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FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização deste Manual, para qualquer outro fim que não
o indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas
Certificados, entidade que detém os direitos de autor.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1 Introdução ....................................................................................................................................................... 7
1.1 Breve introdução .................................................................................................................................... 7
1.2 Os regimes Contabilísticos atualmente existentes em Portugal ............................................................. 9
1.3 O SNC .................................................................................................................................................. 12
1.4 A estrutura conceptual e a definição de mensuração e imparidade ..................................................... 13
2 Caracterização da atividade .......................................................................................................................... 16
2.1 Caracterização das atividades agrícolas .............................................................................................. 16
2.2 Politica Agrícola Comum ...................................................................................................................... 25
2.3 PAC pós 2013 (Período 2014-2020) .................................................................................................... 34
2.4 Portugal 2020 ....................................................................................................................................... 42
2.5 Fundos Agrícolas ................................................................................................................................. 46
2.6 Programa de Desenvolvimento Rural ................................................................................................... 53
2.7 Ajudas Diretas: PAC 2015-2020 ........................................................................................................... 56
2.8 Pedido Único (PU) ................................................................................................................................ 64
2.9 Gestão da água .................................................................................................................................... 68
2.10 Desempenho ambiental........................................................................................................................ 72
2.11 Sistema de Industria Responsável (SIR) – Adegas e Lagares ............................................................. 75
2.12 Licenciamento da atividade pecuária ................................................................................................... 76
2.13 SNIRA – Sistema Nacional de Informação e Registo Animal ............................................................... 78
2.14 Sistema de Recolha de Cadáveis de Animais Mortos na Exploração (SIRCA) .................................... 82
2.15 Gasóleo Colorido e Marcado ................................................................................................................ 83
2.16 Arrendamento Rural ............................................................................................................................. 85
2.17 Bolsa nacional das terras ..................................................................................................................... 89
2.18 Sistema de Informação de Mercados Agrícolas - SIMA ....................................................................... 94
2.19 Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA).................................................................... 95
2.20 Atribuição de benefícios fiscais ao investimento no setor agrícola ....................................................... 97
3 NCRF 17 – Agricultura ................................................................................................................................ 100
3.1 Breve introdução à norma NCRF 17 .................................................................................................. 100
3.2 O reconhecimento e mensuração dos ativos biológicos..................................................................... 105
3.3 Principais divulgações ........................................................................................................................ 112
3.4 Apontamentos fiscais ......................................................................................................................... 114
4 Os Ativos Biológicos de Produção – NCRF 17 ........................................................................................... 116
4.1 Reconhecimento e Mensuração ......................................................................................................... 116
4.2 Aspetos práticos relacionados com a Norma ..................................................................................... 119
4.3 Apontamentos fiscais ......................................................................................................................... 131
5 Os Ativos Biológicos Consumíveis – NCRF 17 ........................................................................................... 133
5.1 Reconhecimento e mensuração ......................................................................................................... 133
5.2 Aspetos práticos relacionados com a Norma ..................................................................................... 134
5.3 Apontamentos fiscais ......................................................................................................................... 140
6 Produto agrícola .......................................................................................................................................... 142
6.1 Reconhecimento e mensuração ......................................................................................................... 142
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1 Introdução
No dia 13 de Julho de 2009, foi publicado o Decreto-Lei n.º 158/2009 que aprovou a entrada
em vigor do novo Normativo Contabilístico – o SNC (Sistema de Normalização
Contabilística) – que vigora em Portugal desde 1 de Janeiro de 2010 e revogou o Plano
Oficial de Contabilidade (POC) que vigorou em Portugal durante três décadas.
Nas atividades agrícolas a mudança para o SNC implicou uma grande viragem para os
empresários e para os profissionais da área na organização da sua contabilidade e
prestação de contas uma vez que o novo normativo contabilístico é substancialmente
diferente do normativo que anteriormente aplicavam.
O Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, que restruturou o todo o SNC e que teve como
objetivo a transposição da Diretiva n.º 2013/34/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 26 de junho, para o ordenamento jurídico nacional. As alterações que resultam deste
diploma entraram em vigor nos períodos que se iniciaram em ou após 1 de janeiro de 2016.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Um balanço
• Uma demonstração dos resultados
• Uma demonstração das alterações nos capitais próprios
• Uma demonstração de fluxos de caixa
• Um anexo em que se divulguem as bases de preparação e politicas contabilísticas
adotadas e outras divulgações exigidas pelas NCRF
Sendo o SNC um modelo que tem como base o Relato Financeiro, a elaboração destas
Demonstrações Financeiras tem como objetivo ir de encontro à realidade das empresas
para que as “peças contabilísticas” reflitam a Imagem Verdadeira e Apropriada das
entidades.
Para a concretização deste objetivo fulcral do atual sistema contabilístico, passámos para
um sistema que privilegia a aplicação do Justo Valor por contraposição à elaboração das
peças contabilísticas assentes no custo histórico que durante três décadas foi a pedra
basilar do anterior sistema contabilístico.
No entanto, o custo histórico continua a ser uma medida fiável para o registo das operações,
sendo também neste sistema uma das principais medidas para o reconhecimento e
mensuração inicial. No entanto, para se alcançar o objetivo primordial das demonstrações
financeiras refletirem a realidade financeira das entidades, o custo histórico não é, por
vezes, a melhor medida, podendo ter que se alterar a mensuração inicial aplicando outra
mensuração, por exemplo o justo valor para que as demonstrações financeiras transmitam a
imagem verdadeira e apropriada da entidade.
Isto é, só devemos utilizar o justo valor como regra de mensuração para que o relato
financeiro seja adequado e transmita a realidade da entidade e apenas para as operações
em que essa necessidade se verifique. Assim, as entidades combinam várias medidas de
mensuração nas suas demonstrações financeiras.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
NIC/IAS (Normas
Entidades cotadas, Sector Financeiro e
internacionais adoptadas
sector segurador
pela EU directamente)
NCRF(Sistema de
normalização contabilístico
Entidades sem títulos à negociação
Português elaborado com
Contas Consolidadas
base nas normas do IASB
Contas Individuais
adoptadas pela União
europeia)
Pequenas entidades
NCRF-ESNL (Norma
Entidades sem fins lucrativos cujo volume
contabilística e de relato
negócios liquido seja superior ou igual a
financeiro para as entidades
€150.000
do setor não lucrativo)
Microentidades
Não ultrapassem 2 dos limites no exercício
anterior
NC-ME (Norma Contabilística
- Total de balanço: € 350.000
para as Microentidades)
- Volume de negócios líquido: € 700.000
- Nº trabalhadores: 10
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Como já referimos, o SNC sofreu alterações recentes introduzidas pelo Decreto-Lei n.º
98/2015, de 2 de junho, que transpôs para o ordenamento jurídico interno a Diretiva n.º
2013/34/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho, relativa às
demonstrações financeiras anuais, às demonstrações financeiras consolidadas e aos
relatórios conexos de certas formas de empresas, que altera a Diretiva n.º 2006/43/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho, e revoga as Diretivas n.os 78/660/CEE e 83/349/CEE
do Conselho, procedendo à alteração do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, que
aprovou o Sistema de Normalização Contabilística que entrou em vigor em 2010, alterado
pela Lei n.º 20/2010, de 23 de agosto, pelo Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março, e
pelas Leis n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro, e 83-C/2013, de 31 de dezembro, e do Código
das Sociedades Comerciais (CSC), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 262/1986, 02 de
setembro.
Com a publicação do Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, que entrou em vigor nos
períodos que se iniciaram em ou após 1 de janeiro de 2016, foram definidos novos limites
para as categorias de entidades, conforme quadro a seguir apresentado:
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Demonstrações Financeiras
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Pagamentos e
Um balanço;
Recebimentos
Uma demonstração dos
resultados por naturezas ou Património fixo
por funções;
Demonstração dos fluxos Direitos e compromissos
de caixa futuros
Anexo
Denonstração das
alterações nos fundos
patrimoniais (por opção ou
exigência de entidades
públicas financiadoras)
Nota: As entidades públicas financiadoras do setor não lucrativo podem exigir outros mapas,
designadamente para efeitos de controlo orçamental.
1.3 O SNC
- Pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, que transpõe para o ordenamento jurídico
interno a Diretiva n.º 2013/34/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho de
2013, relativa às demonstrações financeiras anuais, às demonstrações financeiras
consolidadas e aos relatórios conexos de certas formas de empresas, que altera a Diretiva
n.º 2006/43/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, e revoga as Diretivas n.º
78/660/CEE e 83/349/CEE do Conselho.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Este manual tem como objetivo versar sobre as principais implicações a nível da
contabilidade relacionada com explorações agrícolas.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- A NCRF 17;
– Reconhecimento e Mensuração dos ativos biológicos;
- Reconhecimento e mensuração de produtos colhidos;
- Reconhecimento e mensuração de equipamentos biológicos;
- Subsídios relacionados com a agricultura;
- Tratamento fiscal aplicável às explorações agrícolas em IRC;
- Tratamento fiscal aplicável às explorações agrícolas em IRS;
- Principais apontamentos em termos de IVA relacionados com atividades agrícolas;
- Enquadramento das atividades agrícolas em Segurança Social (Código Contributivo).
Ressalvamos para o estudo destas matérias a importância da estrutura conceptual, que não
sendo uma norma nem tratando de matérias específicas, é transversal a todas as normas e
estabelece as ”regras do jogo” para aplicação dessas mesmas normas.
Assim sendo, é essencial que o responsável por verter na prática as normas, aquele que
materialmente terá que transformar em débito e crédito os princípios subjacentes às normas,
conheça os princípios vertidos na Estrutura Conceptual para perceber quais as opções a
tomar e o balizamento de determinados juízos de valor que se encontram implícitos à
aplicação do Justo valor e outras medidas de mensuração, para possibilitar a elaboração
correta das demonstrações Financeiras.
A Estrutura Conceptual, nos seus parágrafos 97 a 99, define o que se entende por
mensuração dos elementos das demonstrações financeiras e as diferentes bases de
mensuração que podem ser utilizadas.
Esclarece, ainda, que existem várias bases de mensuração que se utilizam em variadas
combinações nas demonstrações financeiras, tais como:
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
➢ O Valor Realizável (de liquidação) - os ativos são registados pela quantia de caixa,
ou equivalentes de caixa, que possa ser correntemente obtida ao vender o ativo
numa alienação ordenada. Os passivos são escriturados pelos seus valores de
liquidação; isto é, as quantias não descontadas de caixa ou equivalentes de caixa
que se espera que sejam pagas para satisfazer os passivos no decurso normal dos
negócios.
➢ O Valor Presente - os ativos são escriturados pelo valor presente descontado dos
futuros influxos líquidos de caixa que se espera que o item gere no decurso normal
dos negócios. Os passivos são escriturados pelo valor presente descontado dos
futuros exfluxos líquidos de caixa que se espera que sejam necessários para liquidar
os passivos no decurso normal dos negócios.
➢ O Justo valor - quantia pela qual um ativo poderia ser trocado ou um passivo
liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transação em que
não exista relacionamento entre elas.
No entanto, conforme já foi referido no ponto 1.1 do manual, o custo histórico continua a ser
a medida mais fiável para o registo das operações, sendo a base de mensuração
geralmente adotada pelas entidades ao preparar as suas demonstrações financeiras. Isto é,
por vezes, este combina-se com outras bases de mensuração para se alcançar o objetivo
das demonstrações financeiras, de refletirem a realidade financeira das entidades. Para
exemplificar tal situação a estrutura conceptual refere como exemplo que “os inventários são
geralmente escriturados pelo mais baixo do custo ou do valor realizável líquido, os títulos
negociáveis podem ser escriturados pelo seu valor de mercado e os passivos por pensões
de reforma são escriturados pelo seu valor presente”
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
2 Caracterização da atividade
Os agricultores portugueses têm vindo a sofrer uma grande transformação nos últimos 30
anos. Hoje há menos agricultores, mas a sua capacidade produtiva é muito maior. Aqueles
que vivem exclusivamente da agricultura e ganham dinheiro utilizam tecnologias de ponta. È
tão exigente hoje ter uma exploração agrícola a produzir e a ganhar dinheiro como ter uma
fábrica com tecnologia muito apurada. As pessoas hoje usam sensores para determinar a
humildade do solo, têm controlo remoto sobre as regas, analisam os iões da raiz. Para
aqueles que andam à frente e que são os melhores produtores, a exigência de tecnologia é
grande.
Atualmente um agricultor que quer aumentar a sua produção e expandir a sua atividade tem
que fazer contas, saber os resultados das suas atividades, das várias operações culturais.
Em todas as atividades agrícolas as margens são cada vez mais apertadas, o custo dos
fatores de produção é elevadíssimo. É necessário decidir os custos que se podem cortar
para melhorar as margens de produção de forma a alavancar a atividade.
O aumento gradual da idade média dos agricultores é um fator que deve preocupar a
sociedade em geral, nomeadamente tendo em conta que todas as organizações
internacionais acentuam o facto de ser necessário multiplicar a produção agrícola mundial
nas próximas décadas e que Portugal está longe de poder adquirir no exterior tudo o que
precisa para alimentar a sua população. Além disso, a este envelhecimento dos agricultores
não são alheios os fatores que têm provocado a chamada «desertificação» do interior do
país e o abandono das regiões rurais acentuado as assimetrias regionais.
Mas como já referido os agricultores evoluíram. Desde a integração Europeia, ao longo dos
últimos 25 anos, a agricultura portuguesa modernizou-se produzindo muito mais com menos
produtores. À 25 anos os agricultores representavam 25% da população ativa e atualmente
representam 6% da população ativa. Por exemplo, no setor do leite, em 1988 existiam 96 mil
produtores e produzia-se 1.300 mil toneladas. Em 2010 existiam 8 mil produtores e
produzia-se 1.800 mil toneladas tendo-se registado um acréscimo de 38% na produção e
uma redução de 92% do número de produtores.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Em relação ao tomate indústria, em 1986 produzia-se 540 mil toneladas e em 2010 1.400
mil toneladas, mais 159%.
Também com menos produtores, o setor do azeite duplicou a sua produção e setores como
o vinho, as frutas e hortícolas e a fileira florestal registam elevados índices de exportação
contribuindo para a recuperação económica do país,
Até 2050, a população mundial vai subir de 6 mil para 9 mil milhões e isso vai obrigar a um
aumento da capacidade de produzir na agricultura de 70%.
Por outro lado, atualmente em Portugal perante uma crise financeira e uma crise estrutural
da economia, a agricultura portuguesa pode aumentar a produção de bens transacionáveis,
substituindo importações, aumentando exportações e contribuindo para equilibrar a balança
comercial do país.
Assim a agricultura portuguesa cada vez mais especializada e com maior competitividade
vai necessitar de mais informação financeira e económica especializada e ajustada às
características do setor.
De acordo com Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas 2016 do INE - Instituto
Nacional de Estatística, as explorações agrícolas ocupam uma superfície de 4,6 milhões de
hectares, o que corresponde a cerca de metade do território nacional. A Superfície Agricola
Utilizada (SAU) representa 78,1% da superfície total e os matos e povoamentos florestais
sem culturas sobcoberto 18%. A Superfície Agrícola Não Utilizada (SNAU)1 das explorações
ocupa 2,1% da superfície das explorações.
Em relação aos dados do Recenseamento Agrícola 2009, é notória uma evolução positiva
da agricultura portuguesa, assente no aumento da dimensão das explorações agrícolas e na
melhoria dos indicadores laborais. A Superfície Agrícola Não Utilizada (SNAU) diminuiu em
relação a 2009, cerca de 20%, apresentando o valor mais baixo (pouco mais de 100 mil
hectares) desde que há registos estatísticos, o que demonstra o dinamismo do sector.
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Superfície Agrícola Não Utilizada (SANU): área com potencial agrícola mas que não está a ser utilizada.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os resultados do Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas 2016 (IEEA 2016) do INE
– Instituto Nacional de Estatistica, contabilizaram 259 mil explorações, menos 5,4 mil
explorações que em 2013 e menos 46,3 mil do que em 2009, o que corresponde a um
decréscimo de 15,2%. O decréscimo do número de explorações agrícolas, embora
generalizado, assume maior expressão nas regiões (NUTS II) de Lisboa (-28,2%) e Centro (-
17,2%).
De realçar, que o abandono da atividade agrícola por um número considerável de
produtores não se refletiu na Superfície Agrícola Utilizada (SAU), que não registou
alterações significativas desde 2009, mantendo-se nos 3,6 milhões de hectares, cerca de
39,5% da superfície territorial. A estrutura fundiária das explorações agrícolas continuou a
evoluir de forma positiva, com um aumento da dimensão média (SAU por exploração) de 12
hectares em 2009 para 14,1 hectares em 2016.
Recordamos que nos anos de 1999 a 2009 desapareceram 111 mil explorações, tendo-se
registado uma quebra de 27%. De 1989 a 2009, o número de explorações agrícolas sofreu
uma redução de 49%. O decréscimo do número de explorações agrícolas verificou-se
sobretudo ao nível das pequenas explorações com menos de 1 hectare de SAU que atingiu
41%, baixando para os 24% nas unidades produtivas entre 1 a 5 hectares de SAU. O
número de explorações com mais de 100 hectares de SAU (Superfície Agrícola Utilizada)
registou um aumento na ordem dos 6%, o que configura uma situação de maior dimensão
económica da atividade agrícola.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
SAU
média
Explorações SAU por Variação 2009-2016 Variação 2009-2013 Variação 2013-2016
explo-
NUTS II
ração
n.º n.º ha/Expl n.º ha/Expl
SAU ha/Expl. SAU SAU
(n.º) (%) (ha) (%) (ha/expl.)Expl. Expl. . Expl. .
(%) (%) (%) (%)
(%) (%) (%) (%) (%)
Portugal 258 983 100,0 3 641 691 100,0 14,1 -15,2 -0,7 17,0 -13,4 -0,7 14,6 -2,1 0,0 2,1
Continente 235 774 91,0 3 513 006 96,5 14,9 -15,2 -0,8 17,0 -13,5 -1 14,8 -2,0 -0,1 1,9
Norte 95 879 37,0 653 134 17,9 6,8 -13,5 1,4 17,2 -10,8 0,4 12,6 -3,0 1,0 4,1
Centro 87 044 33,6 585 904 16,1 6,7 -17,2 2,8 24,1 -17,9 -2,1 19,2 0,9 5,0 4,1
AM Li s boa 5 458 2,1 77 636 2,1 14,2 -28,2 -11,4 23,5 -19,4 -15,1 5,3 -10,9 4,4 17,2
Al entejo 35 666 13,8 2 100 762 57,7 58,9 -15,5 -2,4 15,5 -10,6 -0,3 11,5 -5,5 -2,1 3,5
Al ga rve 11 728 4,5 95 570 2,6 8,1 -5,3 8,2 14,3 -6,7 4,5 11,9 1,5 3,6 2,1
Açores 11 580 4,5 123 793 3,4 10,7 -14,5 2,8 20,2 -12,7 -1,5 12,8 -2,1 4,4 6,6
Madeira 11 628 4,5 4 893 0,1 0,4 -14,6 -9,9 5,5 -11,3 -3,1 9,3 -3,7 -7,0 -3,5
Em Portugal, a grande maioria das explorações agrícolas são de reduzida dimensão. Estas
explorações caracterizam-se por apresentar condições estruturais muito desfavoráveis e
estarem associadas com um tecido empresarial muito envelhecido, com baixo nível de
qualificação profissional e com uma muito reduzida capacidade de gestão empresarial. Os
resultados económicos caracterizam-se por um nível reduzido de competitividade e de
rendimentos obtidos dentro das respetivas explorações, dependendo o nível de vida dos
respetivos produtores e membros do agregado familiar, principalmente, de atividades
exercidas e rendimentos obtidos fora das respetivas explorações agrícolas.
A grande maioria da superfície agrícola utilizada é ocupada por um número muito reduzido
de explorações de grande dimensão económica. Estas explorações caracterizam-se por
apresentar condições estruturais significativamente mais favoráveis e estão associadas a
um tecido empresarial, maioritariamente menos envelhecido e com um melhor nível de
qualificação profissional e capacidade de gestão empresarial. Os níveis de competitividade e
de rendimento deste tipo de explorações apresentam valores superiores à média do
Continente e assumem uma importância decisiva do ponto de vista do nível de vida dos
respetivos produtores e membros do agregado familiar.
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Superfície agrícola utilizada (SAU): constituída pelas terras aráveis (limpas e sobcoberto de matas e florestas), culturas
permanentes, pastagens permanentes e horta familiar.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A dimensão média das explorações agrícolas (SAU por exploração) aumentou 14,6%,
passando dos 12 hectares em 2009 para os 14,1 hectares em 2016.
A dimensão média das explorações evidencia uma grande heterogeneidade regional,
apresentando as explorações no Alentejo uma dimensão média de 58,9 hectares de SAU,
cerca de quatro vezes superior à média nacional. Em contrapartida, no Norte e Centro as
explorações têm em média apenas 6,7 hectares de SAU.
Total 258 983 100,0 3 641 691 100,0 -15,2 -0,7 -13,4 -0,7 -2,1 0,0
< 1 ha 49 301 19,0 26 528 0,7 -25,3 -24,3 -20,7 -21,4 -5,8 -3,7
1 a < 5 ha 135 827 52,4 304 459 8,4 -17,6 -15,9 -15,8 -13,9 -2,1 -2,3
5 a < 20 ha 49 942 19,3 478 763 13,1 -4,2 -2,8 -4,8 -3,6 0,6 0,9
20 a < 50 ha 12 999 5,0 395 056 10,8 10,8 10,4 9,9 11,1 0,7 -0,7
50 a < 100 ha 4 697 1,8 326 304 9,0 7,9 7,7 6,9 6,5 0,8 1,1
100 a < 500 ha 5 159 2,0 1 121 887 30,8 3,6 2,2 -1,2 -3,9 4,8 6,3
500 a < 1 000 ha 798 0,3 538 972 14,8 -6,9 -7,1 -1,4 -0,8 -5,6 -6,3
≥ 1 000 ha 261 0,1 449 723 12,3 -1,8 2,1 3,4 8,4 -5,1 -5,8
Desde 2009 que o abandono da atividade agrícola ocorreu quase exclusivamente nas
pequenas explorações. Do balanço das 40,8 mil explorações agrícolas que cessaram a
atividade no período de 2009 a 2013, apenas 140 exploravam mais de 20 hectares, sendo
quer mais de 1/5 das explorações com menos de 1 hectare abandonaram a atividade (-13,7
mil explorações).
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Classes de Produtor Outras Produtor Socie- Outras Produtor Socie- Outras Produtor Socie- Outras
Sociedade
SAU singular formas singular dade formas singular dade formas singular dade formas
Total 246 149 95,0 11 397 4,4 1 437 0,6 -17,2 68,2 29,6 -14,8 47,1 -13,6 -2,9 14,3 49,9
S/ SAU 693 55,6 553 44,4 0 0,0 -34,3 65,1 -100,0 -50,2 -5,0 -100,0 32,0 73,7 -
0 < 1 ha 47 250 98,3 577 1,2 226 0,5 -26,5 126,5 128,6 -21,0 155,5 -21,0 -6,9 -11,3 189,3
1 a < 5 ha 133 122 98,0 2 253 1,7 452 0,3 -18,7 191,1 56,3 -16,6 131,6 24,7 -2,6 25,7 25,4
5 a < 20 ha 46 956 94,0 2 711 5,4 274 0,5 -7,1 89,1 43,7 -6,6 60,5 -16,1 -0,5 17,8 71,3
20 a < 50 ha 11 086 85,3 1 757 13,5 156 1,2 5,8 55,3 23,5 5,6 52,1 -10,3 0,2 2,1 37,7
50 a < 100 ha 3 541 75,4 1 067 22,7 90 1,9 3,4 27,6 -5,5 6,3 16,1 -51,5 -2,7 9,9 94,7
≥ 100 ha 3 501 56,3 2 479 39,9 239 3,8 -7,7 23,3 -20,6 -4,3 10,0 -33,3 -3,6 12,0 19,1
21
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Portugal 258 983 5 144 213 100,0 19,9 188 652 72,8 488 733 9,5
Continente 235 774 4 584 374 89,1 19,4 174 306 73,9 445 257 9,7
Norte 95 879 1 122 815 21,8 11,7 71 846 74,9 204 236 18,2
Centro 87 044 1 217 146 23,7 14,0 69 477 79,8 156 857 12,9
AM Li s boa 5 458 288 640 5,6 52,9 3 420 62,7 10 602 3,7
Al entejo 35 666 1 719 736 33,4 48,2 22 467 63,0 51 362 3,0
Al ga rve 11 728 236 037 4,6 20,1 7 098 60,5 22 200 9,4
Açores 11 580 474 606 9,2 41,0 5 590 48,3 13 964 2,9
Madeira 11 628 85 233 1,7 7,3 8 755 75,3 29 513 34,6
Portugal 40 291 15,6 560 489 10,9 20 598 8,0 1 011 332 19,7 9 441 3,6 3 083 659 59,9
Continente 35 577 15,1 496 952 10,8 17 894 7,6 865 874 18,9 7 997 3,4 2 776 291 60,6
Norte 16 267 17,0 222 072 19,8 5 972 6,2 271 075 24,1 1 795 1,9 425 433 37,9
Centro 9 846 11,3 138 457 11,4 5 557 6,4 271 891 22,3 2 165 2,5 649 941 53,4
AM Li s boa 960 17,6 14 374 5,0 610 11,2 30 275 10,5 468 8,6 233 389 80,9
Al entejo 5 431 15,2 78 852 4,6 4 549 12,8 236 682 13,8 3 219 9,0 1 352 840 78,7
Al ga rve 3 074 26,2 43 198 18,3 1 205 10,3 55 951 23,7 351 3,0 114 688 48,6
Açores 2 160 18,7 31 685 6,7 2 432 21,0 134 224 28,3 1 398 12,1 294 733 62,1
Madeira 2 554 22,0 31 852 37,4 273 2,3 11 235 13,2 46 0,4 12 634 14,8
O Valor da Produção Padrão Total4 (VPPT) nacional de 2016 ultrapassou os 5,1 milhões de
euros (mais 14,1% do que em 2013), contribuindo o Alentejo com mais de 1/3 deste valor.
Em média, cada exploração agrícola gera 19,9 mil euros de VPPT, mais de 2,8 mil euros do
que em 2013, correspondendo a um aumento de 16,5% na Dimensão Económica5 (DE)
média das explorações.
3
De acordo com os dados do Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas 2016, do INE.
4
Valor de Produção Padrão Total (VPPT) da exploração: corresponde à soma dos diferentes VPT obtidos para cada
atividade, multiplicando os VPT pelo número de unidades (de área ou de efetivo) existentes dessa atividade na exploração.
Valor da Produção Padrão (VPT): é o valor monetário médio da produção agrícola numa dada região, obtido a partir dos preços
de venda à porta da exploração. É expresso em euros por hectare ou cabeça de gado, conforme o sistema de produção, e
corresponde à valorização mais frequente que as diferentes produções agrícolas têm em determinada região. O período de
referência dos dados de base dos VPT cobriu o quinquénio 2008 a 2013.
5
Dimensão Económica (DE): é definida com base no VPPT da exploração, sendo expressa em euros.
22
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Empresas em Portugal
Em 2018, existiam em Portugal 1 295 299 empresas, das quais 67,4% eram empresas
individuais e 32,6% sociedades. Face a 2017, verificou-se um aumento de 1,8% das
empresas individuais e 4,7% das sociedades (3,9% e 3,7% em 2017, respetivamente).
Em 2018, as empresas não financeiras concentraram 93,5% do volume de negócios e
89,9% do VAB do setor empresarial português (+2,5 p.p. e +1,1 p.p. que em 2014,
respetivamente).
6 O SCIE resulta de um processo de integração da informação estatística sobre empresas, baseado em dados administrativos,
com particular destaque para a Informação Empresarial Simplificada (IES). Esta informação é complementada, por um lado,
com dados para as empresas individuais provenientes do Ministério das Finanças e, por outro, com informação do Ficheiro de
Unidades Estatísticas do INE.
23
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
24
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANO DE 1957
PERÍODO 1957-1992
Para dar forma à PAC foram instituídas as organizações comuns de mercado (OCM´S) para
cada um dos principais sectores agrícolas que assentam(vam) em três princípios
fundamentais:
Unicidade de mercado, que consiste na livre circulação de bens entre Estados Membros, o
que implica o estabelecimento de um mercado comum agrícola, com preços, regras de
concorrência e proteção nas fronteiras comuns a toda a comunidade. Foi aliás o
estabelecimento de preços comuns que determinou a criação de unidade monetária única,
UCA de 1962 a 1979, ECU até final de 2000 e depois EURO.
Os preços eram fixados numa moeda comum e posteriormente convertidos em moeda
nacional, do que resultou um relacionamento direto entre a evolução das políticas agrícolas
e cambial (política agrimonetária) que só deixou de existir com a introdução do EURO;
Solidariedade financeira, que reflete o princípio de que numa política comum os custos
devem ser suportados em comum o que obrigou à criação do FEOGA (hoje FEAGA E
FEADER) que, ainda hoje, financia as despesas relativas à política agrícola.
25
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANO DE 1962
Cinco anos após a assinatura do Tratado de Roma, através do Reg.(CEE) nº19/62 foi,
então, instituída a primeira organização comum de mercado, a dos cereais, tendo-se
posteriormente criado todas as outras, que, de uma forma ou de outra, se inspiraram na
OCM dos cereais.
Ao longo destes primeiros cinco anos, a grande questão que surgiu foi a definição do
modelo que melhor garantiria os objetivos de incentivo à produção e de rendimento. De
facto estavam dois modelos em causa:
O modelo franco alemão - modelo que pressupunha uma garantia dos rendimentos através
da fixação dos preços, por via política, cabendo ao consumidor transferir parte dos seus
rendimentos para os agricultores sob a forma de preços mais elevados do que aqueles que
resultariam do funcionamento do mercado. E se o sistema criasse excedentes, como veio a
acontecer, e de forma crónica, o sistema garantia uma segunda forma de suportar os custos
através do orçamento, ou seja, dos contribuintes (que são também consumidores);
O sistema adotado foi um sistema inspirado no modelo franco alemão embora a PAC tenha
ficado marcada por um certo hibridismo uma vez que algumas OCM ´S são inspiradas no
modelo americano, como foi o caso das oleaginosas dos ovinos, etc.
Para pôr em prática a PAC cada OCM utiliza os seguintes mecanismos de base:
26
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Procedeu-se então, após 1962, a uma harmonização de preços, que foram alinhados pelo
Estado membro com os preços mais elevados que era a Alemanha. Daqui resultou que em
França só no primeiro ano de funcionamento da PAC, os preços subiram 40% em termos
reais.
RESULTADOS:
• Os preços recebidos pelos produtores mantiveram-se a um nível substancialmente
elevado;
• Os níveis de produtividade registaram aumentos significativos;
• A evolução tecnológica foi enorme;
• Os níveis de produção aumentaram e não foram acompanhados por idênticos
aumentos do consumo, o que deu origem à criação de excedentes que, tendo
assumido um carácter verdadeiramente estrutural, geraram custos muito elevados
com os stocks, não só pelos encargos com o armazenamento, mas também pelo
custo com o seu escoamento num mercado mundial cada vez mais competitivo.
27
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
PERÍODO1993-1999
A REFORMA DE 1992
MECANISMOS
▪ Diminuição significativa dos preços comunitários para níveis mais próximos dos
preços verificados no mercado mundial;
▪ Introdução de pagamentos compensatórios por hectare e por animal;
▪ Introdução de um regime de quotas de produção de base nacional ou individual,
consoante os sectores, que estabelece limites máximos relativamente aos quais
podem ser concedidos estes pagamentos sem penalização;
▪ Introdução de medidas limitativas de utilização dos meios de produção (pousio
obrigatório e encabeçamentos);
▪ Introdução, no âmbito da política socio-estrutural, de três tipos diferentes de medidas
de acompanhamento financiadas em cerca de 75% pela União Europeia.
28
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
PERÍODO 2000-2006
MOTIVOS:
• Ainda um maior reequilíbrio dos apoios da PAC;
• Aumento previsível do poder de compra de certos países, que conduziria a um
aumento do consumo e com as restrições da OMC às restituições à exportação, só
descendo os preços internos se poderia assegurar uma quota no mercado
internacional;
• Alargamento da U E;
• OMC;
• Não existência de excedentes.
MECANISMOS:
• Reforço dos mecanismos aplicados em 1992: nova descida dos preços institucionais
compensados parcialmente através do aumento das ajudas compensatórias e
alargamento destes mecanismos a outros sectores (ex. o leite);
• Nítida demarcação entre políticas de mercado (OCM`s) (1ºpilar, financiado a 100%
pelo FEOGA) e políticas de desenvolvimento rural (2º pilar, financiado parcialmente
pelo FEOGA);
• Desenvolvimento Rural assente na existência de duas políticas diferentes: uma
política estrutural (investimentos nas explorações agrícolas, instalação de jovens
agricultores, formação, etc), a ser financiada pelo FEOGA-Orientação nas zonas de
objetivo n.º 1, cujo enquadramento é o PDR/QCAIII regendo-se a sua programação
pelo Regulamento geral dos fundos estruturais; e uma política financiada de maneira
horizontal no quadro da linha diretriz agrícola, isto é, através do FEOGA-Garantia
(Reforma Antecipada, Zonas Desfavorecidas e Zonas Sujeitas a Constrangimentos
Ambientais, Medidas Agro-Ambientais e Florestação de Terras Agrícolas).
29
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
RESULTADOS
Interrupção a meio termo e adoção de uma nova reforma em 2003 com aplicação, em
Portugal a 1 de Janeiro de 2005.
A REFORMA DE 2003
De facto, no âmbito da Agenda 2000, estavam previstos ajustamentos a meio termo quer
nos regulamentos sectoriais, quer nos resultados do Conselho que aprovou a Agenda 2000.
No entanto, a Comissão argumentando com:
CONDICIONALIDADE
A Condicionalidade, é um elemento da PAC da maior importância na medida em que
pretende garantir por um lado que o agricultor pratica uma agricultura que respeita o
30
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
MODULAÇÃO OBRIGATÓRIA
De aplicação obrigatória desde 1 de Janeiro de 2005, corresponde à redução das ajudas
diretas concedidas a cada agricultor
7
Actividade agrícola: a produção, criação, ou cultivo de produtos agrícolas, incluindo a colheita,
ordenha, criação de animais para fins de produção, ou a manutenção das terras em BCAA – Boas
Condições Agrícolas e Ambientais.
31
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
2009 – 5%
2010 – 5%
2011 – 5%
2012 – 5%
Dos montantes libertados com a aplicação da modulação, 80% ficam no Estado membro
que o gerou, sendo os restantes 20% redistribuídos por todos os Estados membros de
acordo com três critérios:
superfície agrícola;
emprego agrícola; e
PIB per capita em paridade de poder de compra.
De referir que, de acordo com os cálculos já efetuados para o ano civil de 2005, a
modulação líquida (modulação de 3% - montante adicional da franquia) foi de,
aproximadamente, 7 M€ e o “recebido” para aplicar nas medidas de apoio ao
Desenvolvimento Rural, no ano de 2006, foi de, aproximadamente, 23 M€, montante este
que Portugal não utilizou.
Para se atingir um melhor equilíbrio entre os instrumentos da PAC, que são o 1.º e 2.º
Pilares, no sentido de contrariar (daí o carácter obrigatório) o forte peso, em termos
financeiros, do 1.º pilar face ao 2.º pilar. Este desequilíbrio verifica-se na maior parte dos
EM, contrariamente a Portugal, que é o EM com maior equilíbrio entre os dois pilares na
UE15.
• Como tornar o RPU (Regime de Pagamento Único) mais eficaz, mais eficiente e
mais simples?
32
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Modulação
Taxas a aplicar: Qualquer montante de pagamento direto referido anteriormente que exceda
os 5.000 euros é reduzido, em cada ano, nas seguintes percentagens:
>5.000 e <=300.000 euros > 300.000 euros
Anos Nova
Taxa atual Total Nova taxa Taxa atual Total
taxa
2009 2% 5% 7% 6% 5% 11%
2010 3% 5% 8% 7% 5% 12%
2011 4% 5% 9% 8% 5% 13%
33
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A Comissão salienta que no seu conjunto, a actual série de medidas de política constitui a
principal contribuição da PAC, ou seja, uma agricultura da UE equilibrada ao nível territorial
e ambiental num ambiente económico aberto. Para que o sector agrícola possa oferecer
mais benefícios públicos no futuro, é necessária uma forte política pública, uma vez que os
bens fornecidos não podem ser adequadamente remunerados e regulados através do
funcionamento normal dos mercados.
8 Comunicação da Comissão de 18 de Novembro de 2010, intitulada «A PAC no horizonte 2020: Responder aos desafios do
futuro em matéria de alimentação, recursos naturais e territoriais» [COM(2010) 672 – Não publicada no Jornal Oficial].
34
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
35
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1. Pagamentos Diretos
i. Assegurado um maior equilíbrio na convergência interna dos apoios aos
agricultores, sem as fortes perturbações inicialmente estimadas para certos
setores produtivos.
ii. Introduzido um pagamento para as práticas agrícolas “amigas” do ambiente
(greening) com adaptação à realidade agrícola nacional.
iii. Aumento dos montantes de pagamentos ligados à produção.
2. Mecanismos de Mercado
i. Mantido o regime de direitos de plantação da vinha.
ii. Assumido o compromisso por parte da Comissão Europeia para analisar as
opções de regulação de mercado após o fim da quota leiteira.
iii. Reforçado o papel das Organizações de Produtores.
3. Desenvolvimento Rural
i. Possibilidade de apoio à criação de novas infraestruturas de regadio.
ii. Aumento da taxa de apoio para investimentos para a melhoria do
desempenho económico das florestas.
iii. Incentivos claros ao aumento de escala e fusões de Organizações de
Produtores com majoração de apoio de 20%.
iv. Criação de um sistema de gestão de risco, com um aumento da taxa de apoio
para 75% para os seguros de colheita.
Com o referido acordo político dos 27 Estados Membros, a Presidência do Conselho fica
mandatada para negociar com o Parlamento Europeu um acordo final sobre a Politica
Agrícola Comum.
36
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
37
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
3. Desenvolvimento Rural
• Apoio ao regadio, fundamental para Portugal, e que tinha sido excluído na proposta
inicial da Comissão;
• Aumento do apoio ao investimento no sector florestal;
• Incentivos claros aos investimentos das Organizações de Produtores no caso de
aumento de escala e fusões;
• Criação de um sistema de seguros de colheita no desenvolvimento rural, com
financiamento comunitário;
• Taxa co-financiamento de 85% até 2016 e envelope adicional de 500 M€ sem
necessidade de co-financiamento nacional.
Regulamentos Base
38
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Atos delegados
Reg. Delegado (UE) n.º 907/2014 / Comissão - Completa o Reg. (UE) n.º 1306/2013 do PE
e do Conselho no que se refere aos organismos pagadores e outros organismos, à gestão
financeira, ao apuramento das contas, às garantias e à utilização do euro.
Reg. Delegado (UE) n.º 906/2014 / Comissão - Complementa o Reg. (UE) n.º 1306/2013 do
PE e do Conselho no que diz respeito às despesas de intervenção pública.
Reg. Delegado (UE) n.º 807/2014 / Comissão - Completa o Reg. (UE) n.º 1305/2013 do PE
e do Conselho, relativo ao apoio ao desenvolvimento rural pelo Fundo Europeu Agrícola de
Desenvolvimento Rural (FEADER), e que estabelece disposições transitórias.
Reg. Delegado (UE) n.º 640/2014 / Comissão - Completa o Reg. (UE) n.º 1306/2013 do PE
e do Conselho no que diz respeito ao sistema integrado de gestão e de controlo e às
condições de recusa ou retirada de pagamentos, bem como às sanções administrativas
aplicáveis aos pagamentos diretos, ao apoio ao desenvolvimento rural e à condicionalidade.
Reg. Delegado (UE) n.º 639/2014 / Comissão - Completa o Reg. (UE) n.º 1307/2013 do PE
e do Conselho que estabelece regras para os pagamentos diretos aos agricultores ao abrigo
de regimes de apoio no âmbito da política agrícola comum e que altera o anexo X do
mesmo regulamento.
39
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Reg. Delegado n.º 502/ 2014 / Comissão Completa o Reg. (CE) n.º 73/2009 do Conselho e
o Reg. (UE) n.º 1307/2013 do PE e do Conselho no que respeita à base de cálculo das
reduções a aplicar pelos Estados-Membros aos agricultores, decorrentes da redução linear
dos pagamentos em 2014 e da disciplina financeira para 2014.
Reg. Delegado (UE) n.º 994/2014 / Comissão Altera os anexos VIII e VIII-C do Reg. (CE)
n.º 73/2009 do Conselho, o anexo I do Reg. (UE) n.º 1305/2013 do PE e do Conselho e os
anexos II, III e VI do Reg. (UE) n.º 1307/2013 do PE e do Conselho.
Regulamentos de execução
Reg. de Execução (UE) n.º 834 / 2014 / Comissão - Estabelece regras para a aplicação do
quadro comum de acompanhamento e avaliação da política agrícola comum.
Reg. de Execução (UE) n.º 809 / 2014 / Comissão - Estabelece as normas de execução do
Reg. (UE) n.º 1306/2013 do PE e do Conselho no que diz respeito ao sistema integrado de
gestão e de controlo, às medidas de desenvolvimento rural e à condicionalidade.
Reg. de Execução (UE) n.º 641/2014 / Comissão - Fixa as normas de execução do Reg.
(UE) n.º 1307/2013 do PE e do Conselho, que estabelece regras para os pagamentos
diretos aos agricultores ao abrigo de regimes de apoio no âmbito da política agrícola
comum.
40
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A reforma da PAC de 2013 vem introduzir no quadro dos pagamentos diretos aos
agricultores, um conjunto de novos regimes que visam dar resposta aos desafios
económicos, ambientais e territoriais com que a agricultura europeia se defronta.
41
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O Acordo de Parceria que Portugal assinou com a Comissão Europeia14, designado Portugal
2020, que reúne a atuação dos 5 Fundos Europeus Estruturais e de Investimento – Fundo
Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), Fundo de Coesão (FC), Fundo Social
Europeu (FSE), Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) e Fundo
Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP), adota, para o período de
programação de 2014 a 2020, os princípios da programação estabelecidos para a
14 Decisão de Execução da Comissão, de 30/07/2014, que aprova determinados elementos do Acordo de Parceria com
Portugal CCI2014PT16M8PA001, para o período compreendido entre 1 de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2020,
apresentados na versão final por Portugal, em 28 de julho de 2014.
42
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Regiões menos desenvolvidas (PIB per capita < 75% média UE): Norte, Centro,
Alentejo e Região Autónoma dos Açores
• Regiões mais desenvolvidas (PIB per capita > 90%): Lisboa e Madeira
43
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Quatro PO temáticos:
✓ Competitividade e Internacionalização;
✓ Inclusão Social e Emprego;
✓ Capital Humano;
✓ Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.
