CNPJ n°: ... , com sede em (endereço com CEP), endereço eletrônico: ... , vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado infra-assinado, com fundamento no Art. 847 da Consolidação das Leis do Trabalho, apresentar
CONTESTAÇÃO
em face da Reclamação Trabalhista proposta por
Hamilton, já qualificado nos autos, pelos motivos de fato e de direito expostos a seguir:
I - DOS FATOS
Por meio da Reclamação Trabalhista ajuizada, Hamilton
afirma que começou a trabalhou na empresa a partir do dia 13 de janeiro de 2010 até ser dispensado sem justa causa na data do dia 25 de março de 2018. Além disso, o reclamante, alega que trabalhava de segunda a sexta-feira, das 07:00 às 14:00 horas, com intervalo de uma hora para refeição.
No que tange a Reclamação Trabalhista, foi pleiteada
concessão de: adicional de periculosidade; benefícios relacionados à categoria dos bancários; reintegração ao emprego; horas extras; horas sobreaviso; ticket de alimentação; vale-transporte pelo tempo que trabalhou em home office; integração do vale-cultura ao salário. II - DO MÉRITO
1.1 - Inépcia do pedido
Como foi mencionado anteriormente, o reclamante pediu a
concessão de horas de sobreaviso, mas, tal pedido não possui causa de pedir, sendo assim, a petição inicial é inepta, conforme dispõe o inciso I do parágrafo 1° do artigo 330 da Consolidação das Leis do Trabalho. Por isso, é cabível a extinção do processo sem resolução do mérito, com base no inciso I do Art. 485 e no inciso I do parágrafo 1° do Art. 330 da CLT.
1.2 – Pedido indevido de adicional de periculosidade
Foi pleiteado o adicional de periculosidade, pois, o reclamante em seus
relatos, disse que se fazia presente em área de risco por tempo correspondente a 10 (dez) minutos. Porém, o inciso I do Art. 364 do TST, prescreve que é indevido o adicional de periculosidade quando o contato ocorre de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido, com base nisto, conclui-se que seja improcedente o referido pedido.
1.3 – Pedido indevido de benefícios da categoria de bancários
Hamilton, em seus relatos, afirma que efetuava atividades bancárias,
visto que, efetivava os saques, os pagamentos de contas água, luz, gás, serviços telefônicos, e de jogos realizados pelos clientes. Contudo, os serviços mencionados caracterizam-se como atividades de loteria, e em decorrência disto, não há que se falar em concessão de benefícios da categoria dos bancários, de acordo com as previsões do Art. 511 da CLT.
1.4 – Pedido indevido de reintegração
Foi expresso na Reclamação trabalhista que, Hamilton, recebeu o aviso
prévio por apenas duas semanas, e que este, realizou inscrição em uma chapa para candidatar-se para o cargo de presidente do sindicato dos empregados em lotéricas, fato que, na concepção do reclamante, justificava a sua reintegração ao emprego. Entretanto, tal reintegração não poderá ocorrer, pois, a candidatura foi efetuado no período de vigência do aviso prévio e, acerca disso, o inciso V do Art. 369, que na situação narrada há que se falar em estabilidade, pois, não é aplicável a regra do parágrafo 3° do Art. 543 da CLT.
1.5 – Pedido indevido de horas extras
O reclamante trabalhava de segunda a sexta-feira, das 07:00 às 14:00
horas, com o intervalo de uma hora. Porém, tal pedido não merece ser acolhido, porque, com base no inciso XIII do Art. 7° da Constituição Federal de 1988 e Art. 58 da CLT, a concessão do pedido de horas extras será improcedente quando as horas diárias trabalhadas não excederem a duração de 8 (oito) horas.
1.6 – Pedido indevido de ticket-alimentação
Foi postulado o pedido do benefício de ticket-alimentação pertinente ao
acordo coletivo feito pela sociedade empresária Beta LTDA, entretanto, o Hamilton não teve sua assinatura no referido acordo, por isso, tal pedido é inválido, conforme dispõe o parágrafo 1° do Art. 611 da CLT.
1.7 – Pedido indevido de vale-transporte
Houve ainda, pedido de concessão do pagamento de vale-transporte
correspondente ao tempo trabalhado em home office, ou seja, em domicílio próprio. Mas, como prevê o Art. 1° da Lei n° 7.418/85 e Art. 2° do Decreto n° 95.247/87, tal pedido não é devido, tendo em vista que, não houveram gastos com transporte para a prestação de serviço em domicílio próprio.
1.8 – Pedido indevido de vale-cultura
Hamilton, afirma que recebia mensalmente vale-cultura na quantia de
R$ 30,00 reais, e por isso, pediu na Reclamação Trabalhista, que esse benefício fosse aderido ao seu salário. Mas, esse pedido também é indisponível, porque, de acordo com o inciso VIII do parágrafo 2° do Art. 458 da CLT, o vale-cultura não se caracteriza como salário.
III - REQUERIMENTOS FINAIS
Com base, nos fatos expostos, requer o reconhecimento de inépcia do
pedido, e que haja julgamento sem resolução do mérito, e reconhecimento de improcedência acerca dos pedidos que foram feitos pelo reclamante, atribuindo-lhe ainda, a condenação aos ônus de sucumbências, conforme dispõe o Art. 791-A da Consolidação das Leis do Trabalho.