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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE BELÉM/PARÁ.

PROCESSO nº 0001141-35.2015.8.14.0302
REQUERENTE: ALBANO ANTONIO DA SILVA LEITE
REQUERIDA: AIR CANADA S/A

ALBANO ANTONIO DA SILVA LEITE, devidamente qualificados nos autos do


processo em epígrafe, vem respeitosa e tempestivamente perante Vossa Excelência,
por meio de seu advogado infra-assinado, com fulcro legal na Lei nº 9.099/95 arts.
41 e 42, interpor o presente RECURSO INOMINADO, momento no qual requer a
concessão de gratuidade judicial, requerendo, desde logo, seja o mesmo recebido
por este D. Juízo e, após cumpridas as formalidades legais, ordenada a sua remessa
à Turma Recursal dos Juizados Especiais, juntamente com as razões anexas.

Termos em que
Pede Deferimento
Belém, 28 de dezembro de 2016.

RAIMUNDO ROLIM DE MENDONÇA JÚNIOR


OAB/PA 10.709

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EXCELENTÍSSIMOS SENHORES JUIZES DA COLENDA TURMA RECURSAL DOS
JUIZADOS ESPECIAIS DA COMARCA DE BELÉM/PA.

O Requerente, ora Recorrente, entende data venia que a sentença proferida


pelo Juízo singular merece parcial reforma, haja vista que deixou de quantificar
satisfatoriamente o valor a ser pago pelos danos morais sofridos, especialmente
considerando os contornos fáticos que envolvem a questão, SENÃO VEJAMOS!

1. DO BREVE COTEJO FÁTICO

O Autor na ocasião de uma viagem a trabalho partiu de São Paulo/SP,


embarcado em um vôo operado pela companhia AIR CANADA no dia 28 de
fevereiro do ano corrente com destino final o Aeroporto Internacional Toronto
Pearson na capital do Canadá. Ressalte-se que o itinerário completo do Autor foi
Belém - São Paulo – Toronto, com a aquisição da passagem junto a Ré, que por não
operar a rota Belém - São Paulo, repassou o trecho para operação pela Gol (Code-
share).

Como de praxe, ao desembarcar em Toronto/CAN o requerente se deslocou


ao setor de restituição de bagagens e para seu infortúnio sua mala não foi
restituída.

Toronto é uma cidade de clima temperado, e na ocasião do desembarque e


durante a permanência do requerente na cidade, no inverno, a temperatura média
era de -10°C (dez graus Celsius negativos) com sensação térmica de -20°C (vinte
graus Celsius negativos) com variações.

O autor se encontrou em desconforto imensurável, pois pretendia, ao


desembarcar no aeroporto de Toronto (CAN) retirar seu casaco da mala e poder se
dirigir tranquilamente para o hotel.

O Demandante imediatamente procurou o pessoal de solo a fim de localizar


seus pertences extraviados e foi tratado com hostilidade e até desrespeito pelo
atendente de solo que confirmou que sua bagagem não teria sido localizada
orientando-lhe a encaminhar-se para o hotel. Frustrado, e sob frio realmente
congelante, dirigiu-se ao Hotel sem suas bagagens, tendo que participar no mesmo
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dia de reunião profissional, onde se fez presente sem ao menos ter tido a
oportunidade de vestir-se adequadamente.

No final do dia (01/03/2015), ainda na esperança de localizar sua bagagem, e


ainda demonstrando a boa-fé que norteou sua conduta, adquiriu apenas um casaco,
uma calça e uma camisa.

Para piorar a situação, o Autor fora informado no dia seguinte, 02/03/2015,


que sua bagagem houvera sido localizada, e que a encaminhariam para o hotel.
Para sua surpresa, a Ré encaminhou apenas uma caixa com documentos que havia
sido despachada juntamente com a mala. Continuava a via crucis do Autor!

Em outros termos, para aumentar ainda mais a indignação do Autor, a


companhia aérea de forma displicente, encontrou um dos volumes (caixa com
documentos) mas não localizou mala (com roupas e pertences pessoais)
despachada conjuntamente. Uma grande trapalhada excelência!

