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INSTITUTO SUPERIOR MONITOR

Fiscalidade

Imposto Sobre Valor


Acrescentado (IVA) e
UNIDADE III Imposto Sobre
Rendimento de Pessoas
Colectivas (IRPC)

2019
INSTITUTO SUPERIOR MONITOR

FISCALIDADE

Ficha Técnica:
Título: Fiscalidade – Imposto Sobre o Valor Acrescentado e Imposto Sobre Rendimento
de Pessoas Colectivas – IVA/IRPC
Autor: Hermínio Chitlango
Revisor: Emílio Muchanga
Execução gráfica e paginação: Instituto Superior Monitor
2ª Edição: 2019
Readaptação por Instituto Superior Monitor: Junho de 2019
© Instituto Superior Monitor

Todos os direitos reservados por:


Instituto Superior Monitor
Av. Samora Machel, n. º 202 – 2.º andar
Caixa Postal 4388 Maputo
MOÇAMBIQUE

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou
por qualquer processo, electrónico, mecânico ou fotográfico, incluindo fotocópia ou gravação,
sem autorização prévia e escrita do Instituto Superior Monitor. Exceptua-se a transcrição de
pequenos textos ou passagens para apresentação ou crítica do livro. Esta excepção não deve de
modo nenhum ser interpretada como sendo extensiva à transcrição de textos em recolhas
antológicas ou similares, de onde resulte prejuízo para o interesse pela obra. Os transgressores
são passíveis de procedimento judicial.
Cada unidade corresponde a cerca de 5 semanas de estudo. No final de cada unidade de
estudo irá encontrar um teste de avaliação que deverá ser respondido e enviado para o ISM
pelas seguintes vias: correio, entregue presencialmente na sede ou nos centros de recurso ou
digitalizado e enviado para o email: testes@ismonitor.ac.mz. Os testes devem ser enviados
ao fim de cada 5 semanas de estudo por forma a garantir o conhecimento atempado dos
resultados obtidos no mesmo. Não entregue os 3 testes ao mesmo tempo, pois assim não
estará a par da sua progressão e dos seus erros e melhorias que deve levar a cabo para ter
sucesso.

Na página do ISM www.ismonitor.ac.mz encontra todos os contactos. Deve estar sempre


atento aos contactos da direcção do seu curso, da coordenação e do tutor de cada uma das
disciplinas que frequenta.

No final de cada unidade é providenciada uma lista de bibliografia e de referências na internet


que poderá consultar. A biblioteca virtual do ISM inclui livros digitalizados, artigos, websites
e outras referências importantes para esta e outras disciplinas, que deverá utilizar na
realização de casos práticos. A biblioteca virtual pode ser consultada na página do ISM.

PRECISA DE AJUDA

No caso de dúvidas sobre os conteúdos desta unidade, por favor contacte o respectivo tutor.
O número do tutor será disponibilizado pela sua Faculdade, podendo também consultar os
contactos e horários do tutor através do site: https://www.ismonitor.ac.mz/ ou através da
página facebook: https://www.facebook.com/ismonitor/.

Uma vez que é um estudante universitário, as suas técnicas de aprendizagem deverão ser
distintas das que utilizava durante o ensino secundário, em regime presencial.

Nesta licenciatura, o aluno deverá assumir uma maior autonomia, isto é, uma maior
capacidade de gestão responsável do seu tempo.

Por este motivo, importa que construa um programa de estudos realista e que o cumpra
rigorosamente, seleccionando horários e locais tranquilos para estudar.

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TRABALHOS

Depois de estudar cada capítulo desta unidade o estudante deve resolver todos os exercícios
de aplicação como forma de consolidação das matérias nela vertidas. Os exercícios de
aplicação não serão submetidos ao Instituto Superior Monitor.

DURAÇÃO
Tempo para leitura da unidade: 23 horas
Tempo para trabalhaos de pesquisa 11 horas
Tempo para a realização de exercícios práticos: 14 horas
Tempo para a realização de avaliação: 2 horas

TÉCNICAS DE ESTUDO
Por você ser um estudante universitário as suas técnicas de aprendizagem serão diferentes
das que usava nos tempos da escola secundária e na presença de um professor.
Neste curso você terá uma grande autonomia, isto é, RESPONSABILIDADE. Acima de
tudo, você fará uma gestão responsável do seu tempo.
Faça um programa de estudos realista e cumpra-o rigorosamente. Escolha horas e locais
tranquilos para os seus estudos.
Faça uso dos demais recursos referenciados na unidade e mobilize a sua motivação
profissional e/ou pessoal para adequar as suas actividades de estudo a outras
responsabilidades profissionais, sociais e pessoais. Partilhe as suas aprendizagens com os
outros.

É boa prática submeter os testes de cada disciplina de forma gradual, isso possibilitará-te a
avaliação do seu aproveitamento pedagógico, isto é, é sempre melhor conhecer a nota do
primeiro teste antes de submeter o segundo para em casos de insucesso saber redobrar o
esforço que lhe fará obter uma nota melhor. Contudo entregando todos os testes ao mesmo
tempo já anula a possibilidade de acompanhar o desempenho académico.

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RESULTADO DE APRENDIZAGEM

Ao concluir esta unidade o Estudante deverá será capaz de:

 Identificar os sujeitos passivos de IVA e IRPC;


 Identificar as operações sujeitas e isentas de IVA;
 Determinar a base tributável de IVA;
 Conhecer as obrigações acessórias dos sujeitos passivos;
 Conhecer os regimes de tributação existentes e respectivas obrigatoriedades;
 Preencher o modelo A;

 Determinar a matéria colectável do imposto e seus diferentes métodos;

 Saber apurar o Pagamento por conta (PPC) e Pagamento Especial do Conta


(PEC);

 Conhecer as obrigações acessórias dos sujeitos passivos;


 Preencher o modelo 22.

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ÍNDICE
PRECISA DE AJUDA .................................................................................................................... 3
TRABALHOS ................................................................................................................................. 4
DURAÇÃO ..................................................................................................................................... 4
TÉCNICAS DE ESTUDO .............................................................................................................. 4
RESULTADO DE APRENDIZAGEM .......................................................................................... 5
ESTRUTURA DA UNIDADE III ................................................................................................ 7
IVA – IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO ...................................................... 7
1. CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO ........................................................................................ 7
1.1. INCIDÊNCIA PESSOAL .................................................................................... 7
1.2. INCIDÊNCIA REAL ........................................................................................... 9
1.3. LOCALIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES .............................................................. 11
1.4. FACTO GERADOR E EXIGIBILIDADE DO IMPOSTO ............................... 13
1.5. ISENÇÕES ......................................................................................................... 14
1.6. Princípios Gerais de Tributação ......................................................................... 17
1.7. Obrigações acessórias......................................................................................... 22
1.8. Regimes especiais............................................................................................... 25
1.9. Processo de Pedido de Reembolso do IVA ........................................................ 28
2. IRPC – IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DE PESSOAS
COLECTIVAS 41
CONCEITO ............................................................................................................................. 41
2.1. INCIDÊNCIA ........................................................................................................................ 41
2.1.1. RESIDENTES .................................................................................................................... 42
2.1.2. NÃO RESIDENTES ....................................................................................................... 43
2.2. INCIDÊNCIA OBJECTIVA .................................................................................................. 43
2.2.1. RESIDENTES ................................................................................................................. 44
2.2.2. NÃO RESIDENTES ....................................................................................................... 44
2.3. PERÍODO DE TRIBUTAÇÃO.......................................................................... 46
2.3.1. O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE, EXCEPÇÕES .......................................... 46
2.4. FACTO GERADOR DO IMPOSTO ................................................................. 46
2.5. ISENÇÕES ......................................................................................................... 47
2.6. Princípios Gerais de Triubutação ....................................................................... 47
2.6.1. APURAMENTO DE LUCRO TRIBUTÁVEL – ALGUNS ASPECTOS ........ 49
LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO ......................................................................................... 58
2.7. O PAGAMENTO DO IMPOSTO ...................................................................... 58
2.10. Obrigações acessórias......................................................................................... 63

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UNIDADE III – IMPOSTO SOBRE VALOR ACRESCENTADO E


IMPOSTO SOBRE RENDIMENTO DE PESSOAS COLECTIVAS

ESTRUTURA DA UNIDADE III


Após introduzir a disciplina de Fiscalidade na Unidade I, nesta unidade apresentaremos os
aspectos importantes a ter em conta no IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado e IRPC
– Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas.
Especificamente, esta unidade compreende 10 temas divididos em IVA e IRPC, no que tange
ao IVA nomeadamente: Incidência do IVA, Isenções da tributação, Determinação da base
tributável, Obrigações Acessórias, Regimes de Tributação e Processos de Pedido de
Reembolso do IVA.
Para IRPC, Incidência do IRPC, Isenções da tributação, Determinação da Matéria Colectável,
Liquidação e Pagamento e as Obrigações Acessórias.

Recomenda-se que leia atentamente as generalidades desta unidade antes de iniciar os


seus estudos.

IVA – IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO

1. CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO
CONCEITO
O IVA é um imposto indirecto que recai sobre o consumo, aplicável de um modo geral e
uniforme em todo o circuito económico ocorrido no território nacional.
Além das operações com estas características estão também sujeitas a IVA as
importações de bens;
Os pressupostos acabados de enunciar, traduzem-se, ainda que referidos de forma muito
reduzida, na incidência real e pessoal do imposto, bem como no seu elemento de conexão
territorial. É, pois, cada um destes elementos que passaremos a analisar.

1.1. INCIDÊNCIA PESSOAL

a) São sujeitos passivos (SP) do IVA as pessoas, singulares ou colectivas que:


 De modo independente e com carácter de habitualidade exerçam actividades
de produção, comércio ou prestação de serviços;

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 De modo independente pratiquem uma só operação, enquadrável numa das


referidas actividades, sejam elas exercidas no território nacional ou fora dele;
 Pratiquem uma só operação que não esteja sujeita a IRPS ou IRPC;
 Realizem importação de bens;

b) sujeitos passivos ficcionados


Em certos casos, a lei considera sujeitos passivos, no sentido de serem devedores do
imposto, os adquirentes de determinados serviços, dentro das seguintes condições
cumulativas (conjugação do art.º 2º, nº 1, alínea a), 2ª parte, com o art.º 6 nº 8):
 De serem já sujeitos passivos nacionais pela prática de operações tributáveis
previstas no art.º 2º, nº 1, alínea a);
 De o prestador não ter sede, estabelecimento estável ou domicílio no território
nacional a partir do qual o serviço seja prestado;
 De se tratar de um dos serviços enumerados no art.º 6 nº 7 (marcas de fabrico,
publicidade, serviços de consultoria, operações bancárias, etc.).

São também sujeitos passivos (devedores do imposto) os adquirentes dos serviços a


seguir referidos, dentro das seguintes condições cumulativas (conjugação do art.º 2º,
nº 1, alínea e), com o art.º 6º):
 De o prestador não ter no território nacional, sede, estabelecimento estável ou
domicílio a partir do qual o serviço seja prestado;
É ainda sujeito passivo do IVA (devedor) quem, enquadrando-se ou não nas situações
anteriores, mencione indevidamente imposto em factura ou documentos equivalentes
(art.º 2º, nº 1, alínea e).

b) Outros sujeitos passivos


O Estado e as demais pessoas colectivas de direito público não são, em princípio
sujeitos passivos dos impostos desde que a sua actividade decorra dos seus poderes
de autoridade, ainda que por ela obtenham contrapartidas (preço ou taxa ou outras
prestações).
Porém, os entes públicos já serão sujeitos passivos quando exercerem determinadas
actividades económicas, elencadas no art.º 4º (Telecomunicações, distribuição de
água, gás e electricidade, transportes, radiodifusão e radiotelevisão, etc.), actividades
estas que não têm uma natureza intrínseca estadual e podem também ser
desenvolvidas por empresas privadas.
Observa-se, porém que os entes públicos podem ser sujeitos passivos quando, no
primeiro caso, a sua não sujeição possa originar distorções de concorrência, podendo

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não o vir a ser, no segundo caso, quando as actividades elencadas no art.º 3º sejam
exercidas de forma não significativa.
Abaixo se encontra uma estrutura da incidência pessoal do IVA:

Base
Tributável

Residentes Operações Não residentes


em Intermediarias em
Moçambique (Importações/Exporta Moçambique
ções
Pessoas singulares ou colectivas
que exerçam actividades de Operações efectuadas em
produção, comércio ou prestação Principio da tributação no pais território Moçambicano
de serviços de destino – consumo dos
bens

1.2. INCIDÊNCIA REAL

A incidência real traduz-se nos factos sujeitos ao imposto e que, como já se viu, são
desde logo as transmissões de bens e as prestações de serviços.
a) Transmissão de bens
Define-se transmissão de bens como acto ou contrato que faz operar a transferência
onerosa de bens corpóreos, sendo assimilados a bens corpóreos a energia, o gás, o
calor, o frio e realidade similares.
Nota-se que não se impõe que o transmitente seja o verdadeiro proprietário do bem
transferido. Ao contrário, basta que aquele actue como o faria um proprietário, isto é,
pela forma correspondente ao exercício do direito de propriedade.
Assim, há lugar a uma transmissão para efeitos de IVA mesmo que o transmitente
seja um mero detentor dos bens, bem como nos casos de transmissões forçadas (venda
judicial ou administrativa, por exemplo)

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Transmissões ficcionadas

O pendor económico que caracteriza a estrutura normativa deste ou de qualquer outro


imposto levou a que determinadas situações que, juridicamente não podem
considerar-se transmissões, fossem assimiladas a esta figura, uma vez que
propiciavam resultados equivalentes.
É o que acontece com os seguintes casos:
 Contratos de locação-venda em que as partes celebram um contrato de locação,
mas com a cláusula vinculante da posterior transferência da propriedade;
 Contrato de venda com reserva de propriedade, isto é, sujeito a condição
suspensiva do pagamento do preço;
 Transferência de bens entre comitente e comissário;
Idêntico regime é aplicável ao contrato de consignação, em relação as transferências
de mercadorias entre o consignante e consignatário:
 Não devolução, no prazo de 180 dias, das mercadorias enviadas a consignação.
Neste caso presume-se que as mercadorias foram vendidas, havendo lugar a
tributação;
 A afectação de bens da empresa, cuja aquisição tenha conferido a dedução do
imposto, a fins alheios a actividade da própria empresa, seja a que título for, é
considerada transmissão e, como tal, tributável, exceptuam-se deste regime as
amostras e ofertas de pequeno valor;
 Transferência de bens entre um sector sujeito e um sector isento e a afectação ao
activo imobilizado de bens referidos no art. º 20º, nº 1, quando tenha havido lugar
a dedução do imposto suportado na aquisição desse bem.
Prestações de serviços
O conceito de prestação de serviços reveste-se de um carácter residual cabendo todas
as operações onerosas que não se encontram tipificadas como transmissões de bens,
nem como importações.
Presume-se também que a utilização, seja a que título for, de bens da empresa por
cuja aquisição tenha havido lugar a dedução do imposto, para fins alheios a sua
actividade tributável, é uma prestação de serviços a título oneroso e como tal
tributável.

c) Importações de bens
É considerada importação a entrada em território nacional de bens originários ou
precedentes de países terceiros.

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Operações
Tributáveis

Transmissão de Prestação de
Bens Importações
Serviços

- Onerosas
- Efectuadas em território nacional
- Efectuadas por um sujeito passivo
agindo como tal

1.3. LOCALIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES

a) Localização das transmissões de bens


De acordo com o n.º1 do Artº.6, são as tributadas as transmissões de bens nos casos
abaixo mencionados:
 Se os bens estiverem situados no território nacional, no momento em que se inicia
o transporte ou a expedição para o adquirente;
 Caso não haja expedição ou transporte, no momento em que são colocados a
disposição do adquirente.

b) Localização das prestações de serviços


A regra geral é a de tributar em Moçambique as prestações de serviços quando o seu
prestador aqui tiver a sede, estabelecimento estável ou o seu domicílio a partir dos quais
os serviços sejam prestados (art.º 6º nº3).
Esta regra comporta várias excepções e especificidades.

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Assim:
 A prestação de serviços relacionados com um imóvel situado fora do território
nacional, incluindo os que tenham por objecto preparar ou coordenar a execução
de trabalhos imobiliários e as prestações de peritos e agentes imobiliários:
 Trabalhos efectuados sobre bens móveis corpóreos e peritagens a eles referentes,
executados total ou essencialmente fora do território nacional.
 Prestações de serviços de carácter artístico, cientifico, desportivo, recreativo, de
ensino e similares, compreendendo as dos organizadores destas actividades e as
prestações de serviços que lhes sejam acessórias, que tenham lugar no território
nacional;
 O transporte, pela distância percorida fora do território nacional.
Por outro lado, as prestações de serviços a seguir referidas, cujo prestador não seja
localizado em Moçambique, são aqui tributados se o adquirente for um sujeito passivo
do IVA com sede, estabelecimento estável ou domicílio em território nacional (art.º6
nº 7):
 Cessão ou autorização para a utilização de direitos de autor, licenças, marcas de
fabrico e de comércio e outros direitos análogos;
 Serviços de publicidade;
 Serviços de telecomunicações;
 Serviços de consultores, engenheiros, advogados, economistas e contabilistas,
gabinestes de estudos em todos os domínios, compreendendo os de organização,
investigação e desenvolvimento;
 Tratamento de dados e fornecimento de informações;
 Operação bancária, financeiras de seguro e resseguro;
 Colocação de pessoal à disposição;
 Serviços de intermediários que intervenham em nome e por conta de outrem no
fornecimento das prestações de serviços;
 Obrigação de não exercer, mesmo a título parcial uma actividade, uma actividade
profissional ou de um direito mencionado (Art.6, n.º7 h) i)
 Locação de bens móveis corpóreos, com excepção dos meios de transporte;
Contudo, as mesmas prestações de serviços não serão tributadas em Moçambique,
mesmo que o prestador aqui seja localizado, sempre que o adquirente seja uma pessoa
estabelecida ou domiciliada no estrangeiro (Artº. 6º nº 8).

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1.4. FACTO GERADOR E EXIGIBILIDADE DO IMPOSTO


Fazendo ainda parte da incidência, vista esta num sentido temporal, há que ter em conta
o facto gerador do imposto e a sua exigibilidade, isto é, o momento em que o imposto é
devido pelo SP e exigível pelo Estado.

a) Regra geral
A regra geral (Artº. 7º, nº 1) é de natureza material e traduz-se em o imposto ser devido
e exigível no momento em que os bens são postos à disposição do adquirente, quando
se realizam as prestações de serviços ou, quando ocorrem importações, no momento em
que for numerado o DU – Documentos Único.
Esta regra geral cede, no entanto, nos casos em que os bens sejam entregues antes de se
produzirem os efeitos translativos de um contrato (salvo nos contratos de locação-venda
e de compra e venda com reserva de propriedade), sendo o imposto devido e exigível
apenas quando esses efeitos se verificarem (art.º 7º, nº7).
A mesma regra comporta ainda outras propriedades que importa considerar. Assim:
 Instalação ou montagem de bens (art.º 7º, nº 2). O imposto é devido e exigível
quando a instalação ou montagem estiver concluída;
 Transmissão de bens e prestação de serviços de carácter continuado com
pagamentos fraccionados (art.º 7º, nº 3). O imposto é devido e exigível em relação
a cada pagamento;
 Afectação ou utilização de bens ou serviços da empresa a uso próprio do seu
titular, do pessoal, ou a fins alheios a actividade para que foram adquiridos (art.º
7º, nº 4). O imposto é devido e exigível no momento em que as afectações de bens
ou as prestações de serviços tiverem lugar;
 Transmissões de bens entre comitente e comissário (art.º 7º, nº 5). O imposto é
devido e exigível no momento em que o comissário os puser a disposição de seu
adquirente;
 Não devolução das mercadorias enviadas à consignação (art.º 7, nº 6).
O imposto torna-se, pois, exigível no momento da emissão da factura, se o prazo for
respeitado ou, no termo desse prazo caso contrário. Porém, no caso de pagamentos
antecipados, o imposto é devido pelo montante efectivamente pago. (Vide o Capítulo
sobre Obrigações Acessórias – Obrigação de emissão de emissão de facturas).

Regimes especiais de exigibilidade do imposto


Relativamente às empreitadas e sub-empreitadas de obras públicas em que sejam donos
da obra a Estado, a exigibilidade do imposto é diferida para o momento de recebimento
do preço, nos termos do Decreto n.º27/2000 de 10 de Outubro que impõe a criação de
um Regime Especial de Exibilidade do IVA nas Empreitadas e Obras Públicas.