• Cinco PO regionais no continente, correspondentes ao território de cada
Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS16) II:
✓ Norte;
✓ Centro;
✓ Lisboa;
✓ Alentejo;
✓ Algarve.
• Dois PO regionais, correspondentes às regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
• Um PO de assistência técnica.
• Um PO de âmbito nacional, designado Mar 2020.
15
Nos termos do Regulamento (UE) n.º 1303/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013.
16 “NUTS”, corresponde à unidade territorial de aplicação dos investimentos que designa a classificação europeia criada pelo
Regulamento (CE) n.º 1059/2003, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de maio de 2003, com vista a estabelecer uma
divisão coerente e estruturada do território económico europeu, criando uma base territorial comum para efeitos de análise
estatística de dados, sendo uma classificação hierárquica que subdivide cada Estado-Membro em unidades territoriais de nível
NUTS I, cada uma das quais é subdividida em unidades territoriais ao nível de NUTS II, sendo estas, por sua vez, subdivididas
em unidades territoriais ao nível de NUTS III. Decreto-Lei n.º 137/2014, de 12 de setembro.
44
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A contribuição pública nacional dos projetos financiados pelos fundos europeus estruturais e
de investimento (FEEI) é suportada através de dotações adequadas inscritas no Orçamento
do Estado. Essas dotações constam de mapa a incluir no relatório do Orçamento do Estado,
evidenciando os montantes e fontes de financiamento.
O Balcão Portugal 2020 constitui o ponto de acesso geral e comum dos promotores de
operações no âmbito dos FEEI, através de portal próprio e da ligação aos portais das
autoridades de gestão e do organismo pagador do FEADER e da autoridade de certificação
do FEAMP.
45
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A secção Orientação tem por objetivo financiar as medidas associadas à política sócio-
estrutural.
As despesas assumidas por estes dois fundos foram refletindo a evolução da PAC e, por
isso, de todas as suas reformas. Em 2005 foi decidido alterar a designação deste fundo com
o objetivo de melhor clarificar, sistematizar e classificar as diferentes medidas da PAC e
respetivo financiamento. Assim, para atender a essas diferenças foram criados dois novos
fundos:
46
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1.º 2.º
Pilar da PAC Pilar da PAC
PARTIR
DE
2007
Feoga – Orientação
ATÉ
FEOGA - Garantia
2007 Algumas medidas do
Feoga - Garantia
47
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
17
Regulamento Horizontal – Regulamento (EU) n.º 1306/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro
de 2013, relativo ao funcionamento, à gestão e ao acompanhamento da Política Agrícola Comum e que revoga os
Regulamentos (CEE) n.º 352/78, (CE) n.º165/94, (CE) n.º 2799/98, (CE) n.º814/2000, (CE) n.º1290/2005 e (CE) n.º 485/2008
do Conselho.
18 Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia.
19 Referido no artigo 23.º do Regulamento (UE) n.º 1308/2013.
20 Referida no artigo 115.º do Regulamento (UE) n.º 1308/2013.
48
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
No respetivo âmbito, os Fundos podem financiar de forma direta por iniciativa da Comissão
e/ou por sua conta, atividades de preparação, vigilância e apoio administrativo e técnico,
bem como ações de avaliação, auditoria e controlo necessárias para a execução da PAC.
De acordo com o artigo 67.º do Regulamento (UE) n.º 1306/2013 do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 17 de dezembro, cada Estado-Membro cria e mantém um sistema
integrado de gestão e de controlo designado por "sistema integrado".
49
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Identificação do Beneficiário
Qualquer cidadão que seja detentor de número de contribuinte português e que necessite de
aceder e/ou atualizar os dados no sistema de informação do IFAP pode requerer o IB.
21 O sistema integrado é aplicável aos regimes de apoio enumerados no Anexo I do Regulamento (UE) n.º 1307/2013 e ao
apoio concedido ao abrigo do artigo 21.º, n.º 1, alíneas a) e b), e dos artigos 28.º a 31.º, 34.º e 40.º do Regulamento (UE) n.º
1305/2013 e, se for caso disso, do artigo 35.º, n.º 1, alínea a) e b), do Regulamento (UE) n.º 1303/2013.
50
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Entidades Acreditadas
Parcelário agrícola
22
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
23
De acordo com o artigo 70.º do Reg. (UE) n.º 1306/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro, “o
sistema de identificação das parcelas agrícolas é estabelecido com base em mapas, documentos cadastrais ou outras
referências cartográficas. São utilizadas técnicas empregadas nos sistemas informatizados de informação geográfica, incluindo
de preferência orto-imagens aéreas ou espaciais, com um padrão homogéneo que garanta um rigor pelo menos equivalente ao
da cartografia à escala de 1:10 000, e a partir de 2016, à escala de 1:5 000, tendo em conta o formato e a condição da
parcela”.
51
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A criação do SIP tem como objetivo a atribuição de um único número a cada elemento da
exploração agrícola (parcela, prédio, grupo de parcelas e/ou prédios), de modo a permitir a
referenciação geográfica das explorações agrícolas de modo unificado e coerente e a
identificação dos elementos gráficos necessários ao cálculo das Ajudas Comunitárias e para
as ações de controlo.
Com base no SIP, existe hoje um Sistema de Informação Geográfica (SIG) que gere a
informação de base geográfica correspondente a mais de 400.000 produtores e perto de
3.000.000 de parcelas agrícolas.
Condicionalidade
A condicionalidade é um sistema que está integrado nas normas básicas da PAC e envolve
obrigações em matéria de ambiente, alterações climáticas, boas condições agrícolas e
ambientais das terras, saúde pública, saúde animal, fitossanidade e bem-estar dos animais.
52
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O não cumprimento das regras em causa aplicáveis a uma exploração, poderá ter como
consequência uma redução do valor das ajudas a pagar relativamente ao ano civil em que
as obrigações não foram integralmente cumpridas.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O IFAP, I.P.25, é o organismo pagador do FEADER, acreditado nos termos do artigo 7.º do
Regulamento (UE) n.º 1306/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de
24 Regulamento Horizontal – Regulamento (EU) n.º 1306/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro
de 2013, relativo ao funcionamento, à gestão e ao acompanhamento da Política Agrícola Comum e que revoga os
Regulamentos (CEE) n.º 352/78, (CE) n.º165/94, (CE) n.º 2799/98, (CE) n.º814/2000, (CE) n.º1290/2005 e (CE) n.º 485/2008
do Conselho.
54
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
dezembro de 2013, pelo membro do Governo responsável pela área das finanças, sob
proposta da Inspeção-Geral de Finanças (IGF).
Com exceção do pagamento das ajudas comunitárias, o organismo pagador (IFAP) pode
delegar, mediante celebração de protocolo, as competências no âmbito do FEADER,
designadamente no que respeita à receção, análise e restantes operações de controlo
administrativo dos pedidos de pagamento e à realização dos controlos in loco, nas DRAP26,
ou noutras entidades, sendo estas atividades financiadas pelo eixo assistência técnica do
PDR 202027.
PDR 2020
O PDR 2020 foi aprovado formalmente pela Comissão Europeia através da Decisão C
(2014) 9896 final, de 12 de dezembro de 2014.
55
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Em 2015 foi instituído o Regime de Pagamento Base (RPB) ao abrigo do qual são atribuídos
novos direitos, de acordo com o estipulado no Regulamento (UE) n.º 1307/2013.
56
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
anual dos montantes neles fixados, sem prejuízo da aplicação reduções previstas nos
artigos 7.º (limites máximos nacionais) 8.º (disciplina financeira) e 11.º (redução dos
pagamentos) do Regulamento (UE) n.º 1307/2013 e da aplicação das reduções e sanções
estabelecidas no Regulamento (UE) n.º 1306/2013.
A ativação dos direitos em áreas de baldio, só pode ser efetuada por agricultores, cujo
cálculo da atribuição inicial dos direitos ao pagamento foi realizada com base em áreas de
baldio. Para além destes, podem também utilizar áreas de baldio os herdeiros desses
agricultores, ou os agricultores que resultem de alterações de denominação ou estatuto
jurídico, fusão ou cisão desses agricultores.
As parcelas declaradas como hectares elegíveis ligados aos direitos ao pagamento, têm de
estar à disposição do agricultor a 31 de maio de cada ano e devem cumprir as condições de
elegibilidade ao longo de todo o ano civil.
Os direitos ao pagamento que não derem lugar a pagamentos durante 2 anos consecutivos
revertem para a reserva nacional de direitos, de acordo com o artigo 31.º do Regulamento
(UE) n.º 1307/2013.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Segundo o disposto no artigo 34.º-B da Portaria n.º 273/2017, o limite máximo financeiro
anual do pagamento redistributivo é fixado em 3,90211036% do limite máximo nacional do
anexo II do Regulamento (UE) n.º 1307/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17
de dezembro, para o ano de 2018 e 3,84580090% em 2019.
Os agricultores com direito ao pagamento do Regime de Pagamento Base (RPB) têm direito
ao pagamento greening, desde que observem em todos os hectares elegíveis as práticas
agrícolas benéficas para o clima e ambiente, estabelecidas no Reg.(EU) n.º 1307/2013 do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013.
Essa percentagem é calculada dividindo o montante disponível para o greening do ano pelo
montante total de direitos ativados nesse mesmo ano.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os direitos ao pagamento detidos pelos agricultores que participam no RPA não podem ser
transferidos, exceto em caso de herança ou herança antecipada.
Os diretos ao pagamento detidos por agricultores que participam no RPA não são
transferíveis, exceto em caso de herança ou de herança antecipada.
O prémio será concedido ao produtor que detenha na exploração durante, pelo menos, 4
meses consecutivos a contar do dia 1 de janeiro de cada ano, um número de vacas em
aleitamento, pelo menos, igual a 60% e um número de novilhas igual, no máximo, a
40% do número de animais elegíveis (com exceção das explorações com efetivos entre 2
e 4 animais elegíveis em que apenas um dos animais pode ser novilha).
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Entenda-se por:
• Vaca em aleitamento: Fêmea que tenha parido pelo menos uma vez nos
últimos 24 meses.
• Novilha: Fêmea com mais de 8 meses que ainda não tenha parido.
c. que tenham feito entregas de leite durante o período de retenção obrigatório do ano
da candidatura.
O prémio será concedido ao produtor que detenha na exploração durante, pelo menos, 4
meses consecutivos a contar do dia 1 de janeiro de cada ano, um número de vacas
leiteiras, pelo menos, igual a 80% e um número de novilhas igual, no máximo, a 20%
do número de animais elegíveis.
Entenda-se por:
• Vaca leiteira: Fêmea que tenha parido pelo menos uma vez nos últimos 16 meses
uma cria viável.
• Novilha: Fêmea com mais de 8 meses que ainda não tenha parido.
Este prémio é concedido sob a forma de um pagamento anual em função do efetivo das
ovelhas e/ou cabras elegíveis que sejam detidas na exploração durante o período de
retenção.
61
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Podem beneficiar deste apoio, os agricultores que detenham pelo menos dez animais
elegíveis na sua exploração, durante o período de retenção obrigatório.
O pagamento específico por superfície ao arroz tem como como objetivo assegurar um
aprovisionamento estável à indústria local de transformação, que permita manter um certo
nível de produção e evitar situações disruptivas no setor que conduzam ao abandono da
atividade.
A ajuda é concedida por hectare de superfície elegível de arroz devendo ser respeitados os
seguintes requisitos:
62
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
4. Sejam parte integrante de pelo menos um contrato como agricultores não associados
ou a organização de produtores reconhecida da qual são sócios e um primeiro
transformador aprovado;
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O Pedido Único (PU) consiste no pedido de pagamento direto das ajudas que integram os
regimes sujeitos ao sistema integrado de gestão e de controlo (SIGC), previsto na
regulamentação comunitária29.
29 Regulamento (UE) n.º 1307/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro; Regulamento Delegado (UE)
n.º 639/2014, da Comissão, de 11 de março; Regulamento (UE) n.º 1305/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17
de dezembro; Regulamento (UE) n.º 808/2014, da Comissão, de 17 de julho.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
v. manutenção de socalcos
v. Conservação do solo
i. Olival tradicional
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
x. Mosaico agroflorestal
xi. Silvoambientais
VI. A medida de apoio da subação n.º 2.3.2.2 «Apoio à instalação de sistemas florestais
e agro-florestais», do Subprograma 2 do Programa do Desenvolvimento Rural do
Continente do período 2007-2013 (PRODER);
66
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
VII. PDR 2020 - Operação 8.1.1. «Florestação de terras agrícolas e não agrícolas»;
67
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
RPB - Regime de Pagamento Base 92.473 54,0% 2.942.449 90.100 2.893.909 102,6% 101,7%
RPB
RPA - Regime da Pequena Agricultura 55.068 32,1% 126.468 59.157 139.062 93,1% 90,9%
RPA
Manutenção da Atividade Agrícola 127.551 74,4% 2.708.724 125.384 2.571.686 101,7% 105,3%
MZD
Medidas Agro e Silvo-Ambientais 56.893 33,2% 74.597 57.121 76.348 99,6% 97,7%
MAA
Florestação de Terras Agrícolas - PRODER 380 0,2% 11.181 393 11.711 96,7% 95,5%
FTAPRODER
Florestação de Terras Agrícolas - RURIS 2.576 1,5% 39.874 2.634 41.368 97,8% 96,4%
FTARURIS
Florestação de Terras Agrícolas - Reg 2080 1.705 1,0% 31.269 2.458 51.083 69,4% 61,2%
FTA2080
A utilização de recursos hídricos na Europa no sector agrícola ocupa cerca de 30% dos
recursos totais disponíveis, tendo o Sul da Europa uma utilização na ordem dos 60% e os
países do Norte uma utilização que varia de 0 a 30%. O uso da água para irrigação está
dependente de vários fatores, nomeadamente o tipo de clima e cultura, características do
solo e práticas de cultivo. A irrigação permite ao produtor aumentar a produtividade das
culturas e diminuir os riscos associados a épocas de secas, nunca esquecendo os efeitos
aliados à intensificação de produção agrícola permitida pela irrigação.
Com o objetivo de promover a utilização sustentável dos recursos hídricos, a Comissão
Europeia implementou a tarifação como forma de melhorar a utilização sustentável dos
recursos hídricos em 2000, de modo a refletir todos os tipos de gastos aliados ao
abastecimento e utilização da água. Este princípio, com base na Diretiva-quadro da água,
exige que os Estados-Membros, até 2010, incentivem as políticas de tarifação, para uma
utilização mais eficiente dos recursos hídricos.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A taxa de recursos hídricos visa compensar o benefício que resulta da utilização privativa do
domínio público hídrico, o custo ambiental inerente às atividades suscetíveis de causar um
impacto significativo nos recursos hídricos, bem como os custos administrativos inerentes ao
planeamento, gestão, fiscalização e garantia da quantidade e qualidade das águas.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
e. Utilização de águas, qualquer que seja a sua natureza ou regime legal, sujeitas a
planeamento e gestão públicos, suscetíveis de causar impacte significativo
São sujeitos passivos da TRH todas as pessoas, singulares ou coletivas, que realizem as
utilizações referidas anteriormente estando, ou devendo estar, munidas para o efeito dos
necessários títulos de utilização.
Quando a TRH não seja devida pelo utilizador final dos recursos hídricos, deve o sujeito
passivo repercutir sobre o utilizador final o encargo económico que ela representa,
juntamente com o preço ou tarifas que pratique.
30
Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de Junho, Artigo 7.º Componente A - utilização de águas do domínio público hídrico do
Estado A componente A corresponde à utilização privativa de águas do domínio público hídrico do Estado, calculando- -se pela
aplicação de um valor de base ao volume de água captado, desviado ou utilizado, nomeadamente, na produção de energia
hidroeléctrica ou termoeléctrica, expresso em metro cúbico, multiplicado pelo coeficiente de escassez aplicável quando não se
trate de águas marinhas. Artigo 11.º Componente U - utilização de águas sujeitas a planeamento e gestão públicos A
componente U corresponde à utilização privativa de águas, qualquer que seja a sua natureza ou regime legal, sujeitas a
planeamento e gestão públicos, susceptível de causar impacte significativo, calculando- -se pela aplicação de um valor de base
ao volume de água captado, desviado ou utilizado, nomeadamente, na produção de energia hidroeléctrica ou termoeléctrica,
expresso em metro cúbico.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O título de utilização pode assumir a forma de uma concessão, uma licença ou uma
autorização consoante, entre outros critérios, se trate de águas públicas ou de águas
particulares. Entre outros, devem ser legalizadas as captações de água ou de águas
subterrâneas ou superficiais, a rejeição de efluentes ou a construção de infra-estruturas
hidráulicas.
71
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Desta forma, o modelo nacional de desenvolvimento rural assenta num modelo em que
atividades agrícolas, florestais e de diversificação económica, sejam competitivas,
ambientalmente equilibradas e socialmente atrativas.
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esta Diretiva foi transposta para a legislação portuguesa, pelo Decreto-Lei n.º 235/97, de 3
de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 68/99, de 11 de Março e pelo Decreto Legislativo
Regional n.º 6/2005/A, de 17 de Maio de 2005, para a Região Autónoma dos Açores.
As Zonas Vulneráveis, são as áreas que drenam para as águas poluídas ou suscetíveis de
serem poluídas por nitratos e onde se praticam atividades agrícolas que possam contribuir
para a poluição das mesmas.
A lista das Zonas Vulneráveis foi publicada através das Portarias 164/2010, de 16 de Março,
n.º 1100/2004, de 3 de Setembro e n.º 833/2005, de 16 de Setembro, alterada pelas Portaria
n.º 1433/2006, de 27 de Dezembro e n.º 1366/2007, de 18 de Outubro.
As nove zonas vulneráveis do Continente foram publicadas pela Portaria n.º 164/2010, de 16
de março, tendo as seguintes designações de norte para sul: Esposende - Vila do Conde,
Estarreja - Murtosa, Litoral Centro, Tejo, Beja, Elvas, Estremoz - Cano, Faro e Luz de
Tavira.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
31
A Rede Natura 2000 é uma rede ecológica para o espaço Comunitário da União Europeia resultante da aplicação
das Directivas nº 79/409/CEE (Directiva Aves) e nº 92/43/CEE (Directiva Habitats) e tem por ”objectivo contribuir para
assegurar a biodiversidade através da conservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens no território europeu
dos Estados-membros em que o Tratado é aplicável”. Esta rede é formada por: Zonas de Protecção Especial (ZPE),
estabelecidas ao abrigo da Directiva Aves, que se destinam essencialmente a garantir a conservação das espécies de aves, e
seus habitats, listadas no seu anexo I, e das espécies de aves migratórias não referidas no anexo I e cuja ocorrência seja
regular; Zonas Especiais de Conservação (ZEC), criadas ao abrigo da Directiva Habitats, com o objectivo expresso de
"contribuir para assegurar a Biodiversidade, através da conservação dos habitats naturais e dos habitats de espécies da flora e
da fauna selvagens , considerados ameaçados no espaço da União Europeia".
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Em 01 de Agosto de 2012 foi publicado o Decreto – Lei nº 169/2012 que aprova o Sistema
da Industria Responsável (SIR). O presente diploma entrou em vigor no dia 3 de Setembro
de 2012. Até a entrada em vigor das disposições do SIR, aprovado em anexo a este
diploma, aplica-se o disposto nos Decreto – Lei nº 152/2004, de 30 de Junho, no Decreto –
Lei nº 209/2008, de 29 de Outubro, alterado pelo Decreto – Lei nº 24/2010, de 25 de Março,
e no Decreto – Lei nº 72/2009, de 31 de Março.
75
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O NREAP aplica-se:
● Às atividades pecuárias incluídas nos grupos 014 e 015 e a subclasse 46230 da
Classificação Portuguesa das Atividades Económicas (CAE) – Revisão 3, aprovada pelo
Decreto-Lei n.º 381/2007, de 14 de Novembro, com exceção das atividades identificadas
sob os nºs 01491 – apicultura e 01493 – animais de companhia;
● Às atividades complementares de gestão de efluentes pecuários anexas a explorações
pecuárias ou unidades autónomas, quando se tratar de unidades de compostagem, de
unidades técnicas ou de unidades de produção de biogás, bem como das explorações
agrícolas que sejam valorizadoras de efluentes pecuários.
Legislação
Diploma-Base: Decreto-Lei n.º 81/2013 de 14 de junho
Alterações: Declaração de Retificação n.º 31/2013, de 24 de julho
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para além da DGAV (e respetivos serviços regionais) e do IFAP, existem outras entidades
que interagem com o SNIRA, integradas numa rede nacional de postos, nomeadamente:
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
● no tipo de estabelecimento/exploração,
● nos detentores que lhe estejam associados, ou
● nas áreas afetas ao estabelecimento/exploração
►Documentos de acompanhamento
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
► Documentos de acompanhamento
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
►Documentos de acompanhamento
● Guias de Circulação para acompanhar os suínos nas movimentações
nacionais.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para efeitos de financiamento do SIRCA é cobrada uma taxa aos estabelecimentos de abate
relativamente a bovinos, ovinos, caprinos, suínos e equídeos, produzidos no território
continental e apresentados para abate, fixada por despacho dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas das finanças e da agricultura, com base nos seguintes critérios:
O produto da taxa cobrada aos Estabelecimentos de Abate das referidas espécies, constitui
receita da DGAV.
O gasóleo colorido e marcado, vulgarmente conhecido por gasóleo verde ou por gasóleo
agrícola, é o gasóleo que pode ser adquirido com redução ou isenção total do imposto
especial de consumo no momento do abastecimento.
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Os veículos pessoais não podem ser abastecidos com gasóleo colorido e marcado.
Obrigações do beneficiário
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• O nome do cliente que consta na fatura, deve coincidir com o nome ao qual está
associada a candidatura ao benefício;
• O número de identificação fiscal que consta na fatura, deve coincidir com número de
identificação fiscal ao qual está associada a candidatura ao benefício.
A deteção por parte das autoridades competentes de irregularidades nos registos anteriores,
implicará o pagamento de coimas tanto da parte do posto de abastecimento como da parte
do beneficiário, que ficará sujeito a controlo.
A informação mais detalhada sobre o gasóleo colorido e marcado pode ser consultada no
site da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, disponível em:
http://www.dgadr.mamaot.pt/gasoleo
Arrendamento rural é a locação, total ou parcial, de prédios rústicos para fins agrícolas,
florestais, ou outras atividades de produção de bens ou serviços associadas à agricultura, à
pecuária ou à floresta.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
fiscal e respetiva morada de residência ou sede social, bem como a identificação completa
do prédio ou prédios objeto do arrendamento.
O contrato de arrendamento rural não está sujeito a registo e está isento do pagamento de
imposto de selo e de qualquer outro imposto ou taxa, com exceção dos emolumentos
registais e notariais.
Quando não tenha sido fixado prazo ou o prazo fixado seja inferior a sete anos, considera -
se que os mesmos são celebrados por um prazo de sete anos.
Os arrendamentos florestais não podem ser celebrados por prazo inferior a 7 nem superior a
70 anos, considerando-se modificados para estes limites os prazos divergentes que hajam
sido fixados.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os arrendamentos de campanha não podem celebrar-se por prazos superiores a seis anos,
considerando-se reduzido a este limite o prazo superior que haja sido fixado, e presumem-
se de um ano caso não tenha sido estabelecido prazo.
Salvo cláusula em contrário, o pagamento da renda deve ser efetuado até ao último dia do
ano a que respeita, no domicílio ou sede social do senhorio à data do vencimento, findo o
qual se considera o arrendatário em mora.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O arrendamento rural cessa por acordo entre as partes, por resolução, por caducidade,
por oposição à renovação, por denúncia ou por qualquer outra forma prevista na lei.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O Governo aprovou também uma proposta de lei que atribui benefícios fiscais à utilização
das terras agrícolas, florestais e silvo pastoril e à sua disponibilização em bolsa de terras.
A Lei n.º 62/2012, de 10 de dezembro, cria a bolsa nacional de terras para utilização
agrícola, florestal ou silvopastoril, designada por “Bolsa de terras”.
A “Bolsa de terras” aplica-se aos prédios rústicos e aos prédios mistos, de acordo com os
registos matriciais e sem prejuízo da legislação que regula a desafetação e cessão de bens
sujeitos à “Bolsa de terras”, e, bem assim, a todos aqueles que sejam integrados
voluntariamente pelos seus proprietários.
A “Bolsa de terras” aplica-se aos baldios, nos termos previstos na Lei dos Baldios e não se
aplica:
i. Aos prédios considerados mistos para efeitos fiscais com
edificações destinadas à habitação não permanente, quando a área
da parte inscrita na matriz rústica respetiva seja inferior a 1 ha;
ii. Aos prédios com projetos de instalação de empreendimentos
turísticos aprovados ou em apreciação junto da entidade
competente.
A DGADR, exerce as suas funções nos termos do regulamento de gestão da bolsa nacional
de terras, aprovado pela Portaria nº 197/2013, de 28 de maio.
A bolsa de terras tem como objetivo facilitar o acesso à terra através da disponibilização de
terras, designadamente quando as mesmas não sejam utilizadas, e, bem assim, através de
uma melhor identificação e promoção da sua oferta.
A bolsa de terras disponibiliza para arrendamento, venda ou para outros tipos de cedência
as terras com aptidão agrícola, florestal e silvopastoril do domínio privado do Estado, das
autarquias locais e de quaisquer outras entidades públicas, ou pertencentes a entidades
privadas. A bolsa de terras disponibiliza ainda terrenos baldios, nos termos previstos na Lei
dos Baldios.
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A bolsa de terras dispõe do SiBT, que centraliza e divulga informação sobre os prédios e os
terrenos baldios disponibilizados na bolsa de terras, nomeadamente área, aptidão agrícola,
florestal ou silvopastoril, principais características do solo, eventuais restrições à sua
utilização, tipo de cedência pretendida e respetivo valor.
No caso das terras do Estado o acesso à informação referente a cada um dos prédios
disponibilizados na Bolsa de Terras, é totalmente livre.
A Lei n.º 63/2012, de 10 de dezembro, aprova benefícios fiscais à utilização das terras
agrícolas, florestais e silvopastoris e à dinamização da “Bolsa de Terras”. Estabelece ainda
reduções emolumentares destinadas a dinamizar a bolsa de terras, alterando o artigo 28.º
do Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 322-
A/2001, de 14 de dezembro.
O artigo 2.º da Lei n.º 63/2012, de 10 de dezembro, alterado pela Lei n.º 82-D/2014, de 31
de dezembro, define que para os prédios rústicos ou mistos, na parte rústica, que estejam a
ser utilizados para fins agrícolas, florestais ou silvopastoris e que se encontrem inscritos no
cadastro predial, a taxa prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 112.º do Código do Imposto
Municipal sobre Imóveis é obrigatoriamente reduzida entre 50% e 100%. Este benefício
fiscal é reconhecido anualmente pelo chefe do serviço de finanças da área da situação do
prédio, mediante apresentação de requerimento no referido serviço, acompanhado de
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
De acordo com o n.º 5 do artigo 55.º da Lei n.º 82-D/2014, de 31 de dezembro, da Reforma
da Fiscalidade Verde: “O artigo 2.º da Lei n.º 63/2012, de 10 de dezembro, com a redação
dada pela presente lei, na parte que se refere à inscrição no cadastro predial e à
comunicação cadastral, só produz efeitos com a entrada em vigor do diploma que procede à
reforma do modelo do cadastro predial”.
O artigo 3.º da Lei n.º 63/2012, de 10 de dezembro, define que para os prédios rústicos ou
mistos, na parte rústica, que sejam disponibilizados na bolsa de terras nos termos da Lei
que cria a “Bolsa de terras”, a taxa prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 112.º do Código
do Imposto Municipal sobre Imóveis é obrigatoriamente reduzida entre 50% e 100%. Este
benefício fiscal é de carácter automático, operando mediante comunicação anual da
disponibilização do prédio na bolsa de terras por referência a 31 de dezembro, a efetuar
pela entidade gestora da bolsa de terras à Autoridade Tributária e Aduaneira até final do
mês de fevereiro de cada ano.
Os benefícios fiscais estipulados nos artigos 2.º e 3.º da Lei n.º 63/2012, de 10 de
dezembro, só produzem efeitos:
▪ Após a cessação da vigência do Programa de Assistência Económica
e Financeira a Portugal celebrado com a União Europeia, o Fundo
Monetário Internacional e o Banco Central Europeu; e
▪ Após a avaliação geral dos prédios rústicos prevista no artigo 16.º do
Código do Imposto Municipal sobre Imóveis.
A informação mais detalhada sobre a Bolsa Nacional de Terras, pode ser consultada no site
da Bolsa de Terras: http://www.bolsanacionaldeterras.pt/.
Legislação aplicável:
• Lei n.º 62/2012, de 10 de dezembro, cria a Bolsa Nacional de Terras para utilização
agrícola, florestal ou silvopastoril, designada por “Bolsa de terras”;
92
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Lei n.º 63/2012, de 10 de dezembro, aprova benefícios fiscais à utilização das terras
agrícolas, florestais e silvopastoris e à dinamização da Bolsa de terras;
93
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
94
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
32
De acordo com o Regulamento n.º 79/65/CEE do Conselho de 15 de Junho de 1965, que cria uma rede de informação
contabilística agrícola sobre os rendimentos e a economia das explorações agrícolas na Comunidade Económica Europeia
95
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
mercados.
Em Portugal, no ano de 1985, por publicação do Decreto-Lei n.º 90/85, de 1 de Abril, foi
criada na dependência do Diretor-Geral do Gabinete de Planeamento do Ministério da
Agricultura, a Direção de Serviços da Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas,
também designada por RICA.
A recolha de informação é feita por contacto direto de um técnico das Direções Regionais de
Agricultura e Pescas (DRAP's) e todo o sistema coordenado a nível central pelo Gabinete de
Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP).
Podem aderir à rede, mediante contacto com a DRAP que abrange a exploração agrícola e
protocolo com o Ministério de Agricultura, agricultores individuais, jovens agricultores e
outras entidades (Associações de Produtores, Cooperativas, Centros de Gestão, Gabinetes
de Contabilidade).
As explorações são selecionadas para fazerem parte da amostra de acordo com um plano
amostral, o qual e de acordo com a metodologia utilizada, permitirá retirar informação
representativa ao nível da região, da dimensão económica e tipo de orientação técnico-
económica.
A amostra tem evoluído em Portugal desde 1981, tendo atingido o limiar pretendido das três
mil explorações em 1992. Foi também em 1992 que se iniciaram protocolos de recolha de
33
Dimensão Económica (DE) – Definida com base na MBS total da exploração, a qual corresponde à soma dos valores obtidos
para cada actividade. É expressa em Unidades de Dimensão Económica (UDE)
Margem Bruta Standard (MBS) – corresponde a uma Margem Bruta média para cada uma das actividades numa região (valor
da Produção Bruta Agrícola deduzida dos Principais Custos específicos da actividade em causa)
96
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Assim, para este efeito, são acompanhadas, em Portugal, cerca de 2300 explorações
distribuídas pelas várias regiões. A estas explorações é realizada a contabilidade
simplificada utilizando o programa Gestagro. É ainda utilizado na recolha adicional de
informação, nomeadamente no que diz respeito aos Subsídios Correntes, um programa de
recolha específico para esta informação.
34
Que declara certas categorias de auxílio compatíveis com o mercado interno, em aplicação dos artigos 107.º e 108.º do Tratado, publicado
no Jornal Oficial da União Europeia, n.º L 187, de 26 de Junho de 2014.
97
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Assim sendo, não são elegíveis para a concessão de benefícios fiscais (regime de
benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo, RFAI e DLRR), nos termos do n.º 2
do artigo 1.º do Regulamento (UE) n.º 651/2014 da Comissão, de 16 de Junho de 2014, os
projetos de investimento que tenham por objeto, entre outras, as atividades económicas dos
sectores da produção agrícola primária, da silvicultura e da transformação e comercialização
de produtos agrícolas enumerados no anexo I do Tratado sobre o Funcionamento da União
Europeia35.
A Portaria n.º 282/2014, de 30 de dezembro, estabelece no artigo 2.º que com a salvaguarda
das restrições previstas nas Orientações relativas aos auxílios estatais com finalidade
regional para 2014-2020, as atividades económicas previstas no n.º 2 do artigo 2.º do
35
Artigo 1.º da Portaria n.º 282/2014, de 30 de Dezembro.
98
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
j) Atividades com interesse para o turismo - subclasses 77210, 90040, 91041, 91042, 93110,
93210, 93292, 93293 e 96040;
99
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
publicadas no Jornal Oficial da União Europeia n.º C 209, de 27 de julho de 2013 e com o
Regulamento (UE) n.º 651/2014, de 16 de junho de 2014, publicado no Jornal Oficial da
União Europeia n.º C 187, de 26 de junho de 2014 (Regulamento Geral de Isenção por
Categoria).
Conclusão
Releva-se o facto que neste âmbito o investimento no setor agrícola para a exportação fica
excluído, e atividades ligadas à transformação, nomeadamente o vinho, o azeite, o
embalamento e tratamento de frutos e hortícolas são setores prejudicados com esta
exclusão.
Apesar do SIFIDE ser elegível para todos os setores de atividade económica, o mesmo só é
aplicado a despesas de investigação e de desenvolvimento de sujeitos passivos de IRC, não
tendo praticamente impacto no setor agrícola uma vez que 88% das empresas são de
sujeitos passivos de IRS.
3 NCRF 17 – Agricultura
100
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esta norma trata das matérias relacionadas com o tratamento contabilístico, apresentação
das demonstrações financeiras e divulgações que se relacionem com atividades agrícolas e
aplica-se aos:
Entende-se por atividade agrícola a gestão por uma entidade da transformação biológica e a
colheita de ativos biológicos para venda ou para conversão, em produtos agrícolas ou em
ativos biológicos adicionais.
Ativos
Produto agricola
biológicos
é o produto
é um animal
colhido dos ativos
ou planta
biológicos da
vivos.
entidade.
36 A IAS 41 foi adotada pelo sucessor do IASC, o Internaional Accounting Standards Board (IASB), em Abril de 2001 com
entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2003. É a primeira norma emitida pelo IASC (atual IASB) direcionada especificamente
para o setor primário.
101
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Produtos resultantes de
Ativos Biológicos Produto Agricola processamento após
colheita
Salsichas, presuntos
Porcos Carcaças curados
A atividade agrícola abrange uma variedade de atividades, tais como, criação de gado,
silvicultura, safra anual ou perene, cultivo de pomares e de plantações, floricultura e
aquacultura (incluindo criação de peixes).
Para se aferir se estamos ou não perante uma atividade agrícola, dever-se-á atender a um
conjunto de características comuns que este tipo de atividade tem, a saber:
102
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
condições necessárias para que o processo tenha lugar (por exemplo, níveis
nutricionais, mistura, temperatura, fertilidade e luz).
Por exemplo:
- Apanhar/colher de locais não geridos como, por exemplo, a pesca oceânica e de
florestação não são atividades agrícolas; e
Ou,
103
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Na NCRF17 a atividade agrícola tem uma amplitude limitada que somente abrange os
animais e plantas vivos e finaliza o seu raio de abrangência no momento do produto colhido
dos ativos biológicos (separação de um produto de um ativo biológico ou a cessação dos
processos de vida de um ativo biológico) e sabemos que em muitos casos o ciclo de
produção não termina na colheita.
Assim, não podemos deixar de salientar que a atividade agrícola tem uma amplitude mais
abrangente. A definição atual de “atividade agrícola” é estabelecida no regulamento que
define as regras comuns para os regimes de apoio direto da PAC (regime de ajudas do
primeiro pilar do Fundo Europeu Agrícola de Garantia – FEAGA): “A produção, criação ou
cultivo de produtos agrícolas, incluindo a colheita, ordenha, criação de animais e detenção
de animais para fins de produção, ou a manutenção das terras em boas condições agrícolas
e ambientais.”39
37
Culturas que ocupam a terra durante um longo período e fornecem repetidas colheitas, não entrando em rotações culturais.
(Fonte: INE)
38
Culturas cujo ciclo vegetativo não excede um ano (as anuais) e também as que são ressemeadas com intervalos que não
excedem cinco anos (morangos, espargos, prados temporários, etc.).(Fonte: INE)
39
Definição do Regulamento (CE) N.º 73/2009 do Conselho, 19/01, que estabelece regras comuns para os regimes apoio
direto da PAC (artigo 2.º alínea c), em vigor até 31 de dezembro de 2014.
104
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Existem, no entanto, vários ativos que, apesar de relacionados com a atividade agrícola,
não são acolhidos no seio da NCRF 17. Por exemplo, os animais de trabalho e utilizados
em atividades de lazer (equipamentos biológicos), os terrenos utilizados para as plantações
e cultivo, bem como para pastagens e instalação de infra-estruturas relacionadas com a
atividade agrícola são tratados pela NCRF 7 - Ativos Fixos Tangíveis e pela NCRF 11 -
Propriedades de Investimento.
Por sua vez, os produtos agrícolas após a colheita (por exemplo, os frutos armazenados por
comerciantes para revenda ou armazenados para finalidades industriais), são reconhecidos
e mensurados de acordo com as orientações da NCRF 18 – Inventários.
Aos subsídios relacionados com ativos biológicos mensurados ao custo aplica-se a NCRF
22 - Subsídios e Outros Apoios das Entidades Públicas.
105
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Por exemplo, se uma entidade compra vacas para reprodução, estamos perante um bem
que a empresa controla e gera benefícios económicos para a entidade através da sua
utilização, pelo que cumpre as características para ser reconhecido como ativo.
O § 11 da NCRF 17 estabelece ainda que uma entidade deve reconhecer um ativo biológico
ou produto agrícola quando e somente quando:
Na atividade agrícola, o controlo pode ser evidenciado, por exemplo, pela posse legal do
gado e pela marcação a quente ou de outro modo, aquando da aquisição, nascimento ou
desmama.
A definição de justo valor refere que este corresponde à quantia pela qual um ativo pode ser
trocado ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa
transacção em que não exista relacionamento entre elas.
106
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Cumpridos aqueles requisitos, a NCRF estabelece que a mensuração inicial e em cada data
do balanço, é efetuada pelo justo valor do ativo biológico, menos os custos de alienação.
Mensuração
subsequente (em cada Justo valor - custos de alienação
data de balanço)
Nota: só se exceciona a utilização do justo valor quando este não puder ser fiavelmente
mensurado (§ 30 da NCRF 17).
Face às características muito específicas deste tipo de actividade, a utilização do justo valor
na mensuração dos ativos poderá ser a única medida que permite transmitir a imagem
verdadeira e apropriada nas Demonstrações Financeiras da entidade.
Por exemplo, numa exploração de gado cuja actividade é a venda de carne, se, em
Novembro nascerem 500 vitelos, as demonstrações financeiras devem reflectir esse
aumento do activo gerado pelo nascimento dos animais. O método do custo dificilmente se
aproximará do justo valor do ativo.
Uma das questões mais problemática na apreciação desta realidade é conseguir determinar
com fiabilidade o justo valor.
Para a determinação do justo valor dos ativos biológicos podemos socorrer-nos de várias
orientações, tais como:
107
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Muitos ativos biológicos têm preços facilmente determinados pelo mercado ou valores
disponíveis porque são produtos negociados ativamente. Por exemplo, em regra, existem
preços de mercado dos bezerros e leitões, pois há um mercado ativo.
Caso não exista um preço facilmente determinado pelo mercado ou caso os valores não
estejam disponíveis na sua condição actual, poder-se-á recorrer ao valor presente dos
fluxos de caixa líquidos de um ativo, descontados a uma taxa pré-imposto determinada no
mercado corrente (de acordo com o § 20 da NCRF 17).
Para estimar o justo valor recorrendo à utilização do valor presente dos fluxos de caixa
esperados, deve-se recorrer na medida do possível a dados do mercado. Por exemplo, em
relação à cortiça existe um mercado activo para o produto colhido mas não existe um
mercado para a cortiça em crescimento; neste caso, o justo valor pode ser determinado
projectando os influxos de caixa provenientes da venda da cortiça, menos os gastos
necessários para acompanhar o seu crescimento descontando-os a um valor presente.
Valor Actual ou Valor Presente = Rentabilidade esperada / (1+ taxa de desconto)n (período)
108
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Embora o § 30 da NCRF 17 refira que existe um pressuposto de que o justo valor pode ser
mensurado com fiabilidade para um ativo biológico, esse pressuposto pode ser afastado no
reconhecimento inicial de um ativo biológico quando os preços ou valores determinados pelo
mercado não estejam disponíveis (por exemplo, uma vinha numa região D.O.P. ou um Olival
com características muito especificas) e as estimativas alternativas do justo valor estejam
determinadas como sendo claramente pouco fiáveis.
Nesse caso, esse ativo biológico deve ser mensurado pelo custo menos qualquer
depreciação acumulada e qualquer perda por imparidade acumulada.
Quando o justo valor desse ativo biológico se tornar fiavelmente mensurável, a entidade
deve alterar a mensuração para o justo valor menos os custos de alienação.
O justo valor
O justo valor é o critério por excelência de valorização para a atividade agrícola, atendendo
às suas características únicas de gestão da transformação biológica, pois é o único critério
capaz de avaliar o desempenho das empresas deste sector de atividade nos vários
momentos de crescimento, procriação, degeneração e colheita.
O custo histórico não reflete os efeitos da transformação biológica pois existe dificuldade em
registar os custos de oportunidade, que muitas vezes não reúnem as condições de
elegibilidade fiscal.
A mensuração ao custo dos ativos biológicos pode ser menos fiável devido à complexidade
de imputação de componentes do resultado e das dificuldades de valorização de produções
conjuntas quer quanto a inputs quer quanto a outputs.
109
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O justo valor dos ativos biológicos sofre oscilações devido às alterações físicas (idade e
crescimento, degeneração).
Podem não existir mercados ativos para alguns ativos biológicos. Neste caso o justo valor
não pode ser fiavelmente mensurado.
Regra geral, existe dificuldade em obter-se o justo valor fiável nas culturas permanentes:
vinhas, pomares, olivais, entre outras.
Por exemplo, em relação à vinha podemos salientar de forma genérica que, em Portugal,
este ativo negociado no mercado não é homogéneo, isto é, muito dificilmente existem vinhas
que possuam características semelhantes: não é possível comparar uma vinha do Douro
com uma vinha geograficamente localizada no Baixo Alentejo. O tipo de uva, casta e clima
diferem de forma muito significativa. Até mesmo no interior da mesma região as
características diferem.
110
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A mensuração pelo justo valor origina o reconhecimento de ganhos e perdas não realizados.
Na atividade silvícola esta situação é muito marcante em relação aos ganhos.
Deve-se atender que os custos incorridos, para a obtenção do justo valor do ativo, não
devem ser superiores aos benefícios da sua obtenção.
