Você está na página 1de 45

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR

Fiscalidade

Imposto Sobre
Rendimento de Pessoas
UNIDADE II Singulares - IRPS

2019
INSTITUTO SUPERIOR MONITOR

FISCALIDADE

Ficha Técnica:
Título: Fiscalidade – Imposto Sobre Rendimentos de Pessoas Singulares - IRPS
Autor: Hermínio Chitlango
Revisor: Emílio Muchanga
Execução gráfica e paginação: Instituto Superior Monitor
2ª Edição: 2019
Readaptação por Instituto Superior Monitor: Maio de 2019
© Instituto Superior Monitor

Todos os direitos reservados por:


Instituto Superior Monitor
Av. Samora Machel, n. º 202 – 2.º andar
Caixa Postal 4388 Maputo
MOÇAMBIQUE

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou
por qualquer processo, electrónico, mecânico ou fotográfico, incluindo fotocópia ou gravação,
sem autorização prévia e escrita do Instituto Superior Monitor. Exceptua-se a transcrição de
pequenos textos ou passagens para apresentação ou crítica do livro. Esta excepção não deve de
modo nenhum ser interpretada como sendo extensiva à transcrição de textos em recolhas
antológicas ou similares, de onde resulte prejuízo para o interesse pela obra. Os transgressores
são passíveis de procedimento judicial.
Cada unidade corresponde a cerca de 5 semanas de estudo. No final de cada unidade de
estudo irá encontrar um teste de avaliação que deverá ser respondido e enviado para o ISM
pelas seguintes vias: correio, entregue presencialmente na sede ou nos centros de recurso ou
digitalizado e enviado para o email: testes@ismonitor.ac.mz. Os testes devem ser enviados
ao fim de cada 5 semanas de estudo por forma a garantir o conhecimento atempado dos
resultados obtidos no mesmo. Não entregue os 3 testes ao mesmo tempo, pois assim não
estará a par da sua progressão e dos seus erros e melhorias que deve levar a cabo para ter
sucesso.

Na página do ISM www.ismonitor.ac.mz encontra todos os contactos. Deve estar sempre


atento aos contactos da direcção do seu curso, da coordenação e do tutor de cada uma das
disciplinas que frequenta.

No final de cada unidade é providenciada uma lista de bibliografia e de referências na internet


que poderá consultar. A biblioteca virtual do ISM inclui livros digitalizados, artigos, websites
e outras referências importantes para esta e outras disciplinas, que deverá utilizar na
realização de casos práticos. A biblioteca virtual pode ser consultada na página do ISM.

PRECISA DE AJUDA

No caso de dúvidas sobre os conteúdos desta unidade, por favor contacte o respectivo tutor.
O número do tutor será disponibilizado pela sua Faculdade, podendo também consultar os
contactos e horários do tutor através do site: https://www.ismonitor.ac.mz/ ou através da
página facebook: https://www.facebook.com/ismonitor/.

Uma vez que é um estudante universitário, as suas técnicas de aprendizagem deverão ser
distintas das que utilizava durante o ensino secundário, em regime presencial.

Nesta licenciatura, o aluno deverá assumir uma maior autonomia, isto é, uma maior
capacidade de gestão responsável do seu tempo.

Por este motivo, importa que construa um programa de estudos realista e que o cumpra
rigorosamente, seleccionando horários e locais tranquilos para estudar.
Fiscalidade

TRABALHOS

Depois de estudar cada capítulo desta unidade o estudante deve resolver todos os exercícios
de aplicação como forma de consolidação das matérias nela vertidas. Os exercícios de
aplicação não serão submetidos ao Instituto Superior Monitor.

DURAÇÃO
Tempo para leitura da unidade: 23 horas
Tempo para trabalhaos de pesquisa 11 horas
Tempo para a realização de exercícios práticos: 14 horas
Tempo para a realização de avaliação: 2 horas

TÉCNICAS DE ESTUDO
Por você ser um estudante universitário as suas técnicas de aprendizagem serão diferentes
das que usava nos tempos da escola secundária e na presença de um professor.
Neste curso você terá uma grande autonomia, isto é, RESPONSABILIDADE. Acima de
tudo, você fará uma gestão responsável do seu tempo.
Faça um programa de estudos realista e cumpra-o rigorosamente. Escolha horas e locais
tranquilos para os seus estudos.
Faça uso dos demais recursos referenciados na unidade e mobilize a sua motivação
profissional e/ou pessoal para adequar as suas actividades de estudo a outras
responsabilidades profissionais, sociais e pessoais. Partilhe as suas aprendizagens com os
outros.

É boa prática submeter os testes de cada disciplina de forma gradual, isso possibilitará-te a
avaliação do seu aproveitamento pedagógico, isto é, é sempre melhor conhecer a nota do
primeiro teste antes de submeter o segundo para em casos de insucesso saber redobrar o
esforço que lhe fará obter uma nota melhor. Contudo entregando todos os testes ao mesmo
tempo já anula a possibilidade de acompanhar o desempenho académico.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


4
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

RESULTADO DE APRENDIZAGEM

Ao concluir esta unidade o Estudante deverá será capaz de:

 Identificar os sujeitos passivos de IRPS;


 Identificar as categorias de rendimento;
 Determinar a matéria colectável do imposto para cada categoria de rendimento;
 `Proceder o cálculo do processamento de salário;
 Preencher os modelos 10 e 19 do IRPS
 Conhecer os prazos da submissão dos modelos nas finanças

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


5
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

ÍNDICE
PRECISA DE AJUDA .................................................................................................................... 3
TRABALHOS ................................................................................................................................. 4
DURAÇÃO ..................................................................................................................................... 4
TÉCNICAS DE ESTUDO .............................................................................................................. 4
RESULTADO DE APRENDIZAGEM .......................................................................................... 5
ESTRUTURA DA UNIDADE I ..................................................................................................... 7
CAPÍTULO I – IMPOSTO SOBRE RENDIMENTOS DE PESSOAS SINGULARES ................ 7
1.1. CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO ................................................................. 7
1.1. INCIDÊNCIA ....................................................................................................... 8
1.2. SUJEITOS PASSIVOS DO IRPS ...................................................................... 10
1.2.1. RESIDENTES EM TERRITÓRIO MOÇAMBICANO..................................... 11
1.2.2. NÃO RESIDENTES EM TERRITÓRIO MOÇAMBICANO ........................................ 11
1.2.3. AS PESSOAS COLECTIVAS E O IRPS ....................................................................... 11
1.3. OS RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS EM IRPS .............................................. 12
1.3.1. RENDIMENTOS DE TRABALHO DEPENDENTE – 1ª CATEGORIA ........ 12
1.3.2. RENDIMENTO DO TRABALHO INDEPENDENTE – 2ª CATEGORIA ...... 22
1.3.3. RENDIMENTOS DE CAPITAIS – 3ª CATEGORIA ....................................... 25
1.3.4. RENDIMENTOS PREDIAIS – 4ª CATEGORIA ............................................. 30
1.3.5. RENDIMENTOS DA 5ª CATEGORIA ............................................................ 32
1.4. A DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLECTÁVEL - ASPECTOS
COMUNS 39
1.4.1. VALORES FIXADOS EM MOEDA DIVERSA DO METICAL E OS
RENDIMENTOS EM ESPÉCIE .............................................................................................. 40
1.4.2. REGRAS DE EQUIVALÊNCIA EM METICAIS DE RENDIMENTOS EM
ESPÉCIE 40
1.5. A LIQUIDAÇÃO E O PAGAMENTO DE IRPS .............................................. 42
1.6. O IRPS E A EMPRESA ..................................................................................... 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 45

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


6
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

UNIDADE II – IMPOSTO SOBRE RENDIMENTO DE PESSOAS


SINGULARES - IRPS

ESTRUTURA DA UNIDADE II
Nesta unidade apresentaremos as questões relevantes do IRPS – Imposto sobre o
Rendimento de Pessoas Singulares.

Especificamente, os temas desta unidade são; o conceito de IRPS, a Incidência do IRPS,


Isenções da tributação, Determinação da Matéria Colectável, Liquidação e Pagamento
baseado no preenchimento de vários modelos fiscais. Portanto o estudante apreenderá a
identificar os sujeitos passivos e rendimentos sobre os quais se incide o IRPS, o apuramento
da base tributável, as formas de liquidação e pagamento do IRPS e finalmente como se
desenrola a relação empresa e o IRPS.

Recomenda-se que leia atentamente as generalidades desta unidade antes de iniciar os


seus estudos.

CAPÍTULO I – IMPOSTO SOBRE RENDIMENTOS DE


PESSOAS SINGULARES

1.1. CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO

De acordo com o n.º1 do Artigo 1, o IRPS é um imposto directo que incide sobre o valor
global anual dos rendimentos, mesmo quando provenientes de actos ilícitos.

O IRPS é pois em primeiro lugar, um imposto e, enquanto tal, encontra-se subordinado a


princípios gerais, como o da legalidade, da tipicidade, da igualdade, da protecção da família
e da protecção da propriedade privada. Mas a sua natureza subordina-se também, a outros
princípios específicos como o da capacidade contributiva, da generalidade da territorialidade,
da realização e do imediatismo.

O IRPS é, em segundo lugar, um imposto sobre rendimento.


Na ausência de uma definição legal de rendimento tributável, o código prevê cinco categorias
de rendimentos, em regra autónomas entre si, mas que comportam, nalguns casos, elementos
de preponderância e elementos de articulação. Não existe uma categoria verdadeiramente
residual.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


7
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

Por último, o IRPS é um imposto sobre rendimento das pessoas singulares, sendo portanto
um imposto subjectivo, estando conexos com o elemento subjectivo da incidência aspectos
como o da caracterização dos sujeitos passivos, a relevância do agregado familiar e a
residência como elemento objectivo de conexão territorial que legitima o poder de tributar o
rendimento auferido numa base mundial.

1.1. INCIDÊNCIA

OS SUJEITOS PASSIVOS DO IRPS

A Luz do n° 1 do CIRPS o IRPS é um imposto directo que incide sobre o valor global anual
dos rendimentos, mesmo quando provenientes de actos ílicitos. Deve, assim, distinguir-se
entre pessoas singulares residentes em território moçambicano, as quais são sujeitas a
imposto sobre totalidade dos seus rendimentos, incluindo os obtidos fora desse território (art.º
20 nº1 CIRPS) e pessoas singulares não residentes em território moçambicano, as quais
apenas são sujeitas a imposto sobre os rendimentos obtidos neste território (art. 20º nº 2
CIRPS).

