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DELFINI ADVOCACIA E CONSULTORIA


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EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA


DO TRABALHO DE LONDRINA, ESTADO DO PARANÁ.

CLEONICE PEREIRA LOBO, brasileira, casada, desempregada,


portadora do RG n.º 38042661 SSP/PR e do CPF n.º 822.702.609-53, residente e
domiciliada na Rua Brasília, n° 351, Jataizinho (PR), 86.210-000, por meio de seus
advogados cujo instrumento de mandato segue anexo, com escritório profissional na
Rua Chile, nº 435, Centro, na cidade de Londrina, Estado do Paraná, CEP 86.010-220,
onde recebe avisos e intimações, vem, com devido acato e respeito, à presença de Vossa
Excelência, fulcro nos artigos 840 da CLT e 319 do CPC propor a presente:

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

Em face de HOFTALON CENTRO DE ESTUDO PESQUISA DA


VISÃO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n° 07.194.341/0001-94,
com endereço na Rua Senador Souza Naves, 648, Centro, Londrina-PR, CEP 86.010-
160, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

1. PRELIMINARMENTE.

1.1 Da Justiça Gratuita


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A Reclamante declara não ter condições de arcar com os eventuais


ônus da presente ação, sem prejuízo do sustento próprio e/ou de sua família, pelo que
requer que lhe seja deferido os benefícios da justiça gratuita, nos termos da Lei nº
1.060/50, com a nova redação dada pela Lei 7.510/86, até porque, como será
demonstrado na ação, seus direitos não foram resguardados.

Ademais, a Reclamante, conforme documentos anexos, comprova sua


insuficiência financeira, pois, encontra-se, neste momento, desempregada, o que se
evidencia de sua CTPS.

Desse modo, nos termos do § 4º, do art. 790, da CLT, requer o


benefício da justiça gratuita.

2. DO CONTRATO DE TRABALHO.


A reclamante foi admitida pela reclamada em 14/04/2010, para
exercer o cargo de técnico de enfermagem, recebendo última remuneração no valor de
R$ 1.667,59 (mil seiscentos e sessenta e sete reais e cinquenta e nove centavos), mais
20% de insalubridade.
O vínculo de trabalho finalizou através de “RESCISÃO POR
ACORDO ENTRE AS PARTES’, isto porque a autora fora coagida a aceitar a proposta
de acordo, diante da situação que se encontrava, conforme será explicado a seguir.
A autora devido aos problemas de saúde, causadas pelas funções
que exercia na reclamada, teve de passar por cirurgia e permanecer afastada do labor
de fevereiro de 2019 a 22 dezembro de 2019, quando do retorno, foi informada que
devido aos valores de participação de seu plano de saúde empresarial estarem em
aberto, referente ao procedimento cirúrgico, teria que trabalhar por 10 meses sem
salário, para assim conseguir saldar os valores em aberto.
Pois bem! Devido a autora precisar muito do emprego e, em face
das pressões da reclamada, a autora acabou por aceitar esta situação, laborando
sem salário por cinco meses!!!
Sem ter de onde tirar sua subsistência, foi até a reclamada pleitear
uma outra maneira de pagar os valores de sua participação do plano de saúde
empresarial que ainda estavam em aberto, pois estaria passando necessidade financeira,
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tendo em vista a retenção total de seus rendimentos, quando fora induzida e coagida
pela ré a assinar o acordo de demissão, sob alegação de que tal forma de rescisão seria a
única para a empresa ajudar a autora, pois assim conseguiria sanar a dívida do plano que
ainda estava em aberto e teria acesso a seu FGTS.
Cabe ressaltar, Excelência, que a autora nunca quis pedir demissão,
porém devido estar laborando a 5 meses sem salário, com a retenção ilegal de todo seu
salário pela reclamada, não teve outra saída a não ser aceitar o acordo demissional,
diante de sua frágil situação financeira, pois estava passando extrema necessidade! Não
estava pagando as contas básicas de seu lar, um verdadeiro absurdo!
Resta claro que o acordo de demissão é nulo, pois a reclamante, diante
da pratica ilegal de retenção salarial total pela ré, foi pressionada a aceitar a proposta do
réu, sendo sua única saída para não PASSAR FOME!!
Contudo, a rescisão contratual da autora ocorreu em período inferior
ao de um ano de seu afastamento, que aconteceu justamente pelos movimentos
repetitivos que realizava ao executar suas atribuições, o que de maneira alguma poderia
ter acontecido, em virtude da estabilidade que a autora possuía na época.
Portanto, a reclamada agiu de má-fé ao criar uma situação na qual a
autora não viu outra saída, se não aceitar o acordo de demissão, pois assim, o réu
economizou nos pagamentos de diversas verbas rescisórias da autora.
Ademais, a autora foi contratada para trabalhar como técnica de
enfermagem, porém desde a contratação o réu exigiu que esta realizasse somente as
atividades de limpeza, como limpeza e coleta de lixo dos banheiros que, inclusive,
ficam dentro do centro cirúrgico, onde circulam diversos profissionais e pacientes, bem
como, realizada a limpeza e colete de lixo de todo o centro cirúrgico, sendo responsável
por fazer a limpeza, varrição úmida, desinfecção, lavagem e organização dos ambientes;
recolher o lixo comum, o lixo infectante e as roupas dos pacientes e acondicioná-los na
sala de resíduos, entre outras atividades, porém, apesar de tamanha exposição à agentes
nocivos à saúde, sempre fora pago apenas 20% de insalubridade, sendo que o correto
seria sua remuneração em nível máximo, qual seja de 40%.

3. DO DIREITO.
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3.1. DA INOCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO BIENAL

Mormente se possa reconhecer o direito do trabalho também se


fundamenta no direito privado, haja vista a possibilidade dos contratantes em dispor
livremente das regras do seu contrato de emprego, admitindo-se aplicação da Lei
14.010/2020 à seara trabalhista.

Assim estabelece o artigo 3º da Lei 14.010/2020, que dispõe sobre o


Regime Jurídico Emergencial e Transitório das relações jurídicas de Direito Privado
(RJET) no período da pandêmico:

Art. 3º Os prazos prescricionais consideram-se impedidos ou


suspensos, conforme o caso, a partir da entrada em vigor desta Lei até
30 de outubro de 2020.

§ 1º Este artigo não se aplica enquanto perdurarem as hipóteses


específicas de impedimento, suspensão e interrupção dos prazos
prescricionais previstas no ordenamento jurídico nacional.

§ 2º Este artigo aplica-se à decadência, conforme ressalva prevista no


art. 207 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).

A aplicação da Lei 14.010/2020 às relações de trabalho encontra

amparo no art. 8º, §1º, da CLT (O direito comum será fonte subsidiária do direito do

trabalho).

Logo, plenamente aplicável a suspensão dos prazos prescricionais

no período de 12/06/2020 a 30/10/2020.

Os prazos processuais foram suspensos nesta Justiça Especializada de

19/03/2020 a 03/05/2020, voltando a fluir em 04/05/2020, conforme Atos Conjuntos

CSJT.GP.VP e CGJT nº 01 e 02, de 19 e 20 de março de 2020, ATO CSJT.GP nº 56, de

25 de março de 2020 e Resolução Nº 314, de 20/04/2020 do CNJ. No âmbito deste E.

Regional, foi editada a Portaria SGJ nº 17, a qual dispõe, em seu art. 1º:
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Art. 1º. No âmbito do TRT da 9. Região a contagem dos prazos


processuais voltará a fluir normalmente a partir de 4 de maio de 2020,
inclusive.

§ 1º Os prazos processuais já iniciados serão retomados no estado em


que se encontravam no momento da suspensão, sendo restituídos por
tempo igual ao que faltava para sua complementação (CPC, art. 221).

§ 2º O juiz poderá suspender os prazos relativos a atos processuais que


exijam a coleta prévia de elementos de prova por parte dos advogados
e procuradores juntamente às partes se, durante a sua fluência, a parte
informar a impossibilidade de praticar do ato, considerando a
suspensão a partir da data do protocolo da petição que trouxe aos
autos essa informação.

Considerando que a presente demanda se baseia em contrato

encerrado em 28/06/2022, conforme o aviso prévio projetado, bem como a projeção da

suspensão, prevista na Lei 14.010/2020 (141 dias), o prazo da prescrição quinquenal

ficou projetado para 16/11/2022.

Consoante preconizado no inciso XXIX, do artigo 7º, da Constituição

Federal, o direito de ação trabalhadores urbanos e rurais possui prazo prescricional de

cinco anos, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.

Assim, seria natural estender a suspensão do prazo também em


relação à prescrição bienal na justiça do trabalho.

