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CURSO DE DIREITO

PREVIDENCIÁRIO
Fábio Souza

1
REGIME GERAL DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS

2
Beneficiários do RGPS

 Segurados  Dependentes

3
SEGURADOS
 Segurados Obrigatórios (art. 11, Lei 8.213/91)

 Empregado
 Empregado doméstico
 Trabalhador avulso
 Contribuinte Individual
 Segurado Especial

 CRFB 201 § 12. Lei disporá sobre sistema especial de


inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de
baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa
renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a
um salário-mínimo. (Redação dada pela EC nº 47, de 2005) 4
EMPREGADOS 1
 Art. 11, I, a - aquele que presta serviço de
natureza urbana ou rural à empresa, em caráter
não eventual, sob sua subordinação e mediante
remuneração, inclusive como diretor empregado;

Empregado típico

5
EMPREGADOS 2
 Art. 11, I, b - aquele que, contratado por empresa
de trabalho temporário, definida em legislação
específica, presta serviço para atender a
necessidade transitória de substituição de
pessoal regular e permanente ou a acréscimo
extraordinário de serviços de outras empresas;

Empregado Temporário

6
EMPREGADOS 3
 Art. 11, I, c - brasileiro ou o estrangeiro
domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar
como empregado em sucursal ou agência de
empresa nacional no exterior;

Empregado de empresa
brasileira no exterior

7
EMPREGADOS 4
 Art. 11, I, d - aquele que presta serviço no Brasil a missão
diplomática ou a repartição consular de carreira
estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a
membros dessas missões e repartições, excluídos o não-
brasileiro sem residência permanente no Brasil e o
brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país
da respectiva missão diplomática ou repartição consular;

Trabalhador em missão diplomática


ou repartição consular

8
EMPREGADOS 5
 Art. 11, I, g - o servidor público ocupante de cargo em
comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias,
inclusive em regime especial, e Fundações Públicas
Federais.

Servidor Público ocupante,


exclusivamente, de cargo em comissão

Art 40, § 8º CRFB 9


EMPREGADOS 6

 Art. 11, I, i - o empregado de organismo oficial


internacional ou estrangeiro em funcionamento no
Brasil, salvo quando coberto por regime próprio
de previdência social;

10
EMPREGADOS 7

 Art. 11, I, j - o exercente de mandato eletivo


federal, estadual ou municipal, desde que não
vinculado a regime próprio de previdência social;

Exercente de mandato eletivo

Lei 10.887/04 X Lei 9.506/97


11
EMPREGADOS 8
 Servidor Público não tutelado por Regime
Próprio;
 Menor Aprendiz;
 Servidor temporário;
 Empregado de Conselho, Ordem ou autarquia de
fiscalização.

12
EMPREGADO DOMÉSTICO

 Art. 11, II - como empregado doméstico: aquele


que presta serviço de natureza contínua a pessoa
ou família, no âmbito residencial desta, em
atividades sem fins lucrativos;

13
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL 1
 Art. 11, V, a – a pessoa física, proprietária ou não, que
explora atividade agropecuária ou pesqueira, em caráter
permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio
de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a
qualquer título, ainda que de forma não contínua;

 Art. 11, V, b - a pessoa física, proprietária ou não, que


explora atividade de extração mineral - garimpo, em
caráter permanente ou temporário, diretamente ou por
intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de
empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de
forma não contínua;

 Art. 11, V, c – o ministro de confissão religiosa e o


membro de instituto de vida consagrada, de congregação
14
ou de ordem religiosa;
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL 2
 Art. 11, V, e – o brasileiro civil que trabalha no
exterior para organismo oficial internacional do
qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá
domiciliado e contratado, salvo quando coberto
por regime próprio de previdência social;

