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BIZU DO BAIXADO

Distribuído exclusivamente
para clientes e parceiros
do Januário Advocacia.
ÍNDICE
1 - Nota Introdutória pág. 3 a 5
2 - Da parte de doente pág. 6
3 - Principais artigos do Estatuto dos Militares pág. 7
3.1 - Do direito ao tratamento médico pág. 7 a 11
3.2 - Da agregação pág. 12 a 14
3.3 - Da reforma compulsória pág. 14 e 15
3.4 - Do direito à reforma do militar portador do vírus HIV pág. 17
3.5 - Do direito à isenção do imposto de renda pág. 22 a 23
3.6 - Do auxílio-invalidez pág. 26
3.7 - Da reforma com remuneração proporcional pág. 27
3.8 - Da interdição judicial do militar reformado por alienação mental pág. 30 e 31
3.9 - Da reforma das praças especiais pág. 32 a 33
4 - Dos direitos pecuniários ao ser reformado pág. 34
4.1 - Da ajuda de custo de transferência para a inatividade remunerada pág. 35
4.2 - Do direito relativo às férias pág. 35
4.3 - Saque do saldo do PASEP pág. 36
4.4 - Isenção do IPI e IOF para pessoas com deficiência e autistas pág. 36
4.5 - Quitação de financiamento de imóvel pelo Sistema Financeiro de
Habitação pág. 37
5 - Das orientações sobre seguro pág. 38 a 45
6 - Principais direitos do paciente pág. 46 e 47
1 - NOTA INTRODUTÓRIA DO AUTOR
2O SGT WOLMER DE ALMEIDA JANUÁRIO

É bom lembrar que os militares formam uma ca-


tegoria especial de servidores, na qual a hierarquia e a
disciplina são os pilares que devem ser observados. Por
essa razão, o militar deve procurar seguir sempre o que
prescreve as leis e regulamentos de sua Força, buscando
assim, inteirar-se de todas as normas que regulam sua
profissão.

Foi pensando nisso, que resolvi fazer o presente “Bizu”,


com a finalidade de orientar os “Irmãos de Armas”, pois,
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durante o cotidiano como militares, praticando ativi-
dades físicas diariamente, vibrando, realizando cursos
operacionais e esbanjando vigor físico, nós não somos
preparados para um infortúnio, como por exemplo, para
adoecermos. A doença ou acidente pegam-nos de sur-
presa, naquele momento em que menos esperamos; foi
assim comigo e assim deve ocorrer com muitos militares
anualmente.

São nessas horas difíceis, em que somos acometidos


de um mal incapacitante, que surgem muitas dúvidas,
como por exemplo: A reforma será com a remuneração
integral ou proporcional? Que direitos terei ao passar
para a inatividade remunerada? Será que receberei a
indenização securitária? Auxílio-invalidez? Isenção de
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imposto de renda? Ou seja, várias questões que não
dávamos a mínima importância vêm à tona, porque no
dia a dia das organizações militares, a verdade é que
nos atemos simplesmente às normas que regulam o
exercício das nossas funções, esquecendo muitas vezes
dos nossos direitos.

Diante dessas incertezas, nasceu a ideia de criar o


“Bizu do Baixado”. Espero que goste e dê sua opinião, se
os comentários ficaram claros e também pode sugerir
algum assunto que gostaria que fosse tratado na próxi-
ma atualização do Bizu enviando para o e-mail:
wolmer.januario@januarioadvocacia.com.br

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2 - DA PARTE DE DOENTE
A parte de doente deve ser dada pelo militar à au-
toridade a que estiver subordinado, podendo ser escrita
ou verbal e, até mesmo, comunicada por um parente ou
amigo. O importante é que o militar comunique à Organi-
zação Militar, com a maior brevidade possível, sobre a im-
possibilidade de comparecer ao expediente por motivo de
doença, devendo ainda procurar atendimento médico no
posto de saúde mais próximo de sua residência, ou, se for
possível, o serviço de saúde da Unidade Militar. Lembrando
que se for atendido por médico particular e lhe for conce-
dida dispensa do trabalho, o referido atestado deverá ser
necessariamente homologado por um médico militar.
A parte de doente tem por finalidade permitir que a
Unidade Militar possa lhe prestar a assistência necessária.
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3 - PRINCIPAIS ARTIGOS COMENTADOS
DO ESTATUTO DOS MILITARES.

