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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA UNIDADE DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO MUNICÍPIO DE ______________

MARIETA DA SILVA DE SOUSA, brasileira, estado civil, profissã o, inscrita no CPF sob o
Nº:_______, e RG:________, e-mail, residente e domiciliada _____________________, vem,
respeitosamente, perante à vossa excelência, ajuizar
AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Em face da CLARO S.A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº:
40.432.554/0001-47, estabelecida com sede na Rua Henri Dunant, 780, Torres A e B, Santo
Amaro, Sã o Paulo-SP e em face da TIM CELULAR S.A, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ sob o nº: 04.206.050/001-80, estabelecida com sede na Avenida Giovanni
Gronchi, nº 7.143, na cidade de Sã o Paulo-SP
1. DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

Inicialmente, a autora requer os benefícios da Gratuidade da Justiça, na sua integralidade,


nos termos do Art. 5º, LXXIV, e arts. 98 e 99 do CPC, por nã o possuir condiçõ es financeiras
para arcar com o pagamento das custas judiciais e honorá rios advocatícios, sem prejuízo
do pró prio sustento e de sua família, conforme declaraçã o de hipossuficiência em anexo.
2. DOS FATOS
No dia 17/03/2020 a Autora recebeu uma ligaçã o da operadora de telefonia Claro
oferecendo-lhe a sua portabilidade. A Autora, inicialmente, decidiu aceitar tal
portabilidade, porém, antes que a atendente concluísse a contrataçã o a Requerida optou
pelo cancelamento do mesmo, manifestando, assim, o seu desinteresse por tal serviço.
Entretanto, apó s manifestar a sua decisã o à atendente da Claro, a Requerida foi informada
de que nã o havia a possibilidade de cancelamento, tendo em vista que, nas palavras da
atendente “nã o dava mais tempo de cancelar”.
Apó s 3 (três) dias do ocorrido a Autora, novamente, entrou em contato com a operadora
Claro por meio de ligaçã o para saber, mais uma vez, sobre a possibilidade de haver o
cancelamento do serviço ora contratado por ela. Ao ser atendida, explicar a situaçã o, e
pedir uma soluçã o para o seu caso, a Autora foi informada de que o cancelamento da
portabilidade havia sido realizado e que, inclusive, teria dado certo.
Contudo, apó s o cancelamento, a Autora percebeu que o seu chip havia parado de
funcionar. Ao perceber tal situaçã o, a Autora resolveu entrar em contato, mais uma vez,
com a operadora Claro para informar o ocorrido. Ao ser atendida, a Autora foi informada
de que nã o haviam achado o protocolo de cancelamento, o que por já sentir-se desgastada
com toda a situaçã o, fez com que a Requerente resolvesse ficar com o serviço da operadora
telefô nica.
Apó s alguns dias a Autora resolveu ligar, novamente, para a Claro para saber se poderia
cancelar o plano contratado visto que nã o sentia-se satisfeita com o serviço. Todavia, foi
informada de que para haver o cancelamento ela teria que pagar uma multa. Contudo, apó s
encontrarem o protocolo de atendimento viram que nã o fazia-se necessá rio haver o
pagamento de tal multa. Vale ressaltar, que juntamente com a portabilidade a Autora
realizou, também, um plano controle, estes que, a Claro cancelou, disponibilizando a
Autora, apenas, o chip pré-pago.
A par disso, vale mencionar que, apó s o cancelamento da portaria com a Claro, a Autora
resolveu voltar a utilizar os serviços do seu antigo plano na operadora TIM, por considerar
este como sendo mais vantajoso. Para isso, ela realizou o pagamento de duas faturas que
estavam em aberto na TIM, no valor de R$ 80,00 (oitenta reais) cada uma (conforme
comprovante em anexo).
No entanto, apó s um certo tempo, a operadora TIM começou a efetuar cobranças a Autora
de uma fatura do período de 01/04/2020 a 31/04/2020. Contudo, é mister esclarecer que
durante esse período a Requerida nã o encontrava-se utilizando dos serviços da TIM, mas,
sim , da Claro, ficando claro, portanto, a cobrança indevida. Ademais, é forçoso esclarecer
que, além da cobrança indevida referente a um período em que a Autora nã o utilizava-se
dos serviços da operadora TIM, a mesma ainda recebeu a cobrança de uma multa que foi
acrescida ao valor da fatura, sendo que sequer havia gozado dos serviços de tal operadora.
Posto isto, sã o as razõ es de fato, cujo direito passa-se a apresentar, o que irá tornar
completamente comprovada e cabível a presente açã o.
3. DO DIREITO
3.1 DA VIOLAÇÃO ÀS NORMAS EXPRESSAS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Inicialmente, é mister fazer mençã o a definiçã o do que venha a ser consumidor, e sobre isso
a Lei Nº 8.078/90 ( Có digo de defesa do consumidor), em seu Art. 2º preceitua:
“Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.”
E quanto a caracterizaçã o do fornecedor, o Art. 3º do mesmo diploma legal nos diz que:
“Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.”
Portanto, resta-se comprovada a relaçã o de consumo no caso em tela.
3.2 DA RELAÇÃO PRINCIPIOLÓGICA ESTABELECIDA NO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR

Vislumbra-se no Art. 4º, incisos I, III e IV, do aludido có digo, os princípios que regem as
relaçõ es de consumo e que tratam de proteçã o do consumidor, quais sejam:
“Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de
seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e
harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
I - Reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
III - Harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e
compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem
econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas
relações entre consumidores e fornecedores;
IV - Educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e
deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
Conforme o relato dos fatos configura-se no caso em tela, clara violaçã o aos princípios
basilares expostos e bem como a caracterizaçã o da situaçã o de dispêndio com a autora.
3.3 DO CONTRATO ABUSIVO

Como bem foi narrada, a autora recebeu uma ligaçã o da empresa de telecomunicaçã o clara,
na qual lhe oferecia a portabilidade de seu numero de telefone mais a adesã o do plano
controle da operadora, de inicio foi negado pela autora o interesse em tal oferta, mas com
bastante insistência do vendedor acabou cedendo, dando assim inicio ao processo de
portabilidade, ao final da ligaçã o a consumidora relatou que desistiu e pediu o
cancelamento da portabilidade, mas foi informado que nã o seria mais possível o
cancelamento e que ela teria que aguardar três dias para entrar em contato e realizar o
cancelamento.
Nã o resta duvida que a abordagem da empresa foi abusiva tanto na forma que o vendedor
pressionou a autora para que realizasse a portabilidade quando ao se negar fazer o
cancelamento no final da ligaçã o, obrigando assim que a consumidora a prosseguir com a
adesã o do contrato contra sua vontade, dessa forma fere diretamente o que defende o
có digo de defesa do consumidor no seu art. 6º, IV, que aponta como direito do consumidor
a proteçã o contra praticas abusivas.
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou
desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de
produtos e serviços;”

3.4 DA COBRANÇA INDEVIDA

No caso em tela, fica claro que a cobrança efetuada por parte da empresa de telefonia TIM
referente ao mês de maio de 220 é indevida, tendo em vista que no referido mês a autora
nã o era mais consumidora da mesma decorrente da portabilidade, na qual
automaticamente extingue o contrato com a referida ré.
Ainda referente à cobrança indevida quando ao valor que foi cobrado, segundo a autora o
valor que normalmente era cobrado no seu plano era de R$ 40 (quarenta reais) por mês,
mas na fatura que supostamente está em atraso foi cobrado o valor de R$ 70 (setenta
reais). Que segundo a empresa seria o valor total do plano sem desconto, por tanto também
nota-se pratica abusiva quanto a isso, pois a empresa está de certa forma punindo a
consumidora por ter cancelado seu vinculo com a mesma.
3.5 DA RESPONSSABILIDADE SOLIDÁRIA