Contudo, embora se adote o Justo Valor, Portugal optou por limitar a sua utilização no que
respeita a:
111
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
“Por outro lado, a recente adoção, por parte das entidades com valores cotados,
das Normas Internacionais de Relato Financeiro adotadas pela União Europeia e
a próxima adoção de um novo Sistema de Normalização Contabilístico aplicável
às demais empresas vieram permitir que as empresas passem a utilizar com
maior intensidade o critério de mensuração do justo valor (fair-value). A
aplicação desta técnica contabilística tem como principal consequência que a
ênfase é dada à mensuração das rubricas do balanço, passando, em
consequência, a expressar-se muitas das rubricas desta demonstração
financeira em valores de mercado. Assim sendo, e embora reconhecendo a
importância da adoção do critério de justo valor na qualidade da informação
financeira prestada pelas empresas, facto que permite refletir com maior
relevância a sua verdadeira performance, entende-se que deverá haver alguma
limitação à distribuição dos resultados positivos que tenham sido gerados a partir
da aplicação do referido critério de valorimetria. Quanto às componentes
negativas da aplicação do justo valor, não deixa de ter aplicação o princípio da
prudência, pelo que não é contemplada qualquer alteração nesta vertente,
continuando a afetar, neste caso negativamente, a distribuição de resultados, já
que, primeiro, terão de ser compensadas estas perdas, e só depois se poderão
libertar bens para distribuição.”
112
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para completar as informações relacionadas com os ativos biológicos, uma entidade deve
divulgar os factos descritos no ponto 19 do modelo geral do Anexo41:
113
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Com a introdução das novas regras contabilísticas, as regras fiscais foram alteradas para se
conformarem com as novas regras contabilísticas. Assim:
42
Consideram-se rendimentos os resultantes de operações de qualquer natureza, em consequência de uma ação normal ou
ocasional, básica ou meramente acessória, nomeadamente os ganhos por aumento do justo valor em ativos biológicos
consumíveis que não sejam explorações silvícolas plurianuais (artigo.º 20, n.º1, alínea g) do Código IRC).
43
Para a determinação do lucro tributável, são dedutíveis todos os gastos e perdas incorridos ou suportados pelo sujeito
passivo para obter ou garantir os rendimentos sujeitos a IRC, nomeadamente as perdas por reduções de justo valor em ativos
biológicos consumíveis que não sejam explorações silvícolas plurianuais (artigo.º 23.º, n.º2, alínea k) do Código do IRC).
44
Para efeitos da determinação do lucro tributável, os rendimentos e gastos dos inventários são os que resultam da aplicação
dos critérios de mensuração previstos na normalização contabilística em vigor que utilizem os preços de venda dos produtos
colhidos de ativos biológicos no momento da colheita, deduzidos dos custos estimados no ponto de venda, excluindo os de
transporte e outros necessários para colocar os produtos no mercado (artigo 26.º, n.º 1, alínea d) do Código do IRC)
114
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Quanto aos ativos biológicos de produção, (árvores de fruto ou o gado leiteiro, por
exemplo), não está prevista a aceitação fiscal da mensuração pelo justo valor acolhida na
contabilidade. No entanto, se a mensuração aplicada for o método do custo as depreciações
são aceites fiscalmente de acordo com o definido no Código do IRC e no Decreto
Regulamentar 25/2009, de 14 de Setembro.
Assim, este tipo de ativos pode ter um regime fiscal semelhante ao dos ativos fixos tangíveis
(NCRF 7) quanto a imparidades, depreciações, mais e menos-valias e reinvestimento.46
Por outro lado os ativos biológicos de produção mensurados ao justo valor têm ainda a
possibilidade do seu custo de aquisição entrar para a determinação do lucro tributável. Esta
possibilidade foi introduzida com a denominada reforma do IRC (Lei n.º 2/2014, de 16 de
janeiro, que procede à reforma da tributação das sociedades alterando o Código do IRC, o
Decreto Regulamentar n.º 25/2009, de 14 de setembro, que estabelece o regime das
depreciações e amortizações, e o Código do IRS).
Assim, a partir de 2014 com o aditado artigo 45.º A do Código do IRC o custo de aquisição
dos ativos biológicos não consumíveis, que sejam subsequentemente mensurados ao justo
valor, é aceite como gasto para efeitos fiscais, em partes iguais, durante o período de vida
útil que se deduz da quota mínima de depreciação que seria fiscalmente aceite caso esse
ativo permanecesse reconhecido ao custo de aquisição.
Esta alteração vem permitir maior equidade fiscal no tratamento dos ativos biológicos de
produção.
45 Os gastos das explorações silvícolas plurianuais podem ser imputados ao lucro tributável tendo em consideração o ciclo de
produção, caso em que a quota parte desses gastos, equivalente à percentagem que a extracção efectuada no período de
tributação represente na produção total do mesmo produto, e ainda não considerada em período de tributação anterior, é
actualizada pela aplicação dos coeficientes de desvalorização da moeda constantes da portaria a que se refere o artigo 47.º do
Código do IRC (artigo 18.º, n.º 7 do Código IRC).
46
Lei do Orçamento Estado 2012 altera a redação do artigo 29.º, n.º1 do Código do IRC e do artigo 1.º, n.º1 do Regime das
depreciações e amortizações (Decreto Regulamentar 25/2009, de 14 de setembro), sendo aceites fiscalmente a partir de 1 de
Janeiro de 2012 as depreciações dos ativos biológicos de produção mensurados ao custo.
115
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os ativos biológicos de produção são os animais ou plantas vivas que são utilizados na
atividade agrícola, por exemplo, gado leiteiro do qual pode ser obtido leite, gado reprodutor
vinhas, pomares com árvores de fruto, árvores a partir das quais se obtenha lenha por
desbaste enquanto essas árvores permanecem vivas, etc..
Os ativos biológicos de produção não são produto agrícola mas antes, de regeneração para
a própria atividade produtiva, não disponíveis para venda.
Os ativos biológicos podem ser classificados quer como ativos biológicos maduros (ou
adultos), quer como ativos biológicos imaturos (ou juvenis).
No caso dos ativos biológicos de produção os ativos biológicos maduros (ou adultos) são
aqueles que sejam suscetíveis de sustentar colheitas regulares.
Os ativos biológicos de produção são classificados como ativos não correntes atendendo
ao estipulado no § 14 da NCRF 1 que define que devem ser classificados como não
correntes os ativos que não satisfaçam qualquer dos critérios:
“(a) Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido, no
decurso normal do ciclo operacional da entidade;
Apesar de o § 15 da NCRF 1 referir que a NCRF 1 “… usa a expressão "não corrente" para
incluir ativos tangíveis, intangíveis e financeiros cuja natureza seja de longo prazo”, essa
classificação não é restringida a estes ativos. A NCRF 17 prevê a possibilidade de classificar
os ativos biológicos como não correntes no § 30.
116
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1) As culturas permanentes são culturas não integradas em rotação, com exclusão das
pastagens permanentes, que ocupam as terras por cinco anos ou mais e dão origem a
várias colheitas e que apresentam uma determinada densidade de plantação. Referimo-nos
aos pomares (laranjais, macieiras, pereiras, limoeiros, cerejeiras, ao olival e à vinha que são
ativos biológicos de produção com uma vida útil de produção superior a cinco anos, logo
classificados como ativos não correntes.
2) A vaca aleitante será a vaca pertencente a uma raça de vocação "carne" ou resultante de
um cruzamento com uma dessas raças, e faz parte de uma manada destinada à criação de
vitelos para produção de carne, o que pressupõe a alimentação dos vitelos com base no
leite materno. A vaca aleitante poderá ter entre 10 a 15 partos com uma média de 9 meses
por período de gestação. O início da primeira gestação dá-se aos 9 meses.
3) A vaca leiteira produtora de leite poderá ter entre 4 a 5 partos, com uma média de 9
meses por período de gestação, durante o período de rentabilidade produtiva. O inicio da
primeira gestação dá-se aos 9 meses.
5) As porcas reprodutoras, tem o início da primeira gestação aos 7 ou 8 meses. Tem uma
média de 2,3 partos por ano e no período de rentabilidade produtiva podem ter entre 8 e 10
partos.
117
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ativos fixos tangíveis são apresentados no Balanço no ativo não corrente de acordo com o
anexo n.º 1 da respetiva portaria.
Reconhecimento e Mensuração
A aplicação do justo valor é a melhor medida de mensuração sempre que possa ser
fiavelmente determinada conforme refere o § 30 da NCRF 17, pelo que existe um
pressuposto de que o justo valor pode ser mensurado com fiabilidade para um ativo
biológico.
Contudo, como já foi acima referido, esse pressuposto pode ser afastado no
reconhecimento inicial de um ativo biológico quando o valor de mercado não possa ser
determinável e as outras estimativas alternativas de determinação do justo valor também
não sejam fiáveis (por exemplo uma vinha numa região DOP47 ou um olival com
características muito especificas).
Nesse caso, o ativo biológico de produção deve ser mensurado pelo custo menos qualquer
depreciação acumulada e qualquer perda por imparidade acumulada.
Quando o justo valor desse ativo biológico se tornar fiavelmente mensurável, a entidade
deve alterar a mensuração para o justo valor menos os custos estimados do ponto de
venda.
Tendo em conta tudo o foi dito inicialmente relativamente às características dos ativos
biológicos, de facto, atendendo às transformações a que estão sujeitos pelo crescimento,
degeneração ou mesma pela procriação, o justo valor será a melhor medida a utilizar para
refletir a imagem verdadeira e apropriada. No entanto, por vezes, a sua aplicação não é
possível; neste caso, aplica-se o custo menos qualquer depreciação acumulada e qualquer
perda por imparidade acumulada.
47
Nome – reconhecido a nível nacional (DO) ou reconhecido a nível comunitário (DOP) – de uma região, de um local
determinado ou, em casos excecionais, de um país, que serve para designar um produto agrícola ou um género alimentício
originário dessa região, desse local determinado ou desse país e cuja qualidade ou características se devem essencialmente
ou exclusivamente ao meio geográfico, incluindo os fatores naturais e humanos, e cuja produção, transformação e elaboração
ocorrem na área geográfica delimitada. O nome pode, em casos excecionais, não ser geográfico. (GPP – PO 002/DSFAA)
118
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Reconhecimento inicial
Adiantamentos
As entidades, por vezes, adiantam valores monetários para a compra de ativos biológicos de
produção. Nestas situações devemos distinguir entre adiantamento com preço previamente
fixado e adiantamento sem preço previamente fixado pois os registos contabilísticos são
diferentes.
119
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Pelo adiantamento para aquisição de ativos biológicos de produção com preço fixado:
3972- Adiantamentos
por conta de compras 1 - Meios Financeiros Pelo valor do adiantamento com
x
de ativos biológicos Liquidos preço fixado
de produção
Pelo adiantamento para aquisição de ativos biológicos de produção sem preço fixado:
Conta a
Conta a débito Valor (u.m.) Valor
crédito
2713 - Adiantamento
a fornecedores de 1 - Meios
ativos biológicos de Financeiros x Pelo valor do adiantamento sem preço fixado
produção ou 22 Liquidos
Fornecedores
• Pressupostos:
Os ativos biológicos de produção não reúnem as condições para ser ativos correntes porque
pela sua natureza não estão disponíveis para ser colhidos como produto agrícola ou
vendidos como ativos biológicos. Por este facto e dado o exposto nas considerações gerais
referentes aos ativos biológicos de produção, são ativos não correntes atendendo ao seu
período de vida produtiva normalmente bastante superior a um ano, e durante o qual vão
ficar em permanência na exploração agrícola para uso na atividade produtiva.
A conta 31 Compras não é uma conta de balanço, é uma conta subsidiária que saldará, em
todas as circunstâncias, por débito das contas de inventário, nos termos definidos em cada
um dos sistemas de inventário, intermitente ou permanente.
120
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Pela diferença positiva (ganho) entre o justo valor dos animais de produção
adquiridos na data da compra e o custo de aquisição:
372 - Ativos biológico de 774 – Ganhos por Pela diferença positiva na aplicação do
Produção aumentos de justo valor justo valor
Pela diferença negativa (perda) entre o justo valor dos animais de produção
adquiridos na data da compra e o custo de aquisição:
664 - Perdas por redução do 372 - Ativos biológicos de Pela diferença negativa na aplicação do
justo valor Produção justo valor
121
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
372x - Descontos e
271x- Fornecedor Desconto concedido pelo fornecedor após
abatimentos em Ativos x
investimentos a emissão da fatura
biológicos de produção
Nota: O desconto pode ter ou não regularização de IVA por opção do fornecedor (artigo 78.º
do CIVA)
Descontos Financeiros
Nota: O desconto pode ter ou não regularização de IVA por opção do fornecedor (artigo 78.º
do CIVA)
Devoluções
Conta a Valor
Conta a crédito Valor
débito (u.m.)
Nota: A devolução pode ter ou não regularização de IVA por opção do fornecedor (artigo
78.º do CIVA)
122
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
372 - Ativos biológicos de 774 – Ganhos por Pelo ajustamento em cada data do
Produção aumentos de justo valor balanço
664 - Perdas por redução do 372 - Ativos biológicos de Pelo ajustamento em cada data do
justo valor Produção balanço
123
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
7871 x Rendimentos em
investimentos não financeiros por
Pelo
alienação de ativos biológicos de
372 - Ativos biológicos de desreconhecimento do
produção ou 6871 - Outros gastos x
Produção ativo biológico de
- Gastos por reduções em
produção
investimentos não financeiros por
alienação de ativos biológicos
7871 x Rendimentos em
investimentos não financeiros
por alienação de ativos
biológicos de produção ou
21 - Clientes ou 1 Meios
6871 - Outros gastos - y Pelo Valor da venda
Fianceiros liquidos
Gastos por reduções em
investimentos não financeiros
por alienação de ativos
biológicos
* Atendendo que no momento da venda o ativo biológico de produção está registado pelo
justo valor não existe qualquer registo referente a variações do justo valor. Poderá existir
uma diferença do valor de venda em relação ao valor de registo do ativo biológico de
produção por razões não inerentes a variações do justo valar que será registada na conta
7871x Rendimentos em investimentos não financeiros por alienação de ativos biológicos de
produção ou na conta 6871x Outros gastos por reduções em investimentos não financeiros
por alienação dos ativos biológicos de produção.
Pelo
desreconhecimento do
21 - Clientes ou 1 Meios 372 - Ativos biológicos de
x ativo biológico de
Fianceiros liquidos Produção
produção e valor da
venda
124
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Pelo
664 - Perdas por reduções de 372 - Ativos biológicos de desreconhecimento do
x
justo valor em ativos biológicos Produção ativo biológico de
produção por abate
Nas plantas e animais, as deficiências do meio e erros nas técnicas de cultivo dos solos ou
criação dos animais podem causar degeneração. Plantas que crescem por muitos anos em
terra sem qualidade ou em clima inadequado apresentam sinais de degeneração. Depois de
vários anos, as plantas novas serão menores que as primitivas. As sementes dessas plantas
menores produzirão plantas inferiores.
No entanto, se por alguma razão não for possível obter a determinação de um justo valor
fiável por não estarem disponíveis preços ou valores determinados pelo mercado, poder-se-
á conforme já foi referido mensurar-se o ativo biológico de produção pelo custo menos
qualquer depreciação acumulada e qualquer perda por imparidade acumulada.
Esta mensuração dos ativos biológicos pelo custo (sujeitos a depreciações e imparidades)
apenas deverá ser utilizada com um carácter excecional, quando o justo valor seja de todo
impraticável ou com uma determinação pouco fiável. Em relação aos ativos biológicos de
produção, esta situação coloca-se mais com plantas (vinhas, pomares, olivais etc.) do que
com animais onde existem muitos referenciais de preço de mercado (por exemplo o SIMA
com cotações semanais).
125
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Se a mensuração do ativo for ao custo, este será determinado em função dos critérios
previstos para a mensuração inicial dos inventários, conforme estabelecido nos §s 10 a 22
da NCRF 18 – “Inventários”, atendendo à remissão do § 33 da NCRF 17.
Poder-se-ão incluir por exemplo custos de aquisição de sementes para serem implantadas
no terreno, o trabalho de preparação dos terrenos, a plantação das plantas, seja este
trabalho subcontratado ou realizado por mão-de-obra da própria exploração, produtos para
tratamento das plantações, e outros bens e serviços indispensáveis à plantação das várias
situações possíveis.
De referir que se deverão incorporar apenas no custo do ativo os dispêndios com bens e
serviços até que o ativo biológico de produção esteja colocado no local e pronto a ser usado
na atividade agrícola.
Todavia, esta mensuração pelo custo apenas se poderá utilizar no momento inicial do
reconhecimento do ativo biológico de produção, devendo logo que seja possível determinar
o justo valor com fiabilidade, mudar de critério de mensuração e passar a aplicar o justo
valor.
126
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Este custo de produção do ativo biológico de produção incluirá os custos relacionados com
os custos de aquisição da matéria-prima direta, os gastos com pessoal diretamente
relacionados e os restantes gastos gerais diretamente relacionados.
127
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
No caso dos ativos biológicos de produção estarem mensuradas ao custo ficam sujeitos a
depreciações e imparidades.
A depreciação deverá ser registada em função da vida útil do bem e o registo poderá
ser o seguinte:
644 – Gastos de
3728 – Depreciações
depreciação e de
Acumuladas – Ativos Pelo registo da depreciação do
amortização – Ativos
Biológicos x ativo biológico de produção
Biológicos de
Mensurados ao mensurado ao custo
Produção
Custo
Mensurados ao Custo
128
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
7871 x Rendimentos em
investimentos não financeiros
Pelo
3728 – Depreciações por alienação de ativos
desreconhecimento
Acumuladas – Ativos biológicos de produção ou 6871
w das depreciações
Biológicos Mensurados ao - Outros gastos - Gastos por
registadas
Custo reduções em investimentos não
financeiros por alienação de
ativos biológicos
7871 x Rendimentos em
investimentos não financeiros
Pelo
3729 – Imparidades por alienação de ativos
desreconhecimento
Acumuladas – Ativos biológicos de produção ou
de eventuais
Biológicos Mensurados ao 6871 - Outros gastos - Gastos
imparidades
Custo por reduções em investimentos
registadas
não financeiros por alienação
de ativos biológicos
7871 x Rendimentos em
investimentos não financeiros
por alienação de ativos
Pelo
biológicos de produção ou
372 - Ativos biológicos de desreconhecimento
6871 - Outros gastos - x
Produção do ativo biológico de
Gastos por reduções em
produção
investimentos não financeiros
por alienação de ativos
biológicos
7871 x Rendimentos em
investimentos não financeiros
por alienação de ativos
21 - Clientes ou 1 Meios biológicos de produção ou
y Pelo Valor da venda
Financeiros Líquidos 6871 - Outros gastos - Gastos
por reduções em investimentos
não financeiros por alienação
de ativos biológicos
129
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Pelo
3728 – Depreciações 6873 - Gastos em investimentos desreconhecimento das
Acumuladas – Ativos Biológicos não financeiros por abate de ativos w depreciações
Mensurados ao Custo biológicos registadas
Pelo
3729 – Imparidades Acumuladas 6873 - Gastos em investimentos
desreconhecimento de
– Ativos Biológicos Mensurados não financeiros por abate de ativos
eventuais imparidades
ao Custo biológicos
registadas
Pelo
6873 - Gastos em investimentos
372 - Ativos biológicos de desreconhecimento do
não financeiros por abate de x
Produção ativo biológico de
ativos biológicos
produção
Os registos contabilísticos preconizados deverão ser acompanhados por uma relação dos
nascimentos, aquisições, alterações de preços de mercado, vendas e outras alterações nos
ativos biológicos de produção, devidamente quantificadas face ao respetivo justo valor
(menos custos de alienação) para cada situação ou com o respetivo suporte analítico para a
mensuração ao custo.
130
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O tratamento fiscal dos ativos biológicos de produção (como por exemplo os sobreiros, os
pinheiros para produção de pinha, os ciprestes e as vacas leiteiras) depende da
mensuração contabilística aplicada.
No caso dos ativos biológicos de produção serem mensurados ao custo menos qualquer
depreciação acumulada e qualquer perda por imparidade acumulada, a depreciação será
aceite do ponto de vista fiscal de acordo com o definido no Código do IRC e no Decreto
Regulamentar n.º 25/2009, de 14 de Setembro.
Isto significa que o seu tratamento fiscal é em tudo semelhante ao dos ativos fixos tangíveis
(NCRF 7) quanto às depreciações48, quanto a imparidades, mais e menos-valias e
reinvestimento.
48
Lei do Orçamento Estado 2012 altera a redação do artigo 29.º, n.º1 do Código do IRC e do artigo 1.º, n.º1 do Regime das
depreciações e amortizações (Decreto Regulamentar 25/2009, de 14 de setembro), sendo aceites fiscalmente a partir de 1 de
Janeiro de 2012 as depreciações dos ativos biológicos de produção mensurados ao custo.
49
Os ajustamentos decorrentes da aplicação do justo valor não concorrem para a formação do lucro tributável, sendo
imputados como rendimentos ou gastos no período de tributação em que os elementos ou direitos que lhes deram origem
sejam alienados, exercidos, extintos ou liquidados, excepto quando:
a) Respeitem a instrumentos financeiros reconhecidos pelo justo valor através de resultados, desde que, quando se trate de
instrumentos de capital próprio, tenham um preço formado num mercado regulamentado e o sujeito passivo não detenha,
direta ou indiretamente, uma participação no capital igual ou superior a 5% do respetivo capital social; ou
131
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Assim, a partir de 2014, com o aditado artigo 45.º A do Código do IRC, o custo de aquisição
dos ativos biológicos não consumíveis, que sejam subsequentemente mensurados ao justo
valor, é aceite como gasto para efeitos fiscais, em partes iguais, durante o período de vida
útil que se deduz da quota mínima de depreciação que seria fiscalmente aceite caso esse
ativo permanecesse reconhecido ao custo de aquisição.
Esta alteração vem permitir maior equidade fiscal no tratamento dos ativos biológicos de
produção, em simultâneo com a aplicação dos princípios contabilísticos.
132
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os ativos biológicos consumíveis são os animais ou plantas vivas que estão para ser
colhidos como produtos agrícolas ou vendidos como ativos biológicos.
Os ativos biológicos podem ser classificados como ativos biológicos maduros (ou adultos)
ou ativos biológicos imaturos (ou juvenis). Os ativos biológicos maduros (ou adultos) são os
que tenham atingido as especificações de colhíveis.
A aplicação do justo valor é a melhor medida de mensuração sempre que possa ser
fiavelmente determinada conforme refere o § 30 da NCRF 17, pelo que existe um
pressuposto de que o justo valor pode ser mensurado com fiabilidade para um ativo
biológico.
133
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Reconhecimento inicial
Adiantamentos
As entidades por vezes adiantam valores monetários para a compra de ativos biológicos
consumíveis, nestas situações há que distinguir entre adiantamento com preço previamente
fixado e adiantamento sem preço previamente fixado pois os registos contabilísticos são
diferentes.
Pelo adiantamento para aquisição de ativos biológicos consumíveis com preço fixado
397- Adiantamentos
1 - Meios
por conta de Pelo valor do adiantamento
Financeiros x
compras de ativos com preço fixado
Liquidos
biológicos
Pelo adiantamento para aquisição de ativos biológicos consumíveis sem preço fixado
134
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Conta a
Conta a débito Valor (u.m.) Valor
crédito
1 - Meios
228- Adiantamento
Financeiros x Pelo valor do adiantamento sem preço fixado
a fornecedores
Liquidos
22x - Fornecedores-
313 - Compra de ativos contas gerais ou 1-
Pelo valor de aquisição do bem
biológicos Meios financeiros
Liquidos
No final de cada período contabilístico, haverá que fazer o ajustamento do justo valor dos
animais ou plantas, registando essa variação diretamente em resultados (ganhos ou perdas
de justo valor) por contrapartida da conta de ativos biológicos.
135
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nota: O desconto pode ter ou não regularização de IVA por opção do fornecedor (artigo 78.º
do CIVA)
Descontos Financeiros
Nota: O desconto pode ter ou não regularização de IVA por opção do fornecedor (artigo 78.º
do CIVA)
Devoluções
Conta a Valor
Conta a crédito Valor
débito (u.m.)
22 -
317 – Devoluções de compras x Devolução do bem
Fornecedor
Nota: A devolução pode ter ou não regularização de IVA por opção do fornecedor (artigo
78.º do CIVA)
136
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
371 - Ativos biológicos 774 – Ganhos por Pelo ajustamento em cada data do
consumíveis aumentos de justo valor balanço
664 - Perdas por redução do 371 - Ativos biológicos Pelo ajustamento em cada data do
justo valor consumíveis balanço
137
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
21 - Clientes ou 1 Meios
71 - Vendas x Pelo valor da venda
Fianceiros liquidos
Pelo
664 - Perdas por redução do Justo 371 - Ativos biológicos desreconhecimento do
y
valor ativos biológicos * consumiveis valor do ativo biológico
vendido
(*) Não é usada a conta 73 Variação de inventários de produção atendendo que os ativos
não são valorizados pelo método de custeio de produção.
138
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os registos contabilísticos preconizados deverão ser acompanhados por uma relação dos
nascimentos, aquisições, alterações de preços de mercado, vendas e outras alterações nos
ativos biológicos consumíveis, devidamente quantificadas face ao respetivo justo valor
(menos custos de alienação).
139
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nos ativos biológicos consumíveis, está previsto que os ganhos e perdas resultantes da
aplicação do justo valor concorram para a formação do lucro tributável.50/ 51
De acordo com o artigo 18.º52 do Código do IRC, os gastos das explorações silvícolas
plurianuais podem ser imputados ao lucro tributável tendo em consideração o ciclo de
produção, caso em que a quota-parte desses gastos, equivalente à percentagem que a
extração efetuada no período de tributação represente na produção total do mesmo produto,
e ainda não considerada em período de tributação anterior, podendo ainda ser atualizada de
acordo com a aplicação dos coeficientes de correção monetária.
Na prática, os Gastos e os Ganhos das atividades silvícolas para efeitos fiscais só serão
reconhecidos no ano da venda, sendo que aos gastos como foi acima referido será aplicado
o coeficiente de correção monetária.
50De acordo com a alínea g), n.º 1 do artigo 20.º do Código do IRC, consideram-se rendimentos os resultantes de operações
de qualquer natureza, em consequência de uma ação normal ou ocasional, básica ou meramente acessória, nomeadamente
os ganhos por aumentos de justo valor em ativos biológicos consumíveis que não sejam explorações silvícolas plurianuais.
51
De acordo com a alínea k), n.º 2 do artigo 23.º do Código do IRC, são dedutíveis todos os gastos e perdas incorridos ou
suportados pelo sujeito passivo para obter ou garantir os rendimentos sujeitos a IRC, nomeadamente as perdas por reduções
de justo valor em ativos biológicos consumíveis que não sejam explorações silvícolas plurianuais;
52
Artigo 18.º, n.º7 do CIRC - “Os gastos das explorações silvícolas plurianuais podem ser imputados ao lucro tributável tendo
em consideração o ciclo de produção, caso em que a quota parte desses gastos, equivalente à percentagem que a extração
efetuada no período de tributação represente na produção total do mesmo produto, e ainda não considerada em período de
tributação anterior, é atualizada pela aplicação dos coeficientes constantes da portaria a que se refere o artigo 47.º” do Código
do IRC.
140
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
141
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
6 Produto agrícola
De acordo com o § 2 da NCRF 17, esta norma deve ser aplicada na contabilização do que
se segue quando se relacione com a atividade agrícola:
a) ativos biológicos;
b) produto agrícola no ponto da colheita; e
c) subsídios de entidades públicas
Assim, a NCRF 17 também é aplicada ao produto agrícola colhido dos ativos biológicos da
entidade no momento da colheita. Após este momento, é aplicada a NCRF 18 - Inventários,
ou uma outra Norma Contabilística e de Relato Financeiro aplicável, conforme referido no §
4 da NCRF 17.
Entende-se por colheita quer a separação de um produto de um ativo biológico (por exemplo
a colheita de fruta) quer a cessação dos processos de vida de um ativo biológico (vitelas
abatidas para produção de carne).
Isto é, a NCRF 17 não trata do processamento do produto agrícola após colheita; por
exemplo, a transformação de uvas em vinho por um vitivinicultor que tenha cultivado a vinha
e colhido as uvas. Se bem que tal processamento possa ser uma extensão lógica e natural
da atividade agrícola e os acontecimentos que tenham tido lugar possam ter alguma
similitude com a transformação biológica, esse processamento não é incluído na definição
de atividade agrícola da NCRF 17.
O produto agrícola colhido dos ativos biológicos de uma entidade deve ser mensurado pelo
seu justo valor menos os custos de vender, no momento da colheita. Tal mensuração é
o custo nessa data aquando da aplicação da NCRF 18 - Inventários, ou uma outra Norma
Contabilística e de Relato Financeiro aplicável.
O conceito de justo valor definido por esta NCRF “será a quantia pela qual um ativo pode
ser trocado, ou liquidado um passivo, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa
transação em que nenhum relacionamento existe entre elas”.
142
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A determinação do justo valor de produto agrícola pode ser facilitada pelo agrupamento dos
produtos agrícolas de acordo com características que os diferenciem, por exemplo, por
idade ou qualidade. Para ajudar a determinar esses agrupamentos, a entidade pode
selecionar as características mais usadas na determinação do preço de mercado dos bens.
Este critério de mensuração (justo valor menos custos de alienação) deverá ser utilizado
quando exista um mercado ativo para o produto agrícola, podendo-se utilizar o preço cotado
nesse mercado como base para determinar o justo valor.
No caso de existir mais de um mercado ativo desses bens, deverão utilizar-se os preços do
mercado mais relevantes para o produto agrícola em questão, ou seja, os preços do
mercado no qual o bem irá ser usado.
Se não existir qualquer mercado ativo para esse produto agrícola poderão ser utilizados os
seguintes indicadores na determinação do justo valor:
143
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Reconhecimento inicial
O produto agrícola aqui considerado é aquele que resulta da colheita dos ativos biológicos
de uma entidade, pelo que não é adquirido, resulta da própria atividade da exploração.
O produto agrícola é mensurado pelo seu justo valor menos custos de vender no
momento da colheita.
Em todos os casos, uma entidade mensura o produto agrícola no ponto de colheita pelo seu
justo valor menos custos de vender no momento da colheita. A NCRF 17 reflete o ponto de
vista de que o justo valor do produto agrícola no ponto de colheita pode ser sempre
fiavelmente mensurado.
Entende-se por colheita quer a separação de um produto de um ativo biológico (por exemplo
a colheita de fruta) quer a cessação dos processos de vida de um ativo biológico (vitelas
abatidas para produção de carne).
144
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Se não incorporarem um processo produtivo por exemplo: para a venda em bruto das
uvas:
Se forem para incorporar num processo produtivo por exemplo: elaboração de vinho
pelo produtor:
* O registo na conta da 387 vai influenciar o justo valor apurado no final do período em
relação aos ativos biológicos consumíveis, aquando da contagem física dos bens.
145
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
* O registo na conta da 387 vai influenciar o justo valor apurado no final do período em
relação aos ativos biológicos consumíveis, aquando da contagem física dos bens.
Os registos contabilísticos preconizados deverão ser acompanhados por uma relação dos
nascimentos, aquisições, alterações de preços de mercado, vendas e outras alterações nos
ativos biológicos, devidamente quantificadas face ao respetivo justo valor (menos custos no
ponto-de-venda). Estes procedimentos contabilísticos não necessitam de ser efetuados
animal a animal ou planta a planta, podendo ser efetuados por agrupamento de animais ou
plantas, com o objetivo de facilitar a aplicação das mensurações pelo justo valor. Dessa
forma, esses agrupamentos poderão ser efetuados tendo por base a idade e/ou raça dos
animais, ou de qualquer outro atributo utilizado por exemplo no SIMA, conforme disposto no
§ 15 da NCRF 17.
Nota importante: A opção dos registos acima referidos atendeu ao disposto nas NCRF.
Outra opção não iria, na nossa opinião, ao encontro do preconizado nas NCRF, o que
acontece, por exemplo, quando procedemos ao registo dos ativos biológicos por
contrapartida da conta 73 – Variação dos inventários de Produção (situação que é utilizada
em vários manuais publicados e em pareceres sobre a matéria).
Regra geral a conta 73 – Variação nos inventários de produção inclui a diferença entre os
inventários no fim e no início do período dos produtos acabados e intermédios, dos
subprodutos, resíduos e refugos e dos produtos e trabalhos em curso, valorizados pelo
método de custeio de produção.
146
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para sustentar esta opção refira-se que o procedimento contabilístico relativo ao registo da
variação dos inventários de produção não se encontra expresso em nenhuma NCRF (não se
encontra na NCRF 17 nem na NCRF 18 nem na NCRF 20). A necessidade da utilização
dessa conta, como uma conta de balanceamento resulta do § 93 da Estrutura Conceptual
onde se refere a necessidade de balanceamento entre os gastos e os rendimentos.
§ 93 – “Os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados com base numa
associação direta entre os custos incorridos e a obtenção de rendimentos específicos. Este
processo, geralmente referido como o balanceamento de custos com réditos, envolve o
reconhecimento simultâneo ou combinado de réditos e de gastos que resultem directa e
conjuntamente das mesmas transações ou de outros acontecimentos; por exemplo, os
vários componentes de gastos constituindo o custo dos produtos vendidos são reconhecidos
ao mesmo tempo que o rendimento derivado da venda dos produtos. Porém, a aplicação do
conceito de balanceamento segundo esta Estrutura Conceptual não permite o
reconhecimento de itens no balanço que não satisfaçam a definição de ativos ou passivos.”
Assim, tendo em conta que o reconhecimento dos ativos biológicos está a ser feito pela
aplicação do justo valor e não pelo balanceamento de gastos já registados, entendemos que
o que está em causa é um aumento do justo valor pelo que a aplicação da conta 774 –
Ganhos por aumento do justo valor e consequentemente a apresentação na Demonstração
de Resultados na rubrica de aumentos/reduções do justo valor enquadra do ponto de vista
conceptual a operação corretamente.
Assim, vejamos os registos que podem ocorrer nas várias situações relacionadas com o
tratamento dos produtos agrícolas.
147
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
148
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Uma entidade, que não seja microentidade, que tenha outras atividades, para além das
atividades definidas no n.º 4 do artigo 12.º do Decreto-Lei 158/2009, de 13 de julho, deve
adotar os sistema de inventário permanente a essas outras atividades.
- Até 31/12/2015 o inventário permanente não era obrigatório para as entidades que não
ultrapassem, durante dois exercícios consecutivos, dois dos três limites indicados no n.º 2
do artigo 262.º do Código das Sociedades Comerciais:
54
Ver FAQ 18 da CNC
149
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
das atividades desenvolvidas pela entidade e à relação entre o custo a suportar com a
obtenção da informação e o benefício dela resultante, sendo aceitável que o registo
conatabilistico neste sistema, possa ser efetuado, pelo menos, no final de cada mês.
O mesmo Ofício refere o parecer da CNC55: “a aplicação do sistema de inventário
permanente na escrituração comercial digráfica, pode basear-se em registos extra
contabilísticos, os quais deverão identificar os bens quanto à natureza, quantidade e custos
unitários e globais, suscetíveis de permitiem o controlo de correspondência entre os valores
constantes dos registos contabilísticos e os valores apurados com base em contagens
físicas de inventários.”
Pela Venda:
E no final do período:
Saídas de produtos acabados no final do período pelo apuramento do custo das vendas
150
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
345 - Produtos
731 - Variação nos acabados e Pelo apuramento do custo da venda
x
inventários de produção intermédios - do produto agrícola
produtos agrícolas
No final do período
Pelo apuramento do custo das matérias-primas (produtos agrícolas) incorporadas
Nota: No período seguinte deve-se desreconhecer este valor (débito 73 /crédito 36), para no
final do período ou quando a produção acabar serem reconhecidos os respetivos custos
totais acumulados, incluídos os já incorporados em períodos anteriores.
Atenção que para controlar bem estas operações devem ser criadas subcontas para
evidenciar bem o que está em causa.
151
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A NCRF 17 no que respeita ao produto agrícola colhido dos ativos biológicos no ponto da
colheita refere que este deve ser mensurado pelo seu justo valor menos os custos de
vender no momento da colheita. Tal mensuração é o custo nessa data aquando da
aplicação da NCRF 18 - Inventários, ou uma outra Norma Contabilística e de Relato
Financeiro aplicável.
56
Para efeitos da determinação do lucro tributável, os rendimentos e gastos dos inventários são os que resultam da aplicação
de métodos que utilizem preços de venda dos produtos colhidos de ativos biológicos no momento da colheita, deduzidos dos
custos estimados no ponto de venda, excluindo os de transporte e outros necessários para colocar os produtos no mercado
(artigo 26.º, n.º 1, alínea d) do Código do IRC)
57
Alínea d), n.º 1 do artigo 26.º do Código do IRC
152
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Vejamos então a aplicação prática da exclusão da aceitação do justo valor nos ativos
biológicos consumíveis e no produto agrícola no momento da colheita:
Taxa de desconto: 6%
€
Coef.
Gastos Gastos Efeito em Custos desv. Custo fiscal em
manutenção exploração Receitas Cash flow Justo valor resultados capitalizados mon. 2021 Tributação
2010 200 000,00 -200 000,00 234 442,76 34 442,76 200 000,00 1,24 248 674,86 0
2011 12 500,00 -12 500,00 261 009,33 14 066,57 212 500,00 1,22 15 237,43 0
2012 12 500,00 -12 500,00 289 169,89 15 660,56 225 000,00 1,2 14 938,66 0
2013 12 000,00 -12 000,00 318 520,08 17 350,19 237 000,00 1,17 14 059,91 0
2014 13 000,00 -13 000,00 350 631,28 19 111,20 250 000,00 1,15 14 932,91 0
2015 12 000,00 -12 000,00 383 669,16 21 037,88 262 000,00 1,13 13 513,95 0
2016 14 000,00 -14 000,00 420 689,31 23 020,15 276 000,00 1,1 15 457,13 0
2017 12 000,00 -12 000,00 457 930,67 25 241,36 288 000,00 1,08 12 989,19 0
2018 5 000,00 -5 000,00 490 406,51 27 475,84 293 000,00 1,06 5 306,04 0
2019 5 000,00 -5 000,00 524 830,90 29 424,39 298 000,00 1,04 5 202,00 0
2020 5 000,00 -5 000,00 561 320,75 31 489,85 303 000,00 1,02 5 100,00 0
2021 5 000,00 150 000,00 750 000,00 595 000,00 595 000,00 33 679,25 458 000,00 1 155 000,00 57 396,98
308 000,00 150 000,00 750 000,00 292 000,00 292 000,00 520 412,08 73 000,00
58 Taxa geral de IRC em vigor em 2020 que serve como exemplo n.º 1 do artigo 87.º do CIRC
153
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para além disso, por força da publicação da Portaria n.º 126/2019, de 2 de maio, passa
também a ser obrigatória a comunicação dos ativos biológicos (animais ou plantas vivos)
valorizados.
154
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Quanto aos ativos biológicos de produção, eles não devem ser relacionados na
comunicação dos inventários, devendo apenas referir-se os produtos agrícolas que são
colhidos desses ativos biológicos.
Quanto aos ativos biológicos consumíveis, estes não deverão ser comunicados se, no
exercício a que a comunicação se reporta, não tiver ocorrido a respetiva colheita e a
consequente transição dos produtos colhidos para uma conta de inventário.
Do mesmo modo, as entidades que adotem o regime de normalização contabilística para
microentidades deverão comunicar os ativos biológicos consumíveis após o momento da
colheita.”
Até 2019, em relação aos inventários de 2018, estavam dispensados da comunicação dos
inventários, os sujeitos passivos, cujo volume de negócios (vendas e prestação de serviços)
do exercício anterior ao da respetiva comunicação não excedia 100.000 euros. A partir de
janeiro de 2020, e neste caso em relação aos inventários existentes em 31 de dezembro de
2019, o volume de negócios não é relevante para efeitos de comunicação de inventários,
dado que apenas estão dispensados desta comunicação as entidades a que seja aplicável o
regime simplificado de tributação em sede de IRS ou IRC.
As entidades do setor não lucrativo enquanto pessoas coletivas com sede, estabelecimento
estável ou domicílio fiscal em território nacional, que disponham de contabilidade
organizada, também estão abrangidas por esta obrigatoriedade de comunicação dos
inventários até 31 de janeiro.
155
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
156
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
São reconhecidos como equipamentos biológicos os animais e plantas vivas que reúnam os
requisitos de reconhecimento como investimento e que não se enquadrem na NCRF 17 –
Agricultura, isto é que não se destinem a atividades agrícolas.
Entende-se como atividade agrícola, a gestão efetuada por uma entidade na transformação
biológica de ativos biológicos, em produto agrícola ou em ativos biológicos para venda.
Estes ativos são reconhecidos como ativos fixos tangíveis e seguem a aplicação da NCRF7.
Por exemplo, se uma empresa que tem como atividade o ensino de equitação e compra um
cavalo, estamos perante um bem que a empresa controla e gera benefícios económicos
para a empresa através da sua utilização, pelo que cumpre as características de
reconhecimento como ativo.
Por seu lado a NCRF 7 refere no seu § 7, que “o custo de um item de activo fixo tangível
deve ser reconhecido como ativo se, e apenas se:
(a) for provável que futuros benefícios económicos associados ao item fluam para a
entidade; e
157
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Entretanto, a NCRF 7 estabelece que, por definição “Um item do ativo fixo tangível que seja
classificado para reconhecimento como um ativo deve ser mensurado pelo seu custo.
Mensuração subsequente
A NCRF 7 refere que na mensuração subsequente uma entidade pode optar pelo método do
custo ou pelo método da revalorização como sua política contabilística e deve aplicar essa
política a uma classe inteira de ativos fixos tangíveis.
Resumo
Método do custo
Mensuração
ou
subsequente
Método da revalorização
158
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1- Adquiridos
2- Nascer na entidade;
159
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Valor
Conta a débito Conta a crédito Valor
(u.m.)
7871- Rendimentos em
438-Depreciações investimentos não financeiros - Pela desreconhecimento das
x
Acumuladas Alienações ou 6871-Gastos em depreciações registadas
investimentos não financeiros
7871- Rendimentos em
Pela desreconhecimento de
439-Perdas por Imparidades investimentos não financeiros -
y eventuais imparidades
acumuladas Alienações ou 6871-Gastos em
registadas
investimentos não financeiros
7871- Rendimentos em
investimentos não financeiros
436 - Ativo fixo tangível - Pelo desreconhecimento do
- Alienações ou 6871-Gastos z
Equipamento Biológico ativo
em investimentos não
financeiros
7871- Rendimentos em
278-Outros devedores e
investimentos não financeiros -
credores ou 12 Depositos à W Pelo Valor da venda
Alienações ou 6871-Gastos em
ordem
investimentos não financeiros
Nota: Apenas devem ser reconhecidas as depreciações até ao período anterior ao abate ou
à venda
O reconhecimento dos ativos fixos tangíveis apenas deverá acontecer no momento em que
os ativos estejam prontos e disponíveis para serem utilizados na atividade da entidade.
