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01/11/2017 VIGILANTE

VIGIAS OU VIGILANTES

A Lei 7.102/83 dispõe que as empresas especializadas em prestação de serviços de segurança, vigilância e transporte de valores, constituídas sob a forma de
empresas privadas, poderão se prestar ao exercício das atividades de segurança privada a pessoas a estabelecimentos comerciais, industriais, de prestação de serviços
e residências, a entidades sem fins lucrativos, órgãos e empresas públicas.

As empresas que tenham objeto econômico diverso da vigilância ostensiva e do transporte de valores, que utilizem pessoal de quadro funcional próprio, para
execução dessas atividades, ficam obrigadas ao cumprimento do disposto na lei e demais legislações pertinentes.

São considerados vigilantes, para efeito da referida lei, o empregado contratado para a execução das seguintes atividades:

Vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a segurança de pessoas físicas;
Realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro tipo de carga;
Atividades de segurança de estabelecimentos comerciais, industriais, de prestação de serviços e residências, a entidades sem fins lucrativos e órgãos e
empresas públicas;

Nota: Conforme dispõe o art. 12 da referida lei os diretores e demais empregados das empresas especializadas não poderão ter antecedentes criminais registrados.

REQUISITOS PARA A PROFISSÃO DE VIGILANTE

Para o exercício da profissão, o vigilante deverá preencher os seguintes requisitos:

Ser brasileiro;
Ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos;
Ter instrução correspondente à 4ª (quarta) série do primeiro grau;
Ter sido aprovado, em curso de formação de vigilante, realizado em estabelecimento com funcionamento autorizado nos termos da Lei 7.102/83;
Ter sido aprovado em exame de saúde física, mental e psicotécnico;
Não ter antecedentes criminais registrados; e
Estar quite com as obrigações eleitorais e militares.

O exercício da profissão de vigilante requer prévio registro no Departamento de Polícia Federal, que se fará após a apresentação dos documentos comprobatórios das
situações descritas acima.

DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES - MODALIDADES DE VIGILANTES

Vigia: O vigia é todo trabalhador que exerce a atividade de guarda e zelo do patrimônio. É uma atividade normalmente estática, não exige especialização e nem
preparação especial. Tem por finalidade exercer tarefas de fiscalização e observação de um local, ou controle de acesso de pessoas.

Vigilante: O vigilante é todo trabalhador que exerce a atividade de vigilância patrimonial, bem como de pessoas. A função de vigilante exige especialização
especial, uma vez que o trabalhador executa suas atividades com porte de arma. Os vigilantes realizam transporte de valores ou qualquer outro tipo de
carga que exige cuidados especiais ao serem transportadas. Estes profissionais executam normalmente a vigilância de fábricas, armazéns, edifícios
particulares e outros estabelecimentos, percorrendo-o sistematicamente e inspecionando suas dependências, para evitar incêndios, roubos, entrada de
pessoas estranhas e outras anormalidades.

Dentro da segurança privada, existem quatro modalidades de vigilantes, cada uma com função específica:

Vigilante patrimonial,
Vigilante em segurança pessoal privada,
Vigilante de escolta armada,
Vigilante de transporte de valores.

O curso de formação capacita a pessoa a exercer a função de vigilante patrimonial. Para as outras três modalidades é necessário um curso de extensão. Todos os
vigilantes passam por cursos periódicos de reciclagem a cada dois anos.

DESVIO DE FUNÇÃO

O desvio de função verifica-se nas hipóteses em que o empregado desempenha funções diversas daquelas para as quais foi contratado, com a assunção de tarefas
qualitativamente superiores às que originariamente deveriam incumbir-lhe, sem a percepção da remuneração correspondente.

O desvio pode ocorrer mesmo quando não há quadro de carreira organizado, pois não se trata de equiparação salarial com um paradigma, mas do direito de auferir
diferenças salariais em razão da própria diferença de funções.

Portanto, a função de vigia e vigilante não se confundem, ou seja, conforme a descrição acima, há uma diferença substancial que a empresa precisa respeitar, onde o
vigia não pode exercer a função do vigilante e vice-versa, haja vista a diferença de capacitação exigida entre uma função e outra, conforme se depreende da
jurisprudência abaixo.

Vale ressaltar que o que gera o direito ao adicional de periculosidade não é exatamente o nome do cargo registrado na CTPS, mas a função efetivamente exercida
pelo empregado. Assim, mesmo que o empregado seja registrado como vigia, mas exerça a função de vigilante ou esteja enquadrado nas hipóteses de previstas na
Portaria MTE 1.885/2013, este terá direito ao adicional de periculosidade, conforme jurisprudência abaixo.

DIREITO AO ADICIONAL NOTURNO

São assegurados ao vigia e vigilante noturno os mesmos direitos assegurados aos demais trabalhadores noturnos.

Além da redução da hora noturna para 52 minutos e 30 segundos, haverá o pagamento do adicional noturno de no mínimo 20% sobre a hora diurna.

