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Avenida do Contorno, 8.

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EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA 80ª VARA DO TRABALHO DA


COMARCA DE SÃO PAULO - SP

Processo nº: 1000431-62.2018.5.02.0080

BBENGE ENGENHARIA E DEMOLIÇÕES LTDA – 2ª Reclamada, nos


autos da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA proposta por WILSON BIGLIATTO,
vem, respeitosamente, perante V. Exa., por seus advogados in fine assinados,
apresentar sua DEFESA, nos seguintes termos:

Primeiramente, esclarece-se que a presente contestação e documentos são


protocolados sob sigilo, em obediência aos princípios do devido processo legal e
contraditório e em acatamento ao rito estabelecido no artigo 847 da CLT, que
estabelece ser a audiência o momento processual para a entrega e publicização da
defesa.

Ademais, a própria Resolução CSJT 185, de 24/03/2017, no artigo 22, § 4º,


prevê que "o PJe deve dispor de funcionalidade que mantenha oculta ao usuário externo
a contestação, reconvenção, exceção e documentos que as acompanham, até a realização da
proposta conciliatória infrutífera".

I- DAS PRELIMINARES

I.1 - DA ILEGITIMIDADE PASSIVA "AD CAUSAM" DA 2ª RECLAMADA

A 2º Reclamada é parte ilegítima para figurar no polo passivo da presente


demanda, devendo ser excluída da lide, nos termos do artigo 485, inciso VI do
NCPC, vez que inexistente qualquer relação de direito material entre ela e o
Reclamante.

Cléber Lúcio de Almeida leciona que "a legitimidade diz respeito à idoneidade
para propor ou contestar a ação e, citando Leonardo Pietro Castro, afirma que legitimação
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é "a faculdade de demandar (legitimação ativa) e a obrigação de suportar o ônus de ser


demandado (legitimação passiva)". (ALMEIDA, Cléber Lúcio de. Direito Processual
do Trabalho. 3ª ed., Belo Horizonte: Del Rey, 2009, p. 285/286).

Como relatado na exordial, o Reclamante sempre foi empregado da 1ª


Reclamada (DESMONTEC), não havendo qualquer relação jurídica entre o Autor
e a 2ª Reclamada, de modo que não se cogita, no caso dos autos, de eventual
responsabilidade solidária e/ou subsidiária entre as partes.

Logo, no caso vertente, se existirem eventuais responsabilidades - o que de


fato não existe -, com absoluta certeza não podem ser atribuídas a 2ª Reclamada,
pois não cabe a esta cumprir as obrigações decorrentes dos pedidos inaugurais,
dada a sua flagrante ilegitimidade passiva.
 
Diante do exposto, requer seja acolhida a preliminar arguida, declarando-se
a ilegitimidade passiva "ad causam" da 2ª Reclamada para responder aos termos
da presente ação, devendo o feito ser extinto, sem julgamento de mérito em
relação ao mesmo.

I.2 - DA INÉPCIA DA INICIAL – DOS PEDIDOS GENÉRICOS E NÃO


DELIMITADOS – DIFERENÇAS SALARIAIS - REFLEXOS

O Reclamante, no pedido 11.1 requerer “11.1. DIFERENÇAS SALARIAIS


DEVIDAS, com os acréscimos decorrentes do dissídio da categoria, com os reflexos
legais: R$ 170.161,33”. Entretanto, não há especificação da pretensão expressa no
requerimento, visto que o requerimento “com os reflexos legais” deve ser certo e
determinado sobre quais verbas pretende a incidência dos reflexos de modo a
permitir o combate específico da pretensão posta na peça de ingresso.

Evidenciado que da narração fática o pedido se apresenta incerto não


foram preenchidos os requisitos básicos constantes do artigo 840, da CLT, a
exordial está claramente eivada pela inépcia quanto ao pleito aqui elencado,
sendo que a imprecisão dos pleitos prejudica, inclusive, o direito da Reclamada
ao contraditório e à ampla defesa, em ofensa aos princípios basilares do
ordenamento jurídico brasileiro, expressos no artigo 5º, incisos LIV e LV, da Carta
Magna.

Portanto, indiscutivelmente, mostra-se inepta a inicial, face a formulação de


pedido genérico ou implícito, estando este MM. Juiz impedido de conhecer de
pretensão não veiculada expressamente.
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Isto posto, dado o evidente defeito formal na peça de ingresso, requer seja
acolhida a inépcia da inicial, a teor do art. 485, I, combinado com os artigos 485,
incisos IV, declarando-se a extinção do feito, sem resolução do mérito.

I.3 - DA INÉPCIA DA INICIAL – DOS PEDIDOS GENÉRICOS E NÃO


DELIMITADOS – VERBAS CONTRATUAIS E RESCISÓRIAS - REFLEXOS

Novamente o Reclamante, no pedido 11.2 requerer “11.2. VERBAS


CONTRATUAIS E RESCISÓRIAS, COM OS REFLEXOS NO FGTS COM MULTA
DE 40%: R$ 185.674,12”. Entretanto, não há especificação da pretensão expressa
no requerimento, visto que o requerimento “verbas contratuais e rescisórias com
os reflexos legais” deve ser certo e determinado sobre quais verbas pretende a
incidência dos reflexos de modo a permitir o combate específico da pretensão
posta na peça de ingresso.

Evidenciado que da narração fática o pedido se apresenta incerto não


foram preenchidos os requisitos básicos constantes do artigo 840, da CLT, a
exordial está claramente eivada pela inépcia quanto ao pleito aqui elencado,
sendo que a imprecisão dos pleitos prejudica, inclusive, o direito da Reclamada
ao contraditório e à ampla defesa, em ofensa aos princípios basilares do
ordenamento jurídico brasileiro, expressos no artigo 5º, incisos LIV e LV, da Carta
Magna.

Portanto, indiscutivelmente, mostra-se inepta a inicial, face a formulação de


pedido genérico ou implícito, estando este MM. Juiz impedido de conhecer de
pretensão não veiculada expressamente.

Isto posto, dado o evidente defeito formal na peça de ingresso, requer seja
acolhida a inépcia da inicial, a teor do art. 485, I, combinado com os artigos 485,
incisos IV, declarando-se a extinção do feito, sem resolução do mérito.

I.4 - DA INÉPCIA DA INICIAL – DA ANOTAÇÃO DA CTPS - PEDIDO


CONTRADITÓRIO

O Reclamante, na causa de pedir alega que laborou para a 1ª Reclamada


no período 06/01/2010 à 18/04/2016, e que apesar da baixa na CTPS continuou a
prestação de serviços até 06/01/2018, ocorre que no pedido de número “14” faz o
requerimento para que a baixa da CTPS se dê no período de 06/01/2010 à
01/12/2017, segue: “14. Que as reclamadas efetuem na CTPS, as anotações dos períodos
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de 06 de janeiro de 2010 a 01 de dezembro de 2017, em razão da rescisão indireta


do pacto laboral, por culpa exclusiva da empregadora.”

Evidenciado que da narração fática não decorre logicamente o pedido, não


foram preenchidos os requisitos básicos constantes do artigo 840, da CLT, a
exordial está claramente eivada pela inépcia quanto ao pleito aqui elencado,
sendo que a imprecisão dos pleitos prejudica, inclusive, o direito da Reclamada
ao contraditório e à ampla defesa, em ofensa aos princípios basilares do
ordenamento jurídico brasileiro, expressos no artigo 5º, incisos LIV e LV, da Carta
Magna.

Portanto, indiscutivelmente, mostra-se inepta a inicial, face a formulação de


pedido genérico ou implícito, estando este MM. Juiz impedido de conhecer de
pretensão não veiculada expressamente.

Isto posto, dado o evidente defeito formal na peça de ingresso, requer seja
acolhida a inépcia da inicial, a teor do art. 485, I, combinado com os artigos 485,
incisos IV, declarando-se a extinção do feito, sem resolução do mérito.

I.5. DOS DOCUMENTOS JUNTADOS COM INICIAL EM


DESCONFORMIDADE COM SISTEMA PJE

A Resolução nº 185/2017, editada pelo Conselho Superior da Justiça


Trabalho instituiu o Sistema Processo Judicial Eletrônico da Justiça do Trabalho,
que determina que os documentos devem estar em regularidade e de acordo com
os padrões discriminados.

Nos documentos juntados pelo Reclamante, poderá ser certificado pela


Secretaria da Vara, encontram-se em desconformidade com a determinação do
sistema Pje os documentos de nº ID. c0ad7ec - Pág. 2-4, que foram juntados de
forma "invertida", em (posição lateral), não observando a correta orientação
vertical para sua visualização.

A utilização indiscriminada de documentos invertidos e não


legíveis impede a execução de funcionalidades do PJe, especialmente a utilização
de marcadores na conversão do processo virtual para arquivo PDF.

Em vista do exposto, impõe a extinção do processo, nos termos


do artigos 485, incisos IV, ou na eventualidade de não acatada a decisão seja
determinada a imediata a exclusão dos documentos ID. c0ad7ec - Pág. 2-4,
juntados com a peça de ingresso.
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II. DA PREJUDICIAL DE MÉRITO

II.1. DA PRESCRIÇÃO BIENAL

O Reclamante, na sua peça de ingresso afirma que sua data de dispensa se


deu em 18/04/2016, conforme consta no ID. 40850fb - Pág. 5:

ID. 40850fb - Pág. 5

Portanto, neste caso, pode de ser verificada na presente ação a prescrição


trabalhista bienal, visto que disciplinada nos artigos 7°, XXIX, da Constituição
Federal de 1988 e 11, I, da CLT, combinados com a Súmula 308, I, do Tribunal
Superior do Trabalho – TST, estabelecendo o prazo de 2 (dois) anos após a
extinção do contrato de trabalho, para ajuizamento da reclamação trabalhista,
visto que o contrato de trabalho do Reclamante encerrou no dia 18/04/2016.