3.1 - Do direito ao tratamento médico


LEI Nº 6.880, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1980
Art. 50. São direitos dos militares: [...]
e) a assistência médico-hospitalar para si e seus depen-
dentes, assim entendida como o conjunto de atividades
relacionadas com a prevenção, conservação ou recupe-
ração da saúde, abrangendo serviços profissionais mé-
dicos, farmacêuticos e odontológicos, bem como o for-
necimento, a aplicação de meios e os cuidados e demais
atos médicos e paramédicos necessários; [...]
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COMENTÁRIO: Como se vê da leitura do artigo anteriormente
transcrito, é direito do militar a recuperação da saúde, e essa
recuperação, se conjugarmos o artigo 50, alínea “e”, com o
artigo 82, incisos I e II, denota-se que o direito ao tratamen-
to médico deve ser oferecido sem prejuízo do recebimento do
soldo, isto é, não pode o militar que se encontre “incapaz tem-
porariamente” ser desincorporado das fileiras militares, aplican-
do-se para tanto o Decreto da Lei do Serviço Militar (Decreto
54.654/66). Ressalta-se que em termos de valoração jurídica,
a Lei nº 6.880/80 (Estatuto dos Militares) se sobrepõe ao de-
creto. Portanto, é ilegal a prática de desincorporar militares que
necessitam de tratamento médico, motivo pelo qual, o Poder
Judiciário vem regularmente censurando esses atos ilegais.

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ATENÇÃO: De acordo com o Decreto nº 92.512, de 2 de
abril de 1986, que estabeleceu normas, condições de
atendimento e indenizações para a assistência médico-
-hospitalar ao militar e seus dependentes, os militares
da ativa e da inatividade terão direito à assistência mé-
dico-hospitalar custeada integralmente pelo Estado,
quando dela necessitarem, em qualquer época, pelos
seguintes motivos: ferimento em campanha ou na ma-
nutenção da ordem pública, ou doença contraída nes-
sas condições ou que nelas tenha sua causa eficiente,
acidente em serviço e doença adquirida em tempo de
paz com relação de causa e efeito com o serviço.

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CONHECIMENTO É A MAIOR ARMA DE TODAS.
Pense nisso!
Art. 67. Licença é a autorização para afastamento total
do serviço, em caráter temporário, concedida ao militar,
obedecidas às disposições legais e regulamentares.

§ 1º A licença pode ser:


[...]
d) para tratamento de saúde própria.
[...]

VOCÊ SABIA? O cumprimento de punição disciplinar, por militar


do Exército em gozo de licença de tratamento de saúde própria,
somente deverá ocorrer após a sua apresentação “pronto na or-
ganização militar” (§ 5º, do artigo 49 do RDE). Não existe essa
previsão legal nos regulamentos disciplinares da Marinha e da
Aeronáutica.

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3.2 - Da agregação

Art. 80. Agregação é a situação na qual o militar da ati-


va deixa de ocupar vaga na escala hierárquica de seu
Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, nela permanecendo
sem número. [...]

Art. 82. O militar será agregado quando for afastado


temporariamente do serviço ativo por motivo de:
I - ter sido julgado incapaz temporariamente, após 1 (um)
ano contínuo de tratamento;
II - haver ultrapassado 1 (um) ano contínuo em licença
para tratamento de saúde própria;
[...]
V - ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto
tramita o processo de reforma;
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COMENTÁRIO: Como se observa o artigo 82 caput, o militar
agregado fica afastado do serviço (embora sujeito às obrigações
disciplinares), isto é, o militar agregado por um dos motivos cons-
tantes dos incisos I, II e V não exerce função militar, pois, o motivo
da agregação é justamente afastá-lo do cumprimento do expe-
diente por não estar apto para o serviço militar, mas pode ocorrer
de determinada autoridade militar submeter o seu comandado
agregado ao cumprimento do expediente. Essa prática é abusiva
e ilegal. O militar lesado não deve aceitar esse tipo de situação,
portanto, procure documentar esses abusos, guardando escalas
de serviços, fotos e outros meios que comprovem os fatos. Na dú-
vida, procure orientação com advogado especializado ou denun-
cie ao Ministério Público Federal (www.mpf.mp.br).