160
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Após a conclusão do processo de nascimento e criação do animal, logo que este esteja em
condições de ser utilizado, deverá ser reconhecido o ativo, valorizado com o total dos custos
associados ao nascimento e criação.
436 - Aivo fixo tangível - 453 - Investimento em curso Pela transferência do Investimento em curso
Equipamento Biológico - Equipamentos biológicos para AFT
Estes custos a serem imputados à obra poderão ser apurados extra-contabilisticamente, por
exemplo, através de uma folha de obra, onde se registem as quantidades de materiais
utilizados na obra, o nº de horas de utilização de pessoal, o nº horas de utilização de
máquinas e outras quantidades de bens ou serviços utilizados.
161
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
De referir, que o parágrafo 11 da NCRF 7 permite que se considerem por uma quantia e
quantidade fixa, os animais que, no seu conjunto, satisfaçam as seguintes condições:
Este poderá ser o caso, por exemplo, de aquários em lojas em que se verifica o nascimento
de pequenos animais, em grandes quantidades, como por exemplo: pequenos peixes ou
pequenas rãs, que poderão ser registados por uma única quantia e uma única quantidade,
com base num valor padrão, tendo em atenção o histórico da criação desses animais.
Os registos contabilísticos para o abate e venda são os mesmos que se aplicam aos
equipamentos biológicos adquiridos.
Os equipamentos biológicos são reconhecidos como ativos fixos tangíveis quer para efeitos
contabilísticos quer para efeitos fiscais, sendo as depreciações e imparidades aceites
fiscalmente de acordo com o definido para os activos fixos tangíveis.
162
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
8 Os Terrenos Agrícolas
A NCRF 7 aplica-se aos ativos fixos tangíveis usados para desenvolver ou manter os ativos
biológicos relacionados com a atividade agrícola no âmbito da NCRF 17.
O custo de um terreno agrícola deve ser reconhecido como ativo se, e apenas se:
(a) For provável que futuros benefícios económicos associados ao item fluam para a
entidade; e
(a) O seu preço de compra, incluindo os impostos de compra não reembolsáveis59, após
dedução dos descontos e abatimentos;
(b) Quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo nas condições necessárias
para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida;
163
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
(5) Honorários.
Numa exploração agrícola estão associados aos custos de aquisição do terreno os custos
de desbravamento, movimentação de terras e drenagem que lhes respeitam. São ainda de
incluir nos custos dos terrenos a preparação dos terrenos para a atividade produtiva, como
sejam terraplanagens, vedações, sistemas de águas, de esgotos, entre outros. Estes
melhoramentos estão sujeitos a deperecimento, contrariamente ao que regra geral acontece
com os terrenos propriamente ditos.
O parágrafo 58 da NCRF 7 define que os terrenos e edifícios são ativos separáveis e são
contabilizados separadamente, mesmo quando sejam adquiridos conjuntamente. Com
algumas exceções, como as pedreiras e os locais usados como aterros, os terrenos têm
60 Não será de incluir na base fiscal depreciável a estimativa inicial dos custos de desmantelamento e remoção
do ativo e de restauração do local no qual está localizado, a qual corresponde a uma provisão.
164
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
uma vida útil ilimitada pelo que não são depreciados. Os edifícios têm vida útil limitada e, por
isso, são ativos depreciáveis. Um aumento no valor de um terreno no qual um edifício esteja
construído não afeta a determinação da quantia depreciável do edifício.
Existe uma limitação às depreciações dos terrenos tanto a nível contabilístico como a nível
fiscal, dado que os mesmos, regra geral, não são passiveis de depreciação, bem como da
parte dos terrenos de exploração que não seja depreciável.
Desta forma, excetuando os casos de desgaste efetivo dos terrenos, tais como minas,
pedreiras e terrenos de cultivo agrícola, os mesmos não são passíveis de deperecimento
contabilístico e fiscal. Os terrenos para fins agrícolas que tenham sido adquiridos em estado
de uso, conforme o Despacho de 26/02/2007 sobre o Processo n.º 2583/06 a seguir
transcrito, podem ser objeto de depreciações contabilísticas e fiscais.
Temos que dar relevância à separação da parte do terreno de exploração que é passível de
deperecimento daquela que não é. A nível fiscal não existindo critério objetivo definido para
a desagregação deverá ser aceite qualquer critério económico razoável.
Por exemplo61 uma sociedade que detém um parque eólico para produzir eletricidade,
possui uma licença de exploração de um terreno por um período de 15 anos. Existe um
contrato celebrado com o proprietário do terreno onde estão implantadas as turbinas eólicas
que prevê que no final do período de 15 anos deverá a empresa do setor das energias
61
Exemplo referido em: Vasconcelos, André Alpoim; Pinto, Cristina, “Regime Fiscal das Depreciações e Amortizações”
Anotado e Comentado. Areal Editores, junho 2011.
165
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
renováveis proceder ao restauro do local, cujo custo estimado é de €600.000. Desta forma,
de acordo com o § 17 da NCRF 7 na aquisição e construção do parque eólico deverá ser
registada uma provisão com base no valor estimado de restauro/reposição em contrapartida
do valor do ativo fixo tangível. Apesar deste custo de desmantelamento constituir o custo de
aquisição do ativo fixo tangível, este valor não integrará a base fiscal do ativo para efeitos de
depreciação fiscal.
Nos termos do n.º 1 do artigo 28.º do CIRC, “são aceites como custos as reintegrações e
amortizações de elementos do ativo sujeitos a deperecimento, considerando-se como tais
os elementos do ativo imobilizado que, com caráter repetitivo, sofrerem perdas de valor
resultantes da sua utilização, do decurso do tempo, do progresso técnico ou de quaisquer
outras causas”.
Ainda de acordo com o previsto n.º 1 do artigo 1.º do Decreto Regulamentar n.º 2/90, de 12
de janeiro, podem ser objeto de reintegração e amortização os elementos do ativo
imobilizado sujeitos a deperecimento. Considerando-se estes normativos, conclui-se que só
podem ser considerados como em estado de uso os bens sujeitos a deperecimento.
Ora, no caso de imóveis, para efeitos de cálculo das respetivas quotas de reintegração, é
excluído o valor do terreno ou, no caso de terrenos de exploração, a parte do respetivo valor
não sujeita a deperecimento, ou seja, regra geral os terrenos não estão sujeitos a
deperecimento, exceto no caso de terrenos de exploração em que se considere que existem
perdas de valor resultantes da sua utilização, do decurso do tempo, do progresso técnico ou
de qualquer outras causas com caráter repetitivo.
Assim, um terreno agrícola e, como tal, de exploração, só poderá ser adquirido em estado
de uso se na esfera do alienante foi considerado como sujeito a deperecimento, devendo
nesse caso cumprir as condições do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto Regulamentar n.º 2/90.
Não sendo considerado adquirido em estado de uso, não poderá ser aplicada a parte final
do n.º 1 do artigo 45.º, ainda que existam relações especiais ente a entidade adquirente e o
alienante.
166
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
9 Casos Práticos
Bovinos – Mirandesas
A Sociedade Portugal, Lda., cuja atividade consiste na produção de vitelas para abate,
adquiriu em Janeiro de N, 500 vacas reprodutoras Mirandesas por 400.000,00 €. De acordo
com a consulta das cotações no sistema SIMA o valor mais frequente de cada vaca
reprodutora é de 925,00€.
Em Dezembro de N nasceram 450 vitelos para abate, cujo justo valor a essa data é de
450,00 € . O justo valor das vacas reprodutoras mantêm-se.
Problemática do Reconhecimento
Inicialmente
- reconhecidos nos Ativos pelo justo valor
Subsequentemente:
167
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Reconhecimento Inicial:
• Pela Aquisição do Ativo Biológico de Produção (vacas reprodutoras Mirandesas)
Conta a débito Conta a crédito Valor (u.m.) Valor
372x 11 ou 12 ou 2711 400.000,00 Custo de aquisição
372x 774x 65.000,00 Justo valor - ajustamento
Balanço em 31 de Dezembro de N
168
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ganho
Vacas
do 65.000,00 Não é aceite fiscalmente Deduz Q 07 mod 22
reprodutoras
exercício
É aceite
Ganho
Vitelos para fiscalmente/releva para Não se faz nenhum
do 202.500,00
abate efeitos do apuramento ajustamento no mod 22
exercício
do lucro tributável
Contabilidade Fiscalidade
Aquisição de
Valor Aquisição das vacas
Vacas 400.000,00 Não se faz nada
Aquisição reprodutoras
reprodutoras
169
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Como esta operação só releva para efeitos fiscais é importante que o dossier fiscal explicite
esta situação para controlo do período mínimo de depreciação dos animais, sugerindo-se a
criação deste mapa que deve constar todos os anos do dossier fiscal:
Vacas Reprodutoras
Gasto fiscal a
considerar
Data N.º de Valor de anualmente Gasto fiscal
Aquisição animais aquisição Txa minima Deduz Q07 Acumulado
Nota: Durante este período de tempo deverá ter em conta os abates e vendas nos animais
adquiridos que poderão alterar o mapa em anos seguintes.
A taxa mínima considerada teve como base a tabela I – taxas específica do Decreto-
Regulamentar 25/2009 prevista para outros animais reprodutores (cód 0165) 10%62.
A Sociedade Alentejana, Lda., cuja atividade consiste na exploração de suínos para abate
adquiriu em Janeiro de N, 300 porcas de raça alentejana reprodutoras por 40.000,00€. De
acordo com a consulta das cotações no sistema SIMA o valor mais frequente de cada porca
reprodutora daquela raça é de 130,00€.
Em Dezembro de N, nasceram 1550 leitões para abate cujo justo valor a essa data é de
40,00 €. O justo valor das porcas reprodutoras é à data de 31 de Dezembro 140,00€.
62
Existe uma informação vinculativa que permite a aplicação de uma taxa mínima de 25% para as vacas leiteiras.
170
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Reconhecimento Inicial:
Mensuração subsequente:
• Pelo ajustamento em 31 de Dez relativamente ao justo valor das porcas
Conta a débito Conta a crédito Valor (u.m.) Valor
371x 774x 3.000,00 Justo valor
171
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
É aceite
fiscalmente/releva Não se faz nenhum
Leitões para Ganho do
62.000,00 para efeitos do ajustamento no mod
abate exercício
apuramento do lucro 22
tributável
Ganho em
Porcas Não é aceite
31 Dez do 3.000,00 Deduz Q 07 mod 22
reprodutoras fiscalmente
exercício
172
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Contabilidade Fiscalidade
Aquisição de
Valor Aquisição das porcas
porcas 40.000,00 Não se faz nada
Aquisição reprodutoras
reprodutoras
Como esta operação só releva para efeitos fiscais, é importante que o dossier fiscal explicite
esta situação para controlo do período mínimo de depreciação dos animais, sugerindo-se a
criação deste mapa que deve constar todos os anos do dossier fiscal:
Porcas Reprodutoras
Gasto fiscal a
Data N.º de Valor de considerar Gasto fiscal
Aquisição animais aquisição Txa minima anulamente Acumulado
Nota: Durante este período de tempo deverá ter em conta os abates e vendas nos animais
adquiridos que poderão alterar o mapa em anos seguintes.
A taxa mínima considerada teve como base a tabela I – taxas especifica do Decreto-
Regulamentar 25/2009 prevista para porcas reprodutores (cód 0160) 33,33%.
173
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A Sociedade Lima, Lda., cuja atividade consiste no cultivo de Laranjas e Limões para venda.
A sociedade tinha adquirido o Laranjal em 2005 por 10.000,00€ e o seu justo valor atual é
de 9.800,00€.
De acordo com a consulta das cotações no sistema SIMA, o valor por Kg de Laranja tem
uma cotação de 0,80€ e para o limão 0,90€.
174
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Reconhecimento Inicial:
• Pela Aquisição do Laranjal
Conta a débito Conta a crédito Valor (u.m.) Valor
372x – Ativos
biológicos de 11 ou 12 ou 2711 10.000,00 Custo de aquisição
produção
Mensuração subsequente:
• Pela Mensuração do Laranjal ao justo valor em 31/dez
Conta a débito Conta a crédito Valor (u.m.) Valor
664x-Perdas 372x – Ativos
por diminuição biológicos 200,00 Justo valor
do justo valor consumíveis
O Laranjal é ajustado ao justo valor de acordo com a NCRF17, pelo que contabilisticamente
não pode ser depreciado.
175
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Balanço
Sociedade Portugal, LDA.
BALANÇO INDIVIDUAL EM 31 DE Dezembro DE N
DATAS
RUBRICAS NOTAS
31 Dez N 31 Dez N-1
ATIVO
Ativo não corrente
Acivos fixos tangíveis 20.000,00
Ativos biológicos 9.800,00
Ativo corrente
Inventários 603,00
Ativos biológicos
Clientes
Caixa e depósitos bancários 2.000,00
Total do Activo 32.403,00
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital Próprio
Capital realizado 5.000,00
Resultados Transitados 0,00
Resultado Líquido do Período 403,00
Total do Capital Próprio 5.403,00
Passivo
Passivo não corrente
Financiamentos obtidos 26.000,00
Outras contas a pagar
Passivo corrente
Fornecedores 1.000,00
Adiantamentos de clientes
Estado e outros entes públicos
Total do passivo 27.000,00
Total do capital próprio e do
passivo 32.403,00
Contabilidade Fiscalidade
É aceite
Justo valor fiscalmente/releva Não se faz nenhum
Ganho do
dos produtos 603,00 para efeitos do ajustamento no mod
exercício
colhidos apuramento do lucro 22
tributável
176
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Contabilidade Fiscalidade
Aquisição do Valor
10.000,00 Aquisição do laranjal Não se faz nada
laranjal Aquisição
Como esta operação só releva para efeitos fiscais é importante que o dossier fiscal explicite
esta situação para controlo do período mínimo de depreciação, sugerindo-se a criação deste
mapa que deve constar todos os anos do dossier fiscal:
Laranjal
Gasto fiscal a
Data N.º de Valor de considerar Gasto fiscal
Aquisição plantas aquisição Txa minima anulamente Acumulado
Nota: Durante este período de tempo deverá ter em conta o abate das plantas ou compra de
novas plantas que poderão alterar o mapa em anos seguintes.
A taxa mínima considerada teve como base a tabela I – taxas especifica do Decreto-
Regulamentar n.º 25/2009 prevista para as plantações de citrinos (cód. 0055) 5%.
177
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Pelas características do seu solo e clima, para além de outros fatores, Portugal tem sido,
desde há décadas, líder na produção e transformação mundial de cortiça natural da espécie
designada Quercus Suber63.
A cortiça natural corresponde à casca do sobreiro, uma árvore de grande longevidade com
uma enorme capacidade de regeneração. O sobreiro vive em média 150 a 200 anos, apesar
dos muitos descortiçamentos que lhe fazem ao longo da sua existência: cerca de 16
intercalados por períodos de 9 anos. A cortiça é extraída ciclicamente, em intervalos
regulares, o que promove o crescimento saudável da árvore ao longo da sua vida.
• A primeira tiragem produz cortiça com uma estrutura muito irregular, denominada
"cortiça virgem"
É apenas a partir da terceira tiragem e das seguintes que se obtém a cortiça com as
características ideais, denominada "cortiça amadia". A partir desse momento, a árvore passa
a fornecer cortiça de boa qualidade por um período de aproximadamente de 100 a 150
anos.
63 Apenas duas espécies de sobreiros são suscetíveis de ser utilizados para a produção de cortiça natural. A espécie Quercus
Suber, presente em explorações silvícolas nas regiões mediterrânicas de Portugal, Itália, Espanha, Marrocos, França, e Argélia
e a espécie Quercus Variabilis, presente em florestas selvagens, predominantemente na China. As características de cortiças
178
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Por forma a não debilitar as árvores, existem leis governamentais que regulam o
descortiçamento dos sobreiros. Em Portugal, os ciclos de descortiçamento não deverão ser
inferiores a nove anos. Com vista a controlar a última data de descortiçamento da árvore,
inscreve-se o ano da tiragem da cortiça sobre a superfície dos sobreiros.
A Sociedade Oliveira, Lda, cuja atividade é a silvicultura, tem um terreno com 100 hectares
com sobreiros, no Ribatejo, e 15 hectares em Trás-os-Montes, donde extrai cortiça. O custo
de aquisição dos terrenos e dos sobreiros foi respetivamente €200.000,00 e €500.000,00.
A cortiça é extraída de 9 em 9 anos. O último ano em que se extraiu cortiça foi em 2009,
pelo que a próxima extração se prevê para o ano 2018.
A estimativa de colheita é de 36.000 arrobas de cortiça para o Ribatejo e 7.000 arrobas para
Trás-os-Montes. De acordo com a consulta das cotações no sistema SIMA o preço por
Arroba de cortiça no Ribatejo é de €22,00 e em Trás-os-Montes €12,50, pelo que o valor dos
ganhos estimados de venda menos os custos de vender são respetivamente de
€792.000,00 e €87.500,00.
das duas espécies são francamente distintas, sendo a espécie Quercus Suber que proporciona cortiça de qualidade superior
com um rol de aplicações mais diversificado de de maior valor acrescentado para a indústria.
179
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Como o valor apurado tem a ver com uma projeção futura, dever-se-á recorrer ao valor
presente dos fluxos de caixa líquidos do ativo, descontados a uma taxa pré-imposto,
determinada no mercado corrente, de acordo com o § 20 da NCRF 17.
Para estimar o justo valor recorrendo à utilização do valor presente dos fluxos de caixa
esperados, deve-se recorrer, sempre que possível, a dados do mercado. Por exemplo, em
relação à cortiça existe um mercado ativo para o produto colhido, mas não existe um
mercado para a cortiça em crescimento. Neste caso, o justo valor pode ser determinado
projetando os influxos de caixa provenientes da venda da cortiça, menos os gastos
necessários para acompanhar o seu crescimento, descontando-os a um valor presente.
180
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Valor presente da cortiça = (preço de venda total espectável - gastos necessários para
acompanhar o crescimento da cortiça) / (1+ taxa de atualização) n
Calculo do valor
Valor Atualização Valor
presente venda Gastos do Justo valor a
ANO presente da valor dos presente (1)-
da cortiça em exercício (2) reconhecer
venda (1) gastos (3) (3)
(Euros) 2018
((792000+87500)/
31-12-2010 551.809,18 -10.000,00 -88.929,66 462.879,52 462.879,52
n (1+0,06)^9
((792000+87500)/
31-12-2011 584.917,73 -12.500,00 -81.765,44 503.152,29 40.272,77
n+1 (1+0,06)^8
((792000+87500)/
31-12-2012 620.012,80 -12.500,00 -74.171,37 545.841,43 42.689,14
n+2 (1+0,06)^7
((792000+87500)/
31-12-2013 657.213,56 -12.000,00 -66.621,65 590.591,92 44.750,49
n+3 (1+0,06)^6
((792000+87500)/
31-12-2014 696.646,38 -13.000,00 -57.618,95 639.027,43 48.435,51
n+4 (1+0,06)^5
((792000+87500)/
31-12-2015 738.445,16 -12.000,00 -49.076,08 689.369,08 50.341,65
n+5 (1+0,06)^4
((792000+87500)/
31-12-2016 782.751,87 -14.000,00 -38.020,65 744.731,22 55.362,14
n+6 (1+0,06)^3
((792000+87500)/
31-12-2017 829.716,98 -12.000,00 -28.301,89 801.415,09 56.683,87
n+7 (1+0,06)^2
((792000+87500)/
31-12-2018 879.500,00 -30.000,00 -30.000,00 849.500,00 78.084,91
n+8 (1+0,06)^1
Totais 879.500,00 -128.000,00 879.500,00
n = n+1/(1+0,06)+gastosn+1/1+0,06)
n+1= n+2/(1+0,06)+gastosn+2/1+0,06)
n+2 = n+3/(1+0,06)+gastosn+3/1+0,06)
n+3 = n+4/(1+0,06)+gastosn+4/1+0,06)
n+4 = n+5/(1+0,06)+gastosn+5/1+0,06)
n+5 = n+6/(1+0,06)+gastosn+6/1+0,06)
n+6 = n+7/(1+0,06)+gastosn+7/1+0,06)
n+7 = n+8/(1+0,06)
181
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os valores dos gastos foram atualizados anualmente, atendendo a que os valores anuais
são valores correntes do próprio ano.
No ano n os gastos do período no valor de €10.000 são registados nesse período e no justo
valor a reconhecer considera-se o efeito dos gastos futuros do ciclo de crescimento da
cortiça. Nos períodos seguintes o cálculo é efetuado na mesma forma.
% Valor a
Justo valor a Valor por
ANO crescimento reconhecer
reconhecer reconhecer
(Euros) cortiça por período
Para efeito de determinação do lucro tributável em IRC, o justo valor dos ativos biológicos
consumíveis de atividades silvícolas não são aceites fiscalmente.
182
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Refere o artigo 18.º do CIRC que os gastos das explorações silvícolas plurianuais podem
ser imputados ao lucro tributável tendo em consideração o ciclo de produção, caso em que a
quota parte desses gastos, equivalente à percentagem que a extração efetuada no período
de tributação represente na produção total do mesmo produto, e ainda não considerada em
período de tributação anterior, podendo ainda ser atualizada de acordo com a aplicação dos
coeficientes de correção monetária.
Gastos do
exercício
1ano 2010 10.000,00
2ano 2011 12.500,00
3ano 2012 12.500,00
4ano 2013 12.000,00
5ano 2014 13.000,00
6ano 2015 12.000,00
7ano 2016 14.000,00
8ano 2017 12.000,00
venda 2018 30.000,00
Total 128.000,00
Natureza do problema
Fiscalmente, o justo valor não vai ser aceite, pelo que terão que se fazer os ajustamentos
necessários no quadro 07 da declaração modelo 22 do IRC.
183
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ano 2010
Pela aplicação do justo valor à cortiça que se encontra em crescimento e que vai aumentar
o justo valor dos sobreiros64
O sobreiro é considerado um ativo biológico que está inserido numa atividade de silvicultura.
A cortiça, enquanto não for colhida, é parte integrante do ativo biológico que é o sobreiro,
não reunindo, assim, condições para ser reconhecida como ativo independente pois
considerar a cortiça como ativo biológico implicaria reconhecer que, só por si, seria uma
planta viva, o que não é manifestamente o caso. Planta viva é o sobreiro no seu todo.
Desta forma, cortiça só pode ser reconhecida como elemento independente aquando da
extração, sendo, então, reconhecida como produto agrícola. É, aliás, o que igualmente
sucede com o reconhecimento como produto agrícola da lã, troncos, algodão, leite,
carcaças, folhas, uvas, etc.
Durante o ciclo de produção da cortiça ocorre uma transformação no sobreiro que altera
qualitativa e quantitativamente este ativo biológico. Ou seja, durante esse ciclo, o justo valor
do sobreiro vai aumentando até à data da colheita, em que sofre uma redução.
A quantia dessa redução corresponderá ao justo valor da cortiça extraída, o qual se foi
formando durante o ciclo de produção.
64
Nota: O Justo valor dos sobreiros não sofreu alteração per sí, valorizou-se com o crescimento da cortiça que é imputado ao
sobreiro.
184
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Valor acumulado
Valor Recomhecimento justo valor dos
presente do justo valor da sobreiros com a
Anos reconhecido cortiça valor do terreno cortiça
65 Nos termos dos §§ 21 a 23 da NCRF 17 e tomando em linha de conta a evolução da transformação biológica.
185
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Gastos do exercício
relacionados com os
Anos sobreiros
Conta a débito 6x (várias rubricas)
22 ou 12 Fornecedores ou
Conta a crédito meios monetários líquidos
2010 10.000,00
2011 12.500,00
2012 12.500,00
2013 12.000,00
2014 13.000,00
2015 12.000,00
2016 14.000,00
2017 12.000,00
Contabilidade Fiscalidade
Gastos
perda do
registados nos É aceite fiscalmente Não se faz nada
exercício
exercícios
A partir de 2014, com a introdução da Reforma do IRC, foi introduzido o artigo 45.º A que
permite reconhecer fiscalmente a depreciação relacionada com o valor de aquisição dos
sobreiros:
Contabilidade Fiscalidade
Não se
Aquisição dos Aquisição dos
Valor Aquisição 500.000,00 faz
sobreiros sobreiros
nada
186
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Gastos para
efeitos fiscais
Deduz
Gastos equivalente à
Q 07
Contabilísticos depreciação
Sobreiros 0,00 mod 22
Com contabilística
20
depreciação aceite
000,00
fiscalmente se
esta existisse
Como esta operação só releva para efeitos fiscais, é importante que o dossier fiscal explicite
esta situação para controlo do período mínimo de depreciação, sugerindo-se a criação deste
mapa que deve constar todos os anos do dossier fiscal:
Sobreiros
Gasto fiscal a
Data N.º de Valor de Taxa considerar
Aquisição plantas aquisição mínima anualmente
115
1/1/N Hectares 500 000,00 4,00% 20 000,00
115
N+1 Hectares 500 000,00 4,00% 20 000,00
… … … … …
115
N+19 Hectares 500 000,00 4,00% 20 000,00
Nota: A taxa mínima considerada teve como base a tabela I – taxas especifica do Decreto-
Regulamentar 25/2009 prevista para as plantações de bosques e florestas (cód 0040) 4%66.
66
Foi publicada a Lei n.º 2/2014, de 16 de Janeiro, que procedeu à reforma do Código do IRC e do Decreto Regulamentar n.º
25/2009, de 14 de Setembro. Entre as novidades introduzidas destaca-se a objetivação do valor da percentagem da taxa
específica relativa aos bosques e florestas, prevendo-se, a partir de 1 de janeiro de 2014, que a respetiva dedutibilidade fiscal
das depreciações se efetue de acordo com o regime de exploração ou, por opção do sujeito passivo, à taxa específica de 4%.
Recordamos que até 31 de dezembro 2013, não existia definição do valor da taxa específica a aplicar aos bosques e florestas,
nomeadamente ao sobreiro, pinheiro manso, e outras culturas silvícolas.
187
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Valor acumulado
justo valor dos
sobreiros com a
Anos valor do terreno cortiça
372x -Ativos
Conta a 431x - Ativos fixos biológicos de
débito tangíveis - terrenos produção
01-01-2011 200.000,00 551.431,06
01-01-2012 200.000,00 651.813,55
01-01-2013 200.000,00 783.156,18
01-01-2014 200.000,00 919.794,28
01-01-2015 200.000,00 1.041.590,48
01-01-2016 200.000,00 1.140.109,54
01-01-2017 200.000,00 1.221.481,96
01-01-2018 200.000,00 1.292.533,63
Ano 2018
Tendo em conta que a cortiça foi efetivamente vendida em 2018 pelo valor de €730.000,00,
que implicações contabilísticas e fiscais se evidenciam na operação no ano 2018?
- Justo valor dos sobreiros tendo em conta a valorização da cortiça até 2017 –
€1.292.533,63
188
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Pelo reconhecimento do produto colhido e ajustamento do justo valor dos ativos biológicos
de produção após o corte da cortiça.
O Justo valor da cortiça colhida foi determinado tendo em conta a colheita e o valor por
arroba num mercado ativo relatado pelo SIMA.
189
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
345 - Produtos
73 - Variações nos
acabados e
inventários de 731.500,00 Custo das vendas
intermédios -
produção
produtos agrícolas
coeficiente de Gastos do
Gastos do correcção exercício corrigido
exercício * monetária pelo Coef.
1ano 2010 10.000,00 1,2 12.000,00
2ano 2011 12.500,00 1,16 14.500,00
3ano 2012 12.500,00 1,12 14.000,00
4ano 2013 12.000,00 1,1 13.200,00
5ano 2014 13.000,00 1,08 14.040,00
6ano 2015 12.000,00 1,05 12.600,00
7ano 2016 14.000,00 1,03 14.420,00
8ano 2017 12.000,00 1 12.000,00
venda 2018 0,00 0,00
Total 98.000,00 106.760,00
190
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Contabilidade Fiscalidade
É aceite
Ganho do fiscalmente/releva para Não se faz nenhum
Valor da venda 730.000,00
exercício efeitos do apuramento do ajustamento no mod 22
lucro tributável
Inclusão do acréscimo
dos gastos por
aplicação do 8,760,00 Deduz Q 07 mod 22
coeficiente de correção
monetária
Os ganhos para efeito fiscal só são reconhecidos no ano da venda. Refira-se ainda que aos
gastos foi aplicado o coeficiente de correção monetária, sendo acrescido em termos fiscais o
respetivo diferencial do acréscimo por aplicação do coeficiente de correção monetária, de
acordo com o n.º 7 do artigo 18.º do Código do IRC.
191
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Em relação aos subsídios relacionados com ativos biológicos, a Norma faz a distinção entre
subsídios não condicionais e subsídios condicionais, cada um dos quais com especificidade
no que respeita ao seu reconhecimento, assim:
192
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
preparadas de acordo com o regime de acréscimo informam os utentes não somente das
transações passadas envolvendo o pagamento e o recebimento de caixa mas também das
obrigações de pagamento no futuro e de recursos que representem caixa a ser recebida no
futuro. Deste modo, proporciona-se informação acerca das transações passadas e outros
acontecimentos que seja mais útil aos utentes na tomada de decisões económicas.
Quanto aos restantes subsídios que as explorações agrícolas recebam e que não estejam
relacionados com activos biológicos aplica-se a NCRF 22.
Conforme supra referido, ficam abrangidas pela NCRF22 os subsídios relacionados com
ativos fixos tangíveis, intangíveis e subsídios à exploração que não estejam diretamente
relacionados com ativos biológicos. Nas atividades agrícolas, as medidas de apoio podem
considerar elegíveis, para além de subsídios diretamente relacionados com ativos
biológicos, outros relacionados com ativos fixos tangíveis, intangíveis ou subsídios
destinados à exploração.
A NCRF 22 trata dos procedimentos que uma entidade deve aplicar na contabilização de
subsídios e apoios das entidades públicas que não fiquem abrangidos pela NCRF 17.
Os subsídios das entidades públicas, incluindo subsídios não monetários pelo justo valor só
devem ser reconhecidos após existir segurança de que:
A Norma refere ainda que o facto de se receberem tranches do subsídio não proporciona
prova conclusiva de que as condições associadas ao subsídio tenham sido ou serão
cumpridas.
193
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Estes subsídios devem ser apresentados no balanço como componente do capital próprio e
serem imputados como rendimentos do exercício numa base sistemática e racional durante
a vida útil do ativo. Isto é, os subsídios do governo devem ser inicialmente reconhecidos nos
capitais próprios e subsequentemente reconhecidos como rendimentos durante os períodos
necessários para balanceá-los com os custos relacionados que se pretende que eles
compensem, numa base sistemática, (se se tratarem de subsídios para ativos tangíveis
depreciáveis, ou intangíveis com vida útil finita).
Enquadram-se nesta categoria de subsídios aqueles que são concedidos para assegurar
uma rentabilidade mínima ou compensar deficits de exploração de um dado exercício, tais
como compensação de preços, contratação de pessoal, formação etc… Estes subsídios
imputam-se como rendimentos desse exercício, salvo se se destinarem a financiar deficits
de exploração de exercícios futuros, caso em que se imputam aos referidos exercícios.
194
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A assinatura do contrato de atribuição do subsídio não será o facto relevante a ter em conta
para se poder, ou não, reconhecer o subsídio, apesar de poder ser um facto que possa levar
à indicação da verificação da existência de segurança, se não existirem outros factos. O
recebimento de uma tranche do subsídio também não garante a segurança do cumprimento
das condições.
Chamamos a atenção que a assinatura do contrato poderá ser apenas o formalismo legal
que estabelecerá a atribuição do subsídio à entidade, podendo contudo de acordo com o
princípio da substância sob a forma, atendendo à realidade financeira da operação em
detrimento da sua forma legal, existir reconhecimento do subsídio mesmo antes da
assinatura do contrato, desde que cumpridas as condições de reconhecimento já referidas.
Quando exista informação por parte da entidade que concede o subsídio que o beneficiário
terá cumprido as condições de acesso a esse apoio e quando exista uma segurança de que
o subsídio vai ser pago, a entidade beneficiária poderá proceder ao reconhecimento /registo
contabilístico do subsídio.
195
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
* Estes subsídios podem ser diferidos se se destinarem a financiar deficits de exploração de exercícios futuros. Nesse caso a
conta a creditar seria a 282 - Rendimentos a reconhecer (na totalidade ou em proporção da parte correspondente ao exercício
futuro)
7883 - Imputação do
Pela imputação anual do subsídio
593 - Subsidios subsídios para x
a reconhecer em rendimentos
investimento
196
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
* Estes subsídios podem ser diferidos se se destinarem a financiar deficits de exploração de exercícios futuros. Nesse caso a
conta a creditar seria a 282 - Rendimentos a reconhecer (na totalidade ou em proporção da parte correspondente ao exercício
futuro)
2581- Financiamentos
1 - Meios Financeiros
obtidos - Estado Pelo recebimento do subsídios
Liquidos x
subsídios reembolsável
reembolsáveis
197
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Caso seja materialmente relevante aplicar o custo amortizado de acordo com o valor
presente do empréstimo de acordo com a NCRF 27, o registo seria o seguinte:
2581- Financiamentos
Pelo recebimento do subsídios
obtidos - Estado
x reembolsável descontado ao valor
1 - Meios Financeiros subsídios
presente
Liquidos reembolsáveis
A opção pelo custo amortizado é mais complexa, pelo que, em determinados casos o
custo/benefício da utilização deste método leva a optar pelo método do custo.
Para o cálculo do custo amortizado, a entidade terá que recorrer à determinação do valor
presente dos fluxos de caixa descontados à taxa de juro efetiva (estabelecida pela entidade
financeira) e que será obtido através do cálculo do Valor Presente de acordo com a seguinte
fórmula de cálculo financeiro:
Valor Atual ou Valor Presente = Valor Nominal da divida / (1+ taxa de desconto) n (período)
198
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Um subsídio que já tenha sido reconhecido e entretanto tenha que ser devolvido ao Estado
ou passe a reembolsável, deve ser registado como uma revisão de estimativa contabilística
de acordo com a NCRF 4. Isto é, deve ser reconhecido como gasto no período da alteração.
199
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1 - Meios Financeiros
282 - Rendimentos a
Liquidos x Pela devolução do subsídio
reconhecer
Caso prático 1
Pretende-se o tratamento contabilístico e fiscal para cada uma das operações descritas
relativas à empresa ABC, Lda.
A ABC, Lda. é uma sociedade por quotas, com a atividade agrícola no objeto social e com a
seguinte caracterização:
Sócio A – maior, 12º ano, titular do curso de Jovem Empresário Agrícola, com 60%
do capital social e sócio gerente da sociedade
Sócio B – maior, com 20% do capital
Sócio C – maior, com 20% do capital
200
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1. Pedido de Apoio à ação n.º 3.1 “Jovens agricultores”, integrada na medida n.º3,
“Valorização da produção agrícola”, da área 2 “Competitividade e organização da
produção” do PDR 202067 com vista ao recebimento do prémio de primeira instalação,
visto que esta empresa reunia as condições de elegibilidade definidas na Portaria nº
31/2015, de 12 de fevereiro;
Objetivos:
O apoio consiste num prémio à instalação, sob a forma de subvenção não reembolsável. O
montante do prémio à instalação é de €15.000,00 por jovem agricultor, ao qual pode
acrescer uma das seguintes majorações:
• 25% do montante do prémio, se o plano empresarial incluir, por jovem agricultor,
investimentos na exploração cujo valor seja igual ou superior a €80.000,00;
• 50% do montante do prémio, se o plano empresarial incluir, por jovem agricultor,
investimentos na exploração cujo valor seja igual ou superior a €100.000,00;
• 75% do montante do prémio, se o plano empresarial incluir, por jovem agricultor,
investimentos na exploração cujo valor seja igual ou superior a €140.000,00.
Quando o beneficiário seja membro de agrupamento ou organização de produtores
reconhecido no sector relacionado com a instalação, é atribuída uma majoração de
€5.000,00.
201
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
68 Agricultor ativo – a pessoa singular ou coletiva, de natureza pública ou privada, que exerça atividade agrícola e que, caso
receba um montante de pagamento diretos superior a €5.000,00, não exerça as atividades previstas no n.º 2 do artigo 9.º do
Regulamento (UE) n.º 1307/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro.
202
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Pagamentos:
203
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Resposta:
204
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Além disso, embora este subsídio seja formalmente classificado como um prémio, em
substância económica e à luz da NCRF 22, enquadra-se no âmbito dos subsídios não
reembolsáveis, uma vez que existe um acordo individualizado da sua concessão a favor da
entidade, cumpriram-se as condições estabelecidas para a sua concessão e, presume-se,
não existirem dúvidas de que o subsídio será recebido (§ 8 da NCRF 22).
Lembramos que os subsídios apenas devem ser reconhecidos após existir segurança
razoável de que a entidade cumprirá as condições a eles associadas e que os subsídios
serão recebidos. Por outro lado, o recebimento do subsídio não proporciona, ele próprio,
prova conclusiva de que as condições associadas ao subsídio tenham sido ou serão
cumpridas.
Admitindo que, para o caso em análise, estão cumpridas aquelas condições para o
reconhecimento inicial do subsídio, analisemos o que prevê a NCRF 22 para o tratamento
contabilístico dos subsídios relacionados com rendimentos.
205
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
em função do nível de atividade, consoante o que for mais apropriado a cada caso, tendo
presente as metas físicas do plano empresarial.
Do ponto de vista fiscal o prémio será tributado em 5 anos sendo o primeiro ano o do
recebimento do subsídio.
ANO N+1
A candidatura foi a provada em N+1 com um plano de investimento de €120.000,00 e a
empresa aceitou a concessão do apoio em N+1, tendo recebido 75% do valor aprovado de
€22.500,00 também em N+1.
751 - Subsídios à
282 - Rendimentos a Pela imputação a rendimento da parte
exploração do estado e 4.500,00
reconhecer respeitante a 1/5 no ano N+1
outros entes públicos
206
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ano N+2
Ano N+3
No ano N+3 a empresa apresentou o último pedido de pagamento acompanhado dos
comprovativos das despesas de investimento efetivamente realizadas e pagas, não tendo
conseguido concretizar a totalidade do investimento previsto de €120.00,00. A empresa
concretizou o investimento de €102.000,00, 85% do investimento previsto no plano
empresarial tendo o apoio uma redução de 15%.
A empresa cumpriu com todas as restantes obrigações previstas.
207
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ano N+4
751 - Subsídios à
282 - Rendimentos a Pela imputação a rendimento da parte
exploração do estado e 4.675,00
reconhecer respeitante a 1/5 no ano N+4
outros entes públicos*
208
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ano N+5
751 - Subsídios à
282 - Rendimentos a Pela imputação a rendimento da parte
exploração do estado e 4.675,00
reconhecer restante
outros entes públicos
209
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Controlo:
Reduções e exclusões:
210
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Resposta :
Como vamos elaborar a resposta, atendendo à decisão tomada pelo empresário. Temos
duas alternativas possíveis:
1.ª Opção
Ano N
211
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ano N +1
751 - Subsídios à
Pelo reconhecimento do subsídio
exploração do estado e 1.750,00
relacionado com o estudo económico
outros entes públicos*
Do ponto de vista fiscal, no ano N+1 há que reconhecer a parte proporcional ao rendimento
a reconhecer, tendo em conta que:
212
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
N+2
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 8.000,00
capital próprio – Subsídios investimento relativo ao ano N+2
investimento
N+3
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 8.000,00
capital próprio – Subsídios investimento relativo ao ano N+3
investimento
213
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
N+4
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 8.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
N+5
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 8.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
N+6
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 8.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
214
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
N+7
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 8.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
N+8
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 8.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
N+9
215
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
N+10
N+11
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 4.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
N+12
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 4.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
N+13
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 4.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
216
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
2.ª Opção
Ano N
Ano N+1
Ano N+2
217
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Há ainda que acrescer a parte respeitante aos ativos biológicos de produção que será
imputada ao rendimento pelo período de 10 anos (correspondente à quota mínima de
depreciação) – 6000,00 € e
Ano N+3
Há ainda que acrescer a parte respeitante aos ativos biológicos de produção que será
imputada ao rendimento pelo período de 10 anos (correspondente à quota mínima de
depreciação) – 6000,00 €
Ano N+4
Há ainda que acrescer a parte respeitante aos ativos biológicos de produção que será
imputada ao rendimento pelo período de 10 anos (correspondente à quota mínima de
depreciação) – 6000,00 €
218
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ano N+5
Reconhecimento do subsídio
751 - Subsídios à
Pelo reconhecimento do subsídio
exploração do estado e 1.750,00
relacionado com o estudo económico
outros entes públicos*
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 56.000,00
capital próprio – Subsídios investimento do ano N-1 ao ano N+5
investimento
N+6
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 8.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
219
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
N+7
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 8.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
N+8
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 8.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
N+9
220
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
N+10
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 4.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
N+11
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 4.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
N+12
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 4.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
221
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
N+13
7883 - Imputação de
593 - Outras variações no Pela imputação do subsídio para
subsídios para 4.000,00
capital próprio – Subsídios investimento
investimento
Objetivos
Apoio anual, por ha de área elegível, diferenciado em função do modo de produção e do tipo
de cultura.
Compromissos
Culturas permanentes – frutos frescos e de regadio, com área superior a 10,00 hectares e
até 25,00 hectares, o valor anual a receber é 292,00 € por hectare.
222
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Supondo que o pomar tem 21 hectares, o valor anual a receber será 21 x 292,00=6.132,00
euros.
Resposta:
Os artigos do Código do IRC relevantes para o tratamento da matéria fiscal no que respeita
aos subsídios, são os artigos 20.º e 22 .º:
“Artigo 22.º
Subsídios relacionados com ativos não correntes
1- A inclusão no lucro tributável dos subsídios relacionados com ativos não correntes
obedece às seguintes regras:
a) Quando os subsídios respeitem a ativos depreciáveis ou amortizáveis, deve ser
incluída no lucro tributável uma parte do subsídio atribuído, independentemente do
recebimento, na mesma proporção da depreciação ou amortização calculada sobre o custo
de aquisição ou de produção, sem prejuízo do disposto no n.º 2;
b) Quando os subsídios respeitem a ativos intangíveis sem vida útil definida, deve ser
incluída no lucro tributável uma parte do subsídio atribuído, independentemente do
recebimento, na proporção prevista no artigo 45.º-A;
223
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
d) Quando os subsídios não respeitem aos ativos referidos nas alíneas anteriores, devem
ser incluídos no lucro tributável, em frações iguais, durante os períodos de tributação em
que os elementos a que respeitam sejam inalienáveis, nos termos da lei ou do contrato ao
abrigo dos quais os mesmos foram concedidos, ou, nos restantes casos, durante 10 anos,
sendo o primeiro o do recebimento do subsídio.