A discussão, chegou aos tribunais regionais trabalhistas, que por sua


vez, reconheceram ser aplicável a suspensão do prazo processual à prescrição enquanto
vigeu as normas de caráter transitório e emergencial por força da pandemia (12/06 e
30/10 do ano de 2020).

Nesse sentido, apresentam-se as recentes decisões emanadas de turma


do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, como exemplo, segue abaixo:

REGIME JURÍDICO EMERGENCIAL E TRANSITÓRIO DAS


RELAÇÕES JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO (RJET). LEI N.
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14.010/2020. Incidindo o Regime Jurídico Emergencial e Transitório


das relações jurídicas de Direito Privado (RJET)' instituído pela Lei n.
14.010/2020, para o período da pandemia decorrente do coronavírus
(Covid-19), sobressai não ter se consumado a prescrição bienal no
presente caso (art. 7º, da CRFB). Extinto o contrato de trabalho entre
as partes em 01/03/2019 e ajuizada a presente demanda em
02/03/2021, observada a suspensão da contagem do prazo
prescricional (de 12/06/2020 a 30/10/2020), por força do art. 3º da Lei
n. 14.010/2020, inexiste prescrição bienal a ser declarada. Sentença
que se reforma para, afastando-se a prescrição bienal, determinar o
retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem, para processamento e
julgamento do feito. (TRT-9 - ROT: 00001327320215090122 PR,
Relator: ROSEMARIE DIEDRICHS PIMPAO, Data de Julgamento:
18/11/2021, Data de Publicação: 21/10/2021)

ACORDAM os Desembargadores da 7ª Turma do Tribunal Regional


do Trabalho da 9ª Região, por unanimidade de votos, CONHECER do
recurso ordinário do autor, Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas
de Tratamento e Distribuição de Água, Esgoto e Meio Ambiente de
Cornélio e Região. No mérito, por igual votação, DAR-LHE
PROVIMENTO PARCIAL para: a) reconhecer
a suspensão do prazo prescricional no período de 12/06/2020 a
30/10/2020; b) condenar a reclamada ao pagamento de indenização
relativa às refeições e lanches avulsos, nos termos a norma interna
RHU/005-03, observado os espelhos de ponto relativos ao período
imprescrito. Tudo, nos termos da fundamentação. (TRT-9 - ROT:
00004675320205090017, Relator: BENEDITO XAVIER DA SILVA,
7ª Turma, Data de Publicação: 25/03/2022)

Ademais, o Tribunal Superior do Trabalho também possui o mesmo


entendimento, conforme segue:

PRESCRIÇÃO BIENAL. PANDEMIA. SUSPENSÃO DA
PRESCRIÇÃO LIMITE. PERÍODO ESTABELECIDO NA
LEI 14.010/2020. Especificamente no tocante à prescrição houve a
criação da Lei nº 14.010/2020, que dispõe sobre o Regime Jurídico
Emergencial e Transitório das relações jurídicas de Direito Privado
(RJET) no período da pandemia do coronavírus (Covid-19), em cujo
art. 3º criou nova causa de impedimento ou suspensão da sua
contagem. E, acerca da aplicação da referida Lei na seara
trabalhista já houve julgamentos neste Egrégio Sexto Regional,
entendendo-a plenamente possível. Entretanto, a suspensão apenas
se daria no período expressamente definido pelo comando legal, ou
seja, da data da sua vigência (12.06.2020) a 31.10.2020, que não
compreende o dia em que ultimado o prazo para a acionante
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ingressar com esta reclamação trabalhista. Recurso a que se nega


provimento (ROT - 0000495-53.2020.5.06.0001, relatora Juíza
convocada Carmen Lucia Vieira do Nascimento, Terceira Turma,
julgado em 29.04.2021)

Portanto, diante da demonstração inequívoca de que a autora teve seu


prazo suspenso pela Lei 14.010/2020, totalmente tempestivos os presentes autos.

3.2 DA ESTABILIDADE ACIDENTÁRIA

Considerando os fatos narrados, a Reclamante percebeu o auxílio-


doença de espécie 31. Porém, o benefício adequado é o da espécie 91, denominado
auxílio-doença acidentário, visto que a fratura sofrida pelo Reclamante ocorreu em
virtude do trabalho realizado.

Nesta espécie de benefício, além dos valores percebidos, é assegurado


uma estabilidade provisória com duração de 12 (doze) meses. Tal entendimento é
retirado do que está disposto no art. 118 da Lei 8.213/91:

Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida,


pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de
trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário,
independentemente de percepção de auxílio-acidente.

Ademais, a Súmula 378 do TST corrobora este entendimento e


estabelece os pressupostos para a concessão da referida estabilidade, vejamos:

II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento


superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio doença
acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional
que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de
emprego. (Primeira parte - ex-OJ 230/TST-SDI-I - Inserida em
20/06/2001).

Logo, apesar da não percepção do auxílio doença acidentário, é direito


da Reclamante à estabilidade provisória, visto que, conforme já demonstrado, a lesão
sofrida decorreu de desgaste diretamente relacionado ao trabalho, sendo que se não
fosse a função desempenhada, a autora não desenvolveria a referida doença.
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Entretanto, a Reclamante não gozou da estabilidade provisória de doze


meses. Fora demitida em 28 de junho de 2020 e recebeu seu último benefício dia 22 de
dezembro de 2019.

Dessa forma, considerando o período de estabilidade suprimido pelo


suposto “acordo de demissão”, é devida indenização a título desta estabilidade
provisória no valor de R$ 10.0005,54 (dez mil e cinco reais e cinquenta e quatro
centavos), correspondentes aos salários que receberia caso estivesse na empresa em tal
período de estabilidade.

3.3 DA NULIDADE DO ACORDO DE DEMISSÃO.

Como acima já dito, o vínculo de trabalho entre as partes se deu


através de “RESCISÃO POR ACORDO ENTRE AS PARTES’, isso porque a autora
fora coagida a aceitar a proposta de acordo, diante da situação que se encontrava,
explica-se:

A autora devido a problemas de saúde, teve que passar por cirurgia e


permanecer afastada do labor de fevereiro de 2019 a 22 dezembro de 2019, quando do
retorno, fora informada que devido aos valores de participação de seu plano de saúde
empresarial estarem em aberto, referente ao período de afastamento, teria que trabalhar
por 10 meses sem salário, para assim conseguir saldar os valores em aberto.
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Os holerites acima reproduzidos deixam incontroverso que nos


últimos meses a autora não teve salário Excelência!! Foram realizados descontos
titulados como “estouro de mês” referente aos valores de plano de saúde, de forma que a
autora ficava sem receber nenhum centavo.
Excelência os descontos realizados não poderiam resultar na absoluta
ausência de pagamento de salários, em nenhum momento foram observados limites que
possibilitassem a subsistência da autora.
Veja que a retenção total do salário, ultrapassa os limites, entendemos
que, por analogia, os parâmetros de desconto autorizados, são os estabelecidos pela Lei
10.820/03 de no Decreto 6396/08, que autoriza e regula o desconto de prestações sobre
em folha de pagamento, e regulamenta o artigo 45 da Lei 8.112/90 e dispõe sobre o
processamento das consignações em folha de pagamento no âmbito do Sistema
Integrado de Administração de Recursos Humanos, SIAPE, respectivamente, ambos
fixando o limite de 30 % das verbas rescisórias e da remuneração do empregado (art. 1º
§ 1º e 8º).
Assim, a empresa não poderia ter procedido desconto superior a 30 %
da remuneração da autora. A autora devido a precisar muito do emprego e face as
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pressões da reclamada, acabou por aceitar esta situação, laborando sem salário por cinco
meses!!!
Sem ter de onde tirar sua subsistência, foi até a reclamada pleitear
uma outra maneira de pagar os valores de sua participação do plano de saúde
empresarial que ainda estavam em aberto, pois estaria passando necessidade face a
retenção total de seu salário, foi quando fora induzida pelo réu a assinar o acordo de
demissão, sob alegação de que está seria a única maneira de a empresa ajudar a autora,
pois assim conseguiria sanar a dívida do plano que ainda estava em aberto e teria acesso
a seu FGTS.
Veja Excelência que a autora nunca quis pedir demissão, porém face a
estar laborando a 5 meses sem salário, devida a retenção ilegal de seu salário pela
reclamada, não teve outra saída a não ser aceitar o acordo de demissão, diante de sua
frágil situação, pois estava passando necessidade! Não estava pagando as contas básicas
de seu lar, um verdadeiro absurdo!
Resta claro que o acordo de demissão nulo, pois a reclamante fora,
diante da pratica ilegal de retenção salarial total pela ré, pressionada a aceitar a proposta
do réu, sendo sua única saída para não PASSAR FOME!! A reclamada criou toda uma
situação para não deixar outra saída a autora se não aceitar o acordo de demissão, pois
assim, o réu economizou nos pagamentos de diversas verbas rescisórias da autora.
Excelência, foi um completo absurdo a atitude de reter todo salário da
autora, o que piorou quando a autora buscou sanar os valores do plano em aberto através
de um parcelamento, visando uma negociação que não tirasse todo seu salário, quando
então foi induzida a assinar o acordo de demissão, pois própria reclamada informou que
está seria a única saída, restando nítida a nulidade do acordo de rescisão, uma vez que
está claro a coação sofrida pela reclamante, induzida a erro por uma empresa que apenas
visou o lucro.
Sendo assim, necessário se faz o reconhecimento da nulidade do
acordo de rescisão, com consequente condenação do réu ao pagamento das seguintes
verbas rescisórias: Metade do aviso-prévio que é 30 dias, (vez que a autora fazia jus a
60 dias) no valor de R$ 1.667,59; 20% de multa de FGTS R$ 3.994,92; entrega das
guias para levantamento dos valores de FGTS retidos e entrega da guia de seguro
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desemprego ou indenização substitutiva nos termos da súmula 389, TST e multa do art.
477, da CLT.

