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DIREITO

PREVIDENCIÁRIO

SEGURADOS DO REGIME
GERAL DE PREVIDÊNCIA
SOCIAL
SEGURADOS DO RGPS
SEGURADOS DO RGPS
SEGURADOS DO RGPS

Definição:

É segurado da Previdência Social, de forma obrigatória, a pessoa física


que exerce atividade remunerada, efetiva ou eventual, de natureza
urbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego, a título precário ou não,
bem como aquele que a lei define como tal, observadas, quando for o
caso, as exceções previstas no texto legal, ou exerceu alguma atividade
das mencionadas acima, no período imediatamente anterior ao chamado
“período de graça”.

(art. 12 e parágrafos da Lei n. 8.212/91, e art. 11 e parágrafos da Lei n. 8.213/91)


SEGURADOS DO RGPS
Definição:

Também é segurado aquele que, sem exercer atividade remunerada, se


filia facultativa e espontaneamente à Previdência Social, contribuindo para
o custeio das prestações sem estar vinculado obrigatoriamente ao Regime
Geral de Previdência Social – RGPS ou a outro regime previdenciário
qualquer.
(art. 14 da Lei de Custeio e art. 13 da Lei de Benefícios)

Portanto, existem duas espécies de segurados:


• os obrigatórios e;
• os facultativos.
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS

Segurados obrigatórios:

São aqueles que devem contribuir


compulsoriamente para a Seguridade
Social, com direito aos benefícios
pecuniários previstos para a sua
categoria (aposentadorias, pensões,
auxílios, salário-família e salário-
maternidade) e aos serviços (reabilitação
profissional e serviço social) a encargo da
Previdência Social.
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS

Pressupostos:

• ser pessoa física (art. 12 da Lei n.


8.212/1991 e art. 11 da Lei n. 8.213/1991),
pois é inconcebível a existência de
segurado pessoa jurídica;

• exercício de uma atividade laborativa,


remunerada e lícita, pois o exercício de
atividade com objeto ilícito não encontra
amparo na ordem jurídica.
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS
Atividades no exterior, nacionalidade e extraterritorialidade:

Ainda que exerça, nessas condições, suas atividades no exterior, a pessoa será amparada
pela Previdência Social, nas hipóteses previstas em lei.

• Não importa a nacionalidade da pessoa para a filiação ao RGPS e seu consequente


enquadramento como segurado obrigatório, sendo permitido aos estrangeiros com
domicílio fixo no Brasil o ingresso, desde que o trabalho tenha sido desenvolvido no
território nacional ou nas repartições diplomáticas brasileiras no exterior.

• É possível à pessoa física obter a condição de segurado obrigatório do RGPS, mesmo


que a prestação laboral se dê no exterior, quando a contratação tenha ocorrido no
território nacional, ou em virtude de tratados ou acordos internacionais firmados
pelo Brasil. Trata-se de hipóteses de extraterritorialidade da lei brasileira, em face do
princípio da universalidade do atendimento à população que necessita de seguridade
social.
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS
Em regra, é o trabalho mediante retribuição pecuniária que enseja a qualidade
de segurado obrigatório.
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS

Segundo Wladimir Novaes Martinez:

“o trabalho não remunerado normalmente não


conduz à filiação. Então, as situações devem ser
examinadas em particular. Existem hipóteses onde
(sic) a remuneração é presumida, não
necessariamente demonstrada, como acontece,
por exemplo, com a do sócio-gerente. Ao
contrário, há pessoas remuneradas não filiadas,
como o estagiário”.
(MARTINEZ, Wladimir Novaes. O salário de contribuição na Lei Básica da Previdência
Social. São Paulo: LTr, 1993, p. 45.)
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS
De acordo com o art. 12 da Lei n. 8.212/1991 e art. 11 da Lei n. 8.213/1991, são
segurados obrigatórios da Previdência Social as pessoas físicas classificadas
como:

A partir de 29.11.1999, data da publicação da Lei n. 9.876, de 26.11.1999, o empresário, o


trabalhador autônomo e o equiparado a autônomo passaram a ser classificados numa única
espécie de segurados obrigatórios, com a nomenclatura de contribuintes individuais.
DIREITO
PREVIDENCIÁRIO

SEGURADOS DO RGPS:
EMPREGADO
EMPREGADO URBANO E RURAL

No direito previdenciário, o conceito de segurado empregado é mais amplo do


que o conceito de empregado fornecido pela Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT).