O AGREGADO FAMILIAR

Relativamente as pessoas singulares residentes, deve distinguir-se entre as pessoas sós e as


pessoas que integram um agregado familiar. Existindo agregado familiar, o imposto é devido
pelo conjunto dos rendimentos das pessoas que o constituam, considerando-se como sujeitos
passivos aquelas a quem incumbe a sua direcção (art.º 18º nº2 CIRPS) e que são, segundo a
lei civil, os cônjuges que não sofram de qualquer inibição ou incapacidade de exercício.

O agregado familiar é composto diversamente, embora sempre com base na família nuclear
– pais e filhos ou equiparados – (art.18º nº 3):
a) Por cada um dos cônjuges e os seus dependentes a seu cargo;
b) Pelo pai ou a mãe não casados e os dependentes a seu cargo
c) Pelo adoptante não casado e os dependentes a seu cargo
De acordo com o consagrado no n°4 do art.18°do CIRPS consideram-se dependentes:
a) Os filhos, adoptados e enteados, menores não emancipados;
b) Os filhos, adoptados e enteados, maiores que, não tendo mais de 25 anos nem
auferindo anualmente rendimentos superiores ao mínimo previsto no artigo 56° do

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


8
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

CIPRPS, tenham frequentado no ano a que o imposto respeitaa 12ª classe,


estabelecimento de ensino médio ou superior ou cumprido serviço militar efectivo
normal.
c) Os filhos, os adoptados e enteados, maiores, inaptos para o trabalho e para amgariar
meios de subsistência, quando não aufiriram rendimentos superiores ao mínimo
previsto no artigo 56° do CIPRPS a que respeita o imposto;
d) Os menores sob tutela desde que não aufiram quaisquer rendimentos;
e) Os ascendentes a cargo do sujeito passivo, incapazes para o trabalho e para angariar
meios de subsistência, quando não aufiram rendimentos superiores ao mínimo
previsto no artigo 56° do CIPRPS a que respeita o imposto.

A luz do n°6 do art.18° do CIPRS as pessoas referidas no número anterior não podem,
simultaneamente, fazer parte de mais de um agregado familiar, nem constar de mais do que
uma declaração de rendimentos. O n°7 do art. 18°do CIPRS sublinha que a situação pessoal
e familiar dos sujeitos passivos relevante para efeitos de tributação é aquela que se verifica
no último dia do ano a que o imposto respeite.

Exemplo 1:

A família Cossa é constituída pelo casal Anacleta e Alberto, as duas filhas menores, um filho
João com 27 anos que frequenta o ensino superior, um sobrinho cujos pais faleceram e o
José, pai do Augusto, que não aufere qualquer rendimento.

Resposta:. Para efeitos de IRPS, o agregado familiar é constituído pelo casal, as filhas
menores, o sobrinho caso a tutela tenha sido atribuída judicialmente a um dos cônjuges e o
José. Isto é, como o casal já não engloba os rendimentos se a Anacleta e Alberto ambos
auferirem rendimentos então só existem 3 dependentes que devem sem repetição declarados
no modelo 10 de cada cônjuge.

O filho André não deve, do ponto de vista fiscal, ser incluído neste agregado familiar. Se
este obtiver rendimentos deverá apresentar a sua declaração de rendimentos autonomamente.

Exemplo 2:

O Sr. Carlos Langa é casado e não separado judicialmente sabe-se que a Sra. Catarina Sitoe
sua esposa não aufere nenhum rendimento, vivem com o casal três filhos, o mais velho tem
26 anos de idade e encontra-se a frequentar o último ano no curso de economia na
Universidade Eduardo Mondlane. Sabe-se ainda que dos filhos do casal o do meio com 20

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


9
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

anos de idade trabalha na empresa Petromoc e recebe mensalmente 21 000,00 Mts. Além
dos filhos vive com o casal a Sra. Lina Tembe sem renda mãe do Sr. Carlos.

Resposta: De acordo com o previsto no n° 3 e 4 ambos dos art.18°do CIRPS o Sr. Carlos
possui três (3) dependentes que são a sua esposa, a caçula e Sra. Lina sua mãe.

O filho mais velho é rejeitado como dependente a luz da alínea b do n°4 do art.18°do CIRPS,
e o do meio é refutado como dependente conforme a alínea d do n°4 do mesmo código.

Exemplo 3:

A Sra. Lenucha é viúva e vive com a mãe que se encontra aposentada e seus 5 filhos, nos
filhos um recebe salário anual acima de 225.000,00 e outro recebe um rendimento anual
inferior a 225.000,00, sabe-se dos filhos da Sra. Lenucha a menina de 18 anos já foi
emacipada e está apta a conduzir um dos carros para levar os outros irmãos mais novos
para o colégio.

Quantos dependentes estão a cargo da Sra. Lenucha?

Resposta: Conforme previsto nos n° 3 e 4 do art. 18 do CIRPS, a Sra. Lenucha tem apenas
3 dependentes, portanto, não são seus dependentes a mãe, a filha emacipada e o filho que tem
rendimento anual superior a 225.000,00 Mts.

Nota: prezado /a estudante sempre que a interpretação da legislação fiscal se afigurar


complexa contacte o seu tutor para melhor esclarecimento das suas dúvidas.

1.2. SUJEITOS PASSIVOS DO IRPS

Incidência Pessoal

Conforme o âmbito da sujeição os n°1 e 2 do artigo 20° CIRPS abordam a questão de


sujeitos passivos residents e não residentes, no entanto, em matéria de fisco o que é
residência?

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


10
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

1.2.1. RESIDENTES EM TERRITÓRIO MOÇAMBICANO


O artigo 21º dispõe que são residentes em território moçambicano as pessoas que, no ano a
que respeitam os rendimentos:
a) Hajam nele permanecido mais de 180 dias, seguidos ou interpolados;
b) Tendo permanecido por menos tempo, ai disponham, em 31 de Dezembro desse ano,
de habitação em condições que façam supor a intenção de a manter e ocupar como
residência permanente;
c) Desempenham no estrangeiro funções ou comissões de carácter público, ao serviço
da República de Moçambique;
d) Sejam tripulantes de navios ou aeronaves, desde que aqueles (tripulantes) estejam ao
serviço de entidades com residência, sede ou direcção efectiva no território
moçambicano.
2. Serão sempre havidas como residentes em território moçambicano as pessoas que
constituem o agregado familiar, desde que naquele resida qualquer das pessoas a quem
incumbe a direcção do mesmo.

1.2.2. NÃO RESIDENTES EM TERRITÓRIO MOÇAMBICANO

Os não residentes são tributados em território moçambicano apenas pelos rendimentos aqui
obtidos; é o art.º 22º do CIRPS que estabelece os elementos de conexão territorial que
permitem identificar os rendimentos que se consideram obtidos em território moçambicano.
Esses elementos gravitam, fundamentalmente, em torno dos critérios da localização da fonte
do rendimento e da entidade devedora do rendimento.

1.2.3. AS PESSOAS COLECTIVAS E O IRPS

Recaem sobre pessoas colectivas e outras entidades equiparadas, com sede, direcção
efectivas ou estabelecimento estável em território moçambicano, deveres diversos, conexos
com a tributação em IRPS.
Com efeito, as pessoas colectivas ou entidades equiparadas que devam, paguem ou coloquem
à disposição rendimentos sujeitos a IRPS, ou que intervenham em actos susceptíveis de
gerarem rendimentos tributáveis em IRPS, ou que sejam credoras de encargos ou despesas
susceptíveis de abatimento em IRPS, estão subordinados a um conjunto de obrigações cujos
activos são quer o Estado, quer os sujeitos passivos de IRPS, consoante os casos.
Tais deveres constituem-se, uns no âmbito da substituição tributária, outros no âmbito do
dever geral da colaboração que recai sobre essas entidades.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


11
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

1.3. OS RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS EM IRPS

1.3.1. RENDIMENTOS DE TRABALHO DEPENDENTE – 1ª CATEGORIA

INCIDÊNCIA OBJECTIVA
Integram-se na 1ª Categoria (art.º 2º) os rendimentos derivados, directa ou
indirectamente, da prestação de trabalho dependente ou por conta de outrem, bem
como aqueles que a Lei qualifique como tais.
No entanto, o art.º 2º prevê situações fiscalmente qualificadas como fonte de
rendimentos do trabalho dependente que são todas as remunerações pagas ou postas
à disposição do seu titular provenientes de:
a) Trabalho por conta de outrem prestado ao abrigo de contrato individual de
trabalho ou de outro a ele legalmente equiparado:
b) Trabalho prestado ao abrigo de um contrato de aquisição de serviços ou outro de
idêntica natureza, seja prestado sob autoridade e a direcção da pessoa do
adquirente dos serviços.
c) Exercício de função, serviço ou cargo público;
d) Situações de pré-reforma, pré-aposentação ou reserva, com ou sem prestação de
trabalho, bem como de prestação atribuídas, a qualquer titulo, antes de verificados
os requisitos exigidos nos regimes obrigatórios de segurança social aplicáveis
para a passagem à situação de reforma ou, mesmo que não subsista o contrato de
trabalho, se mostrem subordinados à condição de serem devidas até que tais
requisitos se verifiquem, mesmo que devidas por fundos de pensões ou outras
entidades, que se substituam à entidade originariamente devedora.

