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AULAS 5-6-7-8 – REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS (1) (2) (3) (4)
CARÊNCIA
Beneficiários do RGPS
- Segurados
- Segurados obrigatórios
- Segurados facultativos
- Dependentes
São pessoas naturais que fazem jus ao recebimento de prestações previdenciárias, no caso de
serem atingidas por algum dos infortúnios previstos em lei.
Mantêm vínculo com a Previdência Social, com direitos e deveres.
Os direitos são representados pela entrega das prestações previdenciárias sempre que
constatada a ocorrência da situação protegida.
Segurados e dependentes são sujeitos ativos da relação jurídica cujo objeto seja o
recebimento de prestação de natureza previdenciária.
São diferentes as relações jurídicas que se estabelecem entre segurado e Previdência Social e entre
dependente e Previdência Social.
A relação jurídica entre segurado e Previdência Social se inicia com seu ingresso no sistema, e se
estenderá enquanto estiver filiado.
A relação jurídica entre dependente e Previdência Social só se formaliza se não houver mais a
possibilidade de se instalar a relação jurídica com o segurado porque não há, no sistema
previdenciário, nenhuma hipótese de cobertura concomitante para segurado e dependente.
SEGURADOS
A ideia de segurado vem do contrato de seguro do direito civil, no qual o segurado faz um
contrato com a seguradora para ficar coberto contra certo risco.
Segurados são pessoas que mantém um vínculo com a previdência social, decorrem destes
vínculos direitos, como o de entrega da prestação previdenciária, e deveres, tal como a
obrigação de pagamento das contribuições previdenciárias.
Segurado não é apenas aquele que exerce atividade remunerada. Exemplo: dona de casa, o
síndico não remunerado de condomínio, assim como o estudante e o desempregado podem se
filiar ao sistema como segurados facultativos e pagar contribuição se assim desejarem, sendo
este um ato volitivo - Facultativo
Cabe ainda ressaltar que a atividade exercida pelo trabalhador deve ser lícita e que a ilicitude
não deve ser confundida com o chamado trabalho proibido.
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS
• Empregado
O conceito é mais abrangente do que o trazido pelo direito do trabalho, a legislação procurou
abarcar o maior número possível de trabalhadores urbanos e rurais, não importando para os
requisitos de natureza trabalhista que caracterizam o vínculo empregatício.
•Empregado doméstico
Aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa, a família ou a entidade familiar,
mediante remuneração, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos. São
exemplos de empregados domésticos: cozinheira, arrumadeira, mordomos, babás, motoristas
particulares, jardineiro, porteiros, dentre outros.
•Trabalhadores avulsos
São trabalhadores que prestam serviços de natureza urbana ou rural, a diferentes tomadores de
serviço, sem vínculo empregatício, com intermediação do órgão gestor de mão de obra ou
sindicato da categoria profissional. Distingue-se do contribuinte individual pela intermediação
obrigatória. Caso se trate de serviço prestado diretamente pelo trabalhador, não se trata de
trabalhador avulso, mas sim de contribuinte individual.
OBS: Essa espécie de segurados é bastante genérica, pode-se dizer que todo trabalhador
excluído das demais características de segurado obrigatório será contribuinte individual.
Figura criada pela Lei 9876/99, que englobou em uma única categoria os empresários,
autônomos e equiparados.
a) Empresários – são aqueles que exercem atividades gerenciais ou de direção em
grupos empresariais, além de pessoas físicas que exploram atividades agropecuárias,
pesqueiras e de extração mineral em garimpo.
b) Autônomo – são aqueles que exerce atividade econômica por conta própria, com
fins lucrativos ou não. A Lei 10403/02 inclui nessa categoria os ministros de confissão
religiosa, padres, pastores e membros de instituto de vida consagrada.
OBS: Uma contradição presente no sistema normativo que envolve esta categoria é que a lei
previdenciária determina que esse segurado não tenha empregados, atuando em regime de
economia familiar, sendo possível o auxilio eventual de terceiros em condições de mútua
colaboração, dessa forma não pode haver subordinação nem remuneração; enquanto a
Constituição permite que tenham empregados desde que não permanentes.
•Segurados especiais
SEGURADOS FACULTATIVOS
São maiores de 16 anos os não exercentes de atividade remunerada mas que voluntariamente
se vinculam ao INSS.
Segurados facultativos
São aquelas pessoas que exercem atividades não enquadradas como segurados obrigatórios e
por opção filiam ao regime de previdência social.
Exige-se que seja maior de 16 anos cuja atividade não seja ilícita. Não pode estar filiado
como segurado obrigatório. São exemplos de segurado facultativo: a dona de casa, o
estudante, síndico não remunerado de condomínio, bolsista, dentre outros.
