Você está na página 1de 12

Rua Tomaz Gonzaga, 802, conjunto 101

Lourdes, CEP 30.180-140


Belo Horizonte, MG
Tel 55 31 2516-3120
Fax 55 31 2516-3117

www.mndm.com.br

EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA 4ª VARA DO TRABALHO DA


COMARCA DE SÃO PAULO - SP

Processo nº: 0000706-67-2015.5.02.0004

BBENGE ENGENHARIA E DEMOLIÇÕES LTDA, já qualificada nos


autos do processo supra, AÇÃO TRABALHISTA que lhe move JOSÉ
ISNALDO PEREIRA DA PAZ, vem respeitosamente perante V. Exa., por seus
procuradores infra-assinados, apresentar sua DEFESA de acordo com os
fundamentos fáticos e jurídicos a seguir articulados:

1-DA SÍNTESE DOS FATOS

Aduziu o autor que fora contratado pela primeira reclamada, Desmontec


Demolições e Terraplanagem Ltda., iniciando seu contrato de trabalho em 01 de
fevereiro de 2008, exercendo a função de Operador de Perfuratriz, sendo que
teria prestado serviços para a 2ª Reclamada no período de janeiro de 2013 até
maio de 2014, e que também, prestou serviços para a 3ª reclamada, a R3 Ciclo
Gestão Resíduos Ltda, no período de setembro de 2014 até março de 2015
recebendo como último salário o valor de R$ 1.938,37.

Requereu a responsabilidade solidária das empresas constantes do polo


passivo.

Dispôs o obreiro que não recebia salários desde janeiro de 2015 e requereu
antecipação de tutela para liberação de alvarás que possibilitem o saque do
FGTS e Seguro Desemprego.

Alegou fazer jus ao depósito correto do FGTS, vez que este não fora pago
na integralidade ao longo do pacto laboral.

1/12
Rua Tomaz Gonzaga, 802, conjunto 101
Lourdes, CEP 30.180-140
Belo Horizonte, MG
Tel 55 31 2516-3120
Fax 55 31 2516-3117

www.mndm.com.br

Alegou fazer jus ao pagamento de horas extras e seus reflexos, vez que
laborava de segunda a sexta de 07:00 às 19:00 h e três domingos por mês no
horário de 07:00 as 16:00hs.

Alegou fazer jus ao adicional de insalubridade/periculosidade e seus


reflexos, vez que laborava em obras de terraplanagem e desmonte de rochas e
demolição, exposto a explosões de dinamite, massa expansiva, e ainda em
contato com produtos químicos, inflamáveis.

Requereu o pagamento de férias, 13º salário, Salários atrasados, PLR,


FGTS.

Ainda pediu a Rescisão Indireta do contrato de trabalho por alegar


sonegação de direitos trabalhistas pela 1ª Reclamada com o pagamento do aviso
prévio e demais verbas rescisórias.

Requereu pagamento da multa dos artigos 467 e 477 da CLT e o


pagamento da indenização substitutiva do seguro desemprego.

Por fim, pleiteou indenização por danos materiais tenho em vista que
precisou socorrer ao Poder Judiciário para solucionar a lide com a consequente
contratação de advogado particular.

I- DAS PRELIMINARES

I.1 – DA AUSÊNCIA DE LIQUIDAÇÃO INDIVIDUALIZADA DOS


PEDIDOS – APLICAÇÃO DO ARTIGO 840, PARÁGRAFO 1º DA CLT C/C
ARTIGO 14 DO NCPC - DO ARQUIVAMENTO DA DEMANDA

A presente inicial não atende os requisitos formais exigidos pela


legislação, especialmente a previsão contida no artigo 840, parágrafo 1º da CLT,
uma vez que os pedidos não foram liquidados contrariando a exigência
preceituada no parágrafo 1º do referido preceptivo legal (§ 1º  Sendo escrita, a
reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a
breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser
certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do
reclamante ou de seu representante).