3.4 DA RESCISÇÃO INDIRETA DO CONTRATO DE


TRABALHO – RETENÇÃO SALARIAL EM DESACORDO COM A LEI
Como já acima exposto, o acordo de rescisão só fora realizado face
a coação perpetrada pela reclamada, a reclamante assim mesmo faz jus à rescisão
indireta, senão vejamos:

Como já dito alhures, a retenção total do salário, ultrapassa os limites


legais, entendemos que, por analogia, os parâmetros de desconto autorizados (limite
legal), são os estabelecidos pela Lei 10.820/03 de no Decreto 6396/08, que autoriza e
regula o desconto de prestações sobre em folha de pagamento, e regulamenta o artigo 45
da Lei 8.112/90 e dispõe sobre o processamento das consignações em folha de
pagamento no âmbito do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos,
SIAPE, respectivamente, ambos fixando o limite de 30 % das verbas rescisórias e da
remuneração do empregado (art. 1º § 1º e 8º).
Como bem se sabe, a falta de pagamento dos salários dos funcionários
é medida ensejadora da demissão em rescisão indireta (justa causa patronal) do contrato
de trabalho daquele trabalhador cujo salário se encontre nesta situação.
O salário do profissional tem caráter alimentar, pois é com ele que a
Obreira paga suas despesas de subsistência, e mantém o seu padrão de vida e o de sua
família. A falta ou atraso no pagamento dos salários causa prejuízos de ordem
substancial na vida daquele que depende de sua renda para sua manutenção.
A CLT é cristalina ao determinar os casos em que a Empregada
poderá considerar rescindido o contrato de trabalho, a teor do que dispõe o artigo 483
daquele compêndio normativo, nos seguintes termos:

“Art. 483 - A Empregada poderá considerar rescindido o contrato e


pleitear a devida indenização quando: (...) d) não cumprir a
Empregadora as obrigações do contrato;”

Ora Excelência, a contraprestação mínima que se exige da


Empregadora para com seus empregados é que cumpra com pontualidade o pagamento
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dos seus salários. Neste sentido, é lídimo também o expresso no Decreto Lei 368/65,
que dispõe sobre efeitos de débitos salariais pendentes de empresas, e já no seu artigo 1º
assim dispõe:
Art. 1º - A empresa em débito salarial com seus empregados não
poderá: (...) Parágrafo único. Considera-se em débito salarial a
empresa que não paga, no prazo e nas condições da lei ou do
contrato, o salário devido a seus empregados.

Como bem preceitua a CLT, o salário tratado mensalmente deverá ser


pago até o quinto dia útil do mês subsequente ao da prestação dos serviços, senão,
vejamos o disposto no artigo 459:
“Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a
modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por
período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a
comissões, percentagens e gratificações.

§ 1º - Quando o pagamento houver sido estipulado por


mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia
útil do mês subsequente ao vencido

O ilustre professor Sérgio Pinto Martins dispõe brevemente sobre o


tema na relatoria do Recurso Ordinário tramitado pela 2ª Turma do TRT da 2ª Região,
em cujo relatório assim se manifesto:

“A Empregada organiza sua vida e paga seus compromissos na


expectativa de receber no prazo legal seus salários. Se a ré não o fez,
a Empregada sofreu prejuízos com os atrasos.

O contrato de trabalho é uma relação sinalagmática, contendo


direitos e obrigações recíprocas. A Empregada prestou os serviços.
Logo, deveria receber os salários no prazo legal. Se a ré não o fez,
deve assumir os riscos decorrentes do seu ato, na forma do artigo 159
do Código Civil.

O salário tem natureza alimentar. A Empregada e sua família


sobrevivem do pagamento do seu salário. Atrasos constantes lhe
trazem prejuízos no pagamento de suas obrigações.

O atraso no pagamento dos salários não tem fundamento para elidir


a indenização, pois os riscos do empreendimento são da
Empregadora (art. 2.º da CLT). Dificuldades financeiras do
Município não podem ser repassadas aos seus trabalhadores.”
(TRT2. RO 00316.2001.311.02.00-8. 2ª Turma. Relator: Des. Sérgio
Pinto Martins. Data da Publicação: 21-06- 2005).
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Destarte, Excelência, exigir-se que a Empregada se mantivesse


naquele emprego privando-a dos seus direitos fundamentais é de veras incompatível
com o sistema trabalhista pátrio, e antagônico a todos os preceitos e direitos
fundamentais da Trabalhadora previstos no artigo 7º da Constituição Federal.
A Trabalhadora atualmente busca outro emprego no qual tenha
condições de perceber sua remuneração conforme os ditames legais. O não
reconhecimento da rescisão indireta ora pleiteada equivale a expressa concordância
deste juízo com as práticas abusivas das empresas deste município em pagar seus
funcionários à sua boa razão, sem obedecer aos preceitos legais.
É direito líquido e certo o reconhecimento da nulidade do acordo de
rescisão e reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho da Obreira.
A jurisprudência em casos semelhantes entende pela nulidade e
consequentemente reconhecimento da rescisão indireta, senão vejamos:

TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00013157520145010501 RJ (TRT-1)


Data de publicação: 07/08/2015 Ementa: CONVERSÃO DE
PEDIDO DE DEMISSÃO EM RESCISÃO INDIRETA - Ainda que
a Autora tenha optado pelo caminho que, na ocasião, pareceu-lhe
mais razoável - pedir demissão - nada impede que, posteriormente,
possa obter o reconhecimento judicial de que as condições de
trabalho autorizavam a ruptura do contrato por culpa da
empregadora, como na hipótese dos autos. Somente o cumprimento
das obrigações do contrato pela empregadora pode afastar a
possibilidade de conversão do pedido de demissão em rescisão
indireta. A vontade da empregada somente seria livremente
manifestada se a empresa não houvesse incorrido em qualquer falta
que justificasse o rompimento contratual, isto é, se toda a cadeia de
fatos que antecederam a ruptura contratual não estivesse
contaminada pela ilicitude.

TRT-1 - Recurso Ordinário RO 4615020115010028 RJ (TRT-1)


Data de publicação: 09/04/2012 Ementa: ANULAÇÃO DO
PEDIDO DE DEMISSÃO. Restando demonstrado que o pedido de
demissão formulado não foi espontâneo, mas decorrente de coação,
de se considerar inválido o mesmo.

TRT-16 - 00168653220145160004 0016865-32.2014.5.16.0004


(TRT-16) Data de publicação: 11/03/2016
Ementa: NULIDADE DO PEDIDO DE DEMISSÃO. DANO MO
RAL. A ocorrência de vício de vontade (coação)
no pedido de demissão formulado pela autora enseja a reparação
por danos morais. MULTA DO ART. 477. EXCLUSÃO. Comprovado
que o reclamante quitou as verbas rescisórias dentro do prazo legal,
incabível a aplicação da multa do art.
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AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.