Tendo em vista que o contrato de trabalho teve fim em 18/04/2016,


conforme termo de quitação e rescisão de contrato acostados aos autos e a
presente ação somente foi distribuída em 19/04/2018 15:15 (Id. 40850fb). Desta
forma, a presente ação está indiscutivelmente prescrita, consoante previsto no art.
7º, XXIX da CF:

XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.

A projeção do aviso prévio constitui ficção jurídica que gera apenas direitos
de cunho pecuniário ao Autor, não se prestando a elastecer o cômputo do prazo
prescricional (art. 487, § 1º, da CLT). O trabalhador tem o prazo limite de até 2
(dois) anos após a extinção do contrato de trabalho para a propositura de ação
quanto à créditos resultantes de relações de trabalho, sendo que  o marco inicial
para contagem da prescrição bienal é a data da efetiva ruptura contratual, ou seja,
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o prazo prescricional iniciou-se no momento que cessou a prestação de serviços,


nos termos do art. 487, § 1º, da CLT.

Inclusive a Súmula nº 371 do C. TST dispõe que:

AVISO PRÉVIO INDENIZADO. EFEITOS. SUPERVENIÊNCIA DE


AUXÍLIO-DOENÇA NO CURSO DESTE. (Conversão das Orientações
Jurisprudenciais nos 40 e 135 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005). A projeção
do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso prévio indenizado, tem
efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou seja,
salários, reflexos e verbas rescisórias (grifos nossos). No caso de concessão de auxílio-
doença no curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os efeitos da dispensa
depois de expirado o benefício previdenciário (ex-OJs nos 40 e 135 - Inseridas
respectivamente em 28.11.1995 e 27.11.1998).

Distribuída a petição inicial em 19/04/2018, sabendo que em 18/04/2016 foi


avisado de sua demissão, tendo como prescrição total para reclamação de seus
créditos trabalhistas ocorridos em 18/04/2018, portanto, prescrita a presente ação.

Desta forma, necessária a extinção do presente feito, nos termos do art.


487, II do NCPC, autorizado pelo art. 769 da CLT.

II.2. DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL

Por força do disposto no artigo 7º, inciso XXIX da CF/88, a 2ª Reclamada


requer sejam declarados prescritos todos os direitos pleiteados pelo Reclamante
anteriores a 19/04 /2013 – prescrição quinquenal, tendo em vista que a presente
demanda somente foi ajuizada em 19/04/2018, inclusive no que toca às
cobranças de FGTS, em conformidade com a decisão proferida pelo STF no
precedente ARExt 709.212/DF, com repercussão geral reconhecida, cujo prazo
prescricional reconhecido neste particular foi aquele previsto no artigo 7º, inciso
XIX da CF/88, ou seja, também de 05 (cinco) anos, extinguindo-se o feito, com
resolução do mérito neste aspecto.

III - MÉRITO
III.1 – DA INEXISTENCIA E DA NÃO COMPROVAÇÃO DO GRUPO
ECONOMICO ENTRE AS RECLAMADAS / DA AUSÊNCIA DE RELAÇÃO
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LABORAL DO AUTOR COM 2ª RÉ - DA RESPONSABILIDADE


SOLIDÁRIA/SUBSIDIÁRIA

Ainda que ultrapassada as preliminares arguidas, a 2ª Reclamada salienta a


V. Exa., que desconhece e nunca teve qualquer relação laboral com o Autor.

Novamente, a 2º Reclamada ressalta a absoluta impertinência de sua


inclusão no polo passivo desta ação, requerendo sejam todos os pedidos julgados
improcedentes em relação a ora defendente.

Mister esclarecer que as Reclamadas, integrantes do pólo passivo não


formam grupo econômico, e não há direção ou subordinação de uma empresa à
outra. Não existe constituição de grupo comercial, industrial ou econômico. Os
sócios não são os mesmos, e nem mesmo funcionam no mesmo ambiente. E
mesmo que fossem o simples fato de haver sócios em comum não implica, por si
só, o reconhecimento do grupo econômico.

O grupo econômico consiste num conjunto de sociedades empresariais,


juridicamente independentes, que coordenam suas atuações em prol de objetivos
em comum. Sua principal característica é a existência de uma sociedade
controladora que prevalece sobre as demais. Não basta para a configuração do
grupo econômico, a mera coordenação entre as empresas. É necessária a presença
de relação hierárquica entre elas, de efetivo controle de uma empresa sobre a
outra.

O mero fato de haver sócios em comum não é suficiente para o reconhecimento


do grupo econômico, à luz do artigo 2º, parágrafo 2º, da  CLT.

Para a configuração do grupo econômico, é necessária prova da existência


de uma relação de coordenação entre as empresas e o controle exercido por uma
delas, mesmo possuam personalidades jurídicas próprias.

O instituto da solidariedade necessita da existência de requisitos


específicos e não bastam alegações levianas para seu deferimento, mesmo
levando-se em conta a sumariedade e exiguidade da instrução processual
trabalhista.

A solidariedade não se presume, decorre de lei ou de vontade das partes.


Não existe conluio nem o Reclamante prestava serviços em concomitância para as
Reclamadas. Subcontratação de transportes entre empresas é comum e não
traduz fraude nem existência de grupo econômico. Conforme se verificará, os
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vínculos do Reclamante com as Reclamadas são distintos e independentes entre


si.

A relação jurídica entre a 1ª e a 2ª Reclamadas não decorre de grupo


econômico e os fundamentos apresentados pelo Reclamante não têm o condão de
vincular duas empresas totalmente distintas uma da outra, inclusive de atrair a
responsabilidade solidária.

O Reclamante não demonstra qualquer vício ou direito violado. Assim é,


exatamente porque não há nulidade, nem unicidade contratual para ser
decretada. As empresas são autônomas e distintas são suas personalidades.

De todo modo, em decorrência dos princípios da concentração, da


eventualidade e da contestação específica - inteligência do artigo 336/NCPC e
artigo 341/NCPC, a 2º Ré passa a contestar especificamente as frágeis alegações
formuladas pelo Autor na exordial.

Não houve simulação da rescisão contratual do Reclamante, nem mesmo


rescisões fraudulentas. A 2ª Reclamada desconhece propostas de continuidade do
contrato de trabalho, e mesmo que o Obreiro prove as suas alegações, o próprio
reconhece que a 1ª Reclamada que realizou proposta para continuidade da
prestação de serviços, segue trecho:

ID. 40850fb - Pág. 6

O próprio Reclamante confessa que foi contratado e SEMPRE laborou para


a 1ª Reclamada - Desmontec, ocupando o cargo de Administrador no período
imprescrito, não havendo prova de qualquer prestação de serviços ou contrato de
terceirização de serviços entre a 1ª e 2ª Reclamadas, sendo certo que o Autor
nunca prestou serviços para a 2ª Ré em nenhuma circunstância.

Dessa forma, resta veementemente impugnada por não condizer com a


realidade fática, a confusa e inverídica alegação obreira de que teria laborado
para a 2ª Reclamada por todo o período laboral, pois frisa-se, a 2ª Reclamada
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desconhece o Reclamante e nunca foi sua empregadora, sendo certo, ainda, que o
obreiro NUNCA prestou serviços para a empresa 2ª Requerida.

Frisa-se, mais uma vez, que a 2ª Ré não guarda nenhuma relação jurídica
com o Autor e tampouco com a 1ª Reclamada, eis que a alegada relação laboral
do Reclamante, ocorreu com 1ª Ré, como informado na própria inicial.

As Reclamadas são pessoas jurídicas distintas e NUNCA compuseram o


mesmo grupo econômico e, não se configurando o artigo 2º parágrafo 2º da CLT,
tampouco houve contrato de terceirização de mão de obra entre elas, não
havendo qualquer fundamento para a condenação subsidiária ou solidária da 2ª
Ré, como fora levianamente informado pelo Autor.

Indiscutivelmente, as Reclamadas são empresas distintas, de personalidade


jurídica própria e autônomas, inexistindo entre elas qualquer responsabilidade
solidária ou subsidiária, tampouco interesses em comum, restando rechaçadas e
impugnadas as alegações autorais de que as Reclamadas atuariam em conjunto e
formariam grupo econômico, que o Reclamante realizava trabalhos diariamente
para essa Contestante e que emitia notas fiscais e propostas comerciais a favor da
2ª Ré por serem inverídicas tais informações e não condizerem com a realidade
laboral do Autor que se dava exclusivamente com a 1ª Reclamada, não estando
caracterizado as condições previstas nos parágrafos 2º e 3º do artigo 2º da CLT,
para caracterizar grupo econômico:

Art. 2º - Considera-se empregadora a empresa, individual ou coletiva, que,


assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviço.

§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua
autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas
obrigações decorrentes da relação de emprego. (Redação dada pela Lei nº
13.467, de 2017) (Vigência).

§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo


necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse
integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas
dele integrantes.
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Ressalta-se Exa., que os contracheques juntados pelo Autor nos ID’s.


aabf7a3 - Pág. 1-37 e que restam impugnados, não demonstram qualquer
lançamento de pagamento feito pela 2ª Reclamada – BBENGE. Ao contrário,
todos os pagamentos foram realizados pela 1ª Reclamada – Desmontec, o que
demonstra que o Reclamante era empregado único e exclusivamente da 1ª
requerida.

