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Avenida do Contorno, 8.

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EXMO. SR. JUIZ DO TRABALHO DA 6ª VARA DO TRABALHO DE


CONTAGEM/MG
 

Processo 0010104-74.2019.5.03.0164

              ITAÚ PRODUTOS E SERVIÇOS PARA OS PÉS LTDA - EPP, pessoa
jurídica de direito provado, inscrita no CNPJ sob o nº. 26.135.620/0001-21, Insc.
Est. 002828144.00-40, sediada na Av. Geral David Sarnoff, nº 5160, Loja 61,
bairro Cidade Industrial, Contagem – MG, CEP 32.210-110, nos autos da
Reclamatória Trabalhista movida por  MAXIMILIANA FERNANDA ALVES,
inscrita no CPF 650.209.876-20, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., por
seus procuradores abaixo assinados, apresentar sua DEFESA, nos seguintes
termos:

I) PRELIMINAR
I.1) TUTELA ANTECIPADA

Preliminarmente, a reclamante requer a expedição de alvará para


liberação dos valores a título de FGTS depositados emissão de guias CD/SD
para percepção do seguro desemprego. Todavia, a reclamação não procede,
conforme restará demonstrado nesta defesa e no curso da lide.

A reclamante busca a solução definitiva da demanda, o que é


inadmissível, quando se trata de pedido de antecipação de tutela, eis que a
mesma não tem caráter satisfativo.

Veja-se, que a satisfação da pretensão mediante a antecipação de tutela


implica na solução efetiva da lide, ou seja, pretende a reclamante o concessão
para liberação dos valores a título de FGTS depositados e requerimento de
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benefício do seguro desemprego, sem provar coisa alguma, sem demonstrar o


seu direito de forma efetiva, sendo que o deferimento de tal medida importa na
concessão integral de sua pretensão.

Ademais, os argumentos e o conjunto probatório apresentados pela ex-


empregada são insuficientes para o deslinde do feito, senão vejamos:

Para que seja concedida a tutela antecipada, o julgador deve verificar não só a
presença de PROVA INEQUÍVOCA, QUE FORME O SEU
CONVENCIMENTO, mas também a existência de risco de dano irreparável
ou de difícil reparação, além do ABUSO DE DIREITO OU O MANIFESTO
PROPÓSITO PROTELATÓRIO DO RÉU. "In casu", não se encontram
presentes os requisitos alencados pelo artigo 273 do CPC.

Ante exposto, improcede o pleito de antecipação da tutela, visando a


concessão para liberação dos valores a título de FGTS depositados e
requerimento de benefício do seguro desemprego, porque os requisitos legais
não estão presentes.

II) DO MÉRITO
1) DO CONTRATO DE TRABALHO

É certo que a Reclamante foi contratada pela Reclamada para laborar na


função de Podóloga Treinee, com data de admissão de 08/02/2018, percebendo
salário no importe de R$1.572,00, garantia mínima da CCT, mais comissões no
percentual devido, tudo conforme documentação inclusa.

A Reclamante informou erroneamente que recebia remuneração


composta de salário mais comissões, sendo ultimo salário base no valor de R$
1.746,66. Ocorre que pode ser comprovado nos contracheques apresentados o
valor real do salário da Reclamante era de R$ 1.572,00, e acrescido de demais
benefícios recebidos que integraram as demais verbas trabalhistas.

Por tanto, o valor informado pela Obreira não corresponde a remuneração


do mês de dezembro de 2018, sendo valor correto para base de cálculo das
verbas de “R$1.572,00”.

É certo ainda que a Reclamante foi, em 14/01/2019, dispensada, sem justa


causa, mediante aviso prévio indenizado, ficando impugnadas as alegações
veiculadas em sentido contrário, todas as assertivas divergentes lançadas pela
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autora acerca do contrato de trabalho devendo o mesmo fazer prova de suas


alegações nos moldes dos artigos 818 da CLT e 373, I do CPC.

Eis o breve relato dos fatos.

2). DAS VERBAS RESCISÓRIAS, GUIAS TRCT, GUIA CD/SD, AVISO


PRÉVIO, SALDO SALÁRIO, FÉRIAS INTEGRAIS, 13º SALÁRIO, FGTS +
MULTA 40% E BAIXA NA CTPS

Alega a Reclamante que foi dispensada imotivadamente em 14/01/2019


e que não recebeu acerto rescisório. O rompimento do contrato de trabalho é
fato incontroverso na presente demanda.