Dessa forma, a liquidação dos pedidos da petição inicial é necessária,


principalmente em ações em que a Reclamada não foi citada, ou ainda, não

2/12
Rua Tomaz Gonzaga, 802, conjunto 101
Lourdes, CEP 30.180-140
Belo Horizonte, MG
Tel 55 31 2516-3120
Fax 55 31 2516-3117

www.mndm.com.br

apresentou defesa, pois que a relação processual triangular ainda não fora
formada. Sobre o tema cita-se Mauricio Godinho Delagado:

“Ausentes, contudo, os requisitos explicitados no parágrafo 1º do art. 840 da


CLT, em sua nova redação, o juiz deverá conferir ao autor prazo de 15 dias
para a correção da petição inicial, ao invés de, simplesmente, de imediato,
extinguir o processo (ou os pedidos, se a falha for apenas parcial), sem
resolução do mérito. É que deflui da regra inserta no art. 321 do CPC-15,
harmônico, a propósito, ao fixado nos arts. 4º, 6º e 317 do mesmo diploma
processual geral.”

Também, ressalta-se o contido no artigo 14 do NCPC que reforça a


necessidade da aplicação da norma processual contida do artigo 840, parágrafo
1º e 3º a presente ação:

Art. 14.  A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente


aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as
situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.

Vale observar que a liquidação individualizada de cada pretensão é


requisito legal da petição inicial, até mesmo para se aferir corretamente o
conteúdo econômico envolvido na causa e a adequação do rito processual
selecionado.

Diante do exposto, requer a V. Exa., seja decretado o arquivamento do


presente feito sem julgamento do mérito, conforme previsto no parágrafo 3º do
artigo 840, da CLT.

I.2 – DA INÉPCIA DA INICIAL – DA FALTA DE PEDIDO EM RELAÇÃO A


RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DAS RECLAMADAS

A 2ª Reclamada requer seja o feito extinto prematuramente no que diz


respeito ao pleiteado pelo Reclamante referente a responsabilidade
solidária/subsidiária da 2ª Reclamada, pois não há pedido específico com
relação a esse pleito.

Isso porque o tópico é inepto por ausência de pedido. Inteligência do


artigo 330, I, § 1º, inciso I, todos do NCPC.

Na inicial, o Reclamante apenas alega que prestou serviços em benefício


da 2ª Reclamada, sem provas e de forma aleatória, mas não apresenta pedido

3/12
Rua Tomaz Gonzaga, 802, conjunto 101
Lourdes, CEP 30.180-140
Belo Horizonte, MG
Tel 55 31 2516-3120
Fax 55 31 2516-3117

www.mndm.com.br

especifico, tendo a Reclamada que se defender de algo impreciso, incerto,


incabível ou mesmo inexistente.

Isto posto, por lhe faltar pedido, requer seja declarada a inépcia da inicial
neste ponto, com a extinção do feito sem julgamento do mérito.

I.3 - DA ILEGITIMIDADE PASSIVA DA BBENGE ENGENHARIA E


DEMOLIÇÕES LTDA

Aduz a 2ª Ré em preliminar, desconhecer a contratualidade proclamada


pelo demandante e, em vista disso, jamais ter sido seu empregador (Art. 3º, da
CLT), em razão do que impossível à permanência da 2ª Reclamada no pólo
passivo da presente relação processual, vez que inexistente qualquer vínculo
jurídico entre as partes, e muito menos de relação de emprego.

O processo, com relação à BBenge Engenharia e Demolições Ltda, ora


Contestante, deverá ser julgado extinto, nos termos do artigo 485, inciso VI, do
Novo Código de Processo Civil, por ser parte manifestamente ilegítima para ser
posicionada no pólo passivo da demanda.

As reclamadas não são pessoas jurídicas do mesmo grupo econômico


geridas pela mesma família, como fora levianamente afirmado pelo o autor.

Ora, para se configurar grupo econômico, é necessário que haja


interligação entre as empresas, ou seja, tem de haver controle e/ou
administração comum, laços de direção ou coordenação em face das atividades,
o que indiscutivelmente, não ocorrera na demanda em tela.

A empresa contestante jamais foi empregadora do reclamante. E se este


último não manteve vínculo de emprego com a contestante, não poderá
postular as verbas e demais direitos pleiteados na peça inicial.

O que pode ter ocorrido, é que as reclamadas devem ter laborado


conjuntamente em uma mesma obra, o que pode ter levado o obreiro a se
confundir e entender que possa ter laborado concomitantemente para estas
empresas citadas na exordial.