Impugna ainda, os e-mails juntados nos ID’S. 8a10e14 - Pág. 1-19, ID.
6ab5af3 - Pág. 1-9, ID. ff6c2c0 - Pág. 1-18, ID. 9a25e7b - Pág. 1-11, contratos e
propostas todas apócrifos, ID. c1b82dd – Pág. 1-21, ID. 03260b0 - Pág. 1-23 e ID.
88aa919 - Pág. 1-16, não comprovam as alegações do Reclamante.

Resta rechaçada também, as propostas comerciais juntadas pelo Autor nos


ID’s. f411f7e 1-5 e ID. 07f48e9 de 1-4, tendo em vista serem produzidas
unilateralmente e facilmente manipuladas por ele e que nada comprovarem
acerca do suposto grupo econômico alegado pelo Reclamante, sendo certo que
NUNCA existiu a formação de grupo econômico entre as Reclamadas.

Conforme se verifica da documentação apresentada pelo Obreiro ID.


59cc72a - Pág. 1, houve o cumprimento da obrigação com a quitação de todas as
verbas advindas da rescisão contratual pela 1ª Reclamada, o que descaracteriza a
unicidade contratual, conforme prescreve o Art. 453 da CLT. A 2ª Reclamada
pede venia para transcrever o Art. 453 da CLT, com o fito de demonstrar a falta
de fundamento jurídico a amparar a pretensão do Reclamante, in verbis:

Art. 453  - No tempo de serviço do empregado, quando readmitido, serão


computados os períodos, ainda que não contínuos, em que tiver trabalhado
anteriormente na empresa, salvo se houver sido despedido por falta grave,
recebido indenização legal ou se aposentado espontaneamente. (Redação dada
pela Lei nº 6.204, de 29.4.1975).

Sobre o tema assim se manifesta à jurisprudência:

EMENTA: CONTRATOS SUCESSIVOS. UNICIDADE CONTRATUAL.


NÃO CONFIGURADA. Extinto o contrato de trabalho com pagamento das
verbas devidas e não verificada hipótese de fraude, não é possível o
reconhecimento de unicidade contratual, pois não há impedimento legal para a
celebração de um novo contrato de trabalho com o ex-empregado. Não se
presume a má-fé e a fraude, cabendo a prova a quem a alega, nos termos do
artigo 818, da CLT, e 333, I, do CPC, e o recorrente não se desincumbiu do
ônus que lhe competia. O tempo decorrido entre os contratos foi de seis meses e
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houve solução de continuidade na prestação de serviços. (TRT da 3.ª Região;


Processo: 0000815-39.2014.5.03.0182 RO; Data de Publicação: 30/03/2015;
Disponibilização: 27/03/2015, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 95; Órgão
Julgador: Terceira Turma; Relator: Cesar Machado; Revisor: Camilla
G.Pereira Zeidler)

De todo modo, importante frisar que, com fulcro no artigo 265 do Código
Civil, cuja aplicação está autorizada pelo artigo 8º, parágrafo único, da
Consolidação das Leis do Trabalho, a solidariedade não se presume, resultando
da lei ou da vontade das partes, sendo que na esfera trabalhista há expressa
previsão legal nos casos de grupo econômico (CLT, art. 2º, § 2º), relação de
subempreitada (9CLT, art. 455) e trabalho temporário (Lei 6.019/74, art. 16), bem
como na ocorrência de fraude, hipóteses inexistentes no presente caso e que não
se aplicam o Autor.

Neste sentido, o Autor apenas alega, para nada comprovar, não se


desvencilhando do ônus probatório que lhe impõem o artigo 818 da CLT e artigo
373, inciso I, do CPC.

Como fora salientado supra, o Autor JAMAIS laborou para a 2ª


Reclamada, inexistiu no caso em tela, os requisitos formadores do vínculo
empregatício contidas no artigo 3º da CLT, quais sejam, a subordinação, a
pessoalidade, a continuidade, e onerosidade.

E ainda que para o Direito do Trabalho, a caracterização de grupo


econômico seja menos formal e não conte com os mesmos rigores do Direito
Empresarial, é indispensável o atendimento a certos requisitos para sua
conformação, contemplados no artigo 2º, §§ 2º e 3º da CLT, especialmente a
após a vigência da Lei 13.467/17.

Desta forma, torna-se inconcebível o pedido de unicidade contratual entre


os períodos de prestação de serviços período compreendido entre 06/01/2010 à
02/01/2018, uma vez que não havendo simulação no ato rescisório, e não há
unicidade contratual a ser declarada.

Ante o exposto, improcedem os pleitos inaugurais referentes à condenação


da 2ª Reclamada de forma solidária ou subsidiária, sendo certo que o Reclamante
NUNCA prestou serviços ou foi empregado da 2ª Requerida, nem direta e
tampouco indiretamente, e também, porque NÃO HÁ contrato de empreitada,
terceirização de serviços, interesses em comum, relações comerciais ou
contratuais ou formação de grupo econômico entre as 1ª e 2ª Reclamadas,
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cabendo o Autor provar suas levianas alegações com fulcro nos artigos 818, inciso
I da CLT c/c artigo 373, inciso I do CPC, sendo improcedentes todos os pedidos
formulados na exordial.

III.2. DOS CONTRATOS DE TRABALHO DISTINTOS – DA INEXISTÊNCIA


DE FRAUDE – DA AUSÊNCIA DE UNICIDADE CONTRATUAL

É certo que o Reclamante foi contratado pela 1ª Reclamada em 06/01/2010


e dispensado imotivadamente no dia 18/04/2016, conforme cópia da CTPS de Id
c0ad7ec - Pág. 2, documentos do Reclamante.

Por oportuno, o que se pode verificar na documentação apresentada e


diferentemente do que sugere a exordial, o procedimento de admissão e
desligamento do Autor pela 1ª Ré se deu de modo regular e sem nenhuma
finalidade fraudulenta, tendo o Reclamante recebido corretamente as verbas
rescisórias inerentes, relativas ao período laborado.

Ocorre que o Autor não consegue provar que ocorreu qualquer lesão aos
seus interesses ou má-fé empresária, em suposta contratação pela 1ª Ré, no
período posterior a sua dispensa.

Desta forma, ficam impugnadas todas as alegações veiculadas na inicial em


sentido contrário, especialmente a pretensão relacionada à declaração de
unicidade contratual, haja vista que os vínculos de trabalho mantidos pelo
Autor com a 1ªReclamada foi distinto e firmado em observância aos parâmetros
legais e sem qualquer burla ou prejuízo ao empregado.

Por não guardar pertinência para o julgamento da presente causa, fica


impugnada a jornada de trabalho declinada pelo Autor em sua peça de ingresso.

III.3 - DA ALEGADA REDUÇÃO SALARIAL E DIFERENÇAS SALARIAIS


REAJUSTE CONFORME CCT

Ressalta-se novamente que o Reclamante não produz quaisquer provas


aptas a comprovar suas alegações iniciais, não se desincumbindo do seu ônus
probandi, tendo em vista que NADA comprova acerca da suposta continuidade
de labor para a 1ª Ré, da suposta redução salarial e tampouco do suposto grupo
econômico e suposta prestação de serviços para essa Contestante, pelo que
restam enfaticamente impugnadas todas as alegações exordiais que deverão ser
rejeitadas e, consequentemente, julgados improcedentes todos os pedidos
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veiculados na peça de estreia. Aplicação do artigo 818 da CLT e artigo 373 do


NCPC.

Salienta-se que o Reclamante não comprovou a alegada prestação de


serviços para a 2ª Reclamada, o que fica expressamente impugnado, muito menos
trouxe aos autos qualquer elemento comprobatório relacionado à alegação de
grupo econômico e que prestou serviços para a 2ª Reclamada, por serem
alegações inverídicas.

Em relação a suposta redução salarial e ausência de reajuste conforme CCT


realizada pela 1ª Reclamada, o Reclamante apenas alega, mas nada prova, não
havendo qualquer indício de que sofreu redução salarial, como levianamente
suposto pelo Autor.

Do mesmo modo, inexiste no acervo probatório qualquer indício de passou


a receber salários com valores inferiores e sem ter sua CTPS assinada, tendo em
vista serem alegações aleatórias e sem quaisquer provas nos autos, restando
impugnada e rechaçada esta alegação, nada sendo devido a esse título bem como
seus reflexos, sendo certo que, novamente, o Reclamante apenas alega para nada
comprovar.

Quanto ao não pagamento das verbas rescisórias e não fornecimento das


guias, o Autor alega sem nada provar, restando rechaçadas tais alegações.

Diante do exposto, todos os pedidos de pagamento de diferenças salariais e


reajuste conforme CCT’s formulados pelo Reclamante deverão ser rejeitados na
íntegra, conforme fundamentos expostos acima, ficando expressamente
impugnados, por não condizerem com a realidade fática havida, devendo a ação
ser julgada totalmente improcedente.

II - DA INEXISTÊNCIA DE FALTA GRAVE EMPRESARIAL – DA ABSURDA


PRETENSÃO DE RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO –
DA DEMISSÃO

Ao argumento de que a Reclamada “não depositou o FGTS” o Reclamante


requer a rescisão indireta de seu contrato de trabalho e pagamento dos
consectários legais.

Contudo, diferentemente do alegado na exordial, não há prova nos autos


de que a empresa 1ª Reclamada não procedeu ao recolhimento dos depósitos
fundiários regularmente, sendo certo que eventual – e pequeno - atraso na quitação
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do FGTS jamais terá o condão de dar azo à rescisão do contrato de trabalho por
via oblíqua - que se constitui em meio anômalo de extinção contratual -,
mormente quando o trabalhador sequer alega ou demonstra necessidade de
saque de tais valores no curso do contrato de emprego.

