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EXMO. SR. JUIZ DO TRABALHO DA 16ª VARA DO TRABALHO DE


MANAUS - AM

Processo: 0001057-47.2018.11.0016

  
            CIALA DA AMAZONIA REFINADORA DE METAIS LTDA.,
nos autos da Reclamação Trabalhista movida por ANBRÍCIO DA SILVA
CARDOSO, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., por seus
procuradores abaixo assinados, apresentar sua DEFESA, nos seguintes
termos:

Primeiramente, esclarece-se que a presente contestação e


documentos são protocolados sob sigilo, em obediência aos princípios do
devido processo legal e contraditório e em acatamento ao rito
estabelecido no artigo 847 da CLT, que estabelece ser a audiência o
momento processual para a entrega e publicização da defesa.

Ademais, a própria Resolução CSJT 185, de 24/03/2017, no artigo


22, § 4º, prevê que "o PJe deve dispor de funcionalidade que mantenha oculta ao
usuário externo a contestação, reconvenção, exceção e documentos que as
acompanham, até a realização da proposta conciliatória infrutífera".

I) DAS PRELIMINARES

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I.1) DA INÉPCIA DA INICIAL EM RELAÇÃO AOS PEDIDOS DE


PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS, HORAS INTERVALARES,
REPOUSO SEMANAL E ADICIONAL NOTURNO – DA AUSÊNCIA
DE CAUSA DE PEDIR

A Reclamante, nos itens “c”, “d”, “e”, “f” e “g” dos PEDIDOS,
pretende o pagamento de horas extras, inclusive as decorrentes de
supressão do intervalo intrajornada, bem como pagamento em dobro de
descanso semanal remunerado quando concedido após o sétimo dia
consecutivo de labor, dos domingos e feriados laborados, em triplo, e de
diferenças de adicional noturno.

No entanto, todas as pretensões acima referidas mostram-se


INEPTAS, porquanto a Reclamante NÃO indica, em sua exordial, de
forma clara, precisa e delimitada, (i) a jornada de trabalho que cumpriu
durante toda a contratualidade, (ii) o tempo médio que usufruía de
intervalo intrajornada, (iii) os feriados e domingos que teria laborado,
(iv) as semanas ou períodos que teria trabalhado por mais de sete dias
consecutivos sem descanso semanal regular e (v) a média de dias que
laborava em período noturno e o horário médio que encerrava seu
labor.

Desta forma, em razão do manifesto defeito formal na peça de


ingresso e do evidente prejuízo ao exercício da defesa que tal condição
acarreta (a empresa tem que se defender de fatos imprecisos, não tendo a exata
ciência das alegações e faltas que lhes são imputadas), bem como diante da
impossibilidade deste MM. Juiz conhecer das referidas pretensões,
posto que não delimitadas na causa de pedir, requer seja declarada a
inépcia da inicial nos aspectos invocadas, com a extinção prematura do
feito em relação aos pedidos veiculados nos itens “c”, “d”, “e”, “f” e “g”
dos PEDIDOS.

Conforme precedente do E. TRT da 23ª Região, que se encaixa


perfeitamente à hipótese dos autos, a ausência de indicação na inicial da
jornada de trabalho, quando se busca o pagamento de horas extras,
impede o julgador de “aferir a veracidade das alegações, assim como, não
permite ao reclamado responder à pretensão”, “in verbis”:

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“INÉPCIA DA INICIAL – HORAS EXTRAS – Afigura-se inepta a


inicial, por ausência de causa de pedir, se o autor apontou os fatos e
fundamentos de suas pretensões, porém, não indicou o limite de
sua jornada normal de trabalho e tampouco a jornada que
cumpria. Mesmo diante do ius postulandi, onde a inicial deve ser
pautada pelo princípio da simplicidade, não quer dizer que o juiz deva
apreciar matéria que não esteja efetivamente delimitada, ou seja, in
casu, qual a jornada de trabalho que o reclamante foi contratado e qual
jornada efetivamente realizava, impossibilitando mensurar se houve
ou não a realização de labor extraordinário. Nesta esteira, o
magistrado fica impedido de aferir a veracidade das alegações, assim
como, não permite ao reclamado responder à pretensão”. (TRT 23ª R.
– RO 00257.2003.005.23.00-9 – Rel. Juiz Tarcísio Valente – DJMT
15.10.2003 – p. 29).
 
Requer, pois, seja declarada a inépcia da exordial, com a
consequente a extinção do feito, sem apreciação do mérito, no tocante aos
pedidos veiculados nos itens “c”, “d”, “e”, “f” e “g” dos PEDIDOS.

II) DO MÉRITO

II.1) DO CONTRATO DE TRABALHO – DA INEXISTÊNCIA DE


ACÚMULO DE FUNÇÃO

É certo que a Reclamante foi contratada pela Reclamada em


20/03/2014, para exercer a função de caixa, mediante salário fixo de R$
870,00 por mês, sendo dispensada em 08/09/2017, sem justa causa, por
iniciativa patronal, mediante aviso prévio trabalhado dado em
31/01/2017, época em que recebeu regularmente seus haveres rescisórios,
conforme cópia da CTPS de Id 852a7d3 (fls. 288 do PDF) e documentação
anexa a esta peça de resistência.

E diferentemente do que afirma em sua exordial, a Reclamante


jamais exerceu, no decorrer da relação contratual, atribuições ou funções
diferentes daquela para a qual foi contratada ou promovida, apenas
executando trabalhos inerentes ao seu cargo e compatíveis com sua
condição pessoal.

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Portanto, no caso dos autos, não se cogita do alegado acúmulo


funcional, uma vez que o feixe de atribuições da Autora sempre
observou os cargos por ela ocupados ao longo de toda a contratualidade
e todos os encargos por ela assumidos são inerentes à formação e
condição pessoal do laborista, sendo fantasiosa a alegação de que a
laborista acumulava função de operadora de caixa, auxiliar
administrativo, financeiro e supervisora.

Inclusive, como mostra a Ficha de Registro anexa, da admissão


até março/2015, a Reclamante ocupou o cargo de caixa; do mês de abril
de 2015 a fevereiro/março/2017, ocupou o cargo de auxiliar
administrativo; a partir daí até o desligamento, ocupou o cargo de
garçonete, pelo que ficam impugnadas todas as alegações veiculadas
em sentido contrário na inicial.
Desta forma, o equilíbrio contratual, no presente caso, jamais foi
abalado, sendo que as atividades desempenhadas pela Reclamante, ao
longo de todo o período laborado, eram afetas e relacionadas ao cargo
por ela ocupado. Não eram, de forma alguma, como sugere a inicial,
trabalhos estranhos às tarefas contratadas ou incompatíveis com sua
remuneração e condição pessoal.

Cumpre salientar também que, em decorrência do jus variandi, ao


empregador é lícito promover pequenos ajustes e alterações nas
condições de trabalho, sem que este procedimento implique ato ilícito
ou descaracterização da função original.

