Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Advogada
Processo nº 0000635-04.2021.5.23.0026
_________________________________________________________________________________ 1
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
desnecessidade de procedimento cirúrgico, em razão da idade avançada; quanto aos danos morais nada
é devido, vez que não houve cometimento de qualquer ato ilícito por parte do reclamado; no tocante as
horas extras o reclamante jamais teve jornada superior as 08h00 diárias e 44h00 semanais, e nunca
trabalhou aos domingos e feriados; Quanto ao serviço extra nunca hove pactuação de pagametno extra,
para cuidar de gado de arrendatários, porque o reclamado não tinha ingerência sobre os referidos
animais, pois só arrendava o pasto; no que tange aos documentos apresentados asseverou que não
trazem qualquer indício de prova das alegações; contesta os juros, correção monetária; Por fim requer
a limitação dos valore conforme a inicial, a compensação/dedução dos valores já pagos, e por fim a
improcedência da ação.
Para provar todo o alegado, fez a juntada de algumas transferências de
pagamento de salários nos ID’s d4daaf0 e d296738, bem como conversas de whatsapp com a esposa
do reclamante ID 5588ed7.
Ficam desde já impugnadas as alegações da reclamada, bem como a forma,
valores, e conteúdo lançados na documentação informada nos ID’s acima, vez que constituem
apenas alguns pagamentos de salários, boa parte dos extratos não tem nenhuma relação com o
objeto dos autos em epígrafe, não retratam o que de fato ocorreu durante o contrato de trabalho, não
devendo este Juízo tomar por provas tais documentos, até porque nada provam pelo contrário,
induzem a prática de ilícitos contratuais.
02. DO MÉRITO
2.1. DA NECESSIDADE DA JUSTIÇA GRATUITA AO RECLAMANTE.
_________________________________________________________________________________ 2
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
Aduz o reclamado que o reclamante realmente foi seu empregado, mas que
não houve registro da CTPS, em razão de pedido dele próprio, porque era aposentado, mas que o
início do pacto laboral ocorreu em 01/06/2018 quando foi pactuada a remuneração de R$ 1.500,00, e a
partir de Fevereiro/2019, foi majorado para R$ 1.700,00, e que a rescisão contratual ocorreu em
22/02/2021.
Impugna-se as falsas alegações do reclamado!!
Douto Magistrado, verdadeiramente o reclamante foi contratado em
01/03/2018, e demitido em 17/03/2021, o extrato bancário do reclamante ID. 28a6c75, demonstra que
o primeiro pagamento de salário ocorreu em 18/03/2018 no importe de R$1.500,00, e em Julho/2018,
ocorreu o reajuste para R$ 1.700,00, e muito ao contrário do que afirma o não registro de sua CTPS,
não ocorreu em razão de pedido do reclamante, até porque tal situação não alteraria em nada sua
condição de aposentado por tempo de contribuição, a bem da verdade, o reclamado aproveitou-se da
situação para locupletar-se de sua própria torpeza.
Ademais, o registro da CTPS de qualquer empregado, é uma obrigação legal
do empregador, independentemente da vontade do empregado, a alegação do reclamado é pífia, e
chega a ser ilógica. Vejamos a CLT, neste sentido:
Art. 29. O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS, em relação aos
trabalhadores que admitir, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver,
facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem
expedidas pelo Ministério da Economia.
(...)
§ 3º - A falta de cumprimento pelo empregador do disposto neste artigo acarretará a lavratura do auto
de infração, pelo Fiscal do Trabalho, que deverá, de ofício, comunicar a falta de anotação ao órgão
competente, para o fim de instaurar o processo de anotação.
§ 8º O trabalhador deverá ter acesso às informações da sua CTPS no prazo de até 48 (quarenta e
oito) horas a partir de sua anotação.
_________________________________________________________________________________ 3
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
No que tange ao pagamento de férias e 13º salário, estes eram pago de forma
parcelada, quanto as férias embora tenham sido parcialmente pagas, não foram gozadas pelo
reclamante, e os comprovantes de depósitos não demonstram tais pagamentos, frise-se que
pouquissímos depósitos foram feitos na conta bancária da esposa do reclamante.