Nesta direção, é o entendimento adotado pela 11ª Turma do E. TRT da 2ª


Região, segundo notícia veiculada em http://www.trtsp.jus.br/indice-de-noticias-
ultimas-noticias/2994-11-turma-ausencia-parcial-de-depositos-de-fgts-nao-configura-
rescisao-indireta:

“11ª Turma: ausência parcial de depósitos de FGTS não configura


rescisão indireta

Última Atualização: Sábado, 16 Março 2013


Em acórdão da 11ª turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP),
a desembargadora Wilma Gomes da Silva Hernandes entendeu que a ausência
de apenas alguns depósitos do FGTS não é suficiente para a declaração de
rescisão indireta do contrato de trabalho.

Em vista da necessidade de verificação da situação fática do processo, a


desembargadora entendeu que o conjunto probatório não favoreceu a tese do
empregado, afirmando que "o autor não alegou ter necessitado utilizar o FGTS
na vigência do contrato."

Dessa forma, segundo a magistrada, não ficou comprovada a existência de


prejuízo efetivo ao empregado, não caracterizando a falta grave do empregador
com base no artigo 483 da CLT.

Concluiu a decisão afirmando que "a irregularidade quanto a alguns depósitos


do FGTS é suscetível de ampla reparação econômica e a ausência de alguns
depósitos relativos ao FGTS não é suficiente para o deferimento do pedido; não
há que se cogitar na declaração de rescisão indireta de contrato."

Por isso, a tese do empregado não foi acatada, por unanimidade de votos. (Proc.
00571006220085020482 – RO)”.

Portanto, o pleito formulado na inicial deverá ser rejeitado, inexistindo


qualquer prova quanto ao suposto não recolhimento previdenciário alegado pelo
obreira, do mesmo modo que não demonstrada qualquer infração contratual
grave por parte da 2ª Reclamada, apta a tornar o vínculo de emprego
insuportável para o obreiro.
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Logo, inexiste comprovação de falta patronal reiterada no caso dos autos,


suficientemente grave e apta a ensejar a rescisão oblíqua do contrato de trabalho,
lembrando que “o reconhecimento da justa causa patronal, assim como ocorre com a do
empregado, exige uma gravidade tal que inviabilize a continuidade do vínculo
empregatício, constituindo forma atípica de rompimento do contrato de trabalho, que só
deve ser declarada em situações extremas”. (TRT 3ª Região, PJe 0010109-
81.2015.5.03.0085, Relator Convocado Carlos Roberto Barbosa, Sexta Turma,
23/06/2015).

Cumpre salientar ainda que a Reclamante não observou o Princípio da


Atualidade, uma vez que sustenta faltas empresariais consistentes na ausência de
recolhimento de FGTS, sendo, porém, que labora na empresa desde o início do
ano de 2010, tendo ajuizado a presente demanda somente 19/04/2018,
sinalizando, claramente, que as alegadas condutas faltosas nunca existiram ou
que, na pior das hipóteses, não são suficientemente graves a ponto de quebrar a
fidúcia existente entre as partes e autorizar a despedida indireta.

É o que leciona Cláudia Salles Vilela Vianna:

“Assim, se o empregado aceita o ato patronal e continua trabalhando, sem ter


tomado qualquer providência, como se nada de grave houvesse acontecido, não
haverá como se falar em despedida indireta, não podendo, posteriormente, ajuizar o
empregado um pedido de indenizações”. (VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual
Prático das Relações Trabalhistas. 12ª ed. São Paulo: LTr, 2014, p. 782).

Portanto, requer seja julgado improcedente o pedido de rescisão indireta


do contrato de trabalho, pedido de número “1” da peça de ingresso.

E diante da improcedência do pleito inaugural, bem como em acatamento à


posição jurisprudencial respectiva, requer seja reconhecida a rescisão contratual,
por iniciativa do empregado, mediante demissão, em sintonia com os julgados
abaixo:

“RESCISÃO  INDIRETA. CONVERSÃO EM PEDIDO DE DEMISSÃO .


Quando as condutas da empresa encontram-se dentro do seu poder diretivo,
observando-se nestas a razoabilidade e proporcionalidade, sem qualquer intuito
lesivo ao seu empregado, não há como se afirmar a gravidade necessária para se
declarar a  rescisão  indireta, nos termos do que preceitua a alínea "d" do art.
483 da CLT. Logo, deve ser reconhecida a rescisão a pedido do
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reclamante.” (TRT 18, RO - 0011927-41.2013.5.18.0014, Rel. Eugenio José


Cesario Rosa, 1ª Turma, 02/07/2015). (grifou-se).

“RESCISÃO INDIRETA. IMPROCEDÊNCIA. Quando julgado


improcedente o pedido de reconhecimento de rescisão indireta,
considera-se que a cessação contratual se verificou por iniciativa do
empregado, mediante demissão”. (TRT 03ª R.; RO 620/2009-032-03-00.3;
Quinta Turma; Rel. Des. José Roberto Freire Pimenta; DJEMG 08/02/2010).
(grifou-se).

“NATUREZA DA DISPENSA.  RESCISÃO  INDIRETA  NÃO


RECONHECIDA. PEDIDO DE DEMISSÃO. A ausência de comprovação
de que o empregador praticou falta grave, nos termos do art. 483 da CLT,
afasta a possibilidade de reconhecimento da rescisão indireta do contrato de
trabalho. Por outro lado, tendo o obreiro comunicado ao empregador,
por intermédio do ajuizamento de ação, que não tinha mais interesse
em prosseguir no vínculo empregatício, corolário é o reconhecimento
do pedido de demissão obreiro.” (TRT18, ROPS - 0011341-
6.2014.5.18.0002, Rel. Silene Aparecida Coelho Ribeiro, 3ª Turma,
25/08/2015).

“RESCISÃO INDIRETA. PEDIDO DE DEMISSÃO. Consoante §3º do


art. 483 da CLT, o empregado pode optar por cessar a prestação dos serviços e
ajuizar a ação, pleiteando a rescisão indireta do contrato de trabalho e a
indenização correspondente, ou continuar laborando e propor tal demanda,
sujeitando-se sempre, em caso de improcedência dos pedidos, à
transmudação da dispensa em pedido de demissão. (...)”. (TRT 17ª R.;
RO 61300-44.2008.5.17.0014; Relª Desª Cláudia Cardoso de Souza; DEJTES
27/04/2010).

Diante do exposto, deverão ser rejeitados todos os pedidos veiculados na


presente disputa judicial, requerendo a Reclamada, diante da condição de
demissionária da Reclamante, nos termos do artigo 487, § 2º da CLT e do vasto
entendimento jurisprudencial sobre o tema, seja-lhe autorizado descontar os
valores correspondentes ao período de aviso prévio não concedido pela obreira:

"RESCISÃO  INDIRETA. NÃO RECONHECIMENTO. PEDIDO DE


DEMISSÃO. DESCONTO DO  AVISO  PRÉVIO  NÃO TRABALHADO.
Afastada a hipótese de rescisão  indireta  e considerando que houve
pedido de demissão, o empregador tem o direito de descontar o valor
correspondente ao  aviso  prévio  não cumprido pelo empregado, nos
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termos do artigo 487, parágrafo 2º, da CLT. (RO-0010658-


36.2014.5.18.0012, Relator Desembargador Gentil Pio de Oliveira, 4ª Turma.
Data do Julgamento: 14.05.2015)" (TRT18, RO - 0010499-23.2014.5.18.0003,
Rel. João Rodrigues Pereira, 1ª Turma, 27/08/2015). (grifou-se).

“RESCISÃO  INDIRETA  NÃO CONFIGURADA. EXTINÇÃO DO


VÍNCULO POR PEDIDO DE DEMISSÃO. DESCONTO DO  AVISO-
PRÉVIO  NÃO CONCEDIDO PELO EMPREGADO.
POSSIBILIDADE. Não obstante a pretensão de   rescisão  indireta, o
reconhecimento judicial de que a ruptura do contrato laboral deu-se
por iniciativa imotivada do trabalhador faz nascer para o empregador
o direito de descontar o  aviso-prévio  não concedido pelo obreiro.
Inteligência do art. 487, § 2º, da CLT”. (TRT18, ROPS - 0010489-
18.2015.5.18.0011, Rel. Paulo Sergio Pimenta, 2ª Turma, 20/08/2015).

Portanto, temos que a dispensa indireta pleiteada pelo Reclamante carece


dos requisitos subjetivos e objetivos, pois não se coaduna com o nexo da causa
(fato) e o efeito (dispensa) que produzirá (causualidade). Assim, improcedentes
são os pedidos de unicidade contratual, rescisão indireta e pagamento de parcelas
resilitórias.

III.5. DA PRESCRIÇÃO DO FGTS

Esclarece ainda que a prescrição qüinqüenal acampa o FGTS de todo o


período, pois após a edição da Constituição Federal de 1988 deixou esse direito
de ter caráter estritamente tributário para possuir feições trabalhistas, tanto que o
TST cancelou o enunciado 95 e editou as Súmulas 206 e 362. A prescrição
trintenária somente tem aplicação para exigir o cumprimento do recolhimento do
FGTS não depositado na época própria e quanto às parcelas remuneradas
espontaneamente e reconhecidas nos recibos de pagamento durante a vigência do
vínculo empregatício não controvertido.

