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FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização deste Manual, para qualquer outro fim que não
o indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas
Certificados, entidade que detém os direitos de autor.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 5
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ABREVIATURAS UTILIZADAS
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
UE União Europeia
1. INTRODUÇÃO
Este manual tem na sua base a estrutura e conteúdo do que na altura foi elaborado
por Paula Franco e Carlos Vicente, e continua a abordar a forma de tratamento fiscal
e contabilístico das atividades relacionadas com os combustíveis, mantendo-se
especial enfoque na atividade dos revendedores.
Na parte deste manual dedicada aos aspetos fiscais e contabilísticos, atualizada por
Paulo Marques, começa por ser feito o enquadramento e a explicação do regime de
tributação em IVA dos combustíveis líquidos aplicável aos revendedores, abordando-se
também situações específicas da esfera destes operadores económicos ‒ em
interligação com o tratamento contabilístico ‒ como os autoconsumos de combustíveis,
a utilização de “cartões frota”, a adesão a cartões de descontos ou outras promoções,
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Este capítulo não pretende ser exaustivo pelo que recomendamos uma análise cuidada
de todos os diplomas legais a que iremos fazendo referência. Para além do Decreto-
Lei n.º 73/2010, de 21 de junho (Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo),
outros diplomas serão abordados, uma vez que regulamentam alguns normativos do
código ou complementam os procedimentos previstos no mesmo. Será de referir que
Decreto-Lei n.º 73/2010 transpôs para a ordem jurídica nacional a Diretiva
2008/118/CE, de 16 de dezembro, relativa ao regime geral dos impostos especiais
1
Embora designado como Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos, a sigla utilizada é ISP. Cf.
no artigo 1.º do Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo (CIEC).
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Por fim cabe-nos chamar atenção que as disposições regulamentares do CIEC (Decreto-
Lei n.º 73/2010), constantes de Portarias ou Despacho Ministerial e publicadas
anteriormente a este diploma, mantiveram-se em vigor até à sua revogação, conforme
previsto, aquando da aprovação do referido código (cf. nas normas transitórias, artigo
5.º).
Realçamos também que, a maior parte das alterações ao Código dos Impostos Especiais
sobre o Consumo ocorrem por força da aprovação anual do Orçamento do Estado.
Assim, as referências legislativas apresentadas neste manual têm por base o CIEC em
vigor, devidamente atualizado, pelos Orçamentos do Estado anuais.
2 Contudo algumas das regras são aplicadas à tributação nacional não harmonizada em ISP (imposto sobre
os produtos petrolíferos e energéticos) de alguns produtos, nomeadamente no que respeita por exemplo
às parafinas de petróleo (líquidas e sólidas) e aos óleos e massas lubrificantes.
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Excise Movement and Control System.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O IVA – Imposto Sobre o Valor Acrescentado foi introduzido na legislação nacional pelo
Decreto-Lei n.º 394-B/84, de 26 de dezembro, tendo entrado em vigor no dia 1 de
janeiro de 1986. A data da sua entrada em vigor coincide com a data em que Portugal
se tornou membro de pleno direito da Comunidade Económica Europeia, hoje União
Europeia.
O Imposto sobre o Valor Acrescentado teve como base o sistema comum de IVA e surgiu
com as Diretivas do Conselho 67/227/CEE e 67/228/CEE, ambas de 11 de abril de 1967.
Posteriormente, estas diretivas foram ajustadas e surgiu a conhecida Sexta Diretiva
que alcançou a nível comunitário uma base de tributação uniforme a vigorar em todos
os Estados-membros.
Lembramos que o IVA é um imposto de base comunitária que tem sido ao longo dos
tempos regulado por várias diretivas do Conselho da União Europeia, pelo que se aplica
em todos os Estados-membros de forma semelhante. É um imposto que incide sobre a
despesa ou consumo e tributa o "valor acrescentado" das transações efetuadas pelos
contribuintes.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A sua base tributável é o valor acrescentado que surge em todas as fases do circuito
económico, estendendo-se desde o setor produtivo à venda a retalho (imposto
plurifásico). Ou seja, cada sujeito passivo aplica o IVA sobre o preço de venda dos bens
transmitidos ou dos serviços prestados, mas só entrega ao Estado, em cada período de
imposto, a diferença entre o IVA liquidado aos clientes e o IVA debitado pelos
respetivos fornecedores que seja suscetível de dedução, por força do método do
crédito de imposto ou método subtrativo indireto, que constitui o mecanismo nuclear
para o apuramento do imposto. Esta dedução é financeira e não física o que significa
que é efetuada não bem a bem, mas por períodos de imposto.
O atual regime de tributação dos combustíveis líquidos aplicável aos revendedores foi
introduzido pela Lei n.º 107-B/2003, de 31 de dezembro (Lei do OE para 2004). Na
altura, face à liberalização dos preços de venda ao público, pela Portaria n.º 1423-
F/2003, de 31 de dezembro, da gasolina sem chumbo IO 95, do gasóleo rodoviário e do
gasóleo colorido e marcado, e atendendo a que o sector de combustíveis líquidos
estava, desde a introdução do IVA, sujeito a um regime especial, e também por ser
considerado conveniente a manutenção de um regime especial de tributação, embora
aplicável exclusivamente aos revendedores, foi criado um novo regime de tributação
dos combustíveis líquidos.
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O anterior regime (regulado pelo Decreto-Lei n.º 521/85, de 31 de dezembro, pelo art.
6.º do Decreto-Lei n.º 185/86, de 31 de dezembro e pelo art. 32º da Lei n.º 9/86, de
30 de abril), que foi revogado, consistia na liquidação do imposto, de uma só vez, pelas
empresas distribuidoras nas transmissões de combustíveis líquidos e gasosos:
a) com base no preço de venda ao público, fixado pela Administração Pública,
no caso de entregas a revendedores;
b) com base no preço efetivo de venda, no caso de vendas a consumidores
diretos.
Este novo regime de tributação dos combustíveis líquidos aplicável aos revendedores
consiste no facto de o imposto devido pelas transmissões de gasolina, gasóleo e
petróleo carburante efetuadas por revendedores, ser agora liquidado por estes, com
base na margem efetiva de vendas.
O art. 69.º estabelece que é devido imposto pelas transmissões de gasolina, gasóleo
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
“Artigo 69.º
Âmbito de aplicação
O imposto devido pelas transmissões de gasolina, gasóleo e petróleo
carburante efetuadas por revendedores é liquidado por estes com base na
margem efetiva de vendas.”
Tem sido entendimento comum que são revendedores todos os sujeitos passivos que
adquirem combustíveis para posteriormente serem vendidos, no decurso ordinário da
sua atividade, conceito onde se inserem os postos de combustíveis. Contudo, não
encontramos no CIVA uma definição do conceito de “revendedores de combustíveis
líquidos”, o que nos oferece alguma dificuldade na delimitação dos operadores
económicos (e respetivas transações) a que deve aplicar-se o regime da margem.
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No entanto, existem outros casos de operadores económicos que, não tendo a venda
de combustíveis como objeto das suas atividades, principais ou secundárias, podem
também adquirir combustível para, além de consumo próprio, vender com alguma
regularidade a outros sujeitos passivos.
Como, por exemplo, uma Cooperativa Agrícola que cede com regularidade gasóleo aos
seus cooperantes, ou uma empresa que adquire um depósito para combustível para
seu consumo e para o ceder a outras empresas do grupo. Tem havido entendimentos
no sentido de que estas cedências de combustível ficariam também sujeitas ao regime
de tributação dos combustíveis líquidos aplicável aos revendedores.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Exemplo 1
13.1. O sujeito passivo não é qualificado como revendedor, não se aplicando o "Regime de
tributação dos combustíveis líquidos aplicável aos revendedores".
13.2. Na cedência de combustível à outra empresa, não tem aplicação o Regime especial,
devendo, na fatura a emitir, liquidar o respetivo imposto pelo regime geral.
13.3. Relativamente ao IVA suportado nas aquisições de combustível e que forem cedidas a
terceiros, o requerente pode exercer o direito à dedução na totalidade.
Fonte: Informação Vinculativa referente ao Processo n.º 2228, despacho do SDG dos
Impostos, substituto legal do Diretor-Geral, em 2011-08-09
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Nesses casos, deve existir uma separação contabilística das atividades por forma a
permitir o correto apuramento do imposto.
Exemplo 2
“Artigo 75.º
Exclusão dos regimes especiais
Os sujeitos passivos abrangidos pelo presente regime não podem beneficiar
do regime especial de isenção do artigo 53.º nem do regime especial dos
pequenos retalhistas do artigo 60.º”
Neste regime, a entrega do imposto ao Estado faz-se pela margem calculada nos
termos do art. 70.º do CIVA (diferença entre o valor das transmissões de combustíveis
realizadas, IVA excluído, e o valor de aquisição dos mesmos combustíveis, IVA
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excluído).
“Artigo 70.º
Valor tributável
1 - Para efeitos do disposto no artigo anterior, o valor tributável das
transmissões abrangidas pelo presente regime corresponde à diferença,
verificada em cada período de tributação, entre o valor das transmissões
de combustíveis realizadas, IVA excluído, e o valor de aquisição dos
mesmos combustíveis, IVA excluído.
2 - Sobre a margem, apurada nos termos do número anterior, devem os
revendedores fazer incidir a respetiva taxa do imposto.
3 - Na determinação do valor das transmissões, não são tomadas em
consideração as entregas de combustíveis efetuadas por conta do
distribuidor.”
Deste modo, embora os revendedores não possam deduzir o imposto suportado nas
aquisições de combustíveis também não têm de entregar ao Estado o IVA sobre o preço
de venda do combustível. Porém, o adquirente desses combustíveis, caso tenha direito
à dedução e tendo presente as restrições do art. 21.º do CIVA, calculará o imposto
dedutível pelo valor de aquisição dos bens (valor com imposto incluído).
Calculada a margem do período, ser-lhe-á aplicada a taxa de IVA por forma a apurar o
imposto, devendo por este valor ser debitada a conta 71.6 – “IVA das vendas com
imposto incluído”, convenientemente desagregada, pelo valor do IVA a entregar ao
Estado, por crédito da conta 24.33x – “IVA Liquidado”, por forma a expurgar o valor
do imposto do valor das vendas. O apuramento contabilístico do IVA do período far-se-
á, após o registo acima, nos termos normais.
Para efeitos do apuramento do imposto, nos termos do art. 70.º do CIVA, o valor
tributável das transmissões corresponderá à diferença, verificada em cada período de
tributação, entre o valor das transmissões de combustíveis realizadas, IVA excluído, e
o valor de aquisição dos mesmos combustíveis, IVA excluído, devendo a taxa de IVA ser
aplicada sobre a margem assim obtida.
Ou seja, a margem sobre a qual incidirá o imposto será obtida pela comparação entre
as vendas de um determinado período (mês ou trimestre, conforme o enquadramento
do sujeito passivo), com o custo de aquisição dessas mesmas vendas (gasto das vendas
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Exemplo 3
Assim, a base tributável para o período, determinada segundo as regras do Regime será:
Gasóleo – (1.200.000,00 – 1.000.000,00) = 200.000,00 €
Gasolina – (750.000,00 – 650.000,00) = 100.000,00 €
Refere o art. 71.º que os revendedores de combustíveis não podem deduzir o imposto
suportado na aquisição de bens sujeitos ao regime particular dos combustíveis. No
entanto, essa limitação não se aplica às outras aquisições que a entidade faça,
nomeadamente a bens de investimento ou de consumo.
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“Artigo 71.º
Direito à dedução dos revendedores
1 - Os revendedores dos combustíveis referidos no artigo 69.º não podem
deduzir o imposto devido ou pago nas aquisições no mercado nacional,
aquisições intracomunitárias e importações desses bens.
2 - O imposto suportado em investimentos e demais despesas de
comercialização é dedutível nos termos gerais dos artigos 19.º e
seguintes.”
Exemplo 4
A “Bomba da Rotunda, Lda.” sujeito passivo revendedor de combustíveis, enquadrado em IVA
com periodicidade trimestral, efetuou durante os meses de janeiro, fevereiro e março, as
seguintes aquisições:
Aquisições de bens
Base Tributável IVA
a fornecedores no 1.º Trim.
Neste tipo de atividade pode acontecer que o combustível, para além de ser utilizado
para revender, também seja utilizado em autoconsumos, ou seja, a existência de
afetação do combustível adquirido para revenda às necessidades (utilização) da
própria empresa. Nesta situação particular não se aplica a exclusão do direito à
dedução, podendo esta ser exercida nos termos gerais previstos no CIVA. Esta matéria
é tratada com maior pormenor no ponto dos casos particulares deste manual.
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“Artigo 72.º
Direito a dedução dos adquirentes
1 - Quando os combustíveis adquiridos a revendedores originarem direito
a dedução nos termos gerais, esta tem como base o imposto contido no
preço de venda.
2 - O direito à dedução referido no número anterior só pode ser exercido
com base em faturas passadas na forma legal, podendo, porém, os
elementos relativos à identificação do adquirente, com exceção do número
de identificação fiscal, ser substituídos pela simples indicação da
matrícula do veículo abastecido.
3 - As faturas emitidas pelos revendedores devem conter a indicação do
preço líquido, da taxa aplicável e do montante de imposto correspondente
ou, em alternativa, a indicação do preço com inclusão do imposto e da taxa
aplicável.
4 - No caso de entregas efetuadas por revendedores por conta dos
distribuidores, as faturas emitidas pelos revendedores devem conter a
menção 'IVA - não confere direito à dedução' ou expressão similar.”
Outra das situações que ocorre com regularidade neste tipo de entidade é a entrega
de combustíveis por conta dos distribuidores (“cartão frota”), caso em que os
documentos emitidos pelo revendedor devem obrigatoriamente conter a menção “IVA
– Não confere direito a dedução”, ou expressão similar. O CIVA refere-se à emissão de
fatura para estas entregas, mas consideramos que tal não é adequado. A utilização de
“cartões frota” será tratada com maior pormenor no ponto dos casos particulares deste
manual (2.1.1.5).
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combustíveis emitida a um não sujeito passivo, nenhum destes elementos terá que ser
obrigatoriamente mencionado, a não ser que o adquirente o solicite.
“Artigo 21.º
Exclusões do direito à dedução
1 - Exclui-se, todavia, do direito à dedução o imposto contido nas seguintes
despesas:
[…]
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Como regra, aquela alínea prevê a exclusão do direito à dedução do IVA contido nas
despesas respeitantes a combustíveis normalmente utilizáveis em viaturas automóveis.
Comecemos por analisar a expressão “normalmente utilizáveis em viaturas
automóveis”. O que nela está em causa não é onde (ou em que finalidade, viatura ou
equipamento) o combustível é utilizado, mas o facto de a norma pretender abranger
combustíveis normalmente utilizáveis em viaturas automóveis, mesmo que
utilizados/consumidos noutros equipamentos que não viaturas automóveis. É com base
nesta abrangência da norma que sucessivas informações vinculativas têm enquadrado
a não dedução do IVA da gasolina consumida em alguns equipamentos que não são
viaturas automóveis.
A título de exemplo, o Processo n.º 4199, por despacho de 2012-12-06, que questiona
sobre o direito à dedução do IVA suportado em gasolina utilizada em máquinas usadas
na jardinagem (corta relva/ervas, supradores, etc.), no qual se conclui: “Assim, não
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Nas aquisições de
- Gasóleo
- Gasolina
- Gases de petróleo liquefeitos (GPL)
- Gás natural
- Biocombustíveis
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Temos, assim, seguindo o articulado desta norma do CIVA, uma PRIMEIRA EXCEÇÃO À
EXCLUSÃO DE DEDUÇÃO: “… com exceção das aquisições de gasóleo, de gases de
petróleo liquefeitos (GPL), gás natural e biocombustíveis, cujo imposto é dedutível
na proporção de 50%...”. Não se verificou aqui qualquer alteração no OE para 2020,
pelo que a dedução de 50% do IVA suportado nestes combustíveis continua a ser feita
como até aqui.