2- Nos casos em que a inclusão no lucro tributável dos subsídios se efectue, nos
termos da alínea a) do número anterior, na proporção da depreciação ou amortização
calculada sobre o custo de aquisição, tem como limite mínimo a que proporcionalmente
corresponder à quota mínima de depreciação ou amortização nos termos do n.º 4 do artigo
31.º-A”
- No que se refere a bens que não sejam amortizáveis ou depreciáveis e que não sejam os
acima referidos caso em que devem ser incluídos no lucro tributável, regra geral durante 10
anos, sendo o primeiro o do recebimento do subsídio.
224
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A NCRF-PE será sempre uma opção e só poderão optar pela sua aplicação em alternativa
ao restante normativo as entidades que, à data do balanço, não ultrapassem dois dos três
limites seguintes:
Este regime para as pequenas empresas pretende ser mais simples e menos exigente, com
muitas restrições à aplicação do justo valor privilegiando a aplicação do custo histórico.
Por outro lado, de acordo com o parágrafo 2.3. da NCRF-PE, sempre que esta Norma não
responda a aspetos particulares que se coloquem a dada entidade em matéria de
contabilização ou relato financeiro de transações ou situações, ou a lacuna em causa seja
de tal modo relevante que o seu não preenchimento impeça o objetivo de ser prestada
225
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
informação que, de forma verdadeira e apropriada, traduza a posição financeira numa certa
data e o desempenho para o período abrangido, a entidade deverá recorrer, tendo em vista
tão-somente a superação dessa lacuna, supletivamente e pela ordem indicada:
Com a publicação do Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, que alterou o Decreto-Lei n.º
159/2009, de 13 de julho, e consequentemente a publicação do Aviso n.º8257/2015, de 29
de julho, que revogou o Aviso n.º 15654/2009, de 7 de setembro, é introduzido na NCRF-PE
o capítulo 20 – agricultura prevendo-se a aplicação do justo valor aos ativos biológicos,
contrariamente à versão da NCRF-PE em vigor até 31/12/2015, embora esta aplicação do
justo valor tenha uma amplitude mais limitativa em relação às condições previstas na NCRF
17.
Assim, de acordo com o parágrafo 20.3 da NCRF-PE uma entidade deve reconhecer um
ativo biológico ou produto agrícola se, e apenas se, cumprir as condições de
reconhecimento definidas no capítulo 3 da NCRF-PE, “um ativo é reconhecido no balanço,
quando for provável que os benefícios económicos futuros fluam para a entidade e o ativo
tenha um custo ou um valor que possa ser mensurado com fiabilidade”.
O produto agrícola colhido dos ativos biológicos de uma entidade deve ser mensurado pelo
seu justo valor menos os de vender no momento da colheita. Tal mensuração é o custo
nessa data aquando da aplicação do capítulo 11 – inventários da NCRF-PE.
226
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Assim, existe a possibilidade de serem usadas outras cotações disponíveis, desde que sejam
cotações oficiais, eventualmente as estabelecidas em bolsas regulamentadas de produtos
agrícolas internacionais, efetuados que sejam os devidos ajustamentos de comparabilidade.
Não existindo cotação oficial disponível deverá, nos termos do parágrafo 20.10, esse ativo
biológico ou produto agrícola ser mensurado pelo custo menos qualquer depreciação
acumulada e qualquer perda por imparidade acumulada.”
A NCRF-PE pressupõe que, para um ativo biológico ou para um produto agrícola no ponto
de colheita, o seu justo valor pode ser mensurado com fiabilidade, com as cotações oficiais
de mercado, designadamente as disponibilizadas pelo SIMA. Contudo, se esse pressuposto
não se verificar, esse ativo biológico ou produto agrícola colhidos dos ativos biológicos deve
ser mensurado pelo custo menos qualquer depreciação acumulada e qualquer perda por
imparidade acumulada. Quando o justo valor desse ativo biológico ou produto agrícola se
tornar fialvelmente mensurável, deve ser mensurado pelo seu justo valor menos os custos
de alienação.
227
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Em relação aos subsídios atribuídos por entidades púlicas, os parágrafos 20.12 e 20.13 da
NCRF-PE, referem o seguinte:
• Um subsídio atribuído por entidades públicas que seja não condicional e que se
relacione com um ativo biológico deve ser reconhecido como rendimento quando, e
somente quando, o subsídio atribuído por entidades públicas se torne recebível;
Caso o justo valor não seja mensurado com fiabilidade, a mensuração dos ativos biológicos
será feita pelo custo, exceto para a mensuração dos produtos agrícolas colhidos, que de
acordo com o ponto 11.12 da NCRF-PE, ser-lhe-á aplicado o justo valor.
228
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os custos dos ativos biológicos, serão o somatório de todos os custos necessários à sua
aquisição e colocação em condições e no local pronto a ser usado.
Poder-se-ão incluir por exemplo custos de aquisição de sementes para serem implantadas
no terreno, o trabalho de preparação dos terrenos, a plantação das plantas, seja este
trabalho subcontratado ou realizado por mão-de-obra da própria exploração, produtos para
tratamento das plantações, e outros bens e serviços indispensáveis à plantação das várias
situações possíveis.
De referir, que se deverão apenas incorporar no custo do ativo os dispêndios com bens e
serviços até que o ativo biológico de produção esteja colocado no local e pronto a ser usado
na atividade agrícola.
229
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Este custo de produção (plantação) do ativo biológico incluirá os custos relacionados com o
custo de aquisição da matéria-prima direta, os gastos com pessoal diretamente utilizados na
plantação (mão-de-obra direta) e os restantes gastos gerais diretamente relacionados com a
plantação, nomeadamente, outras matérias utilizadas (por exemplo fertilizantes), trabalhos
subcontratados, materiais utilizados (sem características de ativo), gastos com a
depreciação de equipamentos e materiais utilizados na plantação.
Este custo de produção do ativo biológico incluirá os custos relacionados com os custos de
aquisição da matéria-prima direta, os gastos com pessoal diretamente relacionados e os
restantes gastos gerais diretamente relacionados.
• A depreciação deverá ser registada em função da vida útil do bem e o registo poderá ser
o seguinte:
644 – Gastos de
3728 – Depreciações
depreciação e de
Acumuladas – Ativos Pelo registo da depreciação do
amortização – Ativos
Biológicos x ativo biológico de produção
Biológicos de
Mensurados ao mensurado ao custo
Produção
Custo
Mensurados ao Custo
230
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
7871 x Rendimentos em
investimentos não financeiros por Pelo
3728 – Depreciações alienação de ativos biológicos de desreconhecimento das
Acumuladas – Ativos Biológicos produção ou 6871 - Outros gastos w depreciações
Mensurados ao Custo - Gastos por reduções em registadas
investimentos não financeiros por
alienação de ativos biológicos
7871 x Rendimentos em
investimentos não financeiros por
Pelo
3729 – Imparidades Acumuladas alienação de ativos biológicos de
desreconhecimento de
– Ativos Biológicos Mensurados produção ou 6871 - Outros gastos z
eventuais imparidades
ao Custo - Gastos por reduções em
registadas
investimentos não financeiros por
alienação de ativos biológicos
7871 x Rendimentos em
investimentos não financeiros
por alienação de ativos Pelo
biológicos de produção ou 6871 372 - Ativos biológicos de desreconhecimento do
x
- Outros gastos - Gastos por Produção ativo biológico de
reduções em investimentos não produção
financeiros por alienação de
ativos biológicos
7871 x Rendimentos em
investimentos não financeiros por
alienação de ativos biológicos de
21 - Clientes ou 1 Meios
produção ou 6871 - Outros gastos y Pelo Valor da venda
Financeiros Líquidos
- Gastos por reduções em
investimentos não financeiros por
alienação de ativos biológicos
231
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Pelo
3728 – Depreciações 6873 - Gastos em investimentos desreconhecimento das
Acumuladas – Ativos Biológicos não financeiros por abate de ativos w depreciações
Mensurados ao Custo biológicos registadas
Pelo
3729 – Imparidades Acumuladas 6873 - Gastos em investimentos
desreconhecimento de
– Ativos Biológicos Mensurados não financeiros por abate de ativos
eventuais imparidades
ao Custo biológicos
registadas
Pelo
6873 - Gastos em investimentos
372 - Ativos biológicos de desreconhecimento do
não financeiros por abate de x
Produção ativo biológico de
ativos biológicos
produção
No que respeita aos ativos biológicos consumíveis, após o registo inicial, o seu tratamento
no que respeita às entradas e saídas de inventários, as entidades podem aplicar inventário
permanente ou beneficiar da dispensa da sua aplicação optando por utilizar o sistema de
inventário “intermitente”
Lembramos contudo, que de acordo com o n.º 4 do artigo 12.º do Decreto-Lei 158/2009 de
13 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, ficam dispensadas da
obrigação de utilização do inventário permanente as atividades de agricultura, produção
animal, apicultura, caça, silvicultura e exploração florestal, indústria piscatória e aquicultura.
232
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O inventário permanente também não é obrigatório nos termos do mesmo artigo para as
entidades que não ultrapassem à data do balanço, durante dois exercícios consecutivos
imediatamente anteriores, dois dos três limites:
Pela Venda:
233
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
E no final do período:
• Saídas de produtos acabados no final do período pelo apuramento do custo das vendas
345 - Produtos
acabados e Pelo apuramento do custo da
731 - Variação nos
intermédios - ativos x venda do ativo biológico
inventários de produção
biológicos consumivel
consumiveis
Produto agrícola
Reconhecimento inicial
O produto agrícola aqui considerado é aquele que resulta da colheita dos ativos biológicos
de uma entidade, não é adquirido, ou seja, resulta da própria atividade da exploração.
Entende-se por colheita, quer a separação de um produto agrícola de um ativo biológico (por
exemplo a colheita de fruta ou cortiça) quer a cessação dos processos de vida de um ativo
biológico (vitelas abatidas para produção de carne).
234
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Se não incorporarem um processo produtivo por exemplo: para a venda em bruto das
uvas:
Se forem para incorporar num processo produtivo por exemplo: elaboração de vinho
pelo produtor:
235
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
387 -
Pelo reconhecimento do produto
3314 - Matérias-primas - Reclassificação e
x agrícola ao justo valor menos
produtos agrícolas regularização de
custos estimado no ponto de venda
ativos biológicos
Pela Venda:
E no final do período:
345 - Produtos
731 - Variação nos acabados e Pelo apuramento do custo da venda
x
inventários de produção intermédios - do produto agrícola
produtos agrícolas
Os registos contabilísticos preconizados deverão ser acompanhados por uma relação dos
nascimentos, aquisições, alterações de preços de mercado, vendas e outras alterações nos
ativos biológicos de produção, devidamente quantificados face ao respetivo justo valor
(menos custos no ponto-de-venda) para os produtos agrícolas ou com o respetivo suporte
analítico para a mensuração ao custo para os ativos biológicos de produção ou
consumíveis. Estes procedimentos contabilísticos não necessitam de ser efetuados animal a
animal ou planta a planta, podendo ser efetuado por agrupamento de animais ou plantas.
236
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
237
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A NC-ME é muito simples e menos exigente que a NCRF-PE. Em termos genéricos, esta
norma não permite a aplicação do justo valor remetendo, em consequência, para o custo
histórico.
- No caso de ativos fixos tangíveis e dos ativos intangíveis a NC-ME não permite a
revalorização.
- Os custos dos empréstimos obtidos devem ser sempre reconhecidos como gastos
contrariando o que permite as NCRF (serem acrescidos aos valores dos ativos).
- A NC-ME não prevê a aplicação do custo amortizado no rédito nem nas rubricas de ativos
e passivos financeiros.
238
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Assim, no que respeita às atividades agrícolas a NC-ME refere que os ativos biológicos de
produção são reconhecidos como ativos fixos tangíveis. Os animais ou plantas vivos detidos
pela entidade e que não se enquadram na atividade agrícola poderão integrar a
subcategoria de equipamentos biológicos.
De referir que se deverão apenas incorporar no custo do ativo os dispêndios com bens e
serviços até que o ativo biológico de produção esteja colocado no local e pronto a ser usado
na atividade agrícola.
A partir desse momento, o ativo biológico ficará sujeito a depreciações, conforme as regras
gerais definidas para os ativos fixos tangíveis (capítulo 7 da NC-ME).
239
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos de conversão e
outros custos incorridos para colocar os inventários no seu local e na sua condição atual.
O custo dos inventários de produtos acabados e de subprodutos será obtido por um dos
seguintes métodos:
- Custo de produção, ou
- Preço de venda deduzido da margem normal de lucro que a gestão demonstre ser
apropriada.
O custo dos produtos e trabalhos em curso será obtido pelo mesmo método corrigido com a
percentagem estimada de acabamento.
240
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Este custo de produção do ativo biológico incluirá os custos relacionados com os custos de
aquisição da matéria-prima direta, os gastos com pessoal diretamente relacionados e os
restantes gastos gerais diretamente relacionados.
• A depreciação deverá ser registada em função da vida útil do bem e o registo poderá ser
o seguinte:
644 – Gastos de
Pelo registo da depreciação do
depreciação e de 438 – Depreciações
x ativo fixo tangível mensurado ao
amortização - Ativos Acumuladas
custo
fixos tangíveis
241
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
7871 x Rendimentos em
investimentos não financeiros por Pelo
alienação de ativos biológicos de desreconhecimento das
438 – Depreciações Acumuladas
produção ou 6871 - Outros gastos w depreciações
– Ativos fixos tangíveis
- Gastos por reduções em registadas
investimentos não financeiros por
alienação de ativos biológicos
7871 x Rendimentos em
investimentos não financeiros
por alienação de ativos Pelo
biológicos de produção ou 6871 desreconhecimento do
433 - Ativos fixos tangíveis x
- Outros gastos - Gastos por ativo biológico de
reduções em investimentos não produção
financeiros por alienação de
ativos biológicos
7871 x Rendimentos em
investimentos não financeiros por
alienação de ativos biológicos de
21 - Clientes ou 1 Meios
produção ou 6871 - Outros gastos y Pelo Valor da venda
Financeiros Líquidos
- Gastos por reduções em
investimentos não financeiros por
alienação de ativos biológicos
Pelo
6873 - Gastos em investimentos desreconhecimento das
438 – Depreciações Acumuladas
não financeiros por abate de ativos w depreciações
– Ativos fixos tangíveis
biológicos registadas
Pelo
6873 - Gastos em
desreconhecimento do
investimentos não financeiros 433 - Ativos fixos tangíveis x
activo biológico de
por abate de ativos biológicos
produção
No que respeita aos ativos biológicos consumíveis, após o registo inicial o seu tratamento no
que respeita às entradas e saídas de inventários, as entidades podem aplicar inventário
permanente ou beneficiar da dispensa da sua aplicação optando por utilizar o sistema de
inventário “intermitente”.
242
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Lembramos contudo, que de acordo com o n.º 4 do artigo 12.º do Decreto-Lei 158/2009 de
13 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, ficam dispensadas da
obrigação de utilização do inventário permanente as atividades de agricultura, produção
animal, apicultura, caça, silvicultura e exploração florestal, indústria piscatória e aquicultura.
O inventário permanente também não é obrigatório nos termos do mesmo artigo para as
entidades que não ultrapassem à data do balanço, durante dois exercícios consecutivos
imediatamente anteriores, dois dos três limites:
✓ Total de balanço: €350.000
✓ Volume de negócios líquido: €700.000
✓ Número médio de empregados durante o período: 10
243
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Pela Venda:
• E no final do período:
Saídas de produtos acabados no final do período pelo apuramento do custo das vendas
345 - Produtos
acabados e Pelo apuramento do custo da
731 - Variação nos
intermédios - ativos x venda do ativo biológico
inventários de produção
biológicos consumivel
consumiveis
Reconhecimento inicial
O produto agrícola aqui considerado é aquele que resulta da colheita dos ativos biológicos
de uma entidade, pelo que não é adquirido, resulta da própria atividade da exploração.
Os produtos agrícolas também são reconhecidos como inventários e não se aplica o justo
valor, conforme referido no parágrafo 11.2 da NC-ME.
244
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Se não for para incorporar num processo produtivo por exemplo: para a venda em bruto
das uvas:
• Se for para incorporar num processo produtivo por exemplo: elaboração de vinho pelo
produtor:
• Pela Venda:
• E no final do período:
Saídas de produtos acabados no final do período pelo apuramento do custo das vendas
345 - Produtos
731 - Variação nos acabados e Pelo apuramento do custo da venda
x
inventários de produção intermédios - do produto agrícola
produtos agrícolas
245
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os registos contabilísticos preconizados deverão ser acompanhados por uma relação dos
nascimentos, aquisições, alterações de preços de mercado, vendas e outras alterações nos
ativos biológicos de produção, devidamente quantificadas face ao respetivo justo valor
(menos custos no ponto-de-venda) para os produtos agrícolas ou com o respetivo suporte
analítico para a mensuração ao custo para os ativos biológicos de produção ou
consumíveis. Estes procedimentos contabilísticos não necessitam de ser efetuados animal a
animal ou planta a planta, podendo ser efetuado por agrupamento de animais ou plantas.
No que respeita ao tratamento fiscal dos ativos fixos tangíveis onde se inserem as plantas e
os animais vivos utilizados no exercício da atividade (como por exemplo as árvores de fruto
ou o gado leiteiro), a sua mensuração é ao custo menos qualquer depreciação acumulada.
Neste caso a depreciação será aceite do ponto de vista fiscal, pois de acordo com o artigo
29.º do Código do IRC são aceites como gastos as depreciações e amortizações de
elementos do ativo sujeitos a deperecimento, considerando-se como tais os ativos fixos
tangíveis, os ativos intangíveis, os ativos biológicos que não sejam consumíveis e as
propriedades de investimento contabilizados ao custo histórico, pelo que se encontram aqui
incluídos os animais e plantas vivas que sejam utilizados na produção.
Quanto aos animais e plantas vivas que se enquadram como inventários, isto é, cujo destino
é a venda ou a incorporação no processo produtivo, são tratados como inventários, pelo que
no tratamento fiscal são relevantes os artigos n.ºs 26.º a 28.º do Código do IRC.
Do ponto de vista fiscal, o tratamento dos inventários é muito semelhante ao previsto para
efeitos contabilísticos, pelo que normalmente não implica correções a fazer no quadro 07 da
declaração modelo 22.
Os ajustamentos para o valor realizável liquido, quando este for inferior ao valor escriturado
é aceite fiscalmente desde que devidamente comprovados.
246
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A Sociedade Silva e Silva, Lda. cuja atividade é a silvicultura tem uma extensão de terreno
de 15 hectares no Ribatejo donde extrai cortiça. O custo de aquisição do terreno e dos
sobreiros foi respetivamente € 100.000,00 e € 250.000,00.
A cortiça é extraída de 9 em 9 anos. O último ano em que se extraiu cortiça foi em 2011,
pelo que a próxima extração se prevê para o ano 2020.
Tendo em conta que a empresa aplica o regime contabilístico das microentidades, que
condições deve ter em conta para o tratamento do reconhecimento/registo contabilístico e
que consequências estas operações têm nas Demonstrações Financeiras da sociedade ao
longo dos vários anos? Que implicações fiscais resultam da aplicação deste regime?
Cortiça Ribatejo
Gastos do Justo valor da
exercício * cortiça **
1ano 2012 10.000,00 29.333,34
2ano 2013 12.500,00 29.333,33
3ano 2014 12.500,00 29.333,33
4ano 2015 12.000,00 29.333,33
5ano 2016 13.000,00 29.333,33
6ano 2017 12.000,00 29.333,33
7ano 2018 14.000,00 29.333,33
8ano 2019 12.000,00 29.333,33
venda 2020 30.000,00 29.333,33
Total 128.000,00 264.000,00
247
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Como a empresa aplica a NC-ME, este regime não permite a aplicação do justo valor
remetendo, em consequência, para o custo histórico.
Assim,
• Os ativos biológicos consumíveis e os produtos agrícolas são reconhecidos como
inventários e tratados como tal, pelo que não se aplica o justo valor.
Assim, a aquisição dos terrenos e dos sobreiros são reconhecidos como ativos fixos
tangíveis, mensurados pelo método do custo, ficando consequentemente, sujeitos a
depreciações (capítulo 7 da NC-ME)
No que respeita aos ativos biológicos consumíveis será determinado em função dos critérios
previstos para a mensuração inicial dos inventários, conforme estabelecido no capítulo 11
da NC-ME.
Assim, o custo dos inventários de produtos acabados e de subprodutos será obtido por um
dos seguintes métodos:
A opção pelo custo de produção entre estes dois métodos é a mais aconselhável, uma vez
que a fiabilidade para o cálculo da margem normal de lucro é sempre de difícil apuramento.
248
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
No ano 2012 os gastos do período no valor de €10.000 são registados nesse período nas
várias contas de gastos de acordo com a sua natureza e no final de cada período esse valor
é reconhecido em produtos e trabalhos em curso por forma a reconhecer o efeito dos gastos
no ciclo de crescimento da cortiça. Nos períodos seguintes o cálculo é efetuado na mesma
forma.
Atendendo que a cortiça tem um ciclo de crescimento gradual, todos os gastos necessários
para a obtenção do produto final são refletidos em produtos e trabalhos em curso ao longo
dos anos.
Para efeito de determinação do lucro tributável em IRC os gastos reconhecidos dos ativos
fixos tangíveis e dos inventários são aceites fiscalmente.
Refere o artigo 18.º do CIRC que os gastos das explorações silvícolas plurianuais podem
ser imputados ao lucro tributável tendo em consideração o ciclo de produção, caso em que a
quota parte desses gastos, equivalente à percentagem que a extração efetuada no período
de tributação represente na produção total do mesmo produto, e ainda não considerada em
período de tributação anterior, podendo ainda ser atualizada de acordo com a aplicação dos
coeficientes de correção monetária.
No ano da venda da cortiça o valor do produto final contabilístico é para efeitos fiscais
atualizado pela aplicação do coeficiente de correção monetária.
249
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Gastos do
exercício
1ano 2012 10.000,00
2ano 2013 12.500,00
3ano 2014 12.500,00
4ano 2015 12.000,00
5ano 2016 13.000,00
6ano 2017 12.000,00
7ano 2018 14.000,00
8ano 2019 12.000,00
venda 2020 30.000,00
Total 128.000,00
Natureza do problema
Ano 2012
250
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Assim, durante o ciclo de produção, teremos, por um lado, os gastos anuais incorridos com
o processo produtivo, o reconhecimento dos inventários em curso e a depreciação dos
sobreiros.
Reconhecimento
dos produtos e
Depreciação anual trabalhos em Valor do Valor Liquido
Anos dos sobreiros curso terreno dos sobreiros
642-Gastos de
depreciações e 386 - Produtos e
Conta a amortizações de trabalhos em
débito AFT curso
733 - Produtos e
Conta a 438 - Depreciações trabalhos em
crédito acumuladas curso
31/12/2012 10.000,00 10.000,00 100.000,00 240.000,00
31/12/2013 10.000,00 12.500,00 100.000,00 230.000,00
31/12/2014 10.000,00 12.500,00 100.000,00 220.000,00
31/12/2015 10.000,00 12.000,00 100.000,00 210.000,00
31/12/2016 10.000,00 13.000,00 100.000,00 200.000,00
31/12/2017 10.000,00 12.000,00 100.000,00 190.000,00
31/12/2018 10.000,00 14.000,00 100.000,00 180.000,00
31/12/2019 10.000,00 12.000,00 100.000,00 170.000,00
251
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Gastos do exercício
relacionados com os
Anos sobreiros
Conta a débito 6x (várias rubricas)
22 ou 12 Fornecedores ou
Conta a crédito meios monetários líquidos
2012 10.000,00
2013 12.500,00
2014 12.500,00
2015 12.000,00
2016 13.000,00
2017 12.000,00
2018 14.000,00
2019 12.000,00
Contabilidade Fiscalidade
Depreciação dos perda do
É aceite fiscalmente Não se faz nada
sobreiros exercício
Reconhecimento
dos produtos e Ganho do
É aceite fiscalmente Não se faz nada
trabalhos em exercício
cusro
Nota: A taxa mínima considerada teve como base a tabela I – taxas específica do Decreto-
Regulamentar 25/2009 prevista para as plantações de bosques e florestas (cód 0040) 4%70.
70
Foi publicada a Lei n.º 2/2014, de 16 de Janeiro, que procedeu à reforma do Código do IRC e do Decreto Regulamentar n.º
25/2009, de 14 de Setembro. Entre as novidades introduzidas destaca-se a objetivação do valor da percentagem da taxa
específica relativa aos bosques e florestas, prevendo-se, a partir de 1 de janeiro de 2014, que a respetiva dedutibilidade fiscal
das depreciações se efetue de acordo com o regime de exploração ou, por opção do sujeito passivo, à taxa específica de 4%.
252
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ano 2020
Tendo em conta que a cortiça foi efetivamente vendida em 2020 pelo valor de €270.000,00,
que implicações contabilísticas e fiscais tem a operação no ano 2020?
345 - Produtos
73 - Variações nos
acabados e
inventários de 128 000,00 Custo das vendas
intermédios -
produção
produtos agrícolas
Recordamos que até 31 de dezembro 2013, não existia definição do valor da taxa específica a aplicar aos bosques e florestas,
nomeadamente ao sobreiro, pinheiro manso, e outras culturas silvícolas.
253
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
coeficiente de Gastos do
Gastos do correcção exercício corrigido
exercício * monetária pelo Coef.
1ano 2012 10.000,00 1,20 12.000,00
2ano 2013 12.500,00 1,16 14.500,00
3ano 2014 12.500,00 1,12 14.000,00
4ano 2015 12.000,00 1,10 13.200,00
5ano 2016 13.000,00 1,08 14.040,00
6ano 2017 12.000,00 1,05 12.600,00
7ano 2018 14.000,00 1,03 14.420,00
8ano 2019 12.000,00 1,00 12.000,00
venda 2020 30.000,00 0,00 30.000,00
Total 128.000,00 136.760,00
254
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Contabilidade Fiscalidade
Depreciação do Perda do
10.000,00 É aceite ficalmente Não se faz nada
exercicio - sobreiros exercício
É aceite
Não se faz nenhum
Ganho do fiscalmente/releva para
Valor da venda 270.000,00 ajustamento no mod
exercício efeitos do apuramento
22
do lucro tributável
Variação da produção
Ganho do
dos produtos 128.000,00 É aceite ficalmente Não se faz nada
exercício
acabados
Perda do
Variação produção 128.000,00 É aceite ficalmente Não se faz nada
exercício
Inclusão do
acrescimo dos gastos
por aplicação do
8.760,00 Deduz Q 07 mod 22
coeficiente de
correção monetária
ao longo do ciclo
produtivo
255
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
256
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Desta forma, regra geral, as ajudas da PAC, recebidas pelos agricultores são consideradas
um rendimento da categoria B.
257
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
De acordo com o n.º 4, do artigo 4.º do Código do IRS, consideram-se atividades agrícolas,
silvícolas ou pecuárias, designadamente, as seguintes:
Desde 1979 até ao ano de 2000, os rendimentos agrícolas tributáveis só eram considerados
em 40% do seu valor.
De acordo com o n.º3, Artigoº4º - Regime Transitório da Categoria B, da Lei 30-G/2000 de
29/12, com aplicação a partir de 1 de Janeiro de 2001, os rendimentos provenientes das
atividades agrícolas, silvícolas e pecuárias, não excluídos de tributação são considerados,
para efeitos de IRS, nas seguintes percentagens do seu valor: 60% em 2001, 70% em 2002,
80% em 2003, 90% em 2004 e 100% nos anos seguintes.
258
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
De 2000 para 2001 o limite de isenção dos rendimentos agrícolas excluídos de tributação
aumentou, mas o legislador introduziu um elemento novo: o agregado familiar. Dado que um
agregado familiar pode ser constituído por mais de um sujeito passivo contribuinte, este
novo elemento pode não ser favorável ao agricultor.
A redação existente até ao ano de 2000, referente aos rendimentos agrícolas excluídos de
tributação, não fazia qualquer alusão a rendimentos de outras categorias, enquanto a
redação em vigor estipula que para o apuramento do montante limite do rendimento não
sujeito a imposto devem-se considerar os valores de todos os outros rendimentos, de todas
as categorias, isentos ou não isentos.
259
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
isentos, desta ou doutras categorias que devam ser ou tenham sido englobados, não
exceda por agregado familiar cinco vezes o valor anual do salário mínimo nacional mais
elevado.
A Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro, do Orçamento Estado para 2012, veio reduzir o
limite dos rendimentos excluídos de tributação passando a ser por agregado familiar quatro
vezes e meia o valor anual do IAS73 (Indexante de apoios sociais).
Assim, o valor de quatro vezes e meia o valor anual do IAS é = (€419,22x12x4,5) =
€22.637,88.74
A Portaria n.º 4/2017, de 3 de janeiro, atualiza o valor para o ano de 2017 do Indexante de
Apoios Sociais para €421,32, passando em 2017 o de quatros vezes e meia o valor anual do
IAS = (€421,32x12x4,5) = €22.751,28.
73
O Indexante dos Apoios Sociais (IAS) é um referencial que fixa as regras da actualização das pensões e de outras
prestações atribuídas pelo sistema de segurança social instituído pela Lei n.º 53-B/2006, de 29 de Dezembro, que veio
substituir a Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG). Constitui o referencial determinante da fixação, cálculo e
atualização dos apoios e outras despesas e das receitas da administração central do Estado, das Regiões Autónomas e das
autarquias locais, qualquer que seja a sua natureza, previstos em actos legislativos ou regulamentares.
O valor do IAS para cada ano é fixado por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e
do trabalho e da solidariedade social, tendo por base o valor da retribuição mínima mensal garantida em vigor no ano anterior,
actualizada pelo índice de preços no consumidor (IPC) sem habitação, correspondente à variação média dos últimos 12
meses, disponível em 30 de Novembro do ano anterior.
A portaria 1514/2008 estabeleceu o IAS para o ano de 2009 para 419,22 euros. O Decreto-Lei n.º 323/2009, de 24 de
Dezembro, suspende o regime de actualização anual do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), mantendo em 2010 o valor de
419,22 euros.
A Lei n.º 55/2010, de 31 de dezembro, no artigo 67.º suspende durante o ano de 2011 o regime de actualização anual do
indexante dos Apoios Sociais (IAS), mantendo-se em vigor o valor de 419,22 euros.
A Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro, no artigo 79.º suspende a atualização do IAS mantendo-se em vigo o valor de 419,22
euros.
A Lei do Orçamento Estado para 2013, n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro, no artigo n.º 114 suspende para o ano de 2013, o
regime de atualização anual do IAS, mantendo-se em vigor o valor de €419,22 estabelecido no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º
323/2009, de 24 de dezembro, alterado pelas Leis n.ºs 55-A/2010, de 31 de dezembro, e 64-B/2011, de 30 de dezembro.
A Lei do Orçamento Estado para 2014, n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro, no artigo n.º 113 suspende para o ano de 2014,
regime de atualização do valor do indexante dos apoios sociais, das pensões e outras prestações sociais, mantendo-se em
vigor o valor de €419,22.
A Lei do Orçamento Estado para 2015, n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro, no artigo n.º 117 suspende para o ano de 2015,
regime de atualização do valor do indexante dos apoios sociais, das pensões e outras prestações sociais, mantendo-se em
vigor o valor de €419,22.
A lei do Orçamento Estado para 2016, mantem o mesmo valor.
74 Artigo 3.º, n.º 4 do Código do IRS.
260
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A Portaria n.º 21/2018, de 18 de janeiro, atualiza o valor para o ano de 2018 do Indexante de
Apoios Sociais para €428,90, passando em 2018 o de quatros vezes e meia o valor anual do
IAS = (€428,90x12x4,5) = €23.160,60.
A Portaria n.º 24/2019, de 17 de janeiro, atualiza o valor para o ano de 2019 do Indexante de
Apoios Sociais para €435,76, passando em 2019 o de quatros vezes e meia o valor anual do
IAS = (€435,76x12x4,5) = €23.531,04.
A Portaria n.º 27/2020, de 31 de janeiro, atualiza o valor para o ano de 2020 do Indexante de
Apoios Sociais para €438,81, passando em 2020 o de quatros vezes e meia o valor anual do
IAS = (€438,81x12x4,5) = €23.695,74.
Dado que o exposto no n.º 4, artigo 3.º do Código do IRS e embora se trata de uma
exclusão de tributação e não de uma isenção, os beneficiários de tais rendimentos, que se
enquadrem nesta situação têm que declarar o total dos rendimentos, mesmo os não sujeitos
na declaração modelo 3 do IRS (anexo B ou C conforme o enquadramento do sujeito
passivo).
De acordo com o n.º 5 do artigo 31.º do regime simplificado do Código do IRS, os subsídios
ou subvenções não destinados à exploração serão considerados, em frações iguais, durante
cinco exercícios, sendo o primeiro o do recebimento do subsídio.
261
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ficam abrangidos pelo regime simplificado os sujeitos passivos que, no exercício da sua
atividade, não tenham ultrapassado no período de tributação imediatamente anterior um
montante anual ilíquido de rendimentos da categoria B de €200.00077.
Os sujeitos passivos abrangidos pelo regime simplificado podem optar pela determinação
dos rendimentos com base na contabilidade. Esta opção deve ser formulada pelos sujeitos
passivos:
A opção dos sujeitos passivos abrangidos pelo regime simplificado de poderem optar pela
determinação dos rendimentos com base na contabilidade organizada mantém-se válida até
que o sujeito passivo proceda à entrega de declaração de alterações, a qual produz efeitos
a partir do próprio ano em que é entregue, desde que seja efetuada até ao final do mês de
março. Esta situação é válida a partir de 1 de janeiro de 2015, através da redação dada pela
Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro.78
262
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
No caso de um sujeito passivo que esteja por opção no regime de contabilidade organizada
e entretanto ultrapassar os limites de enquadramento do regime simplificado, o regime de
contabilidade organizada deixa de ser uma opção. Desta forma, se esse sujeito passivo
passado um ou mais exercícios, num determinado ano não atingir um montante anual
ilíquido de rendimentos da categoria B de €200.000, terá que fazer a opção pela tributação
dos rendimentos pelo regime de contabilidade organizada. Caso não faça essa opção, esse
sujeito passivo poderá ficar no regime simplificado.
Neste regime apenas se consideram os rendimentos brutos obtidos, não são consideradas
as despesas ou o custo dos fatores de produção suportados para desenvolver a atividade.
263
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
d) 0,95 aos rendimentos provenientes de contratos que tenham por objeto a cessão ou
utilização temporária da propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de
informações respeitantes a uma experiência adquirida no setor industrial, comercial
ou científico, aos rendimentos de capitais imputáveis a atividades geradoras de
rendimentos empresariais e profissionais, ao resultado positivo de rendimentos
prediais, ao saldo positivo das mais e menos-valias e aos restantes incrementos
patrimoniais;
84
Transparência fiscal - Sociedades de profissionais.
264
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
85
Na redação dada pela Lei n.º 109-B/2001, de 27 de Dezembro, do Orçamento Estado 2002, ao n.º 5 do artigo 31.º do Código
do IRS aplicava-se o coeficiente de 0,20 aos subsídios destinados à exploração que tenham por efeito compensar reduções
nos preços de venda de mercadorias e produtos. Esta redação teve aplicação entre 2002 e 2007 e efeitos retroativos de
aplicação no ano de 2001.
265
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
86 De acordo com a Circular n.º5/2014, de 20/03/2014, da DSIRS, estão aqui incluídos os rendimentos provenientes das
prestações de serviços que, por força do artigo 4.º do Código do IRS, sejam enquadráveis na alínea a) do n.º 1 desse Código
(atividades comerciais e industriais, agrícolas, silvícolas e pecuárias), uma vez que as atividades comerciais e industriais
elencadas no artigo 4.º que operam através de prestações de serviços, de que constituem exemplo os serviços de transporte,
serviços hoteleiros e similares, serviços de restauração e serviços prestados por agências de viagens, são enquadráveis na
alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º e não na alínea b) do n.º 1 do mesmo artigo (cf. Circular n.º 5, de 12/03/2001, da Direção de
Serviços de IRS). A estes rendimentos decorrentes de atividades comerciais e industriais que operam através de prestações
de serviços, com enquadramento na alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º do Código do IRS, é aplicável o coeficiente de 0,10, a que
se refere a alínea e) do n.º 2 do artigo 31.º do mesmo Código, exceto se outros se encontrarem previstos nas alíneas
anteriores desse n.º 2.
87 Nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 6.º do Código do IRC
88 Rendimentos previstos nas alíneas b) e c) do artigo 31.º do Código do IRS
266
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
89
Aos rendimentos brutos prediais referentes a rendas dos prédios rústicos, urbanos e mistos pagas ou colocadas à disposição
dos respetivos titulares, deduzem-se, relativamente a cada prédio ou parte de prédio, todos os gastos efetivamente suportados
e pagos pelo sujeito passivo para obter ou garantir tais rendimentos, com exceção dos gastos de natureza financeira, dos
relativos a depreciações e dos relativos a mobiliário, eletrodomésticos e artigos de conforto ou decoração.
No caso de fração autónoma de prédio em regime de propriedade horizontal, são dedutíveis, relativamente a cada fração ou
parte de fração, outros encargos que, nos termos da lei, o condómino deva obrigatoriamente suportar e que sejam
efetivamente pagos pelo sujeito passivo.
Caso o sujeito passivo detenha mais do que uma fração autónoma do mesmo prédio em regime de propriedade horizontal, os
encargos referidos no número anterior são imputados de acordo com a permilagem atribuída a cada fração ou parte de fração
no título constitutivo da propriedade horizontal.
Caso o sujeito passivo arrende parte de prédio suscetível de utilização independente, os encargos referidos no número anterior
são imputados de acordo com o respetivo valor patrimonial tributário ou, na falta deste, na proporção da área utilizável de tal
parte na área total utilizável do prédio.
O imposto municipal sobre imóveis e o imposto do selo, pagos em determinado ano, apenas são dedutíveis quando respeitem
a prédio ou parte de prédio cujo rendimento seja objeto de tributação nesse ano fiscal.
Na sublocação, a diferença entre a renda recebida pelo sublocador e a renda paga por este não beneficia de qualquer
dedução.
Podem ainda ser deduzidos gastos suportados e pagos nos 24 meses anteriores ao início do arrendamento relativos a obras
de conservação e manutenção do prédio, desde que entretanto o imóvel não tenha sido utilizado para outro fim que não o
arrendamento.
267
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para efeitos do cálculo das mais-valias, são utilizadas as quotas mínimas de depreciação,
calculadas sobre o valor definitivo, se superior, considerado para efeitos de liquidação de
imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis.
Quando, por força da remissão do artigo 32.º90 do Código do IRS, o sujeito passivo tenha
beneficiado da aplicação do regime previsto no artigo 48.º do Código do IRC (reinvestimento
dos valores de realização), não sendo concretizado o reinvestimento até ao fim do 2.º
período de tributação seguinte ao da realização, acresce ao rendimento tributável desse
período de tributação a diferença ou a parte proporcional da diferença prevista no n.º 1 no
artigo 48.º do Código do IRC não incluída no lucro tributável, majorada em 15%.
90 Na determinação dos rendimentos empresariais e profissionais não abrangidos pelo regime simplificado, aplicam-se as
regras estabelecidas no Código do IRC.
91 Previstos na nas alíneas b), c) e f) do n.º 1 do artigo 31.º do Código do IRS.
268
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
no ano de 2010 e quatro no ano de 2011, cinco no ano de 2012 e 2013 e doze a partir do
ano de 2014 de acordo com as regras definidas no Código do IRC92.
O artigo 228.º da Lei n.º 114/2017, de 29 de dezembro, que aprovou o Orçamento do Estado
para o ano de 2018, alterou de forma substancial o artigo 31.º do Código do IRS referente
ao regime simplificado de determinação do rendimento tributável dos sujeitos passivos da
Categoria B, com rendimentos empresariais e profissionais.
Embora a redação final do artigo 31.º do Código do IRS tenha menos alterações do que o
inicialmente previsto na proposta de OE2018 apresentada pelo Governo, é importante aferir
que a muito curto prazo o “regime simplificado” poderá ter alterações.
Salienta-se que a Lei do OE2018 introduziu no artigo 228.º o n.º 2 com a seguinte redação:
92
Artigo 52.º do Código do IRC
93 Artigo 59.º - D Incentivos fiscais à atividade silvícola, do Estatuto dos Benefícios Fiscais, aditado pela Lei n.º 82-D/2014, de
31 de dezembro, com entrada em vigor em 1 de janeiro 2015.
269
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Quadro 1 - Exemplos
Aplicação
Prestação Dedução
Exemplos coeficiente Aplicação 15% Despesas a
Serviços Especifica
75% justificar
Exemplo 1 27.360,00 € 20.520,00 € 4.104,00 € - 4.104,00 € - €
Exemplo 2 40.000,00 € 30.000,00 € 6.000,00 € - 4.104,00 € 1.896,00 €
Exemplo 3 80.000,00 € 60.000,00 € 12.000,00 € - 4.104,00 € 7.896,00 €
Exemplo 4 120.000,00 € 90.000,00 € 18.000,00 € - 4.103,00 € 13.897,00 €
Exemplo 5 160.000,00 € 120.000,00 € 24.000,00 € - 4.104,00 € 19.896,00€
(*) Por aplicação do coeficiente de 0,75 ao valor da prestação serviços
270
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Exemplo 2 do quadro 1
Exemplo 2
Prestação Serviços 40.000,00 €
Aplicação Coeficiente 75% 30.000,00 €
Aplicação 15% 6.000,00 €
Dedução especifica - 4.104,00 €
Despesas a justificar 1.896,00 €
Despesas apresentadas - 2.100,00 €
Rendimento tributável 30.000,00 €
Exemplo 3 do quadro 1
Exemplo 3
Prestação Serviços 80.000,00 €
Aplicação Coeficiente 75% 60.000,00 €
Aplicação 15% 12.000,00 €
Dedução especifica - 4.104,00 €
Despesas a justificar 7.896,00 €
Despesas apresentadas - 4.000,00 €
Rendimento tributável 63.896,00 €
271
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
272
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais (artigo 33.º do Código do IRS)
Por portaria do Ministro das Finanças podem ser fixados o número máximo de veículos e
respetivo valor por sujeito passivo.
Quando o sujeito passivo afete à sua atividade empresarial e profissional parte do imóvel
destinado à sua habitação, os encargos dedutíveis com ela conexos referentes a
amortizações ou rendas, energia, água e telefone fixo não podem ultrapassar 25% das
respetivas despesas devidamente comprovadas.
A parte dos encargos das explorações silvícolas plurianuais suportados durante o ciclo de
produção, equivalente à percentagem que a extração efetuada no exercício represente na
produção total do mesmo produto e ainda não considerada em exercício anterior, é
atualizada pela aplicação dos coeficientes atualizados anualmente constantes da portaria do
Ministro das Finanças94.