"EMENTA: FGTS - PRESCRIÇÃO. Após a Constituição da República de


1988, o FGTS adquiriu natureza de direito trabalhista, vez que foi inserido no
rol dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais pelo inc. III do art. 7º da
Carta Magna. Assim, aplicável o prazo prescricional de cinco anos no curso do
contrato e de dois anos após sua extinção, como consta do art. 7º, inc. XIX, vez
que este dispositivo se refere a todos os créditos resultantes da relação de
trabalho." (TRT 3ª R. - 4T - RO/14199/00 - Rel. Juíza Maria José Castro
Baptista de Oliveira - DJMG 24/02/2001 P.12).
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O reconhecimento de parcelas laborais ao empregado, mediante decisão


judicial, encontra limite na prescrição quinquenal e, como o FGTS tem sua base
de incidência em créditos trabalhistas efetivamente remunerados e devidos ao
empregado, fica limitado aos últimos 5 (cinco) anos, face o permissivo
Constitucional. Como na decisão a ser prolatada não existe declaração de crédito
tributário, mas sim de um direito trabalhista, ocasião em que o crédito fundiário
deixa de ter obrigatoriedade de recolhimento tributário para possuir feição de
parcela laboral, passa a ser acampado pela prescrição qüinqüenal.

Assim, no presente caso, se alguma condenação for devida, que sejam


observados os 5 (cinco) anos anteriores contados do ajuizamento da reclamação
trabalhista, restando prescrito o respectivo período anterior, com a consequente
pronúncia de mérito nos termos do art. 487, II, do NCPC.

III.6 - DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT.

Indevido e improcedente o pedido de pagamento da multa contida no


artigo 477, parágrafo 8º da CLT, tendo em vista que não há provas de que a 1ª
Reclamada não realizou o correto pagamento das verbas rescisórias, bem como a
entrega das Guias Rescisórias.

Dessa forma, é improcedente o pedido do Autor de pagamento de multa


do artigo 477 da CLT.

III.7 - DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT.

Indevido e improcedente o pedido de pagamento da multa do artigo 467 da


CLT, porquanto inexiste verbas rescisórias incontroversas sem quitação, o que
afasta a incidência da penalidade pretendida.

Dessa forma, é improcedente o pedido do Autor de pagamento de multa


dos artigos 467 da CLT.

III.8. SEGURO DESEMPREGO

Não estão preenchidos os requisitos legais para autorizar a entrega das


guias CD/SD ou indenização substitutiva. Não existem provas nos autos de a
Reclamante está desempregada desde a dispensa até a presente data, o que
também impossibilita o recebimento do seguro desemprego, em face do Art. 3º,
inciso V, da Lei 7998/90, assim como pela jurisprudência adiante transcrita:
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“75.1. CONCESSÃO – SEGURO DESEMPREGO – REQUISITOS. Um


dos requisitos para o trabalhador receba o seguro desemprego é o de não possuir
renda própria de qualquer natureza, suficiente para a sua manutenção e de sua
família. O seguro desemprego não deve ser prêmio para incentivar o
trabalhador a ficar desempregado, mas uma fonte de recursos para aquele que,
dispensado sem justa causa, possa manter-se até obter novo emprego. Se o
Recorrente não demonstra ter ficado desempregado, após a dispensa incabível a
indenização por parte da Recorrida, que não entregou a guia, em tempo hábil.
(RO/0967/95 – 1ª Turma – Rel. Juiz Manuel Cândido Rodrigues – MG.
24.03.95.)” (Justiça do Trabalho - Boletim, Doutrina e Jurisprudência, V. 16-
nº 1, Jan./Mar., p. 99/100, nº 75.1).

Inadmissível a indenização do seguro desemprego, ante a ausência de


base legal que a justifique, conforme posicionamento da melhor jurisprudência:

“SEGURO DESEMPREGO - ENTREGA DE GUIAS - CONVERSÃO EM


INDENIZAÇÃO - INADMISSIBILI-DADE INDENIZAÇÃO. A entrega
das guias do seguro desemprego corresponde em obrigação de fazer,
insusceptível de conversão em obrigação de dar, ou seja, que não pode ser
transformada em indenização pecuniária, à falta de autorização legal. Sendo
assim, ao sujeitar o Requerente a ônus não previsto em lei, o Juízo efetivamente
inobserva o disposto no art. 5º, inciso II, da Constituição Federal. Revista
parcialmente conhecida e provida para excluir da condenação a indenização
referente ao não fornecimento das guias de seguro-desemprego.” (TST - 5ª
TURMA - AC. UNÂ. - RR 127.535/94.8 - 3ª R. - REL. MIN. AN-TÔNIO
MARIA THAUMATURGO CORTIZO - REC-TE.: PAULO GUEDES
VIEIRA; RECDO.: RONALDO CASSIANO DA SILVA)

Ademais, a indenização do seguro desemprego somente seria devida caso


o empregador concorresse em culpa pela não concessão do benefício ao
empregado, quando fosse determinado pelo Juízo a apresentar as guias CD/SD e
não o fizesse.

Desta forma, improcedem aos pedidos de guias CD/SD, ou indenização


substitutiva, ante as razões retro. A Reclamada impugna o valor do pedido de
indenização do seguro desemprego, pois não preenchidos os requisitos exigidos
pelo Ministério do Trabalho.

III.9. DO FGTS
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Indevidos são os depósitos fundiários. Primeiro insta pontuar que o


Reclamante ora informa que o recolhimento foi realizado pela 1ª Reclamada até
dezembro 2013, ora requer todo período contratual. A 2ª Reclamada não é
responsável pelo recolhimento dos depósitos fundiários oriundos do contrato de
trabalho, visto que essa obrigação da 1ª Reclamada. Assim, não procede ao
pagamento do FGTS de todo pacto laboral.

Protesta a Reclamada em caso de eventual deferimento de verbas


rescisórias ao Reclamante que sejam compensados os valores pagos ao Obreiro,
sob pena de enriquecimento ilícito do obreiro, indevido o pleito da peça inicial.

III.10. DA OBRIGAÇÃO DE FAZER

O art. n°. 769 da CLT autoriza a aplicação subsidiária do CPC somente nos
casos omissos e quando não houver incompatibilidade. "Nos casos omissos, o
direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto
naquilo em que for incompatível com as normas deste Título."

No presente feito, caberia ao Reclamante a prova das suas alegações,


entretanto, desincumbiu de tal ônus, devendo ser julgado improcedente pedido
da peça de ingresso.

III.11. DO ALEGADO DANO MORAL – DA AVENTURA JURÍDICA – DA


BANALIZAÇÃO DO INSTITUTO

Afirmando que é “Durante o período em que perdurou o pacto laboral, o


Reclamante não foi devidamente registrado, e teve seu salário indevidamente reduzido”,
entre outras frágeis, imprecisas e vagas declarações, o Autor requer a condenação
da empresa ao pagamento de indenização por danos morais, equivalente a R$
25.000,00.

De início, insta salientar que o pleito em tela representa verdadeira


“aventura jurídica” e banaliza, inapropriadamente, o relevante instituto da
proteção aos direitos personalíssimos da pessoa humana, de envergadura
constitucional.

Lamentavelmente, mesmo após a entrada em vigor da Lei 13.467/17, o


Judiciário Trabalhista está infestado de demandas propostas com a única de
finalidade de se buscar reparações absolutamente indevidas, seguindo a velha
lógica do “se colar, colou”. Ora, Justiça não é loteria e a figura jurídica da reparação
moral não pode ser vista como negócio lucrativo ou meio de enriquecimento.
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Neste contexto, transcreve-se aresto proferido pelo E. TRT da 3ª Região:

“DANO MORAL. RISCO DE BANALIZAÇÃO. O estímulo ao


enriquecimento sem causa, decorrente de supostos danos morais, deve
distanciar-se da apreciação desta Justiça. Deveras, avulta-se nesta
Especializada um grande número de pedidos decorrentes de reparação de
fictício dano. Lado outro, não se pode olvidar que é princípio cediço, segundo o
qual, para a configuração daquela danificação é imperiosa prova segura,
robusta e inconcussa, de molde a convencer plenamente o julgador. Meras
alegações, sem prova alguma, raiam a temeridade, atraindo, não raro, a figura
do improbus litigator, porque não se coadunam com os princípios de lealdade e
verdade que devem pautar todo e qualquer processo. Nesse sentido, já afirmou,
com absoluta segurança e total sabedoria, o eminente Ministro Aloysio Corrêa
da Veiga que a Justiça do Trabalho deve zelar para que: "esse instituto não seja
banalizado, a ponto de permitir que os pedidos de reparação de dano moral se
transformem em negócio lucrativo para as partes, deturpando o sistema
jurídico-trabalhista e afastando o senso da verdadeira Justiça”. (AIRR
376/2007-662-04-00.2 - AIRR 376/2007-662-04-40.7)". (TRT 3ª
Região,0000495-34.2012.5.03.0028 RO, Quarta Turma, Relator Paulo Chaves
Correa Filho, Publicação: 23/03/2015).

Desta forma, fica absolutamente rechaçada a alegação de dano moral no


caso dos autos, sendo certo que inexiste(iu) qualquer conduta ilícita por parte
do Reclamada capaz de atingir os direitos da personalidade do Reclamante  –
na verdade, o Autor sequer menciona os fatos e fundamentos que justificam o
pleito reparatório, inexistindo também os supostos e alegados danos
extrapatrimoniais sofridos pelo Autor.

Ora, no curso do contrato de trabalho e ao seu término, o Reclamante não


foi vítima de qualquer conduta da Ré apta a lhe causar danos morais, de forma
que o pedido de indenização é descabido e fruto de equívoco do Autor,
porquanto inexistente material de prova alusivo ao pretenso abalo moral,
desamparo ou qualquer outro sentimento ou situação invocada na exordial.