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Art. 83. O militar agregado fica sujeito às obrigações
disciplinares concernentes às suas relações com outros
militares e autoridades civis, salvo quando titular de car-
go que lhe dê precedência funcional sobre outros milita-
res mais graduados ou mais antigos.

Art. 84. O militar agregado ficará adido, para efeito de


alterações e remuneração, à organização militar que lhe
for designada, continuando a figurar no respectivo regis-
tro, sem número, no lugar que até então ocupava.

3.3 - Da reforma compulsória

Art. 106. A reforma ex officio será aplicada ao militar


que: [...]
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II - for julgado incapaz, definitivamente, para o serviço
ativo das Forças Armadas;
III - estiver agregado por mais de 2 (dois) anos por ter
sido julgado incapaz, temporariamente, mediante homo-
logação de Junta Superior de Saúde, ainda que se trate
de moléstia curável;

Art. 108. A incapacidade definitiva pode sobrevir em


consequência de:
I - ferimento recebido em campanha ou na manutenção
da ordem pública;
II - enfermidade contraída em campanha ou na manu-
tenção da ordem pública, ou enfermidade cuja causa
eficiente decorra de uma dessas situações;
III - acidente em serviço;
IV - doença, moléstia ou enfermidade adquirida em
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tempo de paz, com relação de causa e efeito a condições
inerentes ao serviço;
V - tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múlti-
pla, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia irrever-
sível e incapacitante, cardiopatia grave, mal de Parkin-
son, pênfigo, espondiloartrose anquilosante, nefropatia
grave e outras moléstias que a lei indicar com base nas
conclusões da medicina especializada;
VI - acidente ou doença, moléstia ou enfermidade, sem
relação de causa e efeito com o serviço.

0800 334 7100


(ligação de qualquer telefone fixo)

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3.4 - Do direito à reforma do militar portador do vírus HIV

“LEI Nº 7.670, DE 8 DE SETEMBRO DE 1988

Estende aos portadores da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - SIDA/


AIDS os benefícios que especifica, e dá outras providências.

Art. 1º A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - SIDA/AIDS fica conside-


rada, para os efeitos legais, causa que justifica:

I - A CONCESSÃO DE:
[...] c) REFORMA MILITAR, NA FORMA DO DISPOSTO NO ARTIGO 108, INCI-
SO V, DA LEI Nº 6.880, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1980 [...]”.

COMENTÁRIO: A Lei nº 7.670/88 complementa a relação


das doenças especificadas no inciso V, do artigo 108, da Lei nº
6.880/80 assegurando o militar portador do vírus HIV o direito
de reforma independentemente do grau de desenvolvimento da
doença, inclusive aos militares assintomáticos.

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§ 1º Os casos de que tratam os itens I, II, III e IV serão
provados por atestado de origem, inquérito sanitário
de origem ou ficha de evacuação, sendo os termos do
acidente, baixa ao hospital, papeleta de tratamento nas
enfermarias e hospitais, e os registros de baixa utilizados
como meios subsidiários para esclarecer a situação.

facebook.com/januario.advocaciamilitar
Januário Advocacia Militar
@advmilitar
Januário Advocacia Militar
@januarioadvmilitar

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COMENTÁRIO: O §1º do artigo 108 é muito importante, pois,
é comum os militares no exercício de suas atividades sofrerem
acidentes em serviço e, na maioria das vezes, não comunicam o
acidente, seja por acharem que as lesões sofridas foram mínimas
ou mesmo por desconhecimento da legislação. No entanto, essas
lesões que o militar não deu importância podem evoluir e resulta-
rem numa incapacidade definitiva para o serviço militar. Este é o
tipo de situação que o Escritório Januário Advocacia em mais de
16 (dezesseis) anos tem se deparado regularmente.

