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Exmo. Dr. Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de Conceição do Coité-BA.

Edson Pinto de Almeida, brasileiro, maior, inscrito no CPF nº 842.450.695-20,


residente e domiciliado na Fazenda Tanque da Terra, nº 160, Povoado Santa Rosa, Conceição do Coité-BA, nessa
cidade, por seu advogado, infra firmado, conforme procuração anexa, vem perante Vossa Excelência externar a presente
Ação de Dano Moral em face da Claro S.A., empresa de telefonia móvel celular, pessoa jurídica de direito privado
inscrita no CNPJ do MF sob o número 40432544000147, sediada na Rua Henri Dunant, número 780, Torre A e Torre B,
no bairro de Santo Amaro, São Paulo – São Paulo, CEP. 04709110, de telefone (11)43134620 e endereço eletrônico
atendimento.fiscalizacoes@claro.com.br, pelos acontecimentos a seguir dissecados.

1. Preliminarmente: liminar em sede de Tutela de Evidência de inversão probandi: provas em poder da


Requerida – evidente presença da hipossuficiência e verossimilhança do Autor(a)/Consumidor(a) –
Legislação específica determina que o consumidor(a) seja cientificado(a) previamente de eventuais
descontinuidade do serviço:
Para a melhor visualização dos direitos Autorais e dos desmandos da
Acionada, sopesando-se ainda que de um lado temos um(a) frágil Consumidor(a) e do outro uma das maiores
empresas de telefonia móvel do globo terrestre, sendo, portanto, imperativo e a inversão probandi,
determinando à Acionada que traga a juízo:

Documentos que comprovem que os serviços de telefonia móvel com ligações, acesso a internet e mensagens de texto via
SMS foram disponibilizados normalmente, entre os dias 11/06/2018 à 14/06/2018 em Conceição do Coité, sob pena de
confissão.

Com o deferimento da Liminar ora pleiteada, Vossa Excelência estará


distribuindo justiça com magnitude:

2. Mérito:

2.1. Do histórico de abusos da Acionada:

É de sabença geral que as “Teles” há décadas estão entre as empresas que mais
desrespeitam os consumidores, isso massivamente, são milhões de cidadãos lesados que urgem pela intervenção da
Jurisdição para resguardarem seus direitos e fazer cessar tal ignomínia. Senão vejamos

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Código de validação do documento: 6814178a a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
Não foi diferente nos últimos anos, onde a Claro foi uma das empresas que
encabeçaram a lista dos maus prestadores de serviços, conforme informação também publicitada pela Fundação Procon:

2.2. Dos fatos:

A Empresa Ré é uma das Concessionárias/fornecedoras do serviço de telefonia


móvel no Brasil, disponibilizando ligações, acesso a internet e mensagens de texto via SMS. A Parte Autora, por sua vez, é
mais uma das milhoes consumidoras desses serviços através da linha (75) 8195 4480.

Ocorre que, entre os dias 11 a 14 de junho de 2018, houve a interrupção dos


serviços da Acionada por mais de 72 horas contínuas, culmindo na interrupção total do sinal dos serviços de telefonia
móvel, do acesso a internet e do envio/recebimento de mensagens SMS em Conceição do Coité- BA.

Não bastasse isso, quando os serviços não se esvaem completamente, a rede da


CLARO não suporta sequer a qualidade mínima necessária, vez que o sinal oscila entre quedas e restabelecimento
inopinado, o que gera trasntornos e frustação a Requerente/Consumidora, que nunca sabe se seu celular irá

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funcionará/terá sinal, o que no mundo moderno/on line é tornar-se uma ermitã(oã)!

A situação é pública e notória, veiculada inclusive pela imprensa on line,


disponível no site InformeBahia, através de seu sítio eletrônico abaixo colado, que desde já empreendemos
autenticidade: http://informebahia.com/pgnoticia.php?sub=170&id=9061:

Importante ressaltar que o(a) Autor(a) nunca fora informada acerca da existência de
necessidade dessa interrupção. Assim, ainda que tal cessação do serviço fosse necessária por motivo técnico, a
comunicação deveria ter sido previamente realizada, para que fosse oportunizado ao Autor(a) o planejamento de
suas atividades, o que não ocorreu!