O MM. Juiz Augusto Pessoa de Mendonça e Alvarenga, atuando na


39ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, PJe 010495-75.2017.5.03.0139,
proferiu importante e esclarecedor julgado a respeito do tema em debate,
“in verbis”:

“Além disso, observo que o exercício de mais de uma função, salvo


prévio ajuste ou norma expressa em sentido contrário, não tem o
condão de gerar um acréscimo de salários, especialmente porque o
desenvolvimento de mais de uma atividade insere-se no "jus variandi"
do empregador.

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Durante a jornada laboral, o empregado coloca a sua força de trabalho


(obrigação de fazer) à disposição do empregador, que a explora dentro
dos limites legais, podendo, regra geral, exigir a realização de diversas
atividades, sem que isso acarrete acréscimo salarial, conforme se
depreende do que dispõe o art. 456, parágrafo único, da CLT.”

Colhe-se, no E. TRT da 3ª Região, vasto magistério jurisprudencial,


que bem esclarece a questão e rechaça a alegação de acúmulo funcional
no caso vertente:

“REMUNERAÇÃO POR ACÚMULO DE FUNÇÃO.


SITUAÇÕES EM QUE PODE SER AUTORIZADA. Só se admite
acréscimo remuneratório pelo alegado acúmulo de função caso haja
previsão legal, contratual ou normativa para tanto, porque ao
empregador, dentro de seu poder de direção empresarial, é conferido o
direito de atribuir ao trabalhador outras funções ou atividades além
daquela preponderante ou pactuada no contrato, fenômeno conhecido
como poder do jus variandi, sem que isto possa gerar, por si só, o
direito a um plus salarial. Afora estes casos, e apenas
excepcionalmente, para se falar em acúmulo de funções é necessária a
demonstração de acentuado desequilíbrio entre as funções inicialmente
contratadas entre as partes e a exigência de outras atividades ou
tarefas distintas, concomitantemente com as funções originalmente
contratadas, o que não ficou demonstrado nos autos.” (Processo:
0000371-43.2014.5.03.0105 RO Data: 24/06/2015. Órgão Julgador:
Nona Turma Relator: Joao Bosco Pinto Lara Revisor:Convocado Jesse
Claudio Franco de Alencar).

“ACÚMULO DE FUNÇÕES. INEXISTÊNCIA. O desempenho de


atividades diversas, no contexto de um feixe que compõe a íntegra da
função contratual, apesar de não expressa ou necessariamente
destacadas no pacto laborativo, não é suficiente, de per se, para dar
causa ao reconhecimento de desvio funcional, e tampouco embasa
pretensões atinentes ao acúmulo de funções, se compatível, a
realização de tais atividades, com o cargo ocupado pelo trabalhador. O
real acúmulo de função somente se configura quando o empregado,
contratado para exercer uma função específica, passa a desempenhar,
concomitantemente, outras atividades afetas a cargos totalmente
distintos, circunstância que não se verifica no caso destes autos”.

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(PJe:0011038-53.2013.5.03.0031 - RO Disponibilização:06/07/2015.
Órgão Julgador: Oitava Turma - Relator: Marcio Ribeiro do Valle).

Desta forma, nada é devido à Autora a título do alegado desvio ou


acúmulo de função, inexistindo “aproveitamento” de mão de obra ou
enriquecimento sem causa por parte da Reclamada, como sugere a
obreira, que recebeu, tempestiva e oportunamente, a devida
contraprestação remuneratória pelo trabalho prestado.

Ademais, salienta-se que, no Direito Brasileiro, inexiste previsão


legal de um adicional por eventual acúmulo ou desvio de função,
conforme jurisprudência abaixo:

“ACÚMULO DE FUNÇÃO - FALTA DE PREVISÃO LEGAL -


Não há em nossa ordem jurídica legal previsão de um adicional por
eventual acúmulo de funções. Deve então ser entendido que o
empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com sua
condição pessoal, nos termos do artigo 456 da CLT, parágrafo único,
salvo previsão contratual expressa e inequívoca em sentido contrário.”
(Processo:0001256-15.2013.5.03.0001 RO Data de Publicação:
08/06/2015. Órgão Julgador:Terceira Turma Relator: Luis Felipe
Lopes Boson Revisor: Milton V.Thibau de Almeida).

Neste sentido, não procede a pretensão de aplicação analógica da


Lei 6.615/78, que não cuida da hipótese versada nos presentes autos,
ficando expressamente impugnadas as alegações de que a Reclamante
desempenhou tarefas ou funções estranhas ao seu contrato de emprego,
que supostamente lhe exigiam maior carga de trabalho e/ou
responsabilidade, sendo descabido cogitar-se, na demanda em tela, de
tratamento discriminatório imposto à obreira ou locupletamento ilícito
por parte da empresa.

Isto posto, a Reclamante não faz jus a qualquer plus ou acréscimo


mensal em seu salário, muito menos aos reflexos pretendidos, nada sendo
devido a este título, sendo certo também que a Autora não era escalada
para cobrir faltas, folgas ou férias de outros empregados, seja no
restaurante ou na bomboniere, esta última desativada no ano de 2016,
ficando expressamente impugnada tal afirmação pois não condizente
com a realidade fática.

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A Reclamada impugna também a alegação de que a Reclamante


teria, no mês de março de 2017, se afastado do emprego devido a carga de
trabalho e jornada exaustiva, e que supostamente teria desenvolvido
quadro de estresses e outros distúrbios emocionais, sendo que nenhuma
prova faz neste sentido – nem mesmo formula qualquer pretensão relacionada
a este frágil argumento, sendo que, na realidade, ao longo de toda a
contratualidade, a obreira se fazia ausente do trabalho para acompanhar
a filha ou a mãe em consultas médicas, para participar de processos ou
atendimentos jurídicos em defensoria pública etc, como comprovam os
documentos inclusos.

II.2) DA JORNADA DE TRABALHO – DO REPOUSO SEMANAL


REMUNERADO – DAS CONCESSÕES DE FOLGAS – DA
REGULARIDADE NO PAGAMENTO DO ADICIONAL NOTURNO

            A Reclamante foi contratada pela Reclamada para trabalhar em


horário compreendido dentro do limite constitucional das quarenta e
quatro horas semanais, sempre fruindo regularmente dos intervalos
obrigatórios e do repouso semanal remunerado, em conformidade com
a jornada de trabalho consignada nos cartões de ponto anexos, que
refletem, de forma fidedigna, os horários praticados pela obreira,
ficando esclarecido ainda que eventual labor em sobrejornada foi
devidamente quitado através da concessão de folga(s) compensatória(s).

Neste sentido, contesta-se expressamente os horários de trabalho


genéricos, amplos e não delimitados informados na inicial, mais
precisamente no tópico IV da causa de pedir, assim como a alegação de
que “nem sempre era possível usufruir integralmente do intervalo para refeição
e descanso”, porquanto não condizentes com a realidade fática havida,
sendo absolutamente indevida a pretensão obreira ao recebimento de
horas extras e reflexos, de qualquer natureza.