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1.5. ISENÇÕES

Isenções nas operações internas (art.º 9º)


Este tipo de isenções, designadas por simples ou incompletas, traduzem-se no facto de
o operador económico não ser obrigado a liquidar imposto nas transmissões de bens ou
prestações de serviços que efectuar, não podendo, em contrapartida deduzir o imposto
suportado nas suas aquisições.

a) Principais isenções internas


 Transmissões de bens e prestações de serviços de Saúde indicadas no Art.9
n.º1
 Transmissões de bens e prestações de serviços efectuadas por entidades sem
fins lucrativos de acordo com o Art.9 n.º 2;
 Transmissões de bens e prestações de serviços de ensino indicados no Art.9
n.º 3;
 As operações bancárias e financeiras (Art.9 nº 4);
 Certas locações de imóveis (Art.9 nº.5);
 As operações de seguro e resseguro, bem como as prestações de serviços
conexas, efectuadas pelos corretores e outros mediadores de seguros; (Art 9
n.º6);
 Certas transmissões de bens e prestaçções de serviços no âmbito das
actividades agrícola, silvícola, pecuária e piscatória (Art.º 9, n.º7);
 Lotaria, bingo, bem como outras actividades sujeitas ao imposto especial
sobre jogo (Art.º 9º, nº 8);
 As transmissões de bens e prestações de serviços para fins culturais e artísticos
(9, nº 9);
 As transmissões de farinha de milho, arroz, pão, sal iodado, leite em pó para
lactentes até um ano, trigo, farinha de trigo, tomate fresco ou refrigerado,
batata, cebola, carapau congelado, petróleo de iluminação, jet fuel, bicicletas
comuns e preservativos; (Art.9º n.º10)
 Transmissões de bens e pretação de serviçoss efectuados no âmbito de
fornecimento de material de guerra e de aquartelamento, fardamentos
militares e paramilitares, destinados à utilização oficial das Forças de Defesa
e de Segurança Nacional, desde que a actividade seja efectuada
exclusivamente para aqueles serviços, por estabelecimentos reconhecidos
pelo Ministério competente. (Art.9º n.º11)
 Outras transmissões de bens a seguir indicadas (Art.9º n.º11):

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o As transmissões, pelo seu valor facial, de selos de correio em


circulação ou de valores selados, bem como as respectivas comissões
de venda;
o O serviço público de remoção de lixo;
o As prestações de serviços e as transmissões de bens acessórios aos
mesmos serviços, efectuadas por empresas funerárias e de cremação;
o As operações sujeitas à SISA ainda que dela isenta;
o As transmissões de bens afectos exclusivamente a um sector de
actividade isento ou que, em qualquer caso, não foram objecto de
direito de dedução e bem assim as transmissões de bens cuja aquisição
tenha sido feita com exclusão do direito à dedução.

b) Renúncia à isenção (art.º 11º)


Poderão renunciar a isenção os sujeitos passivos que se beneficiam da isenção na
transmissão de bens e prestações de serviços no âmbito de actividades agrícola,
silvícola, pecuaria, e pesca referidas na a) do n.º 7 do Art.9.
A renúncia à isenção, de que só podem aproveitar as operações acabadas de referir, é
feita através da entrega na repartição de finanças competente, de uma declaração de
início de actividade (se o interessado não a tiver ainda iniciado) ou de alterações (se
já estiver a exercer a actividade).
Uma vez feita a opção de tributação o SP é obrigado a permanecer nesse regime
durante, pelo menos, cinco anos. Findo esse prazo pode voltar ao regime de isenção
devendo para tal solicitar por meio da declaração antes de expirado o prazo.

Isenções nas importações


De acordo com o Art. 12 estão isentas do IVA:
 Importações definitivas de bens cuja transmissão em território nacional tenha
isenção objectiva de acordo com a alinea a) do n.º1 do .12.
 Certas importações de bens, sempre que gozem de isenção de pagamento de
direitos de importação, nos termos da Lei;
 As prestações de serviços cujo valor esteja incluído na base tributável das
importações de bens refiram conforme o estabelecido na base de tributação nas
importações;
 As importações de bens de abastecimento que, desde a sua entrada em território
nacional até a chegada ao porto ou aeroporto nacionais de destino e durante a
permanência nos mesmos pelo período normal necessário para o cumprimento
das suas tarefas, sejam consumidos ou se encontram a bordo das embarcações que

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efectuem navegação marítima, fluvial ou lacustre internacional ou de aviões que


efectuem navegação aérea internacional;
Esta isenção não abrange as provisões de bordo e os combustíveis em
determinadas condições (cf. art.º 12º nº 3);
 As importações de bens de equipamento classificados na classe “K” da pauta
aduaneira, destinados aos investimentos em empreendimentos autorizados ao
abrigo da Lei de Investimentos e respectivo Regulamento.

Isenções nas exportações, operações assimiladas a exportações e transportes


internacionais (art.º 13º CIVA)
Ao contrário do que acontece com parte das operações internas, em que a isenção é
considerada incompleta, como se referiu, no caso das vendas para o exterior o
vendedor não só não liquida imposto como pode deduzir, eventualmente pela via de
reembolso, o IVA que suportou na compra de bens destinados a esse fim.
Como regra geral poderia afirmar-se que este artigo 14º pretende incluir todas as
exportações efectivas, sendo concebível que o pudesse fazer através de uma norma
suficientemente abrangente para esse efeito. Essa forma seria a sua alínea a) que faz
referência “as transmissões de bens expedidos ou transportados com destino
estrangeiro pelo vendedor ou por um terceiro por conta deste”. Sabe-se, no entanto,
que a realidade das coisas não é tão linear, que existem situações em que não é assim
tão claro saber-se se estamos perante uma operação interna, e situações que
assumidamente se pretendem excluir da isenção. Daí todo o desenvolvimento
normativo que caracteriza este preceito onde se faz referência, nomeadamente:
o As exportações directas (alíneas a, a e);
o As exportações precedidas de reparações ou transformações (alíneas f) e
g);
o As exportações relacionadas com abastecimento e reparações de navios e
aviões (alíneas h) e i);
o As exportações relacionadas com organismos internacionais, e com as
representações diplomáticas (alíneas j), k) e l));
o As prestações de serviços, nomeadamente de transporte, relacionadas
com o circuito de pessoas e bens (alíneas m), n), o) e p)).

Outras isenções (art.º 14º)


Consagrou-se aqui outro tipo de isenções de que destacamos:
 De acordo com o Art.º 14º, estão isentas do imposto as operações indicas
abaixo, desde que os bens a que se referem não tenham utilização nem
consumo finais nas áreas mencionadas:

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o As importações de bens que, sob controlo alfandegário e com


sujeição às disposições especificamente aplicáveis, sejam postas
nos regimes de zona económica especial, zona franca, depósito
franco e depósitos gerais francos ou que sejam introduzidos em
depósitos de regime aduaneiro ou lojas francas, enquanto
permanecerem sob tais regimes.
o As transmissões de bens que se encontrem nos regimes de
trânsito, draubaque ou importação temporária e as prestações de
serviços de transporte directamente conexas com tais operações,
enquanto os mesmos forem considerados abrangidos por aqueles
regimes.
1.6. PRINCÍPIOS GERAIS DE TRIBUTAÇÃO

VALOR TRIBUTÁVEL

Valor tributável nas operações internas (art.º 15º)


O valor tributável das transmissões de bens e prestações de serviços sujeitas a imposto
é o valor da contraprestação obtida ou a obter do adquirente, do destinatário ou de um
terceiro.
O valor tributável deverá ainda incluir:
 Os impostos, direitos e taxas (com exclusão do Próprio IVA)
 As despesas acessórias (comissões, embalagens, transporte, seguros)

Porém, já serão excluídos:


 As indemnizações declaradas judicialmente, por incumprimento total ou
parcial de obrigações;
 Os descontos, bónus e abatimentos;
 As quantias pagas em nome e por conta do adquirente, registadas pelo
contribuinte em contas de terceiros apropriadas;
 As embalagens que não forem objecto de transacção.

Refira-se ainda que em alguns casos o valor tributável não incide sobre o total do
montante da factura, como se depreende em algumas alíneas do Art.15, n.º2
 Transmissão de energia, cujo preço é fixado por Autoridade Pública, o IVA
incide sobre 62% do total da factura (alinea j);
 Prestações de serviços de obras públicas em construção e reabilitação de
estradas, ponte e infraestruturas de abastecimento de água, no valor tributável

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deduz 60% do mesmo, ou seja, o IVA incide sobre 40% do valor da factura;
(alinea i);
Valor tributável na importação de bens (art.º 16º)

O valor tributável dos bens importados é o seu valor aduaneiro, adicionado, desde
que não contenham os elementos abaixo indicados, de acordo com o n.º1:

 Direitos de importação e quasiquer outros impostos e taxas efectivamente devidos


na importação, com exclusão do próprio IVA;
 Despesas acessórias tais como embalagem, transporte, seguro e outros encargos
que se verifiquem até ao primeiro lugar de destino dos bens no interior do Pais.

Taxas (art.º 17º)


A taxa do IVA é de 17% e a sua aplicação vigora a partir do momento em que o
imposto se torna exigível.

APURAMENTO DO IMPOSTO (Artºs. 18º a 25º)

DIREITO À DEDUÇÃO (Artº. 19º e 20º)

a) Natureza do direito à dedução


Uma vez que IVA é um imposto de natureza periódica, como adiante se referirá, a
quantia a pagar ao Estado é determinada pela aplicação da taxa ao valor tributável
referente a cada transmissão de bens ou prestação de serviços efectuadas no período,
deduzido o imposto suportado nas aquisições de bens e serviços do mesmo período
de imposto.
A dedução é pois uma das componentes essenciais do apuramento do imposto,
traduzindo-se na compensação entre um direito de crédito de que um operador
económico é titular em relação ao imposto suportado nas operações “a montante” e a
dívida tributária decorrente das suas operações “ a jusante”.

b) Requisitos do direito a dedução (Artº.18º e 19º)


1. Só confere direito à dedução:
a) O imposto que lhes foi facturado na aquisição de bens e serviços por outros sujeitos
passivos;
b) O imposto suportado nas importações de bens;
c) O imposto pago pela aquisição dos serviços indicados no n.º7 do artigo 6.
d) O imposto pago como destinatário de operações tributáveis efectuadas por sujeitos
passivos estabelecidos no estrangeiro, quando estes não tenham representante
legalmente acreditado e não houver facturado o imposto;

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e) O imposto suportado nas reparações, manutenção, ou outras prestações de serviços,


no caso dos revendedores de bens em segunda mão;
1. O imposto mencionado em facturas, documentos equivalentes e bilhetes de despacho de
importações passados na forma legal, na posse do sujeito passivo.
2. Não pode deduzir-se o imposto que resulte de operação simulada ou em que seja simulado
o preço constante da factura ou documento equivalente.
3. Não é ainda permitido o direito a dedução do imposto nas aquisições de bens de segunda
mão quando o valor tributável da sua transmissão posterior for a diferença entre o preço
de venda e o preço de compra, nos termos da alínea f) do n° 2 do artigo 15 ° do CIRPS.
4. Não pode, igualmente, deduzir-se o imposto que resulte de operações em que o
transmitente dos bens ou prestador de serviços não tenha entregue nos cofres do estado o
imposto liquidado, quando o sujeito passivo tenha o devesse ter conhecimento de que o
transmitente dos bens ou prestador de serviços não dispõe de adequada estrutura
empresarial susceptível de exercer a actividade declarada
5. De acordo com o Art.19º n.º1, só pode deduzir-se o imposto que tenha incidido sobre
bens ou serviços adquiridos, importados ou utilizados pelo sujeito passivo para a
realização das seguintes operações:

o Transmissões de bens e prestações de serviços sujeitas a imposto e dele


não isento;
o Transmissões de bens que consistem em:
 Exportações e operações isentas nos termos do art.13;
 Operações efectuadas no estrangeiro que seriam tributáveis se fossem
efectuadas no território nacional;
 Prestação de serviços de transporte cujo valor esteja incluído na base
tributável, dos bens importados, nos termos da alinea b), do n.º1 do
Art.16;
 Transmissões de bens e prestação serviços abrangidos pelas alinas b),
c) e d) do n.º1 e n.º2 do Art.14
 Transmissões de bens abrangidos pela alinae b) do n. º7, n.º10 e nas
alíneas d) e f) do n.º13, todos do art.9.

c) Exclusão do direito à dedução (Artº. 20º)


É pois excluído o direito a dedução do IVA suportado nas seguintes despesas:
 Compra, fabrico, importação, locação, utilização, transformação e reparação
de barcos de recreio, helicópteros, aviões, motos, motociclos e viaturas de
turismo (qualquer veiculo automóvel, com inclusão de reboque, que, pelo seu
tipo de construção e equipamento, não seja destinada unicamente ao
transporte de mercadorias ou a uma utilização com carácter agrícola,

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comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de passageiros,


não tenha mais de nove lugares, com inclusão do condutor – alinea a) do n.º1
do Art.20).
 Despesas com aquisição de combustíveis. O IVA contido no preço do gasóleo
é dedutível em 50% e, se for destinado a veículos pesados de transporte de
pessoas, transporte públicos, máquinas que não sejam veículos matriculados,
tractores agrícolas, a dedução é total;
 Despesas de transporte e viagens do sujeito passivo e do seu pessoal;
 Despesas de alimentação, bebidas, alojamento, de recepção, de tabaco, de
recepção, incluindo as relativas ao acolhimento de pessoas estranhas a
empresa;
 Despesas com serviços de telefonia móvel;
 Despesas de divertimento e de luxo;
Mais ainda, de acordo com o n.º4 do Art.18, não é permitido o direito à
dedução do imposto nas aquisições de bens da segunda mão quando o valor
tributável da sua transmissão posterior for a diferença entre o preço de venda
e o de compra, nos termos da alinea f) do n.º2 do Art.15.
E de acordo com o n.º2 do Art.19, não há direito a dedução do imposto
respeitante a operações que deêm lugar aos pagamentos referidos na alinea c)
do n.º6 do Art.15.

d) Direito ao reembolso (Artº. 21º)


O direito ao reembolso é uma das formas de exercer o direito à dedução, pois o sujeito
passivo tem uma situação credora perante o Estado (imposto dedutível é superior ao
imposto liquidado).
O reembolso pode ser pedido, no campo respectivo de uma declaração periódica
entregue dentro do prazo legal, se persistir uma situação de crédito superior a
50,000.00 MT durante doze meses. Pode, ainda, sem este requisito de permanência,
ser solicitado o reembolso nas seguintes circunstâncias (Art. 21º, nº 6):
 Cessação de actividade;
 Mudança de enquadramento, para um regime que não confira direito a
dedução;
No último capítulo falaremos com mais pormenores sobre o pedido do reembolso e
os requisitos do direito ao reembolso.

Prazos de pagamento dos reembolsos

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 Os reembolsos serão pagos no prazo de trinta dias a contar da data da


apresentação do respectivo pedido;
.
Pagamentos de juros a favor do titular do reembolso
No caso de não ser cumprido o prazo acima referido, por motivos imputáveis aos
serviços da administração fiscal, poderá o sujeito passivo solicitar o pagamento de
juros.

e) Dedução parcial do imposto. Sujeitos passivos mistos (Art. 22º)


Casos há em que os sujeitos passivos que exercem operações tributáveis que
conferem o direito a dedução do imposto suportado a montante e, em simultâneo,
exercem operações isentas que não conferem aquele direito.
Sendo assim, tornar-se necessário determinar o montante do imposto dedutível e do
que não é dedutível. Este apuramento pode ser feito por duas modalidades.

Método da afectação real


Este método consiste na separação, através da contabilidade da empresa, das
aquisições de bens e serviços que são afectas ao sector tributável das que são afectas
para o sector isento. Desde modo já poderá deduzir integralmente o imposto
suportado no primeiro caso, nada deduzindo no segundo.

Método do “pró rata” de dedução


A percentagem de dedução é proporcional ao valor das operações tributáveis e isenta
com direito a dedução em relação ao volume de negócios total. Esta percentagem é
calculada através de uma fracção que comporta no numerador o montante anual das
operações que conferem direito a dedução, com o imposto excluído e, no
denominador, o montante anual de todas operações do sujeito passivo, também com
o imposto excluído.
As transmissões de bens do activo imobilizado da empresa e as operações imobiliárias
e financeiras acessórias do sujeito passivo em causa não são incluídas nem no
numerador nem no denominador da fracção.

Regularização das deduções


Uma vez que só no final de cada exercício é possível apurar o “pró rata” definitivo,
durante cada exercício é aplicável a percentagem de dedução referente ao ano
anterior. É o “pró rata” provisório que deverá ser corrigido quando forem conhecidos
os elementos definitivos do ano, havendo assim lugar à correspondente regularização.
A regularização é feita na declaração referente ao último período do ano a respeita.

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1.7. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS


Obrigações dos sujeitos passivos de IVA

Obrigações declarativas

a) Declaração de inicio, alteração e cessação de actividade (alinea a) n.º1 do Art.25);


A declaração de inicio deve ser apresentada, em triplicado, antes de iniciada a
actividade, na repartição de finanças competente, em geral a da área da sede,
estabelecimento principal ou domicílio do sujeito passivo.

b) Declarações periódicas
 Declarações de imposto (alinea c) do n.º1 do Artº. 25º)
Devem ser apresentadas nos seguintes termos:
 Sujeitos passivos do regime normal mensal – até ao último dia útil do mês
seguinte àquele a que respeitem as operações;

 O imposto autoliquidado deve ser enviado, juntamente com estas


declarações, através de cheque bancário ou em numerário.

 Estas declarações devem ser entregues mesmo que, num determinado mês
o sujeito passivo não efectue operações tributáveis.

Obrigações de facturação (alinea b) do n.º1 do Art.25º e 27º)


Os sujeitos passivos de IVA são obrigados a passar uma factura ou documento
equivalente por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, bem como pelos
pagamentos antecipados em relação à data das operações (Artº. 25º, nº 1, alínea b).
As facturas devem conter obrigatoriamente alguns elementos como pressuposto da
sua validade, tais como, identificação do sujeito passivo emitente e do destinatário
dos bens ou serviços, preços, taxas e imposto devido (Artº. 27º, nº 5).
Além disso devem ser numeradas sequencialmente e datadas, bem como obedecer
aos requisitos, serem emitidas por tipografia autorizada ou processada por
computador;
Devem, por outro lado, ser emitidas em duplicado, destinando-se o original ao cliente
e a cópia ao arquivo do fornecedor.
Refira-se que a questão de exigência do original, para documentar o direito à
dedução, não é uma mera exigência de ordem formal significando antes a garantia
de que o IVA que contem só é deduzido uma vez. A 2º via de uma factura não pode

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legitimar esse direito. Em caso, de extravio do original deve emitir-se novas facturas
com anulação da anterior, referindo expressamente esse facto de modo a que o
imposto não seja liquidado de novo nem origine novo direito a dedução.
REQUSITOS DE VALIDADE DAS FACTURAS

Nome, firma e denominação social;


Endereço completo da empresa;
Número Único de Identificação Tributaria- NUIT O número sequencial
(bem identificado) da factura

Insert Factura No. 778878


Victor e Construções, Lda.
Rua das Embaixadas 659 Maputo -Moçambique
Tel: +258 21 22 345

NUIT: 700003241455 FACTURA

Data da emissão
Cliente da factura

Nome completo Nome Data


do cliente, Endereço
endereço e NUIT Cidade Código Postal NUIT
Telefone

Qt. Discrição P. Unit. TOTAL

20 xxxxxx 30.00 600.00

Quantidade, descrição e
preço antes do IVA.

NB: Todos os preços


quando não indicados o
IVA deve estar explicito:
IVA NÃO INCLUÍDO ou
IVA INCLUÍDO

Sub total 600.00

Pagamento IVA 17%


Se processadas Se a empresa vende bens
electronicamente No. Da Conta TOTAL 600.00
ou serviços isentos do
este descritivo deve Nome
IVA, deve indicar
estar mencionado. Motivo justificativo da não aplicação do
justificativo
E o sistema deve imposto
ser aprovado pelo
Ministério das
Finanças
Processado Por Computador

Dom Gráficas - Av. Das Estrelas, Maputo/200004324 Aut No:234/MPF/0234 Liv.24X34556 a 50000

Se a factura for impressa tipograficamente, deve conter elementos de


identificação da tipografia, nomeadamente a designação social, sede
e NUIT, bem como a autorização do Governo para a tipografia NB: Ler Art. 31 do Código do IVA
imprimir facturas

a) Prazo para a emissão


As facturas ou documentos equivalentes devem ser emitidas, o mais tardar, no quinto
dia útil seguinte ao do momento em que o imposto é devido.
Em caso de pagamentos antecipados, a emissão deve coincidir com o recebimento do
montante que estiver em causa.