5 Decreto-Lei n.º 251/98, de 11 de agosto, alterado pela Lei n.º 156/99, de 19 de setembro, pela Lei n.º
106/2001, de 31 de agosto, pelo Decreto-Lei n.º 41/2003, de 11 de março, pelo Decreto-Lei n.º 4/2004,
de 6 de janeiro, pela Lei n.º 5/2013, de 22 de janeiro, e pela Lei n.º 35/2016, de 21 de novembro.
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transporte público, como os táxis. Porém, essa exceção aplica-se apenas ao gasóleo,
GPL, gás natural e biocombustíveis. A não inclusão da gasolina justificava-se pela
quase inexistência de táxis movidos a gasolina.”
Fica então claro que, desde o dia 01 de abril de 2020, é possível deduzir 100% do IVA
suportado em gasolina consumida por veículos ligeiros de passageiros afetos ao serviço
de táxi, por serem veículos licenciados para transportes públicos, tal como já
acontecia com o IVA suportado em consumos de gasóleo, GPL, gás natural e
biocombustíveis feitos pelas mesmas viaturas.
Importa reforçar que a alteração que vem permitir a dedução do IVA da gasolina
consumida em viaturas ligeiras de passageiros inclui apenas veículos licenciados para
transportes públicos, excetuando-se os rent-a-car e outras viaturas. Assim, em gasolina
utilizada por viaturas licenciadas para TVDE (transporte individual e remunerado de
passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica)6, como a
UBER ou BOLT, continua a não se poder deduzir IVA da gasolina.
Apesar de a alteração feita pelo OE para 2020 ter incluído a referência à “gasolina” na
redação da parte final da alínea b) do n.º 1 do art. 21.º do CIVA (a segunda exceção à
exclusão de dedução, como lhe estamos a chamar), a redação deste ponto não foi
alterada e manteve expressamente “iii) Máquinas consumidoras de gasóleo, GPL, gás
natural ou biocombustíveis…”. Muitas dessas máquinas ou equipamentos, de que a
seguir daremos exemplos, podem ser também consumidoras de gasolina. Se quando
6
Lei n.º 45/2018, de 10 de agosto, retificada e republicada pela Declaração de Retificação n.º 25-A/2018,
de 10 de agosto.
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(Lei do OE para 2013) para incluir as máquinas que, por circularem na via pública, têm
matrícula especial, mas não são consideradas veículos matriculados. É o caso das
máquinas industriais, cuja admissão à circulação, autopropulsionada ou rebocável,
depende da atribuição de matrícula nos termos do Decreto-Lei n.º 107/2006, de 8 de
junho. Estes bens não tinham enquadramento nas várias subalíneas da alínea b) do n.º
1 do art. 21.º, pelo que o imposto relativo ao consumo do respetivo combustível apenas
era dedutível em 50%.7
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reparação de automóveis adquire o direito à dedução do IVA contido na fatura que lhe
foi emitida pelo posto de combustível.
IVA
Combustível Utilizado em
dedutível?
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Vejamos então algumas situações particulares com que que estas atividades se
confrontam.
2.1.1.5.1 Autoconsumos
Como já foi referido, o art. 71.º do CIVA define que os revendedores de combustíveis
não podem deduzir o imposto suportado na aquisição de bens sujeitos ao regime
particular dos combustíveis.
No entanto, essa limitação não se aplica às outras aquisições que a entidade faça,
nomeadamente a bens de investimento ou de consumo, ou quando o combustível não
se destine a revenda.
Assim, se o revendedor utilizar combustíveis líquidos para consumo nas suas próprias
viaturas, essas quantidades (litros) não devem influenciar a determinação da margem
para cálculo do IVA devido ao Estado, pois não se trata de combustível utilizado na
atividade de revenda.
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Para efetuar este tratamento em sede de IVA, a entidade deve possuir um registo dos
litros de combustível utilizados e consumidos nas suas próprias viaturas ou
equipamentos, nomeadamente por cada tipo de viatura e de combustível, que lhe
permita determinar com rigor a possibilidade de dedução do IVA suportado na
aquisição do combustível, nos termos do n.º 1 do art. 21.º do CIVA, bem como para
retirar esses litros da determinação pelo regime da margem do combustível adquirido
para revenda.
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E,
Conta a débito Conta a crédito Valor
A utilização por parte das empresas dos denominados “cartões frota” ou produtos
similares implica que, embora os abastecimentos sejam feitos nos postos de
combustíveis, será o distribuidor (e não o revendedor) a entidade vendedora e emitente
da respetiva fatura ao utilizador do “cartão frota”.
A entrega de combustível pelo revendedor através dos “cartões frota” não implicará
qualquer pagamento por parte do cliente, nem a emissão de qualquer fatura pelo
revendedor (será emitida nota de entrega, guia de remessa, etc.). Conforme referido
em cima, o revendedor não deverá reconhecer quaisquer inventários referente a esse
combustível entregue pelos “cartões frota”, nem reconhecer qualquer rédito de venda
de bens. Apenas deverá reconhecer o rédito pela comissão obtida pela entrega desse
combustível através dos seus meios operacionais.
Estabelece o n.º 3 do art. 70.º do CIVA que, no valor das vendas, não são tomadas em
consideração as entregas de combustíveis efetuadas por conta do distribuidor (entenda-
se vendas efetuadas através dos “cartões frota” ou similar).
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Assim, tais “vendas” (entregas) não devem figurar na conta 71, nem o gasto de aquisição
desse combustível deve influenciar o valor das compras ou da conta 61.
Essas comissões estarão, portanto, sujeitas a IVA, não beneficiando de qualquer isenção
ou regime especial de tributação, devendo o prestador de serviços (revendedor) efetuar
a respetiva liquidação de IVA nos termos gerais do CIVA.
No entanto, essa elaboração de faturas poderá ser efetuada pelo adquirente (distribuidor
dos combustíveis) por conta e em nome do revendedor – autofaturação - conforme o n.º
14 do art. 29.º do CIVA, desde que se cumpram os requisitos previstos no n.º 11 do art.
36.º do mesmo Código.8
8 A elaboração de faturas por parte do adquirente dos bens ou dos serviços fica sujeita às seguintes
condições: a) A existência de um acordo prévio, na forma escrita, entre o sujeito passivo transmitente
dos bens ou prestador dos serviços e o adquirente ou destinatário dos mesmos; b) O adquirente provar
que o transmitente dos bens ou prestador dos serviços tomou conhecimento da emissão da fatura e aceitou
o seu conteúdo; c) Conter a menção 'autofaturação'.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Este tipo de atividade é cada vez mais suscetível a muita pressão comercial e é vulgar
os postos de abastecimento terem acordos/programas de descontos. Em muitos casos,
a adesão do revendedor a estes acordos/programas é obrigatória e decorre do contrato
que estabeleceu com o distribuidor de combustíveis com que vai trabalhar.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Exemplo 5
Tomemos como exemplo esta transação em que o litro de gasóleo está marcado a 1,199 € e
o cliente apresenta um cartão que lhe dá desconto de 6 cêntimos por litro:
Numa venda sem apresentação de cartão de desconto, o revendedor receberia 42,00 € e seria
este o montante do rédito (devidamente separado por base tributal e valor do IVA incluído na
venda, para efeitos de cálculo da margem/valor tributável neste regime, como já explicámos
e desenvolveremos nos casos práticos).
Concedendo o desconto de 6 cêntimos por litro o revendedor contabilizará, por esta venda,
rédito de apenas 39,90 €, com a mesma separação (32,44 € + 7,46 €). Na generalidade das
situações, esta contabilização será feita integrada no apuro de vendas periódico (por exemplo,
diário) que incluirá dezenas ou centenas de outras vendas na mesma situação.
Mas também pode acontecer que o distribuidor não suporte integralmente o valor daquele
desconto. Supondo que o contrato prevê que o revendedor suportará 2 cêntimos por litro nos
abastecimentos com apresentação do cartão em causa, relativamente a este exemplo o
distribuidor apenas creditará 1,40 €. Os 0,70 € da diferença vão influenciar para menos a
margem do revendedor, e o respetivo apuramento de IVA, relativamente a este abastecimento
em concreto.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nesta situação enquadram-se, por exemplo, os descontos concedidos nos postos Galp
com a apresentação de talões de desconto emitidos pelos hipermercados Continente,
ou nos postos Repsol com a apresentação de cartões de sócio do ACP (Automóvel Club
de Portugal) ou de clubes desportivos, ou de cartão de cliente de algumas instituições
bancárias.
Exemplo 6
Vejamos outro exemplo em que o litro de gasolina SC 95 está marcado a 1,479 € e o cliente
apresenta um cartão de fidelização que lhe permitiu utilizar 10,00 € como meio de pagamento.
Nesta operação, o valor da venda não sofre alteração, apesar de o revendedor ter recebido
apenas 30,00 € em vez dos 40,00 € faturados. O redito, devidamente separado por base
tributal (32,52 €) e valor do IVA incluído na venda (7,48 €), para efeitos de cálculo da
margem/valor tributável neste regime, decorre do preço a que o combustível está marcado.
O valor que deixou de ser recebido pelo revendedor nestas transações é considerado como
valor a receber do distribuidor.
Posteriormente, o distribuidor pagará este valor ao revendedor, ou, mais comum, utiliza-o no
encontro de contas entre ambos, abatendo-o ao valor a receber das faturas de fornecimento
de combustível emitidas ao revendedor.
Com este tratamento temos, como exemplos, a utilização nos postos BP do cartão que
esta distribuidora tem em parceria com os hipermercados Pingo Doce, a utilização do
saldo do Cartão Continente como meio de pagamento de combustível nos postos Galp,
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ou vales de desconto que o cliente utiliza para pagar parte da sua aquisição de
combustível.
Do exemplo 5:
Conta a débito Conta a crédito Valor
11 / 12 39,90 €
711713 – “Vendas –
combustível – IVA 32,44 €
excluído”
711813 – “IVA das vendas
7,46 €
do combustível”
Do exemplo 6:
Conta a débito Conta a crédito Valor
11 / 12 30,00 €
11x – “Caixa – Vales
recebidos” / 278x - 10,00 €
“Vales XPTO recebidos”
711713 – “Vendas –
combustível – IVA 32,52 €
excluído”
711813 – “IVA das vendas
7,48 €
do combustível”
34
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nos casos em que a apresentação pelo cliente de talão/cartão com um valor disponível
funciona apenas como meio de pagamento (como exemplo 6) pode existir ainda uma
outra variável: o distribuidor imputa ao revendedor uma comissão /comparticipação
pela gestão da campanha.
Admitindo que o revendedor recebeu 400,00 € em vales e que este valor é utilizado
para abater no pagamento de faturas do distribuidor de 5.000,00 €, numa situação em
que o distribuidor fatura ao revendedor uma comissão pela gestão da campanha de
80,00 € com IVA incluído, teremos:
Conta a débito Conta a crédito Valor
221x – “Fornecedores
5.000,00 €
c/c – distribuidora”
62x / 6888 –
“Comparticipação na 65,04 €
gestão da campanha”
2432xx - “IVA dedutível -
14,96 €
OBS”
11x – “Caixa – Vales
recebidos” / 278x - 400,00 €
“Vales XPTO recebidos”
121 – “DO – Banco XYZ” 4.680,00 €
Vejamos analisar quatro tipos de casos mais comuns que existem com
acordos/programas de descontos:
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O revendedor efetua vendas aos clientes finais, concedendo descontos imediatos, pela
apresentação de cartões/talões de desconto ou outra situação similar, no âmbito da
adesão a este tipo de campanhas de fidelização/descontos.
Na realidade, estes descontos não deverão cumprir a definição de rédito, pois neste
caso, pelas operações de revenda de combustíveis, a entidade revendedora não estará
a executar um contrato de agência, mas meros contratos de compra para posterior
venda, em que assume substancialmente os riscos e vantagens pela aquisição dos
inventários (combustíveis). Desta forma, a entidade revendedora não deverá
reconhecer qualquer rédito pelo desconto obtido, mas considerar tal operação como
uma redução (desconto) ao custo de aquisição do inventário.
Como vimos, o IVA suportado pela aquisição do combustível não podendo ser
considerado dedutível, pela aplicação do referido regime especial (art. 71.º do CIVA),
36
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
31117x – “Compras –
Mercadorias – Aquisições
Custo de aquisição do
Mercado Nacional –
combustível (IVA excluído
Regime especial dos
e líquido de descontos na
revendedores de
fatura)
combustíveis – Custo de
aquisição”
31118x – “Compras –
Mercadorias – Aquisições
Mercado Nacional –
Regime especial dos
IVA suportado
revendedores de
combustíveis – IVA
suportado não
dedutível”
221x – “Fornecedores
Total a pagar
c/c – distribuidora”
Nos casos em que o distribuidor opta por emitir uma nota de crédito referente aos
valores dos descontos que suporta nestes programas de fidelização, o valor dos mesmos
será então considerado como uma redução do custo de aquisição do combustível, sendo
assim tratado como desconto obtido em compras.
Dado o tratamento específico do IVA neste regime particular, o imposto desta nota de
crédito é também considerado como redução do custo de compra do combustível, não
originando qualquer regularização a favor do Estado.
37
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Exemplo 7
Extrato de nota de crédito emitida por distribuidor a revendedor com valores dos descontos
que o distribuidor suporta nos programas de fidelização referidos.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O acerto à margem será um débito por alterações de preços de litros vendidos (ou
outra qualquer alteração às condições estabelecidas) face à adesão do revendedor ao
programa de fidelização.
Nesse pressuposto, este débito deverá ser imputado ao custo do inventário dos litros
adquiridos e vendidos através da campanha de desconto, pois estará diretamente
relacionado com a aquisição desses litros vendidos, conforme o parágrafo 11 da NCRF
18.
39
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nesta última opção, o encargo não deverá ser imputado ao custo dos inventários
detidos pelo revendedor, pois não estará diretamente relacionado com a aquisição dos
combustíveis. Pelo contrário, será um encargo suportado com o objetivo de aumentar
as vendas de combustíveis.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O IVA suportado com o acerto das referidas comissões (consideradas como um gasto
para o revendedor), poderá ser deduzido nos termos gerais do CIVA, não se aplicando
o regime especial dos revendedores de combustíveis líquidos.
Cenário 1
Vamos assumir que o litro de gasóleo está a ser vendido a 1,25 € nos grandes centros
urbanos e a 1,20 € nos revendedores localizados em regiões do interior do país que
aderiram à campanha. Independentemente da região onde se localizam os
revendedores, o distribuidor fatura sempre o combustível a 1,18 €. A margem normal
concedida pelo distribuidor, tendo por referência o preço mais alto e a eventual não
adesão de um revendedor do interior do país à campanha, é de 7 cêntimos por litro.
41
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Na prática, como o acordo comercial entre distribuidor e revendedor define que este
suporte 2 cêntimos por litro naquela redução de preço, significa que o revendedor terá
margem de apenas 5 cêntimos por litro. Como o revendedor vendeu o litro de gasóleo
a 1,20 € e foi-lhe faturado a 1,18 €, o distribuidor emitirá uma nota de crédito
referente a desconto de 3 cêntimos por litro, que corresponde ao valor suportado por
este na campanha de fidelização de clientes.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Cenário 2
43
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Este débito deverá ser imputado ao custo do inventário dos litros adquiridos e vendidos
nestas condições, pelo que a contabilização será como se de compra se tratasse:
Conta a débito Conta a crédito Valor
31117x – “Compras –
Mercadorias – Aquisições
Mercado Nacional – ACERTO PARA MENOS
Regime especial dos na margem do revendedor
revendedores de (IVA excluído)
combustíveis – Custo de
aquisição”
31118x – “Compras –
Mercadorias – Aquisições
Mercado Nacional –
Regime especial dos
IVA suportado
revendedores de
combustíveis – IVA
suportado não
dedutível”
221x – “Fornecedores
Total a pagar
c/c – distribuidora”
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Se aquele desconto foi decido pelo revendedor e é por este suportado em exclusivo,
mais nenhuma implicação existe.