Diante do fato apresentado, o militar acidentado em serviço,


não deve hesitar. Dê a parte de acidente e requeira a instauração
de sindicância para ficar devidamente comprovado o acidente em
serviço junto à Seção de Saúde da OM para que se lavre o Ates-
tado de Origem. No caso da lesão evoluir a ponto de resultar na
incapacidade definitiva, o militar estará resguardado.

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ATENÇÃO: No caso em que não foi lavrado o atestado
de origem à época do acidente, o militar poderá reque-
rer a instauração do Inquérito Sanitário de Origem (ISO).
Cada Força dispõe de regulamento que trata da confec-
ção do ISO. No Exército Brasileiro está previsto na NTP-
MEx, na Marinha no DGPM-406, e na Força Aérea Bra-
sileira nas Instruções Gerais dos Documentos Sanitários
de Origem” (IGDSO).

§ 2º Os militares julgados incapazes por um dos motivos


constantes do item V deste artigo, somente poderão ser
reformados após a homologação, por Junta Superior de
Saúde, da inspeção de saúde que concluiu pela incapa-
cidade definitiva, obedecida à regulamentação específi-
ca de cada Força Singular.
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Art. 109. O militar da ativa julgado incapaz definitiva-
mente por um dos motivos constantes dos itens I, II, III,
IV e V do artigo anterior será reformado com qualquer
tempo de serviço.

(34) 99808-7425
www.januarioadvocacia.com.br

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3.5 - Do direito à isenção do imposto de renda

COMENTÁRIO: Como se pode observar da leitura do artigo 109,


para fazer jus à reforma com os proventos integrais do posto ou
graduação, basta a incapacidade definitiva para o serviço militar.
Além da reforma com o soldo integral, o militar fará jus também
à isenção do imposto de renda nos termos da legislação abaixo
transcrita:

“Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999:


[...] CAPÍTULO II - RENDIMENTOS ISENTOS OU NÃO TRIBUTÁVEIS
SEÇÃO I - Rendimentos Diversos

Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto:


[...] Proventos de Aposentadoria por Doença Grave

XXXIII - os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que


motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos porta-
dores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação

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mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanse-
níase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,
doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropa-
tia grave, estados avançados de doença de Paget (osteíte de-
formante), contaminação por radiação, síndrome de imunode-
ficiência adquirida, e fibrose cística (mucoviscidose), com base
em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença
tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma (Lei
nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XIV, Lei nºs 8.541, de 1992, art. 47,
e Lei nº 9.250, de 1995, art. 30, 2º [...]”.

Contato: atendimento@januarioadvocacia.com.br

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Art. 110. O militar da ativa ou da reserva remunerada,
julgado incapaz definitivamente por um dos motivos
constantes dos incisos I e II do art. 108, será reformado
com a remuneração calculada com base no soldo cor-
respondente ao grau hierárquico imediato ao que pos-
suir ou que possuía na ativa, respectivamente.

§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo aos casos previstos


nos itens III, IV e V do artigo 108, quando, verificada a
incapacidade definitiva, for o militar considerado inváli-
do, isto é, impossibilitado total e permanentemente para
qualquer trabalho.

§ 2º Considera-se, para efeito deste artigo, grau hierár-


quico imediato:
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a) o de Primeiro-Tenente, para Guarda-Marinha, Aspi-
rante a Oficial e Suboficial ou Subtenente;

b) o de Segundo-Tenente, para Primeiro-Sargento, Se-


gundo-Sargento e Terceiro-Sargento;

c) o de Terceiro-Sargento, para Cabo e demais praças


constantes do Quadro a que se refere o artigo 16.

§ 3º Aos benefícios previstos neste artigo e seus pará-


grafos poderão ser acrescidos outros relativos à remu-
neração, estabelecidos em leis especiais, desde que o
militar, ao ser reformado, já satisfaça às condições por
elas exigidas.

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DA CONDIÇÃO DE INVÁLIDO

COMENTÁRIO: O artigo 110, trata da reforma com os proventos


do grau hierárquico imediato, o qual se aplica somente nos casos
em que o militar foi julgado incapaz definitivamente para o serviço
militar, e teve reconhecida também a invalidez. Ressalta-se que
para fazer jus a esse benefício, a invalidez tem que ser decorrente
das situações previstas nos incisos III, IV, V e X do artigo 108.