APELO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI N.º 13.015/2014.
RESCISÃO INDIRETA. DESCONTO INDEVIDO DE UM MÊS
DE SALÁRIO. OFENSA AO ARTIGO 483, “D”, DA CLT. Diante
da ofensa à alínea “d” do art. 483 da CLT, determina-se o
processamento do Recurso de Revista. Agravo de Instrumento a que
se dá provimento. RECURSO DE REVISTA. RESCISÃO
INDIRETA. DESCONTO INDEVIDO DE UM MÊS DE
SALÁRIO. OFENSA AO ARTIGO 483, “D”, DA CLT. Ficou
demonstrado que a Empregadora reteve, indevidamente, o salário do
mês anterior à rescisão indireta do contrato de trabalho da
empregada. Observe-se que nem mesmo consta defesa ou menção de
que apenas teria ocorrido atraso no pagamento da verba. Ademais,
ainda que se alegue tratar-se somente de um mês de salário, a
gravidade é notória, haja vista os compromissos financeiros de cada
cidadão, os quais ficariam atrasados, além, é claro, do caráter
alimentar em questão. Assim, não há dúvida quanto ao
descumprimento do contrato de trabalho, ainda mais se considerado
que o pagamento do salário é a principal obrigação do empregador
para com os empregados. Devido, portanto, o restabelecimento, em
parte, da sentença que reconheceu a rescisão indireta do contrato de
trabalho. Recurso de Revista conhecido e provido em parte.
PROCESSO Nº TST-RR-1261-14.2014.5.23.0076 A C Ó R D Ã O (4.ª
Turma)

Portanto Douto Magistrado, uma vez configurado a falta no


pagamento dos salários da Obreira, passível a ocorrência da rescisão indireta do
contrato de trabalho que ora se pleiteia.

Diante disso, a Autor requer o reconhecimento rescisão do contrato de


trabalho por caracterização de rescisão indireta (justa causa patronal) do contrato de
trabalho com base na alínea d do artigo 483 da CLT, diante do atraso no pagamento dos
salários da Obreira, com consequente condenação do réu ao pagamento de metade do
aviso-prévio que é 30 dias, ( vez que a autora fazia jus a 60 dias) no valor de R$
1.667,59; 20% de multa de FGTS R$ 3.994,92; entrega das guias para levantamento
dos valores de FGTS retidos e entrega da guia de seguro desemprego ou indenização
substitutiva nos termos da súmula 389, TST e multa do art. 477, da CLT.

3.5 DA INSALUBRIDADE EM GRAU MAXIMO


A reclamante fez a limpeza e coleta de lixo dos banheiros da
reclamada que ficam dentro do centro cirúrgico, onde circulam diversos profissionais e
pacientes, bem como, realizada a limpeza e colete de lixo de todo o centro cirúrgico,
sendo responsável por fazer a limpeza, varrição úmida, desinfecção, lavagem e
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organização dos ambientes; recolher o lixo comum, o lixo infectante e as roupas dos
pacientes e acondicioná-los na sala de resíduos, entre outras atividades.
A súmula 448 do TST, garante aos trabalhadores que realizam a
limpeza de sanitários de grande circulação o direito à percepção do adicional de
insalubridade.
Nesse sentido, se manifesta a jurisprudência consubstanciada na
Súmula 448 Inciso II do TST:
II - A higienização de instalações sanitárias de uso público ou
coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não
se equipara à limpeza em residências e escritórios, enseja o
pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo
o disposto no Anexo 14 NR 15 da portaria do TEM, N. 3214/78
quanto a coleta e industrialização de lixo urbano.

A limpeza e a coleta do lixo dos banheiros de um hospital, bem como,


limpeza em geral do centro cirúrgico, não podem ser comparadas à limpeza realizada
em banheiros de escritórios e residências.
Cito ainda os seguintes precedentes:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA -
PROCESSO SOB A VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014 -
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO - ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE - GRAU MÁXIMO - LIMPEZA DE
BANHEIROS DE USO COLETIVO E DE GRANDE
CIRCULAÇÃO - COLETA DE LIXO E LIMPEZA DE
SANITÁRIOS - CONTATO COM AGENTES BIOLÓGICOS -
RAZOÁVEL FLUXO DE PESSOAS - ANEXO 14 DA NR-15 DA
PORTARIA Nº 3.214/78. A higienização de instalações sanitárias de
uso público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de
lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios,
enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo,
incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº
3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo urbano.
Constatado nos autos que a reclamante realizava serviços de limpeza
e higienização de banheiros de hospital de grande porte, com
instalações sanitárias de uso coletivo e de grande circulação de
pessoas, resulta devida a condenação ao pagamento do adicional de
insalubridade. Incide a Súmula nº 448, II, do TST. Agravo de
instrumento desprovido.” (TST-AIRR-1651-05.2016.5.12.0016, Ac. 7ª
Turma, Relator Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, DEJT
4.6.2018).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADICIONAL DE


INSALUBRIDADE. LIMPEZA DE BANHEIROS E
RECOLHIMENTO DE LIXO EM HOSPITAL PÚBLICO.
AMBIENTE DE GRANDE CIRCULAÇÃO. SÚMULA 448, II, DO
TST. Demonstrada possível contrariedade da Súmula 448, II, do c.
TST, deve ser provido o agravo de instrumento. Agravo de
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instrumento de que se conhece e a que se dá provimento. RECURSO


DE REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LIMPEZA DE
BANHEIROS E RECOLHIMENTO DE LIXO EM HOSPITAL
PÚBLICO. AMBIENTE DE GRANDE CIRCULAÇÃO. SÚMULA 448,
II, DO TST. Nos termos da Súmula nº 448, II, desta Corte Superior,
„a higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo
de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se
equiparar à limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento
de adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto
no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à
coleta e industrialização de lixo urbano‟. No caso dos autos, a
limpeza efetuada em banheiros de uso público de Hospital enquadra-
se na hipótese da mencionada súmula, pelo que devido o adicional de
insalubridade em grau máximo. Recurso de revista de que se conhece
e a que se dá provimento.” (TST-RR-10649-21.2015.5.03.0024, Ac. 6ª
Turma, Relatora Desembargadora Convocada Cilene Ferreira Amaro
Santos, DEJT 20.4.2018).

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.


RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA LEI 13.015/2014 E
PELA IN 40/2016 DO TST. RITO SUMARÍSSIMO. ADICIONAL
DE INSALUBRIDADE. GRAU MÁXIMO. LIMPEZA DE
BANHEIROS DE HOSPITAL. Demonstrada possível contrariedade
à Súmula 448, II, do TST, impõe-se o provimento do agravo de
instrumento. Agravo de instrumento provido. II - RECURSO DE
REVISTA REGIDO PELA LEI 13.015/2014 E PELA IN 40/2016
DO TST. RITO SUMARÍSSIMO. ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE. GRAU MÁXIMO. LIMPEZA DE
BANHEIROS DE HOSPITAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 448,
II, DO TST. Extrai-se das premissas fáticas consignadas no acórdão
recorrido que, conforme o laudo pericial, a reclamante trabalhava no
centro cirúrgico - 5º andar, onde se encontram instalados 08 (oito)
salas de cirurgia, 03 (três) vestiários / banheiros - médicos masculino
e feminino e colaboradores, 02 (dois) banheiros para pacientes -
masculino e feminino, corredores, copa, farmácia, expurgo, sala de
utilidades e sala de resíduos - químicos, infectantes, comum e roupas,
sendo a mesma responsável por: fazer a limpeza, varrição úmida,
desinfecção, lavagem e organização dos ambientes; recolher o lixo
comum, o lixo infectante e as roupas dos pacientes e acondicioná-los
na sala de resíduos, etc., bem como constou que o lixo manuseado
pela reclamante tinha, exatamente, as mesmas características
insalubres do lixo urbano, por ser gerado por um público variado.
Desse modo, o Tribunal Regional, ao concluir ser indevido o
pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo, mesmo
estando presente a premissa fática de que a reclamante laborava na
higienização de instalações sanitárias de uso público, e na respectiva
coleta de lixo, contrariou o entendimento consubstanciado na Súmula
448, II, do TST. Recurso de revista conhecido e provido.” (TST-
RR11284-73.2016.5.03.0183, Ac. 2ª Turma, Relatora Ministra
Delaíde Miranda Arantes, DEJT 13.4.2018)

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.


RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA LEI 13.015/2014 E
PELA IN 40/2016 DO TST. RITO SUMARÍSSIMO. ADICIONAL
DE INSALUBRIDADE. GRAU MÁXIMO. LIMPEZA DE
BANHEIROS DE HOSPITAL. Demonstrada possível contrariedade
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à Súmula 448, II, do TST, impõe-se o provimento do agravo de


instrumento. Agravo de instrumento provido. II - RECURSO DE
REVISTA REGIDO PELA LEI 13.015/2014 E PELA IN 40/2016 DO
TST. RITO SUMARÍSSIMO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
GRAU MÁXIMO. LIMPEZA DE BANHEIROS DE HOSPITAL.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 448, II, DO TST. Extrai-se das premissas
fáticas consignadas no acórdão recorrido que, conforme o laudo
pericial, a reclamante trabalhava no centro cirúrgico - 5º andar,
onde se encontram instalados 08 (oito) salas de cirurgia, 03 (três)
vestiários / banheiros - médicos masculino e feminino e
colaboradores, 02 (dois) banheiros para pacientes - masculino e
feminino, corredores, copa, farmácia, expurgo, sala de utilidades e
sala de resíduos - químicos, infectantes, comum e roupas, sendo a
mesma responsável por: fazer a limpeza, varrição úmida,
desinfecção, lavagem e organização dos ambientes; recolher o lixo
comum, o lixo infectante e as roupas dos pacientes e acondicioná-los
na sala de resíduos, etc., bem como constou que o lixo manuseado
pela reclamante tinha, exatamente, as mesmas características
insalubres do lixo urbano, por ser gerado por um público variado.
Desse modo, o Tribunal Regional, ao concluir ser indevido o
pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo, mesmo
estando presente a premissa fática de que a reclamante laborava na
higienização de instalações sanitárias de uso público, e na respectiva
coleta de lixo, contrariou o entendimento consubstanciado na Súmula
448, II, do TST. Recurso de revista conhecido e provido. (TST:
112847320165030183, Relator: DELAÍDE MIRANDA ARANTES,
Data de Julgamento: 04/04/2018, TRIBUNAL SUPERIOR DO
TRABALHO 2ª TURMA, Data de Publicação: 13/04/2018)

EMENTA ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. GRAU. SERVENTE


DE LIMPEZA. Trabalho prestado em hospital. Atividades de coleta
de lixo comum e contaminado nas instalações do centro cirúrgico,
limpeza e higienização de sanitários. Contato rotineiro com agentes
biológicos. Insalubridade em grau máximo, conforme o Anexo 14, da
NR-15, da Portaria nº 3.214/78. Condenação lastreada em prova
pericial apta para à caracterização e classificação da insalubridade
em grau máximo (art. 195 da CLT). TRT04: 00203703820135040121,
Relator: RELATOR, Data de Julgamento: 10/10/2014, 3ª TURMA,
Data de Publicação: 10/10/2014)

Por esta razão, a obreira faz jus a diferença do adicional de


insalubridade considerando que recebia o grau médio e deveria receber em grau
máximo, do período imprescrito, ou seja, 17/05/2015 a 29/05/2020, nos seguintes
valores: Diferença Insalubridade: R$ 12.600,00; Reflexos em férias + 1/3: R$ 1.400,00;
Reflexos em 13º salário R$ 1.050,00 e reflexos em FGTS R$ 1.300,32.

3.6. DO DANO MORAL.


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No que concerne ao quantum indenizatório, forma-se o entendimento


jurisprudencial, mormente em sede de dano moral, no sentido de que a indenização
pecuniária não tem apenas cunho de reparação de prejuízo, MAS TAMBÉM
CARÁTER PUNITIVO OU SANCIONATÓRIO, PEDAGÓGICO, PREVENTIVO E
REPRESSOR: a indenização não apenas repara o dano, repondo o patrimônio abalado,
mas também atua como forma educativa ou pedagógica para o ofensor e a sociedade e
intimidativa para evitar perdas e danos futuros.

Impende destacar ainda, que tendo em vista ser os direitos atingidos


muito mais valiosos que os bens e interesses econômicos, pois reportam à dignidade
humana, a intimidade, a intangibilidade dos direitos da personalidade, pois abrange toda
e qualquer proteção à pessoa, seja física, seja psicológica. As situações de angústia, paz
de espírito abalada, de mal-estar e amargura devem somar-se nas conclusões do juiz
para que este saiba dosar com justiça a condenação do ofensor.

Conforme se constata, a obrigação de indenizar a partir do dano que a


Autora sofreu no âmbito do seu convívio domiciliar, social e profissional, encontra
amparo na doutrina, legislação e jurisprudência de nossos Tribunais, restando sem
dúvidas à obrigação de indenizar da Promovida.

Assim sendo, deve-se verificar o grau de censurabilidade da conduta,


a proporção entre o dano moral e material e a média dessa condenação, cuidando-se
para não se arbitrar tão pouco, para que não se perca o caráter sancionador.

O valor indenizatório a título de danos morais a ser pago ao


requerente, deve ser fixado pelo juízo com o apoio da doutrina e jurisprudência,
atentando-se para a função preventiva, punitiva e compensatória, além do grau de culpa
do agente, a repercussão do fato no meio social e a natureza do direito violado, a
condição financeira das partes e o caráter dúplice da indenização, obedecidos os
critérios da equidade, proporcionalidade e razoabilidade.
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Logo, cabe a Vossa Excelência fixar um valor equânime para que,


também, amenize o abalo moral sofrido pela requerente, o que ora se requer em R$
10.000,00 (dez mil reais), diante de todo o transtorno, humilhação e aborrecimento
causados pela conduta abusiva da requerida, com correção monetária e juros de mora de
1% ao mês, ambos a partir da data do evento danoso.

4. DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI N° 13.467/2017


As disposições da Lei nº 13.467/2017, relativamente a não concessão
dos benefícios da Justiça Gratuita para honorários advocatícios e honorários periciais,
salvo melhor juízo encontra-se eivada de total inconstitucionalidade já que o acesso à
Justiça se constitui em direito constitucional inquestionável e quaisquer outros
dispositivos de lei infraconstitucional que venham a contrariar ou impedir este acesso,
está fadado a decretação de sua inconstitucionalidade, o que desde logo se invoca.

Não fosse apenas isto, a obrigação de apresentação de valores líquidos


para cada pedido, quando o empregado como no caso em espécie, não tem acesso aos
controles de jornada e holerites de pagamento em poder da Ré, igualmente constitui-se
em óbice ao acesso à Justiça.

Quanto os cálculos envolverem verbas deferidas em outro feito, ainda


não transitada em julgado, também torna impossível o atendimento do comando
legislativo, totalmente eivado de inconstitucionalidade, pois impede o acesso ao poder
judiciária, objeto de garantia constitucional.

Também a fixação da TR – Taxa Referencial como índice para


reajustamento dos créditos trabalhistas inconstitucional, conforme se infere da
articulação jurídica a seguir trazida a colação:

Reforma trabalhista: a inconstitucionalidade da aplicação da TR


Por Hélio Vieira e Zênia Cernov
Entre as diversas inconstitucionalidades embutidas na referida lei,
está a previsão de que os créditos dos trabalhadores havidos em
processos judiciais serão atualizados pela Taxa Referencial,
constante da redação do § 7º acrescentado ao art. 879 da CLT:
“Art. 879. (...) § 7o A atualização dos créditos decorrentes de
condenação judicial será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada
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pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei no 8.177, de 1o de


março de 1991.” O prejuízo aos trabalhadores é nítido e evidente: a
Taxa Referencial não preserva o poder aquisitivo na moeda. Ela
sequer é destinada a isso. A Taxa Referencial nasceu em março de
1991 destinada a promover a desindexação da economia e o combate
à inflação, num conjunto de medidas conhecido como “Plano Collor
II”. Não é, propriamente, um índice de correção monetária. Em
relação à utilização da TR como índice de atualização, o Supremo
Tribunal Federal já havia declarado a inconstitucionalidade desse
índice para fins de atualização de precatórios, no julgamento da Ação
Direta de Inconstitucionalidade nº 4357:
“(...) 5. O direito fundamental de propriedade (CF, art. 5º, XXII)
resta violado nas hipóteses em que a atualização monetária dos
débitos fazendários inscritos em precatórios perfaz-se segundo o
índice oficial de remuneração da caderneta de poupança, na medida
em que este referencial é manifestamente incapaz de preservar o
valor real do crédito de que é titular o cidadão. É que a inflação,
fenômeno tipicamente econômico-monetário, mostra-se insuscetível
de captação apriorística (ex ante), de modo que o meio escolhido pelo
legislador constituinte (remuneração da caderneta de poupança) é
inidôneo a promover o fim a que se destina (traduzir a inflação do
período).” (STF, ADI 4357, Rel. p/ Acórdão Min. LUIZ FUX,
Tribunal Pleno, julgado em 14/03/2013, publ. DJe - 188 DIVULG 25-
09-2014 PUBLIC 26-09-2014).
Do voto do ministro LUIZ FUX, destacamos os seguintes
fundamentos: “Quanto à disciplina da correção monetária dos
créditos inscritos em precatórios, a EC nº 62/09 fixou como critério o
“índice oficial de remuneração da caderneta de poupança”. Ocorre
que o referencial adotado não é idôneo a mensurar a variação do
poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remuneração da caderneta
de poupança, regida pelo art. 12 da Lei nº 8.177/91, com atual
redação dada pela Lei nº 12.703/2012, é fixada ex ante, a partir de
critérios técnicos em nada relacionados com a inflação
empiricamente considerada. Já se sabe, na data de hoje, quanto irá
render a caderneta de poupança. E é natural que seja assim, afinal a
poupança é uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o
investidor consegue prever com segurança a margem de retorno do
seu capital.
A inflação, por outro lado, é fenômeno econômico insuscetível de
captação apriorística. O máximo que se consegue é estimá-la para
certo período, mas jamais fixa-la de antemão. Daí por que os índices
criados especialmente para captar o fenômeno inflacionário são
sempre definidos em momentos posteriores ao período analisado,
como ocorre com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV). A razão disso é clara: a inflação é sempre
constatada em apuração ex post, de sorte que todo índice definido ex
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ante é incapaz de refletir a efetiva variação de preços que caracteriza