Súmula 65 do TST:

"O direito à hora reduzida para 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos aplica-se ao vigia noturno."

Súmula 140 do TST:

É
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"É assegurado ao vigia, sujeito ao trabalho noturno, o direito ao respectivo adicional."

Adicional noturno após às 05 horas da manhã

O vigia ou vigilante que, após cumprir sua jornada normal noturna de trabalho, continuar a prestar seus serviços em horário extraordinário diurno, terá assegurado o
direito de receber o adicional inclusive sobre as horas diurnas, além das horas extras.

Este é o entendimento jurisprudencial em relação ao sentido do § 5º do art. 73 da CLT, consubstanciado na Súmula 60 do TST.

Para maiores detalhes sobre a hora noturna acesse o tópico Trabalho Noturno.

DIREITO AO ADICIONAL DE RISCO DE VIDA - PERICULOSIDADE

O artigo 7º, inciso XXIII, da Constituição Federal assegura aos empregados o pagamento de adicional de remuneração para o trabalho desempenhado em atividades
penosas, insalubres ou perigosas, mas determina que caberá à lei específica, disciplinar tal direito.

Não se aplica a periculosidade ao trabalhador que é exposto apenas eventualmente, ou seja, não tem contato regular com a situação de risco, salvo se estiver previsto
em acordo ou convenção coletiva de trabalho, o pagamento proporcional, conforme prevê o artigo 7º inciso XXVI da Constituição Federal.

A Portaria 518/2003 do MTE adota como atividades de risco em potencial sujeita ao adicional de periculosidade, as concernentes às radiações ionizantes ou
substâncias radioativas, conforme o "Quadro de Atividades e Operações Perigosas", aprovado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.

Na Lei 7.102/83, que regulamenta a atividade do vigilante, não há manifestação quanto aos referidos adicionais.

Entretanto, a nova Lei 12.740/2012, que alterou o art. 193 da CLT, reconheceu o direito ao adicional de periculosidade ao vigilante, na medida em que considerou
como atividade perigosa, aquelas que, por sua natureza ou método de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a
roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.

Não obstante, as empresas em geral devem estar atentas em relação aos Acordos e Convenções Coletivas que vem garantindo o adicional de risco de vida ao
trabalhador e, por consequência da nova lei, poderá também estabelecer novas garantias quanto ao adicional de periculosidade.

Exemplo

Como exemplo, citamos a convenção coletiva do Sindicato dos Empregados em Empresas de Vigilância, Segurança e Similares do Estado de São Paulo, resultado de
um Dissídio Coletivo de Greve e Econômico (Processo TRT/SP SDC nº 20108.2008.000.02.003), a qual dispõe na cláusula 70 o seguinte:

"CLÁUSULA 70ª – ADICIONAL DE RISCO DE VIDA

Fica concedido aos Vigilantes Patrimoniais em atividade, o pagamento mensal de um adicional a título de risco de vida, a ser calculado sobre o salário base do
vigilante, de forma não cumulativa, de 3% (três por cento) para o período de 01/05/08 a 30/04/09; mais 3% (três por cento) para o período de 01/05/09 a
30/04/2010, perfazendo um total de 6% (seis por cento); mais 3% (três por cento) para o período de 01/05/2010 a 30/04/2011, perfazendo um total de 9% (nove
por cento).
Parágrafo primeiro – O adicional de risco de vida somente será devido quando do efetivo trabalho, ou seja, o mesmo não será devido quando o contrato de
trabalho estiver suspenso ou interrompido, nos casos previstos na CLT, e também na hipótese da Lei 4.090/65.
Parágrafo segundo – O adicional de risco de vida terá seu reflexo no pagamento das horas extras e nas respectivas incidências no Descanso Semanal
Remunerado.
Parágrafo terceiro – O adicional de risco de vida não incidirá para todos os efeitos legais, no cálculo das férias, inteiras ou proporcionais com 1/3, 13º salários
e verbas rescisórias.
Parágrafo quarto – Advindo a instituição de adicional de risco de vida ou equivalente, por força de legislação federal ou decisão judicial, prevalecerão as
condições mais vantajosas aos empregados beneficiários desta norma salarial."

O adicional de risco de vida estabelecido atualmente em Convenções não se equipara percentualmente ao adicional de periculosidade. No entanto, demonstra uma
forma de garantir ao trabalhador uma compensação frente ao risco no exercício de sua atividade.

Para maiores esclarecimentos sobre adicional de periculosidade e atividades perigosas, acesse os tópicos Adicional de Insalubridade e Norma Regulamentadora 16 -
Atividades e Operações Perigosas.

ADICIONAL DE RISCO DE VIDA E PERICULOSIDADE - NÃO CUMULATIVO

O adicional de risco normalmente é previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e seu percentual pode variar de acordo com cada região. Já o adicional de
periculosidade decorre do art. 193 da CLT e seu adicional é de 30%.