Como ficou evidente, as explicações que fizemos para as quatro situações focaram-se
nos efeitos no revendedor de combustíveis, pelo que nos interessou apenas a análise
da relação destes revendedores com a distribuidora dos combustíveis e com o
45
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
adquirente dos mesmos. Não analisámos, porque esse não é objetivo da formação e
deste manual, os efeitos da campanha promocional na relação Petrogal/Galp –
Sonae/Continente, na relação Repsol – instituições bancárias, ou na relação BP
Portugal – Jerónimo Martins/Pingo Doce, só para referir três exemplos de campanhas
de desconto/fidelização bem conhecidas.
Os revendedores abrangidos por este regime deverão, sempre que efetuem aquisições
intracomunitárias de combustíveis líquidos, proceder em conformidade com as regras
do Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias (RITI), nomeadamente quanto à
liquidação do respetivo imposto.
“Artigo 74.º
Aquisições intracomunitárias
Os sujeitos passivos abrangidos pelo presente regime devem, sempre que
efetuem aquisições intracomunitárias dos combustíveis referidos no artigo
69.º, obedecer às regras estabelecidas no Regime do IVA nas Transações
Intracomunitárias.”
O IVA liquidado nas aquisições intracomunitárias não confere direito à dedução por
parte do adquirente revendedor, de acordo com o que se encontra previsto no art. 71.º
do CIVA.
46
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Entendemos que, na prática, para os litros de gasolina de mistura vendidos, deve ser
calculado o custo dos litros de gasolina incorporados na mistura e apurada a margem
nos termos do art. 70.º do CIVA.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Exemplo 8
No mês de janeiro de 2020 o revendedor “Combustíveis Viriato, Lda.” vendeu 600 litros de
gasolina mistura e o seu Contabilista Certificado dispõe da seguinte informação:
• Preço de venda da gasolina mistura: 1,80 € / litro (com IVA)
• Preço de custo médio da gasolina mistura: 1,529 € / litro (com IVA)
• Litros de gasolina incorporados na mistura: 579
• Litros de óleo incorporados na mistura: 21
• Preço de custo do óleo: 2,45 € / litro (sem IVA)
O contabilista utiliza a solução que aconselhamos. Assim, para os litros de gasolina de mistura
vendidos calcula o custo dos litros de gasolina incorporados na mistura e apura a margem nos
termos do art. 70.º do CIVA. Pelo que teremos:
E deduz normalmente o IVA do óleo incorporado na mistura. Claro que a dedução é feita à
medida que o óleo é adquirido. Eventualmente já foi feita em período anterior, e o óleo
comprado destina-se quer à incorporação na mistura, quer à venda. O que obriga aos
adequados tratamentos contabilístico e de gestão.
Mas podemos fazer o exercício simples de perceber que, apesar de na declaração de IVA de
abril se terem considerado 36,41 € de IVA a favor do estado, decorrentes da venda destes
600 litros de gasolina mistura, a empresa beneficiou da dedução do IVA suportado na
aquisição dos 21 litros de óleo, e a venda desta quantidade de gasolina mistura implicou a
entrega ao Estado de apenas 24,58 €. Este é o real montante de imposto sobre o valor
acrescentado pela venda dos 600 litros de gasolina mistura, como se evidencia:
48
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Exemplo 9
Perante os mesmos dados do exemplo anterior, um outro Contabilista Certificado considera o
óleo incorporado na mistura como combustível líquido e não deduz o IVA suportado no custo
deste óleo. Para isto, tem duas opções:
• ou separa claramente as compras de óleo adquirido para incorporação na mistura das
de óleo adquirido para revenda, e apenas deduz o IVA nas segundas;
• ou deduz todo o IVA nas aquisições de óleo e, à medida que o incorpora na mistura,
procede à liquidação do imposto sobre o valor de custo dos litros incorporados.
Nesta segunda opção, fica claro que a afetação do óleo ao regime de tributação dos
combustíveis pela margem retira o direito à dedução do imposto previamente feita. E
entendemos que estamos perante uma operação que (apesar de não estar expressamente lá
referida) se enquadra no espírito das alíneas f) e g) do n.º 3 do art. 3.º do CIVA, o que nos
coloca face a um autoconsumo interno assimilado a transmissão de bens.
Deverá assim ser liquidado IVA, sobre o preço de custo, como determina a alínea b) do n.º 2
do art. 16.º do CIVA e o seu montante é inscrito no campo 4 do quadro 06 da declaração
periódica. O custo – valor tributável – é inscrito no campo 3 do mesmo quadro e no campo
103 do quadro 06A.
Não é necessária emissão de fatura para este facto, podendo o IVA ser liquidado em
documento interno, como prevê o n.º 7 do art. 36.º do CIVA, o qual deve mencionar apenas
a data, natureza da operação, valor tributável, taxa de imposto aplicável e montante do
mesmo.
Tratando o óleo como os combustíveis líquidos, a venda daqueles 600 litros de gasolina
mistura leva ao apuramento dos mesmos 24,58 € de IVA:
49
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Mas existem combustíveis gasosos, tais como o gás natural ou o GPL - gases de petróleo
liquefeitos, cujo regime de IVA aplicável é o regime normal.
A tributação pelo regime normal de IVA é-lhes aplicada desde 2012, altura em que o
regime especial dos combustíveis gasosos, previstos no art. 32.º da Lei n.º 9/86, de 30
de abril, foi substituído pelo regime normal de tributação em IVA. O anterior regime
estipulava que, nas transmissões de combustíveis gasosos, nomeadamente, de gás em
botija, o IVA seria liquidado pelas respetivas empresas distribuidoras.
São cada vez mais os diesel equipados com a tecnologia Diesel SCR (Selective Catalytic
Reduction). Esta tem como objetivo reduzir significativamente as emissões de óxido
de azoto prejudiciais ao ambiente e dessa forma cumprir com os rigorosos limites de
emissões de gases estabelecidos pelas normas europeias (Euro 6) e americanas. Isto é
conseguido com a utilização do AdBlue, que não é um aditivo do combustível, mas sim
um fluido adicional de utilização para automóveis diesel que precisa de ser atestado
regularmente. Para isso o automóvel tem um depósito autónomo para este fluido.
50
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Transcrevemos a explicação que se encontra sobre este líquido nos sites das
gasolineiras Galp, BP e Repsol, tendo como fonte a revista turbo:9
Galp: AdBlue é uma solução aquosa de ureia (32,5% de ureia pura, 67,5%
de água desmineralizada) que atua sobre os gases de escape dos motores
de veículos pesados como conversor catalítico para reduzir as nocivas
emissões de óxido de nitrogénio (NOx) gerados nos processos de
combustão.
2.1.3.4 Eletricidade
Com o OE para 2020 passou a ser possível a dedução do IVA suportado em despesas
respeitantes a eletricidade utilizada em viaturas elétricas ou híbridas plug-in.
Até 31 de março de 2020, aquela dedução não era ‒ como regra ‒ permitida, por força
da alínea a) do n.º 1 do art. 21.º do CIVA, que exclui do direito à dedução o imposto
51
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Tal foi reforçado pela AT na Informação Vinculativa Processo n.º 15054, por despacho
de 30-08-2019, da Diretora de Serviços do IVA, (por subdelegação).
“Artigo 21.º
Exclusões do direito à dedução
[…]
2 - Não se verifica, contudo, a exclusão do direito à dedução nos seguintes
casos:
[…]
h) Despesas respeitantes a eletricidade utilizada em viaturas elétricas ou
híbridas plug-in.”
52
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
10
Desde o Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, que produz efeitos desde os exercícios que se iniciaram
em ou após 1 de janeiro de 2016, consideram-se microentidades aquelas que, à data do balanço, não
ultrapassem dois dos três limites seguintes: a) Total do balanço: € 350 000; b) Volume de negócios líquido:
€ 700 000; c) Número médio de empregados durante o período: 10. Os limites referidos reportam-se ao
período imediatamente anterior e, sempre que em dois períodos consecutivos imediatamente anteriores
sejam ultrapassados dois dos três limites previstos, as entidades deixam de poder ser consideradas na
respetiva categoria a partir do terceiro período, inclusive.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Aliás, no quadro 03 – Operações internas ativas não devem sequer ser inscritos os
valores respeitantes ao regime particular dos combustíveis, os quais deverão ser
inscritos no Anexo N.
No entanto, na ótica dos adquirentes dos combustíveis existem sempre grandes dúvidas
no preenchimento do quadro 4 – Operações internas passivas, pelo que vamos referir
algumas situações de modo clarificar o preenchimento. Este preenchimento também
abrange os revendedores de combustíveis nomeadamente quando tenham
autoconsumos nas suas compras.
Campo L74 ‒ Destina-se a conter os valores (IVA excluído) das despesas respeitantes
às viaturas de turismo, cujo IVA é totalmente excluído do direito à dedução nos termos
do art. 21.º do CIVA, incluindo as locações e os restantes bens e serviços adquiridos
relacionados com essa viatura de turismo (p.e. reparações e manutenções), com
exceção da sua aquisição (L20) e combustíveis.
Campo L28 ‒ Destina-se a conter os valores (IVA excluído) das despesas respeitantes
a aquisições de bens e serviços, cujo IVA é totalmente excluído do direito à dedução
nos termos do art. 21.º do CIVA, com exceção das viaturas de turismo que já estão
incluídos no campo L74 (tal como resulta das instruções de preenchimento). Neste
campo L28, podem colocar-se valores de barcos de recreio, helicópteros, aviões, motos
e motociclos, ou de despesas com transportes e viagens, alojamento e alimentação ou
divertimento e luxo, cujo IVA é totalmente excluído do direito à dedução, conforme
as alíneas a), c), d) e e) do n.º 1 do art. 21.º do CIVA.
Campo L25 ‒ Devem ser inscritas as aquisições de gasóleo, GPL, gás natural e
biocombustíveis, relativamente às quais é reconhecida a dedução de 50% do respetivo
imposto suportado. Os valores a inscrever são as respetivas bases tributáveis,
independentemente do valor dedutível.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Campos L24 e L73 (Outros bens e serviços) ‒ Nestes campos, devem ser inscritas as
bases tributáveis relativas às aquisições de bens e serviços efetuadas pelo sujeito
passivo declarante, excluindo as aquisições intracomunitárias e as importações, e cujo
imposto pode ser, total ou parcialmente, objeto de dedução, independentemente de
ter sido, ou não, efetivamente deduzido. Para os sujeitos passivos, cujo imposto
suportado é dedutível apenas na percentagem de dedução (pro-rata) determinada nos
termos do n.º 4 do art. 23.º do CIVA, os valores a inscrever nos referidos campos são
as respetivas bases tributáveis, independentemente do valor dedutível.
As operações a mencionar neste anexo não são desdobráveis por espaços fiscais, o que
significa que o valor a inscrever em cada campo deve respeitar ao total das operações
realizadas no conjunto dos três espaços fiscais definidos no Decreto-Lei n.º 347/85, de
23 de agosto (Continente, Açores e Madeira). O regime particular dos combustíveis
líquidos implica preenchimento do quando 03.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Campos N01 e N02 ‒ Devem inscrever-se os valores (IVA excluído), que correspondam
à diferença entre o valor anual das transmissões e respetivo valor anual das aquisições,
determinadas de acordo com o estabelecido nos artigos 69.º a 75.º do CIVA,
respeitantes aos combustíveis líquidos vendidos por revendedores, ao abrigo do regime
especial de tributação, isto é, com o valor apurado da base tributável que servirá para
o cálculo do IVA a entregar nos cofres do Estado.
Sendo o N01 para gasolina e o N02 para gasóleo, este também deve incluir os valores
relativos ao petróleo carburante.
Entretanto, a alínea d) do n.º 3 do art. 29.º do CIVA, aditada pelo Decreto-Lei n.º
28/2019, de 15 de fevereiro, veio dispensar a entrega do Anexo O por todos os sujeitos
passivos com sede, estabelecimento estável ou domicílio em território nacional. Pelo
que, os sujeitos passivos revendedores de combustíveis apenas terão que entregar o
Anexo P se não lhes for aplicável o regime de normalização contabilística para
microentidades, e se tiverem realizado operações que nele devam constar com
incidência real em IVA com fornecedores no montante de valor superior a 25.000 euros
no ano anterior.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Não pode, assim, ser emitida nova fatura, como forma de retificação do valor
tributável ou do correspondente imposto, sem prejuízo da possibilidade de anulação
da fatura inicial e sua substituição por outra, quando a retificação se deva a outros
motivos.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Desde 1 de janeiro de 2020, por força do art. 3.º do Decreto-Lei n.º 28/2019, de 15 de
fevereiro, os sujeitos passivos devem assegurar que as faturas e demais documentos
fiscalmente relevantes11 sejam processados por uma das seguintes formas:
• Programas informáticos de faturação, incluindo aplicações de faturação
disponibilizadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT);
• Outros meios eletrónicos, nomeadamente máquinas registadoras, terminais
eletrónicos ou balanças eletrónicas;
• Documentos pré-impressos em tipografia autorizada.
O n.º 1 do art. 4.º do mesmo Decreto-Lei define que os sujeitos passivos com sede,
estabelecimento estável ou domicílio em território nacional e outros sujeitos passivos
cuja obrigação de emissão de fatura se encontre sujeita às regras estabelecidas na
legislação interna nos termos do art. 35.º-A do CIVA, estão obrigados a utilizar,
exclusivamente, programas informáticos que tenham sido objeto de prévia certificação
pela AT, sempre que:
• Sejam obrigados a dispor de contabilidade organizada ou por ela tenham
optado;
• Utilizem programas informáticos de faturação;
• Tenham tido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a € 50 000
ou, quando, no exercício em que se inicia a atividade, o período em referência
seja inferior ao ano civil, e o volume de negócios anualizado relativo a esse
período seja superior àquele montante.
11
Conforme alínea b) do art. 2.º do Decreto-Lei n.º 28/2019 de 15 de fevereiro, «Documentos fiscalmente
relevantes» são os documentos de transporte, recibos e quaisquer outros documentos emitidos,
independentemente da sua designação, que sejam suscetíveis, nomeadamente, de apresentação ao
cliente que possibilitem a conferência de mercadorias ou de prestação de serviços. A alínea c) define
«Fatura» como o documento em papel ou em formato eletrónico que: i) Contenha os elementos referidos
nos artigos 36.º ou 40.º do Código do IVA, incluindo a fatura, a fatura simplificada e a fatura-recibo; ii)
Constitua um documento retificativo de fatura nos termos legais. Assim, para efeitos de regulamentação
das obrigações relativas ao processamento de faturas, a referência a «fatura» inclui todos os documentos
retificativos de fatura, como as notas de débitos ou credito, ou outros.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A data limite desta comunicação, desde as faturas emitidas em janeiro de 2020, é até
ao dia 12 do mês seguinte ao da emissão da fatura, e deve ser feita por uma das
seguintes vias:
a) Por transmissão eletrónica de dados em tempo real;
b) Por transmissão eletrónica de dados, mediante remessa de ficheiro normalizado
estruturado com base no ficheiro SAF-T (PT), criado pela Portaria n.º 321-
A/2007, de 26 de março, na sua redação atual;
c) Por inserção direta no Portal das Finanças;
d) Por outra via eletrónica, nos termos a definir por portaria do Ministro das
Finanças.
Os sujeitos passivos que sejam obrigados a produzir o ficheiro SAF-T (PT), criado pela
Portaria n.º 321-A/2007, de 26 de março, alterada pela Portaria n.º 1192/2009, de 8
de outubro, devem optar por uma das modalidades constantes das alíneas a) e b).
Todos os bens em circulação, em território nacional, seja qual for a sua natureza ou
espécie, que sejam objeto de operações realizadas por sujeitos passivos de imposto
sobre o valor acrescentado devem ser acompanhados de documentos de transporte
processados nos termos previstos no Decreto-Lei n.º 147/2003, de 11 de julho, com
posteriores alterações, que aprovou e publicou o Regime dos Bens em Circulação (RBC).