a inflação.
É o que ocorre na hipótese dos autos. A prevalecer o critério adotado
pela EC nº 62/09, os créditos inscritos em precatórios seriam
atualizados por índices pré-fixados e independentes da real flutuação
de preços apurada no período de referência. Assim, o índice oficial de
remuneração da caderneta de poupança não é critério adequado para
refletir o fenômeno inflacionário.”
Antes mesmo dessa decisão, o STF já havia declarado formalmente
que a Taxa Referencial não é índice de correção monetária, por
ocasião do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº
493:
“(...) A taxa referencial (TR) não é índice de correção monetária,
pois, refletindo as variações do custo primário da captação dos
depósitos a prazo fixo, não constitui índice que reflita a variação do
poder aquisitivo da moeda. Por isso, não há necessidade de se
examinar a questão de saber se as normas que alteram índice de
correção monetária se aplicam imediatamente, alcançando, pois, as
prestações futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem
o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna. - Também ofendem o
ato jurídico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o
critério de reajuste das prestações nos contratos já celebrados pelo
sistema do Plano de Equivalência Salarial por Categoria Profissional
(PES/CP). Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente,
para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, "caput" e
parágrafos 1 e 4; 20; 21 e parágrafo único; 23 e parágrafos; e 24 e
parágrafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991.” (STF, ADI
493, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em
25/06/1992, DJ 04 - 09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-
00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)
O voto do ministro MOREIRA ALVES bem fundamenta a diferença
entre os índices de correção monetária e a TR:
“(...) 3. A Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991, em que se converteu
a Medida Provisória nº 294, de 1º de fevereiro do mesmo ano, “visou
estabelecer regras para a desindexação da economia”, e, em seu
artigo 1º, instituiu a taxa referencial 9TR), nestes termos:
‘Art. 1º. O Banco Centro do Brasil divulgará Taxa Referencial – TR,
calculada a partir de remuneração mensal média líquida de impostos,
dos depósitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de
investimentos, bancos múltiplos com carteira comercial ou de
investimentos, caixas econômicas, ou dos títulos públicos federais,
estaduais e municipais, de acordo com a metodologia a ser aprovada
pelo Conselho Monetário Nacional, no prazo de sessenta dias, e
enviada ao Senado Federal.
§ 1º. A TR será mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil,
no máximo até o oitavo dia útil do mês de referência.
§ 2º. As instituições que venham a ser utilizadas como bancos de
referência, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do país,
classificadas pelo volume de depósitos a prazo fixo, estão obrigadas a
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fornecer as informações de que trata este artigo, segundo normas


estabelecidas no artigo 44 da Lei n] 4.595, de 31 de dezembro de
1964.
§ 3º. Enquanto não aprovada a metodologia de cálculo de que trata
este artigo, o Banco Central do Brasil fixará a TR.’
Portanto, segundo esse dispositivo legal, a TR pode ser calculada a
partir da remuneração mensal líquida de impostos, de depósitos fixos
captados por bancos privados, ou de títulos públicos federais,
estaduais ou municipais (...)1

Referidas disposições impedem o acesso à Justiça estabelecido acesso


à justiça que se constitui em direito humano e essencial ao completo exercício da
cidadania.

É o que dispõe o artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal que


estabelece o acesso à Justiça, não somente como acesso ao Poder Judiciário, mas ao
próprio direito como valor social.

É o que bem enfoca a articulação jurídica a seguir trazida a colação,


intitulada Acesso à Justiça, de autoria de Ana Flavia Melo Torres. Vejamos:

3. Acesso à Justiça
O acesso à justiça é direito humano e essencial ao completo exercício
da cidadania. Mais que acesso ao judiciário, alcança também o
acesso a aconselhamento, consultoria, enfim, justiça social. O
disposto no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal é muito mais
abrangente que o acesso ao Poder Judiciário e suas instituições por
lesão a direito. Vai além, enquadrando-se aí também a ameaça de
direito, e segue-se com uma enorme gama de valores e direitos
fundamentais do ser humano. Assim, quem busca a defesa de seus
direitos (ameaça ou lesão) espera que o Estado-juiz dite o direito
para aquela situação, em substituição da força de cada litigante,
pacificando os conflitos e facilitando a convivência social.
Cândido Rangel Dinamarco comenta o escopo social da jurisdição:
Saindo da extrema abstração consiste em afirmar que ela visa a
realização da justiça em cada caso e, mediante a prática reiterada, a
implantação do clima social de justiça, chega o momento de com
mais precisão indicar os resultados que mediante o exercício da
jurisdição, o Estado se propõe a produzir na vida da sociedade. Sob
esse aspecto, a função jurisdicional e legislativa estão ligadas pela
unidade de escopo fundamental de ambos: a paz social. Mesmo quem
postule a distinção funcional muito nítida e marcada entre os dois
planos de ordenamento jurídico (teoria dualista) há de aceitar que
direito e processo compõem um só sistema voltado à pacificação de
1
https://www.rondoniagora.com/artigos/reforma-trabalhista-a-inconstitucionalidade-da-aplicacao-da-tr
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conflitos” A tutela jurisdicional é exercida através da garantia de


acesso à justiça e se constitui um dos maiores, senão o maior
instrumento para garantir uma ordem jurídica justa e então efetivar o
exercício da cidadania plena. O acesso à justiça está intimamente
ligado à justiça social. Pode-se até afirma que é a ponte entre o
processo e a justiça social. Nos séculos XVIII e XIX só formalmente
as pessoas tinham acesso à justiça, podiam propor ou contestar ação.
A justiça, na prática, só era obtida por quem tivesse dinheiro para
arcar com as despesas de um processo. No começo deste século, com
o crescimento do capitalismo, começam as reivindicações e as
preocupações de índole social, quando a garantia do acesso à justiça
passa a ter mais relevo. Hoje em dia, está mais perto de coincidir a
garantia do acesso à justiça formal e prático. Mas é ilusório afirmar
que isto já acontece em nosso país nos dias de hoje. Sabe-se que
existem inúmeros obstáculos que uma sociedade tem que transpor
para que se chegue à justiça. E estes obstáculos se apresentam de
forma ainda mais intensa quando se trata das classes menos
favorecidas. Falar em acesso à ordem jurídica justa é também falar
em justiça eficaz, que é um dos maiores problemas dos sistemas
jurídicos de hoje. A terminologia JUSTIÇA está diretamente ligada a
não só “dar a cada um o que é seu” mas sim em “dar a cada um o
que é seu conforme a vontade da lei e em seu devido tempo.”

4. Empecilhos ao acesso à Justiça


Apesar dos inúmeros avanços já conquistados na consolidação de um
integral acesso à justiça, instrumento essencial à efetivação dos
direitos componentes da cidadania plena, muitos empecilhos ainda
existem à completa efetividade deste direito social básico. Esta
efetividade somente se daria num contexto em que as partes
possuíssem “completa ‘igualdade de armas’ a garantia de que a
conclusão final dependa apenas dos méritos jurídicos relativos das
partes antagônicas, sem relação com diferenças que sejam estranhas
ao Direito e que, no entanto, afetam a afirmação e reivindicação dos
direitos”. Evidentemente que tal “paridade de armas” tem caráter
utópico, razão pela qual devemos buscar meios, cada vez mais
radicais, para alcançá-la. Passando prioritariamente pela esfera
socioeconômica, tais limitações também possuem aspectos culturais,
psicológicos e, na esfera do Direito, jurídicas e procedimentais.
4.1 Empecilhos Econômicos
O elevado valor do processo é um dos principais empecilhos para um
firme acesso à justiça. Sendo o Brasil dotado de uma péssima
distribuição de renda, podemos concluir o quão limitador é o acesso
à justiça, e por que não dizer, à cidadania como um todo, devido a
desigualdade econômica. Os procedimentos judiciais necessários à
solução de uma lide, na maioria do países, possui custos
normalmente elevados e devem ser necessariamente pagos pelos
autores, incluindo os honorários advocatícios e algumas custas
judiciais. Consiste na mais importante despesa individual, os
honorários advocatícios, que representam a esmagadora proporção
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dos altos custos do litígio, pois os advogados e seus serviços são


