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POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

104ª CIA ET

JORNADA DE TRABALHO NA PMMG

Juiz de Fora
2022
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS
104ª CIA ET

JORNADA DE TRABALHO NA PMMG

Trabalho apresentado à disciplina de


Legislação Institucional, Curso de Formação de
Soldados, Turma 03.
Instrutor: Sr 1ºTen Saulo da Silva Gomes.

Grupo:  

Sd 2ª CL Detoni 

Sd 2ª CL Gardoni

Sd 2ª CL Freitas

Sd 2ª CL Fortes

Sd 2ª CL Lanna

Sd 2ª CL Medeiros

Sd 2ª CL Monteiro

Sd 2ª CL Reidner

Sd 2ª CL Sérgio

Juiz de Fora
2022
1 - INTRODUÇÃO

O presente trabalho tratará sobre a temática da jornada de trabalho na Polícia


Militar de Minas Gerais. Em um contexto amplo, o conceito de jornada de trabalho se
apresenta como essencial para a evolução da sociedade. Nesse sentido, destaca-se
que as tratativas a respeito desse assunto surgiram na revolução industrial, com o
objetivo de regular as longas horas de serviços prestados por trabalhadores de
forma ilegal. De acordo com Mescoloti e Batistuzo (2016) “a jornada era fixada
aproximadamente em 12 a 16 horas por dia, uma vez que anteriormente a este
período, não havia qualquer fixação ao limite de jornada de trabalho se não o limite
do próprio corpo do trabalhador.”

No decorrer dos anos, vários avanços na área trabalhista, a nível nacional e


internacional, foram vistos. Tratados, convenções e leis foram promulgados para
garantir direitos e condições adequadas de trabalho humano. Como exemplo, cita-se
a primeira Convenção Internacional de Trabalho (OIT), que aconteceu em 1919, e
estabeleceu a jornada de trabalho de 8 horas diárias e 48 horas semanais. Anos
depois, a mesma convenção reestabeleceu a carga semanal de 40 horas (DE
SOUZA, 2006). Além disso, menciona-se a promulgação do Decreto-Lei nº 5.243, de
1º de maio de 1943 (CLT) e da própria Constituição Federal de 1988.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) regulamenta as relações


individuais e coletivas de trabalho, de fiscalização e estabelece os direitos
trabalhistas que devem ser garantidos a todos os profissionais. Conforme previsão
do Artigo 58 da referida norma, descrito abaixo.

“Art.58 - A duração normal do trabalho, para os empregados


em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas
diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite”
(BRASIL, 1943).

Ademais, a Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 7º inciso XIII dispõe


que é um dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais

“Art.7, inciso XIII - duração do trabalho normal não superior a


oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho; (BRASIL, 1943)

No tocante à Polícia Militar de Minas Gerais, verificam-se duas resoluções


próprias que regulamentam a matéria. A Resolução n° 4.285, de 10 de dezembro de
2013, bem como a Resolução nº4.404, de 03 de junho de 2015. Ambas normas
mencionadas foram criadas para dispor sobre a jornada de serviço do policial, bem
como definir conceitos, a fim de adequar as peculiaridades da profissão às previsões
legais trabalhistas já existentes, primando sempre pelo respeito e concretização de
princípios dos direitos humanos.

2- DESENVOLVIMENTO

2.1 CAPÍTULO I - Disposições Gerais

A Resolução nº 4.285 de 2.013 traz em sua primeira parte disposições gerais


a respeito da jornada de trabalho dos militares da instituição, definindo conceitos
essenciais para o entendimento da lei, os quais serão detalhados abaixo.

No contexto trabalhista em geral, a escala de serviço é conceituada como um


modelo de divisão das horas de trabalho em uma empresa ou instituição que, pela
natureza do serviço prestado, precisa ser realizado de forma ininterrupta.