Contudo, os valores pleiteados pela Obreira não coadunam com a média


das parcelas salariais para fins de pagamento de créditos rescisórios. Os
seguintes critérios é que devem ser observados para pagamento das parcelas
trabalhistas da Obreira:

Para o 13º salário de 2019, somente será devido (aviso prévio), devendo
quando do cálculo observar as faltas cometidas e o disposto no Art. 130 da CLT.

Não há que se falar em férias integrais vencidas + 1/3, conforme


verificado no feito, a Reclamante foi admitida em 08/02/2018 e dispensada em
14/01/2019, sendo devida somente será o pagamento 11/12 avos de férias,
devendo ser pagas de forma proporcional.

O aviso prévio indenizado, deverá observar os argumentos retro,


acrescentando apenas que a projeção do aviso prévio irá acrescê-los de mais
1/12 avo, ficando impugnada a quantidade de créditos pretendidos na petição
inicial.

A baixa na CTPS é mero corolário do rompimento do contrato de


trabalho, que deve somente ser deferido para constar a data de 14/01/2019. A
projeção do aviso prévio não pode repercutir na baixa da CTPS, pois a OJ é
mero entendimento jurisprudencial que não altera o rompimento do contrato de
trabalho.

Na eventualidade de o Juízo de deferir créditos a Reclamante, deve-se


observar os seguintes critérios para pagamento das parcelas trabalhistas:
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O FGTS foi devidamente recolhido como comprova o extrato fundiário


anexo. Garante a Reclamada a integralidade dos recolhimentos fundiários nos
valores alusivos aos recibos de pagamento inclusos.
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Assim, NÃO é devido a Reclamante as parcelas descritas na peça de


ingresso e sim a base de cálculo descrito no TRCT ora juntado em anexo, pelo
que improcedem os pedidos de férias integrais +1/3, 13º salário, FGTS mês da
rescisão (reflexos), multa de 40% sobre o FGTS e saldo de salário conforme
descrito na inicial.

3) DA MULTA PREVISTA NO ART. 477 DA CLT

Não é aplicável a multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT. Ainda que


sejam devidas diferenças de parcelas laborais ao Reclamante pleiteadas nesta
ação, a multa requerida não o é, tendo em vista que não houve atraso no
pagamento das verbas rescisórias incontroversas. Nessa corrente, já se
manifestou o C. TST, verbis:

“MULTA DO ART. 477 DA CLT. PAGAMENTO DE


DIFERENÇAS DE VERBAS RESCI-SÓRIAS. Em casos como o
presente, de complementação 'reflexa' das verbas rescisórias
oportunamente satisfeitas, a penalidade é incabível. Em se tratando de
norma sancionadora, a interpretação é sempre restritiva, para se evitar ir
além da intenção do legislador que, na espécie, é clara, vez que o § 6º do
art. 477 consolidado refere-se, expressamente, a 'parcelas constantes do
instrumento de rescisão ou recibo de quitação', não se podendo alegar a
abrangência do preceito para envolver valores devidos 'ex judicis'.” (TST
RR 388224/97.2, Rel. Juiz Convocado Horácio Raymundo de Senna
Pires, publicado no DJU de 23.8.2002).

Se não bastasse, havendo controvérsia sobre as verbas resilitórias, torna-


se inaplicável a multa prevista no Art. 477 da CLT. Corroborando com as
assertivas da Reclamada é a jurisprudência adiante transcrita:
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MULTA DO ART. 477 DA CLT. NÃO INCIDÊNCIA. FUNDADA


CONTROVÉRSIA. OJ 351 DA SDI-I/TST. A teor da OJ nº. 351, do TST,
a multa do art. 477 da CLT é indevida no caso de haver fundada controvérsia
acerca dos motivos ensejadores de sal aplicação. A dispensa por justa causa,
ainda que revertida em sede judicial, enquadra-se na excludente prevista na
mencionada Orientação Jurisprudencial. (TRT 3ª Região, processo nº.
0077.2007.029.03.00.0, Pub. 12/12/2007, 1ª Turma, Recorrentes Indústria
Farinha Real Ltda. e outra, Leandro da Silva Teixeira, Juiz Relator Adriana
Goulart de Sena; Juiz Revisor Deoclecia Amorelli Dias)

EMENTA: MULTA RESCISÓRIA - A multa mencionada no art. 477, §


8º, da CLT, aplica-se, tão somente, em caso de atraso do pagamento das
parcelas rescisórias, não se estendendo a situações outras como a existência
de diferenças salariais não atendidas pelo empregador. Ref.: En. 254/TST
(TRT 3ª Região, processo número RO -14711/93, Data de Publicação: 03-12-
1993, Órgão Julgador: Segunda Turma, Relator: José Murilo de Morais).