Entende-se por remuneração: Ordenados, salários, vencimentos, gratificações,


percentagens, comissões, participações, subsídios ou prémios, senhas de presença,
emolumentos, participações em multas e outras remunerações acessórias.
Elemento essencial, mas também não exclusivo, da qualificação dos rendimentos do
trabalho dependente é a retribuição, ou seja, a contraprestação em numerário ou em
espécie, certa variável ou mista, paga ou colocada à disposição do trabalhador, de
forma regular e periódica.
No entanto outras prestações principais, devidas aos trabalhadores por conta de
outrem, ainda que possam não integrar o conceito de retribuição, preenchem por
previsão legal o conceito mais abrangente de remuneração e tudo o que for
considerado renumeração será, em princípio, considerado rendimento sujeito a
tributação como rendimento do trabalho dependente.
Entre as prestações não compreendidas no conceito civilístico de retribuição,
podemos distinguir entre prestações principias e prestações acessórias.
Nas prestações acessórias inclui-se um leque cada vez mais vasto, sobretudo de
renumerações em espécie, geralmente designadas por finge benefits ou vantagens

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


12
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

acessórias. Nelas se compreende todos os direitos, benefícios ou regalias não


incluídos na renumeração principal que sejam auferidos devido beneficiário uma
vantagem económica, designadamente:
a) Os abonos de família e respectivas prestações complementares, excepto na parte
em que não excedam os limites legais estabelecidos;
b) O subsídio de refeição na parte em que exceder o salário mínimo legalmente
estabelecido;
c) Os subsídios de residência ou equivalentes ou a utilização de casa de habitação
fornecida pela entidade patronal, excepto casas próprias localizadas no recinto do
empreendimento;
d) Os resultantes da utilização pessoal pelo trabalhador ou membro do órgão social,
de viatura automóvel que gere encargos para a entidade patronal, quando exista
acordamos escrito entre o trabalhador ou membro do órgão social e a entidade
patronal, sobre a imputação àquele da referida viatura automóvel.
Assim, e se não for celebrado novo vínculo gerador de rendimentos de trabalho
dependente com a mesma entidade ou com outra que com ela esteja em relação
de domínio, de grupo ou de simples participação, é excluída da tributação.
e) As importâncias despendidas pela entidade patronal com viagens e estadias, de
turismo e similares, não conexas com as funções exercidas pelo trabalhador ao
serviço da mesma entidade;
f) Os impostos e outros encargos legais devidos pelo trabalhador e que a entidade
empregadora tome sobre si.

De acordo com o Art. nº 4, são ainda considerados rendimentos de trabalho


dependente:
a) As remunerações dos membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas e
entidades equiparadas;
b) As importâncias que os empresários individuais escriturem como remuneração do seu
trabalho ou do prestado pelas pessoas que façam parte do respectivo agregado
familiar;
c) Os abonos para falhas devidos a quem no seu trabalho tenha de movimentar
numerário, na parte em que exceda 5% da remuneração mensal;
d) As ajudas de custos e as importâncias auferidas pela utilização de automóvel próprio
em serviço da entidade patronal, na parte em que ambos excedam o limite dos
quantitativos estabelecidos para os funcionários do Estado, com remunerações fixas
equivalentes ou mais aproximadas;
e) As verbas de deslocação, viagens ou representação de que não tenham sido prestadas
contas até ao termo do exercício.
f) As gratificações não atribuídas pela entidade patronal, conexas com a prestação de
trabalho dependente, embora estas sejam tributadas a uma taxa especial de 15%, nos
termos do art.º 75º.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


13
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS
Os rendimentos do trabalho dependente ficam sujeitas a tributação quando são pagos
ou colocados a disposição e é com referência ao ano de pagamento ou da colocação
a disposição que devem ser declarados, mesmo que sejam susceptíveis de reporte.
A titularidade de rendimentos do trabalho dependente nas condições referidas,
determina apresentação anual da declaração do Modelo 10. E as entidades pagadoras
declaram o pagamento de IRPS no modelo 19.
Anexo a que se refere o artigo 65°-A

Valor do IRPS a reter relativo ao limite inferior do Taxa aplicável a cada


Limites dos intervalos salário salário bruto, por número de dependentes (MTs) unidade adicional do
bruto mensal limite inferior do
0 1 2 3 4 ou mais salário bruto

Até 20 249,99
De 20 250,00 até 20 749,99 0,00 0,10
De 20 750 até 20 999,99 50,00 0,00 0,10
De 21 000,00 até 21 249,99 75,00 25,00 0,00 0,10
De 21 250,00 até 21 749,99 100,00 50,00 25,00 0,00 0,10
De 21 750 até 22 249,99 150,00 100,00 75,00 50,00 0,00 0,10
De 22 250,00 até 32 749,99 200,00 150,00 125,00 100,00 50,00 0,15
De 32 750,00 a té 60 749,99 1.775,00 1.725,00 1.700,00 1.675,00 1.625,00 0,20
De 60 750,00 até 144 749,99 7.375,00 7.325,00 7.300,00 7.275,00 7.225,00 0,25
De 144 750,00 até diante 28.375,00 28.325,00 28.300,00 28.275,00 28.225,00 0,32

Antes de aprender a preencher o modelo 10 referente a liquidação anual do imposto é


importante o estudante saber calcular o salário líquido do trabalhador onde é também objecto
de estudo o cálculo do IRPS.

1. A empresa Moz Alarmes Lda em 25 de Maio de 2018 processou salário dos seguintes
trabalhadores:
Salário Nr de
Nome INSS
Bruto dependentes
Tânia Manjate 75 000,00 7% 4
Tómas Manhica 19 250,00 7% 2
Alexandre Tivane 100 000,00 7% 0

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


14
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

Pedidos:
a) Apure o salário líquido de cada trabalhador
b) Mostre o lançamento de processamento de salário
c) Suponha que para além do seu salário base a Sra. Tânia recebe subsídios de refeição e
abonos de falha respectivamente 8.000,00 Mts e 6.000,00 Mts e o salário mínimo do seu
sector está fixado em 6.500,00 Mts. Qual é base de tributação para cada subsídio? E com
que valor seria calculado o seu IRPS?
d) Preencha o modelo 10 dos sujeitos passivos de IRPS conforme o rendimento anual de
cada um sem considerar os subsidios e pode acrescentar os dados não fornecidos como
Nuit, estado cívil e informação relacionada com os dependentes.
e) Qual deve ser o prazo da entrega do modelo 10?

IRPS = Base do IRPS + (Salário Bruto - Limite Inferior)*taxa

INSS = Salário Bruto*3%

Salário Líquido = Salário Bruto – IRPS – INSS – Outros descontos


Para calcular o Salário líquido é imperioso o estudante conhecer as fórmulas acima, no entanto, para
calcular o IRPS da Tânia segue-se os passos.
a) Apure o salário líquido de cada trabalhador
Passo 1 – Identificar o intervalo do salário na tabela de retenção na fonte;

Quem recebe 75.000,00 Mts está no intervalo de 60 750,00 até 144 749,99

Passo 2 Identificar a base do IRPS

Conhecido o intervalo e olhando para a coluna de dependentes, o número extraído no cruzamento da


linha do intervalo de salário e número de dependentes é 7.225,00.

Passo 3 Identificar a taxa ou coeficiente aplicável


A taxa do intervalo salarial identificado é de 0,25
Portanto, IRPS = 7.225,00 + (75.000,00 – 60 750,001)*0,25
IRPS = 10.787,50
INSS2 = 75.000,00*0,03 = 3.000,00 Mts

1
Limite inferior do intervalo do salário.
2
Nos 7% do INSS apenas desconta-se 3% sobre o salário bruto do trabalhador porque 4¨% é pago pela empresa.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


15
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

Nota: Para calcular o IRPS do Alexandre Tivane é só seguir o mesmo raciocínio, mas saiba
que o Tomás não desconta o IRPS porque recebe um salário base abaixo de 20.250,00 como
mostra a tabela de retenção, contudo independentemente do salário que o trabalhador efectivo
aufere deve descontar 3% do INSS.

Outros Salário
Salário Base IRPS INSS
Nome do trabalhador descontos Líquido
1 2 3 4 5 =1- (2+3+4)
Tânia Manjate 75.000,00 10.787,50 2.250,00 - 61.962,50
Tomás Manhiça 19.250,00 577,50 - 18.672,50
Alexandre Tivane 100.000,00 17.187,50 3.000,00 - 79.812,50
Total 194.250,00 27.975,00 5.827,50 - 160.447,50
Tabela 1: de cálculo do salário líquido

Com estes exemplos cremos que o prezado estudante está em condições de calcular o salário
líquido dos trabalhadores efectivos de uma determinada empresa.

b) Lançamento de processamento de salário

62 Gastos com pessoal


622 Remunerações dos trabalhadores
6221 Tânia Manjate 75.000,00
6222 Tomás Manhiça 19.250,00
6223 Alexandre Tivane 100.000,00
623 Encargos sobre remunerações 7.770,00
a 44 Estado
4421 Rendimento de trabalho dependente 27.975,00
449 Contribuições para o INSS 13.597,50
a 46 Outros credores
4622 Remunerações dos trabalhadores a pagar 160.447,50
Pelo processamento de salários dos trabalhadores

Nota explicativa: lembre-se que as contas da classe 6 debitam pelo aumento de despesas e
a conta estado pelo INSS e IRPS credita pelo aumento de dívida a pagar e por fim credita a
conta outros credores pelo aumento de dívidas a pagar aos trabalhadores, saiba que é na fase
de processamento de salário que se regista as despesas e dívidas a pagar. No entanto, no
lançamento a conta de INSS é creditado pelo total do INSS pago pelo trabalhador e pela
empresa (7%), enquanto nos encargos sobre remunerações só se considera os 4% pagos pela
empresa uma vez que 3% de INSS suportada pelo trabalhador já se descontou no apuramento
do salário líquido.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


16
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

c) O subsídio de alimentação enquadra-se nas remunerações acessórias disposto na


alínea b do n°1 do art. 3° do CIRPS
Portanto a base de tributação de seria calculado desta forma:

Base de tributação = Subsídio de alimentação – Salário Mínimo


No que toca aos abonos para falha enquadra-se nos outros rendimentos do trabalho
dependente conforme alínea c do art.4°do CIRPS e calcula-se desta forma:

Base de tributação = Abonos para falhas - 5% Salário Base

BT (Refeição) = 8.000,00 – 6.500,00


BT (Refeição) = 1.500,00 Mts

BT (Abonos para falha) = 6.000,00 – 0,05*75.000,00 Mts


BT (Abonos para falha) = 1.250,00 Mts

Nota: Sempre que pela formula o resultado da base de tributação for um número
negativo considera-se zero porque não há excesso do limite estabelecido.

