Você está na página 1de 10

Escritório de Advocacia e Consultoria

Dra. Bárbara de Oliveira Dra. Renata Martins


OAB/RS 104.484 OAB/RS 105.183
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO
JUIZADO ESPECIAL DO FORO DA COMARCA DE SANTANA DO
LIVRAMENTO – RS

VALDIR LOPES DA SILVA, brasileiro, casado, inscrito no RG sob o


n° 70543770069 e com CPF n° 693.817.470-91, residente e domiciliado na Rua Dom
Pedro II, n° 2866, Baixo Wilson, CEP 97577-474, nesta cidade, doravante denominado
requerente, por suas procuradoras signatárias, com endereço profissional ao rodapé
desta inicial, consoante instrumento particular de mandato anexo, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PLEITO DE TUTELA


ANTECIPADA DE URGÊNCIA E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C.C.
PEDIDO DE DEVOLUÇÃO EM DOBRO DO INDÉBITO

Em face de BV FINANCEIRA S/A, instituição financeira, inscrita no CNPJ sob


o n° 01.149.953/0001, com filial estabelecida à Rua dos Andradas, nº 667, Bairro
Centro, CEP 97573-000, Santana do Livramento – RS, doravante denominada
requerida, o que faz de acordo com as razões de fato e de direito a seguir delineadas
pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

1. PRELIMINARMENTE:

1.1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

O requerente não possui condições financeiras para arcar com as custas


processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e de sua família.
Nesse sentido, junta declaração de hipossuficiência (doc. em anexo). Por tais razões,
pleiteia-se, os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição
Federal artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015, art. 98 e seguintes.

Escritório de Advocacia e Consultoria Dra. Bárbara de Oliveira OAB/RS 104.484 e Dra. Renata
Martins OAB/RS nº 105.183 – Rua Duque de Caxias, nº 1392, sala 107, Centro, Santana do
Livramento/RS - cel. (55) 99957 – 6451 advoliveirabarbara@gmail.com - (55) 98452 – 9330
relemartins@gmail.com
Escritório de Advocacia e Consultoria
Dra. Bárbara de Oliveira Dra. Renata Martins
OAB/RS 104.484 OAB/RS 105.183

2. DOS FATOS QUE MOTIVAM O PEDIDO

2.1 FATO 1:

O requerente é cliente do Banco BV Financeira, o qual é titular do cartão de


crédito Mastercard Gold, bandeira Mastercard, n°5188.XXXX.XXXX.9229. Ressalta
que as faturas relacionadas a este cartão sempre chegam com atraso, por tal motivo o
Autor todo mês busca a fatura diretamente no Banco BV localizado nesta cidade.

De outra banda, também realizou financiamento com o mesmo Banco BV


(Banco Votorantim), para a compra de um automóvel, o qual é pago mensalmente com
o carnê de pagamento do Autor.

Ocorre que no mês de agosto de 2020 o Autor como de costume, dirigiu-se até o
Banco BV para emitir sua fatura com intuito de não pagá-la com atraso, uma vez que
sempre chega até sua residência com pelo menos duas semanas de atraso.

Dito isto, o funcionário da Ré entregou para o Seu Valdir a referida fatura do


mês de agosto, a qual foi quitada imediatamente pelo mesmo.

No mês seguinte, o Autor dirigiu-se novamente até o Banco BV para emitir a


fatura do mês atual, os quais negaram a emissão alegando que o mesmo não teria
quitado a fatura do mês anterior. Confuso, o Autor prestou queixa no Procon desta
cidade e mais tarde procurou ajuda desta procuradora.

Ocorre que o funcionário da Ré, emitiu fatura diversa da qual o Autor havia
solicitado, o induzindo ao erro. O Autor que é pessoa de origem humilde e idosa,
confundiu-se facilmente pois jamais entregam a prestação do carro como forma de
boleto, o mesmo sempre é sempre quitado junto ao carnê de pagamento específico.
Também porque os valores estavam muito próximos e o Autor que não recebeu sua
fatura em casa não sabia ao certo o valor corresponde à fatura do mês de agosto, mas
sabia que o valor seria aproximadamente R$ 1.000,00. E ainda caiu em erro, porque a
Ré já havia cometido ato semelhante, quando não contabilizou o pagamento da fatura do
mês de fevereiro de 2020, como aclarado em FATO 2, logo a seguir.

O Autor sentindo-se humilhado e constrangido por tal situação não entendeu


muito bem porque estava sendo cobrado duas vezes pela mesma fatura, caso que
somente foi compreendido por esta procuradora que buscou explicar os fatos ao Autor,
que ficou arrasado em saber que no fim não quitou a fatura correta, teve seu cartão
bloqueado sem prévia comunicação, recebe dezenas de ligações diárias e hoje não
Escritório de Advocacia e Consultoria Dra. Bárbara de Oliveira OAB/RS 104.484 e Dra. Renata
Martins OAB/RS nº 105.183 – Rua Duque de Caxias, nº 1392, sala 107, Centro, Santana do
Livramento/RS - cel. (55) 99957 – 6451 advoliveirabarbara@gmail.com - (55) 98452 – 9330
relemartins@gmail.com
Escritório de Advocacia e Consultoria
Dra. Bárbara de Oliveira Dra. Renata Martins
OAB/RS 104.484 OAB/RS 105.183
possui condições financeiras de arcar com a cobrança correspondente aos meses de
agosto, setembro e outubro de uma única vez mais as multas e juros que a ré vem
cobrando.