Além disso, diferentemente do que consta na exordial, no curso do


elo empregatício, as partes sempre estiveram de acordo com a adoção e
utilização válida do sistema de compensação das eventuais horas extras,
em conformidade com o disposto nas CCTs’ da categoria, inexistindo

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qualquer fundamento jurídico válido e apto a invalidar as compensações


feitas.

Neste prisma, adverte-se ainda que, para o Direito do Trabalho, o


que importa é a realidade dos fatos – o eventual labor em sobrejornada foi
objeto de compensação, conforme confessado na inicial, sendo que os aspectos
formais relacionados não se sobrepõem, em hipótese alguma, à realidade
fática vivenciada pelas partes.

Logo, a pretensão declaratória de nulidade do banco de horas é


francamente improcedente, porquanto observadas as regras exigidas e, o
que é mais relevante, devidamente compensadas as eventuais horas
extras, do mesmo como que improcede o pedido de pagamento de horas
extras e reflexos, valendo ressaltar que, quando do desligamento da
Autora, a mesma apresentava horas negativas no sistema.

E contrariando ainda o descrito na inicial, a empresa noticia que a


Reclamante sempre usufruiu regularmente dos descansos semanais
remunerados, que eram concedidos em periodicidade, frequência e
quantidade corretas, não prosperando, portanto, a frívola alegação de
que a Reclamada não acatava o disposto na Cláusula 29ª da CCT e na OJ
410 da SDI-1/TST.

Da mesma maneira, a Reclamante não trabalhava em dias de


feriados e nas raríssimas ocasiões em que tal fato ocorreu, houve a devida
compensação mediante folga, como autorizado pela norma sindical e pela
Lei 605/49 e seu Decreto Regulamentador, nada mais lhe sendo devido a
este título.

Por fim, a empresa ora defendente informa que, quando a


Reclamante laborou em período considerado noturno, o que se dava de
modo muitíssimo eventual e episódico, recebeu, tempestivamente, o
adicional respectivo, quitado de forma regular, não lhe sendo devida
qualquer diferença neste particular.
Ante o exposto, requer sejam julgados improcedentes todos os
pedidos formulados na peça de ingresso, pois nenhuma razão assiste à
Reclamante.

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Caso, porém, este MM. Juiz entenda de forma diversa, o que se


admite apenas por hipótese e em respeito aos princípios da concentração
e eventualidade, a Reclamada requer seja observado o item III e o item IV,
parte final, da Súmula 85/TST, bem como o entendimento de que o
pagamento em dobro de domingos ou feriados, por se tratar de
penalidade e não de horas extras, deve ser interpretado restritivamente e,
portanto, não tem reflexos em outras verbas trabalhistas, conforme
precedente abaixo, “in verbis”:

“TRABALHO NO REPOUSO SEMANAL – NATUREZA


JURÍDICA – Domingos e feriados trabalhados sem folga
compensatória não representam horas extras, mas pagamento em
dobro. Não há pagamento com adicional de 100%. Trata-se de
penalidade, que deve ser interpretada restritivamente e, portanto, não
tem reflexos em outras verbas. Irrelevante para a questão o acordo de
compensação de horas, pois o reclamante tinha folgas compensatórias.
Acordo de compensação de horas não diz respeito a folgas”. (TRT 2ª
R. – RO 27790200290202006 – (20020782629) – 3ª T. – Rel. Juiz
Sérgio Pinto Martins – DOESP 07.01.2003).

II.3) DO SALÁRIO DA RECLAMANTE – DA AUSÊNCIA DE


DIREITO ÀS DIFERENÇAS SALARIAIS PRETENDIDAS

Consoante noticiado anteriormente, a Reclamante foi contratada


pela Reclamada em 20/03/2014, para exercer a função de caixa, mediante
salário fixo de R$ 870,00 por mês, sendo que sua evolução funcional e
salarial estão devidamente registradas na Ficha de Empregado e nos
recibos salariais que acompanham a presente contestação e que refletem,
de modo fidedigno, a realidade funcional e salarial da Autora no curso
da
extinta relação de emprego mantida com a Ré.

Logo, a alegação autoral de que faz jus a diferenças salariais


decorrentes da aplicação de índices de correção previstos nas CCTs,
além de carecer de prova (artigo 818/CLT), o que já leva à
improcedência do pleito, também não correspondem à realidade fática,
sendo importante frisar ainda que a própria norma autônoma permite a

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compensação de aumentos espontâneos e/ou antecipações salariais


concedidos.

E diferentemente do que sustenta, novamente sem qualquer


comprovação, no tópico XIII da causa de pedir, a Reclamante, na função
de garçonete, jamais recebeu comissões ou qualquer parcela
remuneratória “por fora”, ficando expressamente impugnada as
alegações veiculadas na inicial em sentido contrário.

Além disso, é por demais sabido, inclusive reconhecido pela


jurisprudência deste E. TRT da 3ª Região, que a alegação de salário extra
folha deve vir acompanhada de prova firme, segura e convincente, não
bastando meros indícios para seu acolhimento:

“SALÁRIO "POR FORA" – A alegação de pagamento de salário


"por fora" desafia prova robusta e consistente, dentre a qual
não se amoldam os simples indícios. O ônus da prova é do
autor, o qual não se desincumbiu a contento. (TRT 3ª R. – RO
4041 – 5ª T. – Rel. Juiz Emerson José Alves Lage – DJMG 17.05.2003
– p. 20)”.

“SALÁRIO POR FORA - NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO


INEQUÍVOCA - Não bastam meros indícios de irregularidade
na contabilidade fiscal do empregador para que se reconheça o
pagamento de salário " por fora ". Tal situação, excepcional,
deve ser cabalmente comprovada, ônus do qual não se
desincumbiu o empregado, devendo ser mantido o indeferimento do
pleito de integração do valor suposto valor pago " por fora ". (TRT 3ª
R. - 5T - RO/11383/99 - Rel. Juiz Levi Fernandes Pinto - DJMG
11/03/2000 - P. 16)”.

Nesta ordem de ideias, competia à Reclamante comprovar, de


modo seguro, enfático e incontestável, a alegação de que recebia valores
salariais à margem da contabilidade, sendo certo que deste encargo não
se desvencilhou a contento, atraindo a improcedência do pleito inicial.

Diante do exposto, improcedem os pedidos relacionados à


integração de comissão/pontuação quitada “por fora” e seus
consectários.

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II.4) DA GORJETA – DA ESTIMATIVA DE GORJETA PREVISTA NA


CCT

A Reclamante requer a condenação da Reclamada ao pagamento de


gorjetas não distribuídas no período em que laborou como garçonete
(março de 2017 em diante), no percentual de 35% sobre o salário mínimo
(cláusula 15ª da CCT).

Entretanto, razão nenhuma lhe assiste, data venia.

Inicialmente, importa registrar que a alegação veiculada na


exordial de que a empresa ora Ré adota o sistema de gorjetas
compulsórias não foi objeto de prova, de modo que, uma vez mais, a
Reclamante apenas alega, para nada comprovar. Inteligência do artigo
818/CLT.