273
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Na determinação do lucro das atividades agrícolas pode ser sempre utilizado o critério
referido no n.º 5 do artigo 26.º do Código do IRC. Na determinação do lucro tributável, os
rendimentos e gastos dos inventários podem resultar da aplicação de método de utilização
dos preços de venda deduzidos da margem normal de lucro, o que só é aceite nos setores
de atividade em que o cálculo do custo de aquisição ou de produção se torne
excessivamente oneroso ou não possa ser apurado com razoável rigor, podendo a margem
normal de lucro, nos casos de não ser facilmente determinável, ser substituída por uma
dedução não superior a 20% do preço de venda.
Consideram-se preços de venda os constantes de elementos oficiais ou os últimos que em
condições normais tenham sido praticados pelo sujeito passivo ou ainda os que, no termo
do período de tributação, forem correntes no mercado, desde que sejam considerados
idóneos ou de controlo inequívoco.
94
A Portaria n.º 362/2019, de 9 de outubro, procede à atualização dos coeficientes de desvalorização da moeda a aplicar aos
bens e direitos alienados durante o ano de 2019.
274
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
275
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Período de tributação
em que o prejuízo é Período de dedução Período de tributação limite
apurado (nº de anos) para a dedução de prejuízos
2006 6 2012
2007 6 2013
2008 6 2014
2009 6 2015
2010 6 2016
2011 4 2015
2012 5 2017
2013 5 2018
2014 12 2026
2015 12 2027
2016 12 2028
2017 12 2029
2018 12 2030
2019 12 2031
2020 12 2032
De acordo com o artigo 55.º do Código do IRS o resultado líquido negativo apurado na
categoria B só pode ser reportado, de harmonia com a parte aplicável do artigo 52.º do
Código do IRC, aos doze anos seguintes àquele a que respeita, deduzindo-se aos
resultados líquidos positivos da mesma categoria.
Quando a determinação do rendimento for efetuada por métodos indiretos nos termos dos
artigos 87.º, 88.º ou 89.º-A da lei geral tributária, não há lugar à dedução do resultado
negativo apurado em qualquer categoria de rendimentos, sem prejuízo da sua dedução nos
anos seguintes, dentro do período legalmente previsto.
276
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para que o sujeito passivo possa optar pelas regras de tributação da Categoria A, apenas
pode prestar serviços a uma única entidade nos termos do n.º 8 do artigo 28.º do Código do
IRS.
A prática reiterada está relacionada com o caráter de habitualidade com que a atividade é
exercida, encontrando-se fora do conceito de ato isolado a prática reiterada de uma
atividade ainda de caráter ocasional ou esporádico, como um serviço prestado de mês a
mês, de três em três meses, ano a ano ou de dois em dois anos.
O ato isolado tem subjacente a intenção de não continuidade de prestar determinado serviço
ou de vender determinados produtos. Quando determinada pessoa faz um ato de comércio,
95 Artigo 28.º, n.º 8 do Código do IRS, alterado pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro.
96
De acordo com o n.º 3 do artigo 3.º do Código do IRS
97
De acordo com as alíneas i) e h) do n.º2 do artigo 3.º do Código do IRS
277
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
de venda de bens ou presta um serviço ocasional sem intenção de lhe dar continuidade
então esta operação deverá consubstanciar-se num ato isolado.
Como exemplo de um ato isolado podemos considerar a venda pontual de madeira (arvores
em pé) efetuada por um particular ou uma prestação de serviço ocasional no âmbito de uma
colheita de produtos agrícolas, com utilização dos meios necessários, totalmente da
responsabilidade do prestador de serviços.
Salientamos o facto que o contrato de prestação de serviço é aquele em que uma das
partes se obriga a proporcionar à outra certo resultado do seu trabalho intelectual ou
manual, com ou se retribuição. Desta forma, diferentemente do contrato de trabalho, o
prestador de serviços obriga-se à obtenção de um resultado, que efetiva por si próprio, com
autonomia, sem subordinação à direção ou orientação de outra parte.
Este tipo de contratos, devem ser celebrados por escrito, para que se possa verificar que
são efetivamente contratos de prestação de serviços, uma vez que há a presunção de
contrato de trabalho98 quando existem algumas das seguintes características na relação
entre a pessoa que presta uma atividade e outra ou outras que dela beneficiam:
98
Artigo 12.º do Código do Trabalho
278
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os sujeitos passivos que pratiquem atos isolados, estão sempre dispensados de dispor de
contabilidade organizada por referência a esses atos99.
99
Conforme disposto no n.º 1 do artigo 30.º do Código do IRS, com a redação dada pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro
100
O Indexante dos Apoios Sociais (IAS) é um referencial que fixa as regras da atualização das pensões e de outras
prestações atribuídas pelo sistema de segurança social instituído pela Lei n.º 53-B/2006, de 29 de Dezembro, que veio
substituir a Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG).
A Lei do Orçamento Estado para 2015, n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro, no artigo n.º 117 suspende para o ano de 2015,
regime de atualização do valor do indexante dos apoios sociais, das pensões e outras prestações sociais, mantendo-se em
vigor o valor de €419,22.
101
Conforme n.º 4 do artigo 3 do Código do IRS
102
A Portaria n.º 4/2017, de 3 de janeiro, altera o valor do IAS do ano de 2017 para €421,23.
279
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A Portaria n.º 21/2018, de 18 de janeiro, atualiza o valor para o ano de 2018 do Indexante de
Apoios Sociais para €428,90, passando em 2018 o de quatros vezes e meia o valor anual do
IAS = (€428,90x12x4,5) = €23.160,60.
A Portaria n.º 24/2019, de 17 de janeiro, atualiza o valor para o ano de 2019 do Indexante de
Apoios Sociais para €435,76, passando em 2019 o de quatros vezes e meia o valor anual do
IAS = (€435,76x12x4,5) = €23.531,04.
A Portaria n.º 27/2020, de 31 de janeiro, atualiza o valor para o ano de 2020 do Indexante de
Apoios Sociais para €438,81, passando em 2020 o de quatros vezes e meia o valor anual do
IAS = (€438,81x12x4,5) = €23.695,74.
Exemplo 1:
Em 2020, qual o rendimento tributável derivado de uma venda ocasional, efetuada por um
particular, de madeira (árvores em pé) no montante de €6.000?
103
Redação dada pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro
104
Especificamente previstas na tabela a que se refere o artigo 151.º do Código do IRS
280
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Retenção na fonte
105
Conforme definido no n.º 1 do artigo 101.º do Código do IRS, as entidades que disponham ou devam dispor de
contabilidade organizada são obrigadas a reter o imposto, mediante a aplicação aos rendimentos ilíquidos de que sejam
devedoras
106
Conforme n.º 1 do artigo 101.º-B do Código do IRS
107 A Lei n.º 2/2020, de 31 de março, do Orçamento do Estado para 2020, altera o artigo 53.º do CIVA.
108
Artigo 3.º n.1, alínea a) do Código do IRS
281
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Declaração de rendimentos
O prazo de entrega das declarações de rendimento, para sujeitos passivos com rendimentos
da categoria B (ato isolado) decorre no período de 1 de abril a 30 de junho112.
109
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do Código do IVA
110
De acordo com o previsto no n.º 3 do artigo 31.º do Código do IVA
111
Previstas nas alíneas e) e f) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA.
112 Artigo 60.º do Código do IRS.
282
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
As referidas entidades também devem possuir registo atualizado das pessoas credoras
desses rendimentos, ainda que não tenha havido lugar a retenção do imposto, do qual
constem, nomeadamente, o nome, o número fiscal e respetivo código, bem como a data e
valor do pagamento.
A herança indivisa é regulada pelo Código Civil, não podendo renunciar-se ao direito de
partilha. Contudo, pode convencionar-se não exercer o direito à partilha por certo prazo, que
não exceda 5 anos, nos termos do artigo 2101.º do Código Civil, ou renovar esse prazo uma
ou mais vezes, desde que haja acordo (convenção) entre os herdeiros.
113
Com base no IAS de 2020 de €438,81. Em relação ao ano de 2019 o valor deve ser inferior a €1.743,04.
114
Artigo 119.º do Código do IRS
283
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
115
Nos termos do artigo 2079.º do Código Civil a administração da herança, até à sua liquidação e partilha, pertence ao
cabeça-de-casal. O cargo de cabeça-de-casal defere-se pela ordem seguinte: a) Ao cônjuge sobrevivo, não separado
judicialmente de pessoas e bens, se for herdeiro ou tiver meação nos bens do casal; b) Ao testamenteiro, salvo declaração do
testador em contrário; c) Aos parentes que sejam herdeiros legais; d) Aos herdeiros testamentários.
284
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Declarações de Atividade
Sempre que se esteja perante heranças indivisas cujo autor da sucessão desenvolvesse
uma atividade de âmbito comercial, industrial ou agrícola, a alteração a nível cadastral
proceder-se-á através da apresentação de uma declaração de alterações onde se
indicará, para além da mudança de identificação fiscal, o novo tipo de sujeito passivo,
utilizando-se, para o efeito, o campo 18 (herança indivisa) do quadro 05 da declaração
de alterações de atividade.
Nas situações em que não é o autor da sucessão que desenvolve a atividade comercial,
industrial ou agrícola, mas sim o conjugue sobrevivo, e de forma a que este possa continuar
o desenvolvimento dessa atividade, deve proceder-se da seguinte forma:
De notar que, nos casos em que o regime de casamento seja o de separação de bens, uma
vez que o património não faz parte da herança indivisa, não haverá lugar à cessação de
atividade do empresário.
No quadro seguinte, poder-se-ão observar as obrigações declarativas das heranças
indivisas:
285
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Fonte: Manual de Operações “Início de Atividade”, Autoridade Tributária e Aduaneira, Direção de Serviços de
Registo de Contribuintes – DSRC, setembro 2012
286
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
e consequente início de atividade por parte dos herdeiros, devendo tão só ser solicitado, em
qualquer Serviço de Finanças, o número de identificação fiscal para a herança indivisa e ser
apresentada uma declaração de alterações com o novo número de identificação iniciado por
70.
Logo que ocorra a partilha, deve ser apresentada declaração de cessação para a herança
indivisa.
Nos termos do artigo 19.º do Código do IRS, os rendimentos que pertençam em comum a
várias pessoas são imputados a estas na proporção das respetivas quotas, que se
presumem iguais quando indeterminadas.
287
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Outros rendimentos
A tributação dos rendimentos decorrentes de uma herança indivisa não depende da sua
efetiva distribuição aos contitulares (herdeiros). Se o rendimento em causa foi gerado em
determinado ano, deve ser incluído na declaração de rendimentos respeitante a esse
mesmo ano.
288
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Declaração de Rendimentos
Na tributação separada cada um dos cônjuges ou dos unidos de facto, caso não esteja de
tal dispensado, apresenta uma declaração da qual constam os rendimentos de que é titular
e 50% dos rendimentos dos dependentes que integram o agregado.
Na tributação conjunta:
289
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se tiver tornado definitivo o valor
patrimonial dos imóveis alienados, no âmbito da categoria B, quando superior ao
anteriormente declarado (n.º 2 do artigo 31.º-A do Código do IRS), nos anexos B ou C.
290
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Realizem atos isolados cujo montante anual seja inferior a quatro vezes o valor do
IAS, desde que não aufiram outros rendimentos ou apenas aufiram rendimentos
tributados pelas taxas libratórias (artigo 71.º do Código do IRS).
Nos casos em que os sujeitos passivos optem pela não entrega da declaração por reunirem
as condições de dispensa previstas, a Autoridade Tributária e Aduaneira certifica, a pedido
do sujeito passivo, sem qualquer encargo para este, o montante e a natureza dos
rendimentos que lhe foram comunicados em cada ano, bem como o valor do imposto
suportado relativamente aos mesmos.
291
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
quando estejam obrigados à apresentação de qualquer dos anexos que dela fazem parte
integrante. A declaração deve ser enviada, por transmissão eletrónica de dados, até 15 de
Julho, independentemente de esse dia ser útil ou não.
Excecionalmente em 2020, devido ao COVID-19, o prazo para entrega da IES referente ao
ano de 2019, foi prolongado até 7 de agosto de 2020119.
b) A emitir fatura nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA por cada
transmissão de bens, prestação de serviços ou outras operações efetuadas e a emitir
documento de quitação de todas as importâncias recebidas.
Registos121
122
a) Livro de registo de compras de mercadorias e ou livro de registo de matérias-primas e de consumo; b) Livro de
registo de vendas de mercadorias e ou livro de registo de produtos fabricados; c) Livro de registo de serviços prestados;
292
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os sujeitos passivos que exerçam atividades agrícolas, silvícolas ou pecuárias devem ainda:
• Registar imobilizações.
Os registos dos agricultores podem ser substituídos pelos livros e demais elementos de
escrita exigidos pelo sistema adotado na Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas
(RICA) ou pelas listagens do Sistema Gestagro, independentemente de os sujeitos passivos
estarem integrados na referida rede.
293
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• O artigo 112.º do Código do IRS estipula que antes de iniciar alguma atividade
suscetível de produzir rendimentos da categoria B, deve o sujeito passivo apresentar
a respetiva declaração de início de atividade num serviço de finanças, em impresso
de modelo oficial.
• Declaração de alterações - sempre que se verifiquem alterações de qualquer dos
elementos constantes da declaração de início de atividade, o sujeito passivo deve
entregar, no prazo de 15 dias a contar da alteração, a declaração de alterações, se
outro prazo específico não for previsto.
• No caso de cessação de atividade, deve o sujeito passivo, entregar a declaração no
prazo de 30 dias a contar da data da cessação.
123 N.º 8 do artigo 112.º do Código do IRS, aditado pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro. Em vigor a partir de 1 de
janeiro de 2015.
294
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Sem prejuízo das obrigações previstas no Código do IRS, os sujeitos passivos titulares de
rendimentos da categoria B estão sujeitos às obrigações de faturação, de emissão de recibo
e de arquivo nos termos previstos no Código do IVA e no Decreto-Lei n.º 28/2019, de 15 de
fevereiro.
Os sujeitos passivos são obrigados a arquivar e conservar em boa ordem todos os livros,
registos e respetivos documentos de suporte por um prazo de 10 anos, se outro prazo não
resultar de disposição especial, sem prejuízo do disposto em seguida.
Sempre que os sujeitos passivos exerçam direito cujo prazo é superior ao referido
anteriormente, a obrigação de arquivo e conservação de todos os livros, registos e
respetivos documentos de suporte mantém-se até ao termo do prazo de caducidade relativo
à liquidação dos impostos correspondentes.
Quando a contabilidade ou a faturação for estabelecida por meios informáticos, deve ser
assegurado quanto aos respetivos registos o seguinte:
295
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Quanto aos sujeitos passivos sem sede ou domicílio em território nacional, mas que aí
disponham de estabelecimento estável, a centralização do arquivo abrange apenas as
operações que lhe sejam imputadas, devendo, no caso de existir mais do que um
estabelecimento estável, abranger as operações imputáveis a todos.
296
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
5% 5%
Encargos dedutíveis relativos a ajudas de custo
Encargos dedutíveis relativos à compensação pela
5% 5%
deslocação em viatura própria
297
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
relacionadas com as viaturas relativamente às quais tenha sido celebrado o acordo previsto
no n.º 9) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do Código do IRS124.
De acordo com o artigo 121.º do Código do IRS, aditado pela Lei do Orçamento de Estado
para 2012 (Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro), as entidades que paguem subsídios ou
subvenções não reembolsáveis126 no âmbito do exercício de uma atividade abrangida pela
categoria B devem entregar à Autoridade Tributária, até ao final do mês de fevereiro de cada
ano, uma declaração de modelo oficial, referente aos rendimentos atribuídos no ano
anterior.
124 Consideram-se rendimentos de trabalho dependente os resultantes da utilização pessoal pelo trabalhador ou membro de
órgão social de viatura automóvel que gere encargos para a entidade patronal, quando exista acordo escrito entre o
trabalhador ou membro do órgão social e a entidade patronal sobre a imputação àquele da referida viatura automóvel.
125 Os rendimentos que pertençam em comum a várias pessoas são imputados a estas na proporção das respetivas quotas,
que se presumem iguais quando indeterminadas.
126
Nomeadamente o IFAP – Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, IP
298
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Caso 1
Questão:
Um jovem agricultor127, que recentemente fez o inicio de atividade na AT com o regime simplificado
de tributação de rendimentos, efetuou um Pedido de Apoio à ação n.º 3.1 “Jovens agricultores”,
integrada na medida n.º3, “Valorização da produção agrícola”, da área 2 “Competitividade e
organização da produção” do PDR 2020128 com vista ao recebimento do prémio de primeira
instalação, visto que reunia as condições de elegibilidade definidas na Portaria nº 31/2015, de 12 de
fevereiro.
127 “Jovem agricultor”, o agricultor que, à data de apresentação de candidatura, tenha idade compreendida entre os 18 e os 40
anos, inclusive, e se instale pela primeira vez numa exploração agrícola.
128 Programa de Desenvolvimento Rural do Continente.
129 Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, I.P. (IFAP, I.P.)
299
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Qual é o valor do prémio de primeira instalação do jovem agricultor a considerar como rendimento
tributável nos vários anos?
Resolução:
Montante Aplicação do
Rendimento tributável por ano
Anos recebido coeficiente 0,30
300
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Caso 2
O Senhor Manuel Ferreira, sujeito passivo de IRS com o regime simplificado de tributação
de rendimentos, produtor agrícola com um olival de 25,59 hectares, recebeu durante o ano
de 2020, os seguintes rendimentos:
Valores recebidos
Descrição
2020
Total 87.267,48 €
Assim temos:
Valores recebidos Rendimento a Rendimento
Descrição
2020 considerar tributável
301
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A adoção do regime simplificado tem carácter optativo: não basta achar-se assegurada a
verificação dos requisitos de acesso ao regime simplificado, sendo exigida uma opção
expressa nesse sentido. Essa opção formaliza-se na declaração de início de atividade ou na
declaração de alterações de atividade, até ao fim do 2.º mês do período de tributação em
que se pretenda iniciar a aplicação do regime. Se o período de tributação corresponder ao
ano civil será até final de Fevereiro.
A opção pelo regime simplificado de determinação da matéria coletável que não descura a
obrigação da empresa ter contabilidade organizada nos termos do normativo contabilístico
aplicável, é possível para os sujeitos passivos residentes não isentos nem sujeitos a um
regime especial de tributação, que exerçam a título principal uma atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola, que verifiquem, cumulativamente, as seguintes
condições:
d) O respetivo capital não seja detido em mais de 20%, direta ou indiretamente, por
entidades que não preencham alguma das condições descritas, salvo se se tratar de
sociedades de capital de risco ou de investidores de capital de risco;
130 Tivemos um Regime Simplificado criado pela Lei n.º 30-G/2000, de 29 de Dezembro, e “suspenso” através da Lei n.º 64-
A/2008, de 31 de Dezembro (OE2009). Apesar de algumas semelhanças, existem diferencias significativas entre os dois
regimes simplificados.
131
Artigos 86.ºA e 86.ºB do Código do IRC.
302
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
f) Não tenham renunciado à aplicação do regime nos três anos anteriores, com referência à
data em que se inicia a aplicação do regime. Existe um tempo mínimo de permanência no
regime geral no caso de a empresa optar por abandonar o regime simplificado.
303
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
304
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A matéria coletável será apurada pela aplicação de coeficientes, com redução nos dois
primeiros anos de início de atividade, 50% no primeiro e 25% no segundo ano, aos
seguintes rendimentos:
Coeficiente
Rendimentos Base 1-º ano 2-º ano
Exemplo: trator adquirido por €30.000, financiado em 40%. Se a empresa estiver no regime
simplificado, o efeito anual na matéria coletável será:
Quando os subsídios ao investimento respeitem a ativos intangíveis sem vida útil definida,
são considerados, depois da aplicação do coeficiente de 0,30, repartidos por 20 anos.
Quando os subsídios ao investimento respeitem a ativos fixos não depreciáveis, como por
exemplo terrenos, são considerados, depois da aplicação do coeficiente de 0,30, repartidos
por 10 anos.
Quando o sujeito passivo tenha beneficiado da aplicação do regime previsto no artigo 48.º133
do Código do IRC, não sendo concretizado o reinvestimento até ao fim do 2.º período de
tributação seguinte ao da realização, acresce à matéria coletável desse período de
tributação a diferença ou a parte proporcional da diferença prevista nos n.ºs 1 e 4 do artigo
48.º do Código do IRC, não incluída no lucro tributável majorada em 15%.
305
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
134
Artigo 88.º do Código do IRC
306
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Taxas aplicáveis
Regime simplificado determinação lucro tributável Taxa aplicável 2014 Taxa aplicável 2020
Despesas com viaturas ligeiras de passageiros (*),, cujo custo de 27,5% n.a 27,5% n.a
aquisição seja igual ou suferior a €27.500, e inferior a €35,000,
excluindo os veículos movidos exclusivamente a energia eléctrica
Bónus e outras remunerações variáveis pagas aos orgâos de n.a n,a 35% n.a
gestão superiores a 25% da remuneração anual e a €27.500
307
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O artigo 59.º-D, do Estatuto dos Benefícios Fiscais aditado pela Lei n.º 82-D/2014136, da
Reforma da Fiscalidade Verde, de 31 de dezembro, introduziu benefícios fiscais à atividade
silvícola.
a) Por 12, para os rendimentos que sejam determinados com base na aplicação das
regras decorrentes do regime simplificado, incluindo o ato isolado;
135
Redação dada pela Lei n.º 82-C/2014, de 31 de dezembro.
136
Procede à alteração das normas fiscais ambientais nos sectores da energia e emissões, transportes, água, resíduos,
ordenamento do território, florestas e biodiversidade, introduzindo ainda um regime de tributação dos sacos de plástico e um
regime de incentivo ao abate de veículos em fim de vida, no quadro de uma reforma da fiscalidade ambiental.
137
Os gastos das explorações silvícolas plurianuais podem ser imputados ao lucro tributável tendo em consideração o ciclo de
produção, caso em que a quota-parte desses gastos, equivalente à percentagem que a extração efetuada no período de
tributação represente na produção total do mesmo produto, e ainda não considerada em período de tributação anterior, é
atualizada pela aplicação dos coeficientes constantes da portaria a que se refere o artigo 47.º do Código do IRC que atualiza
308
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A Sra. Olinda Cruz, sujeito passivo de IRS com o regime simplificado de tributação dos
rendimentos, no âmbito da categoria B, silvicultora, recebeu no ano 2019 o valor de
€160.000,00 referente à venda de cortiça. Qual é o rendimento tributável e a respetiva taxa
de IRS aplicável no ano 2019, da Sra. Olinda Cruz?
309
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O Sr. Pedro de Carvalho, sujeito passivo de IRS com o regime de contabilidade organizada
de tributação dos rendimentos, no âmbito da categoria B, silvicultor, vendeu no ano de 2019,
12.000 arrobas de cortiça ao valor por arroba de €22,00.
Coeficiente Gastos
Anos Gastos de correção corrigidos pelo
monetária coeficiente (**)
Qual é a estimativa de lucro tributável e a respetiva taxa de IRS aplicável no ano de 2019,
ao Sr. Pedro de Carvalho?
No ano de 2019, o Sr. Pedro de Carvalho tem um lucro tributável estimado de €133.520,00 e
a taxa de IRS de 28,5%.
310
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
As isenções de IMT e imposto de selo são reconhecidas pelo chefe do serviço de finanças
da situação dos prédios, mediante requerimento apresentado pelos sujeitos passivos, nesse
serviço de finanças, acompanhado de documento comprovativo da inclusão do prédio na
ZIF ou de que o prédio é contíguo a prédio abrangido por ZIF, a apresentar, em qualquer
caso, antes do ato ou contrato que originou a transmissão.
A aquisição relativa aos prédios contíguos a prédios abrangidos por ZIF, deixa de beneficiar
da isenção quando, após o período de três anos do pedido de reconhecimento ao serviço de
finanças, tal prédio não esteja abrangido por ZIF.
Zona de intervenção florestal (ZIF) é uma área territorial contínua e delimitada, constituída
maioritariamente por espaços florestais, submetida a um plano de gestão florestal e a um
plano específico de intervenção florestal e administrada por uma única entidade.
138 Verba 1.1 da tabela geral do imposto do selo - Aquisição onerosa ou por doação do direito de propriedade ou de figuras
parcelares desse direito sobre imóveis, bem como a resolução, invalidade ou extinção, por mútuo consenso, dos respetivos
contratos - sobre o valor aplica-se a taxa de 0,8%.
139 Zona de intervenção florestal (ZIF) os termos do disposto no Decreto-Lei n.º 127/2005, de 5 de agosto, alterado pelos
Decretos-Leis n.ºs 15/2009, de 14 de janeiro, 2/2011, de 6 de janeiro, e 27/2014, de 18 de fevereiro. O Decreto-Lei n.º 67/2017,
de 12 de junho, procede à quarta alteração ao Decreto-Lei n.º 127/2005, de 5 de agosto, alterado e republicado pelo Decreto-
Lei n.º 27/2014, de 18 de fevereiro, que estabelece o regime de criação das zonas de intervenção florestal (ZIF), bem como os
princípios reguladores do seu funcionamento e extinção.
311
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
que visa garantir uma gestão eficiente dos espaços florestais à escala da paisagem e uma
aplicação coerente dos apoios públicos ao desenvolvimento florestal.
140 Nos termos do Decreto-Lei n.º 16/2009, de 14 de janeiro, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 114/2010, de 22 de outubro, e
27/2014, de 18 de fevereiro.
141 Resolução do Conselho de Ministros n.º 6-B/2015, DR I.ª série, N.º 24, de 4 fevereiro 2015.
312
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
As isenções de IMT e imposto de selo são reconhecidas pelo chefe do serviço de finanças
da situação dos prédios, mediante requerimento apresentado pelos sujeitos passivos, nesse
serviço de finanças, acompanhado do documento comprovativo da aprovação do plano de
gestão florestal e da situação de contiguidade do prédio, nas situações de prédios rústicos
submetidos a plano de gestão florestal elaborado, aprovado e executado, a apresentar, em
qualquer caso, antes do ato ou contrato que originou a transmissão.
Ficam isentos de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) os prédios rústicos que
correspondam a áreas florestais aderentes a ZIF142.
A isenção de IMI inicia-se no ano, inclusive, em que o prédio seja abrangido por zona de
intervenção florestal (ZIF).
A isenção de IMI cessa quando o prédio deixe de estar abrangido por zona de intervenção
florestal.
142 Nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 127/2005, de 5 de agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 15/2009, de 14 de
janeiro, 2/2011, de 6 de janeiro, e 27/2014, de 18 de fevereiro.
313
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ficam isentos de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) os prédios rústicos destinados à
exploração florestal submetidos a plano de gestão florestal elaborado, aprovado e
executado143.
A isenção de IMI inicia-se a partir do ano em que o prédio seja submetido a plano de gestão
florestal144.
Para efeitos de determinação do lucro tributável dos sujeitos passivos de IRC e dos sujeitos
passivos de IRS com contabilidade organizada que exerçam diretamente uma atividade
económica de natureza silvícola ou florestal, as contribuições financeiras dos proprietários e
produtores florestais aderentes a uma zona de intervenção floresta (ZIF)l, destinadas ao
fundo comum constituído pela respetiva entidade gestora nos termos do artigo 18.º do
143 Nos termos do Decreto-Lei n.º 16/2009, de 14 de janeiro, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 114/2010, de 22 de outubro, e
27/2014, de 18 de fevereiro.
144
Elaborado, aprovado e executado nos termos do Decreto-Lei n.º 16/2009, de 14 de janeiro, alterado pelos Decretos-Leis
n.ºs 114/2010, de 22 de outubro, e 27/2014, de 18 de fevereiro, consoante aplicável.
314
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
145 Alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 15/2009, de 14 de janeiro, 2/2011, de 6 de janeiro, e 27/2014, de 18 de fevereiro. Fundo
comum – as entidades gestoras das ZIF podem constituir um fundo comum destinado a financiar ações geradoras de
benefícios comuns e de apoio aos proprietários e outros produtores florestais aderentes. Constituem receitas do fundo comum,
nomeadamente, as contribuições financeiras dos proprietários e produtores florestais aderentes, bem como os prémios,
incentivos e outras receitas que lhes sejam atribuídos nos termos da lei e das condições
146
Elaborado, aprovado e executado nos termos do Decreto-Lei n.º 16/2009, de 14 de janeiro, alterado pelos Decretos-Leis
n.ºs 114/2010, de 22 de outubro, e 27/2014, de 18 de fevereiro.
315
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
É neste contexto que surgem as ZIF, que têm como objetivos fundamentais a promoção da
gestão sustentável dos espaços florestais que as integram, a coordenação, de forma
planeada, da proteção de espaços florestais e naturais, a redução das condições de ignição
e de propagação de incêndio, a recuperação destes espaços. Assim, é estimulada a criação
de dimensão, possibilitando ganhos de eficiência no ordenamento, gestão e prevenção de
riscos nas propriedades florestais.
Foi disponibilizada no Portal das Finanças, a Circular n.º 11/2015, da Autoridade Tributária e
Aduaneira (Gabinete do Diretor Geral), com data de 6 de outubro, que define os
procedimentos conducentes ao reconhecimento da isenção do Imposto Municipal sobre
Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), do Imposto de Selo (IS) e do Imposto Municipal
sobre Imóveis (IMI), dos prédios rústicos aderentes a Zonas de Intervenção Florestal (ZIF)
ou submetidos a Plano de Gestão Florestal (PGF), nos termos do artigo 59.º D do Estatuto
dos Benefícios Fiscais, aditado pela Lei n.º 82-D/2014, de 31 de dezembro (Reforma da
Fiscalidade Verde).
316
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Lembramos que o IVA é um imposto de base comunitária que tem sido ao longo dos tempos
regulado por várias diretivas do Conselho da União Europeia, pelo que se aplica em todos
os estados membros de forma semelhante. É um imposto que incide sobre a despesa ou
consumo e tributa o "valor acrescentado" das transações efetuadas pelos contribuintes.
Na atual Diretiva IVA, o regime comum forfetário dos produtores agrícolas encontra-se
previsto nos artigos 295.º a 305.º da Diretiva 2006/112/CE do Conselho de 28 de Novembro
de 2006, encontrando-se revogada a Sexta Diretiva.
317
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Portugal até 2015 nunca transpôs para o direito interno o regime forfetário dos produtores
agrícolas.
Esta alteração que originou a revogação do n.º 33 do art. 9.º (onde se encontrava prevista a
isenção para as atividades agrícolas), teve como origem o Acórdão do Tribunal de Justiça
(Quarta Secção) de 8 de março de 2012 no âmbito do processo C-524/10 que tem por
objeto uma ação por incumprimento de Portugal nos termos do artigo n.º 258.º TFUE,
entrada em 11 de novembro de 2010, a pedido da Comissão Europeia. No referido Acórdão
o Tribunal de Justiça declara-se que “ao aplicar aos produtores agrícolas um regime
especial que não respeita o regime instituído pela Diretiva 2006/112/CE do Conselho, de 28
de Novembro de 2006, relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado e
prever a aplicação de uma percentagem forfetária de compensação de nível zero, a
República Portuguesa não cumpriu as obrigações que lhe incumbem por força dos artigos
296.º a 298.º da referida diretiva”.
Esta alteração estabeleceu novas regras para os contribuintes que, até 31 de dezembro de
2012, estavam dispensados da obrigação da liquidação do IVA nas transmissões de bens e
prestações de serviços no âmbito das atividades agrícolas, silvícolas ou pecuárias.
Para além desta alteração significativa que entrou em vigor em 1 de janeiro de 2013,
também o orçamento do Estado para 2015 (aprovado pela Lei n.º 82-B/2014 de 31 de
Dezembro) introduziu finalmente no código do IVA o regime forfetário dos produtores
agrícolas.
318
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
319
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
prorrogado quatro vezes, pelo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, até 30 de abril de
2014
• Não tenham nem sejam obrigados a ter contabilidade organizada para efeitos do
IRS;
• Não pratiquem importações, exportações ou atividades conexas com alguma destas
operações;
• Não exerçam atividades que consistam em transmissões de bens ou prestações de
serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis, mencionados
no anexo E do Código do IVA;
• Não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a
€12.500147. Em relação ao ano de 2020 o volume de negócios não pode ser superior
a €11.000148.
O conceito de volume de negócios está definido no artigo 42.º do Código do IVA, sendo
constituído pelo valor, com exclusão do imposto, das transmissões de bens e prestações de
serviços efetuadas pelo sujeito passivo. Os subsídios ou subvenções não fazem parte do
volume de negócios.
Esta isenção do artigo 53.º é uma isenção simples ou incompleta, caracterizada pela não
liquidação do imposto a jusante, mas também pela não dedução do IVA suportando nas
aquisições de bens e serviços a montante.
147
A Lei do OE2020 alterou o limite de €10.000 para €12.500.
148
O montante a que se refere o n.º 1 do artigo 53.º do Código do IVA, na redação dada pela presente lei, é de 11.000 € em
2020. (n.º 2 do artigo 337.º da lei n.º 2/2020, de 31 de março)
320
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os sujeitos passivos que iniciem a sua atividade devem declarar, na respetiva declaração de
início de atividade, a previsão do volume de negócios relativo ao ano civil corrente, a qual,
depois de confirmada pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), é tida em consideração
no enquadramento desse mesmo ano.
No entanto, quando o período em referência for inferior ao ano civil, deve converter-se o
volume de negócios relativo a esse período num volume de negócios anual correspondente.
321
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Deve, assim, concluir-se que o montante de €11.000 previsto no n.º 2 do artigo 337.º da Lei
do OE2020 se aplica apenas aos sujeitos passivos que iniciem a sua atividade a partir de 1
de abril de 2020, observando o disposto no n.º 3 do artigo 53.º do Código do IVA.
O limiar de €12.500 será aplicável no ano de 2021, com referência ao volume de negócios
atingido em 2020.”
O artigo 54.º do Código IVA determina que, uma vez verificados os condicionalismos
previstos no artigo 53.º do Código do IVA para poder beneficiar da isenção do IVA, se os
sujeitos passivos não isentos pretenderem a aplicação do regime especial nele
estabelecido, devem apresentar uma declaração de alterações. Esta declaração só pode ser
apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifiquem os
pressupostos estabelecidos no artigo 53.º e produz efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da
sua apresentação.
Por outro lado, o artigo 58.º do Código do IVA determina que os sujeitos passivos
enquadrados no regime especial de isenção estabelecido no artigo 53.º do Código do IVA,
quando deixem de reunir as condições para aplicação do citado regime, estão obrigados a
apresentar uma declaração de alterações de atividade no prazo de 15 dias, tendo em vista o
enquadramento no regime de tributação.
322
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O artigo 53.º do Código do IVA exige a verificação cumulativa dos requisitos nele previstos,
para que os sujeitos passivos possam beneficiar da isenção aí consagrada.
Contudo, o n.º 2 do artigo 56.º do Código impõe duas limitações à aplicação do regime
especial de isenção, quando os sujeitos passivos reiniciem a atividade após cessação, não
obstante preencherem as condições exigidas nesta norma legal. Não podem beneficiar do
regime de isenção:
No ano seguinte ao da cessação, os sujeitos passivos que reiniciem essa ou outra atividade
e que, se não tivessem declarado a cessação, seriam enquadrados, por força da alínea a)
do n.º 2 do artigo 58.º, no regime normal."
O Orçamento do Estado para 2015 (Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro) aditou ao Código
do IVA o “Regime forfetário dos produtores agrícolas” e os anexos F e G.
Este regime que se encontra previsto nos artigos 59.º-A a 59.º-E, tem como objetivo
compensar os pequenos produtores agrícolas inseridos no regime de isenção de IVA
previsto no artigo 53.º, que, por serem isentos de IVA, não podem deduzir os montantes de
IVA pagos aos seus fornecedores. Aderindo a este regime, os produtores agrícolas isentos
de IVA podem obter uma compensação forfetária calculada a partir da aplicação de uma
percentagem de 6% sobre o total das vendas e serviços agrícolas por si efetuados em cada
ano a outros sujeitos passivos de IVA (empresas, cooperativas, outros produtores,
comerciantes e prestadores de serviços em geral).
149
O valor das ajudas da PAC (subsídios) não faz parte do volume de negócios.
323
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
prestação de serviços) superior a 10.000 euros no ano de 2019, superior a 11.000 euros no
ano de 2020, superior a 12.500 euros no ano de 2021, ou que, no ano do início da atividade,
prevejam obter um volume de negócios igual ou inferior àquele montante, que efetuem
transmissões de produtos agrícolas e prestações de serviços que conferem direito à
compensação forfetária150. É importante referir que no ano do início de atividade essa
previsão é anualizada de acordo com o valor indicado na declaração de início de atividade.
● E que não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a
€12.500 (€10.000 em 2019, €12.500 em 2021) ou que, no ano do início da atividade,
prevejam obter um volume de negócios igual ou inferior àquele montante.
O regime forfetário dos produtores agrícolas aplica-se a sujeitos passivos de IRS e IRC,
desde que cumpridas as condições de enquadramento. No caso de sujeitos passivos de IRC
apenas se pode aplicar a entidades do sector não lucrativo que não disponham de
contabilidade organizada e que estejam abrangidas pelo regime especial de isenção do
artigo 53.º do CIVA.
Um produtor agrícola com o regime forfetario pode desenvolver simultaneamente outro tipo
de atividades não agrícolas, desde que, no conjunto das operações que realiza, não
ultrapasse os €11.000, no ano de 2020, de volume de negócios.
150
Previstas nos anexos F e G do Código do IVA.
324
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1. Exemplo 1:
Um pequeno agricultor que optou pelo regime forfetário, efetuou durante o ano 2019 as
seguintes vendas e prestações de serviços:
Compensação
Vendas e prestações de serviços valor
6%
2. Exemplo 2:
Um pequeno silvicultor que optou pelo regime forfetário, efetuou durante o ano de 2019,
uma venda de €14.000, a uma sociedade, referente à extração de cortiça.
Este silvicultor tem direito a pedir pedir á AT uma compensação forfetária no valor de €840
(6%x€14.000), embora no ano de 2020 já não possa ficar no enquadrado no regime especial
de isenção, e consequentemente no regime forfetário, porque no ano de 2019 ultrapassou o
volume de negócios de €10.000.
325
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
São abrangidas pelo regime forfetário do IVA as vendas de bens provenientes diretamente
da exploração do produtor agrícola e que resultem do exercício das seguintes atividades:
I - Cultura propriamente dita:
1 - Agricultura em geral, incluindo a viticultura;
2 - Fruticultura (incluindo a oleicultura) e horticultura floral e ornamental, mesmo em estufas;
3 - Produção de cogumelos, de especiarias, de sementes, de material de propagação
vegetativa e exploração de viveiros.
II - Criação de animais conexa com a exploração do solo ou em que este tenha carácter
essencial:
1 - Criação de animais;
2 - Avicultura;
3 - Cunicultura;
4 - Sericicultura;
5 - Helicicultura;
6 - Apicultura.
III - Culturas aquícolas e piscícolas.
IV - Silvicultura.
V - São igualmente consideradas atividades de produção agrícola as atividades de
transformação efetuadas por um produtor agrícola sobre os produtos provenientes,
essencialmente, da respetiva produção agrícola com os meios normalmente utilizados nas
explorações agrícolas e silvícolas.
326
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
327
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
328
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Os agricultores que optem pelo regime forfetário estão obrigados a emitir fatura por
cada venda ou prestação de serviços.
• As faturas emitidas pelo agricultor que opte pelo regime forfetário, quer de vendas
quer de prestações de serviços relacionadas com a agricultura, devem conter a
menção «IVA – regime forfetário».
• Se o agricultor para além da atividade agrícola desenvolver outras atividades, essas
faturas devem conter “ IVA – Regime de isenção”
329
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para o ano 2015 foi criado um regime transitório que permite que durante o ano 2015 a
menção “IVA – regime forfetário” possa ser adicionado às faturas manualmente.
Este regime também se aplica a pequenos agricultores, cujas faturas sejam emitidas pelos
seus clientes através do sistema de autofaturação, desde que reúnam as condições e
tenham optado pelo regime forfetário.
330
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Não existe lugar ao pagamento da compensação quando o montante calculado seja inferior
a €10.
Como já referido, deixou de existir a partir de 1 de abril de 2013, a isenção de IVA para as
transmissões de bens efetuados no âmbito das explorações enunciadas no Anexo A do
Código do IVA (agricultura, silvicultura ou pecuária), bem como as prestações de serviços
agrícolas definidas no Anexo B, quando efetuadas com carácter acessório por um produtor
agrícola que utilize os seus próprios recursos de mão-de-obra e equipamento normal da
respetiva exploração agrícola ou silvícola, seja qual for o volume de negócios auferido, e
foram aditadas à Lista I anexa ao Código do IVA as verbas 4.2 e 5, aplicando-se a taxa
reduzida de IVA. Esta nova redação dada pela Lei do OE2013, com as alterações da Lei do
OE2014, tem por base, os números 1 e 2 do artigo 98.º e alínea 11) do anexo III da Diretiva
IVA, relativos à possibilidade de aplicação de taxas reduzidas pelos Estados membros.
A alínea 11) do anexo III da Diretiva IVA, define que os Estados membros podem aplicar
taxas reduzidas à “entrega de bens e prestação de serviços, do tipo utilizado normalmente
na produção agrícola com exclusão dos bens de equipamento, tais como máquinas ou as
construções”.
331
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
designadamente as seguintes:
5.2. - Criação de animais conexa com a exploração do solo ou em que este tenha caráter
essencial:
154 Em 2014, a verba 5 passa a ter a designação de "5 - As transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas no
âmbito das seguintes atividades de produção agrícola:", passando a abranger, também, as prestações de serviços efetuadas
no âmbito das atividades ali elencadas.
155
No ano de 2013 não é aplicável a taxa reduzida às atividades agrícolas não conexas com a exploração da terra ou em que
esta tenha caráter meramente acessório, designadamente as culturas hidropónicas e a produção em vasos, tabuleiros e outros
meios autónomos de suporte. A Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro, do OE2014 alterou a redação da verba 5.1.3 da Lista I
do Código do IVA.
332
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
5.2.2. - Avicultura;
5.2.3. - Cunicultura;
5.2.4. - Sericicultura;
5.2.5. - Helicicultura;
5.2.7. - Canicultura;
5.2.8. – (Revogada)
5.3. – Apicultura;
5.4. – Silvicultura;
A verba 4.1 da lista I anexa ao Código do IVA prevê a aplicação da taxa reduzida de IVA
às “Prestações de serviços de limpeza e de intervenção cultural nos povoamentos e
habitats, realizadas no âmbito da agricultura, da gestão da floresta e da prevenção de
incêndios”, no âmbito das atividades de produção agrícola a que se refere categoria 4 da
lista I, em que a verba 4.1 está inserida.