60
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O RBC aplica-se aos bens em circulação, considerando-se como tal todos os que se
encontrem fora dos locais de produção, fabrico, transformação, exposição, dos
estabelecimentos de venda por grosso e a retalho ou de armazém de retém, por motivo
de transmissão onerosa, incluindo a troca, de transmissão gratuita, de devolução, de
afetação a uso próprio, de entrega à experiência ou para fins de demonstração, ou de
incorporação em prestações de serviços, de remessa à consignação ou de simples
transferência, efetuadas pelos sujeitos passivos referidos no art. 2.º do CIVA, conforme
previsto na alínea a) do n.º 2 do art. 2.º deste regime.
Como tal situação decorre das características próprias do exercício da atividade e dos
bens transportados, tais diferenças verificadas em resultado do explicado acima estão
61
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Outra situação que tem levantado algumas dúvidas prende-se com a venda de
combustíveis, em que no momento da entrega dos combustíveis, não é emitida a
fatura, sendo posteriormente emitida uma fatura global correspondente a vários
fornecimentos.
Embora o n.º 6 do art. 29.º do CIVA refira a emissão de guia ou nota de remessa para
complemento da fatura global, neste caso específico não terá aplicação, pelo que esta
imposição no caso de abastecimento de combustível não deverá ser entendida como a
emissão de documento de transporte no sentido formal previsto no RBC, mas de
documento comprovativo da entrega dos bens ou da realização de cada serviço.
O art.º 78.º-A do CIVA prevê que os sujeitos passivos podem deduzir (na prática, fazer
regularização a favor do sujeito passivo) o imposto respeitante a créditos considerados
de cobrança duvidosa, evidenciados como tal na contabilidade (cumpridos que estejam
todas as condições quanto a prazos, pedido de autorização prévia quando aplicável,
documentação de suporte e certificação por revisor oficial de contas ou contabilista
certificado), bem como o respeitante a créditos considerados incobráveis.
62
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
“Artigo 78.º-A
Créditos de cobrança duvidosa ou incobráveis
Regularização a favor do sujeito passivo
1 - Os sujeitos passivos podem deduzir o imposto respeitante a créditos
considerados de cobrança duvidosa, evidenciados como tal na
contabilidade, sem prejuízo do disposto no artigo 78.º-D, bem como o
respeitante a créditos considerados incobráveis.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, consideram-se créditos de
cobrança duvidosa aqueles que apresentem um risco de incobrabilidade
devidamente justificado, o que se verifica nos seguintes casos:
a) O crédito esteja em mora há mais de 12 meses desde a data do respetivo
vencimento e existam provas objetivas de imparidade e de terem sido
efetuadas diligências para o seu recebimento;
b) O crédito esteja em mora há mais de seis meses desde a data do
respetivo vencimento, o valor do mesmo não seja superior a (euro) 750,
IVA incluído, e o devedor seja particular ou sujeito passivo que realize
exclusivamente operações isentas que não confiram direito à dedução.
3 - Para efeitos do disposto no número anterior, considera-se que o
vencimento do crédito ocorre na data prevista no contrato celebrado entre
o sujeito passivo e o adquirente ou, na ausência de prazo certo, após a
interpelação prevista no artigo 805.º do Código Civil, não sendo oponível
pelo adquirente à Autoridade Tributária e Aduaneira o incumprimento dos
termos e demais condições acordadas com o sujeito passivo.
4 - Os sujeitos passivos podem, ainda, deduzir o imposto relativo a créditos
considerados incobráveis em qualquer das seguintes situações, sempre que
o facto relevante ocorra em momento anterior ao referido no n.º 2:
a) Em processo de execução, após o registo a que se refere a alínea b) do
n.º 2 do artigo 717.º do Código do Processo Civil;
b) Em processo de insolvência, quando a mesma for decretada de caráter
limitado ou quando for determinado o encerramento do processo por
insuficiência de bens, ao abrigo da alínea d) do n.º 1 do artigo 230.º e do
artigo 232.º, ambos do Código da Insolvência e da Recuperação de
Empresas, ou após a realização do rateio final, do qual resulte o não
pagamento definitivo do crédito;
c) Em processo de insolvência ou em processo especial de revitalização,
quando seja proferida sentença de homologação do plano de insolvência
ou do plano de recuperação que preveja o não pagamento definitivo do
crédito;
d) (Revogada pela Lei n.º 8/2018, de 2 de março)
e) Quando for celebrado e depositado na Conservatória do Registo
Comercial acordo sujeito ao Regime Extrajudicial de Recuperação de
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
6. Por outro lado, nos termos do nº 4 do artº 72º, "Nos casos de entregas
efetuadas pelos revendedores por conta dos distribuidores, as faturas ou
documentos equivalentes emitidos pelos revendedores devem conter a
menção «IVA - Não confere direito à dedução» ou expressão similar".
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os artigos 78.º-A e seguintes do CIVA, criando novas regras para a regularização do IVA
respeitante a créditos considerados incobráveis e introduzindo a possibilidade de
regularização do IVA respeitante a créditos considerados de cobrança duvidosa, foram
aditados pela Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro (Lei do OE para 2013) e as suas
disposições aplicam-se aos créditos vencidos desde 1 de janeiro de 2013.
Contudo, não poderemos concordar com aquele entendimento tão linear da AT e que
ignora a realidade económica destes sujeitos passivos, com explicações agarradas à
estrita leitura da letra da lei, que esquecem que durante todo o circuito económico o
Estado arrecadou receita de IVA igual ao montante que o cliente não pagou,
equivalente a imposto incluído, à taxa aplicável, no valor total das faturas.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
créditos declarados incobráveis nos termos do n.º 4 do art. 78.º-A do CIVA quando o
devedor também não tem direito à dedução. Nestas situações, poderemos apenas falar
de reposição de neutralidade económica e financeira entre o sujeito passivo que
regulariza a seu favor e o Estado.
Neste regimes nunca existiu qualquer preocupação particular com situações em que o
IVA liquidado pelo vendedor é apenas parcialmente deduzido pelo adquirente (como
nos casos de aplicação dos métodos de dedução relativa a bens de utilização mista,
embora aqui nos pareça fácil de ultrapassar, pois um adquirente não pagador poderá
justificar porque regulariza a favor do Estado apenas parte do IVA que o vendedor
pretende regularizar a seu favor), ou situações em que o IVA é liquidado sobre uma
margem de comercialização e o adquirente deduz todo o IVA que à taxa em causa se
calcule incluído no valor da despesa, ou apenas parte (como nos casos de possível
dedução de 100% ou 50% do IVA dos consumos de combustível).
Por isso, a Informação Vinculativa enferma desta incorreção técnica ao afirmar que,
relativamente à não possibilidade de recuperação do IVA incluído nos «créditos
incobráveis» dos clientes dos revendedores, nada se alterou relativamente à situação
anterior a 1 de janeiro de 2004 em que o IVA era totalmente liquidado e entregue nos
cofres do Estado pelas empresas distribuidoras.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A aceitação das despesas como gasto fiscal, para efeitos de determinação do lucro
tributável, depende da consideração das mesmas como visando garantir a obtenção de
rendimentos sujeitos a IRC, cabendo o ónus da respetiva prova à própria empresa,
conforme resulta do disposto no n.º 1 do art. 23.º do Código do Imposto Sobre o
Rendimento das Pessoas Coletivas (CIRC).
Por outro lado, esses gastos dedutíveis devem estar documentalmente comprovados,
independentemente da natureza ou suporte dos documentos utilizados para esse
efeito.
Quando o fornecedor dos bens ou prestador dos serviços esteja obrigado à emissão de
fatura ou documento legalmente equiparado nos termos do CIVA, esse documento
comprovativo dos gastos dedutíveis deve ser obrigatoriamente uma fatura.
Para além destas condicionantes genéricas, o art. 23.º-A estabelece na sua alínea j)
do n.º 1 uma limitação específica: não serão dedutíveis “as despesas com combustíveis
na parte em que o sujeito passivo não faça prova de que as mesmas respeitam a bens
pertencentes ao seu ativo ou por ele utilizadas em regime de locação e de que não são
ultrapassados os consumos normais”.
De acordo com o n.º 5 do art. 36.º do CIVA, a matrícula não é referida como elemento
obrigatório a constar na emissão das faturas. No entanto, relembramos que, tratando-
se de faturas emitidas por revendedores de combustíveis líquidos, para efeitos do
direito à dedução do IVA suportado pelos adquirentes, os elementos de identificação
destes podem ser substituídos pela simples indicação da matrícula do veículo
abastecido, com exceção do número de identificação fiscal.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Apesar dessa indicação da matrícula na fatura não ser obrigatória, recomenda-se que
seja sempre solicitada a sua inclusão, sob pena do respetivo dispêndio não ser
comprovadamente relacionado com uma viatura do ativo ou em locação, havendo o
risco de não ser aceite como um gasto fiscal. Por outro lado, a menção da matrícula
de uma viatura da empresa (ou utilizada pela empresa) na fatura do combustível não
será, só por si, garantia de que o gasto será fiscalmente aceite, dada a já referida
limitação à aceitação das despesas com combustíveis na parte em que o sujeito passivo
não faça prova de que não são ultrapassados os consumos normais.
71
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Com a Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro (Lei do OE para 2011), passaram a ficar
sujeitos a tributação autónoma todos os encargos suportados ou efetuados com as
viaturas em causa. A grande diferença foi que, até ao final de 2010, estes encargos só
ficavam sujeitos à tributação autónoma desde que dedutíveis para efeitos fiscais.
12
Conforme n.º 4 do art. 1.º daquela Portaria, para as viaturas ligeiras de passageiros ou mistas adquiridas
nos períodos de tributação que se iniciem em 1 de janeiro de 2015 ou após essa data, não são aceites as
depreciações que excedam: a) € 62 500 relativamente a veículos movidos exclusivamente a energia
elétrica; b) € 50 000 relativamente a veículos híbridos plug-in; c) € 37 500 relativamente a veículos
movidos a gases de petróleo liquefeito ou gás natural veicular; € 25 000 relativamente às restantes
viaturas não abrangidas nas alíneas anteriores. Nos exercícios de 2019, 2020 e 2021, dependendo da vida
útil definida, poderemos ainda ter que efetuar esta correção relativamente a viaturas ligeiras de
passageiros ou mistas adquiridas nos períodos de tributação que se iniciem entre 1 de janeiro de 2012 e
31 de dezembro de 2014, cujos limites para aceitação de depreciações são: € 50 000 relativamente a
veículos movidos exclusivamente a energia elétrica; € 25 000 relativamente às restantes viaturas não
abrangidas na alínea anterior.
13 Alínea c) do n.º 1 do art. 23.º-A do CIRC.
72
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Embora não diretamente relacionado com este tema, aproveitamos para relembrar que
também recentemente outras tributações autónomas passaram a incidir sobre os
encargos efetuados ou suportados (em detrimento de sobre os “encargos dedutíveis”).
Foi o caso das tributações autónomas incidentes sobre despesas de representação e
sobre ajudas de custo e compensação pela deslocação em viatura própria do
trabalhador, ao serviço da entidade patronal (desde que não faturados a clientes ou
não sujeitas a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo beneficiário), fruto da
alteração introduzida pela Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro (Lei do OE para 2017).
Assim, fica claro que encargos relacionados com viaturas ligeiras de mercadorias com
2 ou 3 lugares não estão sujeitos a tributação autónoma porque estas pagam ISV
73
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
à taxa intermédia ou às taxas reduzidas previstas, respetivamente, nos artigos 8.º, n.º
3 e 9.º, n.º 1, b) e n.º 2 do CISV.
“Artigo 88.º
Taxas de tributação autónoma
(…)
3 — São tributados autonomamente os encargos efetuados ou suportados
por sujeitos passivos que não beneficiem de isenções subjetivas e que
exerçam, a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou
agrícola, relacionados com viaturas ligeiras de passageiros, viaturas
ligeiras de mercadorias referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 7.º do
Código do Imposto sobre Veículos, motos ou motociclos, excluindo os
veículos movidos exclusivamente a energia elétrica, às seguintes taxas:
a) 10% no caso de viaturas com um custo de aquisição inferior a 27 500 €;
b) 27,5% no caso de viaturas com um custo de aquisição igual ou superior
a 27 500 € e inferior a 35 000 €;
c) 35% no caso de viaturas com um custo de aquisição igual ou superior a
35 000 €.
(…)
14 — As taxas de tributação autónoma previstas no presente artigo são
elevadas em 10 pontos percentuais quanto aos sujeitos passivos que
apresentem prejuízo fiscal no período a que respeitem quaisquer dos
factos tributários referidos nos números anteriores relacionados com o
exercício de uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola
não isenta de IRC.
15 — O disposto no número anterior não é aplicável no período de
tributação de início de atividade e no seguinte.
(…)
18 — No caso de viaturas ligeiras de passageiros híbridas plug-in, cuja
bateria possa ser carregada através de ligação à rede elétrica e que
tenham uma autonomia mínima, no modo elétrico, de 50 Km e emissões
oficiais inferiores a 50 g CO2/km, as taxas referidas nas alíneas a), b) e c)
15
Lei n.º 75-B/2020, de 31 de dezembro.
74
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nos anos mais recentes, e até ao exercício de 2010, estas taxas de tributação autónoma
foram de 5% para viaturas menos poluentes e de 10% para as restantes. Nos exercícios
de 2011 a 2013, vigorou a taxa de 10% sobre os encargos relacionados com viaturas
ligeiras de passageiros ou mistas cujo custo de aquisição fosse inferior ou igual ao
limite para aceitação fiscal das depreciações, para o qual remete a alínea e) do n.º 1
do art. 34.º do CIRC, motos ou motociclos, e de 20% para os encargos relacionados com
viaturas ligeiras de passageiros ou mistas cujo custo de aquisição fosse superior àquele
limite.
75
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O OE para 2021 vem agravar as taxas de tributação autónoma para viaturas ligeiras de
passageiros híbridas plug-in, cuja bateria possa ser carregada através de ligação à rede
elétrica e que não tenham, cumulativamente, uma autonomia mínima, no modo
16 A aplicação das taxas de 7,5%, 15% e 27,5% sobre encargos relacionados com viaturas movidas a GPL
nunca foi pacífica. A AT defendia mesmo que não se podia aplicar. Apesar de a redação introduzida no
CIRC pela Lei n.º 82-D/2014 de 31 de dezembro não referir “exclusivamente movidas a GPL” o certo é que
a AT defendeu, na Informação Vinculativa Processo 1427/2017, com Despacho de 2017/09/26 da Diretora
de Serviços do IRC, que aquela norma deveria ser interpretada na linha do que foi previsto nos benefícios
no CISV para “automóveis ligeiros de passageiros que utilizem exclusivamente como combustível GPL ou
gás natural”. Citando: “Embora da redação da norma pareça resultar que o legislador pretendeu abranger
no âmbito da letra da lei qualquer veículo automóvel desde que movido a combustível GPL ou GNV, a
mesma terá que ser analisada no contexto das alterações levadas a cabo nos diversos Códigos Fiscais pela
supra referida Lei. (…) Nesta reforma, é claro que o legislador pretendeu favorecer com a redução de
taxas os veículos que utilizem exclusivamente como combustível gases de petróleo liquefeito (GPL) ou gás
natural, porque são menos poluentes que os veículos movidos com combustíveis fósseis. Em consequência,
ficam excluídas as viaturas comumente designadas bi-fuel, com combustível alternado, p.ex.
gasolina/GPL, porque são viaturas mais poluentes pela utilização do citado combustível fóssil, pelo que
não podem ser favorecidas com a redução de taxas de tributação autónoma. Deste modo, tem de se
efetuar uma interpretação restritiva do disposto no Art. 88º/18 do CIRC, de forma que este preceito prevê
apenas a redução das taxas de tributação autónoma para as viaturas ligeiras de passageiros movidas
exclusivamente a GPL ou GNV.” Ou seja, a interpretação da AT coloca-nos perante a situação caricata de
o legislador ter concedido um benefício fiscal a viaturas que não existem em Portugal, já que não são
comercializadas viaturas exclusivamente movidas a GPL.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Como síntese, deixamos três quadros (para 2019, para 2020 e para 2021) com as
condicionantes de aplicação das taxas de tributações autónomas que acabámos de
explicar. Recorde-se que encargos com veículos movidos exclusivamente a energia
elétrica não estão sujeitos a qualquer tributação autónoma.