Ainda que haja previsão convencional do adicional de risco, cabe ao vigia/vigilante optar pelo percentual mais favorável, se o da convenção ou o de 30% previsto na
CLT, pois de acordo com o disposto no § 3º do art. 193 da CLT, havendo adicional previsto em acordo ou convenção coletiva de mesma natureza, o mesmo deve ser
compensado.

Portanto, a empresa não é obrigada a somar os percentuais para pagamento, já que ambos os institutos possuem a mesma identidade (finalidade).

Exemplo

Considerando que a empresa já pagava aos seus vigilantes o adicional de risco de 25% (vinte e cinco por cento) decorrente de previsão convencional desde 2010,
após a alteração do art. 193 da CLT (que estabeleceu o direito aos vigilantes de receber adicional de periculosidade de 30%) os vigilantes tem a opção de escolher o
percentual mais vantajoso, se o de 25% ou o de 30%.

Neste caso, por se tratar de um mesmo direito assegurado por lei e por convenção (apenas com nomenclaturas diferentes), a empresa não está obrigada a pagar os
percentuais de forma cumulada, ou seja, 55%, sob pena de incidir o bis in idem.

ATIVIDADES ELENCADAS COM DIREITO À PERICULOSIDADE - TELEMONITORAMENTO / TELECONTROLE (RESSALVA)

A Portaria MTE 1.885/2013, que aprovou o anexo 3 da NR-16, elencou as atividades ou operações de serviços de segurança que estariam protegidas quanto ao
direito ao recebimento de adicional de periculosidade de que trata o art. 193 da CLT, conforme abaixo:

ATIVIDADES OU OPERAÇÕES DESCRIÇÃO


Vigilância patrimonial Segurança patrimonial e/ou pessoal na preservação do patrimônio em estabelecimentos públicos ou privados e da incolumidad

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pessoas.
Segurança de eventos Segurança patrimonial e/ou pessoal em espaços públicos ou privados, de uso comum do povo.
Segurança nos transportes coletivos Segurança patrimonial e/ou pessoal nos transportes coletivos e em suas respectivas instalações.
Segurança ambiental e florestal Segurança patrimonial e/ou pessoal em áreas de conservação de fauna, flora natural e de reflorestamento.
Transporte de valores Segurança na execução do serviço de transporte de valores.
Escolta armada Segurança no acompanhamento de qualquer tipo de carga ou de valores.
Segurança pessoal Acompanhamento e proteção da integridade física de pessoa ou de grupos.
Supervisão/fiscalização Operacional Supervisão e/ou fiscalização direta dos locais de trabalho para acompanhamento e orientação dos vigilantes.
Telemonitoramento/ telecontrole Execução de controle e/ou monitoramento de locais, através de sistemas eletrônicos de segurança.

Entretanto, como se pode observar, a última atividade constante na tabela traz dúvidas quanto a este direito, já que pela sistemática do serviço de monitoramento
eletrônico de alarmes, o controle e a execução do serviço são feitos à distância.

Ou seja, a empresa que executa serviços de vigilância eletrônica através do monitoramento de sistemas de alarmes, o faz através de uma central instalada na sua
sede, onde o operador do sistema administra os dados extraídos do sistema eletrônico, através de hardware instalado em microcomputadores, e repassa informações
às autoridades, no caso de ocorrência de sinais de possíveis arrombamentos e/ou sinistros.

Entendemos que neste caso não cabe o pagamento de periculosidade ao operador do sistema, pois como executa sua tarefa à distância do local vigiado, não há que se
falar em atividade ou operação perigosa.

DAS GARANTIAS

O vigilante usará uniforme somente quando em efetivo serviço ao qual é assegurado:

Uniforme especial à custa da empresa a que se vincular;


Porte de arma, quando em serviço;
Prisão especial por ato decorrente do serviço;
Seguro de vida em grupo, feito pela empresa empregadora;
Assistência jurídica, no exercício da função, praticar ato que o leve a responder a ação penal.