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Observa-se que os documentos equivalentes, não tendo a mesma natureza da factura,


devem, no entanto, conter todos os elementos exigíveis para as facturas. São
considerados documentos equivalentes as notas de crédito e de débito, as Facturas-
Recibo, as Vendas a Dinheiro (V.D), desde que, como é obvio, não seja emitida uma
Factura para a mesma operação.
As Guias de Remessa não são consideradas documentos equivalentes, sendo exigível
a emissão subsequente da factura.

b) Facturas globais
É permitido o sistema de facturação global, referente a um mês ou períodos inferiores,
desde que seja feita comunicação prévia a DGI e por cada transacção seja emitida
guia ou nota de remessa e do conjunto dos dois documentos resultem todos os
elementos exigíveis para a factura.
O processamento da factura global não pode ultrapassar cinco dias úteis após o termo
do período a que respeitam.

c) Dispensa da obrigação de emissão da factura


Ficam dispensados de emitir factura, nas vendas a dinheiro em que o cliente seja um
particular:
 Os retalhistas e os vendedores ambulantes;
 As transmissões de bens feitas por aparelhos de distribuição
automática;
 As prestações de serviços em que seja habitual a emissão de talão,
bilhete de ingresso ou de transporte, senha ou outro documento
impresso e ao portador, comprovativo de pagamento;
 Outras prestações de serviços inferiores a 100.00 MT.
Observa-se, no entanto que se os adquirentes forem sujeitos passivos do IVA estes
devem exigir facturas e a mesma deve ser passada obrigatoriamente.

d) Obrigatoriedade da liquidação do IVA nas facturas (repercussão – Artº.28)


O IVA deve obrigatoriamente ser adicionado ao valor da factura ou documento
equivalente para efeitos da sua exigência ao adquirente das mercadorias ou aos
utilizadores de serviços.
Nos casos em que a emissão da factura não seja obrigatória, o imposto deve ser
incluído no preço para efeitos da sua exigência ao cliente.

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e) Emissão de talões de venda


De acordo com o Artº. 1º do Decreto n.º28/2000, que aprova a utilização de máquinas
registadoras, os sujeitos passivos dispensados da obrigação de facturação, poderão
optar pela emissão de talões de venda através de máquinas registadoras.
Os talões, sejam pré-impressos ou emitidos por máquina, devem conter a data e a
numeração sequencial, denominação social e o número fiscal do emitente, a
designação usual dos bens ou serviços, o preço, líquido de imposto, e a indicação do
valor total do imposto incluído nas vendas ou serviços efectuados ou, em alternativa,
a indicação “IVA incluso” e a respectiva taxa.

f) Declaração de operações isoladas

De acordo com o Artº. 37, os SP que pratiquem uma só operação tributável deverão
apresentar a Declaração de Operações Isoladas e Facturação Indevida – Modelo E,
na repartição de finanças competente até ao fim do mês seguinte ao da conclusão da
operação.
Extrai-se do Código do IRPS no n.º4 do Artº.8º que considera-se rendimentos
provenientes de actos isolados os que não resultem de uma pratica previsível ou
reiterada.

1.8. REGIMES ESPECIAIS


Regime de isenção (Artº. 35º a 41º)
Ficam isentos desde imposto os sujeitos passivos que preencham os seguintes
requisitos (cumulativos):
 Não tenham nem sejam obrigados a possuir contabilidade organizada para
efeitos de IRPS e IRPC;
 Não pratiquem operações de importação, exportação ou actividades conexas;
 Não tenham atingido, no ano civil anterior um volume de negócios igual ou
inferior a 750,000.00MT.
O significado desta isenção traduz-se no facto de os seus titulares não terem que
liquidar imposto pelas suas operações, não podendo deduzir o IVA suportado nas
aquisições.
Para que este direito possa ser exercido torna-se necessário a opção pelo regime
normal de tributação. Para este efeito deverão entregar na repartição de finanças
competente uma declaração de inicio de actividade ou de alterações, produzindo
efeitos a partir de 01 de Janeiro do ano da sua apresentação.
Em caso de opção o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou,
por um período de cinco anos, podendo depois voltar ao regime de isenção se os
pressupostos se verificarem.

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Alteração de enquadramento
Em determinados casos os requisitos acima enunciados deixam de verificar-se
obrigando ao reenquadramento dos sujeitos passivos. Esta obrigatoriedade verifica-
se, nomeadamente:
 Quando o SP passe a ter contabilidade organizada;
 Quando o SP inicie operações de importação ou exportação. Nestes dois
casos, deverá entregar na repartição de finanças competente uma declaração
de alterações, produzindo efeitos a partir de 01 de Janeiro do ano civil
seguinte.
 Quando o volume de negócios ultrapassar os limites acima referidos, a
declaração de alteração deve ser apresentada no mês de Janeiro do ano
seguinte;
Refira-se finalmente que os sujeitos enquadrados neste regime, quando emitirem
facturas deverão sempre apôr-lhes a menção: “IVA – Regime de Isenção” (Artº 39º).

Regime de tributação simplificada (Artº.42º ao Artº.50º)


São enquadrados no regime de tributação simplificada, os sujeitos passivos que
reúnam qualquer um dos seguintes requisitos:
 Possuam um volume de negócios anual superior a 750.000,00 MT e inferior
a 2.500.000,00 MT;
 Não possuam nem sejam obrigados a possuir contabilidade organizada para
efeitos de tributação sobre o rendimento;
 Não efectuem operações de importação, exportação ou actividades conexas
com estas operações.
O cálculo do imposto neste regime é feito numa base trimestral e resulta da aplicação
de uma percentagem de 5% sobre o valor das vendas de bens ou de prestação de
serviços, com excepção das vendas de bens de investimento corpóreos que tenham
sido utilizados na actividade por eles exercida.
Esta percentagem de 5% não incide sobre o valor de cada operação efectuada mas
sim sobre o valor global das vendas efectuadas no trimestre.
As facturas ou documentos equivalentes emitidos por contribuintes deste regime não
conferem ao adquirente direito à dedução, devendo delas constar a expressão “IVA –
Não Confere Direito a Dedução”.
Tal como sucede no regime de isenção, o SP pode migrar deste regime para outros,
bastando para tal reunir os requisitos exigidos no regime que pretende e
consequentemente efectuar a comunicação na respectiva Área Fiscal por meio da

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declaração de alteração que produzirá efeitos a partir de 01 de Janeiro do ano civil


seguinte.
No entanto, neste regime, os SP são obrigados a registar no prazo de trinta dias a
contar da respectiva recepção, as facturas, documentos equivalentes e guias ou notas
de devolução relativos a bens ou serviços transmitidos, e a conservá-los em boa
ordem e com observância do regime das operações activas e das operações passivas.
Para cumprir com o acima descrito, os contribuintes devem possuir os seguintes
elementos de escrita:
 Livro de registo de compras;
 Livro de registo de vendas e serviços prestados;
 Livro de registo de despesas gerais.

REGIME ESPECIAL DAS EMPREITADAS E OBRAS PÚBLICAS

Este regime aplica-se às empreitadas e subempreitadas de obras públicas em que o


dono da obra é o Estado.
De acordo com o Artº.3º do Decreto 27/2000, que impõe a criação de um Regime
Especial de Exigibilidade do Imposto nas Empreitadas e Subempreitadas, o imposto
relativo às prestações de serviços é exigível no momento do recebimento total ou
parcial do preço, pelo montante recebido, com IVA incluído na factura ou documento
equivalente emitida pelo transmitente dos bens ou dos serviços.
Os SP podem optar pela aplicação das regras previstas nos Art. n.º 7 e Art. nº 8,
mediante a apresentação de um requerimento na repartição de finanças e produzirá
efeitos a partir do mês seguinte ao da data do deferimento.
No entanto, poderão voltar a aplicar as regras de exigibilidade do imposto previstas
neste regime especial, mediante apresentação de um requerimento neste sentido.

Dedução do Imposto
De acordo com o n.º 1 do Artº.6º, o imposto só é dedutível no momento do pagamento
efectivo do preço e deve ser efectuada na declaração do período em que se tiver
verificado a emissão dos recibos de pagamento.

Emissão de facturas
As facturas emitidas devem ser numeradas seguidamente numa série especial
convenientemente referenciada, e conter a menção “IVA exigivel e dedutível no
pagamento”

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1.9. PROCESSO DE PEDIDO DE REEMBOLSO DO IVA


Quando o IVA suportado nas aquisições efectuadas é superior ao liquidado nas
vendas, o sujeito passivo terá um crédito do imposto que, querendo, poderá reportar
para o período posterior ou, alternativamente, solicitar o reembolso do respectivo
imposto.

O reembolso é, assim, a restituição pelo Estado do crédito do IVA quando num dado
período, o valor do imposto suportado e dedutível, supera o imposto liquidado.

Visto que o reembolso pressupõe que o Estado devolva ao sujeito passivo o IVA por
este suportado nas suas aquisições, foram estabelecidas regras rigorosas para o
exercício deste direito uma vez que o Estado pretende assegurar, de entre outros, que
o crédito apresentado pelo sujeito passivo é correcto.

Resulta assim, que a organização dos processos de pedido de reembolso é uma etapa
importante, como também o é o correcto arquivo dos documentos de suporte do qual
emergiu o direito à dedução uma vez que a Administração Tributária poderá
desencadear acções de fiscalização para validar o reembolso solicitado.

Vejamos, pois, de seguida os principais aspectos relacionados com o pedido de


reembolso do IVA e que devem ser tomados em consideração desde o momento em
que se inicia o registo das despesas na contabilidade.

Documentos que devem acompanhar o Pedido de Reembolso do IVA

 Fotocópia das três últimas declarações periódicas quando o crédito do imposto


estiver influenciado por créditos de períodos anteriores.
 Notas justificativas das regularizações efectuadas relativas ao período a que
corresponde o total do crédito do imposto, contendo:
o O tipo de operação realizada.
o Identificação do sujeito passivo com o qual se efectua a regularização.
o Valor da regularização do IVA e respectiva base de incidência.

 Extracto de fornecedor relativos a todos os períodos a que corresponde o crédito


de imposto a reembolsar, elaborado conforme modelo aprovado e devidamente
assinado.
 Cópia do Balancete sintético do razão assinado, relativo ao período cujo
reembolso se solicita.
 Cópia do documento único de importação definitivo, passado pela competente
estância aduaneira.

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 Cópia do documento único de exportação, passado pela competente estância


aduaneira e certificado pela instituição bancária.

Causas do indeferimento do Pedido de Reembolso do IVA

 Falta de disponibilização pelo sujeito passivo dos elementos que permitam aferir
da legitimidade do reembolso;
 Dedução do imposto efectuada na declaração referente a períodos anteriores ao
pedido de reembolso;
 Imposto dedutível constante de facturas emitidas por sujeito passivo com NUIT
inexistente, inválido, ou que tenha suspenso ou cessado a sua actividade no
período a que se refere o reembolso;
 Imposto deduzido em facturas não emitidas na forma legal;

Causas de Suspensão dos Pedidos de Reembolso do IVA


 Falta de qualquer dos documentos que devem acompanhar o pedido de
reembolso;
 Envio de declarações periódicas Modelo A fora do prazo;
 Falta de legitimidade do reembolso por facto imputável ao Sujeito passivo devido
a:

 Não disponibilização dos documentos indicados anteriormente;


 Incorrecções nos mesmos documentos;
 Falta de especificação, no extracto de fornecedores, dos bens e serviços
adquiridos e indicação da sua aplicação.

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O que é o IVA e como funciona?
O conceito base do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) é de que se trata de um
imposto indirecto sobre o consumo/despesa. Este imposto recai sobre as transmissões de bens
e/ou prestações de serviços realizados no território nacional (incluindo as importações), em
todas as fases do circuito económico, desde a produção/importação ou aquisição até à venda
pelo retalhista sem efeitos cumulativos, como o próprio nome indica, através do seu
mecanismo particular de apuramento.
Assim, na prática, cada sujeito passivo interveniente no circuito adquire uma posição
devedora perante o Estado pelo valor do imposto facturado nas vendas que realizou (A) e
credora pelo imposto que deduziu relativamente às aquisições que efectuou (B), sendo o
imposto apurado igual à diferença entre as duas posições, podendo resultar num saldo
devedor (A maior que B) ou credor (B maior que A) perante o Estado:

IVA apuramento = A (Valor das Vendas x 17%) – B (Valor das aquisições x17%)

Como se pode verificar neste exemplo, cada sujeito passivo interveniente no circuito realizou
as seguintes operações:
 liquidou o IVA nas vendas;
 exerceu o direito à dedução do IVA suportado (o 1º na importação e os restantes nas
aquisições);
 apurou o montante do IVA a entregar ao Estado pela diferença entre o IVA liquidado e o IVA
deduzido, e

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Fiscalidade

 No final do circuito, o somatório dos montantes entregues ao Estado pelos vários sujeitos
passivos intervenientes é igual ao imposto liquidado pelo último interveniente e suportado
pelo consumidor final.

Síntese dos regimes de tributação

Regime de Tributação Regime de


Regime Normal
Simplificado Isenção
Liquidação
do IVA nas Sim (17%) Não Não
facturas
Dedução do
IVA nas Sim (17%) Não Não
aquisições
Entrega do Sim (IVA liquado -
Sim (5% sobre o valor
IVA ao IVA dedutível ± Não
das vendas)
Estado IVA regularizações

1. A farmácia CURA TUDO está no regime normal de IVA e comercializa medicamentos e


produtos de beleza (champôs, cremes hidratantes, produtos de cosmética...) durante o mês
de Março as facturas e VD´s referentes a aquisição de Medicamentos e produtos de beleza
atingiram 3.000.000,00 Mts e 1.200.000,00 Mts respectivamente. O volume de Vendas para
medicamentos e produtos de beleza foi de 2.500.000,00 Mts e 1.400.000,00 Mts
respectivamente.

Outras informações

 Durante o mês de Março a farmácia comprou a vista 1 computador por 30.000,00 Mts +
IVA

 Factura de terceiros pela aquisição de diverso mobiliário para a conservação de bens


comercializáveis pela empresa no valor de 100.000,00 Mts + IVA

 Facturas pelas despesas de energia no valor de 2.000,00 Mts + IVA e facturas da


Petromoc pelo combustível abastecido na viatura ligeira do director geral da farmácia na
ordem de 5.000,00 Mts + IVA.

Pedidos:
a) Preencha o modelo A do mês de Março

b) Em Fevereiro a empresa reportou um crédito de Imposto em 7.500,00 Mts preencha o


modelo A

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Fiscalidade

DECLARAÇÃO PERIÓDICA 02 Período a que respeita

MODELO A Primeira declaração apresentada para o período


de imposto, mesmo quando apresentada fora
(ARTIGO 36º DO CIVA) do prazo legal

Republica de Moçambique
Ministério do Plano e Finanças 01 Número Único de Identificação Tributária 1. Peíodo 0 3 2 0 1 8
(Mês) (Ano)
DIREÇÃO NAICIONAL DE IMPOST OS E AUDIT ORIA 1. 4 0 0 0 0 0 0 0 0
2. Código de Actividade Económica: 2. Entrega dentro do prazo

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3. Entrega fora do prazo

02 NOME, DESIGNAÇÃO SOCIAL DO SUJEITO PASSIVO


1. Nome: FARMÁCIA CURA TUDO LDA.

2. Rua, Praça, Avenida: Av. Da Maguiguana 3 Número: 545 4 Andar: r/c

5. Localidade: Maputo 7 6.
Telefone:
Telefone: 21 326
7. 987
Fax: 7 Fax: 21 326 988

8. Repartição de Finanças Competente: 2° Bairro Fiscal

04 INEXISTÊNCIA DE OPERAÇÕES

Se no período a que se refere esta declaração respeita não realizou operações activas nem passivas, assinale e passe para o quadro 08

05 APURAMENTO DO IMPOSTO RESPEITANTE AO PERÍODO A QUE RESPEITA A DECLARAÇÃO

TIPO DE OPERAÇÕES BASE TRIBUTÁVEL IMPOSTO A FAVOR DO SUJEITO PASSIVO IMPOSTO A FAVOR DO ESTADO

1. Transmissão de bens e/ou prestaç ão de serviç os efec turados


pelo sujeito passivo (campo 01) e respectivo impo sto liquidado
campo (02). À taxa de _____%, (art.º 16º do CIVA ),....................
01
1.400.000,00 02
238.000,00
Op. Do n.º 1, al. B) do art.º 18 do CIVA ......... 03
Isentas
Op. Que não conferem direito a dedução ........ 04 2.500.000
2. Imposto dedutível respeitante a transmissão de bens e
prestações de serviços efectuadas ao sujeito passivo decla-
rante.

- Imobilizado. (campo 05) ........................................... 05 22.100,00


- Existências. (campo 06) ........................................... 06 204.000,00
- Outros bens e serviços. (campo 07) ..................... 07 635,80
3. Imposto dedutível suportado nas importações de bens efec-
08
tuadas pelo sujeito passivo (campo 08)....................................
4. Regularizações mensais ou anuais com excepção da comu-
nicadas pela Administração Fiscal (Campo 09/10)
09 10

Valor da Autoliquidação
Somas
11 3.900.000,00 12 226.735,80 13 238.000,00
(01 + 03 + 04) (05 + 06 + 07 + 08 + 09) (02 + 10)
Valor antes da utilização do excesso a
reportar e de outros créditos respeitantes
a períodos anteriores. Se o valor inscrito no campo 13 é superior ao do campo 12 inscreva no campo 14 a diferença (13 - 12)
14 11.264,20
15
Se o valor inscrito no campo 12 é superior ao do campo 13 inscreva no campo 15 a diferença (12 - 13)
UTILIZAÇÃO DE CRÉDITOS DE PERÍODOS ANTERIORES: Importante: Só podem inscrever-se valores nos campos 16 e 17 se esta decalaração for apresentada dentro do prazo legal

● Excesso a reportar do período anterior 16 ● Créditos comunicados pelos serviços 17

06 IMPOSTO A ENTREGAR AO ESTADO (Só se deve preencher este quadro se tiver sido preenchido o campo 14 do quadro 05)

Sector ______ Capitulo _____ Artigo ______ Alinea______ Numerário


Meio Cheque n.º _____________________________ Banco ________________________________________
UCB

IVA .................. 18 11.264,20 de Nº da Conta _________________________________ Agência ________________________


Pagamento
Sector ______ Capitulo _____ Artigo ______ Alinea______ Outros _______________________________________________________________________________
Transf. Bancaria

Juros de Mora 19 Total .......................... 20 11.264,20


(18 + 19)

Importâncioa a pagar_______________________________________________________________________________________________________________________________
Onze Mil Duzentos e Sessenta e Quatro Meticais e Vinte Centavos

07 IMPOSTO A RECUPERAR

CRÉDITO DE IMPOSTO Se esta declaração for apresentada dentro do prazo


1. REPORTE PARA O PERÍODO SEGUINTE 20

21

2. PEDIDO DE REEMBOLSO (*) 20

● Se esta declaração for apresentada fora do prazo legal, o preenchimento deverá terminar no quadro 05
● Os pedidos de reembolso, devem observar as disposições legais aplicáveis (artigo 20º CIVA)
(*) O valor inscrito no número 2 do quadro 07, não deve voltar a ser inscrito no campo 16 do quadro 05 da próxima declaração sem que haja comunicação da Administração fiscal nesse sentido

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08 DATA E ASSINATURA DO SUJEITO PASSIVO 09 REC EPÇÃO DA DECLARAÇÃO (RESERVADO AOS SERVIÇOS)

A presente declaração corresponde à verdade e não Número de Entrada


omite qualquer informação pedida. Autenticação

Maputo, aos 25 de Abril de 2018

(Dia) (Mês) (Ano)


(Assinatura e carimbo)
Fiscalidade

DECLARAÇÃO PERIÓDICA 02 Período a que respeita

MODELO A Primeira declaração apresentada para o período


de imposto, mesmo quando apresentada fora
(ARTIGO 36º DO CIVA) do prazo legal

Republica de Moçambique
Ministério do Plano e Finanças 01 Número Único de Identificação Tributária 1. Peíodo 0 3 2 0 1 8
(Mês) (Ano)
DIREÇÃO NAICIONAL DE IMPOST OS E AUDIT ORIA 1. 4 0 0 0 0 0 0 0 0
2. Código de Actividade Económica: 2. Entrega dentro do prazo

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3. Entrega fora do prazo

02 NOME, DESIGNAÇÃO SOCIAL DO SUJEITO PASSIVO


1. Nome: FARMÁCIA CURA TUDO LDA.

2. Rua, Praça, Avenida: Av. Da Maguiguana 3 Número: 545 4 Andar: r/c

5. Localidade: Maputo 7 6.
Telefone:
Telefone: 21 326
7. 987
Fax: 7 Fax: 21 326 988

8. Repartição de Finanças Competente: 2° Bairro Fiscal

04 INEXISTÊNCIA DE OPERAÇÕES

Se no período a que se refere esta declaração respeita não realizou operações activas nem passivas, assinale e passe para o quadro 08

05 APURAMENTO DO IMPOSTO RESPEITANTE AO PERÍODO A QUE RESPEITA A DECLARAÇÃO

TIPO DE OPERAÇÕES BASE TRIBUTÁVEL IMPOSTO A FAVOR DO SUJEITO PASSIVO IMPOSTO A FAVOR DO ESTADO

1. Transmissão de bens e/ou prestaç ão de serviç os efec turados


pelo sujeito passivo (campo 01) e respectivo impo sto liquidado
campo (02). À taxa de _____%, (art.º 16º do CIVA ),....................
01
1.400.000,00 02
238.000,00
Op. Do n.º 1, al. B) do art.º 18 do CIVA ......... 03
Isentas
Op. Que não conferem direito a dedução ........ 04 2.500.000
2. Imposto dedutível respeitante a transmissão de bens e
prestações de serviços efectuadas ao sujeito passivo decla-
rante.