Inferior a
5% 7,5% 10%
25.000 €
Igual ou superior
17,5% 27,5% 35%
a 35.000 €
77
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Inferior a + 10% em
27.500 € 5% 7,5% 10% qualquer das
situações
Igual ou superior Não aplicável
a 27.500 € no período
10% 15% 27,5% de tributação
e inferior a
de início
35.000 €
de atividade
Igual ou superior e no
17,5% 27,5% 35% seguinte.
a 35.000 € (n.º 15)
Inferior a + 10% em
27.500 € 5% 7,5% 10% qualquer das
situações
Igual ou superior Não aplicável
a 27.500 € no período
10% 15% 27,5%
e inferior a de tributação
35.000 € de início
de atividade
Igual ou superior e no
17,5% 27,5% 35%
a 35.000 € seguinte.
(n.º 15)
78
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Importa ainda realçar que o artigo 375.º da Lei do OE para 2021 prevê uma disposição
transitória relativamente à não aplicação do n.º 14 do art.º 88.º do CIRC (agravamento
em 10 pontos percentuais das taxas de tributação autónoma quanto aos sujeitos
passivos que apresentem prejuízo fiscal no período) nos períodos de tributação de 2020
e 2021.
79
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
aos seus clientes, os quais faturam e cobram estes serviços aos seus clientes, por se
considerar que as mesmas estão abrangidas pela exceção prevista no n.º 6 do art. 88.º
do CIRC.17
17
A este propósito veja-se a Informação Vinculativa Processo: 209/2017, Despacho de 29/05/2017, da
Diretora de Serviços.
80
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
É o que está atualmente previsto nos números 1 a 3 do art. 106.º do CIRC relativamente
ao PEC, que foi criado pelo Decreto Lei n.º 44/98, de 3 de março, e justificado com as
estatísticas que, segundo o preâmbulo, mostravam que os rendimentos das pessoas
coletivas sujeitos a tributação em IRC eram frequentemente, e sem qualquer razão
plausível, objeto de uma coleta muito inferior à real.
Esta última redução ocorreu pela Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro (Lei do OE para
2017), que previa também que o limite mínimo de PEC seria reduzido progressivamente
até 2019, sendo substituído por um regime adequado de apuramento da matéria
coletável através da aplicação de coeficientes técnico-económicos, por atividade
económica, a publicar em portaria.
Destas intenções não resultaram ainda alterações práticas e pela Lei n.º 71/2018, de
31 de dezembro (Lei do OE para 2019) foi criada uma nova situação de dispensa do seu
pagamento, acrescentando-se a alínea e) ao n.º 11 do art. 106.º do CIRC.
Assim, e desde 2019, estão dispensados de efetuar o PEC os sujeitos passivos que não
efetuem o pagamento até ao final do terceiro mês do respetivo período de tributação,
desde que as obrigações declarativas previstas nos artigos 120.º e 121.º, relativas aos
dois períodos de tributação anteriores, tenham sido cumpridas nos termos neles
previstos.
Para optarem pelo não pagamento do PEC em 2020, bastará então que os sujeitos
passivos que a ele estariam obrigados tenham entregue (e venham a entregar), dentro
dos prazos legais, a declaração modelo 22 e a IES relativas aos exercícios de 2018 e
2019. Repare-se que, aquando do vencimento do PEC em 2020 ainda decorria o prazo
para entrega das declarações relativas a 2019 (em condições normais, o vencimento
do PEC é em março, mas dada a situação excecional vivida este ano, o PEC foi adiado
até 30 de junho, a entrega da modelo 22 até 31 de julho e da IES até 7 de agosto).
81
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Contudo, nos termos dos números 6 e 7 do referido art. 106.º do CIRC, a esse volume
de negócios poderá ser deduzido o imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos
(ISP). Quando não for possível determinar os impostos efetivamente incluídos nos
rendimentos podem ser deduzidas as seguintes percentagens: 50% nos rendimentos
relativos à venda de gasolina e 40% nos rendimentos relativos à venda de gasóleo.
82
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
obtida ou a obter, deduzida dos respetivos descontos, e não pela margem obtida
(diferença entre o preço de venda e o de aquisição).
Concluindo, o PEC não é determinado por qualquer margem de vendas apurada, mas
pelo valor do rédito de vendas (deduzido do ISP) e rédito das comissões obtidas.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ou
Vejamos então:
Para esse serviço prestado de fornecimento de combustível, que não lhe pertence,
através dos “cartões frota”, a distribuidora concede ao revendedor uma comissão por
cada litro fornecido.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Por outro lado, nas aquisições de combustíveis através de contratos de conta firme, o
combustível entregue nos depósitos do revendedor passa a pertencer a este
revendedor, passando o mesmo a ter o risco de inventário.
De acordo com o parágrafo 3 da NCRF 20, o termo bens inclui bens produzidos pela
entidade com a finalidade de serem vendidos e bens comprados para revenda, tais
como mercadorias compradas por um retalhista ou terrenos e outras propriedades
detidos para revenda.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para se determinar se uma entidade estará a agir como principal ou como agente
requer julgamentos e juízos de valor face aos factos e circunstâncias de cada operação.
Um dos indicadores de que a entidade está a atuar como agente será que o montante
obtido está predeterminado por um valor de comissão fixo ou por uma percentagem
das entregas aos clientes.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Em regra, neste caso, o procedimento adotado pela empresa distribuidora pode ser a
emissão de uma nota de crédito à fatura inicial de aquisição, retificando a operação
inicial de compra do combustível (em contrato por conta firme) através de uma
devolução desse combustível fornecido através do “cartão frota”.
No entanto existem outros procedimentos para suportar estas operações que podem
ser entendidos como uma venda efetuada pelo revendedor à distribuidora, isto é,
considera-se uma nova transmissão de bens efetuada por esse revendedor à
distribuidora.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Feita esta introdução geral, à luz dos preceitos das normas do SNC, vejamos os registos
contabilísticos de suporte a todas estas operações.
O próprio regime dos combustíveis refere, no art. 73.º, que os registos das aquisições
e vendas dos combustíveis abrangidos por este devem ser efetuados em separado,
podendo as respetivas adaptações ser efetuadas ao plano de contas de cada entidade,
por forma a permitir a perceção dos procedimentos tomados e de que forma estes
originaram o apuramento da base tributável e respetivo imposto.
“Artigo 73.º
Registos das aquisições e vendas
Os revendedores devem manter registos separados das aquisições e vendas
dos combustíveis abrangidos por este regime.”
Para fazer face a estas exigências, devem os revendedores manter registos separados
das aquisições e dos réditos das vendas de combustíveis abrangidos por este regime,
registos estes que a própria empresa terá que elaborar com base em mapas extra
contabilísticos. Estes registos deverão ter em consideração as diferentes taxas
aplicáveis, quer em função do tipo de combustível vendido, quer em função da
localização das suas transmissões.
No que respeita às compras e ao apuramento do custo das existências vendidas e
consumidas interessará desagregar a conta 31.1 – Compras – Mercadorias, de modo a
separar o valor das compras do correspondente valor do IVA. Todavia, não sendo
dedutível o imposto suportado e atendendo ao estabelecido na NCRF 18 - Inventários,
88
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
este deverá acrescer ao custo das compras e não ser levado à conta 681 – Impostos.18
Os valores das contas 311xxx e 61xx deverão incluir o IVA suportado, embora
desagregado, não existindo, como já foi referido, qualquer movimento na conta 681 –
Impostos.
Na conta 71 – Vendas, para além das subcontas que acolherão o valor da venda (com
IVA), interessa ter subcontas que permitam expurgar a conta 71 do valor do IVA a
entregar ao Estado.
Será através da conta 71.6 – IVA das vendas com imposto incluído, que iremos retirar,
das vendas, o valor do IVA a entregar ao Estado.
Ainda na conta 71 podem-se criar subcontas de forma a separar o IVA contido no valor
das transmissões de combustíveis realizadas, para que facilmente se possa apurar a
margem.
A conta 71xxx deverá acolher o valor de venda com IVA incluído, por contrapartida da
conta de meios monetários ou da conta do cliente. Pode, todavia, esta conta 71xxx ser
debitada passando-se o valor das transmissões sem esse IVA incluído para uma subconta
e o valor do IVA correspondente para outra, de forma a separá-los. Ou, mais simples,
utilizarem-se logo subcontas com esta separação.
Calculada a margem do período, debita-se a conta 71.6 – IVA das vendas com imposto
incluído, convenientemente desagregada, pelo valor do IVA a entregar ao Estado, por
crédito da conta 24.33x – IVA Liquidado.
A desagregação das contas 31, 61 e 71 por meses e por produto poderá facilitar o
trabalho do apuramento das respetivas margens em cada período de tributação.
18
§ 11 da NCRF 18 – Inventários, § 11.3 da Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas
Entidades e § 11.5 da Norma Contabilística para Microentidades: Os custos de compra de inventários
incluem o preço de compra, direitos de importação e outros impostos (que não sejam os
subsequentemente recuperáveis das entidades fiscais pela entidade) e custos de transporte,
manuseamento e outros custos diretamente atribuíveis à aquisição de bens, de materiais e de serviços.
Os descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação
dos custos de compra. Sublinhado nosso.
89
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Pertença do combustível
que está nos depósitos do
revendedor, até à entrega Do revendedor Da empresa distribuidora
aos clientes finais, e risco
de inventário
No momento da venda do
combustível pelo
revendedor aos clientes
finais. Mas atenção:
No momento da sua Nas transmissões de
Exigibilidade do IVA na colocação à disposição do combustíveis à consignação
empresa distribuidora adquirente / entrega do efetuadas por distribuidores,
combustível no depósito o imposto é devido e exigível
na data da leitura dos
contadores de bombas, a
efetuar pelo consignatário,
pelo menos uma vez por
semana (art. 7.º, n.º 11, CIVA)
Litros de combustível
Motivam nota de crédito
entregues pelo revendedor da empresa distribuidora Nunca são faturados ao
aos clientes através de ou venda “normal” do revendedor
“cartões frota” revendedor àquela
90
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
317 11113 Taxa Normal 318 1122 Com IVA não dedutível
317 1112 Com IVA não dedutível 318 11221 Taxa Reduzida
317 11121 Taxa Reduzida 318 11222 Taxa Intermédia
317 11122 Taxa Intermédia 318 11223 Taxa Normal
317 11123 Taxa Normal 318 1123 Isentas
317 1113 Isentas 318 113 Aquisições em países terceiros
317 112 Aquisições intracomunitárias 318 1131 Com IVA dedutível
317 1121 Com IVA dedutível 318 11311 Taxa reduzida
317 11211 Taxa Reduzida 318 11312 Taxa Intermédia
317 11212 Taxa Intermédia 318 11313 Taxa Normal
317 11213 Taxa Normal 318 1132 Com IVA não dedutível
317 1122 Com IVA não dedutível 318 11321 Taxa Reduzida
317 11221 Taxa Reduzida 318 11322 Taxa Intermédia
317 11222 Taxa Intermédia 318 11323 Taxa Normal
317 11223 Taxa Normal 318 1313 Isentas
317 1123 Isentas
317 113 Aquisições em países terceiros 318 17 Regime especial dos
317 1131 Com IVA dedutível revendedores de combustíveis
317 11311 Taxa reduzida 318 171 Valor do desconto sem IVA
317 11312 Taxa Intermédia … idem 311 171
317 11313 Taxa Normal
317 1132 Com IVA não dedutível 318 18 Regime especial dos
317 11321 Taxa Reduzida revendedores de combustíveis
317 11322 Taxa Intermédia 318 181 IVA suportado não dedutível
317 11323 Taxa Normal … idem 311 181
317 1313 Isentas
32 MERCADORIAS
318 DESCONTOS E ABATIMENTOS 321 Mercadorias em armazém
EM COMPRAS 321 1 Mercadorias em armazém -
3181 Mercadorias Regime Normal IVA
318 111 Aquisições no território nacional 321 111 Aquisições no território nacional
318 1111 Com IVA dedutível 321 1111 Com IVA dedutível
318 11111 Taxa Reduzida 321 11111 Taxa Reduzida
318 11112 Taxa Intermédia 321 11112 Taxa Intermédia
318 11113 Taxa Normal 321 11113 Taxa Normal
318 1112 Com IVA não dedutível 321 1112 Com IVA não dedutível
318 11121 Taxa Reduzida 321 11121 Taxa Reduzida
318 11122 Taxa Intermédia 321 11122 Taxa Intermédia
318 11123 Taxa Normal 321 11123 Taxa Normal
318 1113 Isentas 321 1113 Isentas
318 112 Aquisições intracomunitárias 321 112 Aquisições intracomunitárias
318 1121 Com IVA dedutível 321 1121 Com IVA dedutível
318 11211 Taxa Reduzida 321 11211 Taxa Reduzida
318 11212 Taxa Intermédia 321 11212 Taxa Intermédia
318 11213 Taxa Normal 321 11213 Taxa Normal
92
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
321 1122 Com IVA não dedutível 321 813 Aquisições em países terceiros
321 11221 Taxa Reduzida 321 8131 Taxa Reduzida
321 11222 Taxa Intermédia 321 8132 Taxa Intermédia
321 11223 Taxa Normal 321 8133 Taxa Normal
321 1123 Isentas
321 113 Aquisições em países terceiros
38 RECLASSIFICAÇÃO E REGULAR.
321 1131 Com IVA dedutível
DE INVENT. E ATIVOS BIOLÓG.
321 11311 Taxa reduzida
382 Mercadorias
321 11312 Taxa Intermédia
382 1 Mercadorias - Regime Normal do
321 11313 Taxa Normal
IVA
321 1132 Com IVA não dedutível
… idem 32
321 11321 Taxa Reduzida
382 7 Mercadorias - regime especial
321 11322 Taxa Intermédia
dos revendedores de
321 11323 Taxa Normal
combustíveis
321 1323 Isentas
… idem 32
93
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
7 RENDIMENTOS
71 VENDAS
711 Mercadoria
711 1 Transmissões no território
nacional
711 11 Taxa reduzida
711 12 Taxa Intermédia
711 13 Taxa Normal
711 12 Isentas
711 2 Transmissões intracomunitárias
711 22 Isentas
94
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Estas entidades, conforme já foi referido várias vezes, têm que se munir de mapas auxiliares
de apoio ao registo dos stocks que lhe permitam apurar com simplicidade e fiabilidade a
margem, nomeadamente com a aplicação do sistema de custeio que a empresa utiliza.
Estas entidades podem recorrer a programas informáticos que existam no mercado ou que
desenvolvam à medida das necessidades para resolver a particularidades deste regime.
Muitos programas comerciais já integram a gestão de stocks podendo ou não ter esta
especificidade necessária para apoiar o cálculo da margem.
Se a entidade não tiver qualquer sistema informático de apoio pode sempre desenvolver
“folhas” de Excel que lhes permitam controlar esta informação extra contabilística
indispensável para este tipo de atividade.
95
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
MÊS DE _________________________
/ 2021
96
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Mapa de Vendas
MÊS DE _________________________
/ 2021
97
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ou, visto de outra forma, já preparados para o apuramento da margem por produto de
acordo com o sistema de custeio utilizado, que no caso deste exemplo é o FIFO:
98
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
99
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Se, por exemplo, naquele mês tivessem sido vendidos 21 500 litros de gasóleo, o seu
custo teria sido de 4.927,74 € + 3.755,64 € + 2.666,50 € + 448,47 € = 11.798,35 €. Onde
100
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
448,47 € seria o custo dos 812 litros vendidos que foram adquiridos na compra feita no
dia 12 de janeiro, ou seja: 1.089,14 € / 1 972 x 812.