JURISPRUDÊNCIA

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. 1. COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA
DO TRABALHO. ÓBICE PROCESSUAL. SÚMULA 337, IV, DO TST. 2. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. VIGIA. APLICAÇÃO DO INCISO II DO
ART. 193 DA CLT. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 126/TST. (...) Observo que a nova redação do art. 193 da CLT, em conjunto com a Portaria n.° 1.885/2013, traz
duas hipóteses para a incidência do adicional de periculosidade: a primeira concernente aos vigilantes, nos termos da Lei n° 7.102/1983; e a segunda referente a
outros empregados que exercem a atividade de segurança patrimonial ou pessoal em instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e
de bens públicos e desde que contratados diretamente pela administração pública direta ou indireta. No caso, é incontroverso que o autor exercia atividade de vigia
no âmbito da administração pública, ou seja, preenchia os requisitos da lei e da Portaria supracitados. Contudo, o direito ao recebimento do adicional de
periculosidade deu-se com a publicação da Portaria n.° 1.885/13 em 02.12.2013 que regulamentou a nova redação do art. 193 da CLT. Assim, dou provimento
parcial ao recurso do réu para determinar como termo inicial do adicional de periculosidade a data de 02.12.2013. (...) O enquadramento jurídico dado pelo TRT à
matéria foi de deferimento do adicional de periculosidade pela aplicação do inciso II do art. 193 da CLT, ou seja, pela exposição do Reclamante a roubos ou outras
espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial, posteriormente à vigência da Portaria 1885/2013, que regulamentou a
Lei 12740/2012. Portanto, afirmando a Instância Ordinária, quer pela sentença, quer pelo acórdão, que o Autor laborava exposto a condições de risco, torna-se
inviável, em recurso de revista, reexaminar o conjunto probatório dos autos, por não se tratar o TST de suposta terceira instância, mas de Juízo rigorosamente
extraordinário - limites da Súmula 126/TST. Agravo de instrumento desprovido. AIRR - 1813-98.2014.5.12.0006 , Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado,
Data de Julgamento: 03/05/2017, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 05/05/2017).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 126/TST. QUESTÕES PROCESSUAIS. O Tribunal Regional, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, entendeu
que a percepção da gratificação intitulada "gratificação de risco" revela que o próprio Reclamado reconhecia o perigo inerente à função desempenhada pelo
Reclamante. Ademais, o acórdão não contém maiores detalhes fáticos acerca da atividade exercida pelo obreiro, de forma que fosse possível diferenciá-la da função
exercida pelos vigilantes e verificar se o Reclamante não se expunha a situações de perigo semelhantes às vivenciadas pelos vigilantes. A esse propósito, registre-se,
que não se desconhece a tendência jurisprudencial desta Corte de estabelecer a diferença entre as funções de vigia e vigilante para fins de pagamento do adicional de
periculosidade de que trata o inciso II do art. 193 (incluído pela Lei nº 12.740, de 2012). Apenas não se considera que, neste caso concreto, haja especificações
suficientes para entender que o Reclamante, ao laborar em atividades profissionais de segurança patrimonial (consignada no acórdão regional), não se expunha ao
risco de roubos ou outras espécies de violência física referido no citado dispositivo legal. Agravo de instrumento desprovido. (AIRR - 1810-46.2014.5.12.0006 ,
Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 10/05/2017, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 12/05/2017).

(...) RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. BASE DE CÁLCULO. ELETRICITÁRIOS. NÃO CONHECIMENTO.
É entendimento desta Corte Superior é de que, se o empregado tiver sido contratado em data anterior à publicação da Lei nº 12.740/2012, a ele não se aplica a
limitação de cálculo do adicional de periculosidade apenas ao salário-base, devendo essa base de cálculo englobar a totalidade das parcelas de natureza salarial
recebidas pelo empregado, porque, à época da contratação, vigia a Lei nº 7.369/85. Na hipótese, a Corte Regional entendeu que só será aplicada a nova redação do
artigo 193 da CLT para os novos contratos de trabalho. Assim, a decisão encontra-se em harmonia com o entendimento desta Corte, artigo 896, § 7º, da CLT.
Recurso de revista não conhecido. (ARR - 1055-38.2015.5.17.0009 , Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos, Data de Julgamento: 17/05/2017, 5ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 19/05/2017).

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. VIGIA QUE NÃO EXERCE
ATRIBUIÇÕES DE VIGILANTE. (...). A recorrente não se conforme [sic] com o indeferimento do aludido pleito, sob o argumento de que ao exercer a função de
vigia, faz a segurança e guarda patrimonial de bens da recorrida ficando exposta a riscos de roubos e agressões. Argumenta, ainda, que a Origem não deveria ter
levado em consideração apenas e tão somente a sua função, mas sim os riscos a que se expõe, pleiteando, assim, a aplicação do art. 193, § 3º da CLT, por analogia ao
vigia. Sobre a questão posta a julgamento, a DD. Magistrada de primeira instância entendeu que: (...) Fundamentação. Restou incontroverso nos autos o fato de que a
reclamante foi contratada para desempenhar a função de vigia, atividade esta que não se confunde com aquela prevista na Lei 7.102/83, alterada pela Lei 8.863/94.
De acordo com aludidos diplomas legais, vigilante é aquele que, mediante prévia aprovação em curso de formação específica e detentor de porte de arma, se dedica a
resguardar a vida e o patrimônio das pessoas. Já ao vigia ou porteiro compete apenas a fiscalização e vistoria do local onde presta serviços, não tendo por
incumbência agir ou reagir à ações intentadas contra a vida ou patrimônio do empregador ou de terceiros. (...) Por todo o exposto, resta incabível o pagamento do
adicional de periculosidade pretendido, assim como dos seus correspondentes reflexos sobre todas as demais verbas trabalhistas devidas na vigência do pacto
laboral. (id c7fb8 92 - Págs: 2/4).(g.n)'. (...) O Regional constatou que a reclamante não comprovou o exercício das funções de segurança patrimonial do espaço
público. Assim, indevido o adicional de periculosidade. Incidência do óbice de que trata a Súmula 126/TST. Recurso de revista não conhecido. ( RR - 10512-
18.2015.5.15.0117 , Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 21/09/2016, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 23/09/2016).