As polícias militares de todo o país, adotam a escala de serviço como o meio


de dividir o empenho de seus militares, devido a necessidade de estar presente vinte
e quatro horas por dia, trezentos e sessenta e cinco dias por ano.

Os turnos de escala de serviço, representam as horas trabalhadas e o


período de folga posterior. Se um militar trabalha 6 horas diárias, por exemplo, a sua
escala será representada pela equação 6x18. Pelo país existem diversos modelos
de escala. A depender do estado e da instituição sendo elas: 6x18, 8x16, 12x36,
12x60, 24x48, 24x72 e 24x96

Na jornada de trabalho da Polícia Militar de Minas Gerais (Decreto-lei


4285/13), fica estabelecida a carga horária semanal de 40 horas abrangendo todas
as atividades dentro da instituição, sejam elas de ensino, administrativas,
operacionais e especiais.
A referida norma abrange conceitos que envolvem as jornadas de trabalho,
sendo estes: escalas ordinárias, que se referem aos empregos diários e rotineiros
que seguem um regulamento e incluem as escalas de prioridade; as escalas
especiais, que estão presentes nos empregos temporários em datas especiais,
como feriados e eventos locais; as escalas extraordinárias, que também se referem
a empregos temporários, mas em eventos distintos de acontecimentos imprevistos,
como, por exemplo, rebeliões, greves, entre outros.

Na resolução, são citados também, os encargos móveis, que não estão


previstos em escalas militares, como por exemplo, apurações, reuniões do Conselho
de Ética e Disciplina Militares da Unidade, plantões, supervisões e outras tarefas
atribuídas fora do período de expediente estabelecido no art. 2º, ou das jornadas
referidas nos artigos 3º, 4º e 5º desta Resolução.

Dentre os termos citados nesta resolução, a começar por Comandante, que é


o membro mais graduado ou mais antigo de cada UA, podendo ser da UDI, UEA ou
UEOp, incluindo seu comandante, diretor, chefe ou qualquer outra denominação;
Jornada, que define o tempo de atividades, dentro de 24 horas, em que o militar
exerce operações; Turno, que denomina o tempo determinado para cumprir a
jornada, diariamente; Folga, que é o tempo que fecha um ciclo de atividades, para
descanso do militar; Ciclo, que sequência um conjunto de dias empenhados e dias
de folga; e o Período, que é o conjunto de ciclos sucessivos em que há folga em
todos os dias ou em dias específicos.

2.2 CAPÍTULO II - Jornada de Trabalho Administrativo da Polícia Militar

A jornada de trabalho administrativo da Polícia Militar é regulada pelo art. 2º,


nas segundas, terças, quintas e sextas-feiras, o horário de funcionamento será de
08:30h às 12:00h e das 14:00h às 18:00h, e nas quartas-feiras, no horário de 08:30h
às 13:00h.

Em todas as unidades da Polícia Militar, permanecerá o sistema de plantão


para atendimento ao público externo no horário de 12:00h às 14:00h, em dias de
expediente administrativo, salvo nas quartas-feiras, em que o plantão será no
horário de 13:00h às 18:00h.
2.3 CAPÍTULO III - Jornada de Trabalho nas Unidades de Execução da
Educação Profissional, Unidades de Apoio à Saúde e dos Oficiais Capelães

Os militares que integram o quadro de oficiais de saúde e os oficiais capelães


irão cumprir 25 horas semanais de serviço com turnos de 5 horas mínimas diária e
no máximo dobrar um turno por semana, porém a atividade deverá ser definida
pelos respectivos comandantes. Além disso, 15 horas semanais será destinada a
encargos móveis.

O diretor de saúde irá definir as atividades destinadas aos encargos móveis,


essa definição destina-se ao diretor de saúde em relação aos oficiais de saúde e aos
demais comandantes em relação aos oficiais capelães que estiverem diretamente
subordinados.

