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5.2.

BENEFÍCIÁRIOS DO RGPS
1. O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) possui como beneficiários, os segurados e os dependen- tes
(art. 10, do PB). Os segurados dividem-se, em obriga- tórios e facultativos.

2. São segurados obrigatórios, todos os trabalha-dores, pessoas físicas, com 16 (dezesseis) anos ou mais, que
exerçam uma atividade remunerada e que não se fi- liem, em relação a ela, a um RPPS.
ATENÇÃO para o menor aprendiz, que já pode se fi- liar a partir dos 14 (quatorze) anos de idade (art. 7º, inciso
XXXIII, da CF).

Os segurados obrigatórios dividem-se em cincocategorias:


a) empregado (art. 11, inciso I, do PB; art. 9º, inciso I, do RPS).
Os segurados desta categoria normalmente de- sempenham sua atividade remunerada a partir de um contrato
de trabalho, mediante subordinação e em cará- ter permanente (não eventual).
São exemplos de segurados desta categoria:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subor-
dinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, por prazo não superior a três meses, prorro-
gável, presta serviço para atender a necessidade transi- tória de substituição de pessoal regular e permanente ou a
acréscimo extraordinário de serviço de outras empre- sas, na forma da legislação própria;
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e con- tratado no Brasil para trabalhar como empregado no ex-
terior, em sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País;
d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e con- tratado no Brasil para trabalhar como empregado em
empresa domiciliada no exterior com maioria do capital votante pertencente a empresa constituída sob as leis
brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujocontrole efetivo esteja em caráter permanente sob a titu-
laridade direta ou indireta de pessoas físicas domicilia- das e residentes no País ou de entidade de direito público
interno;
aquele que presta serviço no Brasil a missão di- plomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a
órgãos a elas subordinados, ou a membros des- sas missões e repartições, excluídos o não brasileiro sem residência
permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva mis- são
diplomática ou repartição consular;
e) o brasileiro civil que trabalha para a União no ex-terior, em organismos oficiais internacionais dos quaiso
Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliadoe contratado, salvo se amparado por regime próprio de
previdência social;
f) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamentais brasileiras, lá
domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os artigos 56 e 57 da Lei n. 11.440, de 29 de dezem- bro
de 2006, este desde que, em razão de proibição legal,não possa filiar-se ao sistema previdenciário local;
g) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a Lei n. 11.788, de 25 de se-
tembro de 2008. ATENÇÃO! Se o estagiário mantém um contrato nos termos do que dispõe a legislação mencio- nada,
ele não será enquadrado em nenhuma das catego- rias de segurado obrigatório. Poderá, contudo, filiar-se aoRGPS
como segurado facultativo;
h) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocu-
pante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
i) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Municí-pio, bem como o das respectivas autarquias e fundações,
ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado por regime próprio de previdência social;
j) o servidor contratado pela União, Estado, Dis- trito Federal ou Município, bem como pelas respectivas
autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional in- teresse
público, nos termos do inciso IX, do artigo 37, da Constituição Federal;
k) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocu- pante
de emprego público;
l) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21 de no-
vembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência Social, em conformidade com a Lei
n. 8.935, de 18 de novembro de 1994;
m) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quan- do
coberto por regime próprio de previdência social;
n) o trabalhador rural contratado por produtor ru- ral pessoa física, na forma do artigo 14A, da Lei n. 5.889, de 8
de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não superior a dois mesesdentro do
período de um ano.
Perceba que praticamente todos os exemplos da- dos, apresentam aquelas características supra mencio- nadas
(contrato de trabalho, subordinação e permanên- cia). Há, contudo, segurados incluídos nesta categoria pela lei, mas
que não possuem algumas daquelas carac- terísticas.