O segurado facultativo tem direito a todas as prestações compatíveis com sua condição de não
exercente de atividade profissional (aposentadoria por tempo de contribuição, idade e
invalidez, salário-maternidade, auxílio doença e auxílio acidente). O segurado facultativo não
tem direito a aposentadoria especial, benefícios decorrentes de acidente de trabalho e salário
família.
DEPENDENTES
A relação jurídica entre dependentes e INSS só se instaura quando deixa de existir relação
jurídica entre este e o segurado, o que ocorre com sua morte ou recolhimento à prisão.
A legislação os divide em classes no art. 16 caput da Lei 8213/91, sendo que a existência de
dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes
seguintes, podendo ser transferido apenas dentro da mesma classe.
Classe III: irmão, não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido.
II - os pais
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou
inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada
pela Lei nº 13.146, de 2015)
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união
estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição
Federal.
Exemplo: se, durante o período de graça, o segurado ficar incapaz total e definitivamente
para o trabalho, terá direito à cobertura previdenciária de aposentadoria por invalidez, se
cumprida a carência, quando for o caso.
O período de graça pode ou não ter duração determinada, conforme dispõe a lei.
Mantém a qualidade de segurado: Sem limite de prazo: quem está em gozo de benefício,
exceto do auxílio-acidente, restrição imposta pela Lei n. 13.876, de 18.06.2019, publicada na
mesma data.
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso
ou licenciado sem remuneração;
II - até doze meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social, que estiver
suspenso ou licenciado sem remuneração ou que deixar de receber o benefício do
Seguro-Desemprego; (Redação dada pela Medida Provisória nº 905, de 2019)
(Revogada pela Medida Provisória nº 955, de 2020) Vigência encerrada
II - até doze meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social, que estiver
suspenso ou licenciado sem remuneração ou que deixar de receber o benefício do
Seguro-Desemprego; (Redação dada pela Medida Provisória nº 905, de 2019)
(Revogada pela Medida Provisória nº 955, de 2020) (Vigência encerrada)
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso
ou licenciado sem remuneração;
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença
de segregação compulsória;
Regra geral, transcorrido o período de graça, sem que o segurado volte a pagar contribuições
destinadas ao custeio do RGPS, opera-se a perda da qualidade de segurado.
O regime previdenciário é eminentemente contributivo, tanto que, como será analisado (item
5.3.4.1, infra), impõe o cumprimento de carências para que se aperfeiçoe o direito à proteção
previdenciária, salvo exceções expressamente previstas na lei.
É o que dispõem os arts. 102, § 1º, do PBPS, e 180, do RPS. O benefício será, então,
concedido na forma da legislação em vigor na data em que todos os requisitos foram
cumpridos. É a garantia constitucional do direito adquirido, respeitada pela legislação
previdenciária.
b) Aposentadoria por idade. O § 1º do art. 3º da Lei n. 10.666/2003 dispõe que: “Na hipótese
de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a
concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de
contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do
benefício”.
Se isso ocorrer, restará violado o seu direito adquirido de se aposentar pela norma vigente
quando completou todos os requisitos.
Não se deve perder de vista que a aposentadoria por idade só é concedida aos trabalhadores
urbanos conforme as regras de transição da EC n. 103/2019, uma vez que o implemento da
idade deixa de ser contingência protegida com aposentadoria.
As regras, contudo, continuam valendo para os trabalhadores rurais, que continuam tendo
direito à aposentadoria por idade aos 60 anos, se homem, e 55 anos, se mulher.
c) Pensão por morte após a perda da qualidade de segurado. Regra geral, perdida a qualidade
de segurado, tanto este quanto seus dependentes deixam de ter direito a toda e qualquer
cobertura previdenciária.
Então, a morte, nesse caso, após a perda da qualidade de segurado continua sendo
contingência geradora de necessidade protegida pelo sistema previdenciário, ficando
garantido aos dependentes o benefício de pensão por morte (art. 102, § 2º, do PBPS e art. 180,
§ 2º, do RPS).
Em Recurso Especial julgado sob o rito dos Recursos Repetitivos, o STJ adotou esse
entendimento: “(...) I — A condição de segurado do de cujus é requisito necessário ao
deferimento do benefício de pensão por morte ao(s) seu(s) dependente(s). Excepciona-se essa
regra, porém, na hipótese de o falecido ter preenchido, ainda em vida, os requisitos
necessários à concessão de uma das espécies de aposentadoria do Regime Geral de
Previdência Social — RGPS. Precedentes. II —In casu, não detendo a de cujus, quando do
evento morte, a condição de segurada, nem tendo preenchido em vida os requisitos
necessários à sua aposentação, incabível o deferimento do benefício de pensão por morte aos
seus dependentes (...)” (REsp 1.110.565, 3ª Seção, Rel. Min. Felix Fischer, DJe 03.08.2009).
