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EXCELÊNTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 3° JUIZADO

ESPECIAL CÍVEL DA CAPITAL

CIRO MARQUES SILVA JUNIOR, advogado regularmente inscrito na


OAB/AL sob o n° 18.374, solteiro, inscrito no CPF sob o n° 087.388.174-54,
tendo como RG o n° 3492816-2, tendo como endereço eletrônico:
Advmarquesal@gmail.com, residente e domiciliado à Rua Vinte e Seis de Abril,
156 – Poço – Maceió/AL – CEP: 57.0252-570, vem a presença de Vossa
Excelência propor:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA


DE URGÊNCIA C/C PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E
MATERIAIS

Em face de OI MOVEL S.A - EM RECUPERACAO JUDICIAL, pessoa


jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 05.423.963/0001-11,
com sede ao Setor Comercial Norte, Quadra 03, Bloco A, S/N, Edifício Estação
Telefônica, térreo, parte 2, Centro Norte, Asa Norte, Brasília - DF, CEP 70.713-
900, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

I – DOS FATOS

O Demandante é advogado e já utiliza a linha de n° (82) 9.8820-2351 há


um bom tempo, fazendo as devidas recargas mensalmente, sempre no valor de
R$ 25,00 (vinte e cinco reais).

E-mail: Advmarquesal@gmail.com
Telefone: (82) 9.9625-4266
Paralelo a isso, também possuía um chip da operadora TIM sob o n° (82)
9.9625-4266 e como não estava satisfeito com o serviço prestado pela referida
operadora, decidiu então verificar a possibilidade de fazer uma portabilidade
para a Oi.
No dia 30/07/2021 o Demandante dirigiu-se até a loja da Oi localizada no
interior do Maceió Shopping e solicitou que fosse realizada uma portabilidade do
chip da TIM para a Oi. Prontamente o atendente da loja informou que tudo seria
feito diretamente pelo celular do Demandante e que não seria necessário a
aquisição de um novo chip.
Desta feita, o atendente realizou todos os procedimentos e informou ao
Demandante de que por enquanto seria gerado um número provisório para
utilizar enquanto não fosse concluída a solicitação da portabilidade, que seria
concluída na terça-feira dia 03/08/2021.
Vale destacar que ambos os chips (Oi e Tim) se encontravam no mesmo
aparelho, pois havia dois slots para os chips.
Acontece que desde o dia 03/08/2021 o Demandante não conseguia mais
utilizar o seu chip da Oi de n° (82) 9.8820-2351, não entendendo o motivo do
que estaria acontecendo, pois conforme narrado, o chip estava recarregado com
R$ 25,00 (vinte e cinco reais) de crédito, acreditando então ser algum problema
na rede.
No 04/08/2021, o Demandante recebeu ligações de seus familiares e
clientes informando de que não estavam conseguindo entrar em contato através
do seu n° habitual da Oi.
Neste mesmo dia, decidiu entrar em contato com a Oi, conforme protocolo
de n° 202100133903415 e recebeu uma mensagem automática informando que
o n° havia sido cancelado por falta de recarga, deixando o Demandante
completamente preocupado, uma vez que utiliza o n° da Oi há bastante tempo
para todas as suas atividades, inclusive, recentemente fez 1.000,00 (mil) cartões
de visitas incluindo o número da linha nas informações de contato.

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Telefone: (82) 9.9625-4266
Após as mensagens automáticas, a atendente da Oi explicou ao
Demandante de que o procedimento realizado pelo atendente da loja não foi
correto, pois seria necessário que fosse adquirido um chip novo para que
recebesse o número provisório, enquanto a portabilidade não fosse concluída.
Explicou também que provavelmente o funcionário da loja solicitou que o
n° (82) 9.8820-2351 fosse utilizado para número provisório do chip da Tim, e
assim ao ser concluída a portabilidade o chip da Oi seria cancelado.
Inconformado, o Demandante solicitou que o chip fosse reativado, tendo
em vista tudo que havia sido relatado e que utilizava o n° da Oi para todas as
suas atividades, inclusive profissionais.
Contudo, a atendente foi bastante incisiva e informou que em situações
como essa não haveria a possibilidade de reativação do chip, devendo o
Demandante adquirir um novo chip com um novo número.
Desta forma, vem socorrer-se do Poder Judiciário para que lhe seja
garantido o que é de direito e por ser medida de justiça espera que seja
DETERMINADA A IMEDIATA REATIVAÇÃO DO CHIP SOB PENA DE MULTA
DIÁRIA A SER ARBITRADA POR ESTE JUÍZO.

II – DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Conforme narrado, o Demandante utiliza o n° da oi que foi cancelado, qual


seja, (82) 9.8820-2351, em todas as suas atividades, sejam elas pessoais, sejam
profissionais.

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Neste sentido, caso o chip não seja reativado em caráter de urgência, o
Demandante irá acabar perdendo seus clientes, uma vez que realizava todas as
suas ligações através do número que foi cancelado pela falha na prestação dos
serviços da Demandada.
Logo, como é sabido, para que haja a concessão da tutela provisória de
urgência, é necessária a presença de dois requisitos, quais sejam: a
probabilidade do direito e o risco ao resultado útil do processo.
A probabilidade do direito encontra-se no fato de que o Demandante utiliza
a linha há bastante tempo, não fazendo sentido algum o cancelamento do
mesmo, pois realiza sempre as recargas mensalmente, inclusive, no momento
do cancelamento, o chip estava recarregado com R$ 25,00 (vinte e cinco reais)
de crédito.
Já o risco ao resultado útil do processo está no fato de que caso essa
situação se perdure, o Demandante poderá perder seus clientes, pois conforme
narrado sempre realiza as ligações através do supracitado chip, inclusive, incluiu
o n° em todos os 1.000,00 (mil) cartões de visitas feito recentemente.