Nota-se que a problemá tica se deu com a ligaçã o da requerente CLARO para a autora, na
qual foi coagida a celebrar contrato, posteriormente nã o sendo transparente com a
consumidora quando solicitado protocolo de atendimento referente ao cancelamento da
portabilidade alegando nã o está encontrando, e ainda tendo a cliente insatisfeita com o
serviço ofertado.
Por outro lado temos a requerida TIM, que apesar de nã o ter dado início ao problema,
também teve comportamentos abusivos em relaçã o a autora, primeiramente ao cobrar por
um serviço que nã o estava sendo usufruído mais, segundamente cobrar um valor a mais
como se fosse uma multa ou penalidade pela autora ter cancelado o contrato com a mesma.
Nesse sentido o có digo de defesa do consumidor aponta no art. 6º, VI.
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
“VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos;”

Sob a responsabilidade solidá ria do fornecedor de serviços para com o consumidor, o CDC
em seu art. 7º, pará grafo ú nico, diz que:
“Art. 7º Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou
convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de
regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que
derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e equidade.
Parágrafo único. “Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela
reparação dos danos previstos nas normas de consumo.”

Ainda sob o mesmo prisma, temos o seguinte entendimento.


“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - LINHA TELEFÔNICA MÓVEL -
PORTABILIDADE INDEVIDA - RECLAMAÇÃO ANATEL - RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA
DOADORA E DA RECEPTORA - "QUANTUM" INDENIZATÓRIO - RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - ARBITRAMENTO.
1- É solidária a responsabilidade das operadoras doadora e receptora pelos danos
decorrentes de portabilidade de acesso telefônico realizada indevidamente, sem solicitação
por parte do consumidor.
2- Para a fixação da indenização por danos morais, deve ser considerada a dupla finalidade
do instituto, cujos objetivos são, por um lado, a punição do ofensor, como forma de coibir a
sua reincidência na prática delituosa e, por outro, a compensação da vítima pela dor e
sofrimento vivenciado. A indenização por dano moral deve ser fixada segundo os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade, segundo as peculiaridades do caso, levando-se em conta a
extensão do dano.
3- Recurso provido.”