RECURSO DE REVISTA. RECLAMANTES. LEI Nº 13.015/2014. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. VIGIA X VIGILANTE. NR-16 DO MINISTÉRIO DO
TRABALHO E EMPREGO. 1 - Atendidos os requisitos do art. 896, § 1º-A, da CLT. 2 - O art. 193 da CLT, alterado pela Lei nº 12.740/2012, dispõe que as
atividades de segurança pessoal ou patrimonial são consideradas perigosas na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (Anexo 3

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da NR-16), e cita expressamente a de vigilante. 3 - O exercício da atividade de vigilante depende de requisitos específicos, ao teor dos arts. 15 e 16 da Lei nº
7.102/83, tais como idade mínima de 21 anos, prévia aprovação em curso de formação profissional supervisionado pela Polícia Federal, e em exame de saúde física,
mental e psicotécnico, entre outros. 4 - Por outro lado, o vigia desempenha funções de asseio e conservação, cujo exercício, de acordo com a Classificação Brasileira
de Ocupações (CBO) do MTE nº 5174, requer apenas a conclusão do ensino fundamental. 5 - Nesses termos, as atividades de vigia não se equiparam às de vigilante,
para o fim de pagamento do adicional de periculosidade, e não se inserem no conceito de segurança pessoal ou patrimonial referido no Anexo 3 da NR 16 do MTE.
Assim, não é devido o adicional de periculosidade ao vigia. Julgados deste Tribunal. 6 - Recurso de revista de que não se conhece. (RR - 387-05.2015.5.06.0161 ,
Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 28/09/2016, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 30/09/2016).

VIGIA VERSUS VIGILANTE. DESVIO DE FUNÇÃO. O desvio de função se evidencia quando o empregado passa a executar atividades típicas de função diversa
daquela para a qual foi contratado. Na hipótese vertente, as tarefas executadas pelo demandante estão adstritas à função de vigia, não podendo ser enquadrado como
vigilante, em face da prova testemunhal, que confirma que o reclamante não atuava com arma de fogo, principal diferencial entre as duas funções. Portanto,
irretocável a decisão de primeiro grau, no aspecto, que julgou improcedente o pedido de diferenças salariais. (TRT-3 - RO: 01389201403603008 0001389-
15.2014.5.03.0036, Relator: Convocada Maria Raquel Ferraz Zagari Valentim, Turma Recursal de Juiz de Fora, Data de Publicação: 27/08/2015).

EMENTA: DANO MORAL. VIGILANTE NOTURNO. LATROCÍNIO. A exposição acentuada dos vigilantes noturnos ao risco de se tornarem vítimas de crimes
violentos gera, para o empregador, a obrigação de adotar medidas de segurança relevantes para proteger os empregados que trabalham nessa condição, de modo que
a ausência de medidas básicas, como a instalação de câmeras de vigilância e sistema de alarme no interior da guarita, caracteriza negligência grave. Inteligência dos
artigos 7º, XXII, da CF, 186 e 927 do Código Civil. (TRT da 3.ª Região; Processo: 00942-2011-103-03-00-0 RO; Data de Publicação: 22/01/2014; Órgão Julgador:
Quarta Turma; Relator: Paulo Chaves Correa Filho; Revisor: Julio Bernardo do Carmo; Divulgação: 21/01/2014.

EMENTA: ASSALTO NAS DEPENDÊNCIAS DA EMPRESA. INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO DO EMPREGADOR. DANO MORAL INDEVIDO. Ainda
que indesejáveis, episódios de assalto no ambiente de trabalho nem sempre podem ser atribuídos à culpa do empregador, a par da omissão do Estado na promoção da
segurança pública, atribuição, ademais, que não competia a ré. Não comprovado, assim, na hipótese, que o ato danoso tivesse resultado de negligência da
empregadora, que pudesse ter possibilitado ou mesmo facilitado o assalto, principalmente porque dele não foi vítima apenas o reclamante, mas vários outros
vigilantes, sendo de todo impossível a responsabilização do empregador, por ausência de ato ilícito seu a ensejar a indenização pleiteada. (TRT da 3.ª Região;
Processo: 00843-2012-156-03-00-4 RO; Data de Publicação: 11/11/2013; Órgão Julgador: Quarta Turma; Relator: Paulo Chaves Correa Filho; Revisor: Julio
Bernardo do Carmo; Divulgação: 08/11/2013).

AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACIDENTE DE TRABALHO - CULPA DO RECLAMADO - DESVIO DE FUNÇÃO - VIGIA E VIGILANTE - ARESTOS
INESPECÍFICOS. 1. O Regional deferiu ao Reclamante o pagamento de danos materiais e morais decorrentes de acidente de trabalho, em que o Empregado foi
atingido por disparo de arma de fogo no exercício de suas atividades laborais. Entendeu haver culpa do Reclamado em face do desvio de função, decorrente da
contratação do Reclamante para a função de vigia, quando na verdade a situação exigia a atuação de um vigilante. 2. Em sua revista, amparada unicamente em
divergência jurisprudencial, o Reclamado reitera a distinção entre as atividades e alega que a contratação para a guarda de estabelecimento vazio, em fase de
reforma, não se amolda à atividade -parapolicial- de um vigilante, mas à simples observação e fiscalização do local. 3. Os arestos transcritos são inespecíficos, tendo
em vista que não abordam conjuntamente as questões da culpa por acidente de trabalho e a distinção entre as atividades de vigia e de vigilante, nem sequer
mencionando o fundamento do desvio de função. A divergência específica dependeria de aresto que versasse não apenas sobre as especificações de cada função, ou
sobre a caracterização da culpa do Reclamado, mas sobre a adequação da contratação de um vigia para o desempenho da guarda noturna em situação de risco.
Incidente, portando, sobre o recurso o óbice da Súmula 296, I, do TST. Agravo de instrumento desprovido. (TST - AIRR: 9950240112005509 9950240-
11.2005.5.09.0017, Relator: Ives Gandra Martins Filho, Data de Julgamento: 15/08/2007, 4ª Turma,, Data de Publicação: DJ 31/08/2007.)

DIREITO DO TRABALHO E PROCESSUAL DO TRABALHO. I - RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. Labor mediante mediante escala 12 X 36.
Matéria não controvertida. Carreado aos autos Acordo Coletivo de Trabalho, autorizando tanto a compensação, quanto a prorrogação de jornada. Possibilidade.
Horas excedentes da 8ª indevidas. Recurso obreiro improvido. II - RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA - ADICIONAL DE RISCO E
PERICULOSIDADE. Alegação de inexistência de condições de risco em conflito com a comprovação de contratação e de pagamento de risco de vida. Adicional de
periculosidade e adicional de risco de vida têm o mesmo sentido e o mesmo alcance, tanto que não comportam gradações; tanto que pressupõem uma atividade
prestada sob condições perigosas. Nenhuma causa a justificar a cumulação ao adicional de risco de vida do adicional de periculosidade, um e outro em 30% (trinta
por cento) do salário. Recurso empresarial provido. (TRT-6 109572010506 PE 0000109-57.2010.5.06.0006, Relator: Maria do Socorro Silva Emerenciano, Data de
Publicação: 08/11/2012).

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE – VIGILANTES – EDIÇÃO DA LEI 12.740- AUSÊNCIA DE REGULAMENTAÇÃO – A lei 12.740/2012, publicada em
10/12/2012, redefiniu os critérios para caracterização das atividades ou operações perigosas, alterando o art. 193 da CLT, com a previsão do direito aos vigilantes de
recebimento de adicional de periculosidade. Carecendo a matéria de regulamentação por parte do Ministério do Trabalho, são indevidos quaisquer efeitos financeiros
antes da edição de seus quadros com as respectivas atividades. Inteligência do art. 196 da CLT. Recurso provido, no particular” (TRT-18ª R. – RO
354.27.2013.5.18.0201 – Rel. Paulo Pimenta – Sje 02.09.2013).

RECURSO DE REVISTA - INTERVALO INTRAJORNADA - JORNADA 12 X 36 - VIGILANTE. É obrigatória a concessão do intervalo intrajornada de uma hora
para repouso e alimentação para aqueles trabalhadores cuja jornada seja superior a seis horas, o que alcança inclusive os empregados que trabalham em jornada de
12 X 36, conforme iterativa jurisprudência da Subseção 1 da Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de revista não
conhecido. ( RR - 327500-75.2004.5.12.0031 , Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 05/05/2010, 1ª Turma, Data de
Publicação: 14/05/2010).

HORAS EXTRAS. REDUÇÃO DA HORA NOTURNA. VIGILANTE. REGIME ESPECIAL DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA 12X36.
INAPLICABILIDADE. Não se aplica a redução ficta do horário noturno, prevista pelo parágrafo primeiro do artigo 73 da Consolidação das Leis do Trabalho, à
jornada especial 12X36. Consoante fundamentos da brilhante decisão originária, subscrita pelo Excelentíssimo Juiz João Batista de Abreu, “o regime de trabalho na
escala 12X36 é muito favorável aos trabalhadores, como é cediço, proporcionando ao obreiro mais tempo livre para o lazer e o convívio familiar. Quando o
empregado, através do órgão de classe, opta por essa modalidade de horário de trabalho, significa que a categoria profissional abriu mão da hora noturna reduzida
prevista no parágrafo segundo do artigo 73 da Consolidação das Leis do Trabalho, em troca de uma jornada de trabalho que lhe é mais benéfica, no conjunto. Assim
tem de ser analisada a questão, considerando-se que o pactuado atende aos interesses de toda uma coletividade de trabalhadores e que, globalmente - não há dúvida
alguma - beneficia a classe trabalhadora. Pretender também a hora noturna reduzida, em tal hipótese, é ambicionar trabalhar menos de 12 horas, todavia mantendo a
folga mais longa assegurada, o que se mostra sombreado pela tétrica fumaça da improbidade, desdenhosa do interesse da categoria e egoisticamente voltada ao
interesse particular, que não pode ser entronizado ao sacrifício do coletivo, conforme estampado no artigo 8º, ‘fine’, da Consolidação das Leis do Trabalho. O que se
busca, ‘in casu’, na verdade, é uma brecha na cláusula convencional, para se obter pagamento de uma hora extra, com o que o Judiciário não pode pactuar, visto que
a jornada 12X36 é prevista para horário noturno e diurno, sem exceção.” Decisão por unanimidade, acompanhada pelos MM. Juízes Eurico Cruz Neto e José Pitas.
PROCESSO TRT 15ª REGIÃO Nº 1.090-2006-038-15-00-0. Juíza Relatora OLGA AIDA JOAQUIM GOMIERI. Decisão N° 036123/2007.

