do empregado, no caso de ações trabalhistas, devem ser calculados mês a mês, de
conformidade com o art. 276, § 4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991, aplicando-se as alíquotas previstas no art.
198, observado o limite máximo do salário de contribuição (ex-OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 14.03.1994 e
20.06.2001).
IV - Considera-se fato gerador das contribuições previdenciárias decorrentes de créditos trabalhistas reconhecidos ou homologados em juízo,
para os serviços prestados até 4.3.2009, inclusive, o efetivo pagamento das verbas, configurando-se a mora a partir do dia dois do mês seguinte
ao da liquidação (art. 276, “caput”, do Decreto nº 3.048/1999). Eficácia não retroativa da alteração legislativa promovida pela Medida Provisória
nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009, que deu nova redação ao art. 43 da Lei nº 8.212/91.
V - Para o labor realizado a partir de 5.3.2009, considera-se fato gerador das contribuições previdenciárias decorrentes de créditos trabalhistas
reconhecidos ou homologados em juízo a data da efetiva prestação dos serviços. Sobre as contribuições previdenciárias não recolhidas a partir da
prestação dos serviços incidem juros de mora e, uma vez apurados os créditos previdenciários, aplica-se multa a partir do exaurimento do prazo
de citação para pagamento, se descumprida a obrigação, observado o limite legal de 20% (art. 61, § 2º, da Lei nº 9.430/96).
VI – O imposto de renda decorrente de crédito do empregado recebido acumuladamente deve ser calculado sobre o montante dos rendimentos
pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos
valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito, nos termos do art. 12-A da Lei nº 7.713, de
22/12/1988, com a redação conferida pela Lei nº 13.149/2015, observado o procedimento previsto nas Instruções Normativas da Receita Federal
do Brasil.

Súmula nº 381 do TST


CORREÇÃO MONETÁRIA. SALÁRIO. ART. 459 DA CLT (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 124 da SBDI-1) -
Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
O pagamento dos salários até o 5º dia útil do mês subseqüente ao vencido não está sujeito à correção monetária. Se essa data
limite for ultrapassada, incidirá o índice da correção monetária do mês subseqüente ao da prestação dos serviços, a partir do dia
1º. (ex-OJ nº 124 da SBDI-1 - inserida em 20.04.1998)

Súmula nº 431 do TST


SALÁRIO-HORA. EMPREGADO SUJEITO AO REGIME GERAL DE TRABALHO (ART. 58, CAPUT, DA CLT). 40 HORAS
SEMANAIS. CÁLCULO. APLICAÇÃO DO DIVISOR 200 (redação alterada na sessão do tribunal pleno realizada em 14.09.2012) -
Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

Para os empregados a que alude o art. 58, caput, da CLT, quando sujeitos a 40 horas semanais de trabalho, aplica-se o
divisor 200 (duzentos) para o cálculo do valor do salário-hora.

Súmula nº 437 do TST


INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão das
Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a
empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no
mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor
para efeito de remuneração.
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este
constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988),
infenso à negociação coletiva.
III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994,
quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo
de outras parcelas salariais.
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o
empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista
no art. 71, caput e § 4º da CLT.

Orientações Jurisprudenciais da SDI-I do Tribunal Superior do Trabalho


– Mais Aplicadas

42. FGTS. MULTA DE 40% (nova redação em decorrência da incorporação das Orientações Jurisprudenciais nºs
107 e 254 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - É devida a multa do FGTS sobre os saques corrigidos monetariamente ocorridos na vigência do contrato de trabalho. Art.
18, § 1º, da Lei nº 8.036/90 e art. 9º, § 1º, do Decreto nº 99.684/90. (ex-OJ nº 107 da SDI-1 - inserida em 01.10.1997)
II - O cálculo da multa de 40% do FGTS deverá ser feito com base no saldo da conta vinculada na data do efetivo
pagamento das verbas rescisórias, desconsiderada a projeção do aviso prévio indenizado, por ausência de previsão legal. (ex-
OJ nº 254 da SDI-1 - inserida em 13.03.2002)

97. HORAS EXTRAS. ADICIONAL NOTURNO. BASE DE CÁLCULO (inserida em 30.05.1997)


O adicional noturno integra a base de cálculo das horas extras prestadas no período noturno.

259. ADICIONAL NOTURNO. BASE DE CÁLCULO. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INTEGRAÇÃO (inserida em


27.09.2002)
O adicional de periculosidade deve compor a base de cálculo do adicional noturno, já que também neste horário o trabalhador permanece sob as
condições de risco.

302. FGTS. ÍNDICE DE CORREÇÃO. DÉBITOS TRABALHISTAS ( DJ 11.08.2003)


Os créditos referentes ao FGTS, decorrentes de condenação judicial, serão corrigidos pelos mesmos índices aplicáveis aos
débitos trabalhistas.

355. INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS EXTRAS. PERÍODO PAGO COMO


SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT (DJ 14.03.2008)
O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos
previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram
subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional.
394. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO - RSR. INTEGRAÇÃO DAS HORAS EXTRAS. NÃO REPERCUSSÃO
NO CÁLCULO DAS FÉRIAS, DO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO, DO AVISO PRÉVIO E DOS DEPÓSITOS DO
FGTS. (DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)
A majoração do valor do repouso semanal remunerado, em razão da integração das horas extras habitualmente prestadas, não
repercute no cálculo das férias, da gratificação natalina, do aviso prévio e do FGTS, sob pena de caracterização de “bis in idem”.

410. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE


TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010)
Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho,
importando no seu pagamento em dobro.

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