3.7 DA CARACTERIZAÇÃO DO DANO MORAL


O Có digo de Defesa do Consumidor é extremamente claro ao prever o direito do
consumidor de ter seu dano moral reparado, quando atingido. É o que reza o art. 6º, VI,
ipsis litteris:
Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos.
No presente caso, a conduta das demandadas ocasionou danos morais para a autora, pois a
mesma teve seu parco rendimento reduzido por fato nã o provocado por ela, sendo
surpreendida por cobrança de uma fatura de um serviço no qual nã o estava utilizando
mais, o descontentamento com serviço adquirido de forma abusiva. Tal fato lhe provocou
profunda angú stia, aborrecimento e privaçõ es, pois a mesma ficou sem utilizar alguns
serviços que sã o de extrema importâ ncia para o seu trabalho. Ficando dependente de usar
celulares de terceiros.
Nas relaçõ es de consumo é aplicá vel a teoria da responsabilidade objetiva, consoante a
qual, para caracterizaçã o do dever de indenizar do fornecedor, basta a comprovaçã o da
existência do ato ilícito (dívida contraída indevidamente) e do nexo de causalidade entre
este e o dano sofrido pelo consumidor (perda patrimonial decorrente da cobrança indevida
da fatura do mês de maio de 2020), sendo desnecessá ria qualquer averiguaçã o acerca da
ocorrência de culpa ou dolo do fornecedor de produtos ou do prestador de serviços.
Sem dú vidas deve haver reparaçã o moral suficiente para repreender as partes requeridas a
fim de que tenham mais cautela na execuçã o de seu mister nã o submetendo outros clientes
a situaçõ es semelhantes. E, em relaçã o a requerente, cabível o arbitramento de indenizaçã o
suficiente para tentar amenizar todo o transtorno e aborrecimentos por ela
experimentados.
Nessa esteira, segue jurisprudência abaixo:
APELAÇÃO CÍVEL – Ação declaratória de inexigibilidade de débito cumulada com indenização
por danos morais – Sentença de improcedência – Inconformismo da autora – Prestação de
serviços de telefonia fixa e internet – 1. Alegação de cobrança indevida de duas faturas
vencidas após a formalização do pedido de portabilidade à empresa "prestadora receptora".
Aplicação da Resolução nº 460/07 da Anatel – Responsabilidade solidária das concessionárias
(receptora e doadora) pela regularidade da migração. Hipótese dos autos em que a autora
comprovou o prévio pedido de portabilidade à receptora – Débitos inexigíveis – 2. Aplicação
da Teoria do desvio produtivo do consumidor. Danos morais configurados. Indenização
arbitrada no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), em atenção aos critérios de razoabilidade
e proporcionalidade. Correção monetária a partir do arbitramento e juros de mora a contar
da citação – Sentença reformada. Inversão do ônus sucumbencial – Recurso provido.
(TJ-SP - AC: 10024772820188260008 SP 1002477-28.2018.8.26.0008, Relator: Daniela
Menegatti Milano, Data de Julgamento: 04/02/2020, 19ª Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 04/02/2020)
Portanto, fixa-se o quantum indenizató rio em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), à título de
indenizaçã o por danos morais.
3.8 DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Demonstrada a relaçã o de consumo, resta configurada a necessá ria inversã o do ô nus da


prova, conforme disposiçã o expressa do Có digo de Defesa do Consumidor:
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: (...)
VIII a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências for ele
A inversã o do ô nus da prova é consubstanciada na impossibilidade ou grande dificuldade
na obtençã o de prova indispensá vel por parte do Autor, sendo amparada pelo princípio da
distribuiçã o dinâ mica do ô nus da prova implementada pelo Có digo de Processo Civil:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à
parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
No Presente caso a HIPOSSUFICIÊ NCIA PROBATÓ RIA Fica caracteriza diante da, maior
facilidade em que as demandadas tem acesso a todos os protocolos de atendimento que
foram realizados.
Trata-se da efetiva aplicaçã o do Princípio da Isonomia, segundo o qual, todos devem ser
tratados de forma igual perante a lei, observados os limites de sua desigualdade. Nesse
sentido, a jurisprudência orienta a inversã o do ô nus da prova para viabilizar o acesso à
justiça:
Assim, diante da inequívoca e presumida hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com
duas empresas de grande porte, indisponível concessã o do direito à inversã o do ô nus da
prova, que desde já requer.
3.9-DA CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA
No vertente caso, impõ e-se a antecipaçã o dos efeitos da tutela pretendida, haja vista a
necessidade de garantir a autora o direito de retirada do seu nome dos Ó rgã os de Proteçã o
ao Crédito por divida inexistente cobrada indevidamente pela Claro, o que somente será
possível por meio da concessã o liminar, nos moldes do artigo 300 do CPC, in verbis:
"Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”
Com efeito, observa-se que, in casu, os supracitados requisitos legais – perigo de dano e
probabilidade do direito - encontram-se preenchidos, pelos argumentos acima articulados,
a demonstrar a urgência na concessã o do provimento.
Outrossim, deverá a autora ser dispensada de prestar a cauçã o exigida no § 1º do
supracitado dispositivo legal, tendo em vista a sua já declarada hipossuficiência econô mica
(declaraçã o e comprovante de renda em anexo).
Por fim, essencial frisar que, nas obrigaçõ es de fazer, acaso descumprida a decisã o
concessiva da tutela antecipada, poderá ser imposta ao Réu multa diá ria compatível com a
obrigaçã o determinada, nos moldes dos artigos 497, 536 e 537, do CPC, in expressis:
"Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se
procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que
assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
(...)"
“Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer
ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela
específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas
necessárias à satisfação do exequente.
§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a
imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de
obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de
força policial.
(...)”
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de
conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja
suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para
cumprimento do preceito.
(...)
§ 4o A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e
incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado.
(...)”
Dessa forma, verificado que a pretensã o autoral encontra amplo respaldo no ordenamento
jurídico pá trio, impõ e-se o deferimento do pedido aduzido na exordial, inclusive em sede
de antecipaçã o dos efeitos da tutela de urgência.
4. DOS PEDIDOS