Assim, o Autor vem a juízo esclarecer que por erro da ré não adimpliu a fatura
do mês de agosto e por conseguinte tampouco pode realizar o pagamento das faturas
seguintes, uma vez que a ré negou-se a emitir as faturas do mês de setembro e outubro
sem o pagamento da fatura faltante.

É imprescindível esclarecer que mesmo após o Autor ter explicado que já “havia
pagado” a fatura do mês de agosto, o funcionário do Banco BV, o mesmo que emitiu o
boleto errado, não alertou o Autor que este havia quitado valor diverso ao da fatura,
deixando que o Autor continuasse a acreditar que este realmente tinha pago a fatura do
cartão em vez do financiamento do veículo. E em um segundo momento, o mesmo
funcionário do Banco alegou que no sistema somente constava cobrança da fatura
quitada, ou seja, a do financiamento do veículo e que nada mais havia a respeito do
cartão de crédito do Autor.

Por tal confusão ocasionada pelos funcionários do Banco BV, nada mais justo
que a emissão das referidas faturas com nova data de vencimento, de forma parcelada e
totalmente livre de juros e multa, tendo em vista que o Autor sempre cumpriu com suas
obrigações em dia, preocupando-se inclusive em ir até o estabelecimento da ré pois sabe
que a fatura sempre chega semanas depois do vencimento, o que demonstra sua total
BOA-FÉ em todas as suas ações.

E ainda, somente pelo fato de ingressar em juízo a fim de quitar faturas


pendentes, fato que está deixando o Autor nervoso e ansioso por não estar em dia com
seus pagamentos.

2.2 FATO 2:

Como dito anteriormente, a Ré já havia cometido cobranças abusivas na fatura


do cartão de crédito do Autor, quando não contabilizou em seu sistema o pagamento do
mês de fevereiro deste ano, qual seja: R$873,03 (oitocentos e setenta e três reais e três
centavos) devidamente quitada, conforme fatura em anexo.

Nesta senda, a fatura do mês seguinte, março de 2020 sobreveio com a cobrança
de fevereiro novamente. O Autor pagou a fatura e logo após deu-se conta da cobrança
abusiva. Fato com que abriu reclamação junto ao Procon. Por tal motivo, a Ré
descontou o valor cobrado a maior nas faturas dos meses seguintes, abril e maio de
2020.
Escritório de Advocacia e Consultoria Dra. Bárbara de Oliveira OAB/RS 104.484 e Dra. Renata
Martins OAB/RS nº 105.183 – Rua Duque de Caxias, nº 1392, sala 107, Centro, Santana do
Livramento/RS - cel. (55) 99957 – 6451 advoliveirabarbara@gmail.com - (55) 98452 – 9330
relemartins@gmail.com
Escritório de Advocacia e Consultoria
Dra. Bárbara de Oliveira Dra. Renata Martins
OAB/RS 104.484 OAB/RS 105.183

Contudo, a ré não devolveu a totalidade do valor indevido, uma vez que inseriu
erroneamente juros e multa sobre valores já pagos, o que contabilizou o montante de R$
117,38 (cento e dezessete reais e trinta e oito centavos). Nesse sentido, o Requerente
possui ainda o direito de receber o valor em dobro, pela cobrança indevida que pagou
em excesso.

Diante dos fatos apresentados, não restou alternativa ao requerente, senão vir ao
judiciário buscar os seus direitos e ainda, a reparação pelos danos morais que lhe foram
impingidos pelos atos da requerida.

3. DO DIREITO:

3.1 DA RELAÇÃO DE CONSUMO CONFIGURADA E A INVERSÃO DO


ÔNUS DA PROVA

Quanto as instituições financeiras, é pacífico o entendimento de que a requerida


é considerada fornecedora sob a égide da legislação consumerista. É o que se extrai a
partir da análise do disposto no caput do art. 3° do CDC e especialmente no §2° do
mesmo artigo, que relata de modo expresso como serviços as atividades de “natureza
bancaria, financeira, de crédito”.

“Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou


privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
(…)
§2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira,
de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.”

Quanto ao autor, apenas a leitura do disposto no art. 2° do CDC basta para


classificá-lo como consumidor:

“Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou


utiliza produto ou serviço como destinatário final.”