Da mesma maneira, a Reclamada destaca que não pactuou com a


Reclamante, seja no Contrato de Trabalho, seja em qualquer outro
instrumento contratual, o pagamento de gorjeta, de modo que eventuais
gorjetas concedidas por clientes aos garçons e garçonetes, se ocorrem, o
são de forma voluntária, graciosa e sem participação ou interferência do
empregador, configurando a hipótese de gorjeta espontânea, o que atrai
a incidência do disposto na Cláusula Décima Quinta das CCTs
carreadas aos autos pela própria Autora.

Neste sentido, dando cumprimento à mencionada norma


autônoma, e dada a impossibilidade dos valores de eventuais e
esporádicas gorjetas pagas por clientes virem a ser apurados com
exatidão, a empresa Reclamada segue o procedimento estabelecido no
instrumento coletivo, fazendo o lançamento da gorjeta – ou melhor, de sua
estimativa - nos contracheques do trabalhador, justamente para efeitos de
reflexos e incidências legais decorrentes, nos termos do parágrafo
primeiro da referida cláusula:

“Parágrafo Primeiro. O empregador não estará obrigado a


pagar os valores resultantes da tabela de estimativa de
gorjetas, mas apenas incluí-los para que somados ao salário

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que é pago diretamente pelo empregador, venha a formar a


remuneração básica para os recolhimentos legais”.

Logo, não se vislumbra qualquer ilegalidade no procedimento


adotado pela Ré, muito menos lesão ao direito da Autora, uma vez que
cumpridas integralmente as disposições normativas que disciplinam o
tema, inexistindo qualquer diferença e muito menos direito à
integração de valores à sua remuneração, por todos os motivos
expostos.

Diante do exposto, o pedido de pagamento de diferença referente


às gorjetas é claramente improcedente, não sendo a obreira credora de
qualquer diferença salarial ou reflexos a seu favor, porquanto sempre
recebeu regularmente tudo aquilo que lhe era devido.

Caso, porém, este MM. Juiz entenda de forma diversa, o que se


admite apenas por hipótese e em respeito aos princípios da concentração
e eventualidade, a Reclamada requer seja observado o salário mínimo
vigente em cada período, para efeito de incidência do percentual de 35%
requerido pela Reclamante.

II.5) DA QUEBRA DE CAIXA

Alegando que acumulou a função de auxiliar administrativo e


operadora de caixa no período de abril/2015 a fevereiro/2017, a
Reclamante pretende receber a parcela “quebra de caixa”.

Novamente, sem razão.

Como primeiro registro, a Reclamada esclarece que a Reclamante


jamais laborou em acúmulo funcional, sendo certo que, no decorrer da
relação contratual, apenas executou trabalhos inerentes ao seu cargo e
compatíveis com sua condição pessoal, cumprindo reiterar também que,
em decorrência do jus variandi, ao empregador é lícito promover
pequenos ajustes e alterações nas condições de trabalho, sem que este
procedimento implique ato ilícito ou descaracterização da função
original.

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Logo, não procede a alegação feita na inicial no sentido de que a


obreira trabalhou simultaneamente nos cargos de auxiliar administrativo
e caixa, de modo que nenhuma parcela lhe é devido sob esta alegação.

Além disso, a pretensão inicial relativa ao pagamento de “quebra


de caixa” no período de abril/2015 a fevereiro/2017 carece de qualquer
fundamento jurídico ou legal, porquanto inexistente norma
heterônoma (lei) e norma autônoma (CCT) determinando o pagamento
da referida verba.

Não bastasse, a Reclamada, por mera liberalidade, quando a


Reclamante ocupou efetivamente o cargo de caixa, pagou-lhe a parcela
intitulada “quebra de caixa”, como mostram os recibos salariais anexos,
nada mais lhe sendo devido a este título.

Por fim, mesmo diante da ausência de norma jurídica assegurando


o pretenso direito da Reclamante à verba em questão no tempo em que
diz ter acumulado funções administrativas e de caixa, o que, por si só, já
seria é suficiente para a rejeição do pedido, a empresa ora Ré ressalta
que, pelos termos da própria inicial, também chega-se à inevitável
improcedência do pedido, porquanto a própria Reclamante evidencia
que, no período alegado, não exercia função exclusiva de caixa, o que
fulmina sua pretensão de receber a parcela “quebra de caixa”.

Ante o exposto, não procede a pretensão inaugural.

II.6) DO GOZO REGULAR DAS FÉRIAS

A Reclamante, sob o inverídico argumento de que não usufruía


regularmente suas férias, em razão de inexistir pessoal para lhe substituir,
pede a condenação da empresa “ao pagamento (em dobro) das férias vencidas
mais 1/3 referentes ao período mar/2014 a mar/2015; mar/2015 a mar/2016;
mar/2016 a mar/2017.”

Novamente, sem razão, estando a obreira litigando de má-fé, data


venia.

A Reclamada, no cumprimento do que lhe impõe a CLT, a cada


período aquisitivo completo pela Reclamante, no decorrer do contrato

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de trabalho, concedeu-lhe o descanso anual de 30 (trinta) dias,


observando o período concessivo, sem exigir qualquer labor no
respectivo período de férias, tendo a Reclamante sido avisada da
concessão das férias, na forma e prazo definidos em lei, bem como
recebido a remuneração devida, com o acréscimo do terço
constitucional.

Basta examinar os avisos e recibos de férias anexos para se concluir


pela exatidão e correção do procedimento adotado pela Ré:

1) Férias: Período aquisitivo 20/03/2014 a 19/03/2015


Período concessivo: 02/05/2015 a 31/05/2015

2) Férias: Período aquisitivo 20/03/2015 a 19/03/2016


Período concessivo: 02/09/2016 a 30/09/2016

3) Férias: Período aquisitivo 20/03/2016 a 19/03/2017


Período concessivo: 02/05/2017 a 31/05/2018
FÉRIAS VENCIDAS, INDENIZADAS NA RESCISÃO
TRCT – CAMPO 66.1

4) Férias: Período aquisitivo 20/03/2017 a 08/09/2017


FÉRIAS PROPORCIONAIS (6/12), INDENIZADAS NA
RESCISÃO - TRCT – CAMPO 65

Portanto, por não corresponder à realidade fática havida, a


Reclamada impugna expressamente a alegação de que a obreira
trabalhava nas férias ou as gozava de modo parcelado (lembrando, de todo
modo, que a CLT sempre permitiu o fracionamento das férias em dois períodos –
e agora em três, nos termos do § 1º do artigo 134), pois tais fatos jamais
ocorreram, não prosperando também a alegação feita de que a empresa
não possuía colaboradores para executar os serviços nas ausências da
Autora, sendo totalmente improcedentes os pleitos inaugurais.

II.7) DA MULTA CONVENCIONAL

Alegando o descumprimento de cláusulas convencionais por parte


da Reclamada, a Reclamante pede a condenação da empresa ao

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pagamento da multa “prevista na Cláusula 52ª (CCT 2016/2017) no valor


correspondente a 25% do salário da reclamante, revertida em seu proveito”.