A rescisão contratual do reclamante não ocorreu dia 22/02/2021, como tenta
simular o reclamado, sendo que o pagamento realizado pelo reclamado no importe de R$ 6.327,00,
nesse dia, diz respeito ao salário do mês dezembro/2020 R$ 1.700,00, salário de janeiro/2021 R$
1.700,00, salário de fevereiro/2021 R$ 1.700,00, e uma parte do 13º salário de 2020 no importe de
R$ 1.227,00.
Douto Magistrado, após o referido pagamento o reclamante ainda trabalhou
mais um mês, ou seja, até 18 de março/2021, a bem da verdade o reclamante nem sabia que a fazenda
havia sido vendida, quando no mês seguinte (março/2021) o reclamado foi até a fazenda informar ao
reclamante que havia vendido e por isso iria demití-lo, fazendo o pagamento do mês de março/2021, e
o restante do 13º salário/2020, e nada mais.
Tal alegação é tão absurda que o reclamado sequer discriminou quais foram
as verbas rescisórias foram pagas que somaram a importância de R$ 6.327,00, isso porque não é
verdade, não tem nenhum fundamento, essa história foi “inventada” agora na tentativa de induzir este
juízo em erro, mas por ser fraca e vazia, não se sustenta.
Douto Julgador, o reclamante jamais afirmou que cuidava do reclamado,
vejamos a petição inicial: “(...) O reclamante foi contratado verbalmente em 01 de Março de 2018, para
laborar na função de serviços gerais na Fazenda Bela Vista, localizada na zona rural do Município de
Torixoréu, e receber salário de R$1.500,00 (um mil e quinhentos reais), e também cuidaria do gado
quando tivesse, e seria combinado um valor a mais do salário, sendo que em Julho/2018, teve um aumento
salarial para R$ 1.700,00 (um setecentos reais), sendo sua última remuneração. Ainda no ano de 2018, o
reclamado arrendou o pasto da fazenda para seu primo José Mário, para colocar 300 (trezentas) novilhas
e garrotes, determinou que o reclamante cuidasse, mas nada lhe pagou conforme o combinado na
contratação, tal serviço extra perdurou por 1(um) ano.(...)”
A úncia verdade é que o reclamado sempre deixou o reclamante ciente de
que quando a fazenda fosse arrendada seria dele a responsabilidade de cuidar do gado, e para isso
prometeu-lhe pagar a parte tal serviço, o que não aconteceu conforme o combinado.
Tanto é verdade, que o reclamado embora tenha confessado que realmente a
Fazenda foi arrendada para colocação de gado, não informou quem cuidou deste gado, obvigamente o
gado não ficou lá sozinho, pois necessitava ser alimentado, e de outros cuidados diários, logo, quem
sempre realizou a lida com o gado foi o reclamante.
Embora o reclamante tenha idade avançada, tem experiência de mais de
50(cinquenta) anos como trabalhador rural, especialmente com a lida com o gado, é um homem forte
apesar de não ter grande estatura, e era muito saudável, com plenas funções vitais, e não exerceu a
função de apenas caseiro, tinha a função de serviços gerais, como bem disse o reclamado, morava a
_________________________________________________________________________________ 4
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
900km de sua Fazenda, portranto, precisava de um “faz tudo”, o que restará provado na instrução
processual.
Ademais, como bem citou o reclamado o arrendamento do pasto fora
realizado para os Senhores José Mário, Nalles, Paulo Vitor e Fernando Alvarenga, certamente todos
mediante contrato de arrendamento de pasto, que registre-se não foram juntados nestes autos, porque
inevitavelmente constituiram prova contra ele próprio, ou seja, confessa que realmente houve o
arrendamento de pasto em favor do Sr. José Mário, altera a realidade fática para apenas 06(seis)
meses, mas não desnatura a realidade, ou seja, que gado ficou sob a responsabilidade do reclamante, e
pelo trabalho nada recebeu.
Douto Magistrado, o que ocorreu no caso específico do Senhor José Mário, a
ordem para cuidar do gado partiu do próprio reclamado, ou seja, por ser seu primo, determinou a
realização de um serviço extra ao reclamante, e por isso não pagou.
O reclamante trabalhava sozinho na fazenda, não podia sair para não deixar a
propriedade sem ninguém, além disso, a maior parte do tempo estava arrendava com gado, a lida com
gado é diária, e com horários específicos e determinados, o que demandava grande parte do tempo da
jornada, por tal razão, sempre laborou acima de 44h00 semanais, e aos sábados, domingos e feriados.