Indevida, pois, a multa do art. 477 da CLT.

Ad argumentandum tantum, se acaso V. Exa. vier a reconhecer o direito do


Reclamante à multa do art. 477 da CLT, a Reclamada roga que seja observado,
para cálculo da mesma, o valor de um salário contratual da Reclamante
(R$1.572,00), sem quaisquer acréscimos, conforme determinação legal.

4). DA MULTA PREVISTA NOS ARTS. 467 DA CLT

Não é aplicável a multa prevista no art. 467 da CLT, pois há controvérsia


jurídica suficiente sobre as parcelas pleiteadas pela Reclamante nesta demanda.
Não existe mora no pagamento das parcelas rescisórias incontroversas e,
portanto, indevida é a multa prevista no Art. 467, da CLT, pedido da peça de
ingresso.

5) APLICAÇÃO DO INDICE IPCA-E

A diretriz contida no r. decisório singular fere texto expresso de lei,


mormente o artigo 879, § 7º da CLT, “in verbis”:

“Art. 879/CLT (...)


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§ 7º   A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita


pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil,
conforme a Lei no 8.177, de 1º  de março de 1991.”

Inclusive, dando ênfase aos princípios da efetividade processual e


segurança jurídica, a E. Nona Turma deste E. TRT da 3ª Região, no julgamento
do RO 0010437-84.2016.5.03.0017, reconhece a TR como o índice legal para
correção do crédito trabalhista:

“CORREÇÃO MONETÁRIA. TRD X IPCA-E. A questão ainda pende de


pacificação. Até lá, a conduta mais adequada, à luz dos princípios da
efetividade processual e segurança jurídica, é determinar a aplicação da TRD
como índice de correção monetária tal como previsto no art. 39 da Lei nº
8.177/91, já que a Lei, goste-se ou não dela, todo mundo é obrigado a
cumprir, enquanto, por exemplo, Súmulas só as vinculantes do STF.” (TRT
3ª R.; RO 0010437- 84.2016.5.03.0017; Rel. Des. Ricardo Marcelo Silva;
DJEMG 04/05/2018).

Ante o exposto, requer a Reclamada seja determinada, única e


exclusivamente, a incidência da TR, como manda a lei (artigo 879, § 7º da CLT).

6). DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBENCIA

A Lei 13.467/17 que alterou a CLT, prevê o pagamento de honorário


sucumbencial, na proporção mínima de 5% e máxima de 15% sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (Art. 791-A da CLT) , o
que desde já requer.

Ainda em relação aos honorários de sucumbência, a lei prevê que mesmo


a parte beneficiária da justiça gratuita, responderá por honorários, a não ser que
não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de
suportar a despesa.

Assumindo a Reclamante o ônus de contratar advogado particular, com


fixação de honorários e sem qualquer participação da Reclamada, e em
detrimento da assistência judiciária gratuita que possui de seu sindicato
representante ou do próprio Estado enseja atrai para si todo o ônus decorrente
de sua atitude, inclusive aqueles decorrentes da sucumbência. A Reclamada não
pode ser responsabilizada a pagar advogado livremente contratado pelo
Reclamante.
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Improcede ao pedido “17” da petição inicial. Impugna-se o percentual de


15%, pois nem quando ocorre condenação de honorários na Justiça do Trabalho
o valor excede o limite de 10%. Por fim, nos casos de procedência parcial, existe
a previsão de honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação
entre os honorários.

7). DO IMPOSTO DE RENDA

Requer ainda, a demandada a retenção do Imposto de Renda na fonte, se


for o caso na presente ação, por força do disposto no art. 46, da Lei 8541/92.

