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As horas de viagem a serviço são consideradas como tempo á disposição do empregador, portanto devem ser
remuneradas.
Sendo a viagem feita antes ou após o expediente ou em dia de repouso e feriados, as horas devem ser pagas:
Com acréscimo de 50% (ou percentual fixado em Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho) para horas de
viagem após o expediente e;
Com acréscimo de 100% para dia de repouso e feriados.
EXCEÇÃO - EMPREGADOS NÃO SUJEITOS AO REGIME DE JORNADA DE TRABALHO
O artigo 62 da CLT disciplina que determinados empregados deixam de ter direito ao pagamento de horas extras em
razão de não terem controle de jornada de trabalho, pois, realizam serviços externos ou suas funções são de gestão.
Art. 62. Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:
I – os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho,
devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de
empregados;
II – os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para
efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.
Parágrafo único. O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados mencionados no
inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de
função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por
cento). (Redação dada ao artigo pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994).
Podemos concluir que sendo o viajante empregado cuja atividade é de gestão empresarial, não se considera as horas de
viagem além da jornada normal de trabalho como extras.
Sendo empregado cuja atividade seja externa, também não se fala em pagamento de horas extras, salvo se houver
algum tipo de controle de horário. Por exemplo, um vendedor externo que seja remunerado por comissões e não esteja
sujeito a qualquer controle de horário de atividades.
Já um motorista de caminhão, cujo horário de atividade pode ser facilmente controlado, como por exemplo mediante o
disco tacógrafo (equipamento instalado no caminhão, que registra a velocidade e o horário respectivo), ou controles
via satélite (que indica local exato e horário de inicio e término de jornada) faz jus às horas extras eventualmente
apuradas.
Qualquer outro empregado que fez viagem pela empresa, executando ordens do empregador, caberá o pagamento de
horas extras, quando a jornada de trabalho for superior ao máximo permitido.
Da mesma forma podemos considerar quando a empresa efetua o controle de horário por meios eletrônicos, muito
utilizado atualmente até mesmo para acelerar a forma de comunicação de forma a proporcionar maior agilidade na
operação.
Veja julgado do TST (clique aqui) neste sentido onde a empresa foi condenada a pagar horas extras por realizar o
controle de jornada através de Palm Top (computador de dimensões reduzidas, cumprindo as funções de agenda e
sistema informático de escritório elementar, com possibilidade de interconexão com um computador pessoal e uma
rede informática sem fios — Wi-Fi — para acesso a e-mail e internet).
PERNOITE
http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/clientes/viagem.htm 1/4
01/11/2017 Viagem a Serviço - Cômputo de Horas
O pernoite não caracteriza, em si, que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando
ordens. A jurisprudência do TST mais recente tem se posicionado que as horas de descanso de viagem a trabalho não
se caracterizam como extras.
De qualquer forma, é oportuno consultar a Convenção ou Acordo Coletivo da respectiva categoria profissional, para
aplicar de forma correta a remuneração (ou não) às diversas situações de pernoite.
HORAS EXTRAS
Num primeiro momento, há basicamente duas situações que devem ser observadas e que a legislação estabelece
claramente se o tempo em viagem deve ou não ser considerado. Estas duas situações podem ser extraídas do
entendimento do art. 62 da CLT, o qual estabelece quando o empregado tem ou não direito a horas extras em razão de
ter ou não controle de jornada de trabalho.
A primeira está no caso dos empregados que exercem atividades externas incompatíveis com a fixação de horário de
trabalho ou que exercem cargos de confiança, conforme estabelece o dispositivo acima mencionado, não há que se
falar em horas extras o trabalho realizado além do horário normal ou comercial realizado pela empresa.
A segunda é quando o empregado tem fixação de horário de trabalho e o empregador exerce, de alguma forma, o
controle da jornada, seja por meio de ponto eletrônico, de papeleta, de ficha de trabalho externo, de senha eletrônica
por acesso em sistema próprio ou de qualquer outro meio que possa comprovar o início e término da jornada de
trabalho do empregado. Nestes casos as horas extraordinárias realizadas em viagem devem ser computadas e pagas
pelo empregador.