- Imobilizado. (campo 05) ........................................... 05 22.100,00


- Existências. (campo 06) ........................................... 06 204.000,00
- Outros bens e serviços. (campo 07) ..................... 07 635,80
3. Imposto dedutível suportado nas importações de bens efec-
08
tuadas pelo sujeito passivo (campo 08)....................................
4. Regularizações mensais ou anuais com excepção da comu-
nicadas pela Administração Fiscal (Campo 09/10)
09 10

Valor da Autoliquidação
Somas
11 3.900.000,00 12 226.735,80 13 238.000,00
(01 + 03 + 04) (05 + 06 + 07 + 08 + 09) (02 + 10)
Valor antes da utilização do excesso a
reportar e de outros créditos respeitantes
a períodos anteriores. Se o valor inscrito no campo 13 é superior ao do campo 12 inscreva no campo 14 a diferença (13 - 12)
14 11.264,20
15
Se o valor inscrito no campo 12 é superior ao do campo 13 inscreva no campo 15 a diferença (12 - 13)
UTILIZAÇÃO DE CRÉDITOS DE PERÍODOS ANTERIORES: Importante: Só podem inscrever-se valores nos campos 16 e 17 se esta decalaração for apresentada dentro do prazo legal

● Excesso a reportar do período anterior 16 7.500,00 ● Créditos comunicados pelos serviços 17

06 IMPOSTO A ENTREGAR AO ESTADO (Só se deve preencher este quadro se tiver sido preenchido o campo 14 do quadro 05)

Sector ______ Capitulo _____ Artigo ______ Alinea______ Numerário


Meio Cheque n.º _____________________________ Banco ________________________________________
UCB

IVA .................. 18 3.764,20 de Nº da Conta _________________________________ Agência ________________________


Pagamento
Sector ______ Capitulo _____ Artigo ______ Alinea______ Outros _______________________________________________________________________________
Transf. Bancaria

Juros de Mora 19 Total .......................... 20 3.764,20


(18 + 19)

Importâncioa a pagar_______________________________________________________________________________________________________________________________
Três Mil e Setecentos e Sessenta e Quatro e Vinte Centavos

07 IMPOSTO A RECUPERAR

CRÉDITO DE IMPOSTO Se esta declaração for apresentada dentro do prazo


1. REPORTE PARA O PERÍODO SEGUINTE 20

21 7.500,00
2. PEDIDO DE REEMBOLSO (*) 20

● Se esta declaração for apresentada fora do prazo legal, o preenchimento deverá terminar no quadro 05
● Os pedidos de reembolso, devem observar as disposições legais aplicáveis (artigo 20º CIVA)
(*) O valor inscrito no número 2 do quadro 07, não deve voltar a ser inscrito no campo 16 do quadro 05 da próxima declaração sem que haja comunicação da Administração fiscal nesse sentido

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08 DATA E ASSINATURA DO SUJEITO PASSIVO 09 REC EPÇÃO DA DECLARAÇÃO (RESERVADO AOS SERVIÇOS) 33
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A presente declaração corresponde à verdade e não Número de Entrada
omite qualquer informação pedida. Autenticação

Maputo, aos 25 de Abril de 2018

(Dia) (Mês) (Ano)


(Assinatura e carimbo)
Fiscalidade

Nota Explicativa:. Se não existir crédito pelo imposto o valor registado no campo 14
mostra que o imposto é a favor do estado, isto é, IVA a pagar (Passivo para a empresa) Se
o valor for registado no campo 15 o imposto é a favor da empresa, isto é, IVA a recuperar
(Activo para a empresa)

Instruções de preenchimento do Modelo:


QUADRO 01
1 - O Número Único de Identificação Tributária é o constante do cartão do sujeito passivo (contribuinte) e não
deve ser alterado.
2 - O Código de Actividade Económica “CAE”, é o constante da nomenclatura do Instituto Nacional de
Estatística.
QUADRO 02
1 - Indicar o período a que se refere a declaração.
2 - Assinalar com X no quadrícula se a declaração é apresentada dentro do prazo, nos termos do n.º 1 do
artigo 36 ou
fora do prazo nos termos do n.º 1 do artigo 74, ambos do Código IVA.
QUADRO 03
Indicar o nome, denominação social, firma ou outra designação identificadora do sujeito passivo que esteja
legalmente autorizado a utilizar, bem como todos os elementos de localização solicitados no quadro.
QUADRO 04
Assinalar com X no quadrícula se no período a que refere a declaração, não realizou qualquer operação activa
nem passiva.
QUADRO 05
Este quadro destina-se a apurar o Imposto do período a que respeita a declaração e deverá ser preenchido com
base nos elementos constantes na contabilidade da empresa.
CAMPO 01: Indicar o montante das transações de bens e / ou prestação de serviços realizados pelo sujeito
passivo .
CAMPO 02: (Imposto Líquidado) resulta da aplicação da taxa do IVA sobre o valor do campo 01.
CAMPO 03: Indicar o valor de transmissão de bens e / ou prestação de serviços isentos nos termos da alínea
b)
do n.º 1 do artigo 18 do Código IVA .
CAMPO 04: Indicar o valor de transmissão de bens e / ou prestação de serviços isentos nos termos do artigo
9.º
com excepção do n.º 29 do Código IVA .
CAMPOS: (05, 06 e 07): (Imposto dedutível) os montantes do imposto suportado na aquisição do
imobilizado, existências
e outros bens e serviços, incluindo o previsto no n.º 3 do Código IVA respectivamente.
CAMPO 08 : (Imposto dedutível) indicar o montante do imposto suportado na importação de bens efectuado
pelo sujeito
passivo, mencionado no Documento Único.
CAMPOS (9 e 10): Indicar o montante das regularizações previstas no nº 6 do artigo 64º do Código IVA.
CAMPO 14: Indicar o valor do imposto da autoliquidação, resultante da diferença entre os campos 13 e 12.
CAMPO 15: Indicar o valor do crédito do período, resultante da diferença entre os campos 12 e 13, ado”.
CAMPO 16: Indicar o valor dos créditos acumulados de períodos anteriores, a favor do sujeito passivo,
excluída do
presente período.
CAMPO 17: Indicar o montante de créditos comunicados pela Administração Fiscal, resultante de correcção
de erros,
nos termos do n.º 7 do artigo 64 do Código IVA.
QUADRO 06:

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Fiscalidade

CAMPO 18: Indicar o montante resultante da diferença entre o valor do campo 14, e os campos 16 e 17.
CAMPO 19: Indicar os juros calculados nos termos do artigo 37 do CIR, conjugado com os artigos 22 e 74 do
Código
IVA.
QUADRO 07:
CAMPO 21: Indicar o montante resultante da soma dos valores dos campos 15, 16 e 17.
CAMPO 22: Indicar o montante do crédito que transita para o período seguinte que será inscrito no campo 16
da próxima
declaração. No caso de solicitar reembolso indicar o montante solicitado no campo 23.

2. A empresa XYZ com Sede na Avenida Guerra Popular com NUIT 400464870 dedica-se a
compra e venda de diversos tipos de mercadorias, algumas isentas de IVA, no mês de
Fevereiro de 2017 apresentou as seguinte informação:

Valor sem IVA


Documento Valor Total
IVA dedutível
Fact.341/18 – A 100.000,00 0,00 100.000,00
Fact.941/18 – B 34.670,00 5.893,90 40.563,90
Fact.723 – C 50.300,00 5.130,60 55.430,60
Fact.110/18 – D 60.700,00 7.223,30 67.923,30
Fact.1792/18 da EDM 10.000,00 1.054,00 11.054,00
Fact.099/18 de FIPAG 8.600,00 1.096,50 9.696,50
Fact. 1830/18 HOME CENTER 150.000,00 25.500,00 175.500,00
Total 414.270,00 45.898,30 460.168,30

Valor sem IVA


Documento Valor Total
IVA Liquidado
Factura 000484 - XYZ 25 000,00 4 250,00 29 250,00
Factura 000485 - XYZ 75 000,00 12 750,00 87 750,00
Factura 000486 - XYZ 212 300,00 36 091,00 248 391,00
Factura 000487 - XYZ 200 000,00 17 000,00 217 000,00
Factura 000488 - XYZ 120 000,00 16 320,00 136 320,00
Factura 000489 - XYZ 10 000,00 1 700,00 11 700,00
Total 642 300,00 88 111,00 730 411,00

Informação Adicional

 Emitiu-se nota de crédito n°00483 sobre a factura 000486 – XYZ pelo valor total de
23 400,00;
 Nas facturas emitidas por XYZ algumas não foram tributadas pelo valor total
facturado devido a certas isenções.
 A factura da HOME CENTER é referente a aquisição do imobilizado.
Pede-se

a) Preenchimento do Modelo A

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Fiscalidade

DECLARAÇÃO PERIÓDICA 02 Período a que respeita

MODELO A Primeira declaração apresentada para o período


de imposto, mesmo quando apresentada fora
(ARTIGO 36º DO CIVA) do prazo legal

Republica de Moçambique
Ministério do Plano e Finanças 01 Número Único de Identificação Tributária 1. Peíodo 0 2 2 0 1 7
(Mês) (Ano)
DIREÇÃO NAICIONAL DE IMPOST OS E AUDIT ORIA 1. 4 1 0 0 1 0 0 2 0
2. Código de Actividade Económica: 2. Entrega dentro do prazo

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3. Entrega fora do prazo

02 NOME, DESIGNAÇÃO SOCIAL DO SUJEITO PASSIVO


1. Nome: XYZ

2. Rua, Praça, Avenida: Av. Samora Machel 3 Número: 545 4 Andar: 4° P iso

5. Localidade: Gaza 7 6.
Telefone:
Telefone: 21 326
7. 800
Fax: 7 Fax: 21 326 278

8. Repartição de Finanças Competente: 1° Bairro Fiscal

04 INEXISTÊNCIA DE OPERAÇÕES

Se no período a que se refere esta declaração respeita não realizou operações activas nem passivas, assinale e passe para o quadro 08

05 APURAMENTO DO IMPOSTO RESPEITANTE AO PERÍODO A QUE RESPEITA A DECLARAÇÃO

TIPO DE OPERAÇÕES BASE TRIBUTÁVEL IMPOSTO A FAVOR DO SUJEITO PASSIVO IMPOSTO A FAVOR DO ESTADO

1. Transmissão de bens e/ou prestaç ão de serviç os efec turados


pelo sujeito passivo (campo 01) e respectivo impo sto liquidado
campo (02). À taxa de _____%, (art.º 16º do CIVA ),....................
01
518.300,00 02
88.111,00
Op. Do n.º 1, al. B) do art.º 18 do CIVA ......... 03
Isentas
Op. Que não conferem direito a dedução ........ 04 124.000
2. Imposto dedutível respeitante a transmissão de bens e
prestações de serviços efectuadas ao sujeito passivo decla-
rante.

- Imobilizado. (campo 05) ........................................... 05 25.500,00


- Existências. (campo 06) ........................................... 06 18.247,80
- Outros bens e serviços. (campo 07) ..................... 07 2.150,50
3. Imposto dedutível suportado nas importações de bens efec-
08
tuadas pelo sujeito passivo (campo 08)....................................
4. Regularizações mensais ou anuais com excepção da comu-
nicadas pela Administração Fiscal (Campo 09/10)
09 3.400,00 10

Valor da Autoliquidação
Somas
11 642.300,00 12 49.298,30 13 88.111,00
(01 + 03 + 04) (05 + 06 + 07 + 08 + 09) (02 + 10)
Valor antes da utilização do excesso a
reportar e de outros créditos respeitantes
a períodos anteriores. Se o valor inscrito no campo 13 é superior ao do campo 12 inscreva no campo 14 a diferença (13 - 12)
14 38.812,70
15
Se o valor inscrito no campo 12 é superior ao do campo 13 inscreva no campo 15 a diferença (12 - 13)
UTILIZAÇÃO DE CRÉDITOS DE PERÍODOS ANTERIORES: Importante: Só podem inscrever-se valores nos campos 16 e 17 se esta decalaração for apresentada dentro do prazo legal

● Excesso a reportar do período anterior 16 ● Créditos comunicados pelos serviços 17

06 IMPOSTO A ENTREGAR AO ESTADO (Só se deve preencher este quadro se tiver sido preenchido o campo 14 do quadro 05)

Sector ______ Capitulo _____ Artigo ______ Alinea______ Numerário


Meio Cheque n.º _____________________________ Banco ________________________________________
UCB

IVA .................. 18 38.812,70 de Nº da Conta _________________________________ Agência ________________________


Pagamento
Sector ______ Capitulo _____ Artigo ______ Alinea______ Outros _______________________________________________________________________________
Transf. Bancaria

Juros de Mora 19 Total .......................... 20 38.812,70


(18 + 19)

Importâncioa a pagar_______________________________________________________________________________________________________________________________
Trinta e oito mil oitocentos e doze mil e setenta centavos

07 IMPOSTO A RECUPERAR

CRÉDITO DE IMPOSTO Se esta declaração for apresentada dentro do prazo


1. REPORTE PARA O PERÍODO SEGUINTE 20

21

2. PEDIDO DE REEMBOLSO (*) 20

● Se esta declaração for apresentada fora do prazo legal, o preenchimento deverá terminar no quadro 05
● Os pedidos de reembolso, devem observar as disposições legais aplicáveis (artigo 20º CIVA)
(*) O valor inscrito no número 2 do quadro 07, não deve voltar a ser inscrito no campo 16 do quadro 05 da próxima declaração sem que haja comunicação da Administração fiscal nesse sentido

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08 DATA E ASSINATURA DO SUJEITO PASSIVO 09 REC EPÇÃO DA DECLARAÇÃO (RESERVADO AOS SERVIÇOS) 36
WWW.ISMONITOR.AC.MZ
A presente declaração corresponde à verdade e não Número de Entrada
omite qualquer informação pedida. Autenticação

Maputo, aos 25 de Abril de 2018

(Dia) (Mês) (Ano)


(Assinatura e carimbo)
Fiscalidade

Obs: Nas facturas 000487 e 000488 descobriu-se que o IVA não foi calculado com base no
valor declarado de venda. Isto é, 17 000,00 Mts tem como base de incidência 100 000,00 Mts
e como base de incidência 96 000,00 Mts. Neste caso são vendas isentas a diferença do
valores sem IVA com as bases de incidência usadas.
200 000,00 + 120 000,00 – 100 000.00 – 96 000,00 = 124 000,00

3. A empresa Setlar, Lda., durante o mês de Junho de 2018, realizou as seguintes


operações com a mercadoria “Mesas de 4 pés” No início do mês tinha 400 unidades
@ 100,00 u.m

Dia 02 Factura n° 230 do fornecedor X 100 unidades de “Mesas de 4 pés” @ 2000,00


u.m
Dia 03 N/Factura n° 1324 ao cliente Tânia Eventos Lda., de 250 unidades de “Mesas
de 4 pés” @ 2 500,00 u.m
Dia 07 V.D n° 52 de ABC S.A., de 200 unidades de “Mesas de 4 pés” @ 2 100,00
u.m
Dia 10 N/V. D n° 5879 à igreja Católica de 300 unidades de “Mesas de 4 pés” @ 2
700,00 u.m
Dia 13 Factura do fornecedor P de 300 unidades de “Mesas de 4 pés” @ 2 500,00
Dia 19 Nota de Crédito de Fornecedor P sobre a devolução de 20 Mesas.
Dia 25 Factura a Peter Bar de 400 unidades @ de “Mesas de 4 pés” @ 2 700,00
Dia 27 N/Nota de crédito a Tânia Eventos Lda pelo desconto de 5% referente a
antecipação de pagamento.
Dia 30 Factura 020223 de Água pelo valor de 6 765,00 Mts e Factura 9403302 de
energia pelo valor de 5 527,00 Mts todas com IVA incluído.

Nota:
Todas as operações estão sujeitas a IVA a taxa normal de 17%
Pretende-se:
a) Mapa de Fornecedores e de Clientes
b) Preenchimento do Modelo A
c) Qual é o prazo da entrega do modelo?

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Fiscalidade

Mapa de Compras
Fornecedor Subtotal IVA dedutível Valor Total
Factura n° 230 do fornecedor X 200.000,00 34.000,00 234.000,00
V.D n° 52 de ABC S.A 420.000,00 71.400,00 491.400,00
Factura do fornecedor P 690.000,00 117.300,00 807.300,00
Factura 020223 de FIPAG 6.000,00 765,00 6.765,00
Factura 9403302 da EDM 5.000,00 527,00 5.527,00
Total 1.321.000,00 223.992,00 1.544.992,00

Mapa de Vendas
Clientes Subtotal IVA Liquidado Valor Total
Factura n° 1324 s/ cliente Tânia Eventos Lda 625.000,00 106.250,00 731.250,00
N/V. D n° 5879 à igreja Católica 810.000,00 137.700,00 947.700,00
Factura a Peter Bar 1.080.000,00 183.600,00 1.263.600,00
Total 2.515.000,00 427.550,00 2.942.550,00

Mapa de Devoluções de Compras


Fornecedor Subtotal IVA regularizações Valor Total
Nota de Crédito de Fornecedor P 46.000,00 7.820,00 53.820,00
Total 46.000,00 7.820,00 53.820,00

Mapa de Desconto de Vendas


Clientes Subtotal IVA regularizações Valor Total
N/Nota de crédito a Tânia Eventos Lda 31.250,00 5.312,50 36.562,50
Total 31.250,00 5.312,50 36.562,50

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Fiscalidade

DECLARAÇÃO PERIÓDICA 02 Período a que respeita

MODELO A Primeira declaração apresentada para o período


de imposto, mesmo quando apresentada fora
(ARTIGO 36º DO CIVA) do prazo legal

Republica de Moçambique
Ministério do Plano e Finanças 01 Número Único de Identificação Tributária 1. Peíodo 0 6 2 0 1 8
(Mês) (Ano)
DIREÇÃO NAICIONAL DE IMPOST OS E AUDIT ORIA 1. 4 0 0 0 0 0 0 0 0
2. Código de Actividade Económica: 2. Entrega dentro do prazo

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3. Entrega fora do prazo

02 NOME, DESIGNAÇÃO SOCIAL DO SUJEITO PASSIVO


1. Nome: SETLAR LDA.

2. Rua, Praça, Avenida: Av. FPLM 3 Número: 670 4 Andar: r/c

5. Localidade: Maputo 7 6.
Telefone:
Telefone: 21 000
7. 987
Fax: 7 Fax: 21 200 988

8. Repartição de Finanças Competente: 1° Bairro Fiscal

04 INEXISTÊNCIA DE OPERAÇÕES

Se no período a que se refere esta declaração respeita não realizou operações activas nem passivas, assinale e passe para o quadro 08

05 APURAMENTO DO IMPOSTO RESPEITANTE AO PERÍODO A QUE RESPEITA A DECLARAÇÃO

TIPO DE OPERAÇÕES BASE TRIBUTÁVEL IMPOSTO A FAVOR DO SUJEITO PASSIVO IMPOSTO A FAVOR DO ESTADO

1. Transmissão de bens e/ou prestaç ão de serviç os efec turados


pelo sujeito passivo (campo 01) e respectivo impo sto liquidado
campo (02). À taxa de _____%, (art.º 16º do CIVA ),....................
01
2.515.000,00 02
427.550,00
Op. Do n.º 1, al. B) do art.º 18 do CIVA ......... 03
Isentas
Op. Que não conferem direito a dedução ........ 04

2. Imposto dedutível respeitante a transmissão de bens e


prestações de serviços efectuadas ao sujeito passivo decla-
rante.