Data venia, equivoca-se mais uma vez a Autora, pois não faz jus ao
pagamento da multa mencionada.

Primeiramente porque as alegadas irregularidades mencionadas


pela Reclamante no tópico XVI da causa de pedir NÃO constituem em
descumprimento de OBRIGAÇÕES DE FAZER, como previsto na
Cláusula 52ª da CCT focalizada, de modo que, ainda que tais
irregularidades fossem verídicas – o que definitivamente não é o caso -,
não ensejariam o pagamento da penalidade almejada.

Além disso, frisa-se que a Autora não cuidou de juntar os autos a


documentação comprobatória da regularidade formal do processo
negocial que resultou no respectivo instrumento coletivo, notadamente
documentos relativos a edital de convocação das assembleias das
categorias profissional e econômica, pauta reivindicações, atendimento
a quóruns legal e/ou estatutário para deliberações, atas de eleições e
termos de posse da Diretoria dos Sindicatos signatários, entre outros,
de forma que, qualquer pretensão baseada na CCT referida deverá ser
rejeitada.

Isso porque, por força do disposto no artigo 8º, § 3º da CLT c/c


artigo 611, § 1º da CLT, ambos com a redação dada pela Lei 13.467/17, a
Justiça do Trabalho deverá averiguar os requisitos formais de validade
dos instrumentos coletivos, o que, nos dizeres da Professora Volia
Bomfim Cassar, compreende o seguinte:

“Para validade da negociação coletiva e, consequentemente, da


convenção coletiva e do acordo coletivo, é necessário observar
o requisito contido no artigo 612 da CLT (quórum da
assembléia ou do estatuto), com ampla divulgação da
convocação para a assembleia, registro em ata, bem como os
requisitos dos artigos 613, 614, 616 da CLT”. (CASSAR, Volia
Bomfim. Comentários à Reforma Trabalhista, Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: Método, 2017, p. 23).

Ante o exposto, não procede a pretensão inaugural.

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II.8) DA IMPOSSIBILIDADE DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Sem qualquer embasamento fático ou legal, a Reclamante pretende


a inversão do ônus da prova no caso dos autos, sob o argumento de ser a
parte hipossuficiente, requerendo seja a empresa ora Ré intimada a
apresentar várias planilhas, relatórios e documentos, muitos deles
inexistentes, conforme referenciado no item XV da causa de pedir.

Ora, a Reclamante parece desconhecer a regra contida no artigo


818, inciso I da CLT, que distribui o encargo probatório conforme as
alegações feitas pela parte, competindo ao Autor a prova quanto ao fato
constitutivo de seu direito.

Portanto, a empresa Ré requer seja rejeitado o pleito em tela,


preservando-se a regra processual trabalhista e a distribuição ordinária
do ônus da prova, como estabelecido no “caput” e incisos do
dispositivo celetista transcrito.

Além disso, ainda que este MM. Juiz entendesse ser o caso de se
aplicar a regra da distribuição dinâmica do ônus da prova, introduzida
pela Reforma Trabalhista – o que definitivamente, não é a hipótese, e
somente por argumento se admite -, a Reclamada requer:

- nos termos do artigo 818, § 1º da CLT, seja a decisão que


determina a inversão do ônus da prova devidamente
fundamentada, abrindo-lhe a oportunidade de se
desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

- nos termos do artigo 818, 2º da CLT, seja a decisão que


determina a inversão do ônus da prova proferida antes da
abertura da instrução, implicando no adiamento da
audiência, o que fica desde já requerido, para possibilita
provar os fatos por qualquer meio em direito admitido.

- nos termos do artigo 818, § 3º da CLT, seja indeferida a


inversão do “onus probandi” no caso dos autos, uma vez que
“a desincumbência do encargo pela parte” releva-se
“impossível ou excessivamente difícil.”

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III) DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DAS VERBAS PLEITEADAS

Todos os pedidos formulados pelo Reclamante deverão ser


rejeitados na íntegra, conforme fundamentos expostos anteriormente,
ficando expressamente impugnados, nos seguintes termos:

a) Seja declarada a inaplicabilidade da Lei 13.467/2017 sobre o direito material


advindo do contrato de trabalho em discussão.

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto descabida a


pretensão declaratória de inaplicabilidade da referida ao caso vertente.

b) Exibição dos documentos descritos no item XVII da inicial, sob as penas do


artigo 400 do CPC, além da presunção de ser considerado verdadeiros os fatos e
informações que se pretendia comprovar com os referidos documentos, isso sem
prejuízo da aplicação de multa diária pelo descumprimento da obrigação de fazer
(em quantia a ser fixada por este Douto Juízo) em prol da reclamante bem como
expedição do mandado de busca e apreensão, que fica desde já requerido
(R$1.000,00).

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto a Reclamada


junta aos autos os documentos necessários ao deslinde correto e justo da
causa, não se cogitando de inversão do ônus da prova, recusa ilegítima na
exibição de documentos ou qualquer consequência ou penalidade
processual, como sugere a Reclamante, que tem o encargo de provar suas
alegações. Inteligência do artigo 818 da CLT.

c) Reconhecida a inconsistência do regime de compensação de horas pela


inobservância aos requisitos das convenções coletivas, requer seja declarada a
nulidade do banco de horas instituído e por corolário a condenação da reclamada
ao pagamento das horas extras prestadas acima da 08.ª diária ou
44.ª hora semanal (o que for mais benéfico) por todo contrato de trabalho com o
adicional de 70% e seus reflexos sobre aviso prévio indenizado, férias mais 1/3;
13.º s salários; FGTS mais 40% e RSR´s (R$23.925,00).

Primeiramente, reforça-se que o pleito relativo ao pagamento de


horas extras e reflexos é inepto, como já tratado em tópico próprio.

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Além disso, a pretensão relacionada à inconsistência ou nulidade


das compensações efetivadas não deverá prosperar, sendo certo que a
Reclamante sempre laborou observando o limite semanal constitucional
de jornada de trabalho, fruindo regularmente dos intervalos obrigatórios
e repousos semanais, inexistindo labor suplementar sem
quitação/compensação.

Por irreal, absurdo e aleatório, fica impugnado o elevado valor


atribuído ao pedido.

d) Pagamento das horas extras prestadas pela não fruição do intervalo


intrajornada com o adicional de 70% e seus reflexos sobre aviso prévio, férias
mais 1/3; 13.º s salários; FGTS mais 40% e RSR´s (R$1.680,00).

Primeiramente, reforça-se que o pleito relativo ao pagamento de


horas extras e reflexos é inepto, como já tratado em tópico próprio.

Além disso, a Reclamante sempre laborou observando o limite


semanal constitucional de jornada de trabalho, fruindo regularmente dos
intervalos obrigatórios e repousos semanais, inexistindo labor
suplementar sem quitação/compensação.