_________________________________________________________________________________ 5
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
_________________________________________________________________________________ 6
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
realmente houve o pagamento das férias+1/3, bem como, do salário do mês, onde estão os
recibos, ou melhor dizendo os depósitos/transferências bancárias?
O reclamante no período de suas férias recebeu tão somente as férias,
exatamente como informou na exordial, e jamais se buscou o pagamento de forma triplicada.
Portanto, havendo a confissão do reclamado que o reclamante nunca gozou
férias, recebeu de forma simples, e continuou laborando normalmente, tendo laborado de 01 de
Março de 2018 a 17 de Março de 2021, deverão ser pagas duas férias de forma simples com
acréscimos de 1/3 constitucional, por terem sido pagas e não gozadas, e as férias proporcionais pela
projeção do aviso de 2/12 adicionadas de 1/3.
Considerando que o reclamante começou laborar em 01 de Março de 2018, e
foi dispensado sem cumprimento do aviso em 17 de Março de 2021, com a projeção aviso prévio,
laborou mais de 3(três) anos consecutivos, e segundo a nota técnica 184/2012 do Ministério do
Trabalho em Emprego, a qual estabelece que o vínculo que perdurar por três anos será de 39 dias,
consoante disponível em: http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/nota-tecnica-MTE-
184_2012.pdf.
Há que se registrar que embora a relação empregatícia esteja evidente nestes
autos, inclusive ante a própria defesa do reclamado, não houve pagamento das verbas rescisórias,
portanto, tudo se torna incontroverso, e deverá o reclamado ser condenado ao pagamento da multa do
artigo 467, caso não haja o pagamento das verbas rescisórias na primeira audiência.
Pugna-se pela procedência da multa do §8º do art. 477 da CLT, vez que até
a presente data, não houve o pagamento das verbas rescisórias, bem como a condenação do reclamado
na multa prevista no art. 467 da CLT, se não forem quitadas integralmente na primeira audiência as
verbas incontroversas.
_________________________________________________________________________________ 7
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
_________________________________________________________________________________ 8
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
_________________________________________________________________________________ 9
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
_________________________________________________________________________________ 10
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
_________________________________________________________________________________ 11
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
_________________________________________________________________________________ 13
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
em nada altera a situação, considerando repetir o que está exposto no art. 291 do
CPC quanto à necessidade de se atribuir valor à causa e não liquidar o pedido. A
imposição de exigência de liquidação do pedido, no ajuizamento, quando o
advogado e a parte não tem a dimensão concreta da violação do direito, apenas em
tese, extrapola o razoável, causando embaraços indevidos ao exercício do direito
humano de acesso à Justiça e exigindo do trabalhador, no processo especializado
para tutela de seus direitos, mais formalidades do que as existentes no processo
comum. No ajuizamento da inicial foram cumpridos todos os requisitos previstos na
lei processual vigente, não podendo ser aplicados outros, por interpretação, de forma
retroativa. Não cabe invocar a reforma trabalhista para acrescer novo requisito a ato
jurídico processual perfeito. Inteligência do art. 14 do CPC. Segurança concedida.
(TRT da 4ª Região, 1ª SDI, processo nº 0022366-07.2017.5.04.0000 (MS), Relator
Desembargador Marcelo Ferlin D’Ambroso, em 26.02.18).
Registre-se que indicar e liquidar são verbos que denotam ações diversas,
embora parecidas, mas não idênticas, não podendo ser confundidas. Liquidação significa o ato de
apurar valores com precisão (que nas obrigações de pagar quantia envolve o cálculo do principal,
atualização e juros), ao passo que indicação, como posta no texto legal, significa apontar um valor
estimado para o pedido deduzido.
O art. 5º, inciso II, da CF/88 encaixa-se perfeitamente ao caso, pois qualquer
obrigação de fazer ou não fazer somente pode decorrer de lei, e a alteração legislativa não utilizou o
verbo liquidar, mas sim indicar, muito menos mencionou aplicação de juros e correção monetária. O
valor do pedido nas ações trabalhistas, portanto, a teor do que dispõe o novo § 1º do art. 840, da
CLT, deve ser indicado quando possível for, e sendo a indicação mera estimativa de valores.
De toda sorte, inviável o apontamento de qualquer estimativa nas hipóteses
previstas nos termos do art. 324, §1º, incisos II (quando não for possível determinar, desde logo, as
consequências do ato ou do fato) e III (quando a determinação do objeto ou do valor da condenação
depender de ato que deva ser praticado pelo réu), bem como no caso do inciso II, do art. 491, todos do
NCPC.
