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AMIRA RAMADAN BARROS

OAB/SP 289.617   

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA FEDERAL DA 5ª VARA DO


TRABALHO DA COMARCA DE RIBEIRÃO PRETO, ESTADO DE SÃO PAULO

ATSum n. 0011548-63.2022.5.15.0113

EURO EMPÓRIO GASTRONOMICO LTDA., pessoa


jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 40.183.722/0002-24, com sede
na cidade de Ribeirão Preto, Av. Coronel Fernando Ferreira Leite n. 1540 – Loja
Luc 198, bairro Jardim Califórnia, neste ato representada pela sócia
proprietária Sra. Cláudia Helena Farhate Cury, brasileira, casada, portadora
da Carteira de Identidade RG nº 41.882.178-1-SSP/SP e do CPF nº
393.056.798-97, residente e domiciliada na Cidade de Ribeirão Preto, Estado
de São Paulo, na Rua Cezario Gonçalves, n° 100, Apto 2402, Jardim Botânico,
CEP: 14021-656,nos autos da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA movida por
NATHÁLIA FONSECA COSTA, vem, respeitosamente a presença de Vossa
Excelência, apresentar a sua

-CONTESTAÇÃO-

através da qual alegará, dispondo-se a prova

Rua: João Ramalho nº. 254, Campos Elíseos, Ribeirão Preto/SP.

Tel: (16) 988096847


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1. BREVE SÍNTESE DA INICIAL


A Reclamante alega em síntese que, foi admitida pela
Reclamada na data de 15 de dezembro de 2021, para exercer a função de
confeiteira, entretanto teve a carteira de trabalho anotada apenas em 03 de
janeiro de 2022.
Aduz que durante todo o contrato de trabalho sua
jornada era 6x1, onde o descanso semanal era concedido às segundas ou
quartas-feiras, bem como em um domingo ao mês, nos seguintes horários:
✔ Período sem anotação na CTPS: das 10h00 às 18h00, com
intervalo de descanso e refeição de 01 (uma) hora;
✔ Após a inauguração da Reclamada: das 07h00 às 01h00, com
intervalo de descanso e refeição de 15/20 minutos e
✔ Aproximadamente 01 (um) mês após a inauguração: dos 08h00
às 19h00, com intervalo de descanso e refeição de 01 (uma) hora.
Alega ter sido assediada dentro do ambiente do
trabalho pelo chefe de cozinha da empresa – Sr. Renato, durante todo o
contrato de trabalho.
Pediu demissão da Empresa Reclamada em 07 de
abril de 2022, sem cumprir aviso prévio, percebendo como última salário a
importância de R$ 1.800,00 (um mil e oitocentos reais).
Posto isto o Reclamante, por meio desta Reclamatória
Trabalhista, requer seja a Reclamada condenada:

a) Reconhecimento do vínculo período supostamente laborado


sem anotação na CTPS: 15.12.2021 a 02.01.2022;
b) Pagamento das verbas rescisórias referente ao período sem
registro (aproximadamente R$ 403,67);
c) Indenização por danos morais em valor não inferior a R$
20.000,00;
d) Reconhecimento da nulidade do pedido de demissão, sendo
efetuado o pagamento das verbas rescisórias inerentes a dispensa
imotivada, por justa causa da empregadora (aproximadamente R$
2.150,00);
e) multa de 40% (quarenta por cento) sobre o FGTS (R$ 259,20)
e pagamento do último mês de FGTS com os reflexos no aviso
prévio indenizado e no décimo terceiro salário proporcional

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(R$ 225,60), em valor a ser devidamente apurado em fase de
liquidação de sentença (aproximadamente R$2.634,80)
f) Fornecimento das guias para saque de FGTS;
g) Horas extras laboradas e pelo labor em feriados, bem como
seus respectivos reflexos (aproximadamente R$ 3.141,18);
h) Pagamento pela supressão do intervalo intrajornada
(aproximadamente R$ 335,58);
i) Pagamento do adicional noturno (aproximadamente R$
219,07);
j) Condenação honorários advocatícios no importe de 15% (quinze
por cento) sobre o valor da condenação em valor a ser
devidamente apurado em fase de liquidação de sentença
(aproximadamente R$4.010,14);
Valor atribuído a causa: R$ 30.744,44