3.6 - DO AUXÍLIO-INVALIDEZ: Para fazer jus ao benefício, não


basta que o militar tenha sido julgado inválido, tem que necessitar
de internação especializada, militar ou não, ou assistência, ou
cuidados permanentes de enfermagem, devidamente constata-
dos por Junta Militar de Saúde, e ao militar que, por prescrição
médica, também homologada por Junta Militar de Saúde, receber
tratamento na própria residência, necessitando de assistência ou
cuidados permanentes de enfermagem. O auxílio-invalidez está
previsto na Medida Provisória no 2.215-10, de 31 de agosto de
2001, e foi regulamentado pela Lei nº 11.421, de 21 de dezembro
de 2006.

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3.7 - Da reforma com remuneração proporcional

Art. 111. O militar da ativa julgado incapaz definitiva-


mente por um dos motivos constantes do item VI do ar-
tigo 108 será reformado:
I - com remuneração proporcional ao tempo de serviço,
se oficial ou praça com estabilidade assegurada; e

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o nosso
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COMENTÁRIO: A reforma com a remuneração proporcional
somente é aplicada nos casos em que a incapacidade definitiva
para o serviço é decorrente de acidente ou doença, moléstia ou
enfermidade, sem relação de causa e efeito com o serviço. A re-
forma neste caso somente aplica-se ao oficial ou praça estabili-
zado, isto é, que possui 10 (dez) ou mais anos de serviço militar.
O militar que se sentir injustiçado deve procurar um advogado
especializado.

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II - com remuneração calculada com base no soldo in-
tegral do posto ou graduação, desde que, com qualquer
tempo de serviço, seja considerado inválido, isto é, im-
possibilitado total e permanentemente para qualquer
trabalho.

Art. 112. O militar reformado por incapacidade definiti-


va que for julgado apto em inspeção de saúde por junta
superior, em grau de recurso ou revisão, poderá retornar
ao serviço ativo ou ser transferido para a reserva remu-
nerada, conforme dispuser regulamentação específica.

§ 1º O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo de-


corrido na situação de reformado não ultrapassar 2
(dois) anos e na forma do disposto no § 1º do artigo 88.
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§ 2º A transferência para a reserva remunerada, obser-
vado o limite de idade para a permanência nessa reserva,
ocorrerá se o tempo transcorrido na situação de reforma-
do ultrapassar 2 (dois) anos.
3.8 - Da interdição judicial do militar reformado por
alienação mental
Art . 113. A interdição judicial do militar reformado por
alienação mental deverá ser providenciada junto ao Mi-
nistério Público, por iniciativa de beneficiários, parentes ou
responsáveis, até 60 (sessenta) dias a contar da data do
ato da reforma.
§ 1º A interdição judicial do militar e seu internamento em
instituição apropriada, militar ou não, deverão ser provi-
denciados pelo Ministério Militar, sob cuja responsabilida-
de houver sido preparado o processo de reforma, quando:
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a) não existirem beneficiários, parentes ou responsáveis,
ou estes não promoverem a interdição conforme previs-
to no parágrafo anterior; ou
b) não forem satisfeitas às condições de tratamento exi-
gidas neste artigo.
§ 2º Os processos e os atos de registro de interdição do
militar terão andamento sumário, serão instruídos com
laudo proferido por Junta Militar de Saúde e isentos de
custas.
§ 3º O militar reformado por alienação mental, enquanto
não ocorrer a designação judicial do curador, terá sua
remuneração paga aos seus beneficiários, desde que
estes o tenham sob sua guarda e responsabilidade e lhe
dispensem tratamento humano e condigno.
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3.9 - Da reforma das praças especiais
Art. 114. Para fins de passagem à situação de inativi-
dade, mediante reforma ex officio, as praças especiais,
constantes do Quadro a que se refere o artigo 16, são
consideradas como:
I - Segundo-Tenente: os Guardas-Marinha, Aspirantes-
-a-Oficial;
II - Guarda-Marinha ou Aspirante-a-Oficial: os Aspiran-
tes, os Cadetes, os alunos da Escola de Oficiais Especia-
listas da Aeronáutica, conforme o caso específico;
III - Segundo-Sargento: os alunos do Colégio Naval, da
Escola Preparatória de Cadetes do Exército e da Escola
Preparatória de Cadetes-do-Ar;
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IV - Terceiro-Sargento: os alunos de órgão de formação
de oficiais da reserva e de escola ou centro de formação
de sargentos; e
V - Cabos: os Aprendizes-Marinheiros e os demais alu-
nos de órgãos de formação de praças, da ativa e da re-
serva.
Parágrafo único. O disposto nos itens II, III e IV é aplicá-
vel às praças especiais em qualquer ano escolar.