III) DA IMPUGNAÇÃO DAS VERBAS PLEITEADAS

Todos os pedidos formulados pela Reclamante deverão ser rejeitados na


íntegra, ficando expressamente impugnados, nos seguintes termos:

- 5 e 5.1. a antecipação da tutela, com a emissão de Alvará para que o Ministério do


Trabalho e Emprego se digne a habilitar a Reclamante no seguro-desemprego, e a
emissão de Alvará para que a Caixa Econômica Federal local se digne a liberar ao
Reclamante o valor que estiver depositado na conta vinculada, sob pena de multa diária;

Improcedente os pedidos, pois os requisitos legais não estão presentes, e,


mesmo que estivessem presentes, a satisfação da pretensão da Obreira mediante
a antecipação de tutela implica na solução efetiva da lide, o que é indevido.

- 6. o recebimento do valor do aviso prévio indenizado, com reflexos em todas as verbas


de direito (v.g.: 1/3 sobre férias proporcionais, gozadas, ou recebidas indenizadamente,
13º salário proporcional e recebidos ou vencidos, aviso prévio, FGTS, multa de 40% e
INSS);

Indevidos e improcedentes os pedidos, ficando impugnados os valores


dados na inicial a cada pretensão.

- 7. 20 dia(s) de saldo de salário, referente ao mês em que ocorreu a ruptura do contrato


de trabalho, com reflexos em FGTS e todas as verbas de direito, 8. 02/12 avos de 13º
salário, com reflexos em FGTS e todas as verbas de direito, 9. 1 férias integralis
referentes aos anos referidos alhures, acrescidas do terço constitucional, 12. FGTS com
40% com reflexos; 18. Seguro desemprego; 19. determinação das anotações de dispensa
na CTPS;
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Indevidos e improcedentes os pedidos, ficando impugnados os valores


dados na inicial a cada pretensão.

Quanto à pretensão formulada no item 12, relativa ao FGTS com 40%,


caso seja deferida, ainda que parcialmente, o que se admite por hipótese, requer
seja determinada a observância da Recomendação CR/VRR/02/2016 do E. TRT
da 3ª Região.

- 10. Indenização do artigo 477, 11. Multa artigo 467 da CLT;

Quanto à pretensão de condenação da empresa ao pagamento das multas


dos artigos 467 e 477 da CLT, a mesma deverá ser rejeitada, pois não se aplicam
à espécie, lembrando sempre que, por encerrarem penalidade, os referidos
dispositivos devem receber interpretação restritiva.

- 13. a incidência de juros legais moratórios;

A correção monetária deve ser apurada utilizando-se o índice do mês


subsequente ao da prestação do serviço, conforme tabela própria adotada nesta
Região, já que a mora somente se configura após o vencimento da obrigação,
nos termos do Precedente Jurisprudencial nº 124 da SDI/TST. Indevidos e
improcedentes os pedidos.

- 14. a incidência de correção monetária pelo índice IPCA-E;

Deve ser julgado improcedente referido pleito, uma vez que inaplicável o
índice vindicado pela Reclamante.
- 15. Expedição de ofícios a CEF, INSS, MTE, DRT, MPT e Receita;

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto carece de base legal a


pretensão ora formulada.

- 16. Imposto de Renda;

O recebimento das verbas deferidas sem qualquer desconto fiscal ou


previdenciário propiciará a Reclamante seu enriquecimento ilícito que,
certamente, o Poder Judiciário não poderá dar guarida, por esse motivo deverá
ser concedido à Reclamada o direito de descontar e recolher as contribuições
previdenciárias sobre as verbas deferidas ao Obreiro, atendendo ao disposto no
artigo 43, da Lei n.º 8.620/90 e artigo 46, da Lei n.º 8.541/92. Indevidos e
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improcedentes os pedidos.

- 17. honorários advocatícios de sucumbência, no percentual de 15%;

Honorários advocatícios são indevidos porquanto não preenchidos os


requisitos autorizadores para concessão deste favor legal, em conformidade
com as Súmulas 219 e 329 do C. TST. Indevidos e improcedentes os pedidos.

- 1, 2, 3,4. Benefício da Justiça Gratuita;

Incabível o deferimento dos benefícios da justiça gratuita, considerando


que não foram atendidos os requisitos das Leis 1060/50 e 5584/70.