Salário base 75.000,00


BT (Refeição) + 1.500,00
BT (Abonos/Falha) + 1.250,00
Total 77.750,00

Conforme a demonstração na tabela 77.750,00 Mts seria o valor a ser considerado no


cálculo do IRPS da Sra. Tânia.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


17
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

d) Preenchimento do modelo 10 da Tânia Manjate no final do ano.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


18
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

Advertência: Prezado estudante qualquer dificuldade relacionada com o preenchimento do


modelo 10 deve ligar ao docente da disciplina para ter esclarecimento. Importa referir que na
prática o trabalhador não precisa preencher a parte de anexo, mas é importante saber efectuar
cálculos da liquidação do imposto que são preenchidos no anexo ou verbete do modelo 10.
Preenchido o modelo 10 da Sra. Tânia Manjate o estudante deve preencher o modelo 10 de
Sr. Alexandre Tivane.

e) Tratando-se de rendimentos da 1ª categoria o modelo 10 deve ser entregue de Janeiro


a 31 de Março de 2019

2. O Sr. Jaime Chissano é director financeiro na empresa ABD Lda e tem a seu cargo
três (3) dependentes, durante o ano de 2017 auferiu o rendimento correspondente a
1.800.000,00 Mts e foi-lhe retido o IRPS de 359.760,00 Mts. Pede-se o
preenchimento do modelo 10 incluíndo o anexo dos rendimentos da 1ª categoria.

Obs: O estudante pode acrescentar os dados não fornecidos como Nuit, estado cívil e
informação relacionada com os dependentes etc.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


19
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

Preenchimento do modelo 10 com respectivo anexo

República de Moçambique
IRPS - DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS (Art.52 CIRPS) M/10 IRPS
Ministèrio das Finanças
Autoridade Tributária de Moçambique
Direcção Geral dos Impostos
2. NUIT: 111894017
1. Nome do sujeito passivo Jaime Chissano
5. Ano que
4. Tipo de
3. Estado cívil do sujeito passivo respeitam os
declaração
rendimentos
X 1ª declaração do ano 2017
X Casado e não separado judicialmente Separado de facto De substituição
Não casado ou separado judicialmente Total de dependentes 2
6. Endereço Fiscal do agregado familiar
1° Bai rro fi scal
Identificacão dos dependentes do agregado familiar
Nome Grau parantesco data de nascimento Tipo de doc N° do documento
1. A Pai 03-04-1945 BI 19433339303K
2. B Filha 10-01-2010 BI 19848333933J
3. C Filho 25-07-2012 BI 10298223944I
4.
7. IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE PAGADORA
Rendimento de
Contribuições Indeminização por Retenção na
Nuit da entidade pagadora trabalho
sindicais despedimento fonte
dependente
400759402 1.800.000,00 359.760,00

Totais 120 1.800.000,00 121 122 130 359.760,00


Verbete anexo 10 V - Englobamento
1. Nome do sujeito passivo 2. NUIT
Jaime Chissano 111894017
3. ENGLOBAMENTO DE RENDIMENTOS LÍQUIDOS E CÁLCULO DO IMPOSTO
A. RENDIMENTO LÍQUIDO TOTAL (CAMPO 7 QUADRO 120 -121 -122 DO MODELO 10) 1.800.000,00
B- Abatimentos
Encargos com pensões decorrentes de setença ou acordo judicial (art.51)
Mínimo não tributável (art.56) 225.000,00
TOTAL DOS ABATIMENTOS (B) 225.000,00
C- RENDIMENTO COLECTÁVEL (C=A-B) 1.575.000,00
D = CÁLCULO DO IMPOSTO (C * taxa - parcela a bater) art.54 362.460,00
E - COLECTA = D 362.460,00
DEDUÇÃO A COLECTA
F1 - Relativa a situação pessoal e familiar (art.60) 2.700,00
F2 - Dupla tributação internacional (art. 61)
F3 - Retenção na fonte 359.760,00
G - LIQUIDAÇÃO DO IRPS B (E - F1 -F2) Se menor que zero considera-se zero 359.760,00
H - IRPS A PAGAR = G - F3, Se for maior que zero 0,00
I - IRPS A RECUPERAR = G - F3, Se for menor que zero 0,00

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


20
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

O estudante já aprendeu a calcular o salário líquido a partir do salário bruto, mas é também
importante saber calcular o salário bruto a partir do salário líquido, visto que ao trabalhador
interessa-lhe negociar o salário líquido, mas a empresa interessa-lhe negociar o salário bruto,
dai a razão de ter que saber calcular esses salários nessas perspectivas.

3. A Delfina e Joana negociaram um salário líquido de 35 500,00 Mts Líquidos, mas


sabe-se que a Delfina tem 3 dependentes e a Chudy apenas um qual é o salário bruto
de cada uma?
`Para resolver este exercício o estudante deve usar a tabela usada no cálculo do IRPS para
identificar o possível intervalo e base do IRPS em função da informação disponibilizada pelo
trabalhador.
Começando pela Delfina temos:
IRPS = 1.675,00 + (SB – 32.750,00)*0,2
IRPS = 1.675,00 + 0,2SB – 6.550,00
IRPS = 0,2SB – 4.875,00

Prezado estudante o IRPS é dado por esta função porque não é possível calcular o seu valor
sem ter o valor do salário bruto, de seguida colocamos a função do IRPS no cálculo do salário
líquido sem se esquecer de conjugar os sinais da função e da formula geral.
35.500,00 = SB -0,2SB + 4.875,00 – 0,03SB
35.500,00 – 4.875,00 = SB -0,2SB – 0,03SB
30.625,00 = 0,77SB
SB = 30.625,00/0,77
SB = 39.772,73

O salário bruto da Delfina deve ser fixado em 39.772,73 para puder levar o salário de
35.500,00 Mts
Já para Joana mudando apenas a base do IRPS consoante o número de dependentes fica:
IRPS = 1.725,00 + (SB – 32.750,00)*0,2
IRPS = 1.725,00 + 0,2SB – 6.550,00
IRPS = 0,2SB – 4.825,00

35.500,00 = SB -0,2SB + 4.875,00 – 0,03SB


35.500,00 – 4.825,00 = SB -0,2SB – 0,03SB
30.625,00 = 0,77SB
SB = 30.675,00/0,77
SB = 39.837,66 Mts

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


21
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

EXERCÍCIOS DE CÁLCULO DE IRPS - 1ª CATEGORIA

1. A Premier Bet uma empresa que coloca a disposição as apostas de várias


modalidades de jogos. No mês de Setembro de 2018 em relação aos cálculos
de salário líquido disponibilizou a seguinte informação:

Salário N° de
Base Dependentes
Trabalhador A 20.000,00 2
Trabalhador B 25.000,00 1
Trabalhador C 10.000,00 0
Trabalhador D 32.500,00 2

a) Pretende-se o cálculo do salário líquido de cada trabalhador


b) Preencha o modelo 10 e respectivo anexo para cada sujeito passivo de IRPS
2. A Sociedade GAMA S.A realizou uma entrevista a três candidatos, na
negociação do salário cada um deu a proposta de salário líquido numa fase
inicial.

Candidato Salário N° de
liquido dependentes
A 25.000,00 0
B 140.000,00 2
C 19.594,00 1

a) Apure o salário base de cada candidato


b) Quem é sujeito passivo de IRPS? Mostre o valor de IRPS desses sujeitos passivos.

1.3.2. RENDIMENTO DO TRABALHO INDEPENDENTE – 2ª CATEGORIA

INCIDÊNCIA OBJECTIVA

De acordo com o n°1 e 2° do art. 8° CIRPS integram-se na 2ª categoria os rendimentos


imputáveis a trabalho independente, abrangendo as seguintes situações:

a) Os decorrentes do exercício de qualquer actividade comercial, industrial, agrícola,


silvícola ou pecuária;

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


22
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

b) Os auferidos no exercício por conta própria, de qualquer actividade de prestação


de serviços, ainda que conexas com qualquer actividade comercial, industrial,
agrícola, silvícola ou pecuária;
c) Os rendimentos provenientes da propriedade intelectual, como tal se entendendo
os direitos de autor e direitos conexos, da propriedade industrial, do know-how,
quando auferidos pelos titulares originários;
d) Os decorrentes de actividades artísticas, desportivas e ou culturais;
e) Outros rendimentos desta categoria deverão ser visitados. Art. nº 8 nº.3

FORMAS DE DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO LÍQUIDO

Segundo dispõe o Art.º 30º, a determinação do rendimento líquido do trabalho


independente far-se-á com base na contabilidade organizada, no regime de
escrituração simplificada, ou na aplicação das regras decorrentes do regime
simplificado de determinação do rendimento colectável. ou nos livros de registo de
serviços prestados e de despesas.

DEVERES ACESSÓRIOS DE NATUREZA DECLARATIVA

Os titulares de rendimento da 2ª categoria devem apresentar:

a) Declaração de início de actividade, antes do seu início;


b) Declaração anual de rendimento, do Modelo nº 10, acompanhada do anexo.
c) Declaração anual de informação contabilística e fiscal, nos termos do disposto no
Art.º 39 do RCIRPC - 20E, acompanhada dos anexos que dela fazem parte
integrante e que o sujeito passivo esteja obrigado a apresentar. A obrigação que
deve ser cumprida até ao último dia útil do mês de Junho de cada ano.
d) Declaração de cessação de actividade, a qual deverá ser comunicada no prazo
de 30 dias a contar com a data da cessação da actividade.

DEVERES ACESSÓRIOS DE NATUREZA CONTABILÍSTICA

Os titulares de rendimentos da 2ª categoria devem:

a) Emitir recibo do modelo oficial de todas as importâncias recebidas dos seus clientes,
incluindo, portanto as relativas a adiantamentos, provisões e reembolso de despesas;
b) Emitir factura ou documento equivalente por cada transmissão de bens, prestação de
serviços ou de outras operações efectuados e a emitir documento de quitação de todas
as importâncias recebidas.
c) Escriturar e manter actualizados os livros de registo obrigatórios e mantê-los em
ordem;

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


23
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

Os livros de registo, ou de contabilidade, devem estar centralizados no domicilio do


sujeito passivo ou no se local de exercício da actividade, devem ser, juntamente com
os documentos respectivos, arquivados e guardados em boa ordem durante os dez
anos civis subsequentes aquele a que digam respeito.

APLICAÇÃO DE MÉTODOS INDIRECTOS NA DETERMINAÇÃO DOS


RENDIMENTOS DO TRABALHO INDEPENDENTE (REMISSÃO)

Nos termos do disposto no artigo 38º CIRPS, é possível a aplicação de métodos


indirectos para determinar os rendimentos líquidos do trabalho independente, desde
que, com as necessárias adaptações, se verifiquem os factos e os requisitos previstos
no artigo 38º:

OPÇÃO PELA TRIBUTAÇÃO SEGUNDO AS REGRAS DA 1ª CATEGORIA


QUANDO O PROFISSIONAL INDEPENDENTE PRESTE SERVIÇOS A
UMA ÚNICA ENTIDADE
De acordo com o Art.30º CIRPS o sujeito passivo pode optar, se os rendimentos
auferidos resultarem de serviços prestados a uma única entidade, o sujeito passivo
poderá optar pela tributação de acordo com as regras estabelecidas para a 1ª categoria,
mantendo-se essa opção por um período de três anos.