Diante disso, fica evidente o descumprimento do Dever de Informação com o


consumidor.

Não bastasse a má classificação juto a empressas que prestam maus serviços


junto aos Procons, a Acionada também é uma das líderes em reclamações, perante a ANATEL.
(http://www.anatel.gov.br/consumidor/reclamacoes-na-anatel2/grupos-economicos).

Apesar de ser Concessionária dum serviço público renomanadamente


ineficiente, com todos os desdobramentos da Responsabilidae Objetiva Isso, sem que possa alegar dificuldade
econômica, pois, só no primeiro trimestre de 2018, a empresa teve receita de aproximadamente R$
8.880.000.000,00 (https://exame.abril.com.br/negocios/receita-da-claro-brasil-fica-estavel-no-1o-trimestre).

Diante disso, resta demosntrada a má-prestação do serviço pela Acionada. Nessa


toada, tal situação deve ser combatida por esta Justiça, na persecução do que é direito e certo, aplicando-se danos morais
com natureza punitiva e pedagógica.

2.3. A Autora tentou resolver adminstrativamante a perlenga, conforme observa-se dos protocolos
cunhados a seguir, sem, contudo obter sucesso – necessidade do socorro do Judiciário:

A Vindicante tentou solucuionar a perlenga de forma adminstrativa, por duas


oportunidades, entre os dias 11 a 14 de junho de 2018, por duas vezes ligou para o SAC reclamando da ausência do
serviço gerado os protocolos de nº 2018460056755 e 20184600872.

Por isso não lhe restou alternativa senão procurar guarida na Jurisdição.
3. Do direito:

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3.1 Da essencialidade do serviço de telecomunicação:

Excelência, como de sabença geral, o serviço de telefonia é essencial nos dias de


hoje. Inclusive, sua essencialidade é reconhecida pela Lei nº 7.783/89, art. 10, VII. Atentemos:

Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais:

VII - telecomunicações;

Assim, levando-se em conta a importância de tal serviço, a Constituição


Federal, em seu art. 175 ao dispor sobre o regime de concessão e permissão, determinou as
permissionárias/concessionárias a obrigação de manter o serviço adequado.

No âmbito infraconstitucional, temos a Lei nº 8.987/95, disciplina as que:

Art. 6º - Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido
nesta lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.

§ 1º - Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na
sua prestação e modicidade das tarifas.

Art. 7º - Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários:

I - receber serviço adequado;

Também nesse sentido, a Lei 9.472/97, que trata da organização dos serviços de
telecomunicações, além de criar e regular a ANATEL, para que essa fiscalize a prestação de tais serviços, determina:

Art. 3º - O usuário de serviços de telecomunicações tem direito: I - de acesso aos serviços de telecomunicações, com padrões de qualidade e
regularidade adequados à sua natureza, em qualquer ponto do território nacional;

Art. 127 - A disciplina da exploração dos serviços no regime privado terá por objetivo viabilizar o cumprimento das leis, em especial das relativas
às telecomunicações, à ordem econômica e aos direitos dos consumidores, destinando-se a garantir: III - o respeito aos direitos dos usuários;

Ora Excelência, nota-se que a Empresa Acionada infringe diversas normas


legais brasileiras, quando prstou um pessimo serviço de telefonia, por isso deve ser apenas condizentemente.

3.2. Da responsabilidade civil pelo vício na prestação do serviço – Responsabilidade Objetiva aplicada ao
caso – art. 14º do CDC:

Agora atentemos às normas reguladoras do caso concreto, respectivamente os


arts. 14 e 20, inciso II do CDC:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias
relevantes, entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;


...
III - a época em que foi fornecido.
...
§ 2° são impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não
atendam as normas regulamentares de prestabilidade.