Portanto, nem todo trabalhador que seja vinculado ao RGPS na qualidade de


segurado empregado manterá uma relação de emprego nos termos da CLT.
EMPREGADO URBANO E RURAL
Art. 11 da Lei nº 8.213/91; art. 12 da Lei nº 8.212/91 e art. 9º do Decreto 3.048/99

a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em


caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração,
inclusive como diretor empregado;

É o empregado descrito no art. 3º da CLT, cuja relação de trabalho apresenta as


seguintes características: pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e
subordinação jurídica.

Observe-se que, para a legislação previdenciária, é irrelevante se o vínculo de


emprego é urbano ou rural (lembrar que a CLT não rege a relação de emprego
rural, salvo alguns dispositivos).
EMPREGADO URBANO E RURAL

Atenção! O diretor empregado de sociedade empresária também se


enquadra como segurado empregado, conforme se observa no final do
dispositivo.

Também serão segurados empregados todos os trabalhadores


enquadrados no conceito do artigo, mesmo que tenham suas relações de
emprego regidas por legislação especial, como é o caso do:

• aeronauta (Lei n. 13.475/20176),


• atleta profissional de futebol (Lei n. 9.615/98),
• advogado empregado (Lei n. 8.906/94).
EMPREGADO URBANO E RURAL

Atenção! O diretor empregado de sociedade empresária também se


enquadra como segurado empregado, conforme se observa no final do
dispositivo.

Também serão segurados empregados todos os trabalhadores


enquadrados no conceito do artigo, mesmo que tenham suas relações de
emprego regidas por legislação especial, como é o caso do:

• aeronauta (Lei n. 13.475/20176),


• atleta profissional de futebol (Lei n. 9.615/98),
• advogado empregado (Lei n. 8.906/94).
EMPREGADO URBANO E RURAL

Trabalho intermitente: configura-se como uma nova forma de contratação


de trabalhadores criada pela reforma trabalhista (Lei n. 13.467/2017).

Permite-se que o tomador de serviços contrate o trabalhador pelo tempo


necessário para atender às suas necessidades empresariais.

Considera-se intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de


serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de
períodos de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou
meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do
empregador, exceto os aeronautas, os quais são regidos por legislação
própria (art. 443, § 3º, da CLT).
EMPREGADO URBANO E RURAL

Trabalho intermitente:

É um contrato de trabalho, devendo ser


celebrado por escrito e registrado na CTPS,
conforme previsto no art. 452-A da CLT.

O trabalhador se enquadra como segurado


empregado, pois está diante de uma relação
de emprego.
EMPREGADO URBANO E RURAL

Trabalho intermitente:

A preocupação do legislador é relacionada com pessoas que, em regra, exercem


atividades como freelancers, em casas noturnas, tais como garçons, barmen, agentes
de segurança e outras atividades que envolvem o chamado ramo de entretenimento.

O trabalhador em tal condição não terá remuneração, necessariamente, em todos os


meses do referido contrato, ou em alguns meses terá rendimento inferior ao salário
mínimo mensal.
Ou seja, nos meses em que não prestar trabalho, não terá salário de contribuição, e,
nos meses em que a retribuição pelos dias trabalhados for inferior ao salário mínimo,
terá problemas quanto à proteção previdenciária, em face do contido no §14 do art. 195
da CF, por violação do princípio da equidade da participação no custeio.
EMPREGADO URBANO E RURAL

Trabalho intermitente:

Os segurados nessa condição não poderão aproveitar o tempo de


contribuição sem o recolhimento da contribuição mínima mensal exigida
para cada categoria de segurado, assegurado o agrupamento de
contribuições.