Estas são, em síntese, as argumentações e


requerimentos da Reclamante que não deverão prosperar, vez que totalmente
distantes tanto da realidade dos fatos, quanto da legislação vigente, conforme
restará demonstrado e que será devidamente provado no decorrer da instrução
processual.
2. DO MÉRITO

- Do contrato de trabalho -
________________________________________________________

A Reclamante foi admitido pela empresa Reclamada,


em 03 de janeiro do corrente ano (2022), para exercer a função de
auxiliar de confeitaria, com o salário mensal estabelecido em R$ 1.500,00 (um
mil e quinhentos reais).
Sua jornada de trabalho era de 8 horas diárias e 44
horas semanais, com intervalo de 01 hora para descanso e refeição.

Em 07 de abril de 2022 a Reclamante pediu


demissão, sem cumprimento de aviso prévio, percebendo como última
remuneração o valor de R$ 2.290,45 (dois mil, duzentos e noventa reais e
quarenta e cinco centavos).

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Todas as verbas rescisórias foram devidamente


adimplidas, assim como as demais obrigações contratuais.

Desta forma, ficam impugnadas todas as informações


expandidas na petição inicial, que não se coadunam com as informações ora
expostas.

- Da inexistência vínculo em período anterior ao da anotação da CTPS


da Reclamante -
________________________________________________________

A Reclamante JAMAIS prestou serviços em período


anterior ao anotado em sua CTPS, haja vista que conforme documentos
juntados, tais como: Contrato de Experiência; Cartões de Ponto; Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço; Opção de recolhimento de contribuição; Opção
de Vale-transporte; resta inverídica sua alegação.
A Reclamada impugna desde já a conversa destacada
pela Reclamante via aplicativo WhatsApp com o colaborador Jadir, pelos
fundamentos que serão apresentados em tópico específico.

Mesmo se assim não fosse, o “print screen”


colacionado na pág. 5 da inicial, trata-se de narrativa da própria Reclamante,
não servindo como prova de vínculo empregatício anterior ao anotado na CTPS
da obreira.

Assim, não merece prosperar a pretensão de


declaração de vínculo de emprego em período anterior ao formalizado
(03.01.2022), bem como a retificação da carteira de trabalho e
previdência social e pagamento de consectários legais, tal como verbas
rescisórias referente ao suposto período de 18 (dezoito) dias sem
anotação pleiteado na exordial pela Reclamante.

- Danos morais indevidos – inexistência indícios assédio


________________________________________________________

Não merece ser acolhido o pedido de condenação ao


pagamento de indenização por danos morais por suporto assédio sofrido no
ambiente de trabalho pela pessoa do colaborador Renato, pelos fatos e
fundamentos que passaremos a expor.

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A Reclamante relata na inicial uma série de situações


havidas no decorrer de todo o contrato de trabalho, onde a mesma se sentiu
assediada pelo colaborador Renato, chefe de cozinha da Reclamada à época.

Segundo a obreira, após uma das colaboradoras da


Reclamada pedir demissão e gritar para todo mundo no local de trabalho que o
Sr. Renato assediava a Reclamante, a proprietária da empresa teria lhe
procurado para saber se de fato o assédio ocorria, momento que afirma ter
contado tudo para a Sra. Cláudia Helena Farhate Cury, que disse que tomaria
providências, e que entraria em contato no dia seguinte para marcarem um
café.

Todavia, no dia seguinte, o departamento de recursos


humanos da empresa, teria contatado a Reclamante informando que a Sra.
Cláudia não teria condições de atendê-la pessoalmente, devido ao seu estado
gravídico, afirmando que a reunião seria diretamente com as responsáveis do
departamento pessoal, momento que foi agendada uma reunião para o dia
posterior.