A opção agora permitida não retira ao sujeito passivo a qualidade de titular de


rendimentos da 2ª categoria, designadamente para efeitos declarativos (declaração de
inicio, declaração de cessação e declaração anual) e para efeitos de IVA.

Exemplo

1. A BDC MOÇAMBIQUE LDA contratou um consultor para elaborar o


manual de procedimentos de funcionamento da empresa “medidas de controlo
interno de todas as áreas operacionais da empresa” sabendo que foi pago um
salário líquido de 100.000,00 MTs qual foi o gasto total suportado pela BDC
MOÇAMBIQUE LDA? Mostre o valor do IRPS por pagar.

R: Sendo rendimento da segunda categoria o caro estudante deve saber que a


taxa a ser usada nesta categoria é de 20% conforme previsto no n°1 do
art.32°CIRPS

Salário líquido = Salário bruto - IRPS

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


24
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

100.000,00 = SB – 0,2SB
100.000,00 = 0,8SB
SB = 100.000,00/0,8
SB = 125.000,00

IRPS = Salário Bruto – Salário Líquido ou Salário bruto x 20%


IRPS = 125.000,00 Mts – 100.000,00 ou 125.000,00x0,2
IRPS = 25.000,00 Mts

EXERCÍCIOS DE CÁLCULO DE IRPS - 2ª CATEGORIA

A W & C Lda. É uma consultoria na aréa de gestão e conforme contrato da sociedade tem
autonomia de dar algumas formações ocasionais o que força a contratação de professores
especializados na matéria de cada formação, a informação contabilística extraída em 30 de
Maio de 2018 referente aos serviços de terceiros indicava:

Profissão Salário liquido Salário Bruto IRPS


Advogado 25.000,00 A D
Professores B 175.000,00 E
Electricista 12.000,00 C F

a) Calcule os valores das letras A,B,C,D,E e F

1.3.3. RENDIMENTOS DE CAPITAIS – 3ª CATEGORIA

INCIDÊNCIA OBJECTIVA

Integram a 3ª Categoria os rendimentos de capitais e os provenientes de mais-valias,


definidos no art.º 10º CIRPS, a seguir enunciados esquematicamente:

Em primeira linha, consideram-se rendimentos de capitais:

a) Os juros e lucros, incluindo os apurados na liquidação, colocados à disposição dos


sócios das sociedades ou dos associados num contrato de associação em participação
ou de associação à quota, bem como as quantias postas à disposição dos membros das
cooperativas a título de remuneração do capital; os rendimentos derivados dos títulos
de participação, certificados de fundos de investimento, obrigações, e outros análogos
ou operações de reporte;

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


25
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

b) Os rendimentos originados pelo diferimento no tempo de uma prestação ou pela mora


no pagamento;
c) Os rendimentos provenientes de contratos que tenham por objecto a cessão ou
utilização temporária de direitos de propriedade intelectual ou industrial ou prestação
de informações respeitante a uma experiencia adquirida no sector industrial,
comercial, ou científico, quando não auferidos pelo seu autor ou titular originário, ou
ainda os derivados de assistência técnica e do uso ou concessão do uso de
equipamento agrícola, industrial, comercial ou científico.
Nota: Outras indicações de rendimentos de capital poderão ser visitadas nos
números 3 e 4 do artigo em causa CIRPS.

Quanto às mais-valias, estas são constituídas pelos ganhos obtidos que, não sendo
considerados rendimentos comerciais, industriais, agrícolas, de capitais ou prediais
resultam de:

a) Alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis e afectação de quaisquer bens
do património particular à actividade empresarial e profissional exercida em nome
individual pelo seu proprietário;
b) Alienação onerosa de partes sociais, incluindo a sua remissão e amortização com
redução de capital e de outros valores mobiliários;
c) Alienação onerosa da propriedade intelectual ou individual ou de experiência
adquirida no sector comercial, industrial ou científico, quando o transmitente não seja
o seu titular originário;
d) Cessão onerosa de posições contratuais ou outros direitos inerentes a contratos
relativos a bens imóveis;
e) Os rendimentos líquidos positivos, apurados em cada ano, provenientes de operações
relativas a instrumentos financeiros derivados, com excepção dos ganhos
provenientes de operações de swaps cambiais, swaps de taxa de juro, swaps de juros
e divisas e operações cambiais a prazo, desde que, neste último caso, tenham
subjacente um elemento, designadamente depósitos ou valores mobiliários, que
assegurem a cobertura de risco.
Nota: Outras indicações de rendimentos de mais-valias poderão ser visitadas no artº.
13 n.º 2.
Para os rendimentos de mais-valias, o ganho sujeito a IRPS é constituído:
 Pela diferença entre o valor de realização e o valor de aquisição, líquidos da
parte qualificada como rendimentos de capitais;
 Pela importância recebida pelo cedente, deduzida de preço por que
eventualmente tenha obtido os direitos e bens objecto de cessão.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


26
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

A DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO LÍQUIDO

 FORMULAÇÃO DAS REGRAS DE INCIDÊNCIA


De acordo com o Art. 40º os rendimentos de capitais sujeitos a impostos são os
colocados à disposição do seu titular ou os liquidados, conforme os casos, não sendo
efectuadas quaisquer deduções.

Relativamente às mais-valias, o valor dos rendimentos é o correspondente ao saldo


apurado entre as mais-valias e as menos-valias realizadas no mesmo ano,
determinadas nos seguintes termos:

- O saldo referente às transmissões previstas nas alíneas a), c) e d) do nº1 do


Artº. 13º, positivo ou negativo, é apenas considerado em 50% do seu valor.

- O saldo referido no n.º 1, respeitante às transmissões previstas na alínea b)


do nº. 1 do Artº. 13º, positivo ou negativo, é apenas considerado:

a) Em 100% do seu valor, quando as partes sociais ou outros valores


mobiliários forem detidos durante menos de 12 meses;

b) Em 85% do seu valor, quando as partes sociais ou outros valores


mobiliários forem detidos por período entre 12 e 24 meses;

c) Em 65% do seu valor, quando as partes sociais ou outros valores


mobiliários forem detidos por período entre 24 e 60 meses;

c) Em 55% do seu valor, quando as partes sociais ou outros valores


mobiliários forem detidos durante mais de 60 meses;

DETERMINAÇÃO DO VALOR DE AQUISIÇÃO – MAIS-VALIAS

a) Quanto aos bens ou direitos adquiridos a título gratuito, sejam móveis ou


imóveis, o valor de aquisição é o valor que tiver sido considerado para efeitos de
imposto sobre as sucessões e doações;

b) Quanto a bens ou direitos adquiridos a título oneroso:


i. Tratando-se de imóveis adquiridos a terceiros, o valor de aquisição é
sempre igual ao que tiver servido para efeitos de liquidação de SISA;

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


27
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

ii. Não havendo lugar à liquidação de SISA, considera-se o valor que lhe
serviria de base, caso fosse devida, determinado de harmonia com as
regras próprias daquele imposto.

DETERMINAÇÃO DO VALOR DE REALIZAÇÃO MAIS-VALIAS

a) Em caso de permuta, o valor de realização é o valor contratualmente estipulado


ou o valor de mercado, na falta daquele, acrescido da importância a receber ou
diminuído da importância a pagar;

b) Em caso de expropriação, o valor de realização é o valor da indemnização


recebida, seja qual for o modo da sua determinação;

c) No caso de afectação de quaisquer bens do património particular do titular de


rendimentos da segunda categoria a actividade empresarial e profissional, o valor
será o de mercado, à data da afectação.

d) Nos demais casos, o valor da respectiva contraprestação.

OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

Os rendimentos de capitais e os de mais-valias são expressos na Declaração Anual de


Rendimentos Modelo

Exemplos

1. Suponha que o ISM no final de 2016 alienou os seguintes elementos:


Valor de Vida Ano de Amortização Valor da
Activo
aquisição útil aquisição Acumulada Venda
2 Computadores 40.000,00 6 2014 20.000,00 15.000,00
1 Impressora 10.000,00 6 2013 6.666,67 7.000,00
1 Viatura 280.000,00 5 2015 112.000,00 210.000,00
i. Qual é o valor de IRPS a pagar?
ii. Porquê que as mais-valia são tributadas em sede do IRPS e não em
sede IRPC? Na sua opinião o que é mais vantajosa para a entidade
pagadora?

2. Na celebração do contrato de depósito a prazo entre Sr. Style e Banco


Socremo foi acordado que no final de cada ano o depositante levantaria um
juro líquido de 20.000,00 Mts gerado por um capital de 200.000,00 Mts.
a) Qual é o juro bruto produzido pelo capital do Sr. Style?

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


28
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

b) Quanto é que o banco canalizou ao cofre do estado referente ao IRPS do


Sr. Style

Correcções
1a)

Valor contabilístico Mais-valia ou


3 Valor de venda IRPS
= (V0 - AA) Menos-valia
Computador 20.000,00 15.000,00 -5.000,00 -650,00
Impressora 3.333,33 7.000,00 3.666,67 476,67
Viatura 168.000,00 210.000,00 42.000,00 7.140,00
Total 191.333,33 232.000,00 40.666,67 6.966,67

NOTA: Demonstração de cálculo de IRPS para cada elemento mobiliário conforme as taxas
previstas no n°3 do art. .40°do CIPRS. Prezado estudante no geral sabe-se que a taxa de
retenção na Terceira categoria é de 20% mas é importante ver a questão do tempo de
permanência efectivo do imobilizado alienado.

Bem %
Descrição Cálculos
detido a aplicada
Computador 3 anos 65% -5 000*0,65*0,2 = -650,00
Impressora 4 anos 65% 3 666,67*0,65*0,2 = 476,67
Viatura 2 anos 85% 42 000*0,85*0,2 = 7 140,00

1b) Sendo um acto isolado, isto é, o bem vendido não se enquadra no escopo do negócio da
empresa visto que adquiriu-se para o uso e não como mercadoria a legislação dá a
possibilidade de elementos como estes serem tributados em sede de IRPS, no entanto, no
momento de apuramento de resultados a receita das mais-valia será anulada no modelo 22
para empresa não sofrer uma dupla tributação. Quanto a decisão de tributação favorável da
empresa comparando as taxas de IRPS e IRPC aplicáveis pode se dizer que o IRPS é
favorável, mas esta resposta pode ser enganadora, pois sabe-se que a empresa paga ou não
paga o IRPC em função do resultado obtido, portanto a resposta seria depende dos casos.