ACÓRDÃO - ADICIONAL NOTURNO. PRORROGAÇÃO. JORNADA NOTURNA. A Corte de origem deu provimento parcial ao recurso ordinário do autor para
condenar a reclamada ao pagamento de diferenças de adicional noturno e horas extras noturnas decorrentes da prorrogação da jornada noturna. Decidiu mediante os
seguintes fundamentos: A sentença considerou que no caso de horários mistos as normas que disciplinam o trabalho noturno incidem apenas sobre o serviço
executado dentro do período definido como noturno. O reclamante não concorda com essa decisão. Defende que todo trabalho realizado em prorrogação às horas
noturnas devem assim ser consideradas, na forma da OJ 6 da SDI do C. TST. Postula as diferenças de adicional noturno e horas extras noturnas. O § 2º do art. 73 da
CLT considera como noturno o trabalho realizado entre as 22 horas de um dia e as 5h do dia seguinte. Porém, quando há prorrogação da jornada noturna em horário
diurno, o adicional é devido também sobre o tempo elastecido. Esse é o sentido do § 5º do art. 73 da CLT. De resto a matéria está pacificada pela orientação
jurisprudencial acima mencionada, in verbis: adicional noturno. Prorrogação em horário diurno. Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada
esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT. Esse parâmetro deve ser observado na apuração das horas noturnas
registradas nos cartões-ponto. PROC. Nº TST-RR-791383/2001.6. Ministra Relatora ROSA MARIA WEBER CANDIOTA DA ROSA. Brasília, 13 de junho de
2007.

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http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/clientes/Vigilante.htm 4/5
01/11/2017 VIGILANTE
JORNADA NOTURNA. PRORROGAÇÃO. VIGILANTE. REGIME ESPECIAL DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA 12X36. INOCORRÊNCIA. Tendo
laborado das 19h00 às 7h00, nada é devido ao reclamante a título de adicional noturno sobre as horas trabalhadas em prorrogação da hora noturna: não há que se
falar, na hipótese em apreço, em prorrogação da jornada, pois, além de estritamente respeitados os limites contratuais, a jornada era mista, abarcando períodos
noturno e diurno, o que faz incidir a hipótese do parágrafo quarto do artigo 73 da Consolidação das Leis do Trabalho e torna inaplicáveis o parágrafo quinto deste
artigo e a Súmula nº 60, do C.TST. Decisão por unanimidade, acompanhada pelos MM. Juízes Eurico Cruz Neto e José Pitas. PROCESSO TRT 15ª REGIÃO Nº
1.090-2006-038-15-00-0. Juíza Relatora OLGA AIDA JOAQUIM GOMIERI. Decisão N° 036123/2007.

VIGILANTE. ADICIONAL DE RISCO DE VIDA. ANALOGIA. ARTS. 5º, II E 7º, XXIII DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. O artigo 7º, inciso XXIII, da
Constituição Federal assegura aos empregados o pagamento de adicional de remuneração para o trabalho desempenhado em atividades penosas, insalubres ou
perigosas, mas remete expressamente à lei ordinária o disciplinamento normativo de tal direito. 2. Uma vez que ainda não há regulamentação em lei do preceito
constitucional em foco, decisão que julga procedente o pedido de adicional de risco de vida para o trabalho de vigilante, com base em analogia, viola a literalidade
dos arts. 5º, II e 7º, XXIII, CF/88. Trata-se, à evidência, de direito cuja aplicabilidade está confiada à reserva legal, o que repele, em boa hermenêutica, o método
integrativo da analogia. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. (RR-26254/2002-011-11-00.1, 1ª Turma, Ministro João Oreste Dalazen, DJ
06/05/2005);

EMENTA: ADICIONAL DE RISCO DE VIDA - CARRO-FORTE - As categorias convenentes elegeram o trabalho em carro-forte como pressuposto essencial ao
recebimento de adicional de risco de vida. Assim, não cabe a empregado não condutor daquele veículo especial questionar a referida vantagem, ao argumento de que
também transportava valores. Inegavelmente o carro-forte, ao qual ordinariamente se agrega uma comitiva de escolta, evidencia, por si, a existência de valores,
potencializando o risco, o que efetivamente não ocorre quando se transportam documentos (também de valores e de suma importância), em veículos comuns.
Processo 01371-2005-105-03-00-5 RO. Juiz Relator JORGE BERG DE MENDONÇA. Belo Horizonte, 28 de março de 2.006.