Exemplo muito cobrado é o do “exercente de man- dato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não
vinculado a regime próprio de previdência social”. Enquadram-se aqui o Presidente da República, o Governador, o
Prefeito, o deputado federal, estadual e distrital eo vereador, os quais não mantém um contrato de traba- lho e não
trabalham sob subordinação, mas, ainda assim, são considerados segurados empregados.
b)empregado doméstico (art. 11, inciso II, do PB; art. 9º, inciso II, do RPS).
Os segurados desta categoria normalmente de- sempenham sua atividade remunerada a partir de um contrato
de emprego, mediante subordinação e em cará- ter permanente (não eventual), contratados por pessoa ou família,
para trabalhar em atividades sem fins lucra- tivos e no âmbito residencial daquelas.
Assim, a cozinheira, a arrumadeira, o jardineiro, a governanta, o motorista particular, dentre outros.
ATENÇÃO! O conceito de “empregado doméstico” utilizado aqui é aquele da legislação previdenciária. A
definição constante do artigo 1º, da Lei Complementar n. 150, de 1º de junho de 2015 é utilizada somente no âmbito do
direito do trabalho.
c)contribuinte Individual (art. 11, inciso V, do PB; art. 9º, inciso V, do RPS).
Os segurados desta categoria normalmente de- sempenham sua atividade remunerada sem ter firmado um
contrato de trabalho, com ausência de subordinação e em caráter eventual, ou, trabalham por conta própria.
Pertencem a esta categoria:
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explo- ra atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter
permanente ou temporário, em área, contínua ou des- contínua, superior a quatro módulos fiscais ou, quando em área
igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou ati- vidade pesqueira ou extrativista, com auxílio de empre- gados ou por
intermédio de prepostos;
b) aquele membro do grupo familiar, que possui outra fonte de renda, fora das exceções previstas em lei e que,
assim, deixa de ser enquadrado como segurado es- pecial;
c) a pessoa física, proprietária ou não, que explora
atividade de extração mineral garimpo, em caráter per- manente ou temporário, diretamente ou por intermédio de
prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utili- zados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é mem- bro
efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;
e) o titular de firma individual urbana ou rural;
f) o diretor não empregado e o membro de conselhode administração na sociedade anônima;
g) todos os sócios, nas sociedades em nome coleti- vo e de capital e indústria;
h) o sócio gerente e o sócio cotista que recebam re-muneração decorrente de seu trabalho e o administrador não
empregado na sociedade por cotas de responsabili- dade limitada, urbana ou rural;
i) o associado eleito para cargo de direção em co- operativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou
finalidade, bem como o síndico ou administrador elei-to para exercer atividade de direção condominial, desde que
recebam remuneração;
j) quem presta serviço de natureza urbana ou ru- ral, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação
de emprego;
k) a pessoa física que exerce, por conta própria, ati-vidade econômica de natureza urbana, com fins lucrati- vos
ou não;
l) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa
mediante remuneração ajustada ao trabalho executado;
m) o Micro Empreendedor Individual (MEI), de que tratam os artigos 18A e 18C, da Lei Complementar n. 123, de
14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional,
em valores fixos mensais.
Aqui, também, encontraremos hipóteses de segu- rados que não possuem as características supra mencio-
nadas (ausência de contrato de trabalho e subordinação, eventualidade; trabalho com autonomia). O exemplo mais
lembrado é o do “ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de
ordem religiosa”, o qual é enquadrado, ainda assim, como contribuinte individual.
d)trabalhador avulso (art. 11, inciso VI, do PB; art. 9º, inciso VI, do RPS).
Os segurados desta categoria normalmente desempenham sua atividade remunerada sem ter firmado um contrato
de trabalho, com ausência de subordinaçãoe em caráter eventual, a distintos tomadores, com a in- termediação
obrigatória do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) ou do sindicato da categoria.
