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Legislação Trabalhista

1. Emprego X Trabalho
1.1 Relação de Trabalho
É uma expressão ampla que engloba os
mais diversos tipos de labor do ser
humano. Ex: relações empregatícias,
trabalhador avulso, trabalhador autônomo,
etc.
1.2 Relação de Emprego
Se configura quando presentes os elementos
fático-jurídicos componentes da relação de
emprego, que são o trabalho prestado por
pessoa física, a pessoalidade, subordinação,
onerosidade e não eventualidade.
1.2 Relação
CLT, art. 3º - de Empregoempregado toda pessoa
Considera-se
física que prestar serviços de natureza não eventual
a empregador, sob sua dependência deste e
mediante salário.
1.3 Exemplos de Relações de Trabalho

• Estágio
• Trabalhador Autônomo
• Trabalho Eventual
• Trabalhador Avulso
• Trabalho Voluntário
• Profissional-Parceiro de Salões de Beleza
1.3.1 Estágio

O estágio é regulado pela Lei 11.788/08, que define


estágio como “ato educativo escolar supervisionado,
desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à
preparação para o trabalho produtivo de educando que
estejam frequentando o ensino regular em instituições de
educação superior, de educação profissional, de ensino
médio, da educação especial e dos anos finais do ensino
fundamental, na modalidade profissional da educação de
jovens e adultos”.
1.3.2 Trabalhador Autônomo

• O trabalhador Autônomo labora sem subordinação, e


a falta deste elemento fático-jurídico é que não
permite falar-se em relação empregatícia.

• O profissional possui autonomia para exercer suas


funções.
1.3.3 Trabalho Eventual

• No trabalho Eventual temos a ausência do elemento


fático-jurídico não eventualidade.

• O profissional trabalha de forma eventual, esporádica,


e por isso não se configura o vínculo empregatício.
1.3.4 Trabalhador Avulso
• É uma espécie de trabalhador autônomo.
• Não há o elemento fático-jurídico não eventualidade.
• Realizam tarefas para os tomadores com a intermediação
de uma entidade representativa (Órgão Gestor de Mão de
Obra).

• Ex: Avulso Portuário (laboram nos portos) e Trabalhadores


que realizam atividades de movimentação de mercadorias
em geral.
1.3.5 Trabalhador Voluntário
Lei 9.608/98 – Art 1º: Considera-se serviço voluntário, para os fins
desta Lei, a atividade não remunerada prestada por pessoa física
a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada
de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais,
educacionais, científicos, recreativos ou de assistência à pessoa.

Parágrafo único: O serviço voluntário não gera vínculo


empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista
previdenciária ou afim.
1.3.6 Profissional-Parceiro de Salões de Beleza

Profissionais que desempenham atividades de cabeleireiro,


barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador
podem firmar um contrato de parceria com o salão de beleza.

Lei 13.352/2016 – Art 1-A: O profissional-parceiro não terá relação


de emprego ou de sociedade com o salão-parceiro enquanto
perdurar a relações de parceria.
1.4 Exemplos de Relações de Emprego

• Empregado Rural
• Empregado Doméstico
• Aprendiz
• Empregado Público
• Teletrabalho
• Trabalhador Temporário
1.4.1 Empregado Rural
•Empregado rural é enquadrado nesta condição de acordo com
seu empregador ser ou não considerado como empregador
rural.

Lei 5.889/73 - Empregado rural é toda pessoa física que, em


propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza
não eventual a empregador rural, sob dependência deste e
mediante salário.
1.4.2 Empregado Doméstico

Lei Complementar 150/2015 - Empregado doméstico é aquele


que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não
lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas.

• Será considerado doméstico aquele que trabalhar mais de dois


dias por semana à mesma pessoa ou família,
1.4.3 Aprendiz
• Aprendiz é o maior de 14 e menor de 24 anos que celebra contrato de
aprendizagem (a idade máxima não se aplica a aprendizes portadores
de deficiência.

• O contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial,


ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador
se compromete a assegurar ao maior de 14 e menor de 24 anos
inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional,
compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o
aprendiz, a executar com zelo e diligencia as tarefas necessárias a essa
formação.
1.4.4 Empregado Público
Lei 9.962/00, art 1o – O pessoal admitido para emprego público
na Administração federal direta, autárquica e fundacional terá
sua relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis de
Trabalho (...) e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei
não dispuser em contrário.
1.4.5 Teletrabalho
Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) CLT, art 75-B – Considera-
se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente
fora das dependências do empregador, com a utilização de
tecnologias de informação e de comunicação que, por sua
natureza, não se constituam como trabalho externo.
1.4.6 Trabalhador Temporário

Lei 6.019/74, art 2o – Trabalho temporário é aquele prestado por


pessoa física contratada por uma empresa tomada de serviços,
para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal
permanente ou à demanda complementar de serviços.
2. Jornada de Trabalho
É o tempo diário em que o empregado presta serviços ao empregador ou
então permanece à disposição do mesmo.