Lista das prestações de serviços que se enquadram na verba 4.1 da lista I anexa ao Código
do IVA:
333
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
4.1.7. Rolagem;
4.1.8. Podas;
4.1.9. Desramação;
4.2.3. Ripagem;
4.2.4. Subsolagem;
334
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
4.2.11. Plantação;
4.2.12. Sementeira;
As prestações de serviços: espalhar adubo na terra, arrancar cepas, fazer poda de vinhas,
fazer vindima nas vinhas e desmatar terrenos efetuadas mediante a utilização de diferentes
equipamentos motorizados, e que contribuem para a produção agrícola, são tributados à
156 Informação vinculativa, Processo n.º 9352, por despacho de 2015-10-20, do SDG do IVA, por delegação do Diretor Geral
da Autoridade Tributária e Aduaneira.
335
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Existem casos em que o adquirente do serviço de transporte não exerce qualquer atividade
de produção agrícola, mas apenas, a de comercialização de produtos e matérias-primas
agrícolas e muitas vezes refatura o serviço de transporte aos produtores agrícolas que
surgem, deste modo, na qualidade de destinatários do serviço de transporte. Nesta situação
o transporte de bens da produção agrícola é faturado à entidade que tem a comercialização
à taxa normal, e esta última entidade refatura o respetivo valor do serviço de transporte ao
produtor dos bens da produção agrícola à taxa reduzida159.
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) vinha entendendo que, face ao elemento literal da
norma, as operações elencadas nas verbas 4.1 e 4.2, da Lista I anexa ao CIVA, apenas
beneficiavam da taxa reduzida quando realizadas no âmbito de uma atividade de produção
agrícola ou aquícola das elencadas nas verbas 5.1 a 5.5 da mesma Lista.
157 Informação vinculativa, Processo n.º 5032, por despacho de 2013-08-19, do SDG do IVA, por delegação do Diretor Geral
da Autoridade Tributária e Aduaneira.
158 Informação vinculativa, Processo n.º 6638, por despacho de 2014-03-28, do SDG do IVA, por delegação do Diretor Geral
da Autoridade Tributária e Aduaneira.
159 Informação vinculativa, Processo n.º 5716, por despacho de 2014-03-28, do SDG do IVA, por delegação do Diretor Geral
da Autoridade Tributária e Aduaneira.
336
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
As verbas 4.1 e 4.2, da Lista I anexa ao CIVA, resultam da transposição da alínea 11) do
anexo III da Diretiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de novembro, que define que os
Estados-Membros podem aplicar taxas reduzidas à “Entrega de bens e prestação de
serviços, do tipo utilizado normalmente na produção agrícola com exclusão dos bens de
equipamento, tais como máquinas ou as construções”, não resultando da norma
Comunitária qualquer limitação quanto à sua abrangência em função do adquirente.
Como exemplo, é referido no Ofício Circulado que os serviços de limpeza de terrenos, bem
como o abate e corte de árvores, no âmbito da gestão ativa da floresta e prevenção de
incêndios, beneficiam da taxa reduzida a que se referem, as verbas 4.1 e 4.2, alínea j).
O arrendamento de terrenos agrícolas está isento de IVA, nos termos da alínea 29) do artigo
9.º do Código do IVA, se:
- No terreno não se achar implantada qualquer obra (poços, furos, diques de rega, etc)
construída com carácter de benfeitoria ou adquirida por acessão industrial imobiliária nos
termos dos artigos 1339.º e seguintes do Código Civil”.
Na Informação vinculativa n.º 5666, disponibilizada no Portal das Finanças, é definindo que
a locação de um terreno agrícola em que o arrendatário é um produtor agrícola, que
beneficia dessa mesma locação no âmbito do exercício de uma das atividades de produção
337
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
agrícola listadas na verba 5 da Lista I anexa ao Código do IVA, está sujeita à aplicação da
taxa reduzida do IVA.
O IVA é um imposto geral sobre o consumo de bens e serviços, que abrangendo toda a
atividade económica ainda que decorrente de prática ocasional, inclui no conceito de sujeito
passivo um vasto leque de operadores económicos160.
São sujeitos passivos de IVA “as pessoas singulares ou coletivas que, de um modo
independente e com carácter de habitualidade, exerçam atividades de produção, comércio
ou prestação de serviços, (…) e, bem assim, as que, do mesmo modo independente,
pratiquem uma só operação tributável, desde que essa operação seja conexa com o
exercício das referidas atividades, onde quer que este ocorra, ou quando,
independentemente dessa conexão, tal operação preencha os pressupostos de incidência
real do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) ou do imposto sobre o
rendimento das pessoas coletivas (IRC)”162.
No âmbito do IVA, um ato isolado resulta da realização de uma única operação e não a
prática, ainda que irregular ou esporádica de várias operações sujeitas a tributação,
surgindo, desta forma, como algo contingente ou imprevisível. No caso de verificar-se a
prática reiterada de operações torna-se obrigatório o registo da atividade em sede de IVA.
Regra geral o “ato isolado” está sempre sujeito a IVA a não ser que a operação subjacente
seja isenta ao abrigo do artigo 9.º do Código do IVA. Estando a operação sujeita a IVA o
160
Os seus princípios encontram-se vinculados na Diretiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de novembro.
161
Alínea a) do n.º 1 do artigo 1.º do Código do IVA (CIVA)
162
Alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do Código do IVA.
338
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
respetivo pagamento do imposto deverá ser efetuado pelo sujeito passivo, em qualquer
Serviço de Finanças até ao último dia do mês seguinte ao da conclusão da operação163,
através do impresso de pagamento modelo P2 ou através do Portal das Finanças,
procedendo da seguinte forma:
Início ►Cidadãos ► Pagar ► Documentos ►Documentos de Pagamento ► IVA ► Guia de
Pagamento P2, devendo indicar o número de identificação fiscal e ter em seu poder a senha
de acesso ao Portal das Finanças.
Exemplo 1:
Qual o valor do IVA a pagar derivado de uma venda ocasional, efetuada por um particular,
de madeira (árvores em pé) no montante de €6.000?
Resposta: A transmissão de madeira é uma operação sujeita a IVA e dele não isenta que,
no caso de ato isolado não beneficia do regime de isenção de IVA previsto no artigo 53.º do
Código do IVA. Desta forma a venda ocasional de madeira dever ser tributada à taxa
reduzida de 6% (verba 5.4 da Lista I anexa ao Código do IVA). O valor a pagar de IVA será
€360.
163
Conforme n.º 2 do artigo 27.º do Código do IVA
164
Para efeitos do disposto no artigo 115.º do Código do IRS
165
Artigo 36.º do Código do IVA
339
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A Lei n.º 82-E/2014166, de 31 de dezembro, alterou o n.º 1 do artigo 115.º do Código do IRS,
passando a existir a possibilidade a partir de 1 de Janeiro de 2015, de emissão de fatura-
recibo para venda de bens, no Portal das Finanças, à semelhança da fatura-recibo dos
prestadores de serviços.
Num ato isolado referente a vendas de bens pode ser utilizado o mecanismo da
autofacturação, em que o requerente, na qualidade de sujeito passivo adquirente, emite a
respetiva fatura por conta do transmitente, desde que observadas as condições previstas no
n.º 11 do artigo 36.º do Código do IVA167. Assim, o requerente deve entregar ao transmitente
dos bens, o duplicado da fatura para que o transmitente efetue o pagamento do imposto
liquidado.
O Decreto-Lei n.º 165/2019, publicado no Diário da República, 1.ª Série, n.º 209, em 30 de
outubro, altera o Código do IVA, estabelecendo um mecanismo de autoliquidação do IVA
relativamente a certas transmissões de bens de produção silvícola.
166
Reforma do IRS
167
Código do IVA, artigo 36.º n.º 11 - A elaboração de faturas por parte do adquirente dos bens ou dos serviços fica sujeita às
seguintes condições:
a) A existência de um acordo prévio, na forma escrita, entre o sujeito passivo transmitente dos bens ou prestador dos serviços
e o adquirente ou destinatário dos mesmos;;
b) O adquirente provar que o transmitente dos bens ou prestador dos serviços tomou conhecimento da emissão da fatura e
aceitou o seu conteúdo.
340
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A inversão do sujeito passivo prevista na alínea m) do n.º 1 do artigo 2.º do Código do IVA
aplica-se aos sujeitos passivos que disponham de sede, estabelecimento estável ou
domicílio em território nacional e pratiquem operações com direito a dedução total ou parcial
do imposto, quando efetuem aquisições de cortiça, madeira, pinhas e pinhões com casca
localizadas no território nacional.
Tal significa que o adquirente, sujeito passivo do imposto, deve proceder à liquidação do IVA
que se mostre devido naquelas operações.
A informação vinculativa n.º 17105, de 27/02/2020, DSIVA, define que “Nas transmissões de
determinados bens de produção silvícola (cortiça, madeira, pinhas e pinhões com casca)
que não tenham sido objeto de qualquer transformação (ou seja, resultantes da mera
extração, colheita ou corte), o IVA é devido e entregue ao Estado pelos sujeitos passivos
adquirentes que disponham de sede, estabelecimento estável ou domicílio em território
341
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
português e que pratiquem operações que confiram o direito à dedução total ou parcial do
imposto, em conformidade com o disposto na alínea m) do n.º 1 do artigo 2.º do CIVA.
Assim, a transmissão de biomassa florestal (restos do aproveitamento da madeira - cepos
de arvores, ramos, e de diferentes resíduos florestais) resultante de limpezas florestais e
arranques de árvores, que não foi objeto de qualquer transformação para além do corte,
encontra-se abrangida no âmbito do citado mecanismo de autoliquidação, desde que o
sujeito passivo adquirente disponha de sede, estabelecimento estável ou domicílio em
território português e que pratique operações que confiram o direito à dedução total ou
parcial do imposto.
Contudo, na transmissão de biomassa triturada ou processada, não é de aplicar a citada
regra de inversão, dado que já não se está perante um produto resultante do mero abate,
poda ou limpeza e que não tenha sido objeto de qualquer transformação além do corte (no
caso, os sobrantes são objeto de uma transformação para além do corte, a trituração),
devendo, por conseguinte, o transmitente (a Requerente), proceder à liquidação do imposto
nos termos gerais do CIVA”.
Quando o transmitente é um sujeito passivo que exerce uma atividade com carácter
de habitualidade
De acordo com a regra de inversão do sujeito passivo, o vendedor dos bens emite uma
fatura sem liquidação de IVA, a qual deve conter a expressão “IVA – Autoliquidação”. Por
sua vez, o adquirente liquida o imposto devido pela aquisição, aplicando a taxa em vigor,
podendo a liquidação ser efetuada na fatura emitida pelo fornecedor ou em documento
interno emitido para esse efeito.
342
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O imposto assim liquidado confere direito à dedução nos termos previstos na alínea c) do n.º
1 do artigo 19.º do Código do IVA, sem prejuízo do disposto no artigo 23° do mesmo Código,
quando se trate de sujeito passivo com limitações no direito à dedução.
Quando o transmitente se torna sujeito passivo pela realização de uma das operações
referidas na alínea m) do n.º 1 do artigo 2.º do Código do IVA
Nestes casos, compete ao adquirente elaborar a fatura que titula a operação, devendo
liquidar na mesma o correspondente imposto, o qual confere direito à dedução de acordo
com o referido no parágrafo anterior.
Não sendo aplicáveis os condicionalismos previstos no n.º 11 do artigo 36.º do Código do
IVA, não é exigido qualquer acordo prévio ou prova de que o transmitente dos bens tomou
conhecimento da emissão da fatura e aceitou o seu conteúdo.
Tendo em atenção o disposto no n.º 1 do artigo 5.º e no n.º 4 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º
28/2019, de 15 de fevereiro, estas faturas são emitidas em nome e por conta do
transmitente, em série convenientemente referenciada, devendo ser datadas e numeradas
de forma progressiva e contínua por um período não inferior a um ano fiscal.
OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS
Quanto ao transmitente
– Quando o transmitente é um sujeito passivo do regime normal que exerce uma atividade
com carácter de habitualidade, deve inscrever estas operações no campo 8 do quadro 06 da
declaração periódica do IVA.
– Quando o transmitente se torna sujeito passivo pela realização de uma destas operações
e o respetivo valor for igual ou inferior a € 25.000, não existe qualquer obrigação declarativa
em sede de IVA.
Quando aquele valor for superior a € 25.000, o transmitente deve proceder à entrega de
uma declaração de início de atividade (nos termos dos artigos 31.º e 35.º do Código do IVA)
antes de realizar a operação, assinalando para o efeito o campo 7 do respetivo Quadro 08.
Nestes casos não existe obrigação de entrega da declaração periódica do IVA.
343
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Quanto ao adquirente
ENTRADA EM VIGOR
344
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ainda que o pagamento dos referidos serviços seja efetuado através da “maquia”
(quantidade de azeite que o lagareiro recebe em paga dos seus serviços), continuamos
perante uma prestação de serviços, sujeita a IVA à taxa de 6%, por enquadramento nas
disposições atrás referidas.
Quanto à entrega da “maquia” por parte do agricultor, é uma transmissão de bens sujeita a
imposto à taxa de 6%, devendo o agricultor emitir fatura que cumpra os requisitos do art.
36.º do CIVA168.
Os olivicultores regra geral procedem à transformação das azeitonas em azeite, para venda
ou consumo. Em regra recorrem ao serviço de terceiros (lagares) para proceder a essa
transformação.
Por outro lado as empresas produtoras de azeite (lagares) transformam a azeitona de
terceiros, podendo para o efeito cobrar uma percentagem sobre a produção a pagar em
168 Esta obrigação poderá ser substituída pela denominada auto-facturação. A auto-facturação consiste na adopção de um
sistema de facturação segundo o qual o cliente se substitui aos seus fornecedores na emissão das respectivas facturas, pelo
que o lagar pode substituir o agricultor na emissão da factura.
As condições para esta premissa encontram-se definidas no n.º 11 do artigo 36.º. Isto é, a elaboração de facturas por parte do
adquirente fica sujeita à existência de um acordo prévio, por escrito, e o adquirente terá que provar que o transmitente dos
bens ou prestador dos serviços tomou conhecimento da emissão da factura e aceitou o seu conteúdo. Actualmente, o CIVA
prevê no n.º 5 do artigo 19.º a aceitação da autofacturação sem necessidade de autorização prévia dos Serviços do IVA.
345
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
espécie pelos olivicultores com uma porção de azeite ou serem pagos por meios
monetários.Com já referimos essa porção de azeite é designada por “maquia”.
Vamos então analisar as várias hipóteses existentes e que procedimentos devem ser
efetuados a nível do tratamento do IVA e dos vários formalismos e obrigações a cumprir.
• 1.º Cenário
O Agricultor colhe a azeitona e entrega ao lagar para transformar em azeite e paga o serviço
do lagar com dinheiro e recolhe o seu azeite
Neste cenário estamos perante uma prestação de serviços de transformação das azeitonas
do olivicultor em azeite, efetuada pelo lagar de azeite. Esta operação será enquadrada como
uma prestação de serviços em termos de IVA, ficando enquadrada nos termos da alínea c)
do n.º 2 do artigo 4.º do Código do IVA (CIVA).
O prestador de serviços (lagar de azeite) tem ainda a obrigação nos termos do artigo 29.º do
CIVA de emitir a respetiva fatura ao agricultor olivicultor pelos serviços prestados.
Circuito documental:
Fatura:
✓ O lagar emite fatura ao agricultor dos serviços de transformação à taxa de 6%.
346
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Documentos de transporte:
✓ Transporte da azeitona pelo produtor, ou por sua conta, para o lagar – dispensado de
emissão de documento de transporte (art. 3.º do decreto-Lei 147/2003 – RBC
Regime dos bens em circulação)
✓ Transporte do azeite após transformação – Tem que ser acompanhado com
documento de transporte
• 2.º Cenário
O Agricultor colhe a azeitona, entrega ao lagar para transformar em azeite e paga com uma
porção de azeite correspondente ao valor da prestação de serviço (pagamento em espécie)
e recolhe o restante azeite para vender ou consumir.
1.ª Hipótese
Agricultor que transforma a azeitona num lagar apenas para consumo do azeite.
Nesta hipótese é onde se tem levantado mais problemas decorrentes da revogação da
isenção anteriormente prevista no n.º 33 do art. 9.º do CIVA.
Na prática, esta operação traduz-se em duas operações distintas uma efetuada pelo lagar e
outro pelo agricultor olivicultor.
Vejamos então o terá que se assegurar em cada um dos intervenientes.
347
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
será a taxa prevista tal como se fosse enquadrada como uma transmissão de bens,
conforme o disposto no n.º 6 do artigo 18.º do CIVA.
Neste caso, como a prestação de serviços referente à transformação da azeitona em azeite
se enquadra na alínea c) do n.º 2 do artigo 4º do CIVA, em conjugação com o n.º 6 do artigo
18º do CIVA, a taxa a aplicar será de 6%, uma vez o azeite tem enquadramento na verba
1.5.1 da Lista I anexa ao CIVA.
O enquadramento descrito não se altera, ainda que o referido serviço do lagar seja efetuado
através de um pagamento em espécie: a “maquia” (quantidade de azeite que o lagareiro
recebe em paga dos seus serviços).
Este IVA liquidado pelo lagar de azeite e repercutido ao olivicultor na fatura da prestação de
serviços será “pago”, conjuntamente com o valor bruto da prestação de serviço, pela entrega
da referida maquia, sendo este um pagamento em espécie.
A entrega da “maquia” por parte do olivicultor será a segunda operação.
Na verdade, esta entrega da “maquia”, como pagamento pela prestação de serviços, será
considerada uma transmissão de bens efetuado pelo agricultor independentemente de ser
para seu consumo, nos termos do artigo 3º do CIVA.
Nesta operação, o olivicultor terá que efetuar a respetiva liquidação de IVA (à taxa de 6%
pelo mesmo enquadramento atrás descrito) na fatura de venda do azeite ao lagar referente
à maquia entregue.
De referir, ainda, que o valor que servirá de base para a liquidação do imposto será o valor
normal dos bens dados em troca, conforme o disposto no nº 3 do artigo 16º do CIVA.
O valor normal dos bens ou serviços deverá entender-se como o preço que um adquirente
ou destinatário teria de pagar, no estádio de comercialização onde é efetuada a operação e
em condições normais de concorrência a um fornecedor ou prestador independente, no
tempo e lugar em que é efetuada a operação ou no tempo e lugar mais próximos, para obter
os bens ou serviços, conforme o disposto no nº 4 do artigo 16º do CIVA.
Por último, de referir, também que nos termos da alínea b) do nº 1 do artigo 29º do CIVA,
ambos os intervenientes nas duas operações (prestação de serviços e a entrega da
maquia), sendo sujeitos passivos referidos na alínea a) do nº 1 do artigo 2º do mesmo
348
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Código, estarão obrigados a emitir fatura por cada transmissão de bens (pela entrega da
maquia) ou prestação de serviços (pela transformação das azeitonas em azeite).
Só não existirá liquidação de IVA nesta operação se o lagar for uma cooperativa se a
mesma se enquadrar no nº 6 do artº 3º do CIVA onde se refere que não são consideradas
transmissões de bens as cedências devidamente documentadas feitas por cooperativas aos
seus sócios, de bens, não embalados para fins comerciais, resultantes da primeira
transformação de matérias-primas por eles entregues, na medida em que não excedam as
necessidades do seu consumo familiar, tendo sempre presente as regres e limites
especificados na portaria 1158/2000 (20 litros X (n+2), sendo que n corresponde ao numero
de pessoas de maioridade, ligadas por laços de parentescos, afinidade ou uma união de
facto, vivendo sobre o mesmo teto, em comunhão de mesa e habitação, e 2 constitui um
acréscimo para considerar o pessoal doméstico e hóspedes)
Circuito documental:
Fatura:
✓ O lagar emite fatura ao agricultor dos serviços de transformação à taxa de 6%.
✓ O agricultor emite fatura ao lagar do azeite que lhe vende para pagamento dos
serviços de transformação
Neste caso não há pagamento em dinheiro existe apenas encontro de contas entre as
partes.
Documentos de transporte:
✓ Transporte da azeitona pelo produtor, ou por sua conta, para o lagar – dispensado de
emissão de documento de transporte (art. 3.º do decreto-Lei 147/2003 – RBC
Regime dos bens em circulação)
✓ Transporte do azeite após transformação – Tem que ser acompanhado com
documento de transporte
2.ª Hipótese
Agricultor que transforma a azeitona em azeite paga o serviço com azeite (pagamento em
espécie) e vende o restante azeite ao lagar
É em tudo idêntico à 1.ª hipótese, mas existe no fim a venda total do azeite ao lagar.
349
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Na prática, esta operação traduz-se em duas operações distintas uma efetuada pelo lagar e
outro pelo agricultor olivicultor.
Vejamos então o terá que se assegurar em cada um dos intervenientes.
O enquadramento descrito não se altera, ainda que o referido serviço do lagar seja efetuado
através de um pagamento em espécie: a “maquia” (quantidade de azeite que o lagareiro
recebe em paga dos seus serviços).
A entrega da “maquia” por parte do olivicultor será a segunda operação que neste caso é
efetuada em conjunto com a venda do restante azeite ao lagar.
Nesta operação, o olivicultor terá que efetuar a respetiva liquidação de IVA (à taxa de 6%
pelo mesmo enquadramento atrás descrito) na fatura de venda do azeite ao lagar referente
à maquia e ao azeite entregue.
Por último, de referir, também que nos termos da alínea b) do nº 1 do artigo 29º do CIVA,
ambos os intervenientes nas duas operações (prestação de serviços e a entrega da
maquia), sendo sujeitos passivos referidos na alínea a) do nº 1 do artigo 2º do mesmo
Código, estarão obrigados a emitir fatura ou documento equivalente por cada transmissão
350
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Circuito documental:
Fatura:
✓ O lagar emite fatura ao agricultor dos serviços de transformação à taxa de 6%.
✓ O agricultor emite fatura ao lagar do azeite que lhe vende (maquia + restante azeite)
Documentos de transporte:
✓ Transporte da azeitona pelo produtor, ou por sua conta, para o lagar – dispensado de
emissão de documento de transporte (art. 3.º do decreto-Lei 147/2003 – RBC
Regime dos bens em circulação)
3.º Cenário
O Agricultor colhe a azeitona e transforma em azeite no seu próprio lagar e depois vende o
azeite.
A operação de transformação é uma operação interna de incorporação de matérias-primas
(azeitona) no processo de transformação.
Circuito documental:
Fatura:
✓ O lagar emite fatura da venda do azeite aos seus clientes
Documentos de transporte:
✓ Transporte da azeitona pelo produtor, ou por sua conta, para o lagar – dispensado de
emissão de documento de transporte (art. 3.º do decreto-Lei 147/2003 – RBC
Regime dos bens em circulação)
✓ Transporte do azeite após a venda – Tem que ser acompanhado com documento de
transporte
- Apanhadores de azeitona
Os olivicultores regra geral contratam, na altura da campanha, apanhadores para a apanha
da azeitona.
351
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esses serviços podem ser pagos como trabalho independente ou como trabalho
dependente.
Dentro do trabalho independente ou dependente o trabalho pode ser pago em espécie (litros
de azeite) ou em dinheiro.
O caso mais sensível é o do pagamento em espécie (litros de azeite) por essa apanha,
vejamos então neste caso que procedimentos devem ser efetuados a nível fiscal e
documental.
Circuito documental:
Fatura:
✓ Os apanhadores emitem fatura ao agricultor dos serviços da apanha à taxa de 6% ou
isento de IVA ao abrigo do art. 53.º se for esse o enquadramento do sujeito passivo.
✓ O agricultor passa fatura ao apanhador da venda do azeite.
Documentos de transporte:
✓ Transporte da azeitona pelo produtor, ou por sua conta, para o lagar – dispensado de
emissão de documento de transporte (art. 3.º do decreto-Lei 147/2003 – RBC
Regime dos bens em circulação)
✓ Transporte do azeite após transformação – Tem que ser acompanhado com
documento de transporte
352
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Auto-facturação:
Neste caso a empresa adquirente deve dispor no seu sistema informático de serie próprias
para esse efeito.
Estes mesmos documentos, que podemos designar como faturas próprias em aquisições a
terceiros devem conter todos os requisitos exigidos pelo artigo 36.º, n.º 5 e devem ser
comunicadas pelos prestadores de serviços ou adquirente.
A elaboração de faturas por parte do adquirente dos bens ou dos serviços em substituição
do fornecedor fica sujeita a:
✓ Existência de um acordo prévio, por escrito, entre o sujeito passivo transmitente dos
bens ou prestador dos serviços e o adquirente ou destinatário dos mesmos;
✓ E o adquirente terá que provar que o transmitente dos bens ou prestador dos
serviços tomou conhecimento da emissão da fatura e aceitou o seu conteúdo(esta
prova faz-se, por exemplo pela assinatura do fornecedor ou prestador de serviços na
fatura ou documento equivalente emitida pelo adquirente).
➢ Subsídio ao investimento
353
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Vejamos então o tratamento em sede de IVA dos subsídios recebidos pelas entidades que
desenvolvam atividades agrícolas atendendo aos vários enquadramentos possíveis
(exclusivamente isento, exclusivamente sujeito ou misto)
No âmbito da atividade agrícola a partir de 2013 esta situação de isenção prevalece para os
sujeitos passivos enquadrados no regime especial de isenção previsto no artigo 53.º do
Código do IVA.
Se a entidade for exclusivamente sujeito a IVA em todas as operações que pratica, vejamos
os como deve proceder no tratamento dos subsídios em sede de IVA.
169 Os subsídios directamente conexos com o preço de cada operação acompanham em termos de sujeição ou isenção a
operação em função da qual são concedidos.
354
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Subsídios à exploração não diretamente ligados aos preços - Se o sujeito passivo estiver no
regime geral e praticar exclusivamente atividades sujeitas, o facto de receber subsídios não
tributados em IVA (fora do campo de imposto como é o caso dos subsídios à exploração)
não influencia o direito à dedução conforme previsto no art. 23.º do CIVA 170
com as
alterações introduzidas pela Lei do Orçamento do estado para 2008.
170
Anteriormente a 2008, antes da alteração introduzida pelo OE para 2008 - Lei n.º 67-A/2007, de 31 de Dezembro, os
subsídios à exploração embora não sujeitos a IVA (fora do campo do imposto) quando fossem recebidos por sujeitos passivos
de IVA “exclusivamente” sujeitos, influenciavam o direito à dedução do imposto, levando na prática a que as entidades que
recebessem esses subsídios ficassem enquadradas num regime misto no que respeitava ao direito à dedução. No entanto se
os subsídios à exploração estivessem directamente relacionados com a actividade agrícola, ficavam excluídos dessa limitação
do direito à dedução conforme o teor da informação n.º 130, de 15/10/91 do Gabinete do Subdirector-Geral do IVA averbada de
despacho concordante do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais da mesma data, pelo que, tais subvenções comunitárias
à agricultura não eram de incluir no numerador nem no denominador da fracção a que se refere o artigo 23.º do Código do IVA.
355
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Vejamos então como proceder no tratamento dos subsídios em sede de IVA quando o
enquadramento da atividade agrícola, é mista.
Subsídios à exploração não diretamente ligados aos preços - Se o sujeito passivo pratica
simultaneamente operações sujeitas e isentas, o facto de receber subsídios não tributados
em IVA (fora do campo de imposto como é o caso dos subsídios à exploração) pode limitar
o direito à dedução conforme previsto no artigo 23.º do CIVA.
356
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Casos os subsídios respeitam a outras atividades desenvolvidas pela entidade, como por
exemplo atividade hoteleira de turismo rural, já vão limitar o direito à dedução.
Esta limitação verifica-se na prática pela influência negativa no direito à dedução, já que os
valores dos subsídios devem ser considerados no denominador da fração para cálculo do
valor do pró-rata.
1. A alínea c) do n.º 5 do art.º 16.º do Código do IVA (CIVA), aditada pelo Decreto-Lei n.º
195/88 de 12 de Junho, determina a inclusão no valor tributável das transmissões de bens
e das prestações de serviços, das subvenções diretamente conexas com o preço de cada
operação, considerando como tais as que são estabelecidas em função do número de
unidades transmitidas ou do volume dos serviços prestados e sejam fixadas anteriormente
à realização das operações.
2. Vem esta regra inspirar-se na 6.ª Diretiva do Conselho das Comunidades de 17 de Maio
de 1977 (77/388/CEE), mais precisamente no art.º 11.º-A, n.º1, alínea a), a qual inclui no
valor tributável, asa subvenções diretamente relacionadas com o preço de tais operações.
3. Importa pois saber qual o âmbito e limite deste preceito e verificar se as subvenções a
que se refere o oficio n.º 742/92/DA-P de 24.11.92 da CAP, se enquadram ou não no
espirito do mesmo.
4. Foi já anteriormente emitido entendimento destes serviços no sentido de se considerar
como de integrar no valor tributável sujeito a imposto, apenas aqueles subsídios ou
subvenções que estando diretamente conexas com os preços de cada operação,
preencham cumulativamente duas condições:
4.1 sejam estabelecidas em função do número de unidades transmitidas ou do volume de
serviços prestados;
4.2 sejam fixadas anteriormente à realização das operações.
357
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
No entanto, no caso da primeira atribuição dos direitos que é feita pelo Estado a título
gratuito aos agricultores, tal operação não é considerada uma operação sujeita a IVA171,
constituindo uma operação fora do campo do imposto.
171
Nos termos do artigo 2.º da Diretiva de IVA
358
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O arrendamento de terrenos agrícolas está isento de IVA, nos termos da alínea 29) do artigo
9.º do Código do IVA, se:
359
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- No terreno não se achar implantada qualquer obra (poços, furos, diques de rega, etc)
construída com carácter de benfeitoria ou adquirida por acessão industrial imobiliária nos
termos dos artigos 1339.º e seguintes do Código Civil”.
360
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
17.1 Enquadramento
No dia 16 de Setembro de 2009, foi publicada a Lei n.º 110/2009 que aprovou o Código dos
Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social, doravante apenas
designado apenas por Código Contributivo, que surge na sequência do acordo176 celebrado
com os parceiros sociais no âmbito das relações laborais, com o objetivo de dar um
contributo importante para o combate à precariedade e à segmentação no mercado de
trabalho.
176
Dar cumprimento ao disposto nos Pontos n.º 9 do “Acordo sobre as Linhas Estratégicas da Reforma da Segurança Social”,
de 10 de Julho de 2006, e n.º 11 do “Acordo sobre a Reforma da Segurança Social”, de 10 de Outubro de 2006, ambos
celebrados em sede de concertação social.
177
Lei n.º 110/2009, de 16 de setembro, com a redação dada pela Lei n.º 119/2009, de 30 de dezembro – Aprova o código dos
regimes contributivos do sistema previdencial da segurança social.
Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro – Aprova o orçamento do Estado para o ano de 2011. Aprova ainda o sistema de
incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial II (SIFDE II) e o regime que cria a contribuição sobre o setor
bancário.
Decreto Regulamentar n.º 1-A/2011, de 3 de janeiro – Regulamenta a Lei n.º 110/2009.
361
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Portaria n.º 66/2011, de 4 de fevereiro – Define os procedimentos, os elementos e os meios necessários à inscrição, ao
enquadramento e ao cumprimento da obrigação contributiva previstos no Decreto Regulamentar n.º 1-A/2011, de 3 de janeiro.
Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro – Aprova o Orçamento de Estado para 2012 – pág. 5538(72) a 5538(76).
Lei n.º 20/2012, de 14 de maio – Primeira alteração à Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro (Orçamento do Estado para 2012),
no âmbito da iniciativa para o reforço da estabilidade financeira.
Portaria n.º 178-A/2012, de 31 de maio, no âmbito da Resolução do Conselho de Ministros n.º 37/2012, de 27 de março.
362
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
363
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
364
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Antes de entramos nas áreas específicas do Código Contributivo ligadas mais diretamente
às atividades agrícolas, passamos a elencar algumas das disposições comuns do Código,
importantes para a compreensão dos vários Regimes previstos.
Enquadramento
Sempre que ocorra em relação à mesma pessoa mais de um enquadramento estes são
efetuados por referência ao mesmo NISS.
365
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A relação jurídica contributiva mantém-se mesmo nos casos em que normas especiais
determinem a dispensa temporária, total ou parcial, ou a redução do pagamento de
contribuições.
Contribuições e quotizações
366
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Proteção social
São condições gerais de acesso à proteção social garantida pelos regimes do sistema
previdencial a inscrição e o cumprimento da obrigação contributiva dos trabalhadores,
quando for caso disso, das respetivas entidades empregadoras e dos beneficiários do
regime de inscrição facultativa.
A proteção social conferida pelos regimes do sistema previdencial integra a proteção nas
eventualidades de doença, maternidade, paternidade e adoção, desemprego, doenças
profissionais, invalidez, velhice e morte, de acordo com o especificamente regulado para
cada eventualidade. As eventualidades de maternidade, paternidade e adoção são
abreviadamente designadas por parentalidade.
Utilização da internet
Notificações eletrónicas178
b) As entidades contratantes;
367
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
São abrangidos pelo regime geral, com carácter de obrigatoriedade, os trabalhadores que
exercem atividade profissional remunerada ao abrigo de contrato de trabalho nos termos
do disposto no Código do Trabalho.
São também abrangidas pelo regime geral as pessoas singulares que em função das
características específicas da atividade exercida sejam, nos termos do Código
Contributivo, consideradas em situação equiparada à dos trabalhadores por conta de
outrem para efeitos da relação jurídica de segurança social.
O fim não lucrativo das entidades empregadoras, qualquer que seja a sua natureza
jurídica, não as exclui do âmbito de aplicação do Código Contributivo.
368
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A proteção social conferida pelo regime geral dos trabalhadores por conta de outrem
integra proteção nas eventualidades de doença, parentalidade, desemprego, doenças
profissionais, invalidez, velhice e morte.
• Nas vinte e quatro horas seguintes ao início da atividade sempre que, por
razões excecionais e devidamente fundamentadas, ligadas à celebração de
contratos de trabalho de muito curta duração ou à prestação de trabalho por
turnos a comunicação não possa ser efetuada no prazo previsto nas vinte e
quatro horas anteriores.
369
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
⇨ Declaração de Remunerações
179
Consideram-se oficiosamente inscritas na segurança social as entidades empregadoras cuja inscrição no registo comercial
ou, tratando-se de entidade não sujeita a registo comercial obrigatório, no ficheiro central de pessoas coletivas, seja
comunicada pelos serviços de registo.
É também efectuada oficiosamente, com base em acções de inspecção ou de fiscalização, a inscrição de entidades
constituídas que tenham trabalhadores ao seu serviço.
370
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Tempos de trabalho:
• Nos casos em que a atividade corresponda a um mínimo de seis horas de trabalho diário e
se reporte a todos os dias do mês, o tempo declarado corresponde a 30 dias.
180 A declaração de remunerações obedece a modelo próprio e é preenchida de acordo com os requisitos técnicos e
procedimentos constantes no sítio da Internet da segurança social, aprovados por despacho do membro dp Governo
responsável pela área da Segurança Social e inclui a identificação dos trabalhadores ao serviço da entidade contribuinte a
quem seja devida remuneração no mês de referência.
371
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Nas situações de trabalho a tempo parcial, de contrato de muito curta duração e de contrato
intermitente com prestação horária de trabalho, é declarado um dia de trabalho por cada
conjunto de seis horas.
• Nos casos em que o número de horas de trabalho, excedente de múltiplos de seis, for igual
a três ou inferior, é declarado meio dia de trabalho e, nos restantes casos, mais um dia, com
o limite máximo de 30 dias em cada mês.
• Sem prejuízo do definido, nas situações em que o período normal de trabalho a tempo
completo do setor de atividade seja de 35 horas semanais ou inferior, a prestação de
trabalho a tempo parcial, de contrato de muito curta duração e de contrato intermitente com
prestação horária de trabalho é declarada nos seguintes termos181:
a) Um dia de trabalho por cada conjunto de cinco horas;
b) Meio dia de trabalho nos casos em que o número de horas de trabalho, excedente
de múltiplos de cinco, for igual a dois e meio ou inferior e, nos restantes casos, mais
um dia, com o limite máximo de 30 dias em cada mês.
181
Redação dada pelo Decreto-Regulamentar n.º 6/2018, de 2 de julho, que entra en vigor no dia 1 de janeiro 2019.
372
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
⇨ Base de Incidência
As bases de incidência convencionais são fixadas por referência ao valor do indexante dos
apoios sociais (IAS). e a sua atualização produz efeitos a partir do 1.º dia do mês seguinte
ao da publicação do diploma que concretize a atualização do IAS.
O Indexante dos Apoios Sociais (IAS) é um referencial que fixa as regras da atualização das
pensões e de outras prestações atribuídas pelo sistema de segurança social instituído pela
Lei n.º 53-B/2006, de 29 de Dezembro, que veio substituir a Retribuição Mínima Mensal
Garantida (RMMG). Constitui o referencial determinante da fixação, cálculo e atualização
dos apoios e outras despesas e das receitas da administração central do Estado, das
Regiões Autónomas e das autarquias locais, qualquer que seja a sua natureza, previstos em
actos legislativos ou regulamentares.
O valor do IAS para cada ano é fixado por portaria conjunta dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas das finanças e do trabalho e da solidariedade social, tendo por
base o valor da retribuição mínima mensal garantida em vigor no ano anterior, atualizada
373
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
pelo índice de preços no consumidor (IPC) sem habitação, correspondente à variação média
dos últimos 12 meses, disponível em 30 de Novembro do ano anterior.
A portaria n.º 1514/2008 estabeleceu o IAS para o ano de 2009 para 419,22 euros. O
Decreto-Lei n.º 323/2009, de 24 de Dezembro, suspende o regime de atualização anual do
Indexante dos Apoios Sociais (IAS), mantendo em 2010 o valor de 419,22 euros.
A Lei n.º 55/2010, de 31 de dezembro, no artigo 67.º suspende durante o ano de 2011 o
regime de atualização anual do indexante dos Apoios Sociais (IAS), mantendo-se em vigor o
valor de 419,22 euros.
A Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro, no artigo 79.º suspende a atualização do IAS para
o ano de 2012 mantendo-se em vigor o valor de 419,22 euros.
A Lei do Orçamento Estado para 2013, n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro, no artigo n.º 114
suspende para o ano de 2013, o regime de atualização anual do IAS, mantendo-se em vigor
o valor de €419,22 estabelecido no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 323/2009, de 24 de
dezembro, alterado pelas Leis n.ºs 55-A/2010, de 31 de dezembro, e 64-B/2011, de 30 de
dezembro.
A Lei do Orçamento Estado para 2014, n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro, no artigo n.º 113
suspende para o ano de 2014, o regime de atualização do valor do indexante dos apoios
sociais, das pensões e outras prestações sociais.182
A Lei do Orçamento Estado para 2015, n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro, no artigo n.º 117
suspende para o ano de 2015, regime de atualização do valor do indexante dos apoios
sociais, das pensões e outras prestações sociais, mantendo-se em vigor o valor de €419,22.
O OE2016 mantem o valor de €419,22 para o ano de 2016.
A Portaria n.º 4/2017, de 3 de janeiro, atualiza para o ano de 2017 o valor do Indexante dos
Apoios Sociais para €421,32.
A Portaria n.º 21/2018, de 18 de janeiro, atualiza para o ano de 2018 o valor do Indexante
dos Apoios Sociais para €428,90.
182
a) O regime de atualização anual do IAS, mantendo-se em vigor o valor de (euro) 419,22 estabelecido no artigo 3.º do
Decreto-Lei n.º 323/2009, de 24 de dezembro, alterado pelas Leis n.os 55-A/2010, de 31 de dezembro, e 64-B/2011, de 30
de dezembro;
b) O regime de atualização das pensões e de outras prestações sociais atribuídas pelo sistema de segurança social,
previsto nos artigos 4.º a 6.º da Lei n.º 53-B/2006, de 29 de dezembro, alterada pelas Leis n.os 3-B/2010, de 28 de abril, 55-
A/2010, de 31 de dezembro, e 64-B/2011, de 30 de dezembro;
c) O regime de atualização das pensões do regime de proteção social convergente, estabelecido no artigo 6.º da Lei n.º
52/2007, de 31 de agosto, alterada pela Lei n.º 11/2008, de 20 de fevereiro.
374
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A Portaria n.º 24/2019, de 17 de janeiro, atualiza para o ano de 2019 o valor do Indexante
dos Apoios Sociais para €435,76.
A Portaria n.º 27/2020, de 31 de janeiro, atualiza para o ano de 2020 o valor do Indexante
dos Apoios Sociais para €438,81.
183
A equivalência pecuniária das remunerações em espécie para efeitos de determinação da sua incidência contributiva faz-se
nos termos previstos no artigo 24.º do Código de IRS.
375
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Os valores dos subsídios de refeição, quer sejam atribuídos em dinheiro, quer em títulos de
refeição, nos termos previstos no artigo 2.º, n.º 3 b)2) do Código do IRS, valor acima de
€4,77/dia se for em dinheiro ou €7,63 se for em vales de refeição (Lei n.º 114/2017, de 29 de
dezembro, do Orçamento Estado 2018);
• As gratificações, pelo valor total atribuído, devidas por força do contrato ou das normas que
o regem, ainda que a sua atribuição esteja condicionada aos bons serviços dos
trabalhadores, bem como as que pela sua importância e carácter regular e permanente,
devam, segundo os usos, considerar-se como elemento integrante da remuneração;
376
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
As ajudas de custo estabelecidas no Decreto-Lei n.º 137/2010, de 28/12, Lei n.º 64 -B/2011,
de 30 de Dezembro e Lei n.º 66-B/2012 de 31 de Dezembro para as deslocações ao
estrangeiro, são as seguintes:
•Vencimentos superiores ao valor do nível remuneratório 18 (1 355,96): € 89,35por dia.
•Vencimentos entre os valores dos níveis remuneratórios 18 e 9 (entre € 1 355,96 e €
892,53):€ 85,5por dia.
• Outros vencimentos (abaixo de abaixo de € 892,53): € 72,72 por dia.
• Os abonos para falhas, nos termos previstos no artigo 2.º, n.º 3 c) do Código de IRS184. Os
abonos para falhas devidos a quem, no seu trabalho, tenha de movimentar numerário, na
parte em que excedam 5% da remuneração mensal fixa. Esta prestação tem ajustamento
progressivo da base de incidência contributiva;
184
O limite previsto no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares pode ser acrescido até 50%, desde
que o acréscimo resulte de aplicação, de forma geral por parte da entidade empregadora, de Instrumento de Regulação
Colectiva de Trabalho. Considera-se que um instrumento de regulamentação colectiva de trabalho é aplicado de forma geral
sempre que a entidade empregadora obedeça a um mesmo critério de aplicação relativamente a todos os trabalhadores por
ele abrangidos.