Então, em que pese ter um vínculo de emprego em pleno curso – e, por


conseguinte, ser segurado obrigatório –, pode ficar até meses inteiros
sem contribuir e, em outros meses, ter rendimentos inferiores ao salário
mínimo mensal.
EMPREGADO URBANO E RURAL

Trabalho intermitente:

O segurado em tal regime de contratação não poderá perder tal qualidade


pelo simples fato de não ter contribuído (já que não exerceu trabalho).

Porém, seu tempo de contribuição ficará limitado aos meses em que


efetivamente realizar a contribuição, inclusive para fins de cômputo de
prazos carenciais.

O mesmo raciocínio se aplica, por exemplo, a pessoas contratadas a tempo


parcial, bem como aos contratos de aprendizagem.
EMPREGADO URBANO E RURAL
Menor aprendiz:

Também é segurado empregado, pois a relação de aprendizagem é uma


relação de trabalho especial, conforme definido pelo art. 428 da CLT.

Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito


e por prazo determinado (não podendo ser estipulado por mais de dois anos,
exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência), em que o
empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 e menor de 24 anos
(não se aplicando esse limite de idade máximo ao aprendiz com deficiência)
inscrito em programa de aprendizagem e formação técnico-profissional metódica,
compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz,
a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.
EMPREGADO URBANO E RURAL

Atenção! Não podemos confundir o menor aprendiz com o aluno-


aprendiz.

Menor aprendiz - não há qualquer controvérsia sobre o seu enquadramento


na qualidade de segurado empregado do RGPS.

Aluno-aprendiz - que só teve o reconhecimento do direito à contagem de


tempo de contribuição para fins de aposentadoria a partir de decisões
judiciais.
EMPREGADO URBANO E RURAL

Aluno-aprendiz: a jurisprudência dominante


entende que o aluno-aprendiz será
considerado como segurado empregado,
“desde que receba remuneração, mesmo
que indireta (valores recebidos a título de
alimentação, fardamento, material escolar e
parcela de renda auferida com a execução
de encomendas para terceiros, entre
outros)”
EMPREGADO URBANO E RURAL
Sobre o tema, foram editadas as seguintes súmulas:
EMPREGADO URBANO E RURAL
Nos autos do MI n. 31518, julgado em 2017, a 1º Turma do STF concluiu que o
cômputo do tempo de serviço como aluno-aprendiz exige:

• a demonstração da efetiva execução do ofício para o qual recebia instrução,


mediante encomendas de terceiros;
• o Colegiado afirmou que o indivíduo, para ter o período contado como tempo de
serviço, deveria apresentar certidão do estabelecimento de ensino
frequentado. Tal documento deveria atestar a condição de aluno-aprendiz e o
recebimento de retribuição pelos serviços executados, consubstanciada em
auxílios materiais diversos.
• O elemento essencial à caracterização do tempo de serviço como aluno-
aprendiz não é a percepção de vantagem direta ou indireta, mas a efetiva
execução do ofício para o qual recebia instrução, mediante encomendas de
terceiros.
EMPREGADO URBANO E RURAL
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em
legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de
substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de
serviços de outras empresas;

Trabalhador temporário (art. 2º da Lei n. 6.019/74): aquele prestado por pessoa


física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à
disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de
substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de
serviços.