- Imobilizado. (campo 05) ........................................... 05

- Existências. (campo 06) ........................................... 06 222.700,00


- Outros bens e serviços. (campo 07) ..................... 07 1.292,00
3. Imposto dedutível suportado nas importações de bens efec-
08
tuadas pelo sujeito passivo (campo 08)....................................
4. Regularizações mensais ou anuais com excepção da comu-
nicadas pela Administração Fiscal (Campo 09/10)
09 5.312,50 10 7.820,00
Valor da Autoliquidação
Somas
11 2.515.000,00 12 229.304,50 13 435.370,00
(01 + 03 + 04) (05 + 06 + 07 + 08 + 09) (02 + 10)
Valor antes da utilização do excesso a
reportar e de outros créditos respeitantes
a períodos anteriores. Se o valor inscrito no campo 13 é superior ao do campo 12 inscreva no campo 14 a diferença (13 - 12)
14 206.065,50
15
Se o valor inscrito no campo 12 é superior ao do campo 13 inscreva no campo 15 a diferença (12 - 13)
UTILIZAÇÃO DE CRÉDITOS DE PERÍODOS ANTERIORES: Importante: Só podem inscrever-se valores nos campos 16 e 17 se esta decalaração for apresentada dentro do prazo legal

● Excesso a reportar do período anterior 16 ● Créditos comunicados pelos serviços 17

06 IMPOSTO A ENTREGAR AO ESTADO (Só se deve preencher este quadro se tiver sido preenchido o campo 14 do quadro 05)

Sector ______ Capitulo _____ Artigo ______ Alinea______ Numerário


Meio Cheque n.º _____________________________
8 5 7 8 1 Banco
2 ________________________________________
3 BCI

IVA .................. 18 206.065,50 de Nº da Conta _________________________________ Agência ________________________


Pagamento
Sector ______ Capitulo _____ Artigo ______ Alinea______ Outros _______________________________________________________________________________
Transf. Bancaria

Juros de Mora 19 Total .......................... 20 206.065,50


(18 + 19)

Importâncioa a pagar_______________________________________________________________________________________________________________________________
Duzentos e seis mil e sessenta e cinco meticais e cinquenta centavos

07 IMPOSTO A RECUPERAR

CRÉDITO DE IMPOSTO Se esta declaração for apresentada dentro do prazo


1. REPORTE PARA O PERÍODO SEGUINTE 20

21

2. PEDIDO DE REEMBOLSO (*) 20

● Se esta declaração for apresentada fora do prazo legal, o preenchimento deverá terminar no quadro 05
● Os pedidos de reembolso, devem observar as disposições legais aplicáveis (artigo 20º CIVA)
(*) O valor inscrito no número 2 do quadro 07, não deve voltar a ser inscrito no campo 16 do quadro 05 da próxima declaração sem que haja comunicação da Administração fiscal nesse sentido

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08 DATA E ASSINATURA DO SUJEITO PASSIVO 09 REC EPÇÃO DA DECLARAÇÃO (RESERVADO AOS SERVIÇOS)

A presente declaração corresponde à verdade e não Número de Entrada


omite qualquer informação pedida. Autenticação

Maputo, aos 30 de Novembro de 2010

(Dia) (Mês) (Ano)


(Assinatura e carimbo)
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3c) Conforme o n° 1 do artigo 32° CIVA conjugado com alínea c do n° 1 do artigo 25° do
mesmo código, os sujeitos passivos são obrigados a entregar mensalmente, junto da entidade
competente, a declaração, até ao último dia do mês seguinte àquela a que respeitem as
operações nela abrangidas.

EXERCÍCIOS
4. Em 05 de Maio de 2010 constituiu-se a Ferragem Yaka Munti Lda. Vocacionada a
venda de diversos tipos de material de construção, iniciou a sua actividade com os
elementos patrimoniais abaixo. Um dos seus fornecedores é a empresa Construa S.A.
Edifício 200.000,00
Bancos 300.000,00

Durante o mês realizou as seguintes operações:


Dia 06 Factura nr. 50746 da Construa referente ao fornecimento de:
 200 chapas de Zinco @ 600,00 + IVA de 17%
 300 Sacos de cimento nacional @ 300,00 + IVA de 17%
Dia 08 N/Factura nr. 0001 pela venda de 50 Chapas de Zinco @ 750,00 Mts + IVA de 17%
Dia 10 Cheque nr. 5460 a Pro Computer Lda pela aquisição de:
 2 Computadores@ 20 000 + IVA de 17%
 1 Impressora @ 9 000,00 IVA incluído
Dia 15 Cheque nr. 5461 para o pagamento da dívida a Construa S.A
Dia 16 Adiantamento de 20 000,00 Mts pela transferência bancária a Construa para o
fornecimento de Varões de 8mm
Dia 16 N/Factura nr. 0002 referente:
 100 Chapas de Zinco @ 889,20 Mts com IVA incluído
 200 Sacos @ 350,00 Mts + IVA de 17%
Dia 18 N/ Nota de crédito nr. 001 referente a devolução de 10 sacos de cimento

Dia 25 N/ recibo nr. 001 pelo pagamento do valor da factura nr. 0002 e nota de crédito
nr. 002 pelo desconto concedido de 5% pela antecipação do pagamento.
Dia 27 Factura da construa sobre fornecimento de 10 carrinhas de mão @ 1.000,00 + IVA
de 17%
Dia 28 Nota de crédito da construa pela devolução de 2 Carrinhas de mão.
Pede-se:
a) Mapa Fornecedores e Clientes
b) Preenchimento do Modelo A

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2. IRPC – IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DE PESSOAS COLECTIVAS

CONCEITO

O IRPC é um imposto directo que incide sobre os rendimentos obtidos pelos sujeitos
passivos num determinado período de tributação, independentemente, da sua fonte ou
origem e mesmo que provenientes de actos ilícitos.
É um imposto estadual, directo, real, periódico, sobre o rendimento global e
proporcional.
o Estadual ou Nacional: porque o credor da obrigação é o Estado;
o Directo: porque tributa manifestações directas, imediatas da riqueza;
o Real: porque diferentemente do IRPS, não releva os aspectos intrinsecamente
pessoais do sujeito passivo;
o Periódico: porque a obrigação do imposto ocorre tendencialmente com uma
periodicidade regular, em regra anualmente;
o Rendimento global: todo o rendimento da pessoa colectiva é sujeito a um único
imposto;
o Proporcional: sendo que a taxa é fixa, o imposto aumenta proporcionalmente à
matéria colectável.

2.1. INCIDÊNCIA

PRESSUPOSTOS DO IRPC
O artigo n.º 1 do CIRPC estabelece os seguintes pressupostos da respectiva obrigação
tributária:
o Os titulares de rendimentos sejam sujeitos passivos, nos termos do
CIRPC – pressuposto subjectivo;
o Obtenção de rendimentos – pressuposto objectivo;
o Período de tributação – pressuposto temporal.
Face a este cenário, não basta a verificação de um só destes pressupostos para que
nasça a obrigação de imposto, carecendo, antes, que se conjuguem em simultâneo.

INCIDÊNCIA SUBJECTIVA

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Tal como resulta da sua denominação, o IRPC abrange, em primeira linha, o universo
das pessoas colectivas, sejam elas públicas ou privadas.
A determinação do pressuposto subjectivo do IRPC encontra-se no artigo 2º do
respectivo código, e nele podemos encontrar três diferentes categorias de sujeitos
passivos.
Em primeiro lugar, temos o universo das pessoas colectivas, sendo que além das
expressamente previstas, podem ter enquadramento no conceito de demais pessoas
colectivas de direito público ou privado com sede ou direcção efectiva em território
Moçambicano, as seguintes entidades:
a) Autarquias locais, institutos públicos, associações públicas e privadas e
fundações.
Alem destas pessoas colectivas com sede e direcção efectiva em território
Moçambicano, o âmbito da sujeição pessoal a este imposto é alargado de
modo a abranger:
b) Os entes de facto, ou seja, entidades que embora desprovidos de personalidade
jurídica, geram rendimentos não sujeitos directamente nas pessoas, singulares ou
colectivas, que compõem essa entidade.
Incluem-se neste conceito, pelo nº 2 do artigo 2º, e de forma não taxativa, as heranças
jacentes, as sociedades com processo de constituição irregular, as associações e
sociedade civis sem personalidade jurídica.
Por outro lado, dada a delimitação imposta neste artigo – não sujeição a imposto das
pessoas que formam o ente de facto -, não ficam abrangidos pelo âmbito deste artigo
e por isso não são sujeitos passivos de IRPC, por exemplo, as heranças indivisas e o
consórcio.
Por último, o âmbito da incidência subjectiva de IRPC, comporta as entidades com
ou sem personalidade jurídica, não residentes, que obtenham rendimentos em
território Moçambicano, não sujeitos a IRPS.

Apesar desta repartição tripartida, aquela que se mostra realmente importante é a que
divide os sujeitos passivos em residente e não residente. Na verdade, é esta divisão
que vai ser o ponto de partida para delimitar a extensão dos rendimentos auferidos
que vai ser sujeita a IRPC.

2.1.1. RESIDENTES
Os residentes em território Moçambicano são tributados pela totalidade dos seus
rendimentos incluindo os obtidos fora desse território.

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Residência – o conceito de residência, para efeitos do CIRPC, encontra-se definido


no nº 3 do artigo 2º, e do seu teor resulta que são residentes as pessoas e outras
entidades que tenham sede ou a direcção efectiva em território Moçambicano.

2.1.2. NÃO RESIDENTES


Os não residentes, por seu lado, apenas são tributados pelos rendimentos obtidos em
território Moçambicano, entendendo-se como tal:
a) Os rendimentos imputáveis a estabelecimento estável situado em
território Moçambicano;

b) Os rendimentos relativos a imóveis situados em território


Moçambicano, incluindo os ganhos resultantes da sua transmissão onerosa;

c) Ganhos resultantes da transmissão onerosa de partes representativas


do capital de entidades residentes ou outros valores mobiliários emitidos por
entidade residentes, ou quando o pagamento dos rendimentos seja imputável
a estabelecimento estável situado em território Moçambicano;

d) Rendimentos provenientes de propriedade intelectual ou industrial e


prestação de informações respeitantes a experiencias adquiridas no sector
comercial, industrial ou científico; do uso ou da concessão do uso de
equipamento agrícola, industrial, comercial ou científico; outros rendimentos
de aplicação de capitais; renumerações auferidas na qualidade de membros
de órgãos estatutários de pessoas colectivas ou outras entidades; prémios de
jogo, lotarias, rifas e apostas mútuas, bem como importâncias ou prémios
atribuídos em quaisquer sorteios ou concursos, quando o devedor é residente
em território Moçambicano ou o pagamento seja imputável a estabelecimento
estável aí situado. Nas mesmas circunstâncias, consideram-se os rendimentos
provenientes da intermediação na celebração de quaisquer contratos, bem
como os rendimentos derivados de outras prestações de serviços realizados
ou utilizados em território Moçambicano, com excepção dos relativos a
transporte, comunicações e actividade financeiras;
e) Rendimentos derivados do exercício em território Moçambicano da
actividade de profissionais de espectáculos ou desportistas, excepto quando
seja feita a prova de que não controlam directa ou indirectamente a entidade
de que obtêm o rendimento.

2.2. INCIDÊNCIA OBJECTIVA


O rendimento sujeito a imposto não corresponde no código do IRPC a um conceito
unitário. Em primeiro lugar, importa na determinação deste conceito, que se atenda a

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qualidade dos sujeitos passivos, ou seja, importa distinguir os residentes dos não
residentes. Depois, dentro de cada categoria de sujeitos, haverá que apurar o modo
como o rendimento é obtido.
Assim, enquanto os residentes são divididos em função da actividade exercida, os não
residentes distinguem-se consoante possuam, ou não, em território Moçambicano, um
estabelecimento estável.

2.2.1. RESIDENTES
Em função deste critério, os residentes:
a) Que exerçam a título principal uma actividade, de natureza industrial,
comercial ou agrícola, são tributados pelo lucro.
De referir que se considera que as sociedades comerciais ou civis sob a forma
comercial, as cooperativas e as empresas públicas, exercem sempre a título principal
qualquer daquelas actividades, dai, serem sempre tributadas pelo lucro.
b) Que não exerçam a título principal daquelas actividades são tributados pelo
rendimento global.
O rendimento aqui apurado corresponde a soma algébrica dos rendimentos das
diversas categorias consideradas para efeitos de IRPC. Não, são, assim tributadas
isoladamente os rendimentos obtidos e pressupõe-se a existência de rendimentos
positivos e negativos.

2.2.2. NÃO RESIDENTES


Há que distinguir consoante disponham ou não de estabelecimento estável em
território Moçambicano e os rendimentos lhe possam ser imputados.
a) Dispondo de estabelecimento estável, os não residentes são sujeitos pelo
lucro imputável a esse estabelecimento estável.
De referir que nos termos dos do nº 3 do artigo 4º, são componentes do lucro do
estabelecimento estável, não só os rendimentos obtidos por seu intermédio, como
também aqueles, não sendo nele gerado, provenham de actividades idênticas ou
similares as realizadas através estabelecimento. Consagra-se, assim, embora limitado
a determinados rendimentos, ao estabelecimento de rendimentos obtidos pelos não
residentes não relacionados com esse estabelecimento.
b) Não dispondo de estabelecimento estável, ou tendo-o, obtêm rendimentos que
não lhe são imputáveis: são sujeitos a IRPC os rendimentos das diversas
categorias consideradas para efeitos de IRPC, não havendo lugar a somatório
de rendimentos, pelo que estes são tributados isoladamente.

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Resumindo:

Base
Tributável

Residentes
em Não residentes em
Moçambique Moçambique

Que não
Que exercem a exercem a
título principal título Com
actividades principal Sem estabelecimento
estabelecimento
comerciais, actividades estável em estável em território
industriais ou comerciais, território moçambicano
agrícolas industriais ou moçambicano
agrícolas

Rendimento Lucro Categorias do IRPS


Lucro Global

Conceitos:
Lucro: consiste na diferença entre os valores do património líquido no fim e no inicio
do período de tributação, com as correcções do código.

Estabelecimento estável:
- Qualquer instalação fixa ou representação permanente através da qual seja exercida,
total ou parcialmente, uma actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola,
incluindo a prestação de serviços.
- Exercício de empregados por não residentes, em território Moçambicano, através de
empregados ou de outro pessoal contratado para esse efeito, período seguido ou
interpolado, inferior a 180 dias, compreendido num intervalo de doze meses.

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2.3. PERÍODO DE TRIBUTAÇÃO


2.3.1. O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE, EXCEPÇÕES
A definição de períodos de tributação corresponde a necessidade de ficcionar que a
vida das empresas se divide em períodos independentes, para efeitos do cálculo do
imposto, através da imputação a cada período do rendimento obtido.
Nesta matéria, constitui regra que o período de tributação relevante para a
determinação do imposto deverá corresponder a um ano.
Esta regra comporta, no entanto excepções, no sentido de se admitir períodos de
tributação inferiores e também superiores a um ano. Assim, admite-se que possa ser
inferior a esse período, nas circunstâncias do artigo 7º, nº 4, nomeadamente:
a) No exercício do inicio de tributação;
b) No exercício da cessação da actividade;
Por outro lado, o período de tributação regra poderá ser alargado mediante pedido
fundamentado dirigido a Administração Tributaria.
2.3.2. A REGRA DO ANO CIVIL - EXCEPÇÕES
O período de tributação anual deverá, em regra, coincidir com o ano civil, de acordo
com o artigo 7º, nº 1. Esta norma admite, no entanto, as seguintes excepções:
a) Os não residentes que disponham de estabelecimento estável podem adoptar
um período anual diferente, o qual, devem manter, pelo menos, durante os
cinco exercícios imediatos a opção (artigo 7º, nº 2)

b) Por comunicação dirigida a Administração Tributária, a considerar a partir do


fim do exercício em que foi feita a comunicação.

2.4. FACTO GERADOR DO IMPOSTO


É o momento em que se conjugam os pressupostos da tributação, e em que nasce para
o sujeito passivo a obrigação de imposto.
O CIRPC, estabelece como regra, no artigo 8º, nº 2, que, para efeitos do respectivo
imposto, o facto gerador do mesmo se considera verificado no último dia do período
de tributação.
Admite, contudo, outros momentos como susceptíveis de fazer nascer a obrigação de
imposto, quando estejam em causa rendimentos obtidos por não residentes, não
imputáveis a um estabelecimento estável, tais como:
a) A data da transmissão onerosa de imóveis e partes representativas do capital
de sociedades e outros valores mobiliários;

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b) A data da obrigação de efectuar a retenção na fonte a titulo definitivo, sempre


que estejam em causa rendimentos sujeitos a retenção na fonte com essa
natureza.

2.5. ISENÇÕES

DELIMITAÇÃO NEGATIVA DA INCIDÊNCIA – SITUAÇÕES DE NÃO


SUJEIÇÃO
De acordo com o artigo 13º do CIRPC, não estão sujeitos a este imposto os
rendimentos directamente resultantes do exercício da actividade sujeita a imposto
especial sobre o jogo.

NO CIRPC

ISENÇÕES SUBJECTIVAS AUTOMÁTICAS


Integram-se nesta categoria as isenções previstas no artigo 9º - Estado, Autarquias
locais, suas associações de direito público e federações e instituições de segurança
social.

ISENÇÕES SUBJECTIVAS DEPENDENTES DE


RECONHECIMENTO
Estão nesta categoria, de acordo com o artigo 9º, nº 1, alíneas a), b) e c) as pessoas
colectivas de utilidade pública administrativa, as de mera utilidade pública que
prossigam predominantemente fins científicos ou culturais, de caridade, assistência
ou beneficência, as instituições particulares de solidariedade social e entidades
anexas, bem como as pessoas colectivas legalmente equiparadas.
As isenções mencionadas, na alínea c) são reconhecidas por despacho do ministro
que superintende a área das finanças a requerimento dos interessados que define a
amplitude da respectiva isenção de harmonia com os objectivos prosseguidos pelas
entidades em causa.

ISENÇÕES MISTAS
É a isenção concedida aos rendimentos de actividade culturais, recreativas e
desportivas, nos termos e condições previstos no artigo 11º do CIRPC.

2.6. PRINCÍPIOS GERAIS DE TRIUBUTAÇÃO

REGRAS GERAIS
Uma vez determinados os pressupostos da incidência do IRPC, importará apurar as
regras que quantificam a matéria colectável sujeita a imposto. Para tal, é conveniente

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ter presente a distinção a que se faz referência, entre por um lado residentes e não
residentes e por outro lado a efectuada dentro de cada uma destas categorias.

ENTIDADES RESIDENTES QUE EXERÇAM A TITULO PRINCIPAL


ACTIVIDADE COMERCIAL INDUSTRIAL OU AGRÍCOLA (ARTIGO 15º,
Nº 1, ALÍNEA A)
As matérias colectáveis obtêm-se pela dedução pela ordem indicada ao lucro
tributável dos montantes correspondentes a prejuízos fiscais, nos termos do artigo 41º
e os benefícios fiscais.
Por seu lado, o lucro tributável que ia servir de base à determinação da matéria
colectável é constituído, segundo o artigo 17º, pela soma algébrica do resultado
líquido do exercício e das variações patrimoniais positivas e negativas verificadas no
mesmo período e não reflectidas naquele resultado”, determinados com base na
contabilidade e eventualmente corrigidos.
Sendo:
Resultado liquido - corresponde à diferença entre proveitos ou ganhos previstos no
artigo 20º e os custos ou perdas previstos no artigo 22º.
Lucro tributável - resultado liquido mais variações patrimoniais positivas (artigo
21º) menos variações patrimoniais negativas (artigo 24º), eventualmente corrigido
nos termo do CIRPC.
Matéria colectável - lucro tributável abatido dos prejuízos anteriores e dos benefícios
fiscais.

ENTIDADES RESIDENTES QUE NÃO EXERÇAM A TÍTULO


PRINCIPAL ACTIVIDADE COMERCIAL, INDUSTRIAL OU
AGRÍCOLA (ARTIGO 15º, Nº 1 ALÍNEA B)
O rendimento global é, nos termos do artigo 42º, formado pela soma algébrica dos
rendimentos líquidos das várias categorias determinadas nos termos de IRPS.