De acordo com a Reclamante, na mesma ocasião, o


colaborador Jadir, gerente do salão do estabelecimento da Reclamada, teria
entrado em contato com ela via aplicativo WhatsApp, questionando o que teria
acontecido, tendo a mesma lhe detalhado todo o ocorrido.

Colacionou-se no corpo da inicial trecho de conversas


entre a Reclamante com o colaborador Jadir via aplicativo WhatsApp, bem
como foi anexado mensagens e áudios acompanhado de transcrições.

Aduz por fim que, na reunião agendada, a


Reclamante foi informada que não haviam provas sobre o comportamento do
Sr. Renato, logo a Reclamante poderia continuar normalmente com o seu
trabalho na cozinha.

Diante isso, a Reclamante pediu demissão no dia


07 de abril de 2022.

Pois bem.

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A narrativa apresentada pela Reclamante na exordial


não retrata a realidade dos fatos. Muito embora a obreira tenha denunciado
suposto assédio por parte do colaborador Renato, que era chefe de cozinha do
estabelecimento da empresa, os fatos foram narrados de forma distorcida pela
obreira, principalmente no que diz respeito a conduta da Reclamada diante do
que fora reportado.

A Reclamante, de forma um tanto quanto genérica,


afirma ter sido procurada pela proprietária da empresa, após a mesma ter
tomado conhecimento da seguinte situação narrada na inicial, a qual
colacionamos:

Excelência, a versão supracolacionada apresentada


pela Reclamante chega a ser fantasiosa. Vejamos que ela relata que, no dia de
sua folga, “uma” colaboradora da empresa (a qual não menciona o nome),
pediu demissão da Reclamada e saiu esbravejando aos quatro cantos do
estabelecimento que: “a Nathália foi assediada pelo chefe de cozinha Renato”.

A falta de informações do aludido episódio, que se


quer foi presenciado pela Reclamante, prejudica até mesmo a confecção da
defesa, que fica limitada em impugnar a narrativa da Reclamante, uma vez
que tal fato jamais ocorreu!

Importante salientar neste tópico que, a Reclamante


foi contratada para trabalhar na filial da Reclamada, inaugurada no Ribeirão
Shopping, aproximadamente um mês após sua contratação. O estabelecimento
da Reclamada, trata-se de um empório gastronômico de alto padrão, o que
exige uma atenção dos proprietários a toda equipe da cozinha.

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Frisa-se que, o colaborador Renato, chefe de cozinha


do estabelecimento à época, não era uma pessoa que agradava os
colaboradores da Reclamada, os quais faziam diversas críticas a ele, mas
nenhuma relacionada a qualquer tipo de assédio. Entretanto, como o
estabelecimento havia inaugurado recentemente, a Reclamada entendeu que
era necessário tempo para que a equipe se ajustasse e trabalhasse em
sintonia.

A proprietária do estabelecimento, visando a


excelência da prestação de serviços aos seus clientes, conversava
rotineiramente com todos os membros da equipe, sendo que no início de abril
do corrente ano (2022), em uma destas reuniões habituais com os
colaboradores, ao conversar com a Reclamante foi surpreendida por diversas
queixas da colaboradora, que relatou uma série de condutas antiéticas por
parte do chefe de cozinha Renato.

Frisa-se que, não foi reportado pela Reclamante à


empresa suposto contato físico alegado na inicial, como massagens frequentes
nos ombros da obreira, tampouco que o colaborador havia passado a mão nas
pernas da Reclamante.

O que foi relatado, quando abordada pela proprietária


do estabelecimento para obter um “feedback” sobre a gestão e o desempenho
da equipe da cozinha, foi que o chefe de cozinha estava fazendo comentários
desagradáveis e inoportunos à pessoa da Reclamante na frente de demais
colaboradores; vinha agindo de forma antiética com a mesma; que o
colaborador Renato por mais de uma vez fez “piada” – (com conotação
sexual) - sobre um relacionamento amoroso da autora com outro colaborador
da empresa; e que vinha se sentindo exposta perante os outros colegas de
trabalho em decorrência dos comentários inapropriados realizados pelo
colaborador Renato.