15
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL 3
 Art. 11, V, f - o titular de firma individual urbana
ou rural, o diretor não empregado e o membro de
conselho de administração de sociedade
anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o
sócio gerente e o sócio cotista que recebam
remuneração decorrente de seu trabalho em
empresa urbana ou rural, e o associado eleito
para cargo de direção em cooperativa,
associação ou entidade de qualquer natureza ou
finalidade, bem como o síndico ou administrador
eleito para exercer atividade de direção
condominial, desde que recebam remuneração.
16
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL 4
 Art. 11, V, g - quem presta serviço de natureza
urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou
mais empresas, sem relação de emprego;

 Art. 11, V, h - a pessoa física que exerce, por


conta própria, atividade econômica de natureza
urbana, com fins lucrativos ou não

17
TRABALHAODOR AVULSO
 Art. 11, VI -como trabalhador avulso: quem
presta, a diversas empresas, sem vínculo
empregatício, serviço de natureza urbana ou rural
definidos no regulamento.

 Decreto 3.048/99, art. 9º, V – como trabalhador


avulso: aquele que, sindicalizado ou não, presta
serviço de natureza urbana ou rural, a diversas
empresas, sem vínculo empregatício, com a
intermediação obrigatória do órgão gestor de
mão-de-obra, nos termos da Lei 8.630, de 25 de
fevereiro de 1993 ou do sindicato da categoria... 18
SEGURADO ESPECIAL
 Art. 11, VII - como segurado especial: o produtor, o
parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro, o
pescador artesanal e o assemelhado, que exerçam suas
atividades, individualmente ou em regime de economia
familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, bem
como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos
maiores de 14 (quatorze) anos ou a eles equiparados,
desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo
familiar respectivo. (O garimpeiro está excluído por força da
Lei nº 8.398, de 7.1.92, que alterou a redação do inciso VII
do art. 12 da Lei nº 8.212 de 24.7.91).

OBS. 1: Art. 12, VII Lei 8.212/91, com redação dada pela Lei
8.398/92 (garimpeiro)
19
OBS.: Decreto 3.048/99, art. 9º, VII - 16 Anos
SEGURADO FACULTATIVO

 Defina o que é segurado facultativo e, em


seguida, esclareça se o cidadão que participe de
regime próprio de previdência pode filiar-se ao
regime de previdência social na qualidade de
segurado facultativo. Sim ou não? Por quê?

 Segurado Facultativo (art. 13, Lei 8.213/91)

20
PERÍODO DE GRAÇA
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado
sem remuneração;
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de
segregação compulsória;
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;
V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para
prestar serviço militar;
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já
tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda
da qualidade de segurado.
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado
desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério
do Trabalho e da Previdência Social.
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a
Previdência Social.
§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo
fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao
mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos. 21
PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA
POR IDADE. COMPROVAÇÃO DE DESEMPREGO.
EXIGÊNCIA LEGAL DE REGISTRO NO ÓRGÃO
COMPETENTE. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS.
SIMULTANEIDADE. DESNECESSIDADE. PERDA DA
QUALIDADE DE SEGURADO. IRRELEVÂNCIA. 1. Nos
precisos termos da regra do § 2º do art. 15 da Lei de
Benefícios, a situação de desemprego, para fins de
manutenção da qualidade de segurado por mais 12
(doze) meses, necessita da comprovação pelo registro no
órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência
Social. 2. Para a concessão de aposentadoria por idade não
carece comprovação da qualidade de segurado no momento
do requerimento do benefício, com a condição de que o
beneficiário, que tenha atingido a idade, conte com o tempo
de contribuição correspondente ao exigido para efeito de
carência. 3. Recurso conhecido, porém desprovido.
(STJ – 5ª Turma - REsp 448079 / RS – DJ: 03/10/2005 – Rel. Min. Laurita
Vaz) 22
TNU - SÚMULA N. 27

A ausência de registro em órgão do Ministério do


Trabalho não impede a comprovação do
desemprego por outros meios admitidos em
Direito.