ENTIDADES NÃO RESIDENTES

DISPONDO DE ESTABELECIMENTO ESTÁVEL


As matérias colectáveis obtêm-se pela dedução ao lucro tributável imputável a esse
estabelecimento dos montantes correspondentes a prejuízos fiscais e a benefícios
fiscais.
Por seu turno, o lucro tributável destas entidades é determinado segundo o artigo 44º,
de acordo com regras aplicáveis ao apuramento do lucro tributável das entidades
residentes que exerçam a título principal actividade comercial, industrial ou agrícola.

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Admite o nº 2 do artigo 44º que possam ser considerados como custos para efeitos de
determinação do lucro tributável os encargos gerais de administração que, na
impossibilidade de serem imputados de acordo com utilização pelo estabelecimento
estável dos bens e serviços a que respeitam, são repartidos de acordo com um dos
critérios previstos no nº3 do mesmo artigo: volume de negócios, custos directos e
imobilizado corpóreo.

NÃO DISPONDO DE ESTABELECIMENTO ESTÁVEL OU COM


RENDIMENTOS NÃO IMPUTÁVEIS AO ESTABELECIMENTO
ESTÁVEL
A matéria colectável é constituída pelos rendimentos das várias categorias, os quais
segundo o artigo 45º são determinados segundo as regras estabelecidas para diversas
categorias de rendimentos de IRPS.

2.6.1. APURAMENTO DE LUCRO TRIBUTÁVEL – ALGUNS ASPECTOS

O CONCEITO DE LUCRO TRIBUTÁVEL


O ponto de partida do apuramento da matéria colectável das pessoas colectivas que
exerçam a título principal uma actividade comercial industrial ou agrícola e das
entidades não residentes que obtenham rendimentos imputáveis a um estabelecimento
estável é o lucro tributável. Assume, assim a maior importância determinar como no
CIRPC aquele é concebido.
No artigo 17º, nº 1º define-se o lucro tributável como a soma algébrica do resultado
líquido do exercício e das variações patrimoniais positivas e negativas verificadas no
mesmo período e não reflectidas naquele exercício determinados com base na
contabilidade e corrigidos nos termos do CIRPC.
A base do apuramento do lucro tributável, é pois, a contabilidade na medida em que
fornece o resultado líquido do exercício e as variações patrimoniais positivas e
negativas nele não reflectidas. O resultado contabilístico sofre, no entanto, diversas
correcções, desde logo, ao nível da delimitação das variações patrimoniais positivas
e negativas relevante. Assim, e de acordo com o artigo 21º, não concorrem para
formação do lucro tributável as seguintes variações patrimoniais positivas:
a) Entradas de capital, incluindo os prémios de emissão de acções, bem como as
coberturas de prejuízos, a qualquer titulo feitas pelos titulares do capital;

b) As mais-valias potenciais ou latentes, ainda que expressas na contabilidade,


incluindo as reservas de reavaliação legalmente autorizados;

c) Os incrementos patrimoniais sujeitos a imposto sobre as sucessões e doações;

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d) As contribuições, incluindo a participação nas perdas, do associado ao


associante, no âmbito da associação em participação e da associação à quota.

Do mesmo modo, não influenciarão o lucro tributável, as seguintes variações


patrimoniais negativas previstas no artigo 24º
a) As que consistam em liberalidades ou não estejam relacionadas com a
actividade do contribuinte sujeita a IRPC;

b) As menos-valias potenciais ou latentes, ainda que expressas na contabilidade;

c) As saídas em dinheiro ou espécie, em favor dos titulares do capital a título de


remuneração ou de redução do mesmo, ou da partilha do património;

d) As prestações do associante ao associado no âmbito da participação em


associação.

CORRECÇÕES
Por outro lado, o apuramento do resultado liquido, tal como resulta da contabilidade
do sujeito passivo poderá igualmente ser objecto de correcções, tanto ao nível dos
proveitos como dos custos.

AOS PROVEITOS
Em primeiro lugar, e no que respeita aos proveitos, haverá que atender ao regime
especial das mais-valias, previsto no artigo 37º do CIRPC.
Assim, se por um lado se estabelece no artigo 20º, como regra que as mais-valias
realizadas se consideram proveitos ou ganhos, susceptíveis, portanto de influenciar o
lucro tributável, enquanto componente positiva, estipula-se, no artigo 39º que não
concorre para lucro tributável a diferença positiva entre as mais-valias e as menos-
valias realizadas mediante a transmissão onerosa de elementos do activo imobilizado
corpóreo ou em consequências de indemnizações por sinistros ocorridos nesses
elementos.
Para que tal ocorra, torna-se necessário que o valor de realização correspondente à
totalidade dos referidos elementos seja reinvestido na aquisição, fabricação ou
construção de elementos do activo imobilizado corpóreo até ao fim do terceiro
exercício seguinte ao da realização. Se o reinvestimento não se concretizar será
corrigido o IRPC relativo ao terceiro exercício posterior ao da realização, nos termos
do nº 5 do artigo 39º.

OUTROS PROVEITOS NÃO TRIBUTADOS:

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Dividendos, quando obtidos por pessoas colectivas residentes em Moçambique, que


detenham pelo menos 20% do capital da empresa participada há pelo menos dois
anos.
Juros provenientes de títulos de dívida pública emitidos para financiamento do
défice do orçamento e da tesouraria do Estado (Bilhetes de Tesouro e Obrigações de
Tesouro emitidas até 31 de Dezembro de 2007).

AOS CUSTOS
Também os custos têm regime próprio que poderá conduzir a alterações do resultado
líquido apurado na contabilidade.
Nos termos daquele regime constitui regra geral, prevista no artigo 22º, que só se
consideram encargos dedutíveis os que comprovadamente forem indispensáveis para
a realização dos proveitos ou para a manutenção da fonte produtora, procedendo a
uma enumeração não taxativa dos custos que preenchem esses requisitos. De qualquer
modo, o nº 2 do Artigo 23º estabelece que nunca serão aceites como custos as
despesas ilícitas, nomeadamente as que decorrem de comportamentos que indiciem a
violação da legislação penal Moçambicana, mesmo que ocorridos fora do alcance
territorial da sua aplicação.
Algumas categorias dos custos, previstos no nº1 do artigo 22º, são objecto de
tratamento especial nos artigos subsequentes, no sentido de sujeitar a sua aceitação a
outros condicionalismos, por exemplo, limites ao seu montante.

Estão neste caso:


a) Amortizações
Amortização é processo de imputação aos resultados do exercício dos custos de
aquisição de bens do activo imobilizado, durante o seu período de vida útil.
Dispõe o nº 1 do artigo 27º, que apenas são aceites como custos as reintegrações e
amortizações de elementos do activo sujeitos a deperecimento, considerando-se como
tais os elementos do activo imobilizado que, com carácter repetitivo, sofrem perdas
de valor resultantes da sua utilização, do decurso do tempo, do progresso técnico ou
de quaisquer outras causas.
o Elementos do activo não sujeitos a depreciamentos;
o Reintegrações de imóveis na parte correspondente ao valor dos terrenos ou na
naquela que não esteja sujeita a depreciamento;
o As que excedam as taxas máximas de amortização determinadas pela Portaria
nº.20817;
o As praticadas para além do período máximo de vida útil, determinado pela
Portaria nº. 20817.

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o As das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, na parte correspondente ao valor


de aquisição ou de reavaliação excedente a 800,000.00MT, bem como dos barcos
de recreio, helicópteros e aviões de turismo e todos os encargos com estes
relacionados, desde que tais bens não estejam afectos a empresas exploradoras de
serviços públicos de transportes ou não se destinem a ser alugados no exercício
da actividade normal da empresa proprietária.
Exemplo: A empresa HIWA possui adicionalmente uma viatura, carrinha de
dupla cabine, cujo valor de aquisição é de 1,000,000.00MT, amortizada a uma
taxa de 25% (de acordo com a Portaria nº. 20817), equivalendo no caso a uma
amortização de 250,000.00MT.
Dado o limite fiscal acima mencionado, não é fiscalmente aceite a amortização
anual de 50,000.00MT, que corresponde ao excesso de 800,000.00MT do valor
de aquisição.
Amortização não aceite fiscalmente
= (1,000,000.00MT-800,000.00MT) x 25%
= 50,000.00MT.

b) Provisões
A constituição de provisões visa a consideração como custo de um exercício de
encargos de ocorrência incerta, não só no que respeita à data da sua concretização
como também quanto ao seu montante. No artigo 28º estabelecem-se as seguintes
provisões admitidas em IRPC:
o As que tiverem por fim a cobertura de créditos de cobrança duvidosa, calculados
em função da soma dos créditos resultantes da actividade normal da empresa
existentes no fim do exercício, pela aplicação da taxa de 1.5%, com um limite
acumulados de 6%;
o As que se destinarem a cobrir as perdas de valores que sofrem as existências,
dentro do limite das perdas efectivamente observadas;
o As que se destinarem a acorrer a obrigações e encargos derivados de processos
judiciais em curso por factos que determinariam a inclusão daqueles entre os
custos da empresa;
o As que de harmonia com a disciplina imposta pelo Banco de Moçambique,
tiverem sido constituídas pelas empresas sujeitas a sua supervisão, bem como as
que, de harmonia com a disciplina imposta pela Inspecção Geral de Seguros de
Moçambique, tiverem sido constituídas pelas empresas de seguro submetidas à
sua supervisão, incluindo as provisões técnicas legalmente estabelecidas;

c) Créditos incobráveis
Os créditos incobráveis só são aceites como custo do exercício na medida em que tal
resulte de processo de execução, falência ou insolvência.

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d) Realizações de utilidade social


Dispõe o artigo 31º, nº1, que são considerados como custos do exercício os gastos
suportados com a manutenção facultativa de creches, lactários, jardins-de-infância,
cantinas, bibliotecas e escolas, prevenção e assistência médica e medicamentosa aos
doentes infectados com “SIDA”, bem como outras realizações de utilidade social
reconhecidas pela Administração Tributaria.
Condiciona-se no entanto a aceitação deste custo a determinados requisitos
nomeadamente, terem os benéficos de carácter geral1 e não revestirem a natureza de
rendimentos do trabalho dependente ou sendo-o sejam de difícil ou complexa
individualização relativamente a cada um dos beneficiários
Por seu lado, o nº2 do artigo 31º, considera como custos até ao limite de 10% das
empresas escrituradas a título de renumerações, salários ou ordenados, os encargos
suportados com seguros de doença e acidentes pessoais, contratos de seguros de vida,
contribuições para fundos de pensões e equiparáveis ou para quaisquer regimes
complementares de segurança social, desde que garantam, exclusivamente o
benefício de reforma, complemento de reforma, invalidez ou sobrevivência a favor
de trabalhadores da empresa.
Este limite será elevado para 20% se os trabalhadores não tiverem direito a pensões
da segurança social.
Constitui condição da aceitação destes encargos, nos termos do artigo 31º a sua não
consideração em IRPS, como rendimentos do trabalho dependente. Na verdade,
quando estes encargos preenchem, do lado do benefício, os pressupostos da
incidência em IRPS, serão considerados custos nos termos do artigo 22º do CIRPC.

e) Mecenato:
O regime do mecenato até agora previsto no que respeita ao IRPC, nos artigos 34º.
Assim e desde logo, segundo este artigo que apenas tem relevância fiscal os donativos
em dinheiro ou em espécie concedidos pelo contribuinte.
Os donativos concedidos ao Estado e as autarquias locais, ou a qualquer, são
considerados custos ou perdas do exercício na sua totalidade.
No âmbito do mecenato prevê-se que sejam considerados custos ou perdas do
exercício, até ao limite de 5% da matéria colectável do exercício anterior se os
donativos forem concedidos a associações, entidades públicas ou privadas sem
objectivos de proselitismo confessional ou partidário, desenvolvem, sem fins
lucrativos, acções no âmbito da Lei nº4/94, de 13 de Setembro.

1
Aqueles que são atribuídos a generalidade dos trabalhadores.

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Outros encargos não dedutíveis para efeitos fiscais


a) Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas (IRPC) e quaisquer outros
impostos que directa ou indirectamente incidam sobre os lucros.
o Exemplo: O IRPC do exercício (que é contabilisticamente integrado no
RLE como estimativa) não é custo fiscal.
b) Impostos e quaisquer outros encargos que incidam sobre terceiros que a
empresa não esteja legalmente autorizada a suportar.
o Exemplo: O pagamento do IRPS devido à final por conta dos
trabalhadores;

c) As multas, coimas e demais encargos pela prática de infracções, de qualquer


natureza, que não tenham origem contratual, incluindo os juros
compensatórios.
o Exemplo: O pagamento de uma multa de trânsito por excesso de
velocidade;

d) As indemnizações pela verificação de eventos cujo risco seja segurável.


o Exemplo: As indemnizações pagas em caso de roubo, acidente de
trabalho, acidente de viação, inundação, fogo, etc., não serão aceites como
custo fiscal. O pressuposto desta norma é de que esta indemnização seria
suportada pela empresa seguradora.

e) 80% das despesas de representação, escrituradas a qualquer título.


o Exemplo: Despesas de viagem e refeições com um fornecedor, no
montante global de 100.000,00 MT. Qual é o custo fiscal?
o O Custo aceite fiscalmente é de 20,000.00MT (100,000.00MT x 20%); e
o O Custo não aceite fiscalmente é de 80,000.00MT (100,000.00MT x 80%)
que será adicionado à matéria colectável.

f) Despesas não devidamente documentadas e as de carácter confidencial ou


ilícito.
o Estas despesas para além de não serem aceites como custo fiscal e serem
integralmente adicionadas à matéria colectável, são ainda objecto de
tributação autónoma a uma taxa mais gravosa – 35%.
o Repare-se que a tributação autónoma não depende da existência de
resultados positivos.

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g) 50% das despesas com ajudas de custo e de compensação pela deslocação em


viatura própria do trabalhador, ao serviço da entidade patronal, não facturadas
a clientes, escrituradas a qualquer título, excepto na parte em que haja lugar a
tributação em sede do IRPS, na esfera do respectivo beneficiário.

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o Exemplo 1: A HIWA concedeu a trabalhadores seus, que se deslocaram à


cidade de Nampula para trabalhos de auditoria interna, ajudas de custo
para fazer face a despesas de alojamento e alimentação no valor diário de
5.000,00 MT. Qual é o custo fiscal?
i. Assumindo o pressuposto de que estes trabalhadores enquadram-se na
categoria salarial de 1.200,00 dia, as implicações fiscais serão:
 5.000 – 1.200 = 3.800: tributados em IRPS como remuneração
adicional;
 3.800 Tributados em IRPS, são integralmente aceites como
custo fiscal;
 1.200 não tributados em IRPS, apenas 50% é que são aceites
como custo fiscal, sendo o remanescente adicionado à matéria
colectável - Campo 215 do quadro 8 do M/22.

h) As importâncias devidas pelo aluguer, sem condutor, de viaturas ligeiras de


passageiros ou mistas, na parte correspondente ao valor das reintegrações
dessas viaturas que, nos termos das alíneas c) e e) do art. 31, não sejam aceites
como custos.
o Exemplo: A HIWA pagou no exercício passado, pelo ALD – Aluguer de
Longa Duração de uma viatura ligeira, o valor de 400.000,00 MT. Quais
as implicações fiscais deste pagamento?

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o Atendendo que o limite máximo de reintegrações deste tipo de viaturas


não excede 800.000,00 MT, e que a taxa máxima de reintegração é de
25%, então o máximo aceite como custo fiscal será 200.000,00 MT.
o A HIWA deverá adicionar à matéria colectável 200.000,00 MT,
correspondentes a 400.000,00 – 200.000,00 – utilizando para o efeito o
Campo 218 do Quadro 8 do M/22.

i) 50% das despesas com viaturas ligeiras de passageiros.


o Incluem-se nesta categoria as despesas relativas a reparações e
combustíveis, bem como a parte das rendas de ALD aceites como custo
fiscal.
 Exemplo: Para além do valor pago a título de rendas de ALD,
mencionado no ponto anterior, a HIWA despendeu com a mesma
viatura os seguintes montantes:
 Renda aceite fiscalmente: 200.000,00 MT
 Combustível: 50.000,00 MT
 Reparação: 20.000,00 MT

j) As despesas com combustíveis na parte em que o sujeito passivo não faça


prova de que as mesmas respeitam a bens pertencentes ao seu activo ou por
ele utilizadas em regime de locação e de que não são ultrapassados os
consumos normais, relacionados com o objecto social da empresa.

k) Custos não aceites fiscalmente – Resultantes da introdução das NIRF

o Diferenças de câmbios não realizadas;


o Provisões ou perdas por imparidade, se estas não se destinarem a cobrir
os riscos:
 Crédito de imposto;
 Perdas do valor das existências;
 Processos judiciais;

o As despesas com publicidade, na parte em que exceda 1% do volume de


vendas resultante da actividade normal do respectivo exercício;

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o Os encargos com campanhas publicitárias são considerados como custo


ao longo de três exercícios.

l) Outras restrições:
o Benefícios Especiais:
 Benefícios fiscais;
 Crédito de imposto por dupla tributação internacional;
 Crédito de imposto por dupla tributação económica.

DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO GLOBAL


O rendimento global é formado pela soma algébrica dos rendimentos líquidos das
várias categorias de IRPS.
De acordo com o nº2 do Artigo 42º do CIPRC, não são aplicáveis a determinação do
rendimento global as disposições que, para efeitos de IRPS, permitam a imputação
de rendimentos a anos anteriores a sua percepção.
Os prejuízos apurados relativamente ao exercício de actividade comerciais, indústrias
ou agrícolas e as menos valias, só podem ser deduzidos aos rendimentos das
respectivas categorias, num ou mais dos seis exercidos posteriores. Por outro lado,
não se permite a imputação de rendimentos a anos diferentes do da sua percepção.

RENDIMENTOS NÃO IMPUTÁVEIS A ESTABELECIMENTO ESTÁVEL


Estes rendimentos são determinados de acordo com as regras estabelecidas para as
categorias correspondente para efeitos de IRPS.

MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLECTÁVEL

REGRA GERAL
A matéria colectável é determinada com base na declaração do contribuinte sem
prejuízo de posterior controlo pela administração fiscal. Assim, havendo declaração,
a actuação da administração fiscal será sempre a posterior, dado o sistema de
autoliquidação vigente em sede de IRPC.

NA AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO
Compete a Administração Tributária a determinação da matéria colectável.

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POR RECURSO AOS MÉTODOS INDIRECTOS


Por último e no que respeita à determinação do lucro tributável, a base do apuramento
da matéria colectável dos residentes que exerçam a título principal actividade
comercial, industrial e agrícola e dos não residentes com rendimentos imputáveis a
um estabelecimento estável, poderá ainda haver recurso a métodos indirectos. (artigo
16º, nº3).
REQUISITOS E CONDIÇÕES DE APLICAÇÃO
De acordo com o Artigo 46º verifica-se por inexistência de contabilidade, atrasos ou
irregularidade na execução e organização, recusa de exibição de contabilidade, bem
como a sua falsificação ou destruição, erros e inexactidões na contabilização das
operações.

GARANTIA ESPECIAL DOS CONTRIBUINTES


De acordo com a Lei 2/2006, especificamente no artigo 53º os contribuintes devem
ser notificados do resultado fixado, devidamente fundamentado, ou seja, que exponha
de modo claro os fundamentos, critérios e cálculos efectuados, podendo no prazo de
30 dias a contar da notificação, solicitar a revisão do lucro tributável em requerimento
dirigido ao director da Área Fiscal.

LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO
CÁLCULO DO IMPOSTO

TAXA DE IMPOSTO APLICÁVEL A ENTIDADES RESIDENTES


A taxa aplicável a matéria colectável é de 32%. Até 31 de Dezembro de 2010, a
actividade agrícola e pecuária beneficiavam de uma taxa reduzida de 10 %.
Mais ainda, os encargos não devidamente documentados e as despesas de carácter
confidencial ou ilícito são tributados autonomamente à taxa de 35% sem prejuízo do
custo não ser aceite para efeitos de determinação da matéria colectável.

ENTIDADES NÃO RESIDENTES


A taxa aplicável, quando disponham de estabelecimento estável, é de 32%.

2.7. O PAGAMENTO DO IMPOSTO

PAGAMENTOS POR CONTA E AUTOLIQUIDAÇÃO

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As entidades residentes que exerçam a título principal actividade de natureza


comercial, industrial ou agrícola e não residente com estabelecimento estável devem
efectuar três pagamentos por conta nos meses de Maio, Julho e Setembro do próprio
ano a que respeita o lucro.
As entidades não residentes com estabelecimento estável e com período de tributação
diferente do ano civil e outras entidades que tenham requerido um período de
tributação diferente do ano civil devem efectuar pagamentos por conta no quinto (5º),
sétimo (7º) e nono ( 9º) mês do período de tributação.