Queixou-se, ainda, de apelidos e comentários sobre


sua aparência, mencionando episódio de um corte de cabelo o qual o chefe de
cozinha Renato opinou não ter gostado, isto perante os demais colaboradores.

Além disso, reportou que ao demonstrar sua


insatisfação com as condutas desagradáveis de Renato, o mesmo passou a
falar mal do trabalho dela para colegas de trabalho.

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Os fatos reportados pela Reclamante, foram


recebidos com toda seriedade pela proprietária da empresa, que determinou
que fosse apurado com toda a cautela, sensibilidade e rigor que o caso
demandava, uma vez que a empresa preza pelas condições de trabalho e seus
trabalhadores, sendo uma das premissas do Euro Empório Gatronômico Ltda.
oferecer um ambiente de trabalho respeitoso e saudável a todos os
colaboradores.

Iniciou-se então uma criteriosa investigação para


averiguação dos fatos narrados pela Reclamante que, se constatado,
certamente acarretaria o desligamento do assediador da empresa.

Ocorre que, os colaboradores da cozinha chefiada


por Renato, e os demais colaboradores da empresa que tinham contato com
ambos, especialmente os que a Reclamante mencionou, não confirmaram os
fatos narrados pela Reclamante, os quais, segundo Nathália, haviam sido
presenciado pelos seus colegas de trabalho.

Muito embora o colaborador Renato, não fosse bem


quisto pelos colaboradores da empresa, conforme já exposto linhas
antecedentes, ao serem ouvidos durante a apuração da denúncia realizada
pela obreira, todos foram categóricos em negar terem presenciado qualquer
conduta desrespeitosa e antiética pelo chefe de cozinha Renato para com a
colaboradora Nathália.

Os colaboradores os quais a Reclamante mencionou


terem presenciado os assédios, incluindo a colaboradora Karina e William,
negaram qualquer comportamento inadequado de Renato, limitando-se a
criticar a sua aptidão profissional, no sentido da execução de trabalho, tais
como distribuição de tarefas, dentre outras insatisfações relacionadas
exclusivamente a estas questões.

Também foi relatado pelos colaboradores da


empresa, que o Renato e a Nathália, além de colegas de trabalho, eram
amigos, e que era comum presenciarem os mesmos interagindo fora do
ambiente de trabalho.

Vejamos que a aludida amizade entre as partes, foi


confirmada pela própria Reclamante nas supostas mensagens trocadas com o
colaborador Jadir via aplicativo WhatsApp, anexadas na inicial (fls. 43-58).

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Colacionamos um trecho da mensagem:

Fls. 56 – Id. 529d949

Conquanto a gravidade da denúncia realizada pela


Reclamante, durante a apuração dos fatos (realizada exclusivamente pela
gerente e a analista de departamento pessoal – Kellen e Valéria), não foi
encontrado qualquer indício que sustentasse o assédio sofrido pela Reclamante
por parte do colaborador Renato, o qual negou veementemente as situações
relatadas por Nathália.

Frisa-se que a investigação foi feita de forma


cautelosa, para não expor, bem como preservar a Reclamante. A empresa
reclamada, ao contrário do que fora alegado na exordial, ao receber a
denúncia da Reclamante, tomou todas as medidas cabíveis a fim de assegurar
a integridade da colaboradora e garantir um ambiente seguro e saudável para
ela e os demais colaboradores da empresa.

A questão foi abordada com toda a seriedade que


merece, tendo em vista que a empresa Reclamada repudia qualquer tipo de
assédio no ambiente de trabalho, bem como zela pelo bem-estar físico, mental
e psicológico de todos os seus colaboradores.

Jamais houve pela Reclamada, o descumprimento do


dever de fiscalizar e garantir efetivamente um ambiente de trabalho saudável.
Conforme exposto nesta peça defensiva e será corroborado na instrução
processual, os titulares da empresa são comprometidos com as condições de
trabalho e com seus próprios trabalhadores.