Diante disso, de acordo com o Art. 84 do CDC, quando se tratar de


obrigação de fazer, o juiz concederá a tutela específica, ou determinará
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.

Desta forma, como estão presentes os requisitos ensejadores da


concessão da tutela provisória de urgência, requer que seja DETERMINADA A

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IMEDIATA REATIVAÇÃO DO CHIP ou QUE SEJA DISPOBILIZADO OUTRO
CHIP COM O MESMO NÚMERO, “inaudita altera pars”, conforme preconiza o
§3° do mesmo dispositivo citado acima, por ser medida de justiça.

III – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Conforme preconiza o rol de direitos básicos do consumidor, em seu


inciso VIII do Art. 6 do CDC, é autorizado que o juiz, ao verificar a
verossimilhança nas alegações ou quando o consumidor for hipossuficiente,
determine a inversão do ônus.
A verossimilhança nas alegações está no fato de que a própria atendente
informou que o procedimento utilizado pelo funcionário da loja Oi foi incorreto,
visto que seria sim necessário a aquisição de um novo chip para que fosse
realizada a portabilidade.
Ademais, a hipossuficiência do Demandante está no fato de que todas as
informações referentes a portabilidade do chip estão em sua base de dados, não
tendo condições de solicitá-las, senão através de decisão judicial.
Desta forma, considerando a verossimilhança nas alegações e a
hipossuficiência do consumidor, requer que seja determinada a inversão do ônus
da prova para que a Demandada seja compelida a juntar ao processo o motivo
do cancelamento da linha de n° (82) 9.8820-2351, bem como a gravação da
ligação do dia 04/08/2021, conforme protocolo de n° 202100133903415.

III – DO DIREITO
É incontestável o direito ora pleiteado, uma vez que a falha na prestação
do serviço foi inequívoca, sendo confirmado até mesmo pela atendente,
conforme protocolo de n° 202100133903415.
Assim, verifica-se que o direito do Demandante está consubstanciado no
Código de Proteção e Defesa do Consumidor.
Percebe-se que as informações passadas pelo funcionário da loja Oi,
localizada no Maceió Shopping foi incorreta, pois segundo a atendente do n°

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*144 (central de atendimento da oi), seria necessário a compra de um chip para
que pudesse ser realizada a portabilidade.
Logo, o funcionário ao realizar a portabilidade, solicitou que o chip que o
consumidor mais utilizava, qual seja, o de n° (82) 9.8820-2351, fosse utilizado
como número provisório para o chip da Tim, fazendo com que ao ser concluída
a portabilidade, o referido número fosse cancelado.
Diante disso, resta caracterizada a falha na prestação do serviço, pois
conforme dispõe o inciso III do Art. 6 do CDC, o consumidor deve receber a
informação adequada e clara, bem como os riscos que apresentem.
Ademais, o Art. 14 do Código de Defesa do Consumidor discorre que o
fornecedor de serviços responde independentemente de culpa pela reparação
dos danos causados ao consumidor, senão vejamos:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.

[in verbis]

Corroborando o que dispõe o dispositivo acima, o Art. 6, inciso VI do


mesmo diploma legal, garante a efetiva reparação de danos patrimoniais e
morais causados ao consumidor, senão vejamos:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


VI - a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
[in verbis]
Outrossim, caso não seja reativado o chip do Demandante, o mesmo terá
que adquirir um novo chip, bem como não mais poderá utilizar o seu antigo

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número de telefone e terá que refazer todos os cartões de visitas que foram feitos
recentemente, uma vez que foi utilizado o n° em todos os cartões.
Assim, a Demandada terá que ressarcir o Demandante também por esse
prejuízo, devendo ser condenada a indenização por danos materiais pelo valor
equivalente que dispendeu para fazer os 1.000 (mil) cartões de visitas, no qual
teve o valor de R$ 154,00 (cento e cinquenta e quatro reais), conforme
documentos anexos.
Diante do exposto, espera que seja garantido o seu direito a
REATIVAÇÃO IMEDIATA DO CHIP, em caráter liminar, bem como a indenização
por danos morais e materiais.

IV – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) A concessão da TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA para que seja


DETERMINADA A IMEDIATA REATIVAÇÃO DO CHIP DE N° (82)
9.8820-2351, sob pena de multa diária a ser arbitrada por este juízo;
b) A concessão da INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, para que a
Demandada seja compelida a juntar ao processo o motivo do
cancelamento da linha de n° (82) 9.8820-2351, bem como a gravação
da ligação de protocolo n° 202100133903415;
c) Ao final, seja confirmada a tutela provisória sendo efetivada a
reativação da linha de n° (82) 9.8820-2351, e caso não seja reativado
o chip que seja condenada a parte contrária ao pagamento de
indenização por danos materiais no montante de R$ 154,00 (cento e
cinquenta e quatro reais), equivalente ao valor dos cartões, bem como
condenação por danos morais no montante de R$ 500,00 (quinhentos
reais), todos devidamente corrigidos e atualizados monetariamente;
d) A condenação da parte contrária no pagamento das custas e
honorários de sucumbência, em caso de recurso.

E-mail: Advmarquesal@gmail.com
Telefone: (82) 9.9625-4266
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito
admitidos, especialmente as documentais juntadas a esta peça, bem como a
oitiva de testemunhas e depoimento pessoal das partes.

Dá-se à causa o valor de R$ 654,00 (seiscentos e cinquenta e quatro


reais).

Termos em que,

Pede deferimento.

Maceió, 04 de agosto de 2021.

CIRO MARQUES SILVA JUNIOR


OAB/AL 18.374

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