A Sociedade ABC em 2017 teve lucro fiscal de 1 000 000,00 Mts e tem exercício económico
igual ao ano civil.
a) Qual deve ser o pagamento por conta em 2018?
b) Quais são os meses do seu pagamento?
c) Suponha que tenha um exercício económico que inicie em 01 de Abril e termine no
dia 31 de Março do ano seguinte, quais são os meses do seu pagamento?

a) Fórmula
PPC = (Matéria colectável*80%*32%) /3
Resolução
PPC = (1 000 000,00 *0,8*0,32)/3
PPC = 85 333,33

O pagamento por conta é calculado com base no resultado fiscal do anterior, no


entanto o valor total a pagar é de 256 000,00, mas dividido em três prestações iguais
de 85 333,33 Mts.

b) Os pagamentos Por Conta (PPC) são sempre feitos no 5°, 7° e 9° mês, portanto
os meses de pagamento seriam: Maio, Julho e Setembro.
c) Conforme vimos a posição dos meses de pagamento, neste caso seriam Agosto,
Outubro e Dezembro.
Nota: O pagamento por conta é adiantamento do IRPC do ano corrente é por isso que a pós
declaração do imposto (M22) a empresa pode ter IRPC a recuperar se o adiantamento for
superior ao imposto apurado do ano em análise ou IRPC a pagar se o adiantamento for
inferior ao imposto apurado ou mesmo Zero se o adiantamento for igual ao imposto apurado.

Ficam dispensados de proceder a pagamentos por conta, nos termos do artigo 73º, os
contribuintes cujo imposto do exercício de referência para o respectivo cálculo for
inferior a 100.00MT.
Os pagamentos por conta são calculados com base no imposto liquidado
relativamente ao exercício imediatamente anterior à aquele em se devem efectuar
esses pagamentos, líquido da dedução relativa a retenções na fonte. Os pagamentos

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por conta dos contribuintes corresponderão a 80% do montante do imposto liquidado


no exercício anterior, repartido por três montantes iguais.

A diferença que existir entre o imposto calculado na declaração de rendimento e as


importâncias entregues a título de pagamento por conta, deverá ser paga até o termo
do prazo fixado para a apresentação da declaração periódica de rendimentos.
Havendo lugar a reembolso, nos termos do nº2 artigo 30º do RCIRPC, e a declaração
for apresentada no prazo legal, este deverá ser efectuado ao fim do terceiro mês (3º)
imediato ao da apresentação da declaração.
As entidades residentes que não exercem a título principal actividade comercial,
industrial ou agrícola devem proceder ao pagamento do imposto até ao termo do prazo
para a apresentação da declaração de rendimentos ou em caso de declaração de
substituição, até ao dia da sua apresentação.
Entidades não residentes sem estabelecimento estável ou tendo-os os rendimentos
não lhe são imputáveis: os rendimentos auferidos e sujeitos ao IRPC são, em regra,
tributados por retenção na fonte a título definitivo. Exceptuam-se os rendimentos
derivados da prestação de serviços de telecomunicações e transportes internacionais,
bem como as resultantes de montagem e instalação de equipamentos efectuados pelas
referidas entidades, que ficam sujeitas a taxa de 10%.

2.8. PAGAMENTOS ESPECIAIS POR CONTA


As entidades que exerçam a título principal actividade comercial, industrial ou
agrícola, e os não residentes com estabelecimento estável em território Moçambicano,
ficam sujeitos a um pagamento especial por conta, a efectuar em três prestações
durante os meses de Junho, Agosto e Outubro. No caso de optarem por um período
de tributação não coincidente com o ano civil p pagamento devera ocorrer no 6º 8º e
10º mês do período de tributação respectivo.
Este pagamento que não tem lugar no exercício em que se inicia a actividade, será de
montante igual a diferença entre o valor correspondente a 0.5% do volume de
negócios, com limite mínimo de 30,000.00MT e máximo de 100,000.00MT e o
montante dos pagamentos por conta efectuados no ano anterior.

Caso Prático 1

A Sociedade Beta Lda obteve em 2017


 Volume de Negócio (valor das vendas e dos serviços prestados geradores
de rendimentos sujeitos e não isentos) : 5 800 000,00 Mts
 Pagamentos por conta calculados efectuados 15 000,00 Mts
a) Calcular o Pagamento Especial por Conta (PEC) em 2017

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Resolução
Cálculo 1
5 800 000,00 * 0,5% = 29 000,00
Como é inferior ao limite mínimo considera-se tal limite, ou seja, 30 000,00 Mts
Cálculo 2
Montante de PEC a efectuar

Fórmula
PEC = Limite inferior de PEC – Pagamento por Conta
PEC = 30 000,00 Mts – 15 000,00 Mts = 15 000,00 Mts

PEC = 15.000,00/3 = 5.000,00 Mts


Se a empresa adoptar o ano cívil os pagamentos serão efectuados em Junho, Agosto e
Outubro.

Caso Prático 2
1. A Sociedade Beta Lda foi criada em 2014
 Volume de Negócio (valor das vendas e dos serviços prestados geradores
de rendimentos sujeitos e não isentos) : 3 300 000,00 Mts
 Neste ano o resultado fiscal foi de 0,00
a) Apure o Pagamento Especial por Conta em 2014
b) Apure o Pagamento Especial por Conta em 2015
Resolução

a) Não há PEC pois sendo 1° ano não há base para o seu cálculo.

b) Cálculo 1
3 300 000,00 * 0,5% = 16 500,00 Mts
PEC = 30 000,00 Mts
PEC = 30 000,00/3 = 10.000,00 Mts
Uma vez o valor calculado ser inferior ao limite inferior, então considera-se limite inferior
de 30 000,00 Mts, visto que nem se pode ter o valor do pagamento por conta com base na
informação do ano anterior uma vez o resultado ter sido zero.

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Caso Prático 3
A Sociedade Beta Lda obteve em 2019
 Volume de Negócio (valor das vendas e dos serviços prestados geradores
de rendimentos sujeitos e não isentos) : 22 000 000,00 Mts
 Pagamentos por conta calculados efectuados 30 000,00 Mts
b) Calcular o Pagamento Especial por Conta (PEC) em 2020

Resolução

Cálculo 1
22 000 000,00 * 0,5% = 110 000,00

Cálculo 2
PEC = 100 000,00 – 30 000,00 = 70 000,00 Mts
PEC = 70 000,00/3 = 23 333,33 Mts

Como no cálculo 1 o valor é superior ao limite máximo, a base de cálculo usada no cálculo
de PEC é o limite máximo.

2.9. RETENÇÃO NA FONTE


Os rendimentos previstos no nº1 do artigo 67º, quando obtidos por residentes e não
residentes com estabelecimento estável a que imputar rendimentos, e de acordo com
nº3 e 4 do artigo 75º, são sujeitos a retenção na fonte com natureza de pagamentos
por conta, por aplicação, como regra das taxas previstas para IRPS.
Os mesmos rendimentos quando auferidos por não residentes que não disponham de
estabelecimento estável, ou dispondo os rendimentos não lhe sejam imputáveis, são
sujeitos na retenção na fonte. Neste caso, a retenção na fonte é efectuada a título
definitivo, sendo aplicáveis as taxas previstas no nº2 do artigo 62º.
Exceptuam-se desta regra os rendimentos prediais auferidos por não residentes que
não tem estabelecimento estável, ou tendo-o os rendimentos não lhe são imputáveis,
cuja retenção na fonte tem carácter definitivo.

Sempre que sejam pagos rendimentos a entidades residentes em países com os quais
Moçambique tenha celebrado convenção destinada a eliminar a dupla tributação,
devem ser aplicadas as taxas ai previstas. Apenas assim será se a taxa prevista na lei
interna for mais baixa do que a prevista na convenção.
o Moçambique celebrou estes acordos com alguns países a saber: Maurícias,
Portugal, Itália, EAU e RSA)
o

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País
Rendimento
Maurícias Portugal Itália EUA RSA
Lucros 0% 0% 0% 0% 0%
Royalties 5% 10% 10% 5% 5%
Dividendos 8% 10% 15% 0% 15%
Juros 8% 10% 10% 0% 8%

A retenção na fonte relativa aos rendimentos derivados do exercício de actividade de


profissionais de espectáculo ou desportistas, terá lugar sempre que o titular dos
rendimentos não faça prova junto da entidade devedora, antes da sua colocação à
disposição, de que não é controlado directa ou indirectamente pelos profissionais do
espectáculo ou desportistas.
De acordo com nº 5 do artigo 67º, a obrigação de efectuar a retenção na fonte de IRPC
ocorre na data em que estiver estabelecida idêntica obrigação para IRPS, ou na sua
falta, na data da colocação à disposição dos rendimentos. Por seu turno, as
importâncias retidas deverão ser entregues até ao dia 20 do mês seguinte àquele em
que foram deduzidas.

2.10. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS


OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

DECLARARÃO PERIÓDICAS DE RENDIMENTOS

Os sujeitos passivos de IRPC, ainda que isentos temporariamente ou isentos


definitivamente que sejam sujeitos a uma qualquer tributação autónoma e, ainda, as
entidades sujeitas ao regime de transparência fiscal, são obrigados, apresentar as
respectivas declarações de rendimentos, nos seguintes termos:
o Declaração periódica de rendimentos, até ao último dia do mês de Maio, na
Direcção de Área Fiscal da sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em
que estiver centralizada a contabilidade.

À mesma obrigação, de acordo com o nº4 do artigo 39º do CIRPC, ficam sujeitos os
não residentes que obtenham rendimentos não imputáveis a um estabelecimento
estável, não tribulados por retenção na fonte a título definitivo.
A respectiva declaração periódica de rendimentos deve ser apresentada, nos seguintes
prazos:
o Relativamente a rendimentos derivados de imóveis, em que a retenção na fonte
tem a natureza de pagamentos por conta, até ao último dia útil do mês de Maio do

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ano seguinte aquele a que respeitam os rendimentos, ou até ao último dia útil do
prazo de 30 dias a contar da data em que tiver cessado a obtenção de rendimentos.
o Relativamente a ganhos resultantes da transmissão onerosa de imóveis e ganhos
resultantes da transmissão onerosa de partes representativas do capital de
entidades com sede ou direcção efectiva em território Moçambicano, em que não
lugar a retenção na fonte, até ao último dia útil do prazo de trintas dias a contar
da data da transmissão.

Os sujeitos passivos que, optem por um período de tributação diferente do ano civil,
devem apresentar a respectiva declaração de rendimentos até ao ultimo dia útil do 5º
mês posterior a data do termo desse período.
Poderá ser apresentada uma declaração de substituição fora do prazo e pago o imposto
em falta quando tenha sido liquidado imposto inferior ao devido ou declarado
prejuízo fiscal superior ao efectivo.

MODELOS DE IMPRESSOS DE IRPC


DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS
Foram publicados pelo Ministério das Finanças os modelos dos seguintes impressos:
o Declaração modelo 22 - Contabilidade organizada e Regime Simplificado de
Escrituração;
o Declaração modelo 22/A - Regime simplificado de determinação do Lucro
Tributável;

DECLARAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA


No que respeita ao IRPC, relevam os seguintes anexos:
o Anexo A – sujeitos passivos quer exercem, a título principal, actividade de
natureza comercial, industrial ou agrícola com contabilidade organizada;
o Anexo B – sujeitos passivos quer exerçam, a título principal, actividade de
natureza comercial, industrial ou agrícola, do regime simplificado de
escrituração;
o Anexo C – Entidades residentes que não exercem a título principal uma
actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola;
o Anexo D – entidades não residentes sem estabelecimento estável
o Anexo E – Sujeitos passivos de IRPS com contabilidade organizada;

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o Anexo F – Entidades sujeitas ao regime de transparência fiscal – Imputação


de rendimentos aos sócios;
o Anexo G – Descriminação dos rendimentos com vários regimes de tributação
no IRPS ou no IRPC;
o Anexo H – Rendimentos pagos.

DECLARAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA


A declaração deve ser apresentada até ao último dia útil do mês de Junho, em qualquer
repartição de Finanças, em suporte de papel ou formato electrónico.

Quando os sujeitos passivos optem por um período de tributação diferente do ano


civil, a declaração deve ser apresentada até ao último dia do 6º mês posterior à data
do termo desse período.
Esta declaração deve ser apresentada com os documentos abaixo indicados:

a) Declaração de compromisso de honra do Técnico de Contas autenticada pelo director


da Área fiscal;
b) Balancetes analíticos antes e após apuramento do resultado do exercício;
c) Balanço de modelo previsto no Plano Geral de Contas;
d) Listagem dos beneficiários dos donativos concedidos;
e) Mapa demonstrativo da determinação de resultados em relação a obras de carácter
plurianual;
f) Mapa de modelo oficial das reintegrações e amortizações contabilizadas;
g) Mapa de modelo oficial de provisões.

OUTRAS OBRIGAÇÕES
OBRIGAÇÕES CONTABILÍSTICAS E DE ESCRITURAÇÃO
Nos termos do artigo 75º, os residentes que exerçam a título principal uma actividade
da natureza comercial, industrial ou agrícola, bem como os não residentes que
possuam estabelecimento estável, são obrigados a dispor de contabilidade organizada
nos termos da lei comercial e fiscal de modo a permitir o controlo do lucro tributável.
Por outro lado, na execução da contabilidade todos os lançamentos devem estar
apoiados em documentos justificativos, datados e susceptíveis de serem apresentados
sempre que necessários e as operações devem ser registada cronologicamente, sem

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emendas ou rasuras, devendo os erros ser objecto de regularização contabilística, logo


que descobertos.
Durante 10 anos subsiste a obrigação de conservar em boa ordem os livros de
contabilidade, registos auxiliares e os respectivos documentos de suporte.
Por fim, e na impossibilidade de obter a autenticação dos livros de Inventários e
Balanço e Diário, nos termos da lei comercial, devem os mesmos ser apresentados na
repartição de finanças da área do contribuinte, para que sejam assinados os seus
termos de abertura e encerramento e rubricadas as respectivas folhas.
A contabilidade e escrituração das entidades mencionadas, deverá ser centralizada em
estabelecimento ou instalação situada em território Moçambicano, que no caso dos
residentes abrange também as operações realizadas no estrangeiro e no caso de não
residentes com estabelecimento estável, abrange apenas as operações que lhe sejam
imputáveis.

DOSSIER FISCAL
Os sujeitos passivos de IRPC, com excepção dos isentos nos termos do artigo 9º do
respectivo código, são obrigados manter em boa ordem, durante o prazo de 10 anos,
um processo de documentação fiscal relativo a cada exercício anual de informação
contabilística com os elementos contabilísticos e fiscais.

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A empresa XYZ LDA. com sede em Maputo na Av. Josina Machel n° 508, Nuit 400300200 estando
no regime geral de IRPC apresentou em 31/12/2017 o seguinte balancete rectificado:

Movimentos Acumulados Saldos


Descrição
Débito Crédito Devedor Credor
11 Caixa 1.589.000,00 1.415.500,00 173.500,00
12 Bancos 2.425.300,00 1.725.270,00 700.030,00
22 Mercadorias 1.986.750,00 1.420.750,00 566.000,00
32 Activos Tangíveis 342.500,00 342.500,00
33 Activos Intangíveis 100.000,00 100.000,00
38 Amortizações 73.000,00 73.000,00
41 Clientes 2.283.750,00 2.175.000,00 108.750,00
42 Fornecedores 2.199.460,00 2.779.500,00 580.040,00
44 Estado 18.870,00 18.870,00
46 Outros Credores 22.375,00 485.000,00 462.625,00
49 Acréscimos e diferimentos 31.500,00 31.500,00
51 Capital 660.000,00 660.000,00
61 Custo dos inventários 1.000.000,00 1.000.000,00
62 Gastos com o pessoal 200.000,00 200.000,00
622 Remuneração dos Trabalhadores 175.000,00 175.000,00
623 Encargos sobre remunerações 12.250,00 12.250,00
625 Ajudas de custo 12.750,00 12.750,00
63. Fornec. e Serv. de Terceiros 241.250,00 241.250,00
63211 Água 10.000,00 10.000,00
63212 Electricidade 30.000,00 30.000,00
63216 material de escritório 22.000,00 22.000,00
63221 Manutenção e Reparação 9.250,00 9.250,00
63227 Propaganda e Publicidade 50.000,00 50.000,00
62229 Despesas de representação 40.000,00 40.000,00
63299 Outros serviços 80.000,00 80.000,00
65 Amortizções do Periodo 32.000,00 32.000,00
651 Activos Tangíveis 25.000,00 25.000,00
652 Activos Intangíveis 7.000,00 7.000,00
6.8 Outros Gastos e Perdas Operac. 6.630,00 6.630,00
682 Impostos e Taxas 4.000,00 4.000,00
6896 Multas e Penalidades 2.630,00 2.630,00
69 Gastos Financeiros 19.750,00 19.750,00
6941 Diferenças de câmbio realizadas 7.000,00 7.000,00
6942 Diferenças de câmbio não realizadas 3.500,00 3.500,00
695 Descontos de Pronto Pagamento 4.000,00 4.000,00
698 Outros gastos e perdas financeiros 5.250,00 5.250,00
71 Vendas 1.704.250,00 1.704.250,00
76 Out. Rendimentos e Ganhos Operac. 12.535,00 12.535,00
78 Rend. e ganhos Financeiros 10.590,00 10.590,00
781 Juros Obtidos 8.090,00 8.090,00
7842 Diferec. de câmbio não realizadas 2.500,00 2.500,00
Total 12.480.265,00 12.480.265,00 3.521.910,00 3.521.910,00

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Informação adicional
o As ajudas de custo contratualizadas pelo uso da viatura não foram tributadas em sede
de IRPS
o Nas despesas referentes aos outros serviços 10% apresentam comprovativos sem
NUIT do fornecedor
o A amortização dos activos intangíveis apurou-se com base no valor atribuído ao
terreno da empresa
o A matéria colectável de 2016 foi de 100.000,00 Mts e no ano corrente a empresa
efectuou o pagamento por conta.