          Dissertando acerca dos elementos do ato ilícito, leciona o preclaro César


Fiúza que, “por elementos do ato ilícito, devemos entender aqueles elementos essenciais,
sem o que não haverá delito civil. São eles, a saber, a antijuridicidade, a culpabilidade, o
dano e o nexo causal. (...) Deve-se ter em mente, porém, que faltando qualquer um
desses elementos, não haverá ilícito na esfera civil, não cabendo qualquer
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reparação.” (grifos nossos). (“in” Novo Direito Civil, César Fiúza, Del Rey, Belo
Horizonte, 2003, p. 606).

             Nesta ordem de ideias, para surgir o dever de indenizar, mister se faz a
presença da conduta ilícita do agente, o dano suportado pela vítima e o nexo de
causalidade entre um e outro, o que não se verifica no caso dos autos.

        Lamentavelmente, em busca de direitos que sabidamente não possui,


o Reclamante distorce a natureza e o alcance do instituto da
responsabilidade civil, apenas alegando, para nada comprovar, não se
desvencilhando de seu encargo probatório. Inteligência do artigo 818 da
CLT.
       
         Diante do exposto, requer seja julgado totalmente improcedente o
pedido formulado na peça vestibular.
           
           Porém, em respeito aos princípios da eventualidade e concentração, caso V.
Exa. entenda ser devida alguma indenização ao Autor, o que somente por
hipótese se admite, esta deverá ser fixada de acordo com os critérios indicados
pela doutrina e jurisprudência pátrias, em valor justo e razoável, de modo a
evitar o repudiado enriquecimento sem causa.
          
            Para a fixação do “quantum” indenizatório, é imprescindível aferir a
condição econômica, cultural, social do ofendido e do ofensor, bem como o grau
da ofensa e da culpa, a repercussão e a divulgação do fato no meio social, assim
como outros elementos necessários na formação da decisão do juiz. Com efeito, a
desatenção ao princípio da equidade, poderá ocasionar o prevalecimento do
repudiante enriquecimento sem causa, a estimular pleitos aventureiros,
totalmente desprovidos de respaldo jurídico, como ocorre no caso em tela.
        
         Sobre o tema, muito oportuna é a citação do precedente abaixo, da
lavra da Eminente Juíza Marina Cristina Diniz Caixeta, MM. Juíza do E.
TRT da 3ª Região, que bem esclarece o assunto:

“EMENTA: DANO MORAL - CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DO VALOR


DA INDENIZAÇÃO - PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. Entende-se por
dano moral, aquele que diz respeito às lesões sofridas pelo sujeito físico da
pessoa natural (não-jurídica), em seu patrimônio de valores exclusivamente
não econômicos. Quando os prejuízos atingem o complexo valorativo da
personalidade humana, nos aspectos de sua intimidade, afetividade pessoal e
consideração social, surge o dano moral, indenizável por força de determinação
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constitucional. A fixação do quantum a ser pago a título de indenização é


tarefa tormentosa, que fica a cargo do juiz sentenciante, devendo o mesmo levar
em conta a situação econômica de ambas as partes, a extensão da ofensa e o
grau de culpa do agente, não podendo se olvidar de que a condenação tem por
escopo além de compensar a vítima pela humilhação e dor indevidamente
impostas, punir o causador do dano de forma a desestimulá-lo à prática de atos
semelhantes (caráter pedagógico). Na mesma esteira, ainda que ao juízo
caiba o arbitramento da indenização, esta não pode ser "escoadouro de
sonhos e riquezas". É preciosa a lição do Mestre Humberto Teodoro
Júnior, quando afirma que: "se a vítima pudesse exigir a indenização
que bem quisesse e se o juiz pudesse impor a condenação que lhe
aprouvesse, sem condicionamento algum, cada caso que fosse ter à
Justiça se transformaria num jogo lotérico, com soluções imprevisíveis
e as mais disparatadas". É certo que a cada caso dá-se à vítima "uma
reparação de damno vitando, e não de lucro capiendo. Mais que nunca
há de estar presente a preocupação de conter a reparação dentro do
razoável, para que jamais se converta em fonte de enriquecimento,
conforme arremata o eminente professor. Recurso provido.” (TRT 3ª R
3ª Turma 00958-2003-026-03-00-8 RO Rel. Juíza Maria Cristina Diniz
Caixeta DJMG 21/02/2004 P.06).

O valor equivalente a R$ 25.000,00, pleiteado na exordial, mostra-se irreal


e despido de qualquer fundamento válido, apenas revelando o objetivo do
Autor em se enriquecer às custas alheias, o que é vedado pelo ordenamento
jurídico.

Nunca é demais lembrar também que, após a entrada em vigor da Lei


13.467/17, intitulada Reforma Trabalhista, o juiz do trabalho, ao fixar a
indenização por dano extrapatrimonial, deve observar os critérios enumerados
no artigo 223 – G e o respectivo tabelamento ou tarifação da indenização,
conforme transcrição abaixo:

“Art. 223-G.  Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: 

I - a natureza do bem jurídico tutelado;  

II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação;  

III - a possibilidade de superação física ou psicológica; 

IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão; 


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V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa;  

VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral; 

VII - o grau de dolo ou culpa; 

VIII - a ocorrência de retratação espontânea;  

IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa;  

X - o perdão, tácito ou expresso; 

XI - a situação social e econômica das partes envolvidas;  

XII - o grau de publicidade da ofensa. 

§ 1º   Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser


paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros,
vedada a acumulação:  

I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual


do ofendido; 

II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário


contratual do ofendido; 

III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário


contratual do ofendido;  

IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último


salário contratual do ofendido”.  

No caso vertente,

a) não se cogita de dolo ou de culpa, em qualquer grau, por parte da empresa,


muito menos de sofrimento ou humilhação por parte do Reclamante;
b) não se tem notícia de dor física ou psicológica sofrida por parte do Autor;
c) não se cogita também de reflexos negativos pessoais e sociais na vida do
laborista; 
d) não se tem notícia de danos, muito menos de grande extensão;
e) o Reclamante trabalhou na empresa Ré por muitos anos, emergindo daí a
ideia de aquiescência com as condições pactuadas e ausência de conduta ilícita
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por parte da empresa, configurando, assim, o perdão expresso ou, pelo menos,
tácito;
f) inexistência de publicidade ou repercussão dos fatos no seio social.

           Por todo o exposto, requer seja julgado improcedente o pedido de


indenização por danos morais formulado pelo Autor.

III.12. DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBENCIA

A Lei 13.467/17 que alterou a CLT, prevê o pagamento de honorário


sucumbencial, na proporção mínima de 5% e máxima de 15% sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (Art. 791-A da CLT) , o
que desde já requer.

Ainda em relação aos honorários de sucumbência, a lei prevê que mesmo a


parte beneficiária da justiça gratuita, responderá por honorários, a não ser que
não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de
suportar a despesa.

Assumindo a Reclamante o ônus de contratar advogado particular, com


fixação de honorários e sem qualquer participação da Reclamada, e em
detrimento da assistência judiciária gratuita que possui de seu sindicato
representante ou do próprio Estado enseja atrai para si todo o ônus decorrente de
sua atitude, inclusive aqueles decorrentes da sucumbência. A Reclamada não
pode ser responsabilizada a pagar advogado livremente contratado pelo
Reclamante.

Improcede ao pedido “17” da petição inicial. Impugna-se o percentual de


15%, pois nem quando ocorre condenação de honorários na Justiça do Trabalho o
valor excede o limite de 10%. Por fim, nos casos de procedência parcial, existe a
previsão de honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre
os honorários.

III.13. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA - INDEFERIMENTO

O presente pedido deve ser indeferido, posto que não atendidos os


requisitos legais pertinentes, uma vez que o Autor não comprovou seu estado de
hipossuficiência, ao contrário o Obreiro afirma na peça de ingresso a percepção
salarial de R$ 9.451,74, segue:
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Conforme exigência do artigo 790, § 4º da CLT, na redação dada pela Lei


13.456/17, sendo certo que a mera declaração não atende aos novos pressupostos
para concessão do benefício, dada a nova redação do § 3º do artigo 790 da CLT:

“O benefício da Justiça Gratuita somente será concedido àqueles que


perceberem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do
RGPS, sendo que “o benefício da justiça gratuita será concedido à parte que
comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo”
– nova redação dada aos §§ 3º e 4º do artigo 790, da CLT;”

Portanto, deve ser indeferida a Gratuidade da Justiça ao Reclamante visto


que não comprovou os requisitos para concessão desse benefício conforme artigo
790, parágrafos 3º e 4º da CLT.

III.14 - DA RESPONSABILIDADE DE SEGUNDO GRAU – DA LIMITAÇÃO


DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA AO PERÍODO DE EFETIVA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Não obstante todos os fundamentos retro, eventualmente, na remota


hipótese de haver algum elemento de prova para que esse MM. Juiz entenda pela
responsabilidade subsidiária da 2ª Ré no tocante ao pagamento de qualquer
parcela decorrente da presente demanda, requer seja declarada sua
RESPONSABILIDADE DE SEGUNDO GRAU, determinando-se a observância
do benefício de ordem inerente à responsabilidade subsidiária do tomador de
serviços, de modo que eventual processo executivo apenas seja direcionado ao 1º
Reclamada, esgotadas todas as possibilidades de recebimento do eventual crédito
trabalhista da devedora principal (1ª Ré) e/ou de seus sócios.