185
Esta rubrica só entra em vigor quando for regulamentada e a sua regulamentação é precedida de avaliação efetuada em
reunião da Comissão Permanente de Concertação Social e não ocorre antes de 1 de Janeiro de 2014, (artigos 4.º, n.º 2 e 6.º,
nº 3 da Lei n.º 110/2009, de 16 de Setembro.
377
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Compensação por cessação do contrato de trabalho por acordo apenas nas situações com
direito a prestações de desemprego, nos termos previstos no Código de IRS186. 187
Esta
prestação tem ajustamento progressivo da base de incidência contributiva;
186
O limite previsto no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares pode ser acrescido até 50%, desde
que o acréscimo resulte de aplicação, de forma geral por parte da entidade empregadora, de Instrumento de Regulação
Colectiva de Trabalho. Considera-se que um instrumento de regulamentação colectiva de trabalho é aplicado de forma geral
sempre que a entidade empregadora obedeça a um mesmo critério de aplicação relativamente a todos os trabalhadores por
ele abrangidos.
187 Os valores sujeitos a incidência contributiva relevam para efeitos de registo de remunerações do trabalho: a) no último mês
de vigência do contrato de trabalho que cessou, b) no 1.º mês de vigência do contrato de trabalho que inicia, sempre que o
trabalhador celebre novo contrato de trabalho com a mesma entidade empregadora que determine a tributação de toda a
importância recebida para efeitos de IRS.
188
Esta rubrica só entra em vigor quando for regulamentada e a sua regulamentação é precedida de avaliação efectuada em
reunião da Comissão Permanente de Concertação Social e não ocorre antes de 1 de Janeiro de 2014, (artigos 4.º, n.º 2 e 6.º,
nº 3 da Lei n.º 110/2009, de 16 de Setembro.
189 O limite previsto no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares pode ser acrescido até 50%, desde
que o acréscimo resulte de aplicação, de forma geral por parte da entidade empregadora, de Instrumento de Regulação
Colectiva de Trabalho.
378
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Constituem base de incidência contributiva, além das prestações referidas, todas as que
sejam atribuídas ao trabalhador, com carácter de regularidade192, em dinheiro ou em
espécie, direta ou indiretamente como contrapartida da prestação do trabalho.
190
Esta rubrica só entra em vigor quando for regulamentada e a sua regulamentação é precedida de avaliação efectuada em
reunião da Comissão Permanente de Concertação Social e não ocorre antes de 1 de Janeiro de 2014, (artigos 4.º, n.º 2 e 6.º,
nº 3 da Lei n.º 110/2009, de 16 de Setembro.
379
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
⇨ Taxas contributivas
A taxa contributiva do regime geral é determinada, de forma global, de harmonia com o seu
âmbito material. e integra o custo correspondente a cada uma das eventualidades, a
doença, maternidade, paternidade e adoção, desemprego, doenças profissionais, invalidez,
velhice e morte,, sendo este calculado em função do valor de cada uma das seguintes
parcelas:
193 As disposições nas disposições transitórias do Código Contributivo constantes dos artigos 277.º a 281.º passam a ter como
primeiro ano de referência, para a entrada em vigor, o ano de 2011, adaptando-se consecutivamente os anos seguintes, Lei n.º
119/2009, de 30 de Dezembro.
380
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esta situação, de redução e acréscimo da taxa contributiva só entra em vigor quando for
regulamentada e a respetiva regulamentação será precedida de avaliação efetuada em
381
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A fixação de taxas contributivas mais favoráveis do que taxa global de 34,75% traduz-se na
redução da taxa contributiva global na parte imputável à entidade empregadora, ao
trabalhador ou a ambos, conforme o interesse que se visa proteger e depende da
verificação de uma das seguintes situações:
382
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Como previsto no artigo 101.º do Código Contributivo, não têm direito às medidas de
estímulo à criação de postos de trabalho e à reinserção profissional de pessoas afastadas
do mercado de trabalho as entidades empregadoras no que respeita a trabalhadores
abrangidos por esquemas contributivos com taxas inferiores à estabelecida para a
generalidade dos trabalhadores por conta de outrem, com exceção das entidades cuja
redução de taxa resulte do facto de serem pessoas coletivas sem fins lucrativos ou
por pertencerem a sectores considerados no Código Contributivo como
economicamente débeis.
Também não têm direito às medidas de estímulo à criação de postos de trabalho e à
reinserção profissional de pessoas afastadas do mercado de trabalho as entidades
empregadoras no que respeita a trabalhadores abrangidos por bases de incidência fixadas
em valores inferiores à remuneração real ou convencionais.
196
Artigo 100.º do Código Contributivo alterado pela Lei n.º 20/2012, de 14 de maio.
383
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Sem prejuízo de a taxa contributiva ser reduzida em um ponto percentual nos contratos de
trabalho por tempo indeterminado, conforme artigo 55.º do Código Contributivo, a
coexistência de situações determinantes da redução das taxas contributivas respeitantes às
entidades empregadoras em função dos mesmos trabalhadores não pode dar lugar à
respectiva aplicação cumulativa, devendo ser-lhes oficiosamente aplicada a taxa mais
favorável.
.
197 Estes contratos ficam excluídos do âmbito de aplicação do fundo de compensação do trabalho.
198
A duração passou de uma semana para 15 dias devido à publicação em Diário da República, da Lei n.º 23/2012, de 25 de
Junho, que procede à terceira alteração ao Código do Trabalho, estabelecendo o seu artigo 11º que "A presente lei entra em
vigor no primeiro dia do segundo mês seguinte ao da sua publicação", ou seja, a 1 de Agosto de 2012.
384
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Artigo 142.º - Casos especiais de contrato de trabalho de muito curta duração (Código
Trabalho)
1- O contrato de trabalho em atividade sazonal agrícola 1- O contrato de trabalho para fazer face a acréscimo
ou para realização de evento turístico de duração excecional da atividade de empresa cujo ciclo anual
não superior a 15 dias não está sujeito a forma apresente irregularidades decorrentes do respetivo
escrita, devendo o empregador comunicar a sua mercado ou de natureza estrutural que não seja
celebração ao serviço competente da segurança passível de assegurar pela sua estrutura
social, mediante formulário eletrónico que contém os permanente, nomeadamente em atividade sazonal
elementos referidos nas alíneas a), b) e d) do n.º 1 no setor agrícola ou do turismo, de duração não
do artigo anterior, bem como o local de trabalho. superior a 35 dias, não está sujeito a forma escrita,
devendo o empregador comunicar a sua celebração
2- Nos casos previstos no número anterior, a duração
e o local de trabalho ao serviço competente da
total de contratos de trabalho a termo com o mesmo
segurança social, mediante formulário eletrónico
empregador não pode exceder 70 dias de trabalho
que contém os elementos referidos nas alíneas a),
no ano civil.
b) e d) do n.º 1 do artigo anterior.
3- Em caso de violação do disposto em qualquer dos
2- Nos casos previstos no número anterior, a duração
números anteriores, o contrato considera-se
total de contratos de trabalho a termo celebrados
celebrado pelo prazo de seis meses, contando-se
entre o mesmo trabalhador e empregador não pode
neste prazo a duração de contratos anteriores
exceder 70 dias de trabalho no ano civil.
celebrados ao abrigo dos mesmos preceitos.
3- Em caso de violação do disposto em qualquer dos
números anteriores, o contrato considera-se
celebrado pelo prazo de seis meses, contando-se
neste prazo a duração de contratos anteriores
celebrados ao abrigo dos mesmos preceitos.
A duração total de contratos de trabalho a termo com o mesmo empregador não pode
exceder 70 dias de trabalho no ano civil199.
Desta forma, a duração máxima de cada contrato de muito curta duração, que antes era de
15 dias, passa a partir de 1 de outubro de 2019 a ser de 35 dias, mantendo-se no entanto a
duração máxima acumulada de prestação de trabalho ao abrigo deste contrato, que é de 70
dias por ano.
385
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
É alterado o âmbito setorial, passando os contratos de muito curta duração a poder ser
celebrados desta forma não apenas no setor agrícola e do turismo, mas também noutros
setores desde que se verifiquem situações concretas e pontuais de acréscimo excecional de
atividade que não sejam passíveis de assegurar pela estrutura permanente da entidade
empregadora.
Em caso de violação do tempo limite para duração deste contrato, o mesmo considera-se
celebrado pelo prazo de seis meses, contando-se neste prazo a duração de contratos
anteriores celebrados ao abrigo dos mesmos preceitos.
199
Passou de 60 dias para 70 dias de trabalho no ano civil devido à publicação em Diário da República, da Lei n.º 23/2012, de
25 de Junho
386
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Sendo o Indexante dos Apoios Sociais (IAS) atualmente de €438,81, então temos:
€
Número Base Incidência
dias Número Total Contributiva (Valor hora Aplicação
Exemplos trabalho Horas/Dia Horas x Total horas) taxa 26,1%
A taxa contributiva relativa aos trabalhadores em regime de trabalho de muito curta duração
é de 26,1% totalmente da responsabilidade das entidades empregadoras.
Sempre que o contrato de trabalho de muito curta duração se converta em contrato a termo
de acordo com a legislação laboral, aplica-se a taxa contributiva correspondente com efeitos
ao mês da conversão.
Assim, a base de incidência contributiva será a remuneração efetivamente auferida, a taxa
será de 33,3% e a proteção é garantida em todas as eventualidades.
⇨ Pensionistas em atividade
387
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
São abrangidos pelo regime geral, com as respetivas especificidades, os trabalhadores que
exercem atividades agrícolas ou equiparadas, sob a autoridade de uma entidade
empregadora, prestadas em explorações que tenham por objeto principal a produção
agrícola, sem prejuízo do que está definido no Código Contributivo para os trabalhadores
em regime de contrato de muito curta duração.
São também abrangidos os trabalhadores que exercem a respetiva atividade em
explorações de silvicultura, pecuária, hortifruticultura, floricultura, avicultura e apicultura, e
em atividades agrícolas ainda que a terra tenha uma função de mero suporte de instalações,
as quais são equiparadas a atividades e explorações agrícolas.
A taxa contributiva relativa aos trabalhadores de atividades agrícolas é de 33,3 %200, sendo
respetivamente, de 22,3 % e de 11 % para as entidades empregadoras e para os
trabalhadores.
TAXAS
Regime em Código Desvio Desvio % %
31/12/2010 Contributivo (3)-(1) (3)-(2) (3)-(1) (3)-(2)
Dif. (1) Indif. (2) (3) Dif. Indif. Dif. Indif.
Entidade
Patronal 23,00% 21,00% 22,30% -0,70% 1,30% -3,04% 6,19%
200
Para efeitos do Código Contributivo o setor agrícola é considerado economicamente débil. Assim, é deduzida à taxa
contributiva global o valor correspondente à solidariedade laboral.
388
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
De acordo com a disposição transitória prevista no artº 273º, nº 2 do Código Contributivo, aos
trabalhadores agrícolas diferenciados e indiferenciados que até à entrada em vigor do Código se
encontrem abrangidos pelo regime previsto no Decreto-Lei n.º 401/86, de 2 de Dezembro, e pelo
Decreto Regulamentar n.º 75/86, de 30 de Dezembro, mantém-se a aplicação desse regime, com
as taxas previstas no Decreto-Lei n.º 199/99, de 8 de Junho, em situação de grupo fechado.
De acordo com aquilo que se encontra previsto no nº 2 do artº 273º do Código Contributivo a
nova taxa de 33,3% só é aplicável aos trabalhadores agrícolas que iniciem a respetiva atividade
como trabalhadores desse sector em 2011.
Tendo-se levantado muitas dúvidas sobre o que é que significaria “grupo fechado” e
consequentemente que trabalhadores agrícolas ficariam abrangidos pelo regime vigente até 2010
e quais seriam abrangidos pelo novo, que entrou em vigor em 2011, foi emitido esclarecimento
jurídico pelo Gabinete do Secretário de Estado da Segurança Social201 considerando que o grupo
fechado abrange todos os trabalhadores agrícolas que, em 2010 tiveram enquadramento nesse
regime (independentemente do número de meses em que trabalharam, podendo mesmo não ter
exercido actividade em Dezembro de 2010), desde que em 2011 voltem a exercer a actividade de
trabalhadores agrícolas. Para assegurar a manutenção em grupo fechado os trabalhadores
sazonais agrícolas têm que ter exercido a actividade em 2010 e voltar a exercê-la em 2011, sem
que entre um período e outro tenham alguma vez sido enquadrados no regime geral. Todos os
trabalhadores agrícolas permanentes que estivessem a exercer a respectiva actividade em 2010
mantêm-se em situação de grupo fechado, que continua a fazer a distinção entre trabalhadores
agrícolas diferenciados e indiferenciados e respectivas taxas.
201
Ver anexo: Oficio do Chefe do Gabinete do Secretário de Estado da Segurança Social
389
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
202 As taxas dos grupos fechados apenas se aplicam a quem está abrangido em 31/12/2010.
390
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Taxa
entidades Taxa
Decreto-Lei 464/99, de 5 de Novembro empregadoras Trabalhadores Total
203
Redação dada pela Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro.
391
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A contribuição relativa aos trabalhadores que exercem actividade na pesca local e aos
proprietários de embarcações, que integrem o rol de tripulação e exerçam efectiva
actividade profissional nestas embarcações, corresponde a 10% do valor bruto do pescado
vendido em lota, a repartir de acordo com as respectivas partes.
A cobrança das contribuições é efectuada pela entidade que explorar a lota, no acto da
venda do pescado em lota ou no acto da entrega da nota de venda, conforme aplicável.
A base de incidência contributiva também pode ser determinada nos termos previstos
nos artigos 44.º e seguintes desde que para tal exista manifestação de vontade da entidade
contribuinte, sendo esta irrevogável.
A cobrança das contribuições é efectuada pela entidade que explorar a lota, no acto da
venda do pescado em lota ou no acto da entrega da nota de venda, conforme aplicável.
A base de incidência dos trabalhadores inscritos marítimos que exercem a sua actividade a
bordo de embarcações de pesca costeira determina-se nos termos do disposto nos artigos
44.º e seguintes.,
Relativamente aos proprietários que integrem o rol de tripulação, a taxa prevista de 29% é
aplicável desde que os respectivos rendimentos provenham única e exclusivamente do
exercício da actividade da pesca local ou costeira.
392
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
São abrangidos pelo regime geral, com as especificidades previstas na presente secção,
os trabalhadores que acumulem trabalho por conta de outrem com atividade
independente para a mesma entidade empregadora ou para empresa do mesmo
agrupamento empresarial.
Pretende-se que a regra seja – quem paga os honorários declara-os à segurança social.
393
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
204
As sociedades de agricultura de grupo constituem uma das várias modalidades de associativismo agrícola de produção. A
transformação e ou comercialização de produtos provenientes das explorações associadas, bem como iniciativas de
entreajuda visando uma utilização mais racional do material agrícola e serviços de interesse comum, estão igualmente
enquadradas no conceito de sociedade de agricultura de grupo.
Do ponto de vista formal são sociedades civis sob a forma comercial de sociedade por quotas que têm por objecto a
exploração agrícola ou agro-pecuária realizada por um número limitado de agricultores, os quais põem em comum a terra, os
meios financeiros e ou outros factores de produção e asseguram conjuntamente a gestão da empresa e as suas necessidades
em trabalho, em condições semelhantes às que se verificam nas explorações de carácter familiar.
Enquadramento legal
Em função do seu objecto específico as SAG podem revestir uma das seguintes modalidades:
• Integração completa – quando há lugar à criação de uma nova empresa, através da fusão de explorações já existentes ou de
parte delas;
• Integração parcial – quando é constituída uma unidade económica para a prestação de serviços exclusivamente destinados
às explorações associadas enquadrando actividades de produção, transformação e comercialização.
Para além destas modalidades o Decreto-Lei nº 336/89 prevê ainda, como formas associativas congéneres:
a) Os sócios serem pessoas singulares, maiores, agricultores a título principal e dotados de capacidade profissional bastante
d) O volume total de trabalho assegurado pelos sócios deve se equivalente pelo menos a 1,5 UHT (unidade homem/trabalho)
f) Cada sócio dispõe de um único voto, independentemente do montante e composição da respectiva quota
b) A qualidade de agricultor a título principal dos sócios pode verificar-se em relação à sociedade em si ou às explorações que
lhe estão associadas
394
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
c) O número de sócios pode ir até 20, cabendo a cada um pelo menos 5% do capital social
Processo de reconhecimento: O pedido de reconhecimento é apresentado, online, junto da Direcção Geral de Agricultura e
Desenvolvimento Rural (DGADR), de acordo com as instruções constantes no sítio daquele organismo: http://www.dgadr.pt
(“agricultura, territórios e agentes rurais”). Em simultâneo, o requerimento e demais documentos são entregues na Direcção
Regional.
Informação disponível em: www.drapal.min-agricultura.pt
205
O carácter de permanência afere-se pela adstrição dos titulares de explorações agrícolas ou equiparadas a actos de gestão
que exijam uma actividade regular, embora não a tempo completo.
206
a) Consideram-se equiparadas a explorações agrícolas as actividades e explorações de silvicultura, pecuária,
hortofloricultura, floricultura, avicultura e apicultura, ainda que nelas a terra tenha uma função de mero suporte de
instalações; b) Não se consideram explorações agrícolas as actividades e explorações que se destinem essencialmente à
produção de matérias-primas para indústrias transformadoras que constituam, em si mesmas, objectivos dessas
actividades.
395
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
207
Para efeitos da exclusão apenas relevam os regimes de protecção social estrangeiros cujo âmbito material integre, pelo
menos, as eventualidades de invalidez, velhice e morte, sendo ainda aplicável, com as devidas adequações, conforme o
disposto nos trabalhadores a exercer actividade em país estrangeiro.
208
Os sujeitos previstos são excluídos do regime de trabalhador independente atendendo à especificidade de apuramento da
base contributiva da sua actividade, estando sujeitos ao regime previsto nos artigos 97.º a 99.º
396
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
⇨ Proteção Social
A proteção social conferida pelo regime dos trabalhadores independentes integra a proteção
nas eventualidades de doença, parentalidade, doenças profissionais, invalidez, velhice e
morte.
O Decreto-Lei n.º 53/2018, de 2 de julho, que entrou em vigor no dia 1 de julho de 2018,
reforça a proteção social dos trabalhadores independentes nas eventualidades de doença,
desemprego e parentalidade, no âmbito do sistema previdencial.
209
Os sujeitos previstos são excluídos do regime de trabalhador independente atendendo à especificidade de apuramento da
base contributiva da sua actividade, estando sujeitos ao regime previsto nos artigos 97.º a 99.º
210 Redação do Decreto-Lei n.º 2/2018, de 2 de janeiro, em vigor a partir de 01/01/2019.
397
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A Lei n.º 66-B/2012, do Orçamento de Estado para 2013 introduz no artigo 141.º do Código
Contributivo o n.º 3 estipulando que os trabalhadores independentes que sejam empresários
em nome individual ou titulares de estabelecimento individual de responsabilidade limitada,
e respetivos cônjuges com rendimentos decorrentes do exercício de qualquer atividade
comercial ou industrial têm igualmente direito à proteção na eventualidade desemprego, nos
termos de legislação própria que veio a ser publicada no dia 25 de janeiro de 2013, através
do Decreto-Lei n.º 12/2013.
Após a entrega da declaração de início de atividade junto das finanças por parte do
trabalhador independente, a administração fiscal comunica oficiosamente, por via eletrónica,
à instituição da Segurança Social o início de atividade dos trabalhadores independentes,
fornecendo-lhe todos os elementos de identificação, incluindo o número de identificação
fiscal.
212
Estabelece, no âmbito do sistema previdencial, o regime jurídico de proteção social na eventualidade de desemprego dos
trabalhadores que se encontrem enquadrados no regime dos trabalhadores independentes e que prestam serviços
398
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
não ultrapassem o montante anual de quatro vezes o valor do Indexante dos Apoios
Sociais - IAS213 (4x€438,81=€1.755,24). Nesta situação, os rendimentos anuais ilíquidos,
incluem, se for o caso, os valores relativos a subsídios ou subvenções atribuídos no âmbito
da Política Agrícola Comum.
399
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
As Cooperativas de produção e serviços que optem pelo enquadramento dos seus membros
trabalhadores no regime de trabalhadores independentes devem comunicar esta opção à
instituição de segurança social competente através de formulário de modelo próprio.
O enquadramento dos trabalhadores independentes produz efeitos a partir do mês seguinte
ao da comunicação da opção.
400
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Isenção da obrigação de contribuir por acumulação com trabalho por conta de outrem
401
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
402
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A obrigação contributiva cessa a partir do 1.º dia do mês seguinte àquele em que cesse a
atividade, sem prejuízo do pagamento de contribuições que resulte de revisão anual.
215
Os trabalhadores independentes que suspendam temporariamente, com carácter voluntário ou não, o exercício efectivo
da sua actividade por conta própria, podem requerer à instituição de segurança social competente a suspensão da
aplicação deste regime, sem prejuízo do disposto em matéria de enquadramento e vinculação, indicando para o efeito as
causas da suspensão. Não se dá como verificada uma situação de suspensão de actividade, designadamente quando a
actividade do trabalhador independente possa continuar a ser exercida por trabalhador ao seu serviço ou pelo respectivo
cônjuge enquadrado, nessa qualidade, por este regime.
403
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Se por exemplo uma fatura referente a venda de produtos ou prestação de serviços for
emitida no dia 3 de janeiro de 2020, mas estiver relacionada com vendas ou prestação de
serviços de 2019, os respetivos rendimentos devem ser declarados na declaração trimestral
com referência a 2019, neste caso na declaração trimestral a entregar até 31 de janeiro de
2020.
216
Artigo 151.º-A do Código Contributivo
404
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Quando sejam relevados, os rendimentos excluídos por opção são considerados como
rendimentos da atividade que lhes deu origem.
A declaração trimestral é efetuada até ao último dia dos meses de abril, julho, outubro e
janeiro, relativamente aos rendimentos obtidos nos três meses imediatamente anteriores.
Quando o prazo para entrega das declarações termine ao sábado, domingo ou dia feriado,
transfere-se o seu termo para o 1.º dia útil seguinte.
217
Artigo 62.º do Decreto Regulamentar n.º 1-A/2011, de 3 de janeiro, alterado pelo Decreto Regulamentar n.º 6/2018, de 2 de
julho.
218 Artigo 157.º do Código Contributivo
405
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Acumulam a sua atividade com atividade profissional por conta de outrem, desde
que, cumulativamente:
406
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Quando o primeiro enquadramento ainda não tenha produzido efeitos (só produz
efeitos no primeiro dia do 12.º mês posterior ao inicio de atividade).
c) O valor total da prestação de serviços por pessoa colectiva e por pessoa singular
com actividade empresarial.
Quando esteja em causa o acesso a subsídio por cessação de atividade que ocorra em
momento anterior à data da obrigação declarativa anual, a declaração do valor da atividade
é efetuada com o requerimento do subsídio.
A declaração anual deve conter, relativamente a cada entidade a quem foram prestados
serviços:
a) O NISS;
b) O NIF;
c) O valor total dos serviços prestados no ano civil anterior.
São igualmente declarados os montantes dos rendimentos que devam ser considerados ou
excluídos para efeitos de apuramento do rendimento relevante que não possam ser obtidos
oficiosamente.
A declaração é feita por preenchimento do anexo SS ao modelo 3 da declaração de imposto
sobre o rendimento das pessoas singulares, efetuada no prazo legal para a entrega da
declaração fiscal, o qual é remetido aos serviços da segurança social pela entidade tributária
competente.
407
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
⇨ Entidades Contratantes
A taxa contributiva a cargo das entidades contratantes é de 10% nas situações em que a
dependência económica é superior a 80% e 7% nas restantes situações.
408
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
409
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Quando sejam relevados, os rendimentos excluídos por opção são considerados como
rendimentos da atividade que lhes deu origem.
O rendimento referido é apurado pela instituição de segurança social competente com base
nos valores declarados na declaração trimestral pelo trabalhador independente, bem como
nos valores declarados para efeitos fiscais.
410
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Sempre que o rendimento relevante seja apurado com base na contabilidade organizada, a
base de incidência mensal corresponde ao duodécimo do lucro tributável, com o limite
mínimo de 1,5 vezes o valor do IAS (€658,22) e máximo de 12 vezes o valor do IAS
(12x€438,81=€5.265,72), sendo fixada em outubro para produzir efeitos no ano civil
seguinte.
219
Relativamente ao rendimento relevante mensal médio apurado trimestralmente de montante inferior a 4 vezes o valor
do IAS, quando acumulem atividade independente com atividade profissional por conta de outrem, desde que se
verifiquem cumulativamente as seguintes condições:
i) O exercício da atividade independente e a outra atividade sejam prestados a entidades empregadoras distintas
e que não tenham entre si uma relação de domínio ou de grupo;
ii) O exercício de actividade por conta de outrem determine o enquadramento obrigatório noutro regime de
protecção social que cubra a totalidade das eventualidades abrangidas pelo regime dos trabalhadores
independentes;
iii) O valor da remuneração mensal média considerada para o outro regime de proteção social seja igual ou
superior a 1 vez o valor do IAS;
411
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A opção pela fixação de um rendimento superior ou inferior até 25% àquele que resultar dos
valores declarado trimestralmente, só é aplicável aos trabalhadores independentes que
estejam abrangidos pela declaração trimestral.
Os cônjuges dos trabalhadores independentes podem requerer que lhes seja fixado um
rendimento relevante inferior até 20% daquele que lhes foi aplicado ou superior até ao limite
do rendimento relevante dos trabalhadores independentes.
412
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
413
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
221 As taxas dos grupos fechados apenas se aplicam a quem está abrangido em 31/12/2010.
222 De acordo com alínea b) do n.º 1 e n.º 2 do artigo 1.º do Decreto Legislativo Regional n.º 18/84/A, de 12 de Maio, são
produtores agrícolas, silvícolas ou pecuários que exerçam qualquer dessas atividades como profissão principal. Artigo 273.º do
Código Contributivo
414
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
28 DIFERIMENTOS
282 RENDIMENTOS A RECONHECER
2822 Subsídios
31312 Plantas
313121 Aquisições no território nacional
3131211 Com IVA dedutível
415
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
416
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
37 ATIVOS BIOLÓGICOS
371 Consumíveis
3711 Animais
3712 Plantas
372 De produção
3721 Animais
37211 Aquisições no território nacional
372111 Com IVA dedutível
3721111 Taxa reduzida
372112 Com IVA não dedutível
372113 Isentas
37212 Aquisições intracomunitárias
372121 Com IVA dedutível
3721211 Taxa reduzida
372122 Com IVA não dedutível
372123 Isentas
37213 Aquisições em países terceiros
372131 Com IVA dedutível
3721311 Taxa reduzida
372132 Com IVA não dedutível
372133 Isentas
417
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
3722 Plantas
37221 Aquisições no território nacional
372211 Com IVA dedutível
3722111 Taxa reduzida
372212 Com IVA não dedutível
372213 Isentas
37222 Aquisições intracomunitárias
372221 Com IVA dedutível
3722211 Taxa reduzida
372222 Com IVA não dedutível
372223 Isentas
37223 Aquisições em países terceiros
372231 Com IVA dedutível
3722311 Taxa reduzida
372232 Com IVA não dedutível
372233 Isentas
418
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
4 INVESTIMENTOS
43 ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS
436 Equipamentos Biológicos
4361 Aquisições no território nacional
43611 Com IVA dedutível
436111 Taxa reduzida
43612 Com IVA não dedutível
43613 Isentas
4362 Aquisições em países terceiros
43621 Com IVA dedutível
436211 Taxa reduzida
43622 Com IVA não dedutível
43623 Isentas
43623 Aquisições em países terceiros
436231 Com IVA dedutível
4362311 Taxa reduzida
436232 Com IVA não dedutível
436233 Isentas
6 GASTOS
419
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
7 RENDIMENTOS
71 VENDAS
714 ATIVOS BIOLÓGICOS
7141 Transmissões no território nacional
71411 Taxa reduzida
714111 Isentas
7142 Transmissões intracomunitárias
71421 Taxa reduzida
71422 Isentas
71431 Exportações para países terceiros
714311 Taxa reduzida
420
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
714312 Isentas
75 SUBSÍDIOS À EXPLORAÇÃO
751 Subsídios do Estado e outros entes públicos
752 Subsídios de outras entidades
76 REVERSÕES
761 De depreciações e de amortizações
7614 Activos biológicos mensurados ao custo
421
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
422
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
19 Anexos
Anexo 1 – NCRF 17
Anexo 2 – Portaria 986/2009, de 7 de Setembro – Modelos das Demonstrações financeira
Anexo 3 – Plano de contas SNC
Anexo 4 – Resposta dada pelo serviços da segurança social à CAP – Confederação dos
Agricultores de Portugal acerca da delimitação do grupo fechado de trabalhadores agrícolas
423
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Objetivo
2 - Esta Norma deve ser aplicada na contabilização do que se segue quando se relacione
com a atividade agrícola:
a) Ativos biológicos;
b) Produto agrícola no ponto da colheita; e
c) Subsídios de entidades públicas incluídos nos parágrafos 34 e 35.
4 - Esta Norma é aplicada ao produto agrícola, que é o produto colhido dos ativos
biológicos da entidade, somente no momento da colheita. Após isso, é aplicada a NCRF
18 - Inventários, ou uma outra Norma Contabilística e de Relato Financeiro aplicável.
Concordantemente, esta Norma não trata do processamento do produto agrícola após
colheita; por exemplo, a transformação de uvas em vinho por um vitivinicultor que tenha
cultivado a vinha e colhido as uvas. Se bem que tal processamento possa ser uma
extensão lógica e natural da atividade agrícola e os acontecimentos que tenham tido
lugar possam ter alguma similitude com a transformação biológica, tal processamento
não é incluído na definição de atividade agrícola nesta Norma.
424
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Produtos resultantes de
Ativos biológicos Produto agrícola
processamento após colheita
Definições
Definições relacionadas com a agricultura
6 Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:
425
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
7 A atividade agrícola cobre uma escala diversa de atividades. Por exemplo, criação de
gado, silvicultura, safra anual ou perene, cultivo de pomares e de plantações, floricultura
e aquacultura (incluindo criação de peixes). Existem certas características comuns
dentro desta diversidade:capacidade de alteração: os animais vivos e as plantas são
capazes de transformação biológica;
Definições gerais
9 Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:
426
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Justo valor: é a quantia pela qual um ativo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transação em que não exista
relacionamento entre elas.
12 Na atividade agrícola, o controlo pode ser evidenciado, por exemplo, pela posse legal do
gado e pela marcação a quente ou de outro modo, aquando da aquisição, nascimento ou
desmama. Os benefícios económicos futuros são normalmente estimados pela
mensuração dos atributos físicos significativos.
427
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
14 O produto agrícola colhido dos ativos biológicos de uma entidade deve ser mensurado
pelo seu justo valor menos os custos de vender no momento da colheita. Tal
mensuração é o custo nessa data aquando da aplicação da NCRF 18, ou uma outra
Norma Contabilística e de Relato Financeiro aplicável.
15 A mensuração pelo justo valor de um ativo biológico ou produto agrícola pode ser
facilitada pelo agrupamento de ativos biológicos ou de produtos agrícolas de acordo com
atributos relevantes, por exemplo, por idade ou qualidade. Uma entidade seleciona os
atributos que correspondam aos atributos usados no mercado como base de
determinação do preço.
16 As entidades celebram muitas vezes contratos para vender os seus ativos biológicos ou
produtos agrícolas numa data futura. Os preços de contrato não são necessariamente
relevantes na mensuração pelo justo valor porque o justo valor reflete o mercado
corrente em que um comprador e um vendedor dispostos a uma transação nela
incorrerão. Consequentemente, o justo valor de um ativo biológico ou produto agrícola
não é ajustado por força da existência de um contrato. Nalguns casos, um contrato para
a venda de um ativo biológico ou produto agrícola pode ser um contrato oneroso, como
definido na NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes.
17 Se existir um mercado ativo para um ativo biológico ou produto agrícola, o preço cotado
nesse mercado é a base apropriada para determinar o justo valor desse ativo. Se uma
entidade tiver acesso a diferentes mercados ativos, a entidade usará a mais relevante.
Por exemplo, se uma entidade tiver acesso a dois mercados ativos, usará o preço
existente no mercado em que espera que seja o usado. As cotações oficiais de mercado
disponibilizadas pelo Sistema de Informação de Mercados Agrícolas, são exemplo deste
conceito.Se existir um mercado ativo para um ativo biológico ou produto agrícola, o preço cotado
nesse mercado é a base apropriada para determinar o justo valor desse ativo. Se uma entidade
tiver acesso a diferentes mercados ativos, a entidade usará a mais relevante. Por exemplo, se
uma entidade tiver acesso a dois mercados ativos, usará o preço existente no mercado em que
espera que seja o usado. As cotações oficiais de mercado disponibilizadas pelo Sistema de
Informação de Mercados Agrícolas, são exemplo deste conceito.
18 Se não existir um mercado ativo, uma entidade usará um ou mais dos indicadores que
se seguem, quando disponíveis, na determinação do justo valor:
a) O preço mais recente de transação no mercado, desde que não tenha havido uma
alteração significativa nas circunstâncias económicas entre a data dessa transação e a
do balanço;
428
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
22 Uma entidade não inclui quaisquer fluxos de caixa para financiar os ativos, impostos, ou
repor ativos biológicos após colheita (por exemplo, o custo de replantar árvores numa
plantação após o corte).
23 Ao acordar no preço de uma transação entre partes não relacionadas entre si,
compradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso considerarão a
possibilidade de variações nos fluxos de caixa. Assim, esse justo valor reflete a
possibilidade de tais variações. Concordantemente, uma entidade incorpora expectativas
acerca de possíveis variações nos fluxos de caixa quer nos fluxos de caixa esperados,
quer na taxa de desconto, quer nalguma combinação das duas. Ao determinar uma taxa
de desconto, uma entidade usa pressupostos consistentes com os usados na estimativa
de fluxos de caixa esperados, para evitar o efeito da dupla contagem de pressupostos ou
da sua omissão.
429
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
a) Tenha tido lugar pouca transformação biológica desde que ocorreu o custo inicial
(por exemplo, pés de árvores de fruto brotados de sementes, plantados imediatamente
antes da data do balanço); ou
25 Os ativos estão muitas vezes fisicamente implantados nos terrenos (por exemplo,
árvores numa floresta plantada). Pode não haver mercado separado para ativos
biológicos que estejam implantados no terreno mas pode existir um mercado ativo para
os ativos combinados, isto é, para os ativos biológicos, terrenos em bruto e
melhoramentos de terrenos, como um conjunto. Uma entidade pode usar informação
relativa a ativos combinados para mensurar o justo valor de ativos biológicos. Por
exemplo, o justo valor de terrenos em bruto e melhoramento de terrenos pode ser
deduzido do justo valor dos ativos combinados para chegar ao justo valor de ativos
biológicos.
Ganhos e perdas
27 Pode surgir uma perda no reconhecimento inicial de um ativo biológico, porque os custos
de vender são deduzidos ao determinar o justo valor menos os custos de alienação de
um ativo biológico. Pode surgir um ganho no reconhecimento inicial de um ativo
biológico, tal como quando nasce um bezerro.
28 Um ganho ou perda que surja no reconhecimento inicial do produto agrícola pelo justo
valor menos os custos de alienação deve ser incluído no resultado líquido do período em
que surja.
29 Pode surgir um ganho ou uma perda no reconhecimento inicial do produto agrícola como
consequência de colheitas.
430
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
30 Há um pressuposto de que o justo valor pode ser mensurado com fiabilidade para um
ativo biológico. Contudo, esse pressuposto pode ser refutado apenas no reconhecimento
inicial de um ativo biológico, relativamente ao qual não estão disponíveis preços cotados
de mercado e cujas mensurações alternativas do justo valor estão determinadas como
sendo claramente pouco fiáveis. Nesse caso, esse ativo biológico deve ser mensurado
pelo custo menos qualquer depreciação acumulada e qualquer perda por imparidade
acumulada. Quando o justo valor desse ativo biológico se tornar fiavelmente mensurável,
uma entidade deve mensurá-lo pelo seu justo valor menos os custos estimados do ponto
de venda. Quando um ativo biológico não corrente satisfizer os critérios de classificação
como detido para venda (ou for incluído num grupo para alienação que esteja
classificado como detido para venda) de acordo com a NCRF 8 - Ativos Não Correntes
Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas, presume-se que o justo
valor pode ser mensurado com fiabilidade.
32 Em todos os casos, uma entidade mensura o produto agrícola no ponto de colheita pelo
seu justo valor menos os custos de alienação. Esta Norma reflete o ponto de vista de
que o justo valor do produto agrícola no ponto de colheita pode ser sempre fiavelmente
mensurado
35 Se um subsídio das entidades públicas relacionado com um ativo biológico for condicional,
incluindo quando um subsídio das entidades públicas exige que uma entidade não
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realize uma atividade agrícola especificada, uma entidade deve reconhecer o subsídio
das entidades públicas nos resultados quando, e apenas quando, as condições
associadas ao subsídio das entidades públicas forem cumpridas.
37 Os ativos biológicos consumíveis são os que estejam para ser colhidos como produto
agrícola ou vendidos como ativos biológicos. Exemplos de ativos biológicos consumíveis
são o gado destinado à produção de carne, gado detido para venda, peixe em
aquacultura, colheitas tal como milho e trigo e árvores que estejam em desenvolvimento
para obtenção de madeiras. Os ativos biológicos de produção são os que não sejam
ativos biológicos consumíveis; por exemplo, gado do qual pode ser obtido leite, vinhas,
árvores de fruto e árvores a partir das quais se obtenha lenha por desbaste enquanto
essas árvores permanecem vivas. Os ativos biológicos de produção não são produto
agrícola mas, antes, de regeneração própria
38 Os ativos biológicos podem ser classificados como ativos biológicos maduros (ou adultos)
ou ativos biológicos imaturos (ou juvenis). Os ativos biológicos maduros (ou adultos) são
os que tenham atingido as especificações de colhíveis (relativamente aos ativos
biológicos consumíveis) ou sejam suscetíveis de sustentar colheitas regulares
(relativamente aos ativos biológicos de produção).
39 O justo valor menos os custos de alienação de um ativo biológico pode alterar-se quer
devido a alterações físicas quer devido a alterações de preços no mercado. É útil a
divulgação separada de alterações físicas e de preços, na avaliação do desempenho do
período corrente, e das perspetivas futuras, particularmente quando haja um ciclo de
produção maior do que um ano. Em tais casos, uma entidade é encorajada a divulgar,
por grupo ou de qualquer outra maneira, a quantia de alterações no justo valor menos
custos de alienação incluída nos resultados líquidos devida a alterações físicas e a
alterações de preços. Esta alteração é geralmente menos útil quando o ciclo produtivo
432
Ativos Biológicos - SNC e IRC
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seja menor do que um ano (por exemplo, quando se criem frangos ou se cultivem
cereais).
Data de eficácia
41 - Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1 de
janeiro de 2016.
Anexo
Exmo. Senhor
Presidente da Confederação de Agricultores de Portugal
(Fevereiro 2011)
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Refere o Dr. Ilídio das Neves, relativamente aos regimes de grupos fechados de
trabalhadores, que as razões determinantes da sua existência "têm que ver com a
integração da respetiva atividade no regime geral e com a aplicação do princípio da
preservação dos direitos adquiridos ou do princípio da equidade social. Por isso, são
regimes do passado, que refletem a evolução havida no desenvolvimento histórico dos
regimes de segurança social" (Direito da Segurança Social, pág. 766).
Por seu turno, no Dicionário Técnico e Jurídico de Proteção Social, do mesmo autor,
identifica-se Grupo Fechado como o "conjunto de beneficiários pertencentes a um
determinado grupo sócio-profissional que, por força da aplicação das leis no tempo e da
subsequente salvaguarda de direitos considerados adquiridos, ou de situações jurídicas
merecedoras de preservação, ou ainda por razões de equidade, continuam a reger-se
globalmente pelo anterior regime jurídico de proteção após a substituição deste por outro
quadro legal, que não lhe é aplicável".
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Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Por aplicação dos princípios expostos, manter-se-ão apenas em regime de grupo fechado,
os trabalhadores agrícolas diferenciados e indiferenciados que em 31 de Dezembro de 2010
se encontravam abrangidos e enquadrados pelo regime geral nessa qualidade.
Ou seja, e como consequência do exposto, importará considerar que, no caso concreto dos
trabalhadores agrícolas sazonais, tendo cessado o contrato de trabalho, e cessado
igualmente o pagamento das respetivas contribuições, o trabalhador e respetiva entidade
435
Ativos Biológicos - SNC e IRC
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Em face do exposto, considera-se que este grupo fechado abrange, assim, todos os
trabalhadores agrícolas que, no ano civil que precedeu a entrada em vigor do Código (data
delimitadora da constituição do grupo fechado) tiveram enquadramento nesse grupo
específico de trabalhadores, desde que não se verifique no ano em curso de 2011 novo
enquadramento no regime geral.
Caso tal não se venha a verificar, os trabalhadores que se encontravam nessa situação
terminam a sua inclusão no grupo fechado previsto no preceito em causa.
O CHEFE DO GABINETE
223 Entendendo-se por regular o exercício periódico, anual, da actividade, independentemente da sua frequência em cada ano
436
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
20 Bibliografia
Almeida, Maria do Céu, Albuquerque, Fábio de, “A adoção pela primeira vez do novo
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n.º 442-B/88, alterado pelo Decreto-Lei n.º 259/2009, de 13 de julho e outras alterações.
Código do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 442-A/88, alterado pelo Decreto-Lei n.º 198/2001, de 3 de julho e outras alterações.
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Trabalhadores Rurais.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Nacional de Estatistica
Jesus, Tânia Alves - Estudo sobre a Contabilidade Agrícola para o concurso para professor
adjunto, da área de contabilidade financeira do ISCAL
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Lei n.º 119/2009, de 30 de sezembro – Altera a entrada em vigor do Código dos Regimes
Contributivos do Sistema Previdencial da Segurança Social, para 1 de Janeiro de 2011 e
ajusta as disposições dos artigos 277º a 281º.
Lei n.º 55-A /2010, de 31 de dezembro – Lei do Orçamento do Estado para 2011.
Lei n.º 64-B /2011, de 30 de dezembro – Lei do Orçamento do Estado para 2012.
Lei n.º 66-B /2012, de 31 de dezembro – Lei do Orçamento do Estado para 2013.
Lei n.º 83-C /2013, de 31 de dezembro – Lei do Orçamento do Estado para 2014.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Manual de formação, OTOC e CAP – “Alterações ao IVA e IRS na agricultura”, Paula Franco
e Cristina Pena Silva, Março 2013;
Portaria n.º 31/2015, de 12 de fevereiro, que estabelece o regime de aplicação da ação n.º
3.1, “Jovens agricultores” do PDR2020;
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Regulamento (CE) n.º 1126/2008 que adota certas normas internacionais de contabilidade
nos termos do Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, no
que diz respeito aos melhoramentos introduzidos nas normas internacionais de relato
financeiro (IFRS).
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