A esta categoria pertencem:
a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigi-
lância de embarcação e bloco;
b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qual- quer natureza, inclusive carvão e minério;
c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios);
d) o amarrador de embarcação;
e) o ensacador de café, cacau, sal e similares;
f) o trabalhador na indústria de extração de sal;
g) o carregador de bagagem em porto;
h) o prático de barra em porto;
i) o guindasteiro;
j) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos.
e)segurado especial (art. 11, inciso VII, do PB; art. 9º, inciso VII, do RPS).
São segurados especiais os trabalhadores quedesempenham sua atividade remunerada por contra própria, que
residem no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele, que trabalhem individu- almente ou em
regime de economia familiar, na condição de:
(i) produtor rural, seja proprietário, usufrutuá- rio, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgado,
comodatário ou arrendatário rurais, que explore ativida- de agropecuária, em área de até 4 (quatro) módulos fis- cais
ou, de seringueiro ou extrativista vegetal, fazendo dessas atividades o principal meio de vida;
(ii) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de
vida;
(iii) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equipa- rado,
do produtor e do pescador, que, comprovadamente,trabalhem com o grupo familiar respectivo.

Nos termos do artigo 11, parágrafo 1º, do Plano de Benefícios, entende-se como regime de economia fami- liar a
atividade em que o trabalho dos membros da famí- lia é indispensável à própria subsistência e ao desenvol- vimento
socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização
de empregados permanentes.
Os trabalhadores enquadrados nesta categoriasão, principalmente, aqueles pequenos produtores rurais e
pescadores artesanais, os quais fazem das respectivas atividades o seu principal - e, por vezes, o único - meio de
subsistência. Ainda, normalmente trabalham sozinhos ou em regime de economia familiar, sem ajuda de tercei- ros.
Por tais razões e em vista dos princípios da sele- tividade e distributividade na prestação dos benefíciose
serviços e, da equidade na forma de participação no custeio (art. 194, parágrafo único, incisos III e V, da CF), os
mesmos recebem um tratamento “especial”, notada- mente no que diz com a sua contribuição social, que é sig-
nificativamente menor que a dos demais segurados.
Assim, para continuarem a ser enquadrados nesta categoria de segurado e receberem tratamento legal “es-
pecial”, o grupo familiar a que faz parte o produtor rurale o pescador artesanal, não pode se utilizar de trabalho de
terceiros. Pode, no entanto, e de forma excepcional, utilizar-se de empregados contratados por prazo deter- minado
ou de trabalhador eventual, à razão de, no má- ximo, 120 (cento e vinte) pessoas por dia, no ano civil, emperíodos
corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, não sendo computado nesse prazo o
período de afastamento em decorrência da percepção de auxílio-doença.
Ainda, aqueles segurados não podem desenvolver outras atividades. Não descaracteriza a condição de se-
gurado especial, contudo:
a) a outorga, por meio de contrato escrito de par- ceria, meação ou comodato, de até 50% (cinquenta por cento)
de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outor-gado
continuem a exercer a respectiva atividade, indivi- dualmente ou em regime de economia familiar;
b) a exploração da atividade turística da proprie- dade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120
(cento e vinte) dias ao ano;
c) a participação em plano de previdência comple- mentar instituído por entidade classista a que seja asso-
ciado em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de economia familiar;
d) ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componente que seja beneficiário de pro-
grama assistencial oficial de governo;
e) a utilização pelo próprio grupo familiar, na ex- ploração da atividade, de processo de beneficiamento ou
industrialização artesanal, na forma do parágrafo 11, do artigo 25, da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991;
f) a associação em cooperativa agropecuária ou de crédito rural;
g) a incidência do Imposto sobre Produtos Indus- trializados (IPI), sobre o produto das atividades desen-
volvidas nos termos do parágrafo 12, do artigo 11, da Lei n. 8.213, de 1991.