Neste sentido, na remota hipótese de procedência de quaisquer dos


pedidos veiculados na exordial, o que se admite por hipótese, a pessoa jurídica
indicada a suportar os efeitos decorrentes de eventual sentença condenatória

4/12
Rua Tomaz Gonzaga, 802, conjunto 101
Lourdes, CEP 30.180-140
Belo Horizonte, MG
Tel 55 31 2516-3120
Fax 55 31 2516-3117

www.mndm.com.br

não é a 2ª Reclamada, face a inexistência de relação jurídica com a obreira e com


sua antiga empregadora (1ª Reclamada)

Indiscutivelmente, as reclamadas são empresas distintas, de


personalidade jurídica própria e autônomas, inexistindo entre elas qualquer
responsabilidade, até mesmo de natureza solidária, além de incidências fiscais,
previdenciárias e vínculo empregatício, o que será devidamente comprovado
em momento oportuno.

Desta forma, nos precisos termos do artigo 485, inciso VI, do Novo
Código de Processo Civil, impõe-se a extinção do processo por não concorrer
qualquer das condições da ação, não só a da legitimidade de parte, como
também, a da possibilidade jurídica e do interesse processual, posto se discutir
matéria totalmente estranha a esta Contestante, que jamais manteve qualquer
contrato de trabalho com o reclamante.

II- DA PREJUDICIAL DE MÉRITO

Por força do disposto no artigo 7º, inciso XXIX da CF/88, a Reclamada


requer sejam declarados prescritos todos os direitos pleiteados pela Reclamante
anteriores a 10/04/2010 – prescrição quinquenal, tendo em vista que a presente
demanda somente foi ajuizada em 10/04/2015, inclusive no que toca às
cobranças de FGTS, em conformidade com a decisão proferida pelo STF no
precedente ARExt 709.212/DF, com repercussão geral reconhecida, cujo prazo
prescricional reconhecido neste particular foi aquele previsto no artigo 7º, inciso
XIX da CF/88, ou seja, também de 05 (cinco) anos.

III- DO MÉRITO

III.1-DA INEXISTÊNCIA DOS REQUISITOS CARACTERIZADORES DO


VÍNCULO EMPREGATÍCIO

Como fora salientado supra, o autor jamais laborou para esta contestante.

Inexistiu no caso em tela, os requisitos formadores do vínculo


empregatício, quais sejam, a subordinação, a pessoalidade, a continuidade, e
onerosidade. Senão vejamos:

Inexistiu a pessoalidade, pois o obreiro não assumiu qualquer realização


de serviços intransferíveis para está contestante. Ou seja, o autor não assumiu

5/12
Rua Tomaz Gonzaga, 802, conjunto 101
Lourdes, CEP 30.180-140
Belo Horizonte, MG
Tel 55 31 2516-3120
Fax 55 31 2516-3117

www.mndm.com.br

qualquer compromisso inadiável ao qual não pode comparecer por não ter
como mandar outra pessoa em seu lugar para o trabalho.

Inexistiu a subordinação, pois o autor não esteve submisso às diretrizes


desta contestante, que jamais determinou o lugar, a forma, o modo e o tempo -
dia e ora - da execução da sua atividade.

Inexistiu a continuidade, pois não houve a continuidade na prestação de


serviço, não houve uma regularidade no desenvolvimento da atividade do
obreiro em benefício desta contestante.

Inexistiu a onerosidade, vez que não houve a contraprestação devida ao


obreiro pelos serviços prestados em um determinado período.

DESTARTE, não se vê, elementos que caracterizam os pressupostos


necessários a evidenciar uma relação de emprego, conforme reza o preceito do
art. 3º, Consolidado.

Assim, face ao alegado supra, torna-se improcedente todos os pleitos do


autor com fundamento em contrato empregatício, lançando por terra cada um
dos pleitos que abaixo são combatidos:

- Da Jornada de Trabalho - Do pedido de horas extras

Não há que se falar em pagamento de horas extras, quando que em razão


da ausência do vínculo empregatício, inexistira controle de jornada pela a
reclamada. Não há que se acatar tal pedido. Improcede.