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4 - DOS DIREITOS
PECUNIÁRIOS AO
SER TRANSFERIDO
PARA A INATIVIDADE
REMUNERADA
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4.1 - Da ajuda de custo prevista na Medida Provisória
de transferência para a nº 2.215-10, de 31 de agosto
inatividade remunerada: de 2001 e foi regulamentada
O militar por ocasião de sua pelo Decreto nº 4.307, de 18
transferência para a inativi- de julho de 2002.
dade remunerada (reformado
ou transferido para reserva 4.2 - Do direito relativo às
remunerada) fará jus a uma férias: Além da ajuda de cus-
ajuda de custo, que para o ofi- to, o militar transferido para a
cial será de quatro vezes o va- inatividade remunerada fará
lor da remuneração, calculado jus ao valor relativo ao perí-
com base no soldo do último odo integral das férias a que
posto do círculo hierárquico a tiver direito e, ao incompleto,
que pertencer o militar. Para o na proporção de um doze avos
praça será quatro vezes o va- por mês de efetivo serviço (in-
lor da remuneração, calculado ciso II, do artigo 9º da Medida
com base no soldo de Subo- Provisória nº 2.215-10, de 31
ficial. A ajuda de custo está de agosto de 2001).
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4.3 - Saque do saldo do PASEP: No caso de reforma, ou
transferência para a reserva remunerada, o militar terá direito
de sacar o saldo total, o que pode ser feito em qualquer agência
do Banco do Brasil, bastando apresentar a documentação pes-
soal e a cópia da página do diário oficial da União que publicou
o ato de reforma.

4.4 - Isenção do IPI e IOF para Pessoas com Deficiência


e Autistas: Os militares portadores de deficiência física, visu-
al, mental severa ou profunda, ou autistas, poderão adquirir
com isenção de IPI e IOF, automóvel de passageiros de fabri-
cação nacional. Maiores informações estão disponibilizadas no
site da Receita Federal:
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/isenco-
es/isencao-ipi-iof-pessoas-fisicas

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Para a obtenção de isenção de ICMS e do IPVA, o militar deverá
consultar a Secretaria de Fazenda Estadual.

4.5 - Quitação de Financiamento de Imóvel pelo Sis-


tema Financeiro de Habitação: Poderá ocorrer que o mili-
tar reformado em razão de invalidez, possua financiamento de
imóvel junto ao Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Assim,
junto com as parcelas do imóvel, o militar certamente deverá
estar pagando também o seguro que garante a quitação do
imóvel em caso de invalidez ou morte. Assim, no caso de refor-
ma por invalidez, o militar deverá procurar o banco onde o fi-
nanciamento foi realizado para pleitear a quitação do imóvel.
No banco, o militar será informado sobre os documentos neces-
sários. Importante ressaltar que o início da doença deverá ser
posterior à assinatura do contrato para o financiamento.

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5 - ORIENTAÇÕES IMPOR

• Adquira uma pasta e guarde todas as apólices


que são emitidas anualmente por ocasião da atu-
alização dos valores do prêmio e das indenizações
(você pode precisar desses documentos se houver
necessidade de ingressar com uma ação judicial
contra a Companhia Seguradora);

• Mantenha seu endereço atualizado perante a


Companhia de Seguro;
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TANTES SOBRE SEGURO

• No caso de sinistro, comunique à Seguradora (é


o que determina o Código Civil, em seu artigo 771).
Não se esqueça de anotar o número do protocolo
do comunicado (se este foi realizado por meio do
serviço de 0800) ou de guardar a 2ª via do co-
municado (se este foi protocolado diretamente na
Seguradora). Não se esqueça, ainda, de guardar a
apólice vigente na data do sinistro.