Excepcionalmente o diretor de saúde poderá, diante de uma justificativa,


autorizar uma segunda dobra de serviço semanal no HPM, somente se houver
benefício a favor da administração.

2.4 CAPÍTULO IV - Jornada de Trabalho Operacional na Polícia Militar

A jornada operacional está presente na vida da grande maioria dos Policiais


Militares de Minas Gerais (PMMG) e tem previsão legal na Resolução nº 4.285/2013,
a partir do art.6º.

O referido dispositivo legal disciplina os direitos que devem ser respeitados no


momento da elaboração das escalas de serviços dos portfólios operacionais, como
por exemplo, a previsão de que a jornada operacional não ultrapassará 40 horas
semanais; o turno de serviço não deve ultrapassar 12 horas de serviço; Há
determinação de que a chamada para os turnos aconteça 30 (trinta) minutos antes
do lançamento, sendo que esse tempo se destinará ao treinamento tático e as
demais providências administrativas.

“Art. 6º – A jornada de trabalho operacional obedecerá à carga-


horária estabelecida no art. 1º desta Resolução, observados,
ainda, o seguinte:
I – As escalas ordinárias não poderão prever turnos com mais de
12 horas;
II – a chamada para os turnos se dará 30 (trinta) minutos antes
do lançamento e se destinará ao treinamento tático e demais
providências administrativas;
III – o encerramento do turno, conforme horário determinado em
escala, e a liberação das equipes de serviço se dará por ordem
do Coordenador do Policiamento ou equivalente (PMMG,2013).

É importante salientar que a PMMG considera como serviço operacional os


portfólios de serviços operacionais da instituição, bem como portfólios de serviços
especiais, que são: Portfólios de serviços operacionais (Policiamento a Pé (PA),
Radiopatrulhamento (Rp), Rádio Patrulhamento Unitário, Motopatrulha (Mp),
Ciclopatrulha (Cp), Patrulha de Operações (POp), Base Comunitária (BC) e Base
Comunitária Móvel (BCM), Base de Segurança Comunitária (BSC), Patrulha de
Prevenção à Violência Doméstica (PPVD), Patrulha Escolar (PEsc), Programa
Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD), Grupo Especial de
Policiamento em Áreas de Risco (GEPAR), Patrulha Rural, Tático Móvel (TM),
GrupoEspecial para Prevenção Motorizada Ostensiva Rápida (GEPMOR), Patrulha
de Prevenção ao Homicídio (PPH), Grupo Especial para Policiamento Turístico
(GEPTur) , Equipes de Prevenção e Qualidade (EPQ),Videomonitoramento (Vm),
Teleatendimento 190, Policiamento de Guardas (PGd) e Policiamento Velado (PV)).

Além disso, existem os Portfólios de serviços Especializados (Rondas Táticas


Metropolitana (ROTAM), Policiamento de Choque (PChq), Moto ROTAM
(MR),Policiamento Montado (PMont), Policiamento Ostensivo com Cães (POC),
Rondas Ostensivas com Cães (ROCCA), Faro de Explosivos (FEx), Faro de Drogas
(FDr), Radiopatrulhamento Aéreo (RpAer), Operações Especiais (OPEsp),
Esquadrão Antibombas (EAB), Time de atiradores de precisão (Sniper), Time de
Entradas Táticas, Time de Gerenciamento de Crise, Grupo Especializado em
Recobrimento (GER), Moto GER, Patrulha de Atendimento de Meio Ambiente (P
MAmb), Comando de Operações em Áreas de Mananciais e Florestas (COMAF),
Patrulhamento Aquático (PAq), Patrulha de Operações de Meio Ambiente (Pop
Mamb), Patrulha de Trânsito (PATRAN), Grupo Tático de Trânsito (GT), Grupo
Tático Rodoviário (GTR), Motopatrulhamento Rodoviário (MpRv), Patrulha de
Operações Rodoviária (Pop Rv), Posto de Fiscalização Rodoviário (PFRv).