-Do adicional de insalubridade/periculosidade

Não há que se falar em pagamento de adicional de


insalubridade/periculosidade, se inexistira o vínculo empregatício entre o autor
e esta contestante que justifique pagamento deste benefício. Não há que se
acatar tal pedido. Improcede.

6/12
Rua Tomaz Gonzaga, 802, conjunto 101
Lourdes, CEP 30.180-140
Belo Horizonte, MG
Tel 55 31 2516-3120
Fax 55 31 2516-3117

www.mndm.com.br

- Do aviso prévio – Dos salários atrasados - Do 13º Salário - Das férias


vencidas e proporcionais + 1/3, FGTS+40% - Da PLR.

Reconhecidamente estas parcelas são exclusivas para aqueles empregados


que foram contratados nos ditames da CLT, o que não se observa no caso em
questão, entre o autor e a contestante. Descabe.

-TRCT, CD/SD e Fornecimento de guias para saque do FGTS mais 40%

Reconhecidamente a entrega de guias TRCT, CD/SD, Chave de


Conectividade Social são para empregados que foram contratados nos ditames
da CLT, o que não se observa no caso em questão, entre o autor e a contestante.
Descabe.

- Da Rescisão Indireta - Do Aviso Prévio Proporcional – Das Verbas


Rescisórias – Das Multas dos Artigos 467 e 477 da CLT – Do Seguro
Desemprego

Não há que se falar em rescisão indireta do contrato de trabalho e de seus


consectários legais face a inexistência do vínculo empregatício com a 2ª
Reclamada, tendo em vista que não fora responsável por eventuais direitos
violados do obreiro ou atraso do pagamento de salários aos quais cabe apenas a
1ª Reclamada, bem como dos compromissos financeiros do reclamante. Não há
que se acatar tais pedidos de rescisão indireta e subsequentes que decorrem da
ruptura do vínculo empregatício decorrentes dessa modalidade de dispensa.
Descabe, também, qualquer tipo de penalidade no caso em tela em decorrência
da inexistência de vínculo empregatício entre as partes litigantes. Improcede.

- Dos pedidos de indenização por danos materiais decorrentes da contratação


de advogado particular

Não há que se falar em pagamento de indenização por danos materiais, se


a 2ª Reclamada face a inexistência do vínculo empregatício, não fora
responsável pelos alegados prejuízos tidos pelo Reclamante.

A pretensão obreira improcede, visto que nos termos das Súmulas 329 e
219, I, ambas do TST, na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento dos
honorários advocatícios não decorrem pura e simplesmente da sucumbência,
devendo o Reclamante estar assistido por sindicato da categoria profissional e
comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou

7/12
Rua Tomaz Gonzaga, 802, conjunto 101
Lourdes, CEP 30.180-140
Belo Horizonte, MG
Tel 55 31 2516-3120
Fax 55 31 2516-3117

www.mndm.com.br

encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem


prejuízo do próprio ou de sua família, o que não é o caso em tela.

Portanto, requer a improcedência do pedido.

III.2 - DA RESPONSABILIDADE DE TERCEIRO GRAU – DA LIMITAÇÃO


DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA AO PERÍODO DE EFETIVA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Não obstante todos os fundamentos retro, caso esse MM. Juiz entenda
pela responsabilidade subsidiária do 2º Réu no tocante ao pagamento de
qualquer parcela decorrente da presente demanda, requer seja declarada sua
RESPONSABILIDADE DE TERCEIRO GRAU, determinando-se a
observância do benefício de ordem inerente à responsabilidade subsidiária do
tomador de serviços, de modo que eventual processo executivo apenas seja
direcionado ao 2º Reclamado, esgotadas todas as possibilidades de recebimento
do eventual crédito trabalhista da devedora principal (1ª Ré) e/ou de seus
sócios.

                             A jurisprudência acolhe a tese da responsabilidade de terceiro


grau do tomador de serviços, conforme julgados abaixo:

“AGRAVO DE PETIÇAO. ESTADO DO ACRE. RESPONSÁVEL


SUBSIDIÁRIO. EXECUÇAO DE BENS DO DEVEDOR PRINCIPAL E
DE SEUS SÓCIOS. BENEFÍCIO DE ORDEM. De acordo com os
precedentes deste Regional, no caso de responsabilidade subsidiária é
mister que haja primeiramente o exaurimento de tentativa de se
excutir os bens do devedor principal, e inclusive dos seus sócios, para
só depois, em sendo frustadas as tentativas levadas a termo, ser redirecionada
a execução em desfavor do responsável subsidiário, por força do benefício de
ordem. Agravo conhecido e provido”. (TRT-14 - AP: 4 RO 0000004, Relator:
DESEMBARGADORA ELANA CARDOSO LOPES, Data de Julgamento:
29/03/2010, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DETRT14 n.059, de
05/04/2010).

“RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA TOMADORA EM


TERCEIRIZAÇÃO. BENEFÍCIO DE ORDEM. NECESSIDADE DE
ESGOTAMENTO DOS BENS DA DEVEDORA PRINCIPAL E DE
SEUS SÓCIOS. O benefício de ordem estabelece que a empresa
tomadora de serviços terceirizados responderá pela execução apenas
quando não localizados bens da devedora principal, ou de seus

8/12
Rua Tomaz Gonzaga, 802, conjunto 101
Lourdes, CEP 30.180-140
Belo Horizonte, MG
Tel 55 31 2516-3120
Fax 55 31 2516-3117

www.mndm.com.br

sócios, suficientes para garantir a execução trabalhista. Agravo de


petição a que se dá provimento”. (TRT-2 - AP: 00515009320085020471 SP
00515009320085020471 A20, Relator: REGINA VASCONCELOS, Data de
Julgamento: 04/02/2014, 6ª TURMA, Data de Publicação: 13/02/2014).

                 Desta forma, requer a 2ª Reclamada ora contestante, por extrema


cautela, caso decorra alguma condenação dos presentes autos, sejam afetados,
primeiramente, os bens e patrimônio da 1ª Reclamada e de seus sócios, como
decorrência lógica do instituto do benefício de ordem.

                           Requer também seja determinada a LIMITAÇÃO DA


RESPONSABILIDADE AO PERÍODO DE EFETIVA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS, conforme ônus da prova a ser produzido pelo Autor, de modo que
a eventual condenação aplicada ao 2º Reclamado seja proporcional e limitada às
verbas trabalhistas inerentes ao período em que a obreira efetivamente prestou
serviços em favor do Condomínio ora Contestante.

- Da Justiça Gratuita

O presente pedido deve ser indeferido, posto que não atendidos os


requisitos legais pertinentes, uma vez que o Autor não comprovou seu estado
de hipossuficiência, conforme exigência do artigo 790, § 4º da CLT, na redação
dada pela Lei 13.456/17, sendo certo que a mera declaração não atende aos
novos pressupostos para concessão do benefício, dada a nova redação do § 3º do
artigo 790 da CLT:

“O benefício da Justiça Gratuita somente será concedido àqueles que


perceberem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios
do RGPS, sendo que “o benefício da justiça gratuita será concedido à parte
que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do
processo” – nova redação dada aos §§ 3º e 4º do artigo 790, da CLT;”

Portanto, deve ser indeferida a Gratuidade da Justiça ao Reclamante visto


que não comprovou os requisitos para concessão desse benefício conforme
artigo 790, parágrafos 3º e 4º da CLT.

IV - DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não obstante todos os fundamentos jurídicos ventilados no bojo desta


peça de defesa, caso esse MM. Juiz condene a empresa ao pagamento de alguma

9/12
Rua Tomaz Gonzaga, 802, conjunto 101
Lourdes, CEP 30.180-140
Belo Horizonte, MG
Tel 55 31 2516-3120
Fax 55 31 2516-3117

www.mndm.com.br

parcela, o que somente por hipótese se admite, o julgado deverá observar os


seguintes requerimentos ora formulados:

a) o dever da fundamentação exaustiva, nos moldes definidos no artigo 489 do


NCPC, plenamente aplicável à espécie por força do artigo 769/CLT, artigo
15/NCPC e artigo 3º, inciso IX da Instrução Normativa 39/TST;

b) dedução e compensação dos valores pagos relativos aos títulos pleiteados –


artigo 767, da CLT;

c) limitação de eventual condenação ao objeto dos pedidos e dos respectivos


valores pleiteados, por força do princípio da congruência, ou adstrição, e do
disposto nos artigos 141 e 492, ambos do Novo CPC;