muito caros. No Sistema Americano, o vencido não é obrigado a
responder pelos honorários do advogado da parte vencedora. Nos
países que adotam o princípio do sucumbência a menos que o
litigante em potencial esteja certo de vencer a penalidade é duas
vezes maior e pode inibir o litigante em potencial de ingressar em
juízo, já que, se vencido, além de arcar com os honorários do seu
advogado, terá que pagar os honorários da parte contrária. Não se
pode esquecer também que, ao autor, cabe o pagamento das custas de
distribuição, as provas que desejar produzir (perícias, diligências,
etc.), e ainda o preparo de recursos, ficando distantes, em virtude de
seu preço, da parte menos favorecida economicamente. Em pesquisa
realizada pelo Projeto de Florença, coordenado por Mauro
Cappelletti, foi constatado que em determinados países, o custo do
litígio aumenta na medida em que baixa o valor da causa, chegando
ao absurdo de, na Alemanha, pela justiça comum, uma pequena causa
de valor não superior a US$ 100, mesmo que somente utilizada a
primeira instância, custa US$ 150, enquanto uma ação de US$ 5.000,
em duas instâncias, teria o custo de US$ 4.200. A equação, perversa,
tem destinatário certo: os indivíduos menos favorecidos, ou seja o
trabalhador, o consumidor, o morador dos conjuntos habitacionais e
das favelas, enfim, exatamente aqueles que, por sua condição social,
mais fragilizados se encontram, mais vulneráveis estão ao domínio de
grupos econômicos e dos poderosos, e mais dependentes, portanto, de
uma expedita atuação do Estado para resguardar os seus interesses,
tão desprezados. A duração dos processos é também um fator que
limita o acesso à justiça. Em muitos países as causas levam em média
três anos para se tornarem exequíveis. Essa delonga eleva
consideravelmente as despesas das partes, pressionando os
economicamente mais fracos a abandonar em sua causas, ou
aceitarem acordos por valores muito inferiores aqueles a que teriam
direito. Em razão disto a Convenção Européia para a Proteção dos
Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais, em seu art. 6º,
parágrafo 1º, reconhece “que a Justiça que não cumpre suas funções
dentro de ‘um prazo razoável’ é, para muitas pessoas, uma Justiça
inacessível.” O processo é um instrumento indispensável não somente
para a efetiva e concreta atuação do direito de ação, mas também
para a remoção das situações que impedem o pleno desenvolvimento
da pessoa humana e a participação de todos os trabalhadores na
organização política, econômica e social do país, portanto, sua
morosidade estrangula os direitos fundamentais do cidadão. A
morosidade do processo está ligada à estrutura do Poder Judiciário e
ao sistema de tutela dos direitos. Para que o Poder Judiciário tenha
um bom funcionamento, necessário se faz, dentre outros, que o
número de processos seja compatível com o número de juízes que irão
apreciá-los, porém, é sabido que não é isso que ocorre. A imensa
quantidade de processos acumulados por um juiz prejudica não só a
celeridade da prestação da tutela jurisdicional, como também a sua
qualidade. Muitas demandas não seriam levadas ao Poder Judiciário
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se o réu não tivesse do seu lado a lentidão da tutela jurisdicional,


certamente a celeridade evitaria a propositura de muitas ações. A
morosidade gera descrença na justiça, a partir do momento em que o
cidadão toma conhecimento da sua lentidão, das angústia e dos
sofrimentos psicológicos trazidos por ela. No entanto, a Convenção
dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais, em seu art. 6º,
parágrafo 1º, garante que toda pessoa tem o direito a uma audiência
equitativa e pública, dentro de um prazo razoável, por um tribunal
independente e imparcial. Ainda, a Constituição Federal Brasileira,
em seu art. 5º, § 2º, afirma que “toda pessoa tem direito de ser ouvida
com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável...”

4.2 Empecilhos Sócio culturais


As limitações causadas em razão do estrato social a que pertence o
cidadão, apesar da decorrência lógica da desigualdade econômica,
possuem também aspectos sociais, educacionais e culturais. A grande
parte dos cidadãos não conhece e não tem condições de conhecer os
seus direitos. Quanto menor o poder aquisitivo do cidadão, menor o
seu conhecimento acerca de seus direitos e menor a sua capacidade
de identificar um direito violado e passível de reparação judicial;
além disto é menos provável que conheça um advogado ou saiba
como encontrar um serviço de assistência judiciária. São barreiras
pessoais que necessitam ser superadas para garantir o acesso à
justiça. A complexidade das sociedades faz com que mesmo as
pessoas dotadas de mais recursos tenham dificuldade para
compreender as normas jurídicas. Para Horácio Wanderley
Rodrigues, são três os pontos principais de estrangulamento, neste
aspecto, ao acesso presentes no Brasil. Em primeiro lugar a falência
da educação nacional, o descompromissso dos “meios de
comunicação” com a informação, e por fim, a quase inexistência de
instituições oficiais encarregadas de prestar assistência jurídica
prévia ou extraprocessual, que atuariam informando e educando a
população sempre que surgissem dúvidas jurídicas sobre situações
concretas. Saliente-se que quanto mais pobre é o cidadão, mais difícil
é o seu contato com um advogado, não só porque em seu círculo de
relações não existem profissionais desta área, mas também porque,
ele reside, quase sempre, muito distante dos bairros onde funcionam
os escritórios de advocacia e os tribunais. Finalmente, quando os
pobres conseguem algum acesso à justiça, correm o risco de tê-la
muito precária, como exemplo, temos a assistência judiciária que tem
seus serviços, muitas vezes, deficientemente prestados. Ainda, outro
ponto importante diz respeito à disparidade que surge quando um
litigante habitual defronta-se com um litigante eventual. Esta
distinção se verifica entre indivíduos que frequentemente estão em
juízo com aquele que nunca, ou poucas vezes, sentou-se perante um
juiz. Segundo o professor Galanter, as vantagens dos habituais são
inúmeras: “1) a maior experiência com o direito possibilita-lhes
melhor planejamento do litígio; 2) o litigante habitual tem economia
de escala, porque tem mais causas; 3) o litigante habitual tem
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oportunidades de desenvolver relações informais com os membros da


administração da justiça; 4) ele pode diluir os riscos da demanda por
maior número de casos; e 5) pode testar estratégias com
determinados casos, de modo a garantir expectativa mais favorável
em relação a casos futuros”. Pode-se concluir que dá menos
problemas mobilizar as empresas no sentido de tirarem vantagens de
seus direitos, o que, se dá exatamente contra aquelas pessoas comuns
que são mais relutantes em buscar o amparo do sistema judicial, em
face das dificuldades que encontrarão.

4.3 Empecilhos Psicológicos


O aspecto psicológico deve necessariamente ser considerado. As
pessoas menos favorecidas economicamente de alguma forma temem
os advogados, os juízes e os promotores. Os juízes são vistos como
seres superiores e, os advogados como ‘pessoas em que se deve
confiar desconfiando’. A maioria das pessoas tem receio de estar em
juízo, seja por decepção com o resultado de alguma ação em que
estivesse envolvida ou tivesse interesse, ou por temerem represálias
ao recorrerem à justiça, ou ainda, represálias da própria parte
adversária. Para o brasileiro, o Poder Judiciário, é inacessível, não é
confiável e não faz justiça.

4.4 Empecilhos Jurídicos e Judiciários


Estruturados de acordo como preceitos individualistas decorrentes do
liberalismo burguês consolidado nos séculos XVIII e XIX, os
ordenamentos jurídicos ocidentais, apesar de grandes avanços já
conquistados, ainda mantém limitações no que concerne à
legitimação para agir, principalmente na esfera dos direitos
coletivos, difusos e individuais homogêneos, direitos supra
individuais só passíveis de efetiva aplicabilidade com a maior
amplitude possível de titulares para sua tutela A inacessibilidade a
alguns instrumentos processuais, bem como a procrastinação dos
feitos em razão de brechas da legislação processual, constituem
também entraves à consolidação de uma ordem jurídica justa. A crise
econômica e de legitimidade enfrentada pelo Poder Judiciário,
consubstanciada em constante denúncias de corrupção e nepotismo,
na carência de recursos materiais e humanos, a centralização
geográfica de suas instalações, dificultando o acesso de quem mora
nas periferias, a inexistência de instrumentos de controle externo por
parte da sociedade, tem contribuído para o aumento das restrições de
grande parcela da sociedade à acessibilidade. Por fim, dentro das
restrições de caráter eminentemente judiciário, há que se destacar a
polêmica acerca da limitação da capacidade postulatória, que tantos
debates vem gerando entre os operadores jurídicos. A exigência da
presença de advogado em todo e qualquer processo (já relativizada
pelo Poder Judiciário) tem sido vista por um lado como elemento
castrador da efetividade ao acesso e por outro como garantia a ele,
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ou seja, como instrumento de limitação ou elemento fundamental ao


exercício pleno da cidadania.2

Assim, ao estabelecer condições que impedem o acesso à Justiça, tais


como a exigência de liquidação de pleitos, como condição de admissibilidade da ação,
quando o empregado não tem esta condição, seja por falta de acesso aos holerites,
critérios que a Ré adotará para o cálculo das parcelas vincendas, o que impede a
apresentação de valores líquidos, além da ausência de isenção integral de custas,
honorários advocatícios e periciais e demais despesas processuais à parte
hipossuficiente, atualização dos créditos trabalhistas pela TR, além de outras
disposições acima indicadas, o legislador violou a Constituição Federal, sendo tais
regras legislativas inconstitucionais, o que requer seja reconhecido e declarado.