As escalas de serviços operacionais mais comuns têm duração de seis horas,


oito horas ou doze horas.

O modelo de escala a ser utilizado será determinado pelo comandante.


Portanto, as escalas não são idênticas, alternando de unidade para unidade,
conforme especificidades de cada unidade e estatísticas de incidência criminal.
Assim dispõe o art.7, da resolução em estudo:

“Art. 7º – Atendendo às peculiaridades de cada Unidade e


modalidade de policiamento, os Comandantes de UEOp
encaminharão aos seus respectivos Comandantes de UDI
propostas de ciclos e jornadas de trabalho, observados o art. 1º
desta Resolução e a estatística de incidência criminal”
(PMMG,2013).

O modelo de escala de seis horas é comumente utilizado no policiamento a


pé, que, usualmente, trabalha seis dias na semana para folgar um e, na semana
seguinte, trabalha cinco dias para folgar dois.

Na escala de oito horas, o modelo mais usado é o 3x2, ou seja, o militar


trabalha três dias para folgar dois.

Na escala de doze horas corresponde ao período diurno e noturno, ciclos de


dedicação de 12x24 horas, no período diurno, alterando com o período noturno de
12x48 horas.

De acordo com previsão legal, as escalas de serviço devem ser


disponibilizadas em sistemas informatizados para acompanhamento do militar e para
a auditoria setorial e o DRH verificar durante as supervisões o efetivo controle. Hoje
um dos principais sistemas informatizados utilizado pela PMMG com a finalidade de
disponibilização de escalas é o SIDS.
2.5 CAPÍTULO V - Dos servidores civis

Os servidores civis que prestam serviços na Polícia Militar também estão


subordinados a um regime jurídico e devem cumprir as suas jornadas de trabalho,
porém deve respeitar o limite diário de emprego. O comandante irá estabelecer o
horário de acordo com a necessidade da unidade, diante disso, são previstos os
seguintes horários para os seguintes cargos: Servidores civis detentores de
efetividade os quais ocupam o cargo de Auxiliar Administrativo, Assistente
Administrativo e Analista de Gestão da Polícia Militar de Minas Gerais e Servidores
civis detentores de cargo de provimento em comissão, direção e Assessoramento
(nível 1 e 2): 30 (trinta) horas semanais, sendo 06 (seis) horas diárias.

Servidores civis detentores de cargo de provimento em comissão, direção e


assessoramento da administração direta (nível 4,5,6 e 7): 40 (quarenta) horas
semanais, sendo 08 (oito) horas diárias.

Os comandantes sob supervisão da diretoria de Educação Escolar e


Assistência Social deverão observar a execução do que rege a legislação vigente,
diante disso os servidores dos quadros do magistério irão cumprir a carga horária de
acordo com a citada legislação.

2.6 CAPÍTULO VI- Do controle da carga-horária

Conforme art.11 da resolução nº 4.285, de 10 de Dezembro de 2013, o


controle de carga-horária será realizada de forma individual, tanto nas frações
administrativas quanto nas operacionais. Observando alguns parâmetros
específicos, sendo o controle diário e informatizado, devidamente apresentado
mensalmente e trimestralmente.

Em relação ao controle administrativo, o qual será realizado pelos chefes de


seções, já os débitos ou créditos de hora devem ser compensados e apurados no
máximo tempo de três meses, caso não compensados por motivo de não ter
alcançado a duração de um turno de serviço, serão realizados no trimestres
posterior.
Cabe ressaltar que, para o cálculo de carga-horária, não serão computados
os dias de gozo de férias anuais ou prêmio, cumprimento de licenças e cumprimento
de recompensas de dispensa de serviço.

Em relação a carga-horária dos discentes das escolas de formação, por


excepcionalidade, não implica a apuração e compensação dos créditos ou débitos
no período máximo trimestral, nem mesmo será realizada a compensação dos
créditos mensais antes do encerramento trimestral. E ainda o art.12 estabelece que
não será computado o tempo de serviço referente a sanções disciplinares ou
decisões judiciais.