d) a fixação de multa diária no cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,


deve ser precedida de expressa intimação específica da Ré para este fim e deve
ser limitada, sob pena de caracterizar obrigação perpétua;

e) não incidir FGTS em eventuais férias indenizadas – Orientação


Jurisprudencial nº 195, da SDI-1, do C. TST;

f) exclusão dos dias não trabalhados, como faltas, licenças, etc;

g) exclusão das parcelas não integrativas do salário;

h) juros de mora, a contar do ajuizamento (TST, Súmula 100);

i) correção monetária, nos moldes da Súmula 381/TST;

j) contribuições previdenciárias e fiscais, conforme diretrizes preconizadas na


Súmula 368, I e II, do TST;

k) incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar contribuições


previdenciárias devidas a terceiros e ao SAT;

l) observância dos prazos de vigência dos eventuais instrumentos coletivos que


servirem de substrato para apuração de direitos convencionais;

m) prescrição bienal e quinquenal;

10/12
Rua Tomaz Gonzaga, 802, conjunto 101
Lourdes, CEP 30.180-140
Belo Horizonte, MG
Tel 55 31 2516-3120
Fax 55 31 2516-3117

www.mndm.com.br

n) prescrição das parcelas acessórias em face dos principais, nos termos


autorizados pela Súmula 206/TST;

o) a evolução salarial do obreiro;

p) a observância da Súmula 439/TST: "DANOS MORAIS. JUROS DE MORA E


ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. Nas condenações por dano
moral, a atualização monetária é devida a partir da data da decisão de
arbitramento ou de alteração do valor. Os juros incidem desde o ajuizamento da
ação, nos termos do art. 883 da CLT";

q) os subscritores da presente declaram a autenticidade dos documentos


juntados com a defesa, nos termos do art. 830, da CLT.

V. DA LEI 13.467, DE 13 DE JULHO DE 2017 - DA REFORMA


TRABALHISTA

Considerando o disposto na Lei 13.467, de 13/07/2017, intitulada


Reforma Trabalhista, a Reclamada requer seja observado e determinado no r.
julgado os seguintes pontos:

a) o benefício da Justiça Gratuita somente será concedido àqueles que


perceberem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos
benefícios do RGPS, sendo que "o benefício da justiça gratuita será
concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o
pagamento das custas do processo" - nova redação dada aos §§ 3º e 4º do
artigo 790 da CLT;

b) a previsão de honorários de sucumbência, fixados entre 5% a 15% do


valor que resultar da liquidação de sentença ou do proveito econômico da
ação, sendo que "na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará
honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os
honorários" e que mesmo o beneficiário da justiça gratuita, arcará com tal
despesa, com o eventual crédito obtido no processo ou em outra demanda
- nova redação dada ao artigo 791- A, caput e §§ 2º, 3º e 4º da CLT;

c) súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo TST e


pelos TRTs não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar
obrigações que não estejam previstas em lei, nos termos do artigo 8º, § 2º
da CLT, nova redação dada pela Lei 13.467/17.

11/12
Rua Tomaz Gonzaga, 802, conjunto 101
Lourdes, CEP 30.180-140
Belo Horizonte, MG
Tel 55 31 2516-3120
Fax 55 31 2516-3117

www.mndm.com.br

VI – CONCLUSÃO

Diante do exposto, requer sejam acolhidas as preliminares e prejudicial


eriçadas e que, no mérito, se a este se chegar, sejam julgados improcedentes
todos os pedidos formulados na peça de ingresso, com a condenação do
Reclamante ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como
honorários advocatícios em favor dos patronos da parte contrária.

Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos, em especial depoimento pessoal da Reclamante, o que se requer
desde já, sob pena de confissão, testemunhas, documentos, pericial e outros que
se fizerem necessários.

Por fim, na forma da Súmula 427/TST, sob pena de nulidade processual,


requer o cadastramento do advogado Conrado Di Mambro Oliveira, OAB/MG
84.291, nos registros dos autos eletrônicos, para fins de publicação/intimação de
atos processuais.

Nestes termos pede juntada e deferimento.

Belo Horizonte, 18 de fevereiro de 2019.

Conrado Di Mambro Oliveira


OAB/MG 84.291

12/12

Você também pode gostar