ACÓRDÃO - VIGILANTE. CARACTERIZAÇÃO DA FUNÇÃO. A configuração da função de vigilante na forma pretendida pelo reclamante pressupõe além da
permanente observação, atenção, alerta, cautela, também exige preparo para reação imediata, conhecimento de técnicas de defesa. Atividade que, por natureza, é
totalmente incompatível com o simples controle de quem entra e sai ou mesmo de quem realiza rondas eletrônicas, não portando arma de fogo e na hipótese de
algum incidente (invasão) limitando-se a comunicar o fato ao agente policial ou guarda municipal. Cumpre ressaltar que, consoante o artigo 16 da Lei nº 7.102/83,
vigilante é o profissional que preenche determinados requisitos, dentre eles, a aprovação em curso de formação de vigilante. Ainda, tem assegurado o direito de uso
de uniforme especial, porte de arma, quando em serviço, prisão especial por ato decorrente do serviço e seguro de vida em grupo às expensas do empregador (artigo
19). O desempenho das atividades relacionadas nos autos, sem o uso de armas e sem os requisitos da legislação específica, não guarda equivalência de funções com
as atribuições do vigilante, motivo pelo qual é indevido o enquadramento pleiteado. PROCESSO Nº 00065-2006-045-15-00-8. Juíza Relatora Helena Rosa Mônaco
S.L. Coelho. Decisão N° 001969/2007.

ADICIONAL DE RISCO DE VIDA ANALOGIA. Tendo o recurso sido conhecido por violação do art. 7º, XXIII, da Constituição Federal, seu provimento é medida
que se impõe. Dou provimento ao recurso de revista para excluir da condenação o adicional de risco de vida. ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Terceira
Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer do recurso de revista apenas quanto ao tema adicional de risco de vida analogia, por violação
do art. 7º, XXIII, da Constituição Federal e, no mérito, dar lhe provimento para excluir da condenação o adicional de risco de vida. Relator CARLOS ALBERTO
REIS DE PAULA. PROC. Nº TST-RR-19377/2003-006-11-00.1. Brasília, 21 de março de 2007.

VIGILANTE. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE (RISCO DE VIDA). ART. 7º, XXIII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - A norma do art. 7º, XXIII, da
Constituição Federal é de eficácia contida, pois dispõe que os adicionais ali elencados serão concedidos na forma da lei e, assim sendo, não há falar em concessão do
adicional em razão do princípio da analogia. O art. 1º do Decreto-Lei nº 93.412/96, que regula a Lei nº 7.369/85, não inclui o vigilante na relação de beneficiados
pelo adicional de periculosidade. A aplicação do princípio da analogia, no caso, não apenas viola o art. 7º, XXIII, da Constituição Federal, como o art. 2º do mesmo
diploma legal, pois representa verdadeira atividade legiferante, usurpando função inerente ao Poder Legislativo, quebrando, assim, a separação dos Poderes. Recurso
conhecido em parte e provido. (RR-35369/2002-005-11-00.5, 2ª Turma, Ministro José Luciano de Castilho Pereira, DJ 14/05/2004).

VIGILANTE - ADICIONAL DE RISCO DE VIDA - AFRONTA AOS ARTIGOS 5º, II, E 7º, XXIII, AMBOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Ao contemplar a
possibilidade de pagamento do adicional de periculosidade, o art. 7º, XXIII, da Constituição Federal deixa expresso que será nos termos da lei, dispositivo, portanto,
de eficácia contida. A Lei nº 7.102/83, que regulamenta a atividade do vigilante, não o contempla com o direito ao referido adicional. Juridicamente inviável, pois, a
conclusão do Regional, ao deferir o pedido de adicional de risco de vida, quando o reclamante exerceu a função de vigilante, criando, assim, obrigação, ao
reclamado, carente de autorização legal ou contratual, em flagrante ofensa aos artigos 5º, II, e 7º, XXIII, ambos da Constituição Federal. Recurso de revista
parcialmente conhecido e provido. (RR-9932/2002-012-11-00.8, 4ª Turma, Ministro Milton Moura de França, DJ 6/8/2004).

Base Legal: Lei 7.102/83;


Lei 8.863/94;
Medida Provisória nº 2.184/2001;
Portaria 518/2003
Lei 12.740/2012;
Portaria MTE 1.885/2013 e os citados no texto.
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Guia Trabalhista - Índice

http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/clientes/Vigilante.htm 5/5

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