Na relação de emprego esta com o empregador o


poder diretivo e disciplinar, sendo que a Reclamada jamais permitirá que em
suas dependências, seus colaboradores sofram lesão à honra, sequer
subjetiva, pois sabe que isso fere a autoestima e causa efeitos danosos ao
trabalhador.

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Dessa forma, zelou pela integridade da personalidade


moral da Reclamante, assim como os demais colaboradores da empresa, que
colocam o seu esforço pessoal em prol do sucesso do estabelecimento.

Entretanto, diante da falta de comprovação sobre a


existência de assédio moral (tampouco sexual) no ambiente de trabalho, outra
solução não houve senão manter o colaborador Renato na empresa, sob pena
de cometer uma injustiça.

Por conseguinte, foi garantido a Reclamante todo o


suporte necessário. A empresa Reclamada redigiu, inclusive, um código de
conduta que foi entregue a todos os colaboradores (doc. anexo), e se
comprometeu preservar a obreira de qualquer tipo de exposição ou intimidação
por parte do seu superior hierárquico, que foi advertido pela Reclamada seguir
a risca o código e conduta da empresa.

Contudo, infelizmente, a Reclamante optou em se


desligar da empresa Reclamada, mesmo com todas as garantias que lhe foram
asseguradas.

Assim, não restando configurado o assédio moral


suscitado, porquanto não comprovado comportamento do superior hierárquico
que pudesse trazer qualquer abalo moral ou psicológico a obreira, pugna-se
pela improcedência da reparação moral pretendida.

- Da impossibilidade de nulidade do pedido de demissão-_________

Não há o que se falar em nulidade de pedido de


demissão da Reclamante.

Inexiste qualquer vício de consentimento na rescisão


do contrato de trabalho entre as partes, tampouco houve qualquer
descumprimento de obrigação contratual por parte da Reclamada.

Ao contrário do que alega a Reclamante, a empresa


Reclamada cumpriu com seu dever de fiscalizar o ambiente de trabalho, sendo
os fatos apresentados pela Reclamante devidamente apurados, momento em
que não restou comprovado a denúncia de assédio realizada pela Reclamante.

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Mesmo assim, a empresa garantiu a obreira um


ambiente saudável e seguro, advertiu seu superior hierárquico quanto ao
comportamento adequado, formalizou inclusive código de conduta que fora
distribuído para todos os colaboradores da empresa.

Importante salientar que, a Reclamada não


reconhece as mensagens e os áudios carreados na exordial, o qual já foi
impugnado linhas antecedentes, pelos motivos de fato e de direito que serão
abordados em tópico próprio.

Isto posto, inexistindo qualquer vício de


consentimento, tampouco descumprimento de obrigação contratual por parte
da Reclamada, pugna-se pela improcedência do pedido de nulidade de pedido
de demissão, não havendo o que se falar em pagamento de verbas rescisórias
inerentes a dispensa imotivada, o qual deve ser julgado igualmente
improcedente.

- Jornada de trabalho - horas extras e intervalo intrajornada


indevidos-
________________________________________________________

Aduz a Reclamante que, laborou habitualmente em


jornada extraordinária, contudo, não recebeu corretamente pelas horas
laboradas, alegações estas que não podem ser aceitas.

Diferentemente das afirmações constantes da inicial,


cumpriu a Reclamante jornada de trabalho (6x1), com uma folga por semana,
sendo uma em um domingo ao mês, conforme prevê a legislação, no seguinte
horário:08h00 às 10h00 - 11h00 às 16h20.

Aludida jornada encontra-se consignada nos Cartões


de Ponto anexos na presente defesa, devidamente assinados pela obreira.

Importante ressaltar que, as partes formalizaram


acordo de prorrogação de jornada de trabalho e compensação e horas (doc.
anexo), em conformidade com art. 59 da CLT e Súmula n. 85 do TST, nos
termos seguintes:

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As horas extras realizadas eventualmente pela


Reclamante, foram devidamente compensadas na forma pactuada pelas
partes, conforme denota-se nos cartões de ponto anexo.