A determinação com este rigor do custo dos litros vendidos e da margem é crucial, já
que o valor tributável, em cada período de IVA, das transmissões abrangidas pelo
regime de tributação dos combustíveis líquidos aplicável aos revendedores
corresponde à diferença verificada entre o valor das transmissões de combustíveis
realizadas, IVA excluído, e o valor de aquisição dos mesmos combustíveis, IVA excluído.
Dia 6
Conta a débito Conta a crédito Valor
101
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Dia 11
Conta a débito Conta a crédito Valor
311 17113 2.666,50 €
311 18113 613,30 €
221 111169 3.279,80 €
Dia 12
Conta a débito Conta a crédito Valor
311 17113 1.089,14 €
311 18113 250,50 €
221 111169 1.339,64 €
Dia 23
Conta a débito Conta a crédito Valor
311 17113 2.130,66 €
311 18113 490,05 €
221 111169 2.620,71 €
Dia 25
Conta a débito Conta a crédito Valor
311 17113 2.803,50 €
311 18113 644,81 €
221 111169 3.448,31 €
Vendas
102
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Dia 19
Conta a débito Conta a crédito Valor
Dia 29
Conta a débito Conta a crédito Valor
Calculada a margem do período, deve ser-lhe aplicada a taxa de IVA por forma a apurar
o imposto.
Dia 31
Conta a débito Conta a crédito Valor
103
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Dia 31
Conta a débito Conta a crédito Valor
Dia 31
Conta a débito Conta a crédito Valor
104
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
e
Conta a débito Conta a crédito Valor
105
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Fatura GALP
Preço
Fatura Nº 4500 Data: 31/10/200N Quantidades L Valor s/ IVA IVA Valor c/ IVA
100 L
Gasóleo 15 000 000 50,500 7 575 000,00 1 742 250,00 9 317 250,00
Gasolina 10 000 000 60,800 6 080 000,00 1 398 400,00 7 478 400,00
Fatura GALP
Preço
Fatura Nº 5650 Data: 30/11/200N Quantidades L Valor s/ IVA IVA Valor c/ IVA
100 L
Gasóleo 20 000 000 30,500 6 100 000,00 1 403 000,00 7 503 000,00
Gasolina 9 000 000 40,300 3 627 000,00 834 210,00 4 461 210,00
Fatura GALP
Preço
Fatura Nº 6720 Data: 31/12/200N Quantidades L Valor s/ IVA IVA Valor c/ IVA
100 L
Gasóleo 17 000 000 25,500 4 335 000,00 997 050,00 5 332 050,00
Gasolina 20 000 000 31,800 6 360 000,00 1 462 800,00 7 822 800,00
Vendas de existências
Base Tributável IVA
no 4.º trimestre
Gasóleo 34 230 000,00 7 872 900,00
Gasolina 24 490 000,00 5 632 700,00
Tabacos para revenda 10 000,00
Óleos e lubrificantes 10 000,00 2 300,00
Acessórios de automóveis 5 000,00 1 150,00
106
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
OUTUBRO
RESUMO MENSAL VENDAS Data: 31/10/200N Quantidades L Preço 100 L Valor s/ IVA IVA Valor c/ IVA
Gasóleo 10 000 000 82,500 8 250 000,00 1 897 500,00 10 147 500,00
Gasóleo - CARTÃO FROTA 500 000 0,00 0,00 0,00
Gasolina 8 500 000 94,000 7 990 000,00 1 837 700,00 9 827 700,00
Tabacos 5 000,00 5 000,00
Óleos e lubrificantes 4 000,00 920,00 4 920,00
Acessórios de automóveis 3 000,00 690,00 3 690,00
0,00
NOVEMBRO
RESUMO MENSAL VENDAS Data: 30/11/200N Quantidades L Preço 100 L Valor s/ IVA IVA Valor c/ IVA
Gasóleo 22 000 000 73,500 16 170 000,00 3 719 100,00 19 889 100,00
Gasóleo - CARTÃO FROTA 250 000 0,00 0,00 0,00
Gasolina 10 000 000 81,000 8 100 000,00 1 863 000,00 9 963 000,00
Tabacos 3 000,00 3 000,00
Óleos e lubrificantes 5 000,00 1 150,00 6 150,00
Acessórios de automóveis 1 000,00 230,00 1 230,00
0,00
DEZEMBRO
RESUMO MENSAL VENDAS Data: 31/12/200N Quantidades L Preço 100 L Valor s/ IVA IVA Valor c/ IVA
Gasóleo 15 000 000 65,400 9 810 000,00 2 256 300,00 12 066 300,00
Gasóleo - CARTÃO FROTA 380 000 0,00 0,00 0,00
Gasolina 12 000 000 70,000 8 400 000,00 1 932 000,00 10 332 000,00
Tabacos 2 000,00 2 000,00
Óleos e lubrificantes 1 000,00 230,00 1 230,00
Acessórios de automóveis 1 000,00 230,00 1 230,00
0,00
107
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Compras
108
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Vendas
Valores resultantes do total acumulado de todos os lançamentos efetuados durante o
trimestre nas respetivas contas.
109
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
NOVEMBRO
Existências iniciais Preço de custo por
QTD. (L) Valor em stock (1)
Transitadas de outubro 100 L
Gasóleo 10 000 000 53,00 5 300 000,00
Gasolina 6 000 000 64,74 3 884 482,76
COMPRAS no mês
Gasóleo 30 000 000 27,17 8 150 000,00
Gasolina 9 000 000 40,30 3 627 000,00
Acumulado no mês
Gasóleo 40 000 000 33,63 13 450 000,00
Gasolina 15 000 000 50,08 7 511 482,76
110
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
DEZEMBRO
Existências iniciais Preço de custo por
QTD. (L) Valor em stock (1)
Transitadas de novembro 100 L
Gasóleo 18 000 000 33,63 6 052 500,00
Gasolina 5 000 000 50,08 2 503 827,59
COMPRAS no mês
Gasóleo 17 000 000 25,50 4 335 000,00
Gasolina 20 000 000 31,80 6 360 000,00
Acumulado no mês
Gasóleo 35 000 000 29,68 10 387 500,00
Gasolina 25 000 000 35,46 8 863 827,59
Gasolina
Vendas 24 490 000,00
Custo das vendas 14 765 309,66
Margem 9 724 690,34
Imposto (23%) 2 236 678,78
TOTAL
Margem 26 805 404,63
Imposto 6 165 243,07
111
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
As vendas de tabaco feitas por revendedores, como nesta situação, são operações
excluídas da declaração periódica de IVA, pelo facto de terem um regime especial de
tributação apenas no produtor ou importador.
112
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Desde 2017, o art. 123.º do CIRC prevê que as sociedades comerciais ou civis sob forma
comercial, cooperativas, empresas públicas e demais entidades que exerçam, a título
principal, uma atividade comercial, industrial ou agrícola, com sede ou direção efetiva
em território português, bem como entidades que, embora não tendo sede nem direção
efetiva naquele território, aí possuam estabelecimento estável (todas obrigadas a
dispor de contabilidade organizada) devem dispor de capacidade de exportação de
ficheiros nos termos e formatos a definir por portaria do Ministro das Finanças.
113
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
dezembro.
O art. 21.º da referida Lei alterou o Decreto-Lei n.º 8/2007, de 17 de janeiro, que cria
a IES, para definir que no processo de submissão prévia do ficheiro SAF-T (PT) da
contabilidade, devem ser excluídos, previamente à submissão, os campos de dados do
ficheiro normalizado de auditoria tributária, designado de SAF-T (PT), relativo à
contabilidade, que sejam considerados de menor relevância ou de desproporciona-
lidade face ao âmbito e objeto do presente diploma, designadamente dados que
possam por em causa deveres de sigilo a que, legal ou contratualmente, os sujeitos
passivos se encontrem obrigados. E estabeleceu-se que, para efeitos do cumprimento
de tais objetivos, os campos de dados do ficheiro normalizado SAF-T (PT), relativo à
contabilidade, e os procedimentos a adotar, são definidos por decreto-lei.
“Artigo 10.º-A
Regulamentação prévia necessária à entrega
do ficheiro SAF-T (PT), relativo à contabilidade
A obrigação de entrega do ficheiro SAF-T (PT), relativo à contabilidade,
devidamente expurgado, prevista nos artigos anteriores, está dependente
da prévia publicação do decreto-lei previsto no n.º 7 do artigo 2.º”
114
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Vamos terminar este capítulo do manual com algumas considerações relacionadas com
vários desses procedimentos, e sua contextualização na já existente legislação fiscal
que, como já destacámos para algumas situações abordadas, condiciona a organização
do sistema de contabilidade, tendo em vista a disponibilização pela contabilidade de
informação para apuramento e controlo dos impostos.
20
Estrutura de dados 1.04_01, que já é obrigatória desde 01/07/2017.
21
Anexos II e III à Portaria n.º 302/2016, de 2 de dezembro: Anexo II ‒ Taxonomia S para SNC base, Normas
Internacionais de Contabilidade ou SNC Microentidades e Anexo III ‒ Taxonomia M, exclusivas para SNC
Microentidades.
22
A este propósito, remetemos para consulta do documento elaborado pela Ordem dos Contabilistas
Certificados com explicação detalhada dos campos objeto de pré-preenchimento no Anexo A da IES, bem
como as respetivas regras de preenchimento e taxonomias, disponível em
https://www.occ.pt/fotos/editor2/saf-tesclarec_29agosto2019.pdf
115
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Há a referir que as obrigações de registo das faturas não decorrem de legislação nova,
nem estão diretamente relacionadas com as taxonomias ou com a submissão do SAF-T
(PT) relativo à contabilidade para efeitos do pré-preenchimento dos Anexos A e I da
IES. Essas obrigações já decorriam dos códigos fiscais, nomeadamente do CIRC e do
CIVA. Para alem disso, atualmente devem atender às exigências da estrutura de dados
do ficheiro SAF-T (PT).
Refere o art. 17.º do CIRC, que a contabilidade deve estar organizada de acordo com
a normalização contabilística, de modo a permitir o apuramento do lucro tributável,
sendo que este apuramento do lucro tributável irá ter como base os elementos
resultantes dessa contabilidade, eventualmente corrigidos pelas disposições do CIRC.
Nesses diários devem ser registadas todas as operações, de uma forma cronológica,
devendo ser atribuída uma numeração sequencial, que deve constar do registo
116
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Quando seja obrigatória a emissão de uma fatura, esta deve ser emitida conforme os
formalismos previstos no art. 36.º do CIVA, nomeadamente, com o respetivo
processamento a ser efetuado em duplicado. O original da fatura é destinado ao cliente
e a cópia (duplicado) ao arquivo do fornecedor, conforme o n.º 4 do art. 36.º do CIVA.
Atendendo a estas regras, pode concluir-se, que deve ser mantido na contabilidade um
único exemplar (duplicado) das faturas emitidas pelo sujeito passivo, referentes a
transmissões de bens ou serviços prestados. Para faturas emitidas ao sujeito passivo,
este deve manter e registar na contabilidade o original das faturas emitidas pelo
fornecedor ou prestador de serviços.
Para além das faturas emitidas por via eletrónica, cujo arquivo já podia ser feito em
suporte eletrónico, conforme previsto nos números 4 e 7 do art. 52.º do CIVA que
vigoraram até fevereiro de 2019, presentemente, todos os documentos contabilizados,
mesmo os que foram emitidos em papel, podem ser mantidos em arquivo eletrónico.
Sobre a obrigação de arquivo e modalidades possíveis, ver artigos 19.º e seguintes do
Decreto-Lei n.º 28/2019 de 15 de fevereiro.
117
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Tal como se constata, tratando-se de faturas emitidas nos termos do art. 36.º do CIVA,
o registo contabilístico deve ser efetuado documento a documento, sequencialmente
por cada número de fatura, com a respetiva designação (embora tal possa ser feito
com data de lançamento do último dia de cada mês de emissão das faturas).
118
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
119
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A expressão “deva figurar” tem que ser interpretada como “deve ser incluída” (ou
“deveria ser incluída”) no Anexo O porque não está excluída de nele constar. Mesmo
que depois não viesse a ser incluída, porque as operações com o cliente não
ultrapassavam 25 000 € por ano, ou, atualmente, o sujeito passivo nem sequer
entregue o Anexo O, dada a dispensa generalizada da sua entrega, para sujeitos passivo
residentes, como já referimos. A mesma coisa para as faturas de fornecedores e a
referência ao Anexo P: “deva figurar” significa “deve ser incluída” no Anexo P porque
não está excluída de nele constar. Mesmo que depois não venha a ser incluída, porque
as operações com o fornecedor não ultrapassam 25 000 € por ano, ou o sujeito passivo
nem sequer entregue o Anexo P, porque beneficia de uma das dispensas previstas, que
também explicámos.
Refere-se aquela exclusão às operações em que não existe direito à dedução do IVA
nos termos das alíneas b), c), d) e e) do n.º 1 do art. 21.º do CIVA, nomeadamente
faturas de aquisição/fornecimento de refeições, combustíveis e deslocações e estadas
(hotéis, táxis, etc.).
Assim, não sendo necessário, em respeito pela estrutura técnica do ficheiro SAF-T (PT),
identificar o fornecedor ou o cliente nas aquisições ou vendas dos bens e serviços
enumerados nas alíneas b), c), d) e e) do n.º 1 do art. 21.º do CIVA, estas transações
podem ser contabilizadas com base num conjunto de faturas de um mês ou período de
tempo inferior, ou seja, pelo agregado do montante total das faturas, não se efetuando
qualquer referência a fornecedor ou cliente nesse registo contabilístico.
Como também vimos, o art. 73.º do CIVA determina que as operações efetuadas pelas
entidades abrangidas pelo regime especial dos revendedores de combustíveis líquidos
devem ser escrituradas em registo especial.
Para efeitos do cumprimento desta disposição, como já sugerido, a empresa deve criar
subcontas e/ou efetuar os registos contabilísticos das faturas emitidas aos clientes e
emitidas pelos fornecedores, utilizando meios de identificação (rúbricas, centros de
custos ou similar) das operações abrangidas pelo regime especial.
120
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ter em conta que estes métodos só são admissíveis para as vendas de combustíveis,
pelas razões explicadas. Não é permitida a contabilização por resumos, ou integração
agrupada a partir do ficheiro SAF-T (PT) da faturação para outras vendas que a empresa
realize, ou serviços que preste, em atividades que exerce em paralelo com a revenda
dos combustíveis. Para aqueles outras vendas ou serviços, mantém-se a regra: uma
fatura emitida, um lançamento contabilístico. Se faturas simplificadas emitidas a não
assujeitos passivos, admite-se o lançamento por resumo diário.
121
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
utilizada tal como sempre o fizemos, ou seja, apenas quando haja a necessidade de
evidenciar na contabilidade a realidade financeira que se traduz na existência de
dívidas a receber ou a pagar de/a estes terceiros.
Ao que aquelas expressões se referem é que tem que ser salvaguardado, mesmo não
se movimentando uma conta corrente de terceiros que, nos casos em que tal não está
dispensado, no lançamento contabilístico seja associado o “Identificador do cliente
(CustomerID)”, informação para o campo 3.4.3.9. da estrutura do SAF-T (PT), ou o
“Identificador do fornecedor (SupplierID)”, informação para o campo 3.4.3.10. da
estrutura do SAF-T (PT).
Como facilmente se verifica pela consulta às “Notas técnicas” do ficheiro SAF-T (PT)
(para os campos 2.2.2. e 2.3.2.), a indicação do código da conta corrente do terceiro
na “Tabela de clientes” e na “Tabela de Fornecedores” só é obrigatória se a respetiva
conta tiver sido definida (ou seja, criada) no plano de contas da contabilidade. Não
tendo sido criada a conta de terceiro, a designação do Código de conta naquelas
tabelas deve ser preenchida com “Desconhecido”.
122
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
23 Conforme foi estabelecido no Acordo do BREXIT, estas regras aplicaram-se de igual forma no Reino
Unido, até ao pretérito dia 31 de dezembro de 2020.