3
V0 = Valor de aquisição
AA = Amortização acumulada

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


29
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

2a) Os depósitos a prazo enquadram-se na Terceira categoria, portanto a taxa de retenção do


IRPS nesta categoria é de 20% mas sendo depósito a prazo a taxa a aplicar conforme alinea
a) do n°3 do art.57 CIRPS será de 10%.

Juro líquido = Juro Bruto – IRPS


20.000,00 = JB – 0,1JB
JB = 20.000,00/0,9
JB = 22.222,22

2b)

IRPS = 0,1*22.222,22 ou 22.222,22 – 20.000,00


IRPS = 2.222,22 Mts

EXERCÍCIOS DE CÁLCULO DE IRPS - 3ª CATEGORIA

1. Suponha que a STV no intuito de equipar um dos seus gabinetes comprou em 04 de Maio
de 2017 um TV plasma por 50.000,00 Mts que foi alienado em 04 de Setembro de 2017
por 65.000,00 Mts. Qual é o valor do IRPS a pagar?

2. A Petromoc Vendeu por 35.000,00 Mts uma motorizada adquirida a 6 anos que se
encontrava escriturada por 25.000,00 Mts. Apure o IRPS.

1.3.4. RENDIMENTOS PREDIAIS – 4ª CATEGORIA

INCIDÊNCIA OBJECTIVA

Integram a 4ª categoria os rendimentos, ou seja, as rendas de prédios rústicos,


urbanos, pagas ou colocadas à disposição dos respectivos titulares, bem como as
provenientes da cessão de exploração de estabelecimento comerciais ou industriais,
incluindo a dos bens móveis naquele existente.

Considera-se rendas:

a) As importâncias relativas à cedência do uso de prédio ou parte dele e aos serviços


relacionados com aquela cedência;
b) As importâncias relativas ao aluguer de máquinas e mobiliários instalados no imóvel
locado;

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


30
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

c) A diferença auferida pelo sublocador, entre a renda recebida do subarrendatário e a


pagar ao senhorio;
d) As importâncias relativas à cedência do uso de partes comuns de prédios em regime
de propriedade horizontal
e) As importâncias relativas à constituição, a título oneroso, de direitos reais de gozo
temporários, ainda que, por vezes, vitalícios, sobre prédios rústicos ou urbanos.

DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO LÍQUIDO

O rendimento líquido da 4ª categoria é dado pela dedução, ao montante bruto das


rendas auferidas, das despesas de conservação e de manutenção efectivamente
suportada e que se mostrem documentalmente provadas.

Deduzir-se-ão ainda, no caso de fracção autónoma de prédio em regime de


propriedade horizontal, os encargos de conservação, fruição e outros que, no termos
da lei civil, o condómino deva obrigatoriamente suportar, e que se encontrem
documentalmente provados.

Na sublocação e na cessão temporária de exploração de estabelecimento comercial,


industrial ou agrícola, a diferença entre a renda ou as importâncias recebidas pelo
sublocador ou pelo cedente, respectivamente, se a parte que cada um paga não
beneficiar de qualquer dedução.

OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

O facto constitutivo da obrigação de imposto, quanto ao aspecto temporal é o


pagamento ou colocação à disposição, das rendas. Assim, a renda depositada à ordem
do senhorio é uma renda paga ou colocada à disposição. Mas já não é a renda
depositada à ordem do Tribunal na pendência de um processo de despejo.

A titularidade de rendimentos da 4ª categoria determina a apresentação da declaração


anual Modelo 10 de IRPS, acompanhada do anexo.

Exemplo:

3. A empresa Moza alarmes Lda. arrendou escritórios da Sr. Amosse Tembe


pelo valor mensal de 45.000,00 Mts Líquidos.
a) Quanto é que a empresa Moza alarmes Lda gasta de renda por mês?

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


31
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

b) Se tivesse arrendado numa empresa que exige o mesmo valor líquido e


com contabilidade organizada quanto é que a Moza alarmes Lda gastaria
de renda por mês?
c) Em relação a questão em a) quem é sujeito passivo do IRPS e quem deve
declarar o seu pagamento?

Resolução

3a) Renda líquida = Renda bruta – IRPS


45.000,00 = RB – 0,14RB
RB = 45.000,00/0,86
RB = 52.325,58

3b) Renda líquida = Renda bruta – IRPS


45.000,00 = RB – 0,2RB
RB = 45.000,00/0,8
RB = 56.250,00

3c) O sujeito passivo é o Sr. Amosse Tembe mas o pagamento é declarado pela empresa
Moza Alarmes Lda.

Nota explicativa: Nesta categoria a taxa de retenção aplicada para um particular é de 14%
resultante da retenção de 20% e sobre ela incidindo uma dedução de 30% de despesas de
manutenção e conservação conforme disposto no n°3 do RIRPS4 suportadas pelo
arrendatário. No entanto, retém-se apenas 20% se o contrato de arrendamento tiver sido
celebrado com uma empresa em regime de contabilidade organizada.

1.3.5. RENDIMENTOS DA 5ª CATEGORIA


De acordo com o Art. 16º do CIRPS, encontram-se agrupados nesta categoria os
rendimentos originários de:
a) Ganhos em numerário, efectivamente pagos ou postos à disposição, provenientes de
jogos de diversão social, nomeadamente: lotarias, rifas, apostas mútuas, loto, totoloto,
bingo, sorteios, concursos e outras modalidades regidas pela Lei nº 9/94, de 14 de
Setembro (rege a exploração de jogos de diversão social);

4
Regulamento do Imposto sobre Rendimento de Pessoas Singulares

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


32
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

b) Incrementos patrimoniais, desde que não considerados rendimentos de outras


categorias.

A DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO LÍQUIDO


Na determinação do rendimento colectável dos rendimentos qualificados como
incrementos patrimoniais não são efectuadas quaisquer deduções.

OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS
A titularidade de rendimentos da 5ª Categoria determina a apresentação da
Declaração Anual Modelo 10 de IRPS, acompanhada do Anexo.

Exemplo

1. Se a Sojogo tem um prémio bruto de 50.000,00 Mts quanto é que deve entregar aos
vencedores?

Conforme o disposto na alínea c do n°3 do art. 57 CIRPS a retenção de imposto deve ser
feita a uma taxa de 10%

Prémios líquidos = Prémios brutos - IRPS


Prémios líquidos = 50.000,00 - 50.000,00*0,1
Prémios líquidos = 45.000,00

Resposta: os vencedores recebem o prémio líquido, dai que receberão um total de 45.000,00
Mts.

EXERCÍCIOS DE CÁLCULO DE IRPS - 5ª CATEGORIA

Quanto é que a sojogo gastaria para pagar um prémio líquido de 1.500.000,00 Mts?

O estudante já teve oportunidade de calcular o rendimento líquido em várias categorias, e


sabe que as taxas liberatórias aplicadas de segunda a quinta categoria variam de 10% a 20%,
neste momento deve aprender am preencher o modelo 19 pois a entidade pagadora declara o
pagamento de IRPS de várias categorias neste modelo.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


33
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

1. A Sociedade Moz Alarmes Lda que presta serviços de montagem de alarmes durante
o mês de Julho de 2018 registou várias despesas incluindo o processamento de salário
conforme o extracto do balancete abaixo:

Contas Período Acumulado Saldos


Débito Crédito Débito Crédito Devedor Credor
62 Gastos com Pessoal 202.020,00 0,00 1.414.140,00 0,00 1.414.140,00 0,00
622 Remunerações dos trabalhadores 194.250,00 0,00 1.359.750,00 0,00 1.359.750,00 0,00
6221 Tânia Manjate 75.000,00 0,00 525.000,00 0,00 525.000,00 0,00
6222 Tomás Manhiça 19.250,00 0,00 134.750,00 0,00 134.750,00 0,00
6223 Alexandre Tivane 100.000,00 0,00 700.000,00 0,00 700.000,00 0,00
623 Encargos sobre remunerações 7.770,00 0,00 54.390,00 0,00 54.390,00 0,00
63 Fornecimentos e Serviços de Ter. 56.000,00 0,00 296.000,00 0,00 296.000,00 0,00
632 Fornecimentos e Serviços 56.000,00 0,00 296.000,00 0,00 296.000,00 0,00
63223 Transportes de Pessoal 15.000,00 0,00 75.000,00 0,00 75.000,00 0,00
632231 Hilário Munguambe 15.000,00 0,00 75.000,00 0,00 75.000,00 0,00
63232 Rendas e alugueres 30.000,00 0,00 210.000,00 0,00 210.000,00 0,00
632321 António Mondlane 30.000,00 0,00 210.000,00 0,00 210.000,00 0,00
63299 Outros serviços 11.000,00 0,00 11.000,00 0,00 11.000,00 0,00
632991 Canalizador José Machel 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00
632992 Electricista Cristovão 5.000,00 0,00 5.000,00 0,00 5.000,00 0,00

Informações Adicionais
 A ABC Lda. celebrou no dia 28 de Fevereiro o contrato de serviços prestados
por Sr. Hilário Munguambe;
 O Edifício onde está sediada a empresa pertence ao Sr. António Mondlane um
particular tendo sido celebrado o contrato no dia 20 de Maio de 2010
 A Sra. Tânia tem 4 dependentes, Sr. Tomás tem 2 dependentes e Sr. Alexandre
sem nenhum dependente.