Também, deixa de ser segurado especial àqueleque possuir outra fonte de rendimento, salvo se decor- rente:
de benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício
de prestação continuada da Previdência Social;
a) de benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar, instituído nos termos
do inciso IV, do parágrafo 8º, do artigo 11, da Lei n. 8.213, de 1991;
b) do exercício de atividade remunerada em pe- ríodo não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou
intercalados, no ano civil, observado o disposto no pará- grafo 13, do artigo 12, da Lei n.8.212, de 1991;
c) do exercício de mandato eletivo de dirigentesindical de organização da categoria de trabalhadores rurais;
d) do exercício de mandato de vereador, do Muni- cípio em que desenvolve a atividade rural ou de dirigen- te de
cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segurados especiais, observado o disposto no parágrafo 13, do artigo
12, da Lei n. 8.212, de 1991;
e) de parceria ou meação outorgada na forma econdições estabelecidas acima;
f) da atividade artesanal desenvolvida com maté- ria prima produzida pelo respectivo grupo familiar, po-
dendo ser utilizada matéria prima de outra origem, desdeque a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor
benefício de prestação continuada da Previdência Social;
g) de atividade artística, desde que em valor men- sal inferior ao menor benefício de prestação continuada da
Previdência Social.
3. São segurados facultativos (art. 13, do PB; art. 11,do RPS) do RGPS, aquelas pessoas que, com 16 (dezesseis)
anos ou mais, não exerçam atividade remunerada que os obrigue à filiação a um regime de previdência social e que
resolvam se filiar e contribuir voluntariamente.
ATENÇÃO! O artigo 13, da Lei n. 8.213, de 1991 ainda menciona a idade limite de 14 (quatorze) anos. Contudo, por
força das alterações promovidas pela Emenda Cons- titucional n. 20, de 1998, a idade mínima para a filiação ao RGPS,
como facultativo, é aos 16 (dezesseis) anos, confor-me prevê o artigo 11, do Decreto n. 3.048, de 1999.
Podem filiar-se facultativamente ao RGPS:
a) a dona-de-casa;
b) o síndico de condomínio, quando não remune- rado. CUIDADO ao fato de que a isenção da taxa condo- minial
é considerada uma forma de remuneração, o que obrigaria o síndico, neste caso, a filiar-se, obrigatoria- mente, como
contribuinte individual;
c) o estudante;
d) o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior;
e) aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social;
f) o membro de conselho tutelar, de que trata o ar- tigo 132, da Lei n. 8.069, de 1990, quando não esteja vincu-
lado a qualquer regime de previdência social;
g) o bolsista e o estagiário que prestam serviços à empresa de acordo com a legislação;
h) o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-graduação,mes- trado
ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
i) o presidiário que não exerce atividade remune- rada nem esteja vinculado a qualquer regime de previ- dência
social;
j) o brasileiro residente ou domiciliado no exterior,
salvo se filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional;
k) o segurado recolhido à prisão, sob regime fe- chado ou semiaberto que, nesta condição, preste serviço,
dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empre- sas, com ou sem intermediação da organização carcerá- ria ou
entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria.
Atente, ainda, ao fato de que é vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), na qualidade de
segurado facultativo, de pessoa participante de Re- gime Próprio de Previdência Social (RGPS), salvo na hi- pótese de
afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo Regime Próprio.
4. Os dependentes (art. 16, do PB; arts. 16 e 17, do RPS) são aquelas pessoas que dependem economica- mente
(total ou parcialmente) do segurado e que vão ter direito às prestações do RGPS enquanto este se mantiver filiado.
Os dependentes são divididos em três classes, em ordem de preferência:
a) o cônjuge, a companheira, o companheiro e o fi-lho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência in-telectual ou mental que o torne absoluta ou relativamen- te
incapaz, assim declarado judicialmente, pertencem à Classe I.
Sua dependência econômica em relação ao segu- rado é presumida.
O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho, mediante declaração do segurado e desde que compro-
vada – exclusivamente neste caso - a dependência eco-nômica na forma estabelecida no Regulamento da Previ-
dência Social;
Considera-se companheira ou companheiro, a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o
segurado ou com a segurada, de acordo com o parágrafo 3º, do artigo 226, da Constituição Federal;
b) os pais pertencem à Classe II.