24
Atualmente denominada União Europeia.
123
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
25 As disposições do Código dos Impostos Especiais sobre o consumo aplicam-se a todo o território nacional,
incluindo o mar territorial e à sua zona contígua, bem como à circulação e controlo de produtos sujeitos
a impostos especiais sobre o consumo, relativo aos movimentos iniciados nos dois sentidos, entre o
território nacional e os outros Estado-membros com exceção para estes movimentos, no que respeita às
bebidas não alcoólicas e outros produtos de tabaco e petrolíferos, não harmonizados. No que concerne
aos territórios da União Europeia, mas não territórios fiscais, as disposições do código não são aplicáveis
nestes termos.
124
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os impostos especiais sobre o consumo são considerados impostos indiretos, uma vez
que são impostos repercutíveis, tal como o IVA, embora este seja um imposto geral
sobre o consumo e os IEC incidam somente sobre determinados produtos gerados
aquando da sua produção, receção ou importação, no território nacional. Na esfera do
direito comunitário (Direito da União) deverá entender-se importação, como a entrada
em território aduaneiro da União, de mercadorias provenientes de terceiros países. No
interior da União Europeia, deverão designar-se movimentos de receção e expedição.
Os impostos especiais sobre o consumo são também impostos monofásicos pelo facto
de incidirem apenas na fase de declaração para consumo, mesmo que continuem a ser
transacionados ao longo da cadeia económica, ao contrário do IVA que incide sobre
todas as fases do circuito económico.
Estes impostos estão sujeitos ao princípio da equivalência ou benefícios, dado que será
debitado ao contribuinte/consumidor o custo social do consumo (danos no ambiente,
nomeadamente a poluição, cuidados médicos, manutenção da rede viária, subsídios de
invalidez etc.). Pretende-se desta forma, alterar os comportamentos dos consumidores
(vertente extrafiscal), no sentido de estes virem a fazer escolhas mais assertivas.
Destes impostos resultam receitas fiscais elevadas, tendo em conta o nível de
tributação aplicável a estes produtos, cabendo a sua administração, à área das
Alfândegas-Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).
125
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
As isenções comuns previstas no artigo 6º do código dos IEC abarcam aquelas que
resultam das relações diplomáticas, dos acordos e convenções internacionais de que
os Estados-membros são partes contratantes, atribuídas dentro dos limites e condições
126
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
fixadas nos respetivos acordos e convenções internacionais, bem como no que se refere
a produtos sujeitos ao regime expedição, de exportação ou de destino equiparado27.
27
Temos como exemplo, os abastecimentos de bordo, equiparados a exportação.
127
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
3.2.4 Exigibilidade
128
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Não são consideradas introduções no consumo pelo que não haverá exigibilidade, as
situações de perdas na armazenagem e na circulação, por causas inerentes à natureza
dos produtos ou devidas a casos fortuitos ou de força maior, conforme previstas no
código dos impostos especiais sobre o consumo. Assim, as perdas na armazenagem por
causas inerentes à própria natureza dos produtos não são tributáveis nomeadamente
aquelas que correspondem às diferenças para menos, entre o saldo contabilístico e as
existências em EF (entreposto fiscal), calculadas sobre a soma das quantidades
existentes em EF, com as quantidades nele entradas, após o último varejo, com os
limites de 0,4% no que concerne aos produtos petrolíferos e energéticos.
129
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para perdas na circulação por causas inerentes à própria natureza dos produtos não
serão tributáveis desde que não ultrapassem os limites legais estabelecidos. Neste
entendimento, para os produtos petrolíferos, existem diferentes limites, consoante o
meio de transporte e o produto em circulação.28
Em casos fortuitos, com inutilização total ou perda irreparável dos produtos e, em que
os mesmos deixem de poder ser utilizados como produtos sujeitos a imposto, também
não serão tributáveis, tal como os produtos inutilizados, mediante autorização e sob
controlo da estância aduaneira29. Contudo são perdas tributáveis, as perdas que
ultrapassem os limites estabelecidos no CIEC, para os produtos petrolíferos e
energéticos:
• Perdas que ultrapassem os limites referidos nos art.48º e art.49º;
• Perdas ocorridas, sem que se cumpram com as obrigações de comunicação quando
necessárias;
• Perdas ocorridas, em casos de negligência grave;
• Perdas ocorridas, sem que se faça prova de que as mesmas são irreparáveis.
28
Cf. no art.º 49º do CIEC.
29
Neste manual referimo-nos a estância aduaneira, como sendo alfândega ou delegação aduaneira,
consoante o caso em apreço. Também para efeitos de simplificação de linguagem, haverá referências a
alfândega, mas pretender-se-á que se entenda extensível a Delegação Aduaneira.
130
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
seguinte a que respeita. Nos casos dos operadores particulares a e-DIC é apresentada
(ainda) em suporte de papel, mas somente aplicável, a situações bem definidas.
30
Haverá sempre a obrigatoriedade de efetuar a declaração de introdução no consumo, à Autoridade
Tributária e Aduaneira (AT).
131
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
dias sem que tenha sido efetuado o pagamento, a alfândega de liquidação terá de
processar a certidão de dívida correspondente, e acionar a garantia nos casos em que
a mesma tenha sido prestada, nos 30 dias seguintes. Nas situações de dívidas
respeitantes a depositários autorizados e destinatários registados, estes ficam inibidos
de processar mais declarações de introdução no consumo, salvo se procederem à
prestação de garantia autónoma para o imposto em dívida e respetivos juros de mora.
Nos casos de infração, com apreensão dos produtos abandonados ou declarados
perdidos, ou que, sendo de utilização condicionada e não possam ser restituídos aos
seus proprietários por não estarem habilitados a utilizá-los, a dívida é considerada
extinta.
Quem não possa pagar a dívida dentro do prazo legal devido a grave dificuldade
económica e financeira, poderá pedir o pagamento até 12 prestações mensais. O
requerimento deverá ser dirigido ao Diretor-geral da AT, embora apresentado na
alfândega competente para a devida apreciação e emissão de parecer. O interessado
deverá comprovar a sua situação económica por meios documentais, prestando uma
garantia equivalente ao imposto em dívida e aos juros de mora. Haverá a possibilidade
de redução da garantia no montante correspondente ao das prestações pagas,
mediante pedido à mesma alfândega.
A dívida prescreve no prazo de 8 anos, contados a partir da data em que surgiu o facto
tributário. A interrupção da prescrição (nº1 do artigo 49º da LGT) ocorre aquando da
citação, da reclamação, do recurso hierárquico, da impugnação ou pedido de revisão
oficiosa da liquidação. O prazo da prescrição suspende (nº4 do artigo 49º da LGT) com
o pagamento das prestações, autorizadas nos termos legais, ou enquanto não houver
decisão definitiva ou transitada em julgado que ponha termo ao processo,
designadamente nos casos de reclamação, impugnação, recurso hierárquico ou
oposição, quando determinem a suspensão da cobrança da dívida.
3.2.7 Reembolsos
As regras gerais do reembolso, bem como os fundamentos legais estão previstos nos
artigos 15º ao 20º do CIEC. Assim constituem situações passíveis de reembolso, o erro
na liquidação, a expedição ou exportação dos produtos já introduzidos no consumo ou
a retirada dos produtos do mercado. Poderão solicitar o reembolso, os sujeitos passivos
que procederam à introdução no consumo e que provem o pagamento do imposto,
apresentando pedido em modelo próprio31 na respetiva alfândega, no prazo de 3 anos
a contar da data da liquidação. Só poderá haver reembolso após efetiva cobrança do
imposto e para valores iguais ou superiores a €25.
132
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
32
Sempre que se efetuem expedições de produtos já introduzidos no consumo no território nacional
(envios para outro Estado-membro), é obrigatório o preenchimento deste documento, o qual irá
acompanhar a mercadoria até ao destino.
133
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
anos a contar do início da circulação, prova de ter sido pago o imposto no Estado-
membro onde foi cometida uma irregularidade na circulação. Outras situações
especiais de reembolso poderão resultar da inutilização de produtos, devidamente
autorizada e controlada pelos serviços aduaneiro, ou por perda irreparável, desde que
comunicada e demonstrada à alfândega. E ainda, existem determinadas isenções de
IEC previstas no código, que se poderão concretizar através do reembolso do imposto
previamente pago.
A obrigação legal de apresentação dos pedidos de reembolso, até dois dias úteis antes
da expedição ou exportação e a informação da existência de marcas fiscais ou de
identificação nacional, tem como finalidade, permitir que as alfândegas possam fazer
um controlo físico dos produtos, bem como determinar e acompanhar a destruição das
referidas marcas, caso se apliquem ao caso concreto, para efeitos de reconhecimento
do reembolso.
A base legal desta matéria encontra-se consagrada nos artigos 21º ao 52º do CIEC. Em
complemento, aplicam-se para os produtos petrolíferos e energéticos os artigos 96º ao
100º, do supracitado código.
134
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
igual ou superior a €5000 nos últimos 5 anos, bem como demonstrar a inexistência de
dívidas à administração fiscal e à segurança social. Em termos de obrigações, o
depositário autorizado terá de efetuar a prestação de uma garantia de armazenagem
e de circulação, apresentar uma contabilidade das existências em inventário
permanente, introduzir os produtos no entreposto fiscal (EF) e inscreve-los na
contabilidade após o termo da circulação. Prestar-se ainda, aos varejos e controlos
que alfândega considerar por necessários, além da obrigatoriedade de comunicação
dos novos gestores ou administradores, sempre que se verifiquem essas situações.
135
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
regime. Para obtenção deste estatuto haverá também requisitos a observar pelos
requerentes, nomeadamente a sua idoneidade fiscal, possuírem como atividade
económica principal a comercialização de produtos sujeitos IEC, não terem tido
condenações por crime ou contraordenação tributária punível de montante igual ou
superior a €5000 nos últimos 5 anos e a inexistência dívidas à administração fiscal e ao
setor da segurança social. Para além dos requisitos necessários, haverá também
obrigações a cumprir, designadamente a prestação de uma garantia pelos riscos da
introdução no consumo dos produtos sujeitos a IEC que lhe sejam destinados no termo
da circulação, cumprirem as formalidades da introdução no consumo em território
nacional, prestarem-se a qualquer controlo que permita aos serviços aduaneiros
certificarem-se da receção efetiva dos produtos, bem como comunicarem os novos
gestores ou administradores, sempre que se verificarem essas situações.
136
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
33
O e-DA não se aplica alguns produtos petrolíferos e energéticos, conforme decorre da interpretação do
artigo 100º do CIEC, por não estarem harmonizado na União Europeia, no que respeita à sua tributação.
137
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
34
Para melhor entendimento deverá ser lida a nota de rodapé nº 2.
138
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
em vigor à data da sua constatação, se não houver outra data de referência, conforme
previsto no Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo (artigo 46º). Caso seja
verificada alguma irregularidade no território nacional, relativa a produtos expedidos
de outro Estado-membro, a autoridade aduaneira nacional informa as autoridades
competentes desse Estado, de que procedeu à cobrança do imposto.
3.2.9 Garantias
139
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
169º do CPPT. Os diversos tipos de garantias aqui referidos poderão ser apresentados
sob a forma de numerário, fiança bancária ou seguro-caução.
Poderá se prestada uma garantia global única (cumulação de garantias), para cobrir os
riscos da armazenagem e circulação dos produtos sujeitos a impostos especiais sobre
o consumo.
No que diz respeito ao destinatário registado, este operador terá de indicar uma
garantia que assegure os riscos intrínsecos à introdução no consumo de produtos
sujeitos a imposto especial e rececionados em regime suspensivo. A garantia de
receção corresponde no mínimo a 25% da média mensal do imposto calculado com base
nas declarações de introdução no consumo, sendo este valor previsional no caso de
início de atividade. Em ambas as situações deverão ser sempre ajustadas em função
das circunstâncias. O destinatário registado temporário garantirá a totalidade do
imposto, por cada partida dos produtos a receber.
No que respeita ao expedidor registado, caso se verifique que o mesmo atua no âmbito
de todos os impostos especiais sobre o consumo, este prestará ou indicará uma garantia
que cubra o montante do imposto de cada partida expedida.
140
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Estão sujeitos a imposto no território nacional, desde que tenham sido adquiridos para
fins comerciais ou para consumo próprio, para as quantidades que excedam as
referidas no artigo 61º do CIEC.
35
Cf. esta informação no nº 5 e nº 6 do art.º 61 do CIEC.
36 O DAS não se aplica alguns produtos petrolíferos e energéticos, conforme decorre da interpretação do
artigo 100º do CIEC, uma vez que também exclui o acompanhamento destes produtos em regime de
suspensão pelo e-DA, embora seja exigido a apresentação prévia do PAR.
37
Cópia do DAS, bem como a restante documentação que tutelou a circulação e a relação comercial.
141
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
39 O DAS não se aplica alguns produtos petrolíferos e energéticos, uma vez que também exclui o
acompanhamento destes produtos em regime de suspensão pelo e-DA, conforme decorre da interpretação
do artigo 100º do CIEC.
40 Caso sejam também tributados no país da União Europeias de destino. Cf. esta informação no nº 5 e nº
6 do art.º 61 do CIEC.
41 Deverá ser consultada a Pauta Aduaneira para a identificação objetiva dos produtos.
142
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• A eletricidade
Sublinha-se novamente, que o uso como carburante define-se como sendo a utilização
de um produto como combustível em qualquer tipo de motor não estacionário,
podendo apresentar-se como exemplo, os motores dos automóveis. Um combustível é
qualificado como sendo a utilização de um produto, através de combustão, desde que
tal não seja considerado uso carburante, tendo-se como o exemplo o petróleo
iluminante, o gasóleo para aquecimento (vermelho).
• Para outros fins que não sejam em uso como carburante ou como combustível,
com exclusão de carburantes no uso rodoviário e de alguns óleos lubrificantes,
nomeadamente óleos para motores, pelo que os produtos terão de ser sempre
usados como matéria-prima.
42
Não aplicação de taxa ou aplicação de taxas reduzidas. Será importante referir que o Orçamento do
Estado para 2021, veio retirar o benefício fiscal até agora em vigor (eliminação da alínea h) do artigo 89º
do CIEC) no que concerne à atividade de operações de dragagem em portos e vias navegáveis).
143
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Na utilização de gás de petróleo, gás natural, butano e propano, no continente, estes produtos ficarão
sujeitos ao nível de tributação de imposto (ISP+CO2) da seguinte forma: 20 % + 20%, em 2021; 40%+40%
em 2023 e 50%+50%, em 2024. Esta percentagem de agravamento fiscal não será aplicável nas regiões
autónomas.
44
No que concerne aos produtos petrolíferos e energéticos utilizados em instalações sujeitas a um acordo
de racionalização dos consumos de energia denominado ARCE, designados como coque de petróleo,
betume de petróleo, propano destilado a ser utilizado como carburante ou combustível (exceto o gás de
petróleo e outros hidrocarbonetos gasosos) , hulhas, linhites, coques, fuelóleo de vários teores de enxofre,
gás natural, passarão a ser tributados da seguinte forma: 5% da taxa de CO2 em 2021, 10% em 2022, 30%
em 2023, 65% em 2024 e 100% em 2025. Estes acordos em 2025 só poderão beneficiar de isenção na parte
144
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Aos produtos denominados, fuelóleo com vários teores de enxofre, gás e coque
de petróleo e outros hidrocarbonetos gasosos (gás natural, propano destilado a
ser utilizado como carburante ou como combustível), coques de petróleo,
betumes de petróleo, hulhas, linhites, coques e gasóleo (RA) que forem
utilizados nas instalações abrangidas pelo CELE, como combustíveis industriais,
(mas excetua-se a produção de eletricidade ou cogeração, mesmo sendo uma
atividade secundária), não se aplica a taxa de adicionamento sobre as emissões
de CO2, pelo que continuam a beneficiar da isenção sobre os produtos
petrolíferos, conforme previsto no código dos impostos especiais sobre o
consumo (CIEC)45.
respeitante ao imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos. Este processo já tinha sido iniciado
com a publicação da Lei do Orçamento de Estado para 2020.