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ENTENDA
ALGUMAS
DEFINIÇÕES
40
PROPOSTA: APÓLICE:
É o instrumento pelo É o meio de prova regu-
qual o segurado apresen- lar do contrato de seguro.
ta à Seguradora o pedido
PRÊMIO:
de cobertura do risco que
É o valor pago pelo se-
pretende garantir.
gurado à seguradora,
para que esta assuma a
A proposta pode ser
responsabilidade pelos
feita de várias maneiras:
riscos.
verbalmente, de forma
pessoal e direta ou por SINISTRO:
telefone; pela internet ou É toda ocorrência que
como ocorre na maio- pode ser passível de in-
ria das vezes, ela é feita denização, pelos riscos
por escrito, precedendo a constantes do contrato de
emissão da apólice. seguro.
41
SEGURO DE
PESSOAS
PRESCRIÇÃO
42
Código Civil Brasileiro. Art. 206. Prescreve:

(...) § 1º Em um ano:

(...) ll - a pretensão do segurado contra o segurador,


ou a deste contra aquele, contado o prazo:

(...) b) quanto aos demais seguros, da ciência do


fato gerador da pretensão;

43
EXEMPLO:
O segurado toma Com a comunicação do
ciência inequívoca de sua sinistro junto à seguradora,
incapacidade definitiva o prazo prescricional é
para o serviço militar estabilizado, voltando a
ou invalidez para todo e contar somente quando
qualquer serviço (por meio a seguradora indefere,
de ata de inspeção de ou defere parcialmente o
saúde ou perícia médica pagamento da indenização.
judicial). A partir deste Ultrapassado este prazo, o
momento começa a contar segurado perde o direito de
o prazo prescricional de 01 pleitear a indenização ou a
(um) ano para o exercício complementação da
do direito de ação da parte. indenização.

44
OBSERVAÇÃO:
É importante saber que a orientação ao
lado é um exemplo comum de como pode
ocorrer a prescrição para o segurado. En-
tretanto, cada caso tem suas peculiarida-
des, sendo importante que consulte um ad-
vogado para ser orientado quanto ao caso
específico.
45
6 - PRINCIPAIS DIREITOS DO PACIENTE:
• Ter uma papeleta ou ficha médica;
• Ter acesso e cópia integral do prontuário médico, ficha clínica ou
similar, inclusive exames laboratoriais, laudos médicos,
psicológicos, psiquiátricos ou notas de enfermagem;
• Ter acesso integral a todas às suas contas e sua contabilidade
médica ou hospitalar, inclusive no serviço público;
• Ter acesso aos custos ou orçamento de um tratamento;
• Obter cópia de todas as anotações do médico para mostrar
a outro médico;
• Requerer ficha clínica após receber alta;
• Ter todas as anotações referentes à sua saúde redigidas com
letra legível;
• Permanecer com o seu acompanhante no momento da consulta;
• Levar gravador ou vídeo para registar a conversa com o médico;

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• Dispor de exames laboratoriais e seus resultados em original;
• Reunir especialistas para discutirem o diagnóstico do médico;
• Decidir como e onde morrer: em casa ou no hospital;
• Recusar certos tratamentos, medicamentos e intervenções
cirúrgicas;
• Visitar um parente ou filho hospitalizado fora do horário de
visitas pré-determinado;
• Segurar seu bebê no colo quando ele sofrer alguma intervenção.
• Permitir que crianças visitem o pai, mãe ou irmão no hospital;
• Acompanhar um filho dentro da sala de cirurgia;
• Ter explicações, esclarecimentos e instruções em linguagem
que possa entender;
• Recorrer ao PROCON e também ao conselho regional do profis-
sional que prestou o atendimento, como o Conselho Regional de
Medicina, Farmácia, Enfermagem, Psicologia, sem nenhum ônus;
Recorrer à justiça comum.
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3402-8631 | (85) 3771-9911 / Campo Grande -
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