                             A jurisprudência acolhe a tese da responsabilidade de terceiro


grau do tomador de serviços, conforme julgados abaixo:

“AGRAVO DE PETIÇAO. ESTADO DO ACRE. RESPONSÁVEL


SUBSIDIÁRIO. EXECUÇAO DE BENS DO DEVEDOR PRINCIPAL E
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DE SEUS SÓCIOS. BENEFÍCIO DE ORDEM. De acordo com os


precedentes deste Regional, no caso de responsabilidade subsidiária é
mister que haja primeiramente o exaurimento de tentativa de se excutir
os bens do devedor principal, e inclusive dos seus sócios, para só depois,
em sendo frustadas as tentativas levadas a termo, ser redirecionada a execução
em desfavor do responsável subsidiário, por força do benefício de ordem.
Agravo conhecido e provido”. (TRT-14 - AP: 4 RO 0000004, Relator:
DESEMBARGADORA ELANA CARDOSO LOPES, Data de Julgamento:
29/03/2010, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DETRT14 n.059, de
05/04/2010).

“RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA TOMADORA EM


TERCEIRIZAÇÃO. BENEFÍCIO DE ORDEM. NECESSIDADE DE
ESGOTAMENTO DOS BENS DA DEVEDORA PRINCIPAL E DE SEUS
SÓCIOS. O benefício de ordem estabelece que a empresa tomadora de
serviços terceirizados responderá pela execução apenas quando não
localizados bens da devedora principal, ou de seus sócios, suficientes
para garantir a execução trabalhista. Agravo de petição a que se dá
provimento”. (TRT-2 - AP: 00515009320085020471 SP
00515009320085020471 A20, Relator: REGINA VASCONCELOS, Data de
Julgamento: 04/02/2014, 6ª TURMA, Data de Publicação: 13/02/2014).

                 Desta forma, requer a 2ª Reclamada ora contestante, por extrema


cautela, caso decorra alguma condenação dos presentes autos, sejam afetados,
primeiramente, os bens e patrimônio da 1ª Reclamada e de seus sócios, como
decorrência lógica do instituto do benefício de ordem.

                 Requer também seja determinada a LIMITAÇÃO DA


RESPONSABILIDADE AO PERÍODO DE EFETIVA COMPROVAÇÃO DA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS do Autor para essa Contestante, conforme ônus
da prova a ser produzido pelo Reclamante, de modo que a eventual condenação
aplicada ao 2º Reclamada seja proporcional e limitada às verbas trabalhistas
inerentes ao período em que a obreira efetivamente provou a prestação de
serviços em favor da ora Contestante.

IV – DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DAS VERBAS PLEITEADAS

Todos os pedidos do Reclamante deverão ser rejeitados na íntegra,


conforme fundamentos expostos acima, ficando expressamente impugnados, nos
moldes abaixo:
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- Ante o exposto requer:


1. Reconhecimento do direito a rescisão indireta do contrato de trabalho pelo Reclamante,
com o seu termo em 02 de janeiro de 2018, por motivo de culpa exclusiva da reclamada,
por violação do contrato de trabalho, com a consequente retificação e anota na CTPS;

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto não há provas da falta


de pagamento de quaisquer verbas trabalhistas, nada sendo devido a esses
títulos. Ademais, em função da ausência de critério, ficam impugnados os
absurdos, irreais e aleatórios valores atribuídos ao pedido formulado.

2. A condenação das Reclamadas solidariamente, com o reconhecimento da existência de


grupo econômico;

A relação jurídica entre a 1ª e a 2ª Reclamadas não decorrem de grupo


econômico e os fundamentos apresentados pelo Reclamante não têm o condão de
vincular duas empresas totalmente distintas uma da outra, inclusive de atrair a
responsabilidade solidária, fica impugnada as alegações de grupo econômico
entre as empresas Rés.

3. A declaração da unicidade de contrato de trabalho de 06/01/2010 a 02/01/2018;

A 2ª Reclamada desconhece propostas de continuidade do contrato de


trabalho entre o Reclamante e a 1ª Reclamada, e mesmo que o Obreiro prove as
suas alegações, o próprio reconhece que a 1ª Reclamada que realizou proposta
para continuidade da prestação de serviços, fica impugnada as alegações de
unicidade contratual.

4. A concessão dos benefícios da Assistência Judiciária gratuita por ser o Reclamante


pobre na acepção jurídica do termo, não tendo condições de dispor de qualquer
importância, para recolher custas e despesas processuais, honorários de Advogados,
peritos e demais gastos.

O presente pedido deve ser indeferido, posto que não atendidos os


requisitos legais pertinentes, uma vez que o Autor não comprovou seu estado de
hipossuficiência, principalmente quanto aos valores informados na peça de
ingresso como verba salarial, conforme exigência do artigo 790, § 4º da CLT, na
redação dada pela Lei 13.456/17, sendo certo que a mera declaração não atende
aos novos pressupostos para concessão do benefício, dada a nova redação do §
3º do artigo 790 da CLT.

6. Recolhimento das contribuições previdenciárias, sem qualquer desconto ao reclamante.


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No caso de eventual condenação, sejam aplicados os artigos 43 e 44 da Lei


8.212/91, autorizando a retenção das contribuições previdenciárias incidentes
sobre as verbas deferidas, desde que integrem a definição legal do salário de
contribuição, insculpida no art. 28, incisos e parágrafos da mencionada Lei, que
dispõe sobre a Organização da Seguridade Social, fica impugnada as alegações de
recolhimento de contribuição previdenciária sem desconto do Reclamante.

7. Recolhimento do Imposto de Renda, a cargo exclusivo da ré, observada a retenção que


acaso couber, mês a mês, com as deduções e isenções legais.

A retenção do Imposto de Renda na fonte, se for o caso na presente ação,


por força do disposto no art. 46, da Lei n. 8.541/92, fica impugnada as alegações
de recolhimento do Imposto de Renda a cargo da Reclamada.

8. Projeção do Aviso Prévio Proporcional por Ano de Serviço Indenizado, ao tempo de


serviço, para fins de cálculo das verbas rescisórias, prorrogando a data da RESCISÃO
DO PACTO LABORAL PARA 02 de janeiro de 2018;
9. Seja utilizada a maior remuneração devida ao Reclamante, ou seja, a quantia de R$
12.872,97 (onze mil, setecentos e sessenta e sete reais e trinta e sete centavos), para fins de
realização dos cálculos das verbas rescisórias, conforme fundamentação constante nesta
exordial;

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto não há provas da falta


de pagamento de quaisquer verbas rescisórias, nada sendo devido a esses títulos.
Ademais, em função da ausência de critério, ficam impugnados os absurdos,
irreais e aleatórios valores atribuídos ao pedido formulado.

11.1. DIFERENÇAS SALARIAIS DEVIDAS, com os acréscimos decorrentes do dissídio


da categoria, com os reflexos legais: R$ 170.161,33

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto o Reclamante apenas


alega diferenças salariais, contudo nada provar, sendo indevido, porquanto
inexistentes, certo ainda, que não há nos autos qualquer demonstração de que o
obreiro teria prestados serviços em favor da 2ª Ré. Ademais, em função da
ausência de critério, ficam impugnados os absurdos, irreais e aleatórios valores
atribuídos ao pedido formulado.

11.2. VERBAS CONTRATUAIS E RESCISÓRIAS, COM OS REFLEXOS NO FGTS


COM MULTA DE 40%: R$185.674,12
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Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto não há provas da falta


de pagamento de quaisquer verbas rescisórias, nada sendo devido a esses títulos.
Ademais, em função da ausência de critério, ficam impugnados os absurdos,
irreais e aleatórios valores atribuídos ao pedido formulado.

11.3. FGTS SOBRE VERBAS RESCISÓRIAS e FGTS DOS 60 MESES NÃO


RECOLHIDOS, ACRESCIDO DE MULTA: R$ 44.262,11

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto o Autor apenas alega


de maneira aleatória, confusa e insubsistente recebia valores superiores, contudo
nada prova, não havendo diferenças de FGTS a serem pagas, devendo ser
julgados improcedentes os pedidos, certo ainda, que não há nos autos qualquer
demonstração de que a obreira teria prestados serviços em favor da 2ª Ré.
Ademais, em função da ausência de critério, ficam impugnados os absurdos,
irreais e aleatórios valores atribuídos ao pedido formulado.

11.4. MULTA ART. 467 DA CLT: R$ 12.872,97


11.5. MULTA ART. 477 DA CLT: R$ 12.872,97

Indevido e improcedente os pedidos, porque não há comprovação da falta


do pagamento das verbas rescisórias não havendo que se falar em aplicação da
multa contida no artigo 477 da CLT. Também é indevida e improcedente a multa
do artigo 467 porquanto não há verbas incontroversas sem quitação nos autos,
cabendo o Reclamante provar suas alegações. Ademais, em função da ausência de
critério, ficam impugnados os absurdos, irreais e aleatórios valores atribuídos ao
pedido formulado.
11.6. DANOS MORAIS: R$ 25.000,00

Não há prova de dano, nem sua repercussão no mundo jurídico. Inexiste


culpa ou dolo da 2ª Reclamada a ensejar a reparação moral intentada pelo
Reclamante. Inocorre ato ilícito praticado pelo Reclamado. A falta de pagamento
dos salários e das verbas rescisórias, bem como o não recolhimento do FGTS
e INSS, por si só, não configuram dano moral, devendo ser julgados
improcedentes os pedidos, certo ainda, que não há nos autos qualquer
demonstração de que a obreira teria prestados serviços em favor da 2ª Ré.
Ademais, em função da ausência de critério, ficam impugnados os absurdos,
irreais e aleatórios valores atribuídos ao pedido formulado.