Pretende-se:
a) Analisado o balancete preencha o modelo 19 referente a Julho.
b) Indique o prazo da submissão deste modelo nas finanças.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


34
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

República de M o çambique IRPS - Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares


Ministério das Finanças ( a rt .8 3 e 8 7 do C IP R S )
M/19
A ut o rida de T ribut á ria de M o ç a m bique IRPS
DIRECÇÃ O GERA L DE IM P OSTOS GUIA DE PAGAMENTO

ANTES DE PREENCHER LEIA POR FAVOR AS INTRUÇÕES NO VERSO DESTE DOCUMENTO


1 - Nom e / Designação Social do Sujeito Passivo: 2 - NUIT - Núm ero Único de
Identificação Tributária
M oz alarmes Lda
3 - Dísticos Com erciais usados (se existirem ): 4 0 0 5 8 9 3 0 0
Se preencher o impresso manualmente utilize, por favor a letra de imprensa

4 - Endereço da Residência / sede da em presa (em Moçam bique):

Rua / Avenida, Etc: Amilcar Cabral nº 2304 andar 3° Localidade


N o caso d e não
exi st i r o no me d a Bairro Central Quarteirão Célula nº casa
r ua
Código Postal: Caixa Postal Distrito Província Maputo
Telef one: 82059404 Fax: E-mail:
Nome da pessoal a contactar: Telf . Móvel

Ocorreu alguma alt eração de dados dos quadros 3 e 4 relat ivament e à últ ima declaração/ guia apresent ada? Sim X Não
RETENÇÕES NA FONTE E TAXAS LIBERTATÓRIAS

5 - Im posto a Pagar

R eser vad o ao s Ser vi ço s


TIPO DE RENDIMENTO IMPORTÂNCIA A PAGAR EM METICAIS
Classif .Econ. Receit a

Trabalho Dependente 10 27 9 7 5 ,0 0 MT.

Pensões 11 MT.

Rendimentos Prof issionais 12 5 2 0 0 ,0 0 MT.

Rendimentos Empresariais 13 MT.

Rendimentos de capitais e mais valias 14 MT.

Rendimentos Prediais 15 4 2 0 0 ,0 0 MT.

Ganhos em numerário de jogos similares 16 MT.

MT.

MT.

Pagamento por conta 20 MT.

Juros Compensatórios 21 MT.

MT.

MT.

PERÍODO DO IMPOSTO TOTAL A PAGAR 30 37 3 7 5 ,0 0 MT.


7 | 2 0 1 8
M ês A no

TOTAL A PAGAR (por extenso):Trinta e sete mil trezentos e setenta e cinco meticais

6 - No verso deste impresso enco ntra-se o quadro 6 destinado a 8 - USO EXLUSIVO DOS SERVIÇOS
o bservaçõ es
Nº Entrada................................... Dentro do Prazo
7 - AUTENTICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO DA TA DE P A GA M ENTO
Fora do Prazo
A presente declaração corresponde a verdade e não omite Dia Mês Ano CÓDIGO DA ENTIDADE RECEBEDORIA
qualquer inf ormação pedida
Nº de Receita...................................
Data 10/08/2018
Recebedoria Nome do Func. .......................................................

Nome: Jorge Momade Bila Ass:

Ass:
Inserção de dados: Nome do Func. .......................................
Qualidade (gerente
procurador, etc.) Data: _____/_____/20____ Ass.: ..................................................

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


35
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

Nota explicativa: Na primeira categoria já se demonstrou o cálculo do IRPS da Tânia e


Alexandre, portanto, o estudante deve saber que o Hilário Munguambe, José Machel e
Cristovão são prestadores de serviços por isso o rendimento é classificado na segunda
categoria onde se desconta 20% do rendimento total de 26.000,00 Mts dando IRPS de
5.200,00 Mts, o rendimento do Sr. António Mondlane proveniente de aluguer enquandra-se
na quarta categoria onde se desconta 14% de 30.000,00 dando IRPS de 4.200,00 Mts.

1b). Respondendo à questão em b, importa referir que a empresa deverá entregar o modelo
19 entre dia 1 a 20 do mês seguinte que seria entre 1 até 20 de Agosto de 2018.

2. Suponha que no mês de Janeiro de 2019 a Vodacom para além dos salários brutos de
5.000.000,00 Mts com uma taxa de retenção na fonte pela 1ª categoria correspondente
a 12%, reteve em outras categorias o IRPS referente a gastos de arrendamento de
espaço de colocação de antenas no valor de 1.500.000,00 Mts e pagou os serviços dos
engenheiros vindo de Portugal o correspondente a 1.000.000,00 Mts brutos.
Tarefa:
a) Preencha o modelo 19 da Vodacom
b) Indique a data para submissão do modelo 19.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


36
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

República de M o çambique IRPS - Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares


Ministério das Finanças ( a rt .8 3 e 8 7 do C IP R S )
M/19
A ut o rida de T ribut á ria de M o ç a m bique IRPS
DIRECÇÃ O GERA L DE IM P OSTOS GUIA DE PAGAMENTO

ANTES DE PREENCHER LEIA POR FAVOR AS INTRUÇÕES NO VERSO DESTE DOCUMENTO


1 - Nom e / Designação Social do Sujeito Passivo: 2 - NUIT - Núm ero Único de
Identificação Tributária
Vodacom M oçambique S.A
3 - Dísticos Com erciais usados (se existirem ): X X X X X X X X X
Se preencher o impresso manualmente utilize, por favor a letra de imprensa

4 - Endereço da Residência / sede da em presa (em Moçam bique):

Rua / Avenida, Etc: Dos desportisas nº 649 andar 3° Localidade


N o caso d e não
exi st i r o no me d a
Bairro Quarteirão Célula nº casa
r ua
Código Postal: Caixa Postal Distrito Província Maputo
Telefone: Xxxxxxxxx Fax: E-mail:
Nome da pessoal a contactar: Telf. Móvel

Ocorreu alguma alt eração de dados dos quadros 3 e 4 relat ivament e à últ ima declaração/ guia apresent ada? Sim X Não
RETENÇÕES NA FONTE E TAXAS LIBERTATÓRIAS

5 - Im posto a Pagar

R eser vad o ao s Ser vi ço s


TIPO DE RENDIMENTO IMPORTÂNCIA A PAGAR EM METICAIS
Classif .Econ. Receit a

Trabalho Dependente 10 600 0 0 0 ,0 0 MT.

Pensões 11 MT.

Rendimentos Profissionais 12 200 0 0 0 ,0 0 MT.

Rendimentos Empresariais 13 MT.

Rendimentos de capitais e mais valias 14 MT.

Rendimentos Prediais 15 210 0 0 0 ,0 0 MT.

Ganhos em numerário de jogos similares 16 MT.

MT.

MT.

Pagamento por conta 20 MT.

Juros Compensatórios 21 MT.

MT.

MT.

PERÍODO DO IMPOSTO TOTAL A PAGAR 30 10 1 0 0 0 0 ,0 0 MT.


1 | 2 0 1 9
M ês A no

TOTAL A PAGAR (por extenso):Um milhão e dez mil meticiais

6 - No verso deste impresso enco ntra-se o quadro 6 destinado a 8 - USO EXLUSIVO DOS SERVIÇOS
o bservaçõ es
Nº Entrada................................... Dentro do Prazo
7 - AUTENTICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO DA TA DE P A GA M ENTO
Fora do Prazo
A presente declaração corresponde a verdade e não omite Dia Mês Ano CÓDIGO DA ENTIDADE RECEBEDORIA
qualquer informação pedida
Nº de Receita...................................
Data 15/02/2019
Recebedoria Nome do Func. .......................................................

Nome: Francisco Matavele Ass:

Ass:
Inserção de dados: Nome do Func. .......................................
Qualidade (gerente
procurador, etc.) Data: _____/_____/20____ Ass.: ..................................................

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


37
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

Prezado/a estudante com estas duas demonstrações acreditamos que já está preparado/a para
preenhecer o modelo 19 de qualquer empresa ou qualquer exercício, o segredo para o seu
preenchimento é conhecer a categoria do rendimento e a taxa ou taxas de IRPS aplicada(s)
para cada caso.

Exercício

1. A Premier Bet Moçambique uma empresa que coloca a disposição as apostas de várias
modalidades de jogos. No mês de Setembro de 2018 em relação aos cálculos e
pagamento de IRPS disponibilizou a seguinte informação:
N° de
Salário Base
Dependentes
Trabalhador A 20.000,00 2
Trabalhador B 25.000,00 1
Trabalhador C 10.000,00 0
Trabalhador D 32.500,00 2

Outras informações
 Em setembro a empresa disponibilizou prémios líquidos de 2.000.000,00 Mts aos
vencedores.
 Neste mês a empresa atribuiu e imediatamente disponibilizou os dividendos dos
sócios pelo valor bruto total de 250.000,00 Mts

Pretende-se o preenchimento do modelo 19.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


38
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

1.4. A DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLECTÁVEL -


ASPECTOS COMUNS
ENGLOBAMENTO DOS RENDIMENTOS
O englobamento é a operação de inclusão numa só declaração anual da totalidade
dos rendimentos auferidos e sujeitos à tributação mediante aplicação das taxas gerais
previstas, depois de feitas as deduções e os abatimentos previstos.
Prevê ainda o n.º 2 do Artº 26 que nas situações de co-titularidade, o englobamento
faz-se nos seguintes moldes:
a) Tratando-se de rendimentos da segunda categoria, cada co-titular engloba a parte do
lucro tributável que lhe couber, na proporção das respectivas quotas;
b) Tratando-se de rendimentos das restantes categorias, cada co-titular engloba os
rendimentos ilíquidos e as deduções legalmente admitidas, na proporção das
respectivas quotas.
No entanto, não são englobados para efeitos da sua tributação os rendimentos
tributados a título definitivo, sem prejuízo da opção pelo englobamento previsto na
lei, bem como os rendimentos que beneficiam de isenção.
Conforme a nova lei, aprovada pela lei n° 20/2013 de 23 de Setembro, que entrou em
vigor a partir de 1 de Janeiro de 2014, revoga alguns artigos da anterior lei n° 33/2007
de 31 de Dezembro de 2007.
Portanto, os rendimentos do trabalho dependente, passam a não ser englobados à
outros rendimentos, sendo retidos na fonte a título definitivo, isto é, não há lugar a
pagamento adicional ou reembolso;
Os rendimentos de capitais obtidos por residentes e os resultantes dos actos isolados
passam a ser retidos a taxa liberatória, não dando lugar a pagamento adicional ou a
reembolso;
Sobre os demais rendimentos com pagamento adicional ou reembolso, o limite
mínimo de tributação passa a ser de 500,00MT;
Tratando-se de casados, cada um dos cônjuges passa a submeter individualmente a
sua declaração de rendimento;
O subsídio de morte passa não ser tributado e o mínimo não tributável passa a ser um
valor anual fixo de 225.000,00MT.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


39
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

1.4.1. VALORES FIXADOS EM MOEDA DIVERSA DO METICAL E OS


RENDIMENTOS EM ESPÉCIE
REGRAS DE EQUIVALÊNCIA EM METICAIS DE RENDIMENTOS OU
ENCARGOS EXPRESSOS EM MOEDA DIFERENTE
A conversão em meticais de rendimentos ou encargos expressos em moeda diferente
é feita com observância das seguintes regras:
a) Tratando-se de rendimentos transferidos para o exterior, aplicar-se-á o câmbio de
venda na data da efectiva transferência ou da retenção na fonte, se esta houver lugar;

b) Tratando-se de rendimentos provenientes do exterior, aplicar-se-á o câmbio de


compra da data em que aqueles forem pagos ou colocados à disposição do sujeito
passivo em Moçambique;

c) Tratando-se de rendimentos obtidos e pagos no estrangeiro que não sejam


transferidos para Moçambique até ao fim do ano, aplicar-se-á a câmbio de compra
da data em que aqueles forem pagos ou colocados a disposição do sujeito passivo;

d) Tratando-se de encargos, aplicar-se-á o câmbio de venda da data da efectiva


transferência;

e) Se não for possível comprovar qualquer das datas referidas, aplicar-se-á o câmbio de
31 de Dezembro do ano a que os rendimentos ou encargos respeitem e se não houver
câmbio nas mesmas datas, aplicar-se-á da última cotação que lhe seja anterior.