As horas extras realizadas e não compensadas na


rescisão de contrato de trabalho, foram devidamente pagas com os acréscimos
legais, conforme denota-se no Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho
anexo a presente (rubricas 0.56 e 0.56.1).

Assim, totalmente improcedente o pleito de


pagamento de horas extraordinárias, intervalo intrajornada, bem como os
pedidos acessórios, que ficam desde já impugnados.

- Da inexistência de adicional noturno devido – devidamente adimplido


-
________________________________________________________

Conforme pode-se verificar nos cartões de pontos e


nos recibos salários anexados à presente, os dias em que a Reclamante
laborou após as 22h00, a Reclamada adimpliu o adicional devido e seus
reflexos no DSR, a Reclamante laborou em horário noturno.

Frisa-se que a não era habitual a Reclamante laborar


em período compreendido como noturno, tendo ocorrido especificamente
alguns dias do mês de fevereiro, não havendo o que se falar em reflexos nas
demais verbas trabalhistas e rescisórias.

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Desta forma, totalmente improcedente o pleito de


pagamento de horas noturnas, bem como os pedidos acessórios, que ficam
desde já impugnados.

3. IMPUGNAÇÃO DOS DOCUMENTOS ANEXADO NA INICIAL (fls. 43-60)


________________________________________________________
Os documentos carreados na exordial de fls. 43-60,
trata-se de suposta conversa havida entre a Reclamante e o colaborador Jadir,
à época gerente do salão da empresa, os quais a Reclamada impugna
integralmente.

A uma, porque os documentos juntados pela


Reclamante de fls. 43-55, os quais a mesma atribui como prova do suposto
assédio sofrido, tratam-se de “prints screem” da tela de um celular, sem
validade alguma, bem como os documentos de fls. 56-58, não havendo
nenhuma comprovação de que as mensagens foram enviadas pelo colaborador
da Reclamada.

Frisa-se que, o entendimento das E. Cortes


Superiores é de que não podem ser usadas como provas válidas mensagens
obtidas por meio do “print screen” da tela.

Dentre os principais motivos que levaram o Poder


Judiciário a este entendimento, qual seja, da invalidade dos espelhamentos de
conversa e/ou mensagens está na possibilidade do usuário forjar, deletar
o envio de novas mensagens, excluir mensagens antigas ou recentes,
tenham elas sido enviadas pelo usuário ou recebidas de algum contato,
sendo que essa eventual exclusão, sobretudo no WhatsApp Web, não deixa
vestígios, além de que as mensagens podem ser manipuladas e editadas,
especialmente as de fls. 56-58. Da mesma forma não se pode reconhecer os
áudios e transcrições de fls. 59-60.

Para que os aludidos documentos fossem


considerados válidos, no mínimo a Reclamante teria que confeccionar junto ao
Cartório de Notas Ata Notarial das mensagens – ora impugnadas (art. 384 do
CPC arts. 6º e 7º da Lei nº 8.935/94, a Lei dos Cartórios), que nada mais é
que instrumento no qual o tabelião de cartório de notas ou seu preposto, a
pedido de pessoa capaz ou representante legal, materializa fielmente em forma
narrativa os fatos, o estado das coisas e de pessoas, de tudo aquilo que
verifica com seus próprios sentidos sem emissão de opinião, juízo de valor ou
conclusão, portando por fé que tudo aquilo presenciado e relatado representa a

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verdade, e consignando em seu livro de notas ou no próprio documento
apresentado, o que não ocorreu.

A outra, porque o colaborador Jadir não foi


encarregado para averiguar as denúncias perpetuadas pela Reclamante ao
chefe de cozinha Renato, o qual era de conhecimento de todos na empresa,
ser um desafeto do colaborador Jadir, que embora promovido gerente do
salão, não era supervisor da Reclamante, tampouco responsável pela apuração
dos fatos, até mesmo por sua parcialidade.