Sua dependência econômica em relação ao filhosegurado deve ser comprovada;
c) o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente,
pertence à Classe III.
Sua dependência econômica em relação ao irmão segurado deve ser comprovada.
Adicionando ao quadro visto no início do tópico, osgrupos de dependentes, temos a seguinte visualização:

A existência de dependente de qualquer das clas- ses anteriores, exclui do direito às prestações os das classes
seguintes.
Nos termos do artigo 17, do Regulamento da Previ-dência Social, a perda da qualidade de dependente – NÃO
confunda com as hipóteses de perda da qualidade de se- gurado - ocorre:
a) para o cônjuge, pela separação judicial ou di- vórcio, enquanto não lhe for assegurada a prestação de
alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado;
b) para a companheira ou companheiro, pela ces- sação da união estável com o segurado ou segurada, en-
quanto não lhe for garantida a prestação de alimentos;
c) para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao completarem vinte e um anos de idade, salvo se inváli- dos,
desde que a invalidez tenha ocorrido antes,
» de completarem vinte e um anos de idade;
» do casamento;
» do início do exercício de emprego público efe- tivo;
» da constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de emprego, desde
que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha econo-mia própria;
» da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro,
mediante instrumento público, independentemente de ho- mologação judicial, ou por sentença do juiz,
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
d) para os dependentes em geral:
» pela cessação da invalidez;
» pelo falecimento.
5. A partir das definições supra acerca dos segura- dos obrigatórios e facultativos, podemos concluir que são
excluídos do RGPS, que não podem se filiar a ele, basica-mente, aqueles trabalhadores que já estejam vinculadosa
um Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e os estrangeiros sem residência permanente no país.
Assim, por exemplo:
a) o servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações, desde que amparados por RPPS (art. 12, do PB). Mas,
ATENÇÃO. Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas
pelo RGPS, tornar-se-ão segurados obrigató- rios em relação a essas atividades;
b) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, quando co- berto
por RPPS (art. 11, inciso I, alínea “i”, do PB);
c) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou interna- cionais
dos quais o Brasil seja membro efetivo, quando segurado na forma da legislação vigente do país do do- micílio (art. 11,
inciso I, alínea “e”, do PB).

6. No contexto do estudo dos beneficiários do RGPS,a filiação é o vínculo que se estabelece entre pessoas que
contribuem para a previdência social e esta, do qual de- correm direitos e obrigações (art. 20, do RPS). Desta for- ma,
só os segurados (obrigatórios e facultativos) é que se filiam; os dependentes, não. É com a filiação que nasce a
qualidade de segurado.
Mas, em que momento a filiação acontece? Segun- do o parágrafo 1º, do artigo 20, do RPS, a filiação à previ-
dência social decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada para os segurados obrigatórios e da
inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição para o segurado facultativo.
Observemos, ainda, que todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada
sujeita ao RGPS é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas (art. 12, parágrafo 2º, do PB).
Também o aposentado pelo RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este
Regime é segurado obrigatório em relação a essaatividade, ficando sujeito às contribuições de que trataa Lei n.
8.212, de 1991, para fins de custeio da seguridade social.
Observe, por fim, que o servidor público, civil ou militar, filiado ao seu Regime Próprio de Previdência So- cial (RPPS),
se vier a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social
(RGPS), tornar-se-á segurado obrigatório em relação a essas atividades.
A inscrição, por sua vez e em relação ao segurado, consiste no ato pelo qual ele é cadastrado (identificado) no
RGPS, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis a sua caracteriza- ção. Já a
inscrição do dependente do segurado será pro- movida quando do requerimento do benefício a que tiver direito,
mediante a apresentação de uma série de docu- mentos previstos no RPS (art. 22, do RPS).

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