O art. 13 veda a concessão de dispensas por trabalho em razão de atuações


de destaque ou meritórias, contudo, existe a possibilidade nos casos de
recompensas previstas no CEDM, concedidas somente após a realização do devido
processo legal. E o art.14, o qual estabelece regras sobre refeições durante o turno
de serviço, sendo que o turno com 6(seis) horas de duração, o militar tem direito a
15(quinze) minutos de intervalo para refeição e nos turnos com mais de 6(seis)
horas, o intervalo será de 30(trinta) minutos. Contudo, antes dos intervalos
mencionados o coordenador do policiamento deverá liberar a equipe, evitando
prejuízo para as atividades do turno.

2.7 Disposições Finais e Transitórias

A resolução supracitada traz em seu capítulo Vll as excepcionalidades,


disposições gerais e transitórias as quais os militares se enquadram em eventuais
situações e ocorrências, ressalvando os devidos procedimentos legais, a exemplo o
art. 15 que diz “Havendo casos excepcionais que justifiquem necessidade de
modificação dos horários de expediente administrativo ou de jornada de trabalho, o
Comandante deverá apresentar a prévia solicitação ao Chefe do EMPM, para a
devida aprovação”.

Entretanto, a atividade policial exige muito da pessoa humana, por isso é


fundamental que o militar esteja bem fisicamente e psicologicamente, quando
identificado alguma necessidade que impeça o policial de exercer sua profissão com
perícia o mesmo deve ser avaliado por uma junta médica e se confirmado o quadro,
ser dispensado ou licenciado de algumas atividades. É o que traz o texto do Art. 16
e seus incisos da resolução Nº 4.285, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2.013. Art. 16 “Os
militares dispensados definitivamente do serviço operacional pela Junta Central de
Saúde (JCS) deverão ser empregados nas atividades administrativas, mediante
avaliação médica, liberando-se os militares aptos para a atividade operacional.”

Contudo, os parágrafos § 1º e § 2º trazem algumas particularidades em


relação aos dispensados. Para o melhor emprego dos militares, estes deverão ser
empregados, preferencialmente no desempenho de funções atribuídas às Cias/Pel
ou para confecção de ocorrências no REDS. Todavia, os militares só poderão ser
empregados após avaliação do oficial QOS médico do NAS, o emprego desses
militares será condicionado à avaliação médica e suas atividades se dará em
atividade compatível com sua capacidade.

O Art. 17 ressalta que em relação ao emprego dos STen/Sgt, este obedecerá


às prescrições de cargos e funções existentes no DD/QOD, salvo disposição legal
específica. Além disso, é importante lembrar que o comandante de viatura está
inserido como uma das atividades dentre as funções de praça do QPPM, é o que
consta no parágrafo único do referido Art.

Os discentes terão sua carga horária estabelecida pelas Diretrizes para


educação da Polícia Militar (DEPM), de maneira que, estes não ficam vinculados ao
horário de funcionamento administrativo das unidades de execução da educação
profissional (ART 18).

Para aqueles militares que são legalmente responsáveis por pessoas com
deficiência, o Art. 19 diz o seguinte “O militar legalmente responsável por pessoa
com deficiência, em conformidade com a legislação específica, cumprirá carga-
horária semanal de 20 horas, sendo o máximo de 05 horas diárias de empenho, de
acordo com escala a ser definida pelo respectivo Comandante.”

Por fim, em seus artigos finais o capítulo Vll, especifica que os comandantes
podem adequar os empenhos dos militares, sem que comprometa os efetivos das
unidades ou frações. Estabelece também que a UEA fica responsável de tornar
disponível o sistema informatizado de escala para todos militares da PMMG dentro
de um ano, de acordo com os artigos transcritos abaixo:

Art. 20 – Os Comandantes poderão adequar o empenho


dos militares matriculados e frequentes em curso, desde
que não comprometa o emprego de efetivo e as
atividades da Unidade ou Fração, observado o art. 1o
desta Resolução.