Pedidos:
a) Apure o resultado contabilístico ou preencha o modelo 20A1
b) Preencha o modelo 22
Resolução
a

Apuramento do Lucro Contabilistico


1 71 Vendas 1.704.250,00
2 76 Out. Rend. E Ganhos Operacionais 12.535,00
3 78 Rendimentos e Ganhos Financeiros 10.590,00
4 Total de Receitas (1+2+3) 1.727.375,00
5 61 Custo dos inventários 1.000.000,00
6 62 Gastos com o pessoal 200.000,00
7 63. Fornec. e Serv. de Terceiros 241.250,00
8 65 Amortizções do Periodo 32.000,00
9 6.8 Outros Gastos e Perdas Operac. 6.630,00
10 69 Gastos Financeiros 19.750,00
11 Total de Gastos (5+6+7+8+9+10) 1.479.880,00
12 Resultado contabilístico do Exercício (4-11) 247.495,00

Nota Explicativa: Para o preenchimento do modelo 22 primeiro é necessário apurar o


resultado do exercício por via de modelo 20A1 ou demonstração de resultado como é o caso
deste exemplo. Importa referir que o resultado do exercício de forma geral é a diferença
entre as receitas (classe 7) e as despesas (classe 6)

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Preenchimento do modelo 22
8 - A P UR A M EN T O D O LUC R O T R IB UT Á VEL
R ESULT A D O D O EXER C Í C IO 201 247.495,00
Variações patrimoniais positivas não refletidas no resultado líquido (art 21do CIRPC) 202
Variações patrimoniais negativas não refletidas no resultado líquido (art 24 do CIRPC) 203
RESULTADOS APÓS VARIAÇÕES PATRIM ONIAIS (Campos 201+202-203) 204 247.495,00
M atéria colectável imputada por sociedades transparentes (art.6) di CIRPC) 205
Reintegrações e amortizações não aceites como custo (art.31do CIRPC) 206 7.000,00
Despesas ilícitas, prémios de seguros e contribuições (nº 1a) e (nº 2 art. 23 do IRPC) 207
Diferenças de câmbio não realizadas (art.22 c) 208 3.500,00
Provisões não dedutíveis ou para além dos limites legais (arts. 33 a 35 do IRPC) 209
Realizações de utilidade social não enquadráveis (arts. 37 a 40 do IRPC) 210
Donativos não previstos ou além dos limites legais (art. 41do IRPC) 211
IRPC (art. 43 nº1alínea a) do IRPC) 212
Imposto e encargos da responsabilidade de outrém (art 43 nº 1b) do CIRPC) 213
M ultas, coimas, juros compensatórios e demais encargos pela prática de infracções (art 43 nº1c) 214 2.630,00
Indeminizações por eventos seguráveis (art. 43 nº1d) do CIRPC) 215
50% das ajudas de custos e de compensação pela utilização de viat. do trabalhador (art. 43 nº1h) 216 6.375,00
A CRESCER

Despesas com a publicidade para além dos limites legais (art. 36 n° 1 n) 217 32.957,50
80% das despesas de representação art. 43 nº1f) do CIRPC) 218 32.000,00
Despesas confidenciais e/ou não documentadas (art. 43 nº1g) do IRPC) 219 8.000,00
Importâncias devidas pelo aluguer de viaturas sem condutor (art. 43 nº4 h) 220
Combustível consumidos em excesso ou em viaturas que não se prove pertencerem à empresa (art.43 nº1i)
do IRPC 221
50% dos encargos com viatura ligeiras de passageiros (art.43 nº4) do IRPC 222
M enos-valias contabilísticas 223
M ais-valias fiscais 224
Correcções nos casos de crédito de imposto (art.62 nº1do CIRPC) 225
Correcções relativas a exercícios anteriores 226
227
228
229
230
231
SOM A (C ampo s 204 a 232) 232 339.957,50
Reposição de provisões tributadas 233
M ais-valias Contabilísticas 234
M enos-valias fiscais 235
Restituição de impostos não dedutíveis e excesso de estimativa para impostos 236
Dupla tributação ecnómica de lucros distribuidos (art.47 do IRPC) 237
A DEDUZIR

Benefícios fiscais 238


Diferenças de câmbio não realizadas (art. 20, 3 ,c.) 239 2.500,00
240
241
242
243
244
245
SOM A D A S D ED UÇÕES (C ampo s 231 a 243) 250 2.500,00

P R EJUIZ OS P A R A EF EIT OS F ISC A IS (Se 250 > 230) a transpo rtar para o campo 260, 270
e/ o u 280 do quadro 9 251
LUC R O T R IB UT Á VEL (Se 230 ≥ 250) A transpo rtar para o campo 261, 271 e/ o u 281 quadro 9
252 337.457,50

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9 - AP URAM ENTO DA M ATÉRIA COLECTÁVEL/DEDUCÇÕES DE P REJUÍZOS (art.48 do CIRP C)


A - De entidades com contabilidade organizada, que exercem a títulos principal, actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola
A transportar do quadro 8, ou do
REGIM E GERAL COM REDUÇÃO DE TAXA COM ISENÇÃO
quadro 4 do M/20 G
1- PREJUIZO FISCAL 260 0,00 270 280
2 - LUCRO TRIBUTÁVEL 261 337.457,50 271 281
Exercício N-5 262 272 282
Exercício N-4 263 273 283
Exercício N-3 264 274 284
Exercício N-2 265 275 285
Exercício N-1 266 276 286
3 - PREJUIZOS FISCAIS DEDUZIDOS267 277 287
4-Benefícios Fiscais deduzidos 268 278 288
M ATÉRIA COLECTÁVEL 269 337.457,50 279 289

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IRPC - DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS M/22
M inistério das Finanças
A ut o rida de T ribut á ria de M o ç a m bique IRPC
(CONTA B ILIDA DE ORGA NIZA DA E REGIM E SIM P LIFICA DO DE ESCRITURA ÇÃ O)
DIRECÇÃ O GERA L DE IM P OSTOS

1 - NOME / DESIGNAÇÃO SOCIAL DO SUJEITO PASSIVO 2 - NUIT - Núm ero Único de


Identificação Tributária
XYZ LDA 4 0 0 3 0 0 2 0 0
3 - TIPO DE DECLARAÇÃO 4 - EXERCÍCIO/PERÍODO DE TRIBUTAÇÃO
X 1ª Declaração do Exercício De cessação de A ctividade P e rio do de t ribut a ç ã o 2 0 1 7
De Substituição Data de cessação X A no Civil
De Liquidação ____/___ __/____ Outro DE ___________ A _____________

5 - REGIME DE ESCRITURAÇÃO
X Co ntabilidade Organizada Simplificado de Escrituração

6 - TIPO DE SUJEITO PASSIVO


Residente que NÃ O exerce, a título
Residente que exerce, a título principal, principal actividade co mercial, industrial o u Não Residente COM Não Residente COM
X
actividade co mercial, industrial o u agríco la agríco la estabelecimento estável estabelecimento estável

7 - REGIME DE TRIBUTAÇÃO DE RENDIMENTOS


X Geral Isenção definitiva Isenção tempo rária Redução de Taxa Transparência fiscal

10 - CÁLCULO DE IMPOSTO
Impo sto à taxa no rmal Campo 269 o u 290 do quadro 9 x 32% 300 107.986,40
Impo sto à taxa Reduzida Campo 269 o u 290 do quadro 9 x___% 301
C O LE C T A ( 3 0 0 + 3 0 1) 302 107.986,40
Dupla tributação eco nó mica 303
Dupla tributação internacio nal 304
B enefício s fiscais 305
P agamento especial po r co nta 306
307
T O T A L D A S D E D UÇÕ E S ( 3 0 3 + 3 0 4 + ... + 3 0 7 ) 308 0,00
IR P C LIQ UID A D O ( 3 0 2 - 3 0 8 ) ≥ 0 S E ( 3 0 2 - 3 0 8 ) < 0 ins c re v a "0 " ( ze ro ) 309 107.986,40
Retençõ es na Fo nte 310
P agamento s po r co nta 311 25.600,00
312
IR P C A P A G A R S e ( 3 0 9 - 3 10 - 3 11 - 3 12 ) > 0 313 82.386,40
IR P C A R E C UP E R A R S e ( 3 0 9 - 3 10 - 3 11 - 3 12 ) < 0 314
IRP C de exercício s anterio res 315
Juro s Co mpensató rio s 316
Juro s de M o ra 317
318
T O T A L A P A G A R [ ( 3 13 o u 3 14 ) + 3 15 + 3 16 + 3 17 + 3 18 ] > 0 319 82.386,40
T O T A L A R E C UP E R A R ( - 3 14 + 3 15 + 3 16 + 3 17 + 3 18 ) < 0 320
11 - OBSERVAÇÕES 13 - USO EXCLUSIVO DOS SERVIÇOS

Co m Impo sto a pagar Co m impo sto a recuperar Nula

12 - AUTENTICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO Nº de Entrada


A presente declaração co rrespo nde a verdade e não o mite qualquer
info rmação perdida Secto r Cap. A rt. A línea Número
Data: 25 / 05 / 2018 DA TA DE P A GA M ENTO / ENTREGA DA
CÓDIGO DA ENIDADE RECEBEDORA
No me : Valter Machava DECLA RA ÇÃ O
A ss :
Qualidade Socio-Gerente Dia Mês Ano
Representante e NUIT 1E+08

T é c nic o de C o nt a s ( S uje it o s pa s s iv o s c o m c o nt a bilida de o rga niza da )


Nº de Receita
Nome do Func.
No me : Emílio Muchanga Ass
NUIT 111190303
INSERÇÃ O DE DA DOS
A ss : No me do Func ....................................
Nº de inscrição DNIA .............................................................................
1020/16 Data: _____/_____/_______ A ss ..................................................

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Nota Explicativa: Caro Estudante importa referir que no preenchimento deste modelo a
última página é a primeira no modelo físico e a primeira página é a do meio. No
preenchimento do modelo 22-existem elementos que é necessário analisar o balancete para
o preenchimento de modelo 22.

No campo 206 lançou o valor não aceite conforme alinea b do artigo 27° CIRPC

No campo 208 o valor de diferença de câmbio desfavoráveis não realizadas não são aceites
fiscalmente por isso que são acréscidas no apuramento do lucro tributável.

No campo 214 o valor da multas que se verifica no balancete não são aceites conforme alinea
c do n° 1 do artigo 36° CIRPC.

No campo 216 o valor de ajudas de custos que não forem tributadas em sede do IRPS não
são aceites em 50% do seu valor por 12.750,00*0,5 = 6.375,00 Mts

No campo 217 o valor da publicidade que exceeder 1% do volume de vendas não são aceites
conforme alinea n do n° 1 do artigo 36° do CIRPC. Cálculos 1.704.250, 00*0, 01- 50.000,00
= 32.957,50

No campo 218 conforme alinea f do n° 1 do artigo 36° do CIRPC 40.000,00*0,8 = 32.000,00

No campo 219 considera-se despesas não documentadas porque sem Nuit não são válidos.
80.000,00*0,1 = 8.000,00

No campo 239 deduz-se 2.500,00 porque trata-se de ganhos não realizados.

No campo 300 calcula-se 32% da matéria colectável que são 337.457,5*0,32 = 107.986,40

No campo 311 lembre-se da fórmula do Pagamento por conta 100.000,00*0,8*0,32 =


25.600,00

O resto dos campos o modelo explica com as fórmulas.

2. Considere o balancete rectificado da empresa XYZ LDA, sabe-se que a mesma


não efectuou o pagamento por conta porque em 2015 e 2016 teve prejuízos de
200.000,00 Mts e 138.042,50 Mts respectivamente.

Pede-se:
a) O preenchimento do modelo 22
b) Qual é a data da entrega deste modelo nas finanças?

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9 - AP URAM ENTO DA M ATÉRIA COLECTÁVEL/DEDUCÇÕES DE P REJUÍZOS (art.48 do CIRP C)


A - De entidades com contabilidade organizada, que exercem a títulos principal, actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola
A transportar do quadro 8, ou do
REGIM E GERAL COM REDUÇÃO DE TAXA COM ISENÇÃO
quadro 4 do M/20 G
1- PREJUIZO FISCAL 260 0,00 270 280
2 - LUCRO TRIBUTÁVEL 261 337.457,50 271 281
Exercício N-5 262 272 282
Exercício N-4 263 273 283
Exercício N-3 264 274 284
Exercício N-2 265 138.042,50 275 285
Exercício N-1 266 200.000,00 276 286
3 - PREJUIZOS FISCAIS DEDUZIDOS267 277 287
4-Benefícios Fiscais deduzidos 268 278 288
M ATÉRIA COLECTÁVEL 269 -585,00 279 289

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IRPC - DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS M/22
M inistério das Finanças
A ut o rida de T ribut á ria de M o ç a m bique IRPC
(CONTA B ILIDA DE ORGA NIZA DA E REGIM E SIM P LIFICA DO DE ESCRITURA ÇÃ O)
DIRECÇÃ O GERA L DE IM P OSTOS

1 - NOME / DESIGNAÇÃO SOCIAL DO SUJEITO PASSIVO 2 - NUIT - Núm ero Único de


Identificação Tributária
XYZ LDA 4 0 0 3 0 0 2 0 0
3 - TIPO DE DECLARAÇÃO 4 - EXERCÍCIO/PERÍODO DE TRIBUTAÇÃO
X 1ª Declaração do Exercício De cessação de A ctividade P e rio do de t ribut a ç ã o 2 0 1 7
De Substituição Data de cessação X A no Civil

De Liquidação ____/___ __/____ Outro DE ___________ A _____________

5 - REGIME DE ESCRITURAÇÃO
X Co ntabilidade Organizada Simplificado de Escrituração

6 - TIPO DE SUJEITO PASSIVO


Residente que NÃ O exerce, a título
Residente que exerce, a título principal, principal actividade co mercial, industrial o u Não Residente COM Não Residente COM
X
actividade co mercial, industrial o u agríco la agríco la estabelecimento estável estabelecimento estável

7 - REGIME DE TRIBUTAÇÃO DE RENDIMENTOS


X Geral Isenção definitiva Isenção tempo rária Redução de Taxa Transparência fiscal

10 - CÁLCULO DE IMPOSTO
Impo sto à taxa no rmal Campo 269 o u 290 do quadro 9 x 32% 300
Impo sto à taxa Reduzida Campo 269 o u 290 do quadro 9 x___% 301
C O LE C T A ( 3 0 0 + 3 0 1) 302 0,00
Dupla tributação eco nó mica 303
Dupla tributação internacio nal 304
B enefício s fiscais 305
P agamento especial po r co nta 306
307
T O T A L D A S D E D UÇÕ E S ( 3 0 3 + 3 0 4 + ... + 3 0 7 ) 308 0,00
IR P C LIQ UID A D O ( 3 0 2 - 3 0 8 ) ≥ 0 S E ( 3 0 2 - 3 0 8 ) < 0 ins c re v a "0 " ( ze ro ) 309 0,00
Retençõ es na Fo nte 310
P agamento s po r co nta 311
312
IR P C A P A G A R S e ( 3 0 9 - 3 10 - 3 11 - 3 12 ) > 0 313
IR P C A R E C UP E R A R S e ( 3 0 9 - 3 10 - 3 11 - 3 12 ) < 0 314
IRP C de exercício s anterio res 315
Juro s Co mpensató rio s 316
Juro s de M o ra 317
318
T O T A L A P A G A R [ ( 3 13 o u 3 14 ) + 3 15 + 3 16 + 3 17 + 3 18 ] > 0 319
T O T A L A R E C UP E R A R ( - 3 14 + 3 15 + 3 16 + 3 17 + 3 18 ) < 0 320
11 - OBSERVAÇÕES 13 - USO EXCLUSIVO DOS SERVIÇOS

Co m Impo sto a pagar Co m impo sto a recuperar Nula

12 - AUTENTICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO Nº de Entrada


A presente declaração co rrespo nde a verdade e não o mite qualquer
info rmação perdida Secto r Cap. A rt. A línea Número
Data: 25 / 05 / 2018 DA TA DE P A GA M ENTO / ENTREGA DA
CÓDIGO DA ENIDADE RECEBEDORA
No me : Valter Machava DECLA RA ÇÃ O
A ss :
Qualidade Socio-Gerente Dia Mês Ano
Representante e NUIT 1E+08

T é c nic o de C o nt a s ( S uje it o s pa s s iv o s c o m c o nt a bilida de o rga niza da )


Nº de Receita
Nome do Func.
No me : Emílio Muchanga Ass
NUIT 111190303
INSERÇÃ O DE DA DOS
A ss : No me do Func ....................................
Nº de inscrição DNIA .............................................................................
1020/16 Data: _____/_____/_______ A ss ..................................................

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2b) Resposta: O modelo 22 deve ser submetido nas Finanças entre 1 de Janeiro a 31 de Maio
do ano seguinte se adoptar o ano cívil.

Diferenças de Cambio à Luz do IRPC


Nestes termos, entendem-se realizadas as diferenças cambiais apuradas:
a) Na data de pagamento efectivo;
b) Na data do recebimento efectivo; ou
c) Na data de compensação ou anulação de saldos.
e não na data de da simples actualização cambial dos mesmos.

Divida em Divida em 31/12


Descrição
01/01/2016 USD 2016 em USD
Dívida 100.000,00 100.000,00
Câmbio 30,00 34,00
Pagamento 0,00 70.000,00
Diferenças cambiais 0,00 400.000,00
Não realizadas 0,00 400.000,00
Realizadas 0,00 280.000,00
Dif. Cambiais Modelo 22 0,00 120.000,00

Saldo Inicial da dívida = 100.000 @ 30,00 3.000.000,00


Actualização cambial da dívida = 100 000@34,00 3.400.000,00
Diferença cambial não realizada 400.000,00

Pagamento de parte da dívida


Saldo Inicial da dívida 70.000@ 30,00 2.100.000,00
Actualização cambial da dívida 70 000@34,00 2.380.000,00
Diferença cambial realizada 280.000,00

No modelo 22 a diferença de câmbio não realizada será de 120.000,00 = (400.000,00 –


280.000,00)

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EXERCÍCIOS

1. A empresa XTP apurou no N a matéria colectável de 130.000,00 Mts, e sabe-se que


durante o ano em curso fez pagamentos por conta. No ano N-1 apurou-se a matéria
colectável de 162.500,00 Mts.
a) A empresa terá IRPC a recuperar ou a pagar? Em caso de uma das possibilidades
qual é o valor?

2. A ABC S.A tem como resultado do exercício 100.000,00 Mts sendo que nas despesas
do período contabilizou-se a amortização da viatura ligeira em 200.000,00 Mts a
razão da taxa de amortização de 20% e sabe-se que no ano anterior teve prejuízo de
20.000,00 Mts.
a) Qual é o valor de aquisição da viatura?
b) Qual é o valor do lucro tributável e da matéria colectável?
c) Calcule o IRPC a pagar.
d) Se no lugar de prejuízo do ano anterior a matéria colectável fosse um valor
positivo de 50.000,00 Mts dando lugar ao pagamento por conta qual seria o valor
do IRPC do ano em curso.

3. A empresa XYZ LDA. com sede em Maputo na Av. Josina Machel n° 508, Nuit
400300200 estando no regime geral de IRPC apresentou em 31/12/2017 o seguinte
balancete rectificado:
Movimentos Acumulados Saldos
Descrição
Débito Crédito Devedor Credor
11 Caixa 1.589.000,00 1.415.500,00 173.500,00
12 Bancos 2.425.300,00 1.725.270,00 700.030,00
22 Mercadorias 1.986.750,00 1.420.750,00 566.000,00
32 Activos Tangíveis 342.500,00 342.500,00
33 Activos Intangíveis 100.000,00 100.000,00
38 Amortizações 73.000,00 73.000,00
41 Clientes 2.283.750,00 2.175.000,00 108.750,00
42 Fornecedores 2.199.460,00 2.779.500,00 580.040,00
44 Estado 18.870,00 18.870,00
46 Outros Credores 22.375,00 485.000,00 462.625,00
49 Acréscimos e diferimentos 31.500,00 31.500,00
51 Capital 660.000,00 660.000,00
61 Custo dos inventários 1.000.000,00 1.000.000,00
62 Gastos com o pessoal 200.000,00 200.000,00
622 Remuneração dos Trabalhadores 175.000,00 175.000,00
623 Encargos sobre remunerações 12.250,00 12.250,00
625 Ajudas de custo 12.750,00 12.750,00
63. Fornec. e Serv. de Terceiros 241.250,00 241.250,00
63211 Água 10.000,00 10.000,00

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63212 Electricidade 30.000,00 30.000,00


63216 material de escritório 22.000,00 22.000,00
63221 Manutenção e Reparação 9.250,00 9.250,00
63227 Propaganda e Publicidade 50.000,00 50.000,00
62229 Despesas de representação 40.000,00 40.000,00
63299 Outros serviços 80.000,00 80.000,00
65 Amortizções do Periodo 27.000,00 27.000,00
651 Activos Tangíveis 27.000,00 25.000,00
6.8 Outros Gastos e Perdas Operac. 11.630,00 11.630,00
682 Impostos e Taxas 3.000,00 3.000,00
6896 Multas e Penalidades 3.630,00 3.630,00
6895 Donativos 5.000,00 5.000,00
69 Gastos Financeiros 19.750,00 19.750,00
6941 Diferenças de câmbio realizadas 7.000,00 7.000,00
6942 Diferenças de câmbio não realizadas 3.500,00 3.500,00
695 Descontos de Pronto Pagamento 4.000,00 4.000,00
698 Outros gastos e perdas financeiros 5.250,00 5.250,00
71 Vendas 1.700.000,00 1.700.000,00
76 Out. Rendimentos e Ganhos Operac. 15.125,00 15.125,00
763 Ganhos em Investimento de Capital 12.535,00 12.535,00
764 Ganhos em Inventários e Activos Biol. 2.590,00 2.590,00
78 Rend. e ganhos Financeiros 12.250,00 12.250,00
Total 12.480.265,00 12.480.265,00 3.521.910,00 3.521.910,00

Informações Adicionais
 Os ganhos com investimento de capital foram objecto de tributação em sede de IRPS
como rendimentos da terceira categoria
 Os donativos patentes no balancete não foram canalizados ao Estado nem às suas
autarquias
 Nas despesas referentes aos outros serviços 15% apresentam comprovativos sem
NUIT do fornecedor
 As ajudas de custos foram objecto de tributação em sede de IRPS.
 A empresa foi constituida em 2016 e teve prejuízo de 150.000,00 Mts

Pede-se:
a) O apuramento ou demonstração do resultado contabilístico
b) O preenchimento do modelo 22.

4. A empresa Hatikuma Lda. Em 30/11/N registou uma dívida de 20.000,00 USD ao


fornecedor estrangeiro a uma taxa de câmbio de 70,00 Mts, em 31/12/N efectuou o
pagamento de 15.000,00 USD ao câmbio de 67,50 Mts. Elabore a tabela de diferença
cambial realizada e não realizada na data da emissão das demonstrações financeiras.

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