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Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim
como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
...
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

A Jurisprudência de nosso TJ enfileira:

CONSUMIDOR. AÇÃO INDENIZATÓRIA. SERVIÇO MÓVEL DE TELEFONIA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO.


RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. DANO MORAL CONFIGURADO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. QUANTUM RAZOÁVEL. SENTENÇA
MANTIDA. APELAÇÃO IMPROVIDA. (TJ-BA - APL: 05005476220148050006, Relator: Lidivaldo Reaiche Raimundo Britto, Primeira Câmara
Cível, Data de Publicação: 11/05/2016).

APELAÇÃO. DIREITO DO CONSUMIDOR, DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS TELEFONIA MÓVEL. INDISPONIBILIDADE DE SERVIÇOS CONTRATADOS. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE
PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR. CONJUNTO PROBATÓRIO HÁBIL A COMPROVAR AS ALEGAÇÕES DA PARTE AUTORA. EMPRESA RÉ
QUE NÃO LOGROU ÊXITO EM COMPROVAR FATO EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR/APELADO. (ART. 333, II DO CPC). SERVIÇO
DEFEITUOSO (ART. 14, CDC). CONDUTA ABUSIVA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANO MORAL "IN RE IPSA". "QUANTUM"
INDENIZATÓRIO (R$ 4.000,00 – QUATRO MIL REAIS), FIXADO DE ACORDO COM OS CRITÉRIOS DE RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE. (TJ-BA - APL: 05001751620148050006, Relator: João Augusto Alves de Oliveira Pinto, Quarta Câmara Cível, Data
de Publicação: 12/10/2016).

Assim, não restam dúvidas que a Jurisdição deve aplicar os desdobramentos da


Teoria da Responsabilidae Objetiva ao caso encetado.

3.3. Aplicação da Teoria do Desestímulo:

O Direito pátrio delegou ao Magistrado a mensuração dos danos morais,


utilizando-se a Doutrina e a Jurisprudência da Teoria do Desestímulo, onde emergem dois fatores, o primeiro diz respeito
ao conforto e atenuação da lesionada, o outro refere-se à punição do agente, compelindo-o a não mais delinquir.

No mesmo tom, as lições de Mário da Silva Pereira, em sua obra


Responsabilidade Civil, Ed. Forense, Rio de Janeiro:

“Hoje em dia, a boa doutrina, inclina-se no sem tido de conferir à indenização caráter dúplice, tanto punitivo do agente, como compensatório, em relação à
vítima”.

Igualmente ratifica a Teoria do Desestímulo a Jurisprudência:

DANO MORAL – FIXAÇÃO “...Voto majoritário, no entanto, que atende ao princípio da razoabilidade, pautado por duplo objetivo: 1º) desestímulo ao infrator;
2º) amenizar o mal causado. Embargos infringentes parcialmente conhecidos, e inacolhidos, unânime. (TJPR – EI 0084347-8/01 – (785) – III G.C.Cív. – Rel. Des.
Cordeiro Cleve – DJPR 28.05.2001).

Logo, deve o ponderado Julgador sopesar a Teoria do Desestímulo na


controvérsia em apreço.

4. Dos pedidos:

Destarte, requer:

4.1. Premininamente: liminar em sede de Tutela de Evidência de inversão probandi, conforme cunhado no tópico 1.
4.2. No mérito: a procedência total do pedido, com a condenação da Requerida ao pagamento pelos danos morais
infligidos ao(a) Requerente, no importe de R$ 15.000,00.

4.3. A citação da Requerida por seu Representante legal para transigir ou contestar através de A.R., sob pena de revelia e

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confissão, cientificando-a também da decisão da liminar.

4.4. A produção de todas as prova sob o pálio da Constituição, sobremaneira a oitiva da Requerente, dos representantes
das Requeridas, testemunhas oportunamente elencadas e juntada de documentos.

Valor da causa R$ 15.000,00.

Pede deferimento.

Conceição do Coité, 22 de janeiro de 2019.

Ernesto Reyes
Oab/Ba 15.506
Assinado eletronicamente

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