Art. 21 – A AT/SIDS passa a se subordinar à DTS, ficando


a UEA encarregada de providenciar para que, no prazo
de um ano a partir da publicação desta Resolução, o
sistema informatizado de controle de escalas e de carga-
horária esteja disponível para toda a PMMG.

Art. 22 – Esta Resolução entra em vigor na data de sua


publicação e revoga as disposições em contrário,
especialmente a Resolução n. 4.251, de 09Mai2013, e a
Resolução n. 4.276, de 27Set2013. (PMMG,2013)

Ao citar a resolução nº 4.404 de 03 de junho de 2015 é importante discorrer


que esta é uma resolução que trata sobre os efeitos da jornada de trabalho e
cômputo da carga horária de trabalho dos servidores militares, diante disso ela
explica como serão computadas a carga horária do servidor em seu artigo primeiro,
trata também das licenças, feriados e licenças.

Ao final, explica também que o tempo da prestação do serviço imposta por


conta de sanção disciplinar ou de decisão judicial deverá ser lançado como período
neutro. É possível notar que esta resolução trouxe inúmeros benefícios para os
servidores públicos militares, da mesma forma que a resolução 4285 de 2013.

3- CONCLUSÃO
O tempo é um bem precioso do policial militar, na medida em que quando não
se encontra de serviço, possui um momento para descansar e refrigerar a mente
para o duro trabalho que enfrenta.

Nesse sentido, o estudo das normativas que regulam a jornada de trabalho


policial na Polícia Militar de Minas Gerais é essencial para que o militar compreenda,
de fato, sobre o funcionamento do serviço na corporação.

Destaca-se que a preservação de uma jornada de trabalho equilibrada, que


respeite as 40 horas semanais, bem como demais disposições legais, é direito
fundamental de qualquer trabalhador, seja no âmbito público ou privado. Nesse
mesmo contexto, é importante ressaltar que o trabalho policial militar possui sim
suas peculiaridades, as quais, invariavelmente, levam ao policial militar extrapolar
sua carga horária ou ser empregado em momentos de folga.

Não obstante tais peculiaridades e dificuldades que a jornada de trabalho


policial impõe, observa-se que as resoluções estudadas concretizam a preservação
dos direitos dos militares, bem como conceituam termos importantes para o devido
funcionamento da instituição.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. DECRETO-LEI N. º 5.452, de 1º de


maio de 1943. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 02 de
novembro de 2022.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Controle Da Jornada de Trabalho na PMMG. Resolução nº 4404, de 3


de junho de 2015.

DE SOUZA, Zoraide Amaral. A Organização Internacional do Trabalho-OIT. 2006.


Revista da Faculdade de Direito de Campos, Ano VII, Nº 9 - Dezembro de 2006.

MESCOLOTI, Renan Scatena; BATISTUZO, Fernando. A JORNADA DE


TRABALHO E SUA EVOLUÇÃO: ASPECTOS RELEVANTES. ETIC-ENCONTRO
DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA-ISSN 21-76-8498, v. 12, n. 12, 2016.

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS (PMMG) - Resolução nº


4.285, de 10 de Dezembro de 2.013. Disponível em:
https://www.policiamilitar.mg.gov.br/conteudoportal/uploadFCK/crs/
28072017141432712.pd f . Acesso em 26 de out. de 2022.

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS (PMMG) .Resolução nº 3542,


de 07 de Julho de 2000. Disponível em:
https://www.policiamilitar.mg.gov.br/conteudoportal/uploadFCK/crs/File/
documentos_normativos/resolucao_3542.PDF. Acesso em 26 de out. de 2022.

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