Por irreal, absurdo e aleatório, fica impugnado o elevado valor


atribuído ao pedido.

e) Pagamento em dobro do descanso semanal remunerado (quando concedido


após o sétimo dia consecutivo de labor) por todo pacto laboral e seus reflexos
sobre aviso prévio indenizado, férias vencidas e seus reflexos sobre aviso prévio,
férias
mais 1/3; 13.º s salários; FGTS mais 40% e RSR´s (R$14.505,00).

Primeiramente, reforça-se que o pleito relativo ao pagamento em


dobro de DRS e reflexos é inepto, como já tratado em tópico próprio.

Além disso, a Reclamante sempre laborou observando o limite


semanal constitucional de jornada de trabalho, fruindo regularmente dos
intervalos obrigatórios e repousos semanais, estes últimos na
periodicidade, quantidade e frequência corretas, inexistindo labor
suplementar sem quitação/compensação.

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Por irreal, absurdo e aleatório, fica impugnado o elevado valor


atribuído ao pedido.

f) Pagamento dos domingos e feriados laborados em triplo (cláusula 28.ª das


CCT’ s anexas) por todo pacto laboral e seus reflexos sobre aviso prévio
indenizado, férias vencidas e seus reflexos sobre aviso prévio, férias mais 1/3;
13.ºs salários;
FGTS mais 40% e RSR´s (R$1.588,00).

Primeiramente, reforça-se que o pleito relativo ao pagamento em


triplo de domingos e feriados laborados e reflexos é inepto, como já
tratado em tópico próprio.

Além disso, a Reclamante sempre laborou observando o limite


semanal constitucional de jornada de trabalho, fruindo regularmente dos
intervalos obrigatórios e repousos semanais, estes últimos na
periodicidade, quantidade e frequência corretas, inexistindo labor
suplementar sem quitação/compensação.

Por irreal, absurdo e aleatório, fica impugnado o elevado valor


atribuído ao pedido.

g) Diferenças do adicional noturno (com observância da redução da hora ficta)


com adicional de 40%, por todo pacto laboral, além da integração das horas
extras habitualmente prestadas na base de cálculo e seus reflexos sobre aviso
prévio, férias + 1/3, 13.º salário, FGTS e RSR´s (R$2.300,00).

Primeiramente, reforça-se que o pleito relativo ao pagamento de


diferenças de adicional noturno e reflexos é inepto, como já tratado em
tópico próprio.

Além disso, a Reclamante sempre laborou observando o limite


semanal constitucional de jornada de trabalho, fruindo regularmente dos
intervalos obrigatórios e repousos semanais, e quando a Reclamante
laborou em período considerado noturno, o que se dava de modo
bastante eventual e episódico, recebeu, tempestivamente, o adicional
respectivo, quitado de forma regular, não lhe sendo devida qualquer
diferença neste particular.

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Por irreal, absurdo e aleatório, fica impugnado o elevado valor


atribuído ao pedido.

h) Pagamento das diferenças salariais decorrentes da não aplicação dos índices de


correção previstos nas CCT´s de 2015 a 2017 e seus reflexos sobre aviso prévio,
férias + 1/3, 13.º salários, FGTS mais 40% e RSR´ s, em conformidade com os
parâmetros já indicados na presente (R$1.200,00).

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto a evolução


salarial da Reclamante observou os critérios legais e convencionais,
inexistindo qualquer fundamento jurídico válido a amparar a pretensão
obreira.

Por irreal, absurdo e aleatório, fica impugnado o elevado valor


atribuído ao pedido.

i) Pagamento do adicional por acúmulo de função (em percentual a ser arbitrado


por este D. Juízo) para cada função acumulada ao longo do contrato de trabalho
(operadora de caixa; supervisora administrativa e supervisora financeira)
tomando-se como base o salário mensal acrescido das médias de horas extras;
adicional noturno e comissões bem como seus reflexos sobre aviso prévio, 13os.
salários, férias + 1/3, horas extras e FGTS + 40%; além da retificação das funções
e salário na CTPS, em conformidade com os parâmetros já indicados na presente
petição (R$10.200,00).

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto a Reclamante


nunca prestou serviços em acúmulo de função, nada lhe sendo devido a
este título.

Por irreal, absurdo e aleatório, fica impugnado o elevado valor


atribuído ao pedido.

j) Diferença das gorjetas não distribuídas corretamente ao longo de todo contrato


de trabalho (percentual de 35%) conforme preleciona a cláusula 15.ª da CCT
2016/2017, bastando para tanto a exibição dos relatórios de vendas do período em
que laborou como garçonete (mar/17 a set/17) sob pena de não fazendo
determinar-se a realização de perícia contábil, o que fica desde já requerido; além
da integração de tal valor na remuneração obreira para todos os fins
(R$3.800,00).

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Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto inexistem


diferenças de gorjetas em favor da Reclamante, que nada comprova a
respeito de suas alegações, sendo certo que a matéria não exige
conhecimento técnico específico, pelo que se mostra inútil e
impertinente a produção de prova pericial neste sentido.

Por irreal, absurdo e aleatório, fica impugnado o elevado valor


atribuído ao pedido.

k) Pagamento da parcela intitulada “quebra de caixa”, no valor mensal de


R$114,00 no período de abr/2015 até mar/2017, em conformidade com os
parâmetros já indicados na presente petição, sem prejuízo da incidência de juros e
correção monetária (R$2.736,00).

Indevidos e improcedentes os pedidos, pois além de a Autora não


ter comprovado nos autos a existência de norma heterônoma ou
autônoma obrigando a empresa ao pagamento da referida parcela, a
Reclamante, no período alegado, não acumulou a função de caixa, como
erroneamente afirma na causa de pedir.

Por irreal, absurdo e aleatório, fica impugnado o elevado valor


atribuído ao pedido.

l) Integração das comissões/pontuações pagas no valor de R$300,00 por mês no


salário mensal para todos os fins, inclusive para base de cálculo das horas extras;
adicional noturno; feriados, RSR´s; adicional acúmulo de função; diferença das
verbas rescisórias (TRCT) ; FGTS + 40% e INSS, além da retificação do valor do
salário na CTPS, em conformidade com os parâmetros já indicados na presente
petição (R$2.200,00).

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto a Reclamante


jamais recebeu salário, comissão ou qualquer outro valor sem registro na
folha de pagamento, não havendo que se cogitar das pretendidas
integração e repercussão, muito menos retificação da Carteira
Profissional.

Por irreal, absurdo e aleatório, fica impugnado o elevado valor


atribuído ao pedido.

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m) Pagamento em dobro das férias vencidas mais 1/3, relativas aos períodos
aquisitivos: mar/2014 a mar/2015 e mar/2015 a mar/2016, em conformidade com
os parâmetros já indicados na presente petição (R$9.066,67).

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto a Reclamante


sempre gozou de suas férias regularmente, inexistindo qualquer motivo
para sustentar a referida pretensão.

Por irreal, absurdo e aleatório, fica impugnado o elevado valor


atribuído ao pedido.

n) Pagamento da multa convencional no valor correspondente a 25% do salário


da reclamante, revertida em seu proveito, conforme cláusula 52.ª – CCT
2016/2017 (R$425,00).