Se este desejar impedir que isso aconteça, deverá providenciar o recolhimento da contribuição
previdenciária referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados no art.
15 do PBPS (§ 4º do art. 15 e art. 14 do Dec. n. 3.048/99). Exemplificamos: se o período de
graça findou em 13 de outubro e o segurado deseja manter essa qualidade, deve proceder ao
recolhimento da contribuição referente ao mês de novembro no prazo fixado no Plano de
Custeio (Lei n. 8.212/91).
a) O cônjuge: pela separação judicial ou divórcio, se não tiver direito à pensão alimentícia;
pelo decurso do prazo de pagamento de alimentos temporários fixados por decisão judicial;
pela anulação do casamento, uma vez que, dissolvido o vínculo conjugal, o casamento
anulado não pode gerar relação jurídica previdenciária; pelo óbito; por sentença transitada em
julgado.
b) A(o) companheira(o): quando cessar a união estável com o(a) segurado(a), se não tiver
direito à pensão alimentícia, ou decorrer o pagamento de alimentos temporários fixados por
decisão judicial.
O Decreto n. 6.939/2009 modificou a redação do art. 108 do RPS: a pensão por morte
somente será devida ao filho e ao irmão cuja invalidez tenha ocorrido antes da emancipação
ou antes de completar a idade de 21 anos, desde que reconhecida ou comprovada, pela perícia
médica do INSS, a continuidade da invalidez até a data do óbito do segurado.
Isto porque, durante o período de carência, o beneficiário ainda não tem direito à prestação
previdenciária.
Como se cogita de Previdência, isto é, cobertura de danos futuros e incertos, e não de assistência, que
seria a atividade de amparo a qualquer manifestação de necessidade decorrente de risco social, a
presença do dano no próprio momento da vinculação distorceria a finalidade do sistema e levaria a
Previdência Social a tornar-se uma instituição de caráter assistencial.
- para o segurado empregado, inclusive o doméstico, trabalhador avulso e contribuinte individual (este
a partir de abril de 2003, quando prestar serviços à empresa, que possui a obrigação de retenção e
recolhimento): o primeiro dia do mês de filiação ao RGPS, ou seja, desde o primeiro dia do mês em
que iniciou a execução de atividade remunerada nesta condição, sendo presumida a contribuição;
As contribuições recolhidas em atraso devem ser consideradas para efeito de carência, desde que
posteriores à primeira paga sem atraso, conforme regra prevista no art. 27, II, da Lei n. 8.213/1991. No
entanto, existe a possibilidade de cômputo das contribuições recolhidas com atraso pelo contribuinte
individual, relativas ao período entre a perda da qualidade de segurado e a sua reaquisição, para efeito
de carência?
Entendemos que sim, pois decorre da interpretação do art. 27, II, da Lei de Benefícios, que não exige a
manutenção da qualidade de segurado nessa hipótese. Entretanto, o tema é polêmico no âmbito
jurisprudencial.
A concessão das prestações pecuniárias do RGPS depende dos seguintes períodos de carência, de
acordo com o art. 25 da Lei n. 8.213/1991:
- 180 contribuições mensais, nos casos de aposentadoria por idade, por tempo de
benefício, no caso do salário-maternidade das seguradas especiais (art. 25, III, com
redação conferida pela Lei n. 13.846/2019, c/c art. 39, parágrafo único, da LBPS).
A concessão das seguintes prestações pecuniárias do RGPS independe de carência, de acordo com o
art. 26 da Lei n. 8.213/1991:
13.846, de 2019)
segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e
gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Redação dada pela Lei nº 13.135,
de 2015)
III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados especiais
IV - serviço social;
V - reabilitação profissional.
IV - serviço social;
V - reabilitação profissional.
Art. 27-A. No caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de carência para a
concessão dos benefícios de auxílio-doença, de aposentadoria por invalidez e de
salário-maternidade, o segurado deverá contar, a partir da nova filiação à
Previdência Social, com os períodos previstos nos incisos I e III do caput do art. 25.
(Incluído pela Medida Provisória nº 767, de 2017)
Art. 27-A. No caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de carência para
a concessão dos benefícios de que trata esta Lei, o segurado deverá contar, a partir
da nova filiação à Previdência Social, com metade dos períodos previstos nos
incisos I e III do caput do art. 25 desta Lei. (Incluído pela lei nº 13.457, de 2017)