CLT, art. 4o: Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado
esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens (...)

Também inclui no termo jornada de trabalho:


CLT, art. 244:
• Considera-se de “sobreaviso” o empregado efetivo, que permanecer em sua
própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço.
• Considera-se de “prontidão” o empregado que ficar nas dependências da
estrada, aguardando ordens.
2. Jornada de Trabalho
• Duração do trabalho: envolve a jornada de trabalho (horário de trabalho) e os descansos
trabalhistas.
• Horário de trabalho: período entre o início e o fim da jornada de trabalho diária.

CLT, art. 58: Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o
limite máximo de dez minutos diários.

Reforma Trabalhista - CLT, art. 4o: Por não se considerar tempo à disposição do empregador,
não será computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda
que ultrapasse o limite de cinco minutos (...) quando o empregado, por escolha própria,
buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições
climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer
atividades particulares (...)
2.1 Modalidades de Jornada de Trabalho
• Jornada Padrão (normal) de trabalho

A jornada normal de trabalho é de 8 horas por dia.


CF/88, art. 7o: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais (...):
XII – Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Chega-se ao limite máximo de trabalho de 220 horas por mês:


• Semanal: 44 horas
• Divide-se 44h/semana por 6 dias de trabalho = 7,33h/dia
• 7,33h/dia = 7h + 0,33h = 7h + 1/3h = 7h + 20min = 7h20min
• 7h20min x 30 dias = 220h mensal
2.2 Jornadas Especiais de Trabalho
• Turnos Ininterruptos de Revezamento

CF/88, art. 7o: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais (...):
XIV – Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
2.3 Jornada 12 x 36 horas
Com a Reforma Trabalhista, regulamentou-se em lei a possibilidade da jornada de
12 horas de trabalho por 36 horas de descanso. Assim, a CLT passou a permitir o
estabelecimento da jornada de 12 x 36 por meio de ACT/CCT ou, até mesmo, de acordo
individual escrito:

CLT, art. 59-A: (...), é facultado às partes, mediante acordo individual escrito,
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de
doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou
indenizados os intervalos para repouso e alimentação.
2.3 Jornada 12 x 36 horas

Pontos importantes:

• Os trabalhadores em escala 12x36 não tem direito à remuneração em


dobro pelos feriados trabalhados, tampouco em relação aos domingos
trabalhados.

• Os intervalos intrajornada na escala 12x36 podem não ser


necessariamente concedidos. Os intervalos podem ser observados ou,
caso não sejam concedidos, serão indenizados.

• Tais trabalhadores não têm direito ao recebimento de adicional noturno


pela prorrogação de trabalho noturno.
2.4 Intervalo Intrajornada
É o intervalo concedido durante a jornada, para descanso e
alimentação.
CLT, art. 71: Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6
horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 hora e, salvo acordo escrito ou
contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 horas.
1º - Não excedendo de 6 horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um
intervalo de 15 minutos quando a duração ultrapassar 4 horas.
2.4 Intervalo Intrajornada
Para que haja intervalo intrajornada superior a 2 horas é necessário
acordo escrito ou previsão em negociação coletiva.
Após a reforma trabalhista, a CLT passou a permitir a redução do
intervalo intrajornada para jornadas superiores a 6 horas mediante
negociação coletiva. É a prevalência do “negociado sobre o legislado”.

CLT, art. 611-A: A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm


prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

III – Intervalo intrajornada, respeitado o limite


mínimo de trinta minutos para jornadas
superiores a seis horas.
2.4 Intervalo Intrajornada
• CLT, art. 71: A não concessão ou a concessão parcial do
intervalo intrajornada mínimo, para repouso e
alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o
pagamento, de natureza indenizatória, apenas do
período suprimido, com acréscimos de 50% sobre o valor
da remuneração da hora normal de trabalho.
2.5 Intervalo Especial
2.6 Intervalo Interjornada

Intervalo Interjornada é o espaço de tempo entre duas jornadas de


trabalho, que não pode ser menor que 11 horas:

CLT, art. 66: Entre 2 jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11


horas consecutivas para descanso.
3. Repouso Semanal Remunerado
O repouso semanal remunerado é o período de 24 horas
consecutivas em que o empregado não trabalha e nem permanece à
disposição do empregador.

CF/88, art. 7o: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais:


XV – Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

Lei 605/49, art. 6o: Não será devida a remuneração quando, sem motivo
justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana
anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.

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