23
DEPENDENTES
Lei 8.213/91 – art. 16

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o


filho não emancipado, de qualquer condição,
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido;

II - os pais;

III - o irmão não emancipado, de qualquer condição,


menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido;

24
DEPENDENTES-2
Art. 16, § 4º A dependência econômica das pessoas
indicadas no inciso I é presumida e a das demais
deve ser comprovada.

A dependência econômica é presumida?

Só para as pessoas incluídas no inciso I. As


pessoas dos incisos II e III têm que comprová-la.

25
DEPENDENTES-3
A presunção é absoluta ou relativa?

Entendimento majoritário: absoluta.

Mas há acórdãos que admitem prova em contrário.

26
CÔNJUGE
Quem é cônjuge? A pessoa casada.

O cônjuge homem é dependente do cônjuge mulher?

CRFB, art. 201, V - pensão por morte do segurado,


homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e
dependentes, observado o disposto no § 2º.

27
CÔNJUGE
Morte do Cônjuge Mulher – três situações:

 Óbito antes da CRFB/88: não há direito à pensão.

 Óbito após a Lei 8.213/91: há direito à pensão.

 Óbito entre a CRFB/88 e a Lei 8.213/91: ?

28
CÔNJUGE (entendimento antigo)
EMENTA: CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO.
PENSÃO: EXTENSÃO AO VIÚVO. PRINCÍPIO DA
IGUALDADE. NECESSIDADE DE LEI ESPECÍFICA.
C.F., art.5º, I; art. 195 e seu § 5º; art. 201, V. I. - A
extensão automática da pensão ao viúvo, em
obséquio ao princípio da igualdade, em
decorrência do falecimento da esposa-segurada,
assim considerado aquele como dependente
desta, exige lei específica, tendo em vista as
disposições constitucionais inscritas no art. 195,
caput, e seu § 5 º, e art. 201, V, da Constituição
Federal. II. - R.E. conhecido e provido.
(Rext 204.193 – DJ: 31/10/2002)
29
CÔNJUGE – novo entendimento
EMENTA: I. Recurso extraordinário: descabimento. Ausência de prequestionamento do art.
5º, XXXVI, da Constituição Federal, tido por violado: incidência das Súmulas 282 e 356.
II. Pensão por morte de servidora pública estadual, ocorrida antes da EC 20/98: cônjuge
varão: exigência de requisito de invalidez que afronta o princípio da isonomia. 1.
Considerada a redação do artigo 40 da Constituição Federal antes da EC 20/98, em vigor
na data do falecimento da servidora, que não faz remissão ao regime geral da
previdência social, impossível a invocação tanto do texto do artigo 195, § 5º - exigência
de fonte de custeio para a instituição de benefício -, quanto o do art. 201, V - inclusão
automática do cônjuge, seja homem ou mulher, como beneficiário de pensão por morte.
2. No texto anterior à EC 20/98, a Constituição se preocupou apenas em definir a
correspondência entre o valor da pensão e a totalidade dos vencimentos ou proventos
do servidor falecido, sem qualquer referência a outras questões, como, por exemplo os
possíveis beneficiários da pensão por morte (Precedente: MS 21.540, Gallotti, RTJ
159/787). 3. No entanto, a lei estadual mineira, violando o princípio da igualdade do
artigo 5º, I, da Constituição, exige do marido, para que perceba a pensão por morte da
mulher, um requisito - o da invalidez - que, não se presume em relação à viúva, e que
não foi objeto do acórdão do RE 204.193, 30.5.2001, Carlos Velloso, DJ 31.10.2002. 4.
Nesse precedente, ficou evidenciado que o dado sociológico que se presume em favor
da mulher é o da dependência econômica e não, a de invalidez, razão pela qual também
não pode ela ser exigida do marido. Se a condição de invalidez revela, de modo
inequívoco, a dependência econômica, a recíproca não é verdadeira; a condição de
dependência econômica não implica declaração de invalidez. 5. Agravo regimental
provido, para conhecer do recurso extraordinário e negar-lhe provimento.
(RExt AgR 385397 – DJ: 06/09/07) 30
EX-CÔNJUGE
Lei 8.213/91, art. 76, § 2º O cônjuge divorciado ou
separado judicialmente ou de fato que recebia
pensão de alimentos concorrerá em igualdade de
condições com os dependentes referidos no inciso
I do art. 16 desta Lei.