Ex: empresa de trabalho temporário que fornece pessoas fantasiadas para trabalharem em
estabelecimentos comerciais em determinadas épocas do ano: Papais Noéis nos meses de
novembro e dezembro, coelhinhos da Páscoa nas semanas que antecedem a Semana Santa etc.
EMPREGADO URBANO E RURAL
Trabalhador temporário:

O contrato de trabalho celebrado entre a empresa


de trabalho temporário e cada um dos assalariados
colocados à disposição de uma empresa tomadora
ou cliente será, obrigatoriamente, escrito e dele
deverão constar, expressamente, os direitos
conferidos aos trabalhadores, ficando assegurado ao
trabalhador temporário, entre diversos direitos
trabalhistas, seguro contra acidente do trabalho e
proteção previdenciária.
A condição de trabalhador temporário deverá, ainda,
ser registrada em sua CTPS.
EMPREGADO URBANO E RURAL

c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar


como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;

Pelo dispositivo legal, a contratação do trabalhador deve ser como empregado de


uma empresa nacional. Mesmo sendo transferido para exercer atividade no
exterior, esse empregado permanece vinculado ao RGPS.

A nacionalidade do trabalhador é irrelevante para o vínculo filiatório. A única


exigência é que o trabalhador seja domiciliado e contratado no Brasil.

Exemplo: José, brasileiro, domiciliado em Fortaleza-CE, é contratado pela Vale


para exercer atividade nos Estados Unidos.
EMPREGADO URBANO E RURAL
d) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar
como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital
votante pertença a empresa brasileira de capital nacional;

Esta hipótese é muito semelhante ao enquadramento da alínea “c”.

Existe apenas uma diferença: aqui, o indivíduo foi contratado para trabalhar como
empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante
pertença a empresa de capital nacional.

Por exemplo: Ribeiro, um engenheiro de minas, foi contratado no Brasil para


trabalhar no exterior para a Inco (empresa australiana), empresa cuja maioria do
capital votante pertence à Vale (empresa brasileira).
EMPREGADO URBANO E RURAL
e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição
consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros
dessas missões e repartições, excluídos o não brasileiro sem residência
permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do
país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;

A missão diplomática e a repartição consular estrangeiras podem contratar


brasileiros ou estrangeiros domiciliados no Brasil para prestarem serviços a
elas, ou a seus membros, impondo o reconhecimento dos trabalhadores como
segurados obrigatórios na qualidade de empregados.

Esta modalidade está de acordo com as normas da Convenção de Viena sobre


Relações Diplomáticas que dispõem sobre as imunidades e isenções de que
gozam o Estado Acreditante e agentes diplomáticos no Estado Acreditado.
EMPREGADO URBANO E RURAL
O dispositivo apenas exclui do RGPS duas
situações:

1ª) quando o trabalhador já encontra amparo na


legislação previdenciária do país acreditante (país
estrangeiro que estabelece representação no
Brasil);

2ª) quando o estrangeiro não possui residência


permanente no Brasil, que é o caso de funcionários
que trabalham na representação permanecendo no
Brasil apenas enquanto estiverem exercendo suas
funções (adido militar, embaixador, secretários
consulares, entre tantos outros).
EMPREGADO URBANO E RURAL

Na condição de tomadora de serviço, a missão diplomática ou a repartição consular


são equiparadas à empresa para fins de pagamento das contribuições
previdenciárias (art. 15, parágrafo único, da Lei n. 8.212/91), não se falando em
imunidade tributária nesse tocante.

Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os efeitos desta Lei, o


contribuinte individual e a pessoa física na condição de proprietário ou dono de
obra de construção civil, em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como
a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, a
missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras.
EMPREGADO URBANO E RURAL

f) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais


brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá
domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país
do domicílio;

1º) essa hipótese de filiação não se aplica aos estrangeiros. Por outro lado, observa-
se que a lei expressamente prevê a possibilidade de o indivíduo ser domiciliado e
contratado no exterior. Exemplo: brasileiro que exerce funções para a União Federal
junto à Organização das Nações Unidas.

2º) como a lei faz referência ao brasileiro civil, por motivos óbvios, excluiu a situação
do militar.Também fica excluído da incidência desse dispositivo o servidor público
civil ocupante de cargo efetivo vinculado a regime próprio de previdência social.
EMPREGADO
URBANO E RURAL

Atenção!