Referida conversa apresentada pela Reclamante, a


qual a mesma insisti em atribuir como prova do suposto assédio cometido pelo
chefe de cozinha Renato, causa muita estranheza, e tudo indica que se
realmente houve esse diálogo entre as partes foi FORJADO, no intuito de
favorecer a Reclamante e prejudicar o colaborador Renato, desta forma
estamos diante de um verdadeiro estelionato processual.

Vejamos que ao contrário do que fora alegado na


inicial, não foi o colaborador Jadir quem procurou a obreira, denota-se que foi
ela quem encaminhou mensagem para Jadir, vejamos:

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Excelência, inexiste justificativa para a Reclamante


ter encaminhado mensagem colaborador Jadir que era “Somellier” da
Reclamada, e havia sido promovido para gerente de salão, não tendo nenhuma
relação com a equipe da cozinha.

Na sequência, de forma aleatória, o colaborador Jadir


pede para a Reclamante falar um pouco da sua situação na empresa, desde
sua contratação, sua promoção, sua relação com o Renato, solicita, ainda, que
a mesma fale um pouco ou tudo sobre ela, quem é, onde mora, quantos anos
têm. Pasmem!

A Reclamante então, resolve fazer um resumo da sua


vida, bem como relatar minuciosamente uma sequência de condutas de Renato
para o Jadir, até então “Somellier” do estabelecimento, que não tinha
nenhuma competência ou atribuição para averiguar e/ou solucionar os fatos,
cometidos pelo colaborador o qual todos da empresa tinham conhecimento ser
inimigo de Jadir.

Excelência, data máxima vênia, os documentos


apresentados pela Reclamante, com intuito de comprovar suposto assédio por
parte do colaborador Renato, comprova tão somente a falta de lealdade
processual e má-fé da Reclamante, tendo em vista que é nítido que referida
conversa fora forjada pelos interlocutores caso tenha realmente tenha
ocorrido.

De todos modos, a prova é totalmente descabida e


deve ser excluída dos autos, com a condenação da Reclamante ao pagamento
de multa por litigância de má-fé em favor da Reclamada.

4. CONCLUSÃO
Diante do exposto, requer a contestante, ora
Reclamada, seja JULGADA INTEIRAMENTE IMPROCEDENTE A
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, com a consequente condenação da
Reclamante como litigante de má-fé, pois os pedidos são impertinentes e
descabidos, com sua condenação ao pagamento das custas, despesas do
processo, honorários sucumbenciais e todos consectários legais, como medida
da mais lídima JUSTIÇA!

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Na eventualidade de condenação da Reclamada ao


pagamento qualquer das verbas postuladas na exordial, no todo ou em parte,
seja adotado, para cálculo do valor da condenação, que tais valores possam
ser compensados ou deduzidos de valores já pagos, a fim de se evitar bis in
idem, bem como o enriquecimento ilícito vedado por lei.

Protesta a Reclamada provar o que ora é alegado,


através de todos os meios de prova em direito permitidos, notadamente pelo
depoimento pessoal da Reclamante, inquirição de testemunhas, juntada de
outros documentos, expedição de ofícios, realização de perícias, vistorias,
arbitramentos, diligências e outras que se tornarem necessárias.

Salienta esta Reclamada que o ônus da prova


incumbe a quem alega, cabendo ao Reclamante comprovar a veracidade do
quanto alegado na exordial, consoante expressamente determinado pelo artigo
818, da CLT e Art. 333, inciso I do CPC.

Por fim, aproveita a advogada que assina a presente


para dar fé à autenticidade das cópias ora autuadas, bem como requerer que
todas as intimações sejam publicadas em nome da advogada Amira Ramadan
Barros – OAB/SP n. 289.617, sob pena de nulidade.

Termos em que,
pede deferimento.

Ribeirão Preto-SP, 10 de novembro de 2022.

p.p.
Tammy de Albuquerque Franco
OAB/SP 294.413

p.p.
Amira Ramadan Barros
OAB/SP 289.617

Rua: João Ramalho nº. 254, Campos Elíseos, Ribeirão Preto/SP.

Tel: (16) 988096847

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