31
EX-CÔNJUGE
Constância do casamento:

 mútua assistência (art. 1.566, III, CC)

 cônjuges “obrigados a concorrer, na proporção de


seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o
sustento da família” (CC, art. 1.568)

32
CÔNJUGE SEPARADO
JUDICIALMENTO OU DIVORCIADO
Separação judicial ou divórcio:

 Extinção da sociedade conjugal (CC art. 1571, III


e IV)

 Dever de prestar alimentos, quando necessário.

 Em princípio, só haveria dependência econômica,


se houvesse pagamento de pensão alimentícia.
33
CÔNJUGE SEPARADO DE FATO
Separação de fato:

 Não há a extinção da sociedade conjugal

 Mas não há comunhão de vida entre os cônjuges

 Dever de prestar alimentos, quando necessário.

34
CÔNJUGE SEPARADO DE FATO
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL
CORRENTE MINORITÁRIA

“A dependência econômica da esposa é presumida


nos termos do § 4º do art. 16 da Lei nº 8.213/91. A
separação de fato ou a situação econômica não
desconstituem a condição legal de esposa e
viúva, ensejadora da pensão por morte do
segurado.” (TRF-1ª Região. AC 9601118950/MG.
Data da decisão: 27/8/2003. Publicação: DJ
7/11/2003, p. 14. Relator Des. Fed. Tourinho
Neto). 35
EX-CÔNJUGE – renúncia a alimentos

36
CÔNJUGE SEPARADO DE FATO

37
CÔNJUGE SEPARADO DE FATO

38
CÔNJUGE SEPARADO DE FATO
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL
CORRENTE MAJORITÁRIA
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CÔNJUGE SUPÉRSTITE.
SEPARAÇÃO DE FATO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA
DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. REEXAME DE PROVA.
IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 7/STJ. RECURSO
ESPECIAL IMPROVIDO
1. O cônjuge supérstite goza de dependência presumida, contudo,
estando separado de fato e não percebendo pensão alimentícia, essa
dependência deverá ser comprovada.
2. O Tribunal a quo, ao reconhecer a inexistência de comprovação da
dependência, o fez com base na análise dos elementos probatórios
carreados aos autos. Incidência, à espécie, da Súmula nº 7/STJ.
3. Recurso especial a que se nega provimento.
STJ – 6ª Turma. Resp nº 411.194 / PR - Julgamento: 17/4/2007.
Publicação: DJ 7/5/2007 – Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura.
39
EX-CÔNJUGE
RENÚNCIA AOS ALIMENTOS

STJ - Verbete de súmula nº 336 - A mulher que


renunciou aos alimentos na separação judicial tem
direito à pensão previdenciária por morte do ex-
marido, comprovada a necessidade econômica
superveniente”

40
EX-CÔNJUGE – renúncia a alimentos

 DIREITO DE FAMÍLIA – RENÚNCIA


VÁLIDA - TANTO NA SEPARAÇÃO
JUDICIAL, QUANTO NO DIVÓRCIO

41
EX-CÔNJUGE – renúncia a alimentos
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO
(SÚMULA 336)

Separação judicial – renúncia inválida

Divórcio– (omissão da súmula) deve ser


concedido o mesmo tratamento

42
EX-CÔNJUGE – renúncia a alimentos
 (a) a pensão por morte corresponde a uma
prestação alimentar, em que o Estado substitui
o alimentante;
 (b) a jurisprudência majoritária admite a
renúncia aos alimentos do cônjuge separado
judicialmente ou divorciado;
 (c) o Verbete nº 336, do STJ, afirma que a
renúncia aos alimentos na separação judicial
não obsta a concessão de pensão por morte
em caso de necessidade econômica.
43
EX-CÔNJUGE – renúncia a alimentos
SÚMULA STJ 336