No terceiro dia de permanência o Autor (03/03/2015), em virtude dos


compromissos profissionais foi obrigado a comprar outros casacos, roupas e uma
mala, conforme comprovantes em anexo, fundamentais a sua permanência em país
estrangeiro e de clima atípico ao que nós brasileiros estamos habituados.

Mister ressaltar que além dos compromissos principais ligados a contatos com
investidores, o evento que levou o Autor da presente demanda a Toronto, foi uma
premiação do Setor Minerário da qual a empregadora do Autor participa, sendo
marcado por eventos sociais e reuniões de caráter fundamental à excelência de
suas competências profissionais e sendo imperativo o uso de trajes passeio
completo, ocasião em que o demandante ficou impossibilitado de trajar-se da forma
correta, conforme resta demonstrado pelas fotografias em anexo.

Imagine excelência o constrangimento o qual o Autor foi submetido! Aí se


demonstram os severos danos morais perquiridos na presente ação.

Apenas às 23h00 do dia 03/03/2015, penúltimo dia da programação, o Autor


recebeu sua mala no hotel, após passar por toda sorte de constrangimentos.

A DISPLICÊNCIA E DESCASO DA RÉ SÃO UM VERDADEIRO DESCALABRO, UM


VERDADEIRO EXEMPLO DE COMO NÃO TRATAR UM CONSUMIDOR! Em resumo, a
bagagem do Autor somente foi restituída às vésperas de seu retorno ao Brasil!

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2. DA MAJORAÇÃO DO DANO MORAL
A r. sentença de piso merece ser parcialmente reformada no que diz
respeito ao valor de condenação para o dano moral. Neste momento pedimos vênia
para demonstrar os equívocos em que incorreu o nobre magistrado quando da
prolação de sua decisão final.
A sentença não considerou toda a extensão do abalo moral sofrido pelo
Recorrente, pois o valor sentenciado se torna ínfimo tendo em vista a situação
imposta ao demandante e ainda o porte econômico da Requerida, pelo que requer
seja o valor fixado a título de indenização por danos morais, majorado para a
quantia de R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais), conforme pleito constante na
inicial.
Sendo assim, é importante ressaltar que o juízo “a quo” ao estipular o
“quantum” indenizatório não levou em consideração o porte econômico da
empresa Ré, que é uma das maiores empresas de aviação do mundo. Ante o poder
econômico da ofensora, além de pouco afetá-la, descaracteriza, principalmente, o
caráter punitivo e o efeito pedagógico que se reveste a indenização, sendo certo
afirmar que a condenação indenizatória no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais) só
serve de estimulo para a empresa continuar agindo com descaso seus clientes.
A empresa Ré merece uma condenação substancial, para que sirva como
reprimenda e que não volte a cometer a mesma conduta reprovável, que seja de
não tomar as devidas cautelas quanto as bagagens de seus clientes.
Dessa forma, a condenação a títulos de danos morais merece ser majorado
para R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais) conforme requerido na inicial, ou um
condenação que seja mais aproximada desse valor, uma vez que quando se cuida
de reparar o dano moral, o fulcro do conceito ressarcitório acha-se deslocado para
convergência de duas forças: caráter punitivo para que o causador do dano, ao ser
condenado, se veja castigado pela ofensa que praticou; e o caráter ressarcitório
para a vítima que receba uma soma que lhe proporcione contrapartida do mal
sofrido.
Ante o exposto, requer-se provimento quanto a majoração do valor a títulos
de danos morais no importe pleiteado na petição inicial, qual seja R$ 28.000,00
(vinte e oito mil reais).

3. DOS REQUERIMENTOS

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Diante de todo o exposto, requer o Recorrente, que no mérito, seja dado
total provimento ao presente recurso, com o fito de reformar em parte a decisão
recorrida, para, no que concerne aos danos morais, que estes sejam majorados
para o valor de R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais), conforme pleito constante da
inicial.

Termos em que
Pede Deferimento
Belém, 28 de dezembro de 2016.
RAIMUNDO ROLIM DE MENDONÇA JÚNIOR
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