45
As instalações abrangidas pelo comércio europeu de licenças de emissão (CELE), não ficam sujeitas a
qualquer nível de tributação de ISP (utilizados como combustíveis industriais), ou seja também não se
aplica a percentagem da taxa sobre o adicionamento de CO2, aquando da utilização nas instalações sob
este regime, exceto se forem utilizados em instalações com atividade principal ou não, na produção de
eletricidade ou cogeração, no que respeita ao fuelóleo de vários teores de enxofre (continente: em
2021=50%,somente sobre o ISP; 2022= 75%, somente sobre o ISP e em 2023=100%, somente sobre o ISP.
Nas RA: em 2021=25%, somente sobre o ISP; 2022= 37,5%, somente sobre o ISP; em 2023=50%, somente
sobre o ISP; em 2024=75% somente sobre ISP e em 2025=100%, somente sobre o ISP. Acresce dizer, que
nas RA também é aplicável ao gasóleo utilizado nesta atividade. Quanto ao gás de petróleo e outros
carbonetos gasosos utilizados no continente em instalações com atividade principal na produção de
eletricidade ou cogeração ficam sujeitos à taxa de 20% do ISP em 2021, em 2023 uma taxa de 40% de ISP
e em 2024 será aplicada a taxa de 50% de ISP. Este processo também já tinha sido iniciado, com a
publicação da Lei do Orçamento de Estado para 2020. Considera-se muito importante no respeita aos
comentários efetuados nos pontos 24 a 26, a leitura atenta do Ofício Circulado nº 35147 de 29/03/2021.
145
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
46
Em 2021, o governo produzirá legislação de modo a restringir a produção e comercialização de
combustíveis ou biocombustíveis que contenham óleo de palma ou outras culturas alimentares
insustentáveis, de modo que em 2022, seja apenas permitida a comercialização destes, provenientes de
fontes sustentáveis e da reciclagem de óleos usados.
48
Decreto-Lei nº 8/2021 de 20 de janeiro.
146
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
49
Considerando o perfil nacional de consumo de combustíveis pelos transportes rodoviários, que privilegia
claramente o gasóleo, Portugal fundamentou a sua aposta nos biocombustíveis na produção de substitutos
de gasóleo, em especial biodiesel (FAME).
51
Entidade Nacional para o Setor Energético.
53O artigo 21º do CIEC estabelece que a produção, transformação e armazenagem de produtos sujeitos a
IEC, em regime de suspensão do imposto, apenas podem ser efetuadas em entreposto fiscal mediante
autorização e sob controlo da estância aduaneira competente. Contudo, será entendido de forma
diferente no que respeita à realização por destinatários registados de operações de mistura/incorporação
nos termos da legislação aplicável, de biocombustíveis e gasóleo, regularmente introduzidos no consumo,
desde que, comprovadamente, se mostrem observadas as condições previstas nas alíneas a) e b) do nº 3
do artigo 96º do CIEC. Assim, não se considera produção de produtos petrolíferos e energéticos, a operação
de mistura, fora de um estabelecimento de produção ou de um entreposto aduaneiro, de produtos
petrolíferos e energéticos com outros produtos petrolíferos e energéticos ou outras substâncias, desde
que observadas duas condições: o imposto das substâncias de base tenha sido pago anteriormente e o
montante pago não seja inferior ao montante de imposto devido por essa mistura (nº 3). Como é sabido
147
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
aquisição pelo consumidor final, tendo em conta a regra de tributação destes produtos.
O Decreto-Lei nº 8/2021 de 20 de janeiro veio proceder à atualização das metas de
incorporação de biocombustíveis nos combustíveis para consumo no território nacional
no presente ano. Assim, o referido diploma refere que os operadores económicos com
responsabilidade na incorporação de biocombustíveis nos combustíveis, estão
obrigados a dar cumprimento à incorporação em 2021 de 11% de biocombustíveis em
teor energético, relativamente às quantidades de combustíveis rodoviários que irão
introduzir no consumo, excecionando-se desta obrigação o gás natural e o petróleo
liquefeito.
54
A Lei nº 75-B de 2020 (Orçamento do Estado para 2021), veio revogar a alínea h) do artigo 89º, pelo que
os produtos petrolíferos e energéticos utilizados nas operações de dragagem em portos e vias navegáveis,
deixaram de ter isenção de ISP.
55
A Portaria nº 50/2020, revogou a Portaria 117-A/2008, que esteve em vigor até esta data, conforme os
termos previstos no artigo 5º da Introdução do Decreto-Lei 73/2010 (CIEC).
56
Nos termos do anexo II da Portaria nº 50/2020.
148
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
57
Após reconhecimento do benefício fiscal, é emitido um certificado de isenção.
59
Considerando as alterações introduzidas pelo artigo 389º do Orçamento do Estado/2021, recomenda-se
a leitura do mesmo.
60
O ARCE é estabelecido pela Direção-Geral de Energia e Geologia(DGEG), nos termos do Decreto-Lei nº
71/2008 de 15 de abril, alterado pela Lei nº7/2013 e Decreto-Lei nº 68-A/2015.
61
Os Serviços Centrais da AT (DSIECIV) reconhecem o benefício fiscal após informação da DGEG. Nesse
seguimento, os Serviços Centrais da AT enviam a informação à alfândega da área de jurisdição do
operador, para emissão do respetivo certificado de isenção, a vigorar no período que foi indicado. Cabe
às alfândegas gerir o processo e controlo em termos fiscais.
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
63 São equipamentos abrangidos, aqueles que são utilizados na atividade aquícola e na pesca com a arte
xávega de acordo com o estipulado no artigo 25º da portaria nº 50/2020.
66
Disponível no Portal das Finanças – Serviços Aduaneiros.
150
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
termos da legislação aplicável, tendo em conta o caso concreto de cada benefício fiscal
a reconhecer.
Nas utilizações de produtos petrolíferos como matéria-prima ou embalamento até
10kg/litros, para venda a retalho, os operadores económicos obrigam-se a criar um
modelo de registo contabilístico autónomo que espelhe toda sua atividade, no âmbito
da isenção concedida, nos termos definidos na Portaria nº50/2020. Quanto aos
beneficiários de isenção de ISP no gasóleo, para produção de energia elétrica e gás
utilizado em transportes públicos, os beneficiários terão de possuir registos
contabilísticos onde conste a informação sobre as quantidades de produtos adquiridas
com isenção do ISP, a empresa fornecedora, as quantidades de produtos adquiridos e
utilizadas, saldo de existências e quantidades de energia produzidas, ou veículos
utilizados, consoante o caso. Já quanto à utilização de gasóleo no transporte por
caminho-de-ferro e porque este obrigatoriamente terá de ser colorido e marcado, os
abastecimentos terão de ser registados através dos cartões eletrónicos existentes para
o efeito, no prazo de 5 dias úteis, sob pena de incumprimento legal.
O gasóleo colorido e marcado (verde), só pode ser adquirido pelos titulares de cartões
eletrónicos, expressamente emitidos para o efeito. O proprietário ou o responsável
legal pela exploração dos postos autorizados para a venda ao público será responsável
pelo pagamento do imposto no que respeita às quantidades vendidas e que não fiquem
devidamente registadas no sistema eletrónico de controlo (POS–terminal eletrónico),
bem como em relação às quantidades para as quais não sejam emitidas faturas, com o
respetivo número de contribuinte (NIF), em nome do titular do cartão. Os montantes
a pagar serão aqueles que decorrerem da diferença entre o nível de tributação
aplicável ao gasóleo rodoviário e a taxa aplicável ao gasóleo colorido e marcado
(verde). As normas que regulam esta matéria encontram-se vertidas no nº 5 do artigo
93º do CIEC e Portaria nº 50/2020.
151
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ou
67 Não se enquadra nas isenções fiscais, contudo parece não ser mais do que uma isenção “técnica”.
68
Portaria 269/2018, de 26 de setembro.
69
Diretiva 2003/96/CE do Conselho de 27 de outubro de 2003.
70 Nos termos previstos no C IRC, é majorado todo o combustível abastecido, que será dedutibilidade como
custos dos gastos em combustível das empresas de transporte de mercadorias, de transporte público de
passageiros e de táxi. Os veículos objeto do benefício devem permanecer registados como elementos do
ativo fixo tangível dos sujeitos passivos beneficiários pelo período de cinco anos. Os gastos suportados
com a aquisição, em território português, de combustíveis para abastecimento de veículos são dedutíveis,
152
Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para usufruir deste benefício, o adquirente do combustível tem que estar licenciado
como empresa de transporte de mercadorias, com sede ou estabelecimento num
Estado-membro da União Europeia, seja proprietário, locatário financeiro ou locatário
em regime de aluguer sem condutor da viatura elegível. Para este efeito, aconselha-
se a leitura atenta do Ofício Circulado da Autoridade Tributária Aduaneira (AT) nº
35104 de 2019, de modo especial no que diz respeito ao registo das viaturas em regime
de locatário financeiro ou em regime de aluguer sem condutor. Os abastecimentos
serão efetuados com recurso a cartões frota emitidos pelas petrolíferas nacionais ou
emitidos no estrangeiro e aceites em território nacional. O beneficiário fica obrigado
a indicar o número de identificação fiscal (NIF) na comunicação dos abastecimentos,
sob pena de não ser considerado o benefício. Será reembolsado ao adquirente, por via
do gasóleo profissional, a diferença entre o nível mínimo de tributação previsto no
artigo 7.º da Diretiva 2003/96/CE, de 27 de outubro (0.33€/l) e o montante total dos
impostos indiretos cobrados, excluindo o IVA.
em valor correspondente a 120% do respetivo montante, para efeitos da determinação do lucro tributável,
quando se tratem de veículos afetos ao transporte público de passageiros e estejam registados como
elementos do ativo fixo tangível de sujeitos passivos de IRC que estejam licenciados pelo IMT, I. P, bem
como veículos afetos ao transporte rodoviário de mercadorias público ou por conta de outrem, com peso
bruto igual ou superior a 3,5 t, registados como elementos do ativo fixo tangível de sujeitos passivos IRC
ou alugados sem condutor por estes e que estejam licenciados pelo IMT, I.
71
Este regime transitório foi prorrogado pelas Portarias nº 269/2018 e nº 40/2020.
153
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A base tributável dos produtos sujeitos a ISP está prevista no artigo 91º do CIEC.
BASE TRIBUTÁVEL
1000 Litros a 15ºc: gasolinas, gasóleo, petróleo; tolueno; xileno; white spirit, etc.
ISP + CSR72 + ADICIONAMENTO CO273 (Nem todos os produtos estão sujeitos ao CSR e
CO2).
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Combustíveis - enquadramento legal e aspetos contabilísticos e fiscais
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Gasóleo Rodoviário= € 343,15 (ISP) + € 111,00 (CSR) + € 59,20 (CO2) = € 513,35 / 1000
L (+- € 0,51/litro).
75 Lei n.º 55/2007, de 31 de agosto, alterada pela Leis nº 67-A/2007, de 31 de dezembro, Lei nº 64-A/2008,
de 31 de dezembro, Lei nº 64-B/2011, de 30 de dezembro, lei nº 66-B/2012, de 31 de dezembro, Lei nº
83-C/2013, de 31 de dezembro e Lei nº 82-B de 2014 de 31 de dezembro.
76
Portaria nº 277/2020, de 4 de dezembro.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
(misturas)
Óleos tratamentos
de metais,
27101991 TNE 4,89 € 0,00 € 0,00 € 4,89 €
desmoldantes,
anticorrosão
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
As taxas reduzidas são aplicadas ao petróleo (vermelho), desde que utilizados nos fins
permitidos. O petróleo (vermelho) é utilizado essencialmente para a iluminação e
ainda em alguns motores de rega. O gasóleo colorido e marcado é usado pelos
equipamentos legalmente elegíveis a consumirem estes produtos, nos termos previstos
no CIEC, sendo aplicadas taxas reduzidas ou isenção total (gasóleo verde).
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
158
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
82 Em regra, não se concedem benefícios fiscais para carburantes e alguns óleos lubrificantes.
83 O Orçamento do estado para 2021 eliminou a isenção de produtos petrolíferos e energéticos utilizados
em embarcações afetas às operações de dragagem em portos e vias navegáveis, pelo que as isenções
anteriores concedidas foram canceladas a partir de 1 de janeiro de 2021.
84
Conferir na alínea d) do artigo 89º do CIEC. Este produto não está contemplado.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O Orçamento do Estado para 2021, também previu no seu artigo 328º, que os
utilizadores de gasóleo colorido e marcado, nomeadamente os pequenos agricultores,
os detentores do estatuto de agricultura familiar, que consumam anualmente até 2000
litros, têm direto a usufruir de uma majoração dos subsídios concedidos pelas áreas
governativas da agricultura e do mar, no montante de 0,06€ por litro sobre a taxa
reduzida aquando da utilização em equipamentos agrícolas, florestais, aprovados por
portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, do ambiente,
da agricultura e do mar85.
85
Ver Portaria nº 50/2020.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Artigo 96.º
161
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
3 - A tentativa é punível.
Artigo 109.º
1 - Os factos descritos no artigo 96.º, que não constituam crime em razão do valor da
prestação tributária ou da mercadoria objeto da infração, ou, independentemente
destes valores, sempre que forem praticados a título de negligência, são puníveis com
coima de € 1500 a € 165 000.
c) não dispuser da contabilidade nos termos do Código dos Impostos Especiais sobre o
Consumo ou nela não inscrever imediatamente as expedições, receções e introduções
no consumo de produtos tributáveis;
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
q) adquirir ou consumir gasóleo colorido e marcado sem ser titular de cartão com
microcircuito86.
86
Embora no RGIT esteja designado por cartão microcircuito, nos termos do Código dos Impostos Especiais
sobre o Consumo e outra legislação conexa, designa-se por Cartão Eletrónico.
163
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
3 - ….
….
….
….
….
….
4 - A tentativa é punível.
6- O montante máximo da coima é agravado para o dobro nos casos previstos na alínea
p) do n.º 2.
Artigo 109.º-A
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Artigo 110.º
Artigo 110.º-A
A falta ou atraso na apresentação, ainda que por via eletrónica, ou a não exibição
imediata ou no prazo que a lei ou a administração aduaneira fixarem, de declarações
ou documentos comprovativos dos factos, valores ou situações constantes das
declarações, documentos de transporte ou outros que legalmente os possam
substituir, comunicações, guias, registos, mesmo que magnéticos, ou outros
documentos e a não prestação de informações ou esclarecimentos que
autonomamente devam ser legal ou administrativamente exigidos são puníveis com
coima de € 75 a € 3750.
Artigo 111.º
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
documentos que aquele dever postula, quando estas não devam ser consideradas
O enquadramento legal, da matéria que aqui foi desenvolvida no âmbito dos impostos
especiais sobre o consumo, tem como principais pilares de suporte, os diplomas e
instruções administrativas que abaixo se faz referência.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
CÓDIGO DOS IMPOSTOS ESPECIAIS DE CONSUMO (CIEC), aprovado pelo Decreto-Lei n.º
73/2010, DE 21-06 (com as alterações entretanto dadas por sucessivas leis do
Orçamento do Estado);
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
INSTRUÇÕES ADMINISTRATIVAS
Informações vinculativas relativas aos CIEC, disponíveis no Portal das Finanças – Área
Aduaneira.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
4. BIBLIOGRAFIA
AT: Manual dos Impostos Especiais sobre o Consumo, 9.ª edição, Autoridade Tributária
e Aduaneira - Direção de Serviços dos Impostos Especiais de Consumo e do Imposto
sobre Veículos, n/d.
CARRAPIÇO, Jorge: SAF-T, SVAT, IES e Taxonomias, 3.ª edição, OCC, 2020.
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Combustíveis
A tributação dos artistas - enquadramento
e desportistas legal
em sede de IRS, IRC e aspetos
e IVA contabilísticos
- vertente e fiscais
nacional e internacional
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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