IV) DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não obstante todos os fundamentos jurídicos ventilados no bojo desta


peça de defesa, caso esse MM. Juiz condene a Reclamada ao pagamento de
alguma parcela, o que somente por hipótese se admite, o julgado deverá
observar os seguintes requerimentos ora formulados:

a) o dever da fundamentação exaustiva, nos moldes definidos no artigo 489


do NCPC, plenamente aplicável à espécie por força do artigo 769/CLT,
artigo 15/NCPC e artigo 3º, inciso IX da Instrução Normativa 39/TST;

b) compensação dos valores pagos relativos aos títulos pleiteados – artigo


767, da CLT;

c) limitação de eventual condenação ao objeto dos pedidos e dos


respectivos valores pleiteados, por força do princípio da congruência, ou
adstrição, e do disposto nos artigos 141 e 492, ambos do Novo CPC;

d) exclusão dos dias não trabalhados, como faltas, licenças etc;

e) a evolução salarial da obreira;

f) não incidir FGTS em eventuais férias indenizadas – Orientação


Jurisprudencial nº 195, da SDI-1, do C. TST;

g) juros de mora, a contar do ajuizamento e correção monetária, nos moldes


da Súmula 381/TST;
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h) contribuições previdenciárias e fiscais, conforme diretrizes preconizadas


na Súmula 368, I e II, do TST;

i) prescrição bienal e quinquenal;

j) os subscritores da presente declaram a autenticidade dos documentos


juntados com a defesa, nos termos do art. 830, da CLT.

V) DA CONCESSÃO DE JUSTIÇA GRATUITA EM FAVOR DA


RECLAMADA – DO ENUNCIADO N. 4 DA I JORNADA SOBRE O NCPC
DA ESCOLA JUDICIAL DO TRT 18ª REGIÃO

É fato público e notório e, portanto, não depende de prova, nos termos do


artigo 374, I do NCPC, o estado de miserabilidade jurídica atual da pessoa
jurídica ora Reclamada que, inclusive, já encerrou suas atividades há meses,
mantendo-se inativa e sem operação.

Neste sentido, dada a garantia constitucional do acesso à Justiça (artigo 5º,


inciso XXXV, CF/88), bem como o disposto na novel legislação processual civil, a
empresa Ré requer lhe seja deferido o benefício da justiça gratuita para os fins
de desobrigá-la do recolhimento de quaisquer despesas processuais,
especialmente custas, depósitos recursais e outros ônus da sucumbência.

O presente requerimento encontra supedâneo no Enunciado 4, da I


Jornada sobre o NCPC, organizada pela Escola Judicial do TRT 18ª Região, “in
verbis”:

“Enunciado 4 - GRATUIDADE DE JUSTIÇA. DEPÓSITOS LEGAIS.


A concessão dos benefícios da gratuidade de Justiça, prevista no art.
98, § 1º, VIII do CPC, exonera o beneficiário da obrigação de recolher
o depósito recursal na interposição de seus recursos, propositura de
ação e para a prática de outros atos processuais inerentes ao
exercício da ampla defesa e do contraditório, exceto na execução tratada
pelo Art. 884, da CLT”. (grifou-se).

VI) CONCLUSÃO
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Diante do exposto, requer a Reclamada seja acolhida a preliminar e que,


no mérito, sejam julgados improcedentes todos os pedidos formulados na peça
de ingresso, com a condenação da Reclamante aos ônus da sucumbência.

Ficam impugnados todos os documentos juntados à inicial, visto que


nada comprovam e sem declaração de autenticidade (art. 830 da CLT).

Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos, em especial depoimento pessoal da Reclamante, o que se requer
desde já, sob pena de confissão, testemunhas, documentos e outros que se
fizerem necessários.

Por fim, na forma da Súmula 427/TST, sob pena de nulidade processual,


requer o cadastramento do advogado Conrado Di Mambro Oliveira, OAB/MG
84.291, nos autos eletrônicos e nos registros do PJ-e, para fins de
publicação/intimação de atos processuais.

Nestes termos, pede juntada e deferimento.

Belo Horizonte, 26 de fevereiro de 2019.

Augusto de Carvalho Neves Conrado Di Mambro Oliveira


OAB/MG 90.529 OAB/MG 84.291

Juliene Oliveira Fernandes


OAB/MG 115.329

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