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Mas afinal quais são os 

direitos trabalhistas dos porteiros?

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), como forma de melhor regulamentar as características de


cada ocupação, criou a CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) que obrigatoriamente deve ser
seguida pelos empregadores.

Nesse sentido, o MTE publicou a Portaria de número 397 de 09/10/2002 que versa sobre a profissão de
porteiro e quais são as suas atribuições.

Assim, a CBO: 5-51.25, definiu as características da ocupação de porteiro:

 “Fiscaliza a entrada e saída de pessoas, observando o movimento das mesmas no saguão da portaria
principal, nos saguões dos elevadores e nos pátios, corredores do prédio e garagem e procurando
identificá-las, para vedar a entrada das pessoas suspeitas, ou encaminhar as demais ao destino solicitado;
atenta para o uso dos elevadores, observando e vedando o excesso de lotação ou carga e a retenção em
andares sem motivo justificável, para garantir o cumprimento das disposições internas e legais;  susta o
uso do elevador, baseando-se na constatação de desarranjos ou mau funcionamento, para evitar danos aos
usuários; encarrega-se da correspondência em geral e de encomendas de pequeno porte enviadas aos
ocupantes do edifício, recebendo-as e encaminhando-as aos destinatários, para evitar extravios e outras
ocorrências desagradáveis.

Pode desempenhar algumas tarefas próprias do zelador de edifício (5.51.20), como a inspeção de pátios,
corredores, áreas e outras dependências do prédio, receber e conferir material e outras similares.”

É muito comum, por exemplo, a confusão entre a profissão de vigilante e a de porteiro. O porteiro tem a
função de controlar o ingresso de pessoas, bens, correspondência, dentre outros, enquanto a função de
vigilante é mais complexa pois abrange a guarda de pessoas e valores.

Por isso, é importante saber dessas características tendo em vista que é muito comum o acumulo de
função de porteiro, zelador de edifício, serviços gerais, vigilante, dente outros.

10 DIREITOS DOS PORTEIROS

1 HORA EXTRA

A hora extra de trabalho diz respeito a hora trabalhada a mais fora da carga horária de trabalho normal.

Nesse sentido, é devido o valor de, no mínimo, 50%, de segunda a sexta-feira, e 100% aos domingos e
feriados. Nesse sentido, pode-se perceber que a hora extra vale mais que a hora normal de trabalho.

2 INTERVALO INTRAJORNADA

Antes da reforma trabalhista, o trabalhador tinha direito a descanso intrajornada de até 2 horas para
almoço, a depender da quantidade de horas que trabalhava de forma contínua.

Com a reforma trabalhista, tal descanso deixou de ser obrigatório. Assim, o porteiro poderá trabalhar por
12 horas seguidas, sem intervalo, desde que o empregador pague o correspondente ao tempo de intervalo
não concedido acrescido de 50% a hora.

Também é permitido que o porteiro trabalhe 6 ou 8 horas seguidas sem que seja necessário intervalo.

Isso é a regra geral, é sempre importante observar possíveis acordos ou convenções existentes.

3 JORNADA 12 X 36

A jornada 12 x 36 já é prática bastante comum no trabalho de porteiro, tendo em vista que muitos deles
trabalham revezando com outros profissionais.

Assim, ela é tida como uma jornada de trabalho extraordinária na medida em que a jornada ordinária
envolve 8 horas diárias de trabalho e 44 horas semanais.

Importante notar que a reforma trabalhista trouxe uma maior flexibilidade a esse tipo de jornada tendo em
vista que ela é estabelecida por meio de documento escrito entre o empregador e o empregado, o que
dispensa a exigência de instrumento coletivo feito pelo sindicato da categoria, como ocorria
anteriormente.

Além disso, a reforma trabalhista também tirou a exigência de autorização por parte da autoridade do
trabalho para que a jornada de 12 x 36 fosse feita em ambientes insalubres, que são aqueles que possuem
elementos nocivos à saúde humana.

4 ADICIONAL POR ACÚMULO DE FUNÇÃO

Como já foi mencionado anteriormente, é muito comum na função de porteiro que haja cumulação desta
atividade com outras como serviços gerais, zelador de edifícios, vigilante, dente outros.

Caso haja o acúmulo de funções, o trabalhador tem direito de receber também pela função que
desempenha.

Nesse sentido, é importante estar atento para as funções desempenhadas pelo porteiro de prédio, citadas
no começo do texto, como forma de impedir que abusos ocorram.

5 ADICIONAL NOTURNO

O adicional noturno é devido para os trabalhadores que cumprem seu horário das 22 horas até as 5 da
manhã, sendo devido um valor de 20% a mais na hora diurna que ainda pode ser mais, a depender do
acordo ou convenção coletiva a ser aplicado.

Além disso, a hora noturna segue um cálculo diferente da hora diurna. Isso porque a hora diurna tem 60
minutos, já cada hora noturna equivale a 52 minutos e 30 segundos, oferecendo assim uma vantagem para
o trabalhador. Assim, ele irá trabalhar menos e receber mais.