Dessa forma, vê-se que a determinação de apresentação de liquidação com
juros e correção monetária na inicial não guarda amparo legal e constitucional, sendo verdadeira
afronta aos direitos constitucionais de Acesso à Justiça e à Razoável Duração do Processo, assim como
aos Princípios da Reserva Legal e da Simplicidade, por isso desde logo se alega, acaso haja tal
determinação, ser esta inconstitucional (arts. 1º, III e IV, e 5º, II, XXXV e LXXVIII).
Ademais, para efetiva liquidação do julgado, além da necessidade de
contratação de profissional habilitado para tal atribuição, o que oneraria sobremaneira o trabalhador,
seriam necessários diversos documentos aos quais esta parte autora não tem acesso, eis que o dever
legal de manutenção da documentação do contrato é da empregadora, conforme demonstram, por
exemplo, os artigos 74 e 464 da CLT.
Logo, resta impossível a apuração inequívoca do valor devido dos pedidos
da inicial, podendo-se unicamente indicar valores, por mera estimativa e sem qualquer vinculação,
_________________________________________________________________________________ 15
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
uma vez que o empregado não detém o dever legal de guarda da documentação da contratualidade,
aplicando-se ao caso, portanto, o disposto no art. 324, §1º, II e III do NCPC.
Cumpre observar, ainda, que os valores apontados de forma estimada
pelo reclamante não limitam eventual condenação, eis que o julgamento do pedido ocorre na
perspectiva de uma correspondência entre o fato e o direito, de maneira que, se o direito
aplicado ao caso concreto gerar um resultado econômico superior ao valor indicado na inicial, a
devida prestação jurisdicional, que é uma obrigação constitucional, deverá considerar o valor
efetivamente devido, ainda mais quando se esteja lidando com questões de ordem pública, como
se dá, via de regra, com o Direito do Trabalho, que trata de direitos fundamentais sociais.
O entendimento aqui defendido, finalmente, foi recentemente confirmado
pelos Magistrados do Trabalho no XIX Congresso Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho –
CONAMAT, realizado em Belo Horizonte/MG, nos dias 02 a 05 de maio de 2018:
relações processuais, aprovou a Instrução Normativa nº 41/2018, que no seu art. 12,
§ 2º, normatizou que "para fim do que dispõe o art. 840, §§ 1º e 2º, da CLT, o valor
da causa será estimado (...)". A Instrução Normativa nº 41/2018 do TST, aprovada
mediante Resolução nº 221, em 02/06/2018, registra que a aplicação das normas
processuais previstas na CLT, alteradas pela Lei 13.467/2017, com eficácia a partir
de 11/11/2017, é imediata, sem atingir, no entanto, situações pretéritas iniciadas ou
consolidas sob a égide da lei revogada. Portanto, no caso em tela, em que a inicial
foi ajuizada no ano 2018, hão de incidir as normas processuais previstas na CLT
alteradas pela Lei 13.467/2017. Assim, a discussão quanto à limitação da
condenação aos valores constantes nos pedidos apresentados de forma líquida na
exordial deve ser considerada apenas como fim estimado, conforme normatiza o
parágrafo 2º do artigo 12 da IN 41/2018 desta Corte. A decisão regional que limitou
a condenação aos valores atribuídos aos pedidos na inicial configura ofensa ao art.
840, § 1º, da CLT. Reconhecida a transcendência jurídica do recurso de revista.
Recurso de revista conhecido e provido.
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado
conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte."
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar
a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
"Art. 12. Os arts. 840 e 844, §§ 2º, 3º e 5º, da CLT, com as redações dadas pela Lei nº 13.467, de
13 de julho de 2017, não retroagirão, aplicando-se, exclusivamente, às ações ajuizadas a partir
de 11 de novembro de 2017.
_________________________________________________________________________________ 17
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625
Cíntia dos Arbués Nery da Silva Lopes
Advogada
13. DA CONCLUSÃO
Nesses termos,
Pede deferimento.
_________________________________________________________________________________ 18
Rua Canaã, Qd1, Lote E, Setor Araguaia, Aragarças-GO
E-Mail: cintiaarbues@hotmail.com.br – Fone (66) 99979 5457 – 99242 9625