1.4.2. REGRAS DE EQUIVALÊNCIA EM METICAIS DE RENDIMENTOS


EM ESPÉCIE
No art.º 28º nº 1 fixam-se as regras de aplicação sucessiva, de equivalência em
Meticais dos rendimentos em espécie e que são:
 Preço tabelado oficialmente;
 A cotação oficial de compra e
 O preço de mercado, em condições de concorrência.
Merecem tratamento particular as regras de equivalência em Meticais do valor do uso
de habitação fornecida pela entidade patronal, as relativas a empréstimos obtidos da
entidade patronal a taxas favoráveis e a atribuição do uso de viatura automóvel pela
entidade patronal.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


40
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

1.4.3. REGRAS DE EQUIVALÊNCIA EM METICAIS DO VALOR DO USO


DE HABITAÇÃO FORNECIDA PELA ENTIDADE PATRONAL
Em conformidade com nº 2 do Art.º 28º, o rendimento em espécie corresponde à
diferença entre o valor do respectivo uso e a importância paga a esse título pelo
beneficiário, observando-se na determinação daqueles as regras seguintes:
a) O valor do uso é igual à renda suportada em substituição do beneficiário;

b) Não havendo renda, o valor do uso é igual ao valor da renda determinada segundo o
valor do mercado, em condições de concorrência, não devendo, porém, exceder 1/6
(um sexto) do total das remunerações auferidas pelo beneficiário;

c) Se para a situação em causa estiver fixado por lei um subsídio de residência ou


equivalente quando não é fornecida casa de habitação, o valor do uso não poderá
exceder, em qualquer caso, esse montante.

1.4.4. DIFERENÇA ENTRE A TAXA DE JURO SUPORTADA E A TAXA DE


JURO PARA OPERAÇÕES IDÊNTICAS, EM EMPRÉSTIMOS
EFECTUADOS PELA ENTIDADE PATRONAL
Para o caso de empréstimos sem juros ou à taxa de juro reduzida, dispõe o nº 3 do
Art.º 28º que o rendimento em espécie corresponde ao valor obtido por aplicação
ao respectivo capital da diferença entre a taxa de juro de referência para o tipo de
operação em causa, a qual corresponde, para este efeito à taxa de redesconto do
Banco de Moçambique, divulgada por Aviso daquela instituição e em vigor no
início de cada ano civil, e a taxa de juro que eventualmente seja suportada pelo
beneficiário.

1.4.5. USO DE VIATURA DA EMPRESA


Neste caso, de acordo com o n.º 4 do Art.28, o rendimento anual corresponde ao
produto de 0.25% do custo de aquisição da viatura ou produção, pelo número de
meses de utilização.

Neste caso, se o trabalhador for atribuído uma viatura adquirida por 650.000,00
Mts e usar por 11 meses durante o ano com o contrato assinado a base tributável
anual será de 17.875,00 Mts = (0,25%*650.000,00*11)

Conforme o n° 5 do art. 28° CIRPS no caso de aquisição de viatura, que tenha


sido usada nas condições referidas no n°anterior, pelo trabalhador ou membro de
órgão social da empresa, o rendimento corresponde à diferença positiva entre o
respectivo valor médio de mercado considerado pelas associações do sector
automóvel e o somatório dos rendimentos anuais tributados como rendimentos
decorrentes da atribuição do uso, com a importância paga a título de preço de
aquisição.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


41
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

1.5. A LIQUIDAÇÃO E O PAGAMENTO DE IRPS

De acordo com o Art. 58 do CIRPS,

a) A liquidação do IRPS compete aos serviços competentes da administração


tributária;

b) A autoliquidação é obrigatória para os titulares de rendimentos da segunda


categoria, com a contabilidade organizada e facultativa para os restantes,
devendo, em qualquer caso, ser efectuada nas respectivas declarações, quando
apresentadas nos prazos previstos.

A DEDUÇÃO POR DUPLA TRIBUTAÇÃO INTERNACIONAL

a) POR VIA DA EXISTÊNCIA E VIGÊNCIA DE CONVENÇÃO DE D.T.I.


Existindo convenção celebrada por Moçambique para evitar a dupla tributação
internacional dos rendimentos, a dedução a efectuar não pode ultrapassar o imposto
pago no estrangeiro nos termos previstos pela convenção.

b) POR VIA DE MEDIDA UNILATERAL INSTITUÍDA PELO LEGISLADOR


NACIONAL
Não existindo convenção para evitar a dupla tributação internacional, os titulares de
rendimentos das diferentes categorias obtidas no estrangeiro tem direito a um crédito
de imposto por dupla tributação internacional, dedutível até a concorrência da parte
da colecta do IRPS proporcional a esses rendimentos líquidos que corresponde à
menor parte das seguintes importâncias:

 Imposto sobre o rendimento pago no estrangeiro;


 Fracção da colecta do IRPS, calculada antes da dedução, correspondente aos
rendimentos que no país em causa possam ser tributados.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


42
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

A RESTITUIÇÃO OFICIOSA DO IRPS


Face às disposições pertinentes do código de IRPS, nomeadamente o seu Art.º 63º, a
restituição oficiosa do IRPS, que se entende seja a restituição do imposto pago a mais
do que o que tiver sido liquidado na declaração de rendimentos apresentada em prazo
legal, deve ser restituída até ao fim do terceiro mês seguinte ao termo do prazo
previsto na regulamentação deste imposto para o pagamento relativo ao ano anterior.

1.6. O IRPS E A EMPRESA

REGRAS GERAIS DA RETENÇÃO NA FONTE

 TERMOS E LOCAIS DE PAGAMENTO DO IMPOSTO RETIDO


Face ao disposto no nº 2 do artigo 29º do regulamento, o imposto retido deve ser
entregues nas Direcções de Áreas Fiscais do domicílio fiscal do sujeito passivo.

Nos termos dos nº 3 do artigo 29º do regulamento, o imposto retido deve ser pago
mensalmente, até ao dia 20 de mês seguinte aquele em que as retenções tiverem sido
efectuadas.

 RETENÇÕES SOBRE RENDIMENTOS DO TRABALHO DEPENDENTE


RETENÇÕES SOBRE REMUNERAÇÕES FIXAS OU FIXAS E VARIÁVEIS
E PENSÕES
As retenções sobre remunerações do trabalho dependente fixas, ou fixas e variáveis,
são efectuadas mediante tabelas específicas, em função dos rendimentos
mensalmente pagos ou colocados a disposição. Tais tabelas são adequadas as diversas
situações pessoais e familiares dos sujeitos passivos e as taxas de retenção resultantes
das diferentes tabelas são aplicação obrigatória.

 RETENÇÕES SOBRE RENDIMENTOS DE OUTRAS CATEGORIAS

MODO E TAXAS DE RETENÇÃO

As entidades que, dispondo ou devendo dispor, de contabilidade organizada, são


obrigadas a reter o imposto, mediante aplicação da taxa de 20%, aos rendimentos
ilíquidos de que sejam devedoras, tratando-se de:

a) Rendimentos de capitais

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


43
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

b) Rendimentos prediais
c) Rendimentos provenientes de propriedade intelectual ou industrial ou da prestação de
informações respeitantes a uma experiência no sector industrial, comercial ou
científico, auferidos por titulares originários;
d) Rendimentos do trabalho independente ou de comissões pela intermediação na
celebração de quaisquer contratos.
Relativamente aos rendimentos prediais, deve ser tomada em consideração a dedução
de 30% a título de despesas de manutenção e conservação, ou simplesmente
aplicamos a taxa de 14%

 DEVERES ACESSÓRIOS DE NATUREZA DECLARATIVA


Quanto aos deveres acessórios de natureza declarativa cujo cumprimento deve ser
efectuado junto da administração fiscal, consubstanciam-se na obrigatoriedade de
apresentação da declaração anual relativa aos rendimentos do ano anterior e a outros
elementos informativos relevantes para a sua concreta situação tributária, devendo
ser-lhe juntos, fazendo dela parte integrante:

a) Os anexos e outros documentos que para o efeito sejam mencionados no referido


modelo;
b) Os elementos referentes ao valor nominal e valor de aquisição das acções
entregues.
Esta declaração deve ser entregue de 02 de Janeiro a 31 de Março do ano seguinte, quando
os sujeitos passivos apenas hajam recebido ou tenham sido colocados à disposição,
rendimentos da primeira categoria. Assim sendo, nos restantes casos são entregues até 30
de Abril.

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


44
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
Fiscalidade

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. LA-SALETE FERNANDES, Guia do Fisco 2000, Lisboa, Sociedade Industrial Gráfica;

2. Moçambique. Lei 33/2007, de 31 de Dezembro, aprova o CIRPS – Código do Imposto


sobre o Rendimento das Pessoas Singulares;

3. Moçambique. Decreto n.º8/2008 de 16 de Abril, aprova o Regulamento do CIRPS;

INSTITUTO SUPERIOR MONITOR


45
WWW.ISMONITOR.AC.MZ

Você também pode gostar