Diante das circunstâ ncias fá ticas e jurídicas expostas, requer-se:


1. Que sejam concedidos os benefícios da gratuidade judiciária nos termos dos Arts. 5º,
LXXIV, CF, e 98 e 99 do CPC/2015;
2. A citaçã o das requeridas nos endereços supracitados, na pessoa dos seus representantes
legais na forma dos arts. 18 e 19 da lei 9.099/95, sob pena de revelia;
3. a determinaçã o de INVERSÃ O DO Ô NUS DA PROVA em favor da consumidora, consoante
autoriza o inciso VIII, do art. 6º, do CDC, ante a verossimilhança das suas alegaçõ es, bem
assim a sua hipossuficiência técnica e financeira;
4. A concessã o, inaudita altera pars, da tutela de urgência, a fim de assegurar a
viabilidade da realizaçã o do direito, determinando à Requerida que realize a
imediatamente a exclusã o do nome dos da Requerente dos ó rgã os restritivos
(SPC/SERASA) nos termos do art. 300 do CPC, sob pena de, em caso de descumprimento,
ser incidida multa diá ria no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia de
descumprimento; requer ainda a condenaçã o a indenizá -la pelos danos morais sofridos, em
quantum indenizató rio de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
5. a TOTAL PROCEDÊ NCIA DO PEDIDO em todos os seus termos, para declarar a
inexistência da dívida da Requerente em relaçã o a empresa requerida TIM, excluindo a
referida conta emitida à título de dívida contraída indevidamente pela promovente; requer
ainda a condenaçã o a indenizá -la pelos danos morais sofridos, em quantum indenizató rio
de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente
o documental, testemunhal e pericial.
Dá-se a causa o valor de R$ 5.080,00 (Cinco mil e oitenta reais)
FICO CIENTE DE QUE NO DIA E HORA DESIGNADOS NOS AUTOS DO PROCESSO VIRTUAL,
DEVEREI COMPARECER PESSOALMENTE (OU VIRTUALMENTE POR VIDEOCONFERENCIA
ONLINE) NA SECRETARIA DESTE JECC PARA A SESSÃ O CONCILIATÓ RIA, CIENTE AINDA
DE QUE MINHA AUSÊ NCIA INJUSTIFICADA ENSEJARÁ A EXTINÇÃ O DO FEITO SEM
JULGAMENTO DO MÉ RITO, BEM COMO NA CONDENAÇÃ O NAS CUSTAS PROCESSUAIS.
Nestes termos, pede e espera deferimento.
JUAZEIRO DO NORTE-CE, 10 DE NOVEMBRO DE 2020.
A PARTE PROMOVENTE JÁ SE ENCONTRA CIENTE DE TODO TEOR DESTA
ATERMAÇÃO, COMO TAMBÉM TEM UMA CÓPIA DE TODO O ASSUNTO NARRADO.
_____________________________________________________
AUTOR (A): SARAH GABRIELLE CORDEIRO DE BRITO

______________________________________________________
ESTAGIÁ RIO (A): CAIO ÍTALO ARAÚJO NASCIMENTO

________________________________________________________
ESTAGIÁ RIO (A): EMANUELLY

________________________________________________________
ESTAGIÁ RIO (A): MARIA PALOMA LEITE DO NASCIMENTO SÁ

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