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto a Reclamante


não comprovou o descumprimento de nenhuma obrigação de fazer por
parte da Reclamada e muito menos a regularidade formal do processo
negocial que teria resultado no instrumento coletivo em que se baseia
para requerer a multa em tela.

Por irreal, absurdo e aleatório, fica impugnado o elevado valor


atribuído ao pedido.

o) Na apuração das horas extras, sejam utilizados os seguintes parâmetros:


vedação da compensação de horas extras com folga na hipótese da Ré não
apresentar a planilha do banco de horas; adoção do divisor 200; na ausência dos
cartões de ponto, deverá ser presumido o labor em 26 dias por mês; o tempo
trabalhado durante o intervalo intrajornada é tempo não deduzido da jornada
(item I da Súmula 437 do
TST); sejam acrescidas do adicional de 70% sobre as horas extras;

Primeiramente, reforça-se que o pleito relativo ao pagamento de


horas extras e reflexos é inepto, como já tratado em tópico próprio.

Além disso, a Reclamante sempre laborou observando o limite


semanal constitucional de jornada de trabalho, fruindo regularmente dos
intervalos obrigatórios e repousos semanais, inexistindo labor
suplementar sem quitação/compensação.

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As pretensões referentes a aplicação de divisor 220, presunção de


labor durante 26 dias no mês e todas as demais veiculadas no pedido de
item “o” carecem de base legal, ficando impugnado ainda o adicional
convencional porque não comprovada a regularidade formal do processo
negocial que teria resultado no instrumento coletivo em que se baseia a
Reclamante para requerer o adicional em tela.

p) Requer a designação de perícia contábil para apuração das diferenças de horas


extras; adicional noturno e feriados porventura existentes em favor da
reclamante;

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto a matéria não


exige conhecimento técnico específico, pelo que se mostra inútil e
impertinente a produção de prova pericial neste sentido.

q) Quando da liquidação de sentença, seja deferida a atualização das eventuais


parcelas deferidas com base no índice de correção monetária IPCA;

Indevidos e improcedentes os pedidos, porquanto o requerimento


de incidência do índice IPCA fere texto expresso de lei, mormente o
artigo 879, § 7º da CLT, “in verbis”:

“Art. 879/CLT (...)


§ 7º    A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial
será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do
Brasil, conforme a Lei no  8.177, de 1º  de março de 1991.”

Inclusive, dando ênfase aos princípios da efetividade processual e


segurança jurídica, a E. Nona Turma do TRT da 3ª Região, no julgamento
do RO 0010437-84.2016.5.03.0017, reconhece a TR como o índice legal
para correção do crédito trabalhista:

“CORREÇÃO MONETÁRIA. TRD X IPCA-E. A questão ainda


pende de pacificação. Até lá, a conduta mais adequada, à luz dos
princípios da efetividade processual e segurança jurídica, é determinar
a aplicação da TRD como índice de correção monetária tal como
previsto no art. 39 da Lei nº 8.177/91, já que a Lei, goste-se ou não
dela, todo mundo é obrigado a cumprir, enquanto, por exemplo,
Súmulas só as vinculantes do STF.” (TRT 3ª R.; RO 0010437-

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84.2016.5.03.0017; Rel. Des. Ricardo Marcelo Silva; DJEMG


04/05/2018).

Ademais, no julgamento do RE 870947, o C. STF, na pessoa do


Eminente Ministro Luiz Fux, em caso cuja discussão é em tudo
semelhante à presente (aplicação de IPCA para correção de débito
judicial), suspendeu a aplicação do referido índice.

- Subtotal..................................... R$74.625,67
- Honorários sucumbenciais ....... R$7.462,56
- Total apurado.......................... R$82.088,23

Por irreais, absurdos e aleatórios, ficam impugnados os elevados


valores atribuídos ao subtotal e total apurados pela Reclamante, bem
como fica rechaçada a pretensão ao recebimento de honorários
sucumbenciais.

Aliás, indevidos e improcedentes todos os pedidos autorais, deverá


a Autor suportar os ônus da sucumbência, inclusive pagamento de custas
e honorários advocatícios em favor dos patronos do Réu, o que já fica
requerido desde logo.

- Concessão da gratuidade de justiça.

O pedido de concessão dos benefícios da Justiça Gratuita deve ser


indeferido, posto que não atendidos os requisitos legais pertinentes, uma
vez que a Autora não comprovou seu estado de hipossuficiência,
conforme exigência do artigo 790, § 4º da CLT, na redação dada pela Lei
13.456/17, sendo certo que a mera declaração não atende aos novos
pressupostos para concessão do benefício, dada a nova redação do § 3º
do artigo 790 da CLT.

Ante o exposto, e tendo em vista que a Reclamante não comprovou


insuficiência de recursos para pagamento das despesas e custas
processuais, o pedido de concessão da Justiça Gratuita deve ser rejeitado,
em sintonia com a garantia constitucional prevista no artigo 5º, inciso
LXXIV da CF/88, in verbis:

“Art. 5º (...)

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LXXIV CF/88: o Estado prestará assistência jurídica integral e


gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.”
IV) DA LEI 13.467, DE 13 DE JULHO DE 2017 - DA REFORMA
TRABALHISTA

Considerando o disposto na Lei 13.467, de 13/07/2017, intitulada


Reforma Trabalhista, a Reclamada requer sejam observados e
determinados no r. julgado os seguintes pontos:

a) o benefício da Justiça Gratuita somente será concedido àqueles que


perceberem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos
benefícios do RGPS, sendo que "o benefício da justiça gratuita será
concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o
pagamento das custas do processo" - nova redação dada aos §§ 3º e 4º do
artigo 790 da CLT;

b) a previsão de honorários de sucumbência, fixados entre 5% a 15% do


valor que resultar da liquidação de sentença ou do proveito econômico
da ação, sendo que "na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará
honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os
honorários" e que mesmo o beneficiário da justiça gratuita, arcará com
tal despesa, com o eventual crédito obtido no processo ou em outra
demanda - nova redação dada ao artigo 791- A, caput e §§ 2º, 3º e 4º da
CLT;

c) a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e


alimentação, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do
período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o
valor da remuneração da hora normal de trabalho – nova redação dada
ao artigo 71, § 4º da CLT;

d) súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo TST e


pelos TRTs não poderão restringir direitos legalmente previstos nem
criar obrigações que não estejam previstas em lei, nos termos do artigo
8º, § 2º da CLT, nova redação dada pela Lei 13.467/17.

V) DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Não obstante todos os fundamentos jurídicos ventilados no bojo


desta peça de defesa, caso esse MM. Juiz condene a Reclamada ao
pagamento de alguma parcela, o que somente por hipótese se admite, o
julgado deverá observar os seguintes requerimentos ora formulados:

a) o dever da fundamentação exaustiva, nos moldes definidos no artigo


489 do NCPC, plenamente aplicável à espécie por força do artigo
769/CLT, artigo 15/NCPC e artigo 3º, inciso IX da Instrução Normativa
39/TST;

b) dedução e compensação dos valores pagos relativos aos títulos


pleiteados;

c) limitação de eventual condenação ao objeto dos pedidos e dos


respectivos valores pleiteados, por força do princípio da congruência, ou
adstrição, e do disposto nos artigos 141 e 492, ambos do Novo CPC;

d) a fixação de multa diária no cumprimento de obrigação de fazer ou


não fazer, ou astreintes, deve ser limitada, sob pena de caracterizar
obrigação perpétua;

e) não incidir FGTS em eventuais férias indenizadas – Orientação


Jurisprudencial nº 195, da SDI-1, do C. TST;

f) exclusão dos dias não trabalhados, como faltas, licença maternidade


etc;

g) exclusão das parcelas não integrativas do salário;

h) juros de mora, a contar do ajuizamento (TST, Súmula 100);

i) correção monetária, nos moldes da Súmula 381/TST;

j) contribuições previdenciárias e fiscais, conforme diretrizes


preconizadas na Súmula 368, I e II, do TST;

k) prescrição bienal e quinquenal;

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l) prescrição das parcelas acessórias em face dos principais, nos termos


autorizados pela Súmula 206/TST;

m) a atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será


feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil,
conforme a Lei no  8.177, de 1º de março de 1991, nos termos do § 7º do
artigo 879 da CLT;

n) o disposto na Súmula 340/TST;

o) na eventualidade de condenação, não há que se falar em incidência de


contribuições previdenciárias cota patronal, vez ser a Reclamada
optante pelo SIMPLES NACIONAL, devendo, contudo, suportar a
Reclamante as contribuições de sua cota-parte;

p) o disposto na Orientação Jurisprudencial 394/SDI-1/TST: REPOUSO


SEMANAL REMUNERADO - RSR. INTEGRAÇÃO DAS HORAS
EXTRAS. NÃO REPERCUSSÃO NO CÁLCULO DAS FÉRIAS, DO
DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO, DO AVISO PRÉVIO E DOS
DEPÓSITOS DO FGTS. A majoração do valor do repouso semanal
remunerado, em razão da integração das horas extras habitualmente
prestadas, não repercute no cálculo das férias, da gratificação natalina,
do aviso prévio e do FGTS, sob pena de caracterização de “bis in idem”;

q) o disposto na Súmula 354/TST: GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA.


REPERCUSSÕES. As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de
serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a
remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as
parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso
semanal remunerado.

r) os subscritores da presente declaram a autenticidade dos documentos


juntados com a defesa, nos termos do art. 830, da CLT.

VI) DA IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS

Ficam impugnados todos os documentos juntados à inicial, visto


que nada comprovam e sem declaração de autenticidade (art. 830 da

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CLT), passando a Reclamada, neste momento, à impugnação específica


da documentação apresentada pela Autora, nos termos abaixo:

- Fls. 20/22 do PDF: mero relatório de lançamentos relativos a cartão de


crédito, sem qualquer relação com a presente causa ou valor probante.

- Fls. 23/33 do PDF: prints do site do teatro, com anúncios de espetáculos,


sem qualquer relação com a presente causa ou valor probante.

- Fls. 34/35 do PDF: fotografias ilegíveis, consistindo em documentação


produzida unilateralmente pela Reclamante, sem qualquer participação
ou chancela da Reclamada, pelo que não possuem nenhum valor
probante.

- Fls. 36/53 do PDF: folhas de ponto incompletas, sendo que a Reclamada


junta aos autos os controles de frequência da Reclamante.

- Fls. 54/81 do PDF: documentos relativos a outros empregados, sem


qualquer relação com a presente causa ou valor probante.

- Fls. 82/83 do PDF: prints do site do Eliptec, empresa responsável pelo


sistema de gestão da Reclamada, consistindo em documentação sem
qualquer relação com a presente causa ou valor probante.

- Fls. 84/87 do PDF: prints do site e instagram da Reclamada que, além de


conterem informações desatualizadas, não têm qualquer relação com a
presente causa ou valor probante.

- Fls. 88 do PDF: ingresso de espetáculo no teatro, sem qualquer relação


com a presente causa ou valor probante.

- Fls. 89/101 do PDF: meros relatórios do sistema, sem qualquer relação


com a presente causa ou valor probante.

- Fls. 102/201 do PDF: cópias de e-mails internos, comprovando, em sua


quase totalidade, atividades meramente administrativas exercidas pela
Reclamante, compatíveis com o seu cargo à época e sua condição pessoal
e profissional. Em nada amparam as alegações formuladas na inicial.

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- Fls. 202/205 do PDF: cartão CNPJ e contrato social da Reclamada.

- Fls. 206/275 do PDF: CCTs.

- Fls. 276 do PDF: declaração de hipossuficiência, a qual fica


expressamente impugnada, posto que inservível para os fins almejados
pela obreira, tendo em vista a nova redação dada ao artigo 790, § 4º da
CLT, pela Lei 13.456/17, sendo certo que a mera declaração não atende
aos novos pressupostos para concessão do benefício, diante da nova
redação do § 3º do artigo 790 da CLT.

Ademais, quanto aos documentos internos da Reclamada, além de


em nada socorrem à tese obreira, como demonstrado acima, não podem
ser utilizados como meio de prova, eis que obtidos de forma clandestina
pela Reclamante, que chegou, inclusive, a ser advertida pela Ré por este
motivo (vide advertência disciplinar anexa).

Ora, documentos que acompanham a inicial foram por obtidos


pela Autora de forma ilícita, sem qualquer autorização ou mesmo
conhecimento da empresa, não obstante pertencerem ao empregador,
sendo vedados sua apropriação e uso para fins diversos, mormente
porque veiculam - ou podem veicular - informações confidenciais e
atributos tanto da Reclamada quanto de terceiros, que possuem
proteção, inclusive de ordem constitucional.

Portanto, por força do artigo 5º, inciso LVI da CF/88, os


documentos internos da Ré coligidos aos autos pela Reclamante não
deverão ser valorados, pois “são inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos”.

VII) DA CONCLUSÃO

Diante do exposto, requer a Reclamada sejam acolhidas as matérias


preliminares e que, no mérito, se a este se chegar, sejam julgados
improcedentes todos os pedidos formulados na peça de ingresso, com a
condenação da Reclamante aos ônus da sucumbência.

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Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos, em especial depoimento pessoal da Reclamante, o que se
requer desde já, sob pena de confissão, testemunhas, documentos e
outros que se fizerem necessários.

Por fim, na forma da Súmula 427/TST, sob pena de nulidade


processual, requer o cadastramento do advogado Conrado Di Mambro
Oliveira, OAB/MG 84.291, nos autos eletrônicos e nos registros do PJ-e,
para fins de publicação/intimação de atos processuais.

Nestes termos, pede juntada e deferimento.

Belo Horizonte, 24 de Outubro de 2018.

Conrado Di Mambro Oliveira


OAB/MG 84.291

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