Não se deve confundir esta hipótese


com a retratada na alínea “e” do
inciso V (que trata do segurado
contribuinte individual, que trabalha
diretamente para o organismo oficial
internacional, e não para a União).
EMPREGADO URBANO E RURAL
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a
União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais;

Nessa alínea estão incluídos os servidores públicos que ocupam exclusivamente


cargo em comissão, excluindo os servidores titulares de cargo público efetivo,
mesmo que exercendo temporariamente função de confiança (e que estejam filiados
a regime próprio de previdência social).

Em que pese a letra g fazer referência apenas à União, suas autarquias e fundações
públicas, os servidores públicos ocupantes de cargo em comissão dos demais entes
federativos também se enquadram como segurados empregados do RGPS, por
força do disposto no art. 40, § 13, da CF/88.
EMPREGADO URBANO E RURAL
Art. 40, § 13, da CF/88:

“Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de


livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego
público, aplica-se o regime geral de previdência social”.

Portanto, além do servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão de


qualquer ente federativo, os servidores ocupantes de cargo temporário ou de
emprego público também se filiam, obrigatoriamente, ao RGPS.

Por exemplo: o professor substituto de universidade pública, como ocupante de cargo


temporário, é segurado empregado do RGPS.
EMPREGADO URBANO E RURAL
O art. 11, §5º, da Lei n. 8.213/91 - estende o disposto nesta alínea ao ocupante de
cargo de Ministro de Estado, de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, sem vínculo
efetivo com a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que
em regime especial, e fundações.

Se eles não forem servidores públicos filiados a regime próprio de previdência


social, estarão vinculados ao RGPS.

Atenção! Sem dúvida, este enquadramento é um dos mais recorrentes em provas


de concursos públicos. Ressalte-se que apenas será segurado empregado o servidor
que ocupar exclusivamente cargo em comissão ou outro cargo temporário.
Portanto, se o indivíduo for titular de cargo efetivo e estiver exercendo algum cargo em
comissão, ele será segurado do regime próprio de previdência.
EMPREGADO URBANO E RURAL
EMPREGADO URBANO E RURAL
Atenção! O art. 12 da Lei n. 8.213/91 dispõe que o servidor civil ocupante de cargo efetivo
ou o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das
respectivas autarquias e fundações, são excluídos do RGPS, desde que amparados por
regime próprio de previdência social.

É bom lembrar que a União, o Distrito Federal e todos os Estados possuem regime
próprio de previdência. Porém, o mesmo não se pode dizer em relação aos municípios.
A maioria dos municípios do Brasil não possui regime próprio de previdência.
Diante disso, pode-se estabelecer as seguintes regras:
EMPREGADO URBANO E RURAL

h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não


vinculado a regime próprio de previdência social;

i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento


no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;

A proteção previdenciária brasileira, no caso dessa alínea, somente abrange o trabalhador,


nacional ou estrangeiro, que preste serviço como empregado de organismo oficial
internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil quando não houver vinculação a
regime previdenciário próprio.

Exemplo: pessoa que trabalha com vínculo para o escritório da Organização Internacional
do Trabalho localizado em Brasília.
EMPREGADO URBANO E RURAL

j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não


vinculado a regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei n. 10.887/2004)

Aquele que exerce cargo eletivo seja federal, estadual, municipal ou distrital, é considerado
segurado obrigatório na qualidade de empregado.

Caso o ocupante de cargo eletivo seja vinculado a regime próprio de previdência social,
manterá a sua filiação originária, sem se vincular ao RGPS.