DEPENDÊNCIA ECONÔMICA

NECESSIDADE ECONÔMICA

44
EX-CÔNJUGE
REVISTA DA SJRJ

http://www.jfrj.gov.br/Rev_SJRJ/num21/arti
gos/artigo_05.pdf

45
COMPANHEIRO
Lei 8.213/91, art. 16, § 3º Considera-se companheira ou
companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém
união estável com o segurado ou com a segurada, de
acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.

CRFB Art. 226, § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é


reconhecida a união estável entre o homem e a mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua
conversão em casamento.

46
COMPANHEIRO
Companheiro separado judicialmente ou divorciado?

Companheiro separado de fato?

47
COMPANHEIRO
Companheiro casado? Recurso Extraordinário nº 397762
A Turma concluiu julgamento de recurso extraordinário interposto pelo Estado da
Bahia contra acórdão do seu respectivo Tribunal de Justiça que, dando
interpretação ao § 3º do art. 226 da CF, acolhera pedido formulado em apelação,
reconhecendo o direito à recorrida do rateio, com a esposa legítima, da pensão por
morte de seu ex-companheiro, tendo em conta a estabilidade, publicidade e
continuidade da união entre aquela e o falecido, da qual nasceram nove filhos — v.
Informativo 404. Em votação majoritária, proveu-se o recurso extraordinário.
Entendeu-se que, embora não haja imposição da monogamia para ter-se
configurada a união estável, no caso dos autos, esta não gozaria da proteção da
ordem jurídica constitucional, porquanto em desarmonia com essa, cujo art. 226
possui como objetivo maior a proteção do casamento. Ressaltou-se que, apesar
de o Código Civil versar a união estável como núcleo familiar, excepciona a
proteção do Estado quando existente impedimento para o casamento
relativamente aos integrantes da união, sendo que, se um deles é casado, esse
estado civil apenas deixa de ser óbice quando verificada a separação de fato.
Concluiu-se, dessa forma, estar-se diante de concubinato (CC, art. 1.727) e não de
união estável. Vencido o Min. Carlos Britto que, conferindo trato conceitual mais
dilatado para a figura jurídica da família e ressaltando a existência de prole, bem
como de dependência econômica da recorrida, negava provimento ao
extraordinário. Reputava que a união estável constituiria tertium genus do
companheirismo, abarcante dos casais desimpedidos para o casamento civil, ou,
reversamente, ainda sem condições jurídicas para tanto. Assim, considerava não
existir concubinos (palavra preconceituosa) para a Constituição, porém casais em
situação de companheirismo. RE 397762/BA, rel. Min. Marco Aurélio, 3.6.2008. 48
(RE-397762) INFO STF 509
COMPANHEIRO
Companheiro homoafetivo?

ADIN 3300
Info 414

49
FILHO
A idade de “21 anos” foi alterada pelo NCC?

Não.

TNU – SÚMULA 37
A pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade,
não se prorroga pela pendência do curso universitário.

50
EQUIPARADO A FILHO
O enteado e o menor tutela são dependentes?

Sim, desde que comprovem a dependência econômica (art.


16, § 2º)

E o menor sob guarda?