12. Liberação das guias do seguro desemprego e para soerguimento do FGTS, no prazo de
5 (cinco) dias, sob pena de responder pelo equivalente em dinheiro, acrescido de perdas e
danos;
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Indevido e improcedente o pedido, porquanto o Reclamante nada


comprovou acerca da impossibilidade de receber o Seguro Desemprego por culpa
da 1ª Reclamada.

Nesse sentido, o pleito quanto a indenização substitutiva do valor relativo


ao seguro-desemprego não prospera, em hipótese alguma, pois inexistente culpa
da Reclamada neste aspecto e pela impossibilidade jurídica de tal situação, à luz
da legislação vigente e normativos do CODEFAT que regulam a matéria.

O advogado André Gustavo Souza tratou muito bem do tema no artigo


Inadmissibilidade de condenação da empresa ao pagamento de indenização
substitutiva do Seguro Desemprego, publicado no site www.migalhas.com.br, ao
afirmar que:

“Há uma tendência na Justiça do Trabalho de condenar a empresa (empregador)


ao pagamento do Seguro Desemprego, por meio de Indenização Substitutiva, caso
não seja fornecido a guia de Seguro Desemprego - CD/SD, ou seja, o Estado está
transferindo seus encargos, mais uma vez aos empregadores.

Tal situação é inadmissível, uma vez que, a Resolução CODEFAT nº 252, de


4.10.2000, permitiu a habilitação do trabalhador mediante a apresentação da
sentença judicial transitada em julgado, acórdão ou certidão judicial, onde conste
os dados do trabalhador, da empresa e se o motivo da demissão foi sem justa
causa, ou seja, permitiu a habilitação com a simples exibição de sentença judicial
transitada em julgado.
Essa possibilidade de habilitação ao seguro-desemprego, com base em sentença
judicial transitada em julgado, também já estava implícita na Comunicação nº
001/97, da Coordenadora do Seguro Desemprego e do Abono Salarial - Ministério
do Trabalho.

Atualmente, a questão está regulada pela Resolução CODEFAT nº 392, de


8.6.2004, que também permite a habilitação do trabalhador ao seguro desemprego
mediante a "apresentação da sentença judicial transitada em julgado, acórdão ou
certidão judicial, onde conste os dados do trabalhador, da empresa e se o motivo
da dispensa for sem justa causa".

Como a habilitação ao recebimento do seguro-desemprego ainda é possível e


poderá ser feita mediante a simples exibição de "sentença judicial transitada em
julgado", a possibilidade de conversão da obrigação de não entrega das guias
respectivas em indenização substitutiva deve ser afastada da condenação.
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Defendemos esta tese, onde o Estado-Juiz deveria observar tais preceitos acima
mencionados, pois ao transferir ao empresariado brasileiro tal encargo cuja
responsabilidade é do Estado, por meio do FAT (Fundo de Amparo ao
Trabalhador), causa um verdadeiro desserviço social ao país, uma vez que barra o
crescimento econômico das empresas, fazendo com que aumente o caos social, que
há anos assola o país.”

13.Caso a Reclamada seja condenada ao pagamento de qualquer quantia já fixada em


liquidação e, não o efetue no prazo de 5 dias, que seja acrescido o montante da condenação
em 10 % (dez por cento) nos termos do artigo 523 do Código de Processo Civil, aplicável
subsidiariamente ao Processo do Trabalho;

O art. n°. 769 da CLT autoriza a aplicação subsidiária do CPC somente nos
casos omissos e quando não houver incompatibilidade. "Nos casos omissos, o
direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto
naquilo em que for incompatível com as normas deste Título." A solução da
controvérsia depende das provas produzidas e evidentes nos autos, quanto a
fatos apresentados pelas partes, e, se tais provas não ocorrerem, no presente feito,
indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto inexiste provas do direito
líquido e certo do Autor.

14. Que as reclamadas efetuem na CTPS, as anotações dos períodos de 06 de janeiro de


2010 a 01 de dezembro de 2017, em razão da rescisão indireta do pacto laboral, por culpa
exclusiva da empregadora;

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto inexiste provas do


direito líquido e certo do Autor a anotação de sua CTPS, de modo que não existe,
no juízo de cognição sumária, plausibilidade do direito vindicado pelo
Reclamante e muito menos probabilidade de dano irreparável.

15.Expedição de ofícios a Caixa Econômica Federal, a Secretaria da Receita Federal e ao


Instituto Nacional do Seguro Social; e 16. Expedição de ofício ao Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), para conhecimento do feito e, para medidas julgadas cabíveis, haja vista
que, por se tratar de direitos trabalhistas, regidos pela CLT, cabe a este Órgão fiscalizar o
cumprimento da legislação, bem como dirimir dúvidas suscitadas por quaisquer das
partes envolvidas, ainda, lavratura de auto (s) de infração e conseqüente imposição de
multa (s) administrativa (s), caso seja necessário; 17.Encaminhamento de ofícios ao
Ministério Público Estadual ou Federal e Ministério Público do Trabalho, para as devidas
providências legais cabíveis, caso sejam constatados indícios de infração penal;
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Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto não há provas da falta


de grave para que seja determinada a expedição de oficio à CEF, MPE, MPF ou a
MTE, nada sendo devido a esses títulos.

V - DA LEI 13.467, DE 13 DE JULHO DE 2017 - DA REFORMA


TRABALHISTA

Considerando o disposto na Lei 13.467, de 13/07/2017, intitulada Reforma


Trabalhista, o 5º Reclamado requere sejam observados e determinados no r.
julgado os seguintes pontos:

a) o benefício da Justiça Gratuita somente será concedido àqueles que perceberem


salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do RGPS, sendo
que "o benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo" - nova
redação dada aos §§ 3º e 4º do artigo 790 da CLT;

b) a previsão de honorários de sucumbência, fixados entre 5% a 15% do valor que


resultar da liquidação de sentença ou do proveito econômico da ação, sendo que
"na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência
recíproca, vedada a compensação entre os honorários" e que mesmo o
beneficiário da justiça gratuita, arcará com tal despesa, com o eventual crédito
obtido no processo ou em outra demanda - nova redação dada ao artigo 791- A,
caput e §§ 2º, 3º e 4º da CLT;

c) súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo TST e pelos TRTs


não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que
não estejam previstas em lei, nos termos do artigo 8º, § 2º da CLT, nova redação
dada pela Lei 13.467/17;

VI - DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não obstante todos os fundamentos jurídicos ventilados no bojo desta peça


de defesa, caso esse MM. Juiz condene a empresa 2ª Reclamada ao pagamento de
alguma parcela, o que somente por hipótese se admite, o julgado deverá observar
os seguintes requerimentos ora formulados:

a) o dever da fundamentação exaustiva, nos moldes definidos no artigo 489 do


NCPC, plenamente aplicável à espécie por força do artigo 769/CLT, artigo
15/NCPC e artigo 3º, inciso IX da Instrução Normativa 39/TST;
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b) dedução e compensação dos valores pagos relativos aos títulos pleiteados –


artigo 767, da CLT;

c) limitação de eventual condenação ao objeto dos pedidos e dos respectivos


valores pleiteados, por força do princípio da congruência, ou adstrição, e do
disposto nos artigos 141 e 492, ambos do Novo CPC;

d) a fixação de multa diária no cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,


deve ser precedida de expressa intimação específica da Ré para este fim e deve
ser limitada, sob pena de caracterizar obrigação perpétua;

e) não incidir FGTS em eventuais férias indenizadas – Orientação Jurisprudencial


nº 195, da SDI-1, do C. TST;

f) exclusão dos dias não trabalhados, como faltas, licenças, etc;

g) exclusão das parcelas não integrativas do salário;

h) juros de mora, a contar do ajuizamento (TST, Súmula 100);

i) correção monetária, nos moldes da Súmula 381/TST;

j) contribuições previdenciárias e fiscais, conforme diretrizes preconizadas na


Súmula 368, I e II, do TST;

k) incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar contribuições


previdenciárias devidas a terceiros e ao SAT;

l) prescrição bienal e quinquenal;

m) prescrição das parcelas acessórias em face dos principais, nos termos


autorizados pela Súmula 206/TST;

n) a evolução salarial do obreiro;

p) a atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela


Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei
no 8.177, de 1º de março de 1991, nos termos do § 7º do artigo 879 da CLT;

r) os subscritores da presente declaram a autenticidade dos documentos juntados


com a defesa, nos termos do art. 830, da CLT.
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VII – CONCLUSÃO

Diante do exposto, requer sejam acolhidas as preliminares e prejudicial


eriçadas e que, no mérito, se a este se chegar, sejam julgados improcedentes todos
os pedidos formulados na peça de ingresso, com a condenação do Reclamante ao
pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários advocatícios
em favor dos patronos da parte contrária.

Ficam impugnados todos os documentos juntados à inicial, visto que


nada comprovam e sem declaração de autenticidade (art. 830 da CLT) e em
especial, restam impugnados propostas de serviços juntadas às folhas 92 até
155, bem como demais documentos por nada provarem em face da 2ª
Reclamada.

Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos, em especial depoimento pessoal do Reclamante, o que se requer desde
já, sob pena de confissão, testemunhas, documentos, pericial e outros que se
fizerem necessários.

Por fim, na forma da Súmula 427/TST, sob pena de nulidade processual,


requer o cadastramento do advogado Conrado Di Mambro Oliveira, OAB/MG
84.291, na capa dos autos e nos registros do processo, para fins de
publicação/intimação de atos processuais.

Nestes termos pede juntada e deferimento.

Belo Horizonte, 19 de março de 2019.

Conrado Di Mambro Oliveira


OAB/MG 84.291

Juliene Oliveira Fernandes


OAB/MG 115.329

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