É bastante comum que os porteiros trabalhem de noite na forma de revezamento, por isso, é importante
estar atento as horas noturnas a serem pagas com acréscimo.

6 UNIFORME COMPRADO PELO EMPREGADOR

O porteiro precisa trabalhar uniformizado, tendo em vista ser assim o que determina a portaria que
regulamenta a atividade.

Assim, o uniforme é requisito indispensável para o trabalho porteiro, pois permite que os visitantes e
moradores de edifícios reconheçam quem é o responsável pelo controle de entrada. Sendo assim, o
uniforme deverá ser pago pela empresa que contrata o porteiro.

Além disso, o tempo em que ele leva no trabalho trocando de roupa no trabalho deverá ser contabilizado
como tempo de atividade.

7 TRABALHO NO FERIADO

Antes da reforma trabalhista, o porteiro que trabalhava na jornada 12 x 36 tinha direito a receber
acréscimo quando o trabalho caia em um feriado.

O acréscimo era no valor de 100%. Caso o empregador não pagasse os 100%, era devida compensação
com descanso em outro dia.

Com a reforma, não existe mais essa previsão. Assim, não é mais devido nem a compensação pecuniária,
nem com descanso de um dia caso o porteiro tenha que trabalhar no feriado.

Isso agora só pode ser possível por meio do sindicato através de acordo ou convenção coletiva.

8 DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO

 O porteiro tem direito a recebimento do décimo terceiro salário, também chamado de


gratificação ou subsídio de Natal é uma gratificação instituída a ser paga ao empregado, ou
funcionário. O seu valor, embora variável, é geralmente aproximado ao de um salário mensal,
podendo ser paga em uma ou mais prestações, de acordo com a legislação laboral do país.
9 FÉRIAS MAIS 1/3 

Um direito garantido ao porteiro é o recebimento de férias mais 1/3. A Constituição Federal de 1988,
em seu art. 7º, inciso XVII, garante o direito às férias remuneradas anuais com o pagamento
de, no mínimo, um terço a mais sobre o salário normal. Por isso, esse adicional de férias de um
terço sobre o salário é chamado de terço constitucional.

10 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

Com a entrada em vigor da Portaria 1885 MTE – Todos os trabalhadores no setor de segurança
privada ou pública (Guardas, Seguranças e etc) tem direito ao recebimento do Adicional de
Periculosidade. Ocorre que o porteiro não se enquadra na função de Guarda ou Vigilante.
Entretanto, caso fique comprova que o porteiro trabalhe em condições perigosas, ou seja, em
contato com agentes infláveis ou explosivos, o porteiro fará jus ao recebimento do adicional de
periculosidade.

O porteiro limita-se a observar os fatos, não estando obrigado à prestação de outros serviços, enquanto
que os vigilantes exercem funções mais complexas, em face das responsabilidades e do preparo a que se
submetem, sendo exigida, deles, a defesa policial, visando à proteção de bens.

Empregado que atua como porteiro, quando escalado para turno diurno, embora armado, não é
vigilante, mas vigia. (TST, RR 341838) Empregado que atua como porteiro, quando escalado para turno
diurno, embora armado, não é vigilante, mas vigia. (TST, RR 341838)

Não Confunda a Função de Porteiro


Em reclamatória trabalhista movida contra um condomínio discute-se a função do porteiro e
do vigilante. Dúvida sobre o assunto foi encaminhada ao TeleCondo, que respondeu nos
seguintes termos (resumimos).

Não se pode confundir as atividades do porteiro com a função do vigia ou vigilante.

Porteiro é o funcionário responsável pelo controle do ingresso e saída de pessoas, veículos e


correspondências no edifício, isto é, limita-se a observar e monitorar a entrada, não sendo
responsável pela segurança do patrimônio. 

Já, o vigia exerce muitas vezes a atividade de segurança, mas não pode ser incluído na
categoria de vigilante, pois nesta há requisitos específicos.

A atividade de vigilante exige preparo para enfrentar situações de perigo, de como agir ao
verificar irregularidades no local, o ingresso de pessoas estranhas, proteger o patrimônio,
noções de segurança pessoal

Não Confunda a Função de Porteiro


Em reclamatória trabalhista movida contra um condomínio discute-se a função do porteiro e
do vigilante. Dúvida sobre o assunto foi encaminhada ao TeleCondo, que respondeu nos
seguintes termos (resumimos).

Não se pode confundir as atividades do porteiro com a função do vigia ou vigilante.

Porteiro é o funcionário responsável pelo controle do ingresso e saída de pessoas, veículos e


correspondências no edifício, isto é, limita-se a observar e monitorar a entrada, não sendo
responsável pela segurança do patrimônio. 
Já, o vigia exerce muitas vezes a atividade de segurança, mas não pode ser incluído na
categoria de vigilante, pois nesta há requisitos específicos.

A atividade de vigilante exige preparo para enfrentar situações de perigo, de como agir ao
verificar irregularidades no local, o ingresso de pessoas estranhas, proteger o patrimônio,
noções de segurança

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