Art. 33 da Lei 8.069/90 X Art. 16, § 2º da Lei 8.21/91


STJ X TRF-2ª Região

51
Pensão por morte. Menor sob guarda. Incidência da Lei nº
9.528/97. Inaplicabilidade do Estatuto da Criança e do
Adolescente. 1. O fato gerador da concessão da pensão
por morte é o falecimento do segurado; para ser concedido
o benefício, deve-se levar em conta a legislação vigente à
época do óbito. 2. Inexiste direito à pensão por morte se
o instituidor do benefício falece em data posterior à lei
que excluiu a figura do menor sob guarda do rol de
dependentes de segurado do Regime Geral de
Previdência Social – RGPS. 3. O Estatuto da Criança e
do Adolescente é norma de cunho genérico e anterior à
lei específica sobre a matéria, por isso inaplicável aos
benefícios mantidos pelo RGPS. 4. Agravo regimental
improvido.
(STJ – 6ª Turma - AgRg no REsp 750520 – DJ: 05/06/2006
– Relator Ministro NILSON NAVES)

52
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL.
AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 485, V, DO CPC. VIOLAÇÃO A LITERAL
DISPOSIÇÃO DE LEI. NÃO-OCORRÊNCIA. PENSÃO POR MORTE.
MENOR SOB GUARDA. DEPENDENTE DO SEGURADO.
EQUIPARAÇÃO A FILHO. LEGISLAÇÃO DE PROTEÇÃO AO
MENOR E ADOLESCENTE. OBSERVÂNCIA. 1. Incabível ação
rescisória quando inexistente ofensa a literal disposição de lei (art.
485, inciso V, do CPC). 2. A Lei n.º 9.528/97, dando nova redação
ao art. 16 da Lei de Benefícios da Previdência Social, suprimiu o
menor sob guarda do rol de dependentes do segurado. 3.
Ocorre que, a questão referente ao menor sob guarda deve ser
analisada segundo as regras da legislação de proteção ao
menor: a Constituição Federal – dever do poder público e da
sociedade na proteção da criança e do adolescente (art. 227,
caput, e § 3º, inciso II) e o Estatuto da Criança e do Adolescente
– é conferido ao menor sob guarda a condição de dependente
para todos os efeitos, inclusive previdenciários (art. 33, § 3º, Lei
n.º 8.069/90). Precedentes da Quinta Turma. 4. Recurso especial
desprovido.
(STJ – 5ª Turma - REsp 817978 – DJ: 01/08/2006 – Relatora 53
Ministra LAURITA VAZ )
PENSÃO. MENOR SOB GUARDA.
A Seção conheceu dos embargos e os acolheu, reiterando
o entendimento de que não existe direito do menor
sob guarda à pensão por morte quando o falecimento
do instituidor do benefício ocorre na vigência da Lei n.
9.528/1977. Não se aplica aos benefícios mantidos pelo
Regime Geral de Previdência Social o Estatuto da
Criança e do Adolescente - ECA, norma de cunho
genérico. Há lei específica sobre a matéria, o que faz
com que prevaleça, nessa hipótese, o estatuído pelo
art. 16, § 2º, da Lei n. 8.213/1991, alterado pela Lei
n. 9.528/1997. Precedente citado: EREsp 696.299-PE,
DJ 25/8/2005. EREsp 801.214-BA, Rel. Min. Nilson
Naves, julgados em 28/5/2008.
Info 0357

54
DEPENDENTES
Art. 16, IV - a pessoa designada, menor de 21 (vinte
e um) anos ou maior de 60(sessenta) anos ou
inválida. (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995)

55
DEPENDENTE DESIGNADO

TNU SÚMULA N. 4
Dependente Designado
Não há direito adquirido à condição de dependente
de pessoa designada, quando o falecimento do
segurado deu-se após o advento da Lei 9.032/95.

56
RATEIO DO BENEFÍCIO
REGRA Nº 1 - A existência de dependente de qualquer das
classes deste artigo exclui do direito às prestações os das
classes seguintes. (art. 16 § 1º Lei 8213/91)

REGRA Nº 2 - havendo mais de um pensionista na mesma


classe, o benefício será rateado entre todos em parte
iguais. (art. 77 Lei 8.213/91)

Reflexo da regra nº 2: Reverterá em favor dos demais a parte


daquele cujo direito ao benefício cessar (art. 77, § 1º Lei
8.213/91)

57
FIM

58

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