Ex: Romeu é servidor público titular de cargo efetivo (professor efetivo da Universidade
Federal do Ceará). Se Romeu for eleito para o cargo de deputado estadual, levará consigo
o seu enquadramento previdenciário de origem e permanecerá filiado ao regime próprio de
previdência.
DIREITO
PREVIDENCIÁRIO

SEGURADOS DO RGPS:
EMPREGADO DOMÉSTICO
EMPREGADO DOMÉSTICO

Definição:

Empregado doméstico é aquele que presta serviço de natureza contínua a


pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos
(art. 11, II, da Lei n. 8.213/91)

Lei Complementar n. 150/2015 (Lei do Empregado Doméstico):

Empregado doméstico é aquele que presta serviços de forma contínua,


subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à
família, no âmbito residencial destas, por mais de dois dias por semana, aplica-
se o disposto nesta Lei.
EMPREGADO DOMÉSTICO

• O empregado doméstico não pode exercer atividade para uma pessoa


jurídica. Se isto acontecer, não se trata de empregado doméstico, e sim de
empregado, o que acarreta a alteração do respectivo enquadramento
previdenciário.

• A natureza contínua da atividade: Aqui, não basta a “não eventualidade”,


aplicável à relação de emprego convencional. A continuidade pressupõe a
prestação de serviço por mais de dois dias por semana, ou seja, no mínimo
três vezes. (LC n. 150/2015);

• O enquadramento previdenciário de quem exerce atividade doméstica durante


duas vezes por semana: diarista (contribuinte individual).
EMPREGADO DOMÉSTICO
EMPREGADO DOMÉSTICO

• Não obstante a lei disponha que a atividade do empregado doméstico seja


exercida no âmbito residencial, é plenamente possível que ele exerça suas
atividades profissionais fora da residência, desde que essas atividades
visem ao atendimento da necessidade familiar. Ex: o motorista.

• A atividade exercida pelo empregado doméstico não pode ter finalidade


lucrativa. O trabalhador doméstico não pode ser utilizado em atividade com
fins lucrativos para a família ou para um de seus integrantes. Ex: uma família
contratou uma empregada doméstica para preparar as refeições para o grupo
familiar. Posteriormente, a família abriu um restaurante no jardim da residência,
utilizando-se da cozinheira da casa para a preparação das refeições do
restaurante. (relação de emprego – segurada empregada)
EMPREGADO DOMÉSTICO

• De acordo com o art. 30, V, da Lei n. 8.212/91, com redação dada pela LC n.
150/2015, o empregador doméstico (patrão) é obrigado a arrecadar e a
recolher a contribuição do segurado empregado a seu serviço, assim como a
parcela a seu cargo, até o dia 7 do mês seguinte ao da competência.
Destarte, o segurado empregado doméstico não é responsável pelo
recolhimento da própria contribuição. Essa competência é do patrão.

• Caseiro de residência rural sem finalidade lucrativa: em 2016, a TNU


entendeu que o caseiro de residência rural, sem finalidade lucrativa, é
empregado doméstico, segurado obrigatório, que conserva tal qualidade, ainda
que seu empregador não proceda ao recolhimento pontual das contribuições
previdenciárias (5003136-58.2012.4.04.7013).
EMPREGADO DOMÉSTICO

• Limite etário e LC n. 150/2015:


conforme disposto no parágrafo único do
art. 1º da LC n. 150/2015, é vedada a
contratação de menor de 18 anos para
desempenho de trabalho doméstico, de
acordo com a Convenção n. 182, de
1999, da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), e com o Decreto n.
6.481, de 12 de junho de 2008.
BIBLIOGRAFIA

AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário. 12.ed. ver., ampl. e atual. –
Salvador: Ed. JusPodivm, 2020.

BERWANGER, Jane Lucia Wilhelm; GUIOTTO, Maíra Custódio Mota. Aposentadoria especial
do dentista. Curitiba: Juruá, 2016.

CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João B. Manual de Direito Previdenciário.
Grupo GEN, 2023. E-book. ISBN 9786559646548. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559646548/. Acesso em: 27 fev.
2023.

IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário. 18ª ed. Rio de Janeiro:
Impetrus, 2013.

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