Se o empregado mora em uma cidade e trabalha em outra, despendendo 2 (duas) horas para chegar ao local de trabalho
(com transporte coletivo), não terá direito a horas extras já que o mesmo sabia que despenderia deste tempo para se
deslocar até a empresa e concordou, previamente, quando da assinatura do contrato de trabalho. Assim, não há
qualquer imposição por parte do empregador ao pagamento de sobrejornada.
Empregado é convocado a atender um cliente específico e necessita pegar um voo uma hora antes do início de sua
jornada normal de trabalho para chegar até a cidade onde será prestado o serviço. Ainda que o empregado tenha gasto
uma hora a menos do que mencionado no parágrafo anterior, a Justiça do Trabalho pode entender que, neste caso, o
empregado terá direito a hora extra, isto porque o mesmo estava à disposição do empregador e, portanto, deve-se
computar esta hora como trabalho efetivo.
Neste caso há uma obrigação diversa da que foi previamente acordada e que foi gerada por interesse próprio da
empresa, ao estabelecer que o empregado devesse iniciar sua jornada (em viagem) uma hora antes de sua jornada
normal.
Conclui-se que o tempo gasto de viagem para o trabalho é diferente do tempo gasto de viagem em razão do trabalho,
ou seja, tempo que o empregado está à disposição do empregador e assim o faz por exigência de sua função e por
determinação da empresa.
Não obstante, há que se atentar para os acordos e convenções coletivas de trabalho que podem estabelecer critérios
específicos para estas situações, onde para determinada função ou determinada condição de trabalho realizado em
viagem ou pernoite, as horas deverão ser computadas na jornada normal e havendo prorrogação, deverão ser pagas
como extraordinárias.
JURISPRUDÊNCIA
também pela definição do âmbito de atuação, comarcas em que existiam demandas e controle da produtividade em
dada unidade de tempo. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0000709-24.2013.5.03.0017 RO; Data de Publicação:
01/12/2015; Disponibilização: 30/11/2015, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 217; Órgão Julgador: Setima Turma; Relator:
Convocado Cleber Lucio de Almeida; Revisor: Paulo Roberto de Castro).
RECURSO DE REVISTA. INTERVALO ENTRE JORNADAS. MÍNIMO DE ONZE HORAS. EMPREGADO NÃO
SUJEITO A CONTROLE DE HORÁRIO. SERVIÇO EXTERNO. ART. 62, I DA CLT. Empregado sujeito ao
disposto no art. 62, I, da CLT não tem direito às horas extras decorrentes da inobservância do intervalo mínimo de 11
horas entre duas jornadas. O reclamante insistiu no direito às horas extras, pelo desrespeito ao intervalo interjornadas
mínimo de 11 horas. Apontou violação dos arts. 7º, XVI, da Constituição Federal e 66 e 71, § 4º, da CLT e transcreveu
julgados para cotejo de teses. Registre-se, entretanto, que o Reclamante prestava serviços externos e, por isso, não
estava sujeito a controle de horário.Estando o Reclamante sujeito ao disposto no art. 62, I, da CLT, não há como
deferir o pedido de pagamento das horas extras decorrentes da inobservância do intervalo mínimo de 11 horas entre
duas jornadas. Isso, porque no caput do art. 62 da CLT se dispõe que os empregados não sujeitos a controle de horário
não são abrangidos pelas normas previstas no respectivo capítulo e, entre elas, encontra-se o art. 66 da CLT, em que se
prevê justamente o intervalo mínimo de 11 horas entre as jornadas. PROC. Nº TST-RR-3/2002-441-02-00.0. Ministro
relator GELSON DE AZEVEDO. Brasília, 23 de maio de 2007.
http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/clientes/viagem.htm 4/4