Além disto, o Código de Processo Civil de 2015 sufragou a corrente


majoritária, pois se refere apenas à certeza e determinação, não exigindo expressamente
a liquidez dos pedidos (arts. 322 e 324). Além disto, admite o pedido genérico (=
indeterminado ou ilíquido): (i) nas ações universais, se o autor não puder individuar os
bens demandados; (ii) quando não for possível determinar, desde logo, as consequências
do ato ou do fato; (iii) quando a determinação do objeto ou do valor da condenação
depender de ato que deva ser praticado pelo réu (art. 324, §1º).

Ante ao exposto, requer seja declarada a inconstitucionalidade de


forma incidental, dos artigos:

Art. 790 - B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários


periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia,
ainda que beneficiária da justiça gratuita.
§ 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não
tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida
no caput, ainda que em outro processo, a União responderá pelo
encargo.” (NR)

Artigo 790, §§3º, 4º, da CLT–reforma trabalhista).


§ 1º Tratando-se de empregado que não tenha obtido o benefício da
justiça gratuita, ou isenção de custas, o sindicato que houver
intervindo no processo responderá solidariamente pelo pagamento
das custas devidas. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

2
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=4592
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§ 2º No caso de não-pagamento das custas, far-se-á execução da


respectiva importância, segundo o procedimento estabelecido no
Capítulo V deste Título. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de
27.8.2002)
§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos
tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento
ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a
traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou
inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios
do Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº
13.467, de 13.7.2017)
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que
comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do
processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)

Art. 840. [reforma trabalhista 2017] A reclamação poderá ser escrita


ou verbal.
§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo,
a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte
o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com
indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
§ 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias
datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que
couber, o disposto no § 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº
13.467, de 13.7.2017) Nova redação, vigência em 11/11/2017:
§ 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo
serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 13.7.2017)

Art. 879- Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á,


previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por
arbitramento ou por artigos. (Redação dada pela Lei nº 2.244, de
23.6.1954)
(...) § 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação
judicial será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco
Central do Brasil, conforme a Lei no 8.177, de 1o de março de 1991.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

5. DO VALOR DA CAUSA
Dispõe o artigo Art. 491, do NCPC, o seguinte:

Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado


pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da
obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo
inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o
caso, salvo quando:
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I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante


devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de
realização demora da ou excessivamente dispendiosa, assim
reconhecida na sentença.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor
devido por liquidação.
§ 2º O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar
a sentença.

A situação prevista no artigo 491 do NV/CPC aplica-se a situação em


espécie, pelo que desde logo requer o valor atribuído aos pedidos e à ação, não se
constitui em valor definitivos, podendo ser alterados nos termos da prova produzida e
dos documentos juntados no curso da instrução processual.

Diante da impossibilidade jurídica de liquidação de todos os pleitos


objeto da presente ação, o valor atribuído provisoriamente aos mesmos, como tentativa
de cumprimento da legislação inconstitucional, não se constituindo em valor absoluto,
admitindo alteração para mais ou para menos, nos termos que estabelecer a condenação.

6. DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS.

Conforme dispõe artigo 791-A da CLT, honorários advocatícios


sucumbenciais deverão ser fixados no montante entre 5% a 15% sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença.

Diante do exposto acima, requer a fixação dos honorários


sucumbenciais no valor de 15%.

7. DOS PEDIDOS.
Sendo assim, por não ter a Reclamada cumprido com as obrigações
por ele assumidas em contrato, requer sua condenação deste nas verbas abaixo descritas,
com o consequente pagamento:
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a) Requer indenização a título desta estabilidade provisória no valor


de R$ 10.005,54 (dez mil e cinco reais e cinquenta e quatro centavos), correspondentes
aos salários que receberia caso estivesse na empresa em tal período de estabilidade.

b) Requer seja reconhecido a nulidade do acordo de rescisão a coação


sofrida, reconhecendo a rescisão indireta e condenando as reclamadas ao pagamento
das seguintes verbas rescisórias: Metade do aviso-prévio que é 30 dias, ( vez que a
autora fazia jus a 60 dias) no valor de R$ 1.667,59; 20% de multa de FGTS R$
3.994,92; entrega das guias para levantamento dos valores de FGTS retidos e entrega
da guia de seguro desemprego ou indenização substitutiva nos termos da súmula 389,
TST e multa do art. 477, da CLT..

b) requer a condenação da reclamada ao pagamento de adicional de


insalubridade considerando que recebia o grau médio e deveria receber em grau
máximo, do período imprescrito, ou seja, 17/05/2015 a 29/05/2020, nos seguintes
valores: Diferença Insalubridade: R$ 12.600,00; Reflexos em férias + 1/3: R$ 1.400,00;
Reflexos em 13º salário R$ 1.050,00 e reflexos em FGTS R$ 1.300,32.

c)Requer a condenação da reclamada ao pagamento de indenização


pelo dano moral causado a reclamante, que se enquadra como dano de natureza grave,
ao pagamento de danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil) nos termos do artigo
223-G § 1º inciso III da CLT

d) Requer seja declarada a inconstitucionalidade de forma incidental,


dos artigos: “Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é
da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça
gratuita, § 4o Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha
obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em
outro processo, a União responderá pelo encargo. ” (NR); Artigo 790, §§3º, 4º, da CL T
– reforma trabalhista), § 1º Tratando-se de empregado que não tenha obtido o benefício
da justiça gratuita, ou isenção de custas, o sindicato que houver intervindo no processo
responderá solidariamente pelo pagamento das custas devidas. (Redação dada pela Lei
nº 10.537, de 27.8.2002), § 2º No caso de não pagamento das custas, far-se-á execução
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da respectiva importância, segundo o procedimento estabelecido no Capítulo V deste


Título. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002), § 3º É facultado aos juízes,
órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância
conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a
traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40%
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017), § 4º O benefício da justiça
gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o
pagamento das custas do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017); Ar t.
840. [Reforma trabalhista 2017] A reclamação poderá ser escrita ou verbal. § 1º Sendo
escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a
breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo,
determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura da reclamante ou de seu
representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017), § 2º Se verbal, a
reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão ou
secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1º deste artigo. (Redação dada
pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017); § 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º
deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 13.7.2017); Ar t. 879 - Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á,
previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por
artigos. (Redação dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954), § 7o A atualização dos créditos
decorrentes de condenação judicial ser á feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada
pelo Banco Central do Brasil, conforme a L ei no 8.177, de 1o de março de 1991.
(Incluído pela L ei nº 13.467, de 2017);

e) Honorários advocatícios, em valor estimado e não vinculante de R$


4.801,92;

DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Requer ainda à Vossa Excelência:

a) A julgar totalmente procedentes os pedidos;


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b) Provar o alegado, por todos os meios de prova em direito


admitidos, tais como: requisições de informações, oitivas de testemunhas, juntada de
documentos, perícias, bem como, especialmente o depoimento pessoal do Requerido;

c) A concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, eis


que a Reclamante é pessoa pobre na acepção jurídica do termo, de sorte a não poder
arcar com as custas e demais despesas decorrentes do processo sem prejuízo do sustento
próprio e de seus familiares, fazendo, assim, jus aos benefícios da Lei nº 1.060/50;

d) Liquidação por cálculos na fase processual oportuna prevista em


lei (Art. 879 da CLT).

e) Atribui-se à presente causa, o valor de R$ 46.820,29 (quarenta e


seis mil reais e oitocentos e vinte reais e vinte e nove centavos), “pro forma”, em
valores estimados e sem efeito vinculante, exclusivamente para fins de definição do rito
processual ordinário.

Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

Londrina, 09 de setembro de 2022.

MAX DOUGLAS DE OLIVEIRA ALMEIDA


OAB/PR 108.813

VICTOR GABRIEL DELFINI


OAB/PR 95.2913

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