Escritório de Advocacia e Consultoria Dra. Bárbara de Oliveira OAB/RS 104.484 e Dra. Renata
Martins OAB/RS nº 105.183 – Rua Duque de Caxias, nº 1392, sala 107, Centro, Santana do
Livramento/RS - cel. (55) 99957 – 6451 advoliveirabarbara@gmail.com - (55) 98452 – 9330
relemartins@gmail.com
Escritório de Advocacia e Consultoria
Dra. Bárbara de Oliveira Dra. Renata Martins
OAB/RS 104.484 OAB/RS 105.183
Indubitavelmente há relação de consumo entre as partes da presente demanda,
razão pela qual deverão ser aplicados seus princípios e institutos que favorecem a parte
hipossuficiente, neste caso, o requerente.

3.2 DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Percebe-se, outrossim, que o requerente deve ser beneficiado pela inversão do


ônus da prova, pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do
Consumidor, tendo em vista que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos documentos
anexos, que demonstram a verossimilhança do pedido, conforme disposição legal:

"Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:


(…)
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão
do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do
juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências;"

O requerimento ainda encontra respaldo em diversos estatutos de nosso


ordenamento jurídico, a exemplo do Código Civil, que evidenciam a pertinência do
pedido de reparação de danos.

Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem ser tratados de forma
igual perante a lei, mas sempre na medida de sua desigualdade. Ou seja, no caso ora
debatido, o requerente realmente deve receber a supracitada inversão, visto que se
encontra em estado de hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com empresa de
grande porte, que possuem maior facilidade em produzir as provas necessárias para a
cognição do Excelentíssimo magistrado.

4. DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO DA PARCELA PAGA EM DOBRO


(FATO 2):

A repetição de indébito é um instituto promulgado pelo legislador com intuito de


ressarcir o consumidor dos ônus causados pela situação adversa que a cobrança ilícita
lhe gerou. Quanto a temática, disciplina o artigo 42, parágrafo único do CDC:

Escritório de Advocacia e Consultoria Dra. Bárbara de Oliveira OAB/RS 104.484 e Dra. Renata
Martins OAB/RS nº 105.183 – Rua Duque de Caxias, nº 1392, sala 107, Centro, Santana do
Livramento/RS - cel. (55) 99957 – 6451 advoliveirabarbara@gmail.com - (55) 98452 – 9330
relemartins@gmail.com
Escritório de Advocacia e Consultoria
Dra. Bárbara de Oliveira Dra. Renata Martins
OAB/RS 104.484 OAB/RS 105.183

“Art. 42 (...)

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem


direito à repetição do indébito por valor igual ao dobro do que
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,
salvo de engano justificável.” 

Diante de tamanha irregularidade da Promovida persuadindo o consumidor a


pagar duas vezes a mesma fatura no mês de fevereiro deste ano, contrariando o Código
de Defesa ao Consumidor e os constrangimentos gerados ao Promovente, resta-lhe
requerer que a ré seja condenada ao pagamento do valor que foi pago em dobro,
corrigido e acrescido dos juros legais, conforme preceitua o dispositivo legal acima
elencado.

Assim sendo, tendo em vista que a ré somente descontou o valor indevido na


fatura seguinte, deve agora a Promovida ser condenada a restituir o valor dos encargos e
multa indevida, que configura R$ 117,38 e ainda, seja condenada ao pagamento da
dobra do valor pago a maior e dos encargos com as devidas correções, sendo hoje R$
1.107,79 (um mil reais e cento e sete reais e setenta e nove centavos), conforme
o parágrafo único do art. 42 do CDC prevê, haja vista a cobrança ser totalmente ilegal e
arbitrária, como claramente comprovados nos argumentos anteriormente mencionados.

5. DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Em que pese a presente demanda seja satisfazer o interesse do requerente,


convém salientar que este não pode esperar pelo provimento jurisdicional, tendo em
vista os encargos moratórias que não param de incidir sobre as faturas do Autor, o qual
ainda teme por ter seu nome inscrito no SPC/SERASA o que está lhe ocasionando dano.
Com isso, a concessão da tutela de urgência para que tenha a satisfação atendida é
medida que se impõe, sob pena de ter sérios prejuízos.

Nesse sentido, o art. 300 do Novo Código de Processo Civil, é expresso ao


afirmar que:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Escritório de Advocacia e Consultoria Dra. Bárbara de Oliveira OAB/RS 104.484 e Dra. Renata
Martins OAB/RS nº 105.183 – Rua Duque de Caxias, nº 1392, sala 107, Centro, Santana do
Livramento/RS - cel. (55) 99957 – 6451 advoliveirabarbara@gmail.com - (55) 98452 – 9330
relemartins@gmail.com
Escritório de Advocacia e Consultoria
Dra. Bárbara de Oliveira Dra. Renata Martins
OAB/RS 104.484 OAB/RS 105.183

§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o


caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos
que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada
se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.

Desta forma, o promovente requer a tutela provisória de urgência sem a oitiva


prévia da parte contrária, conforme (CPC/2015, art. 9º, parágrafo único, inc. I c/c 300,
§2º) para que esta seja compelida à emissão das faturas dos meses de agosto, setembro e
outubro com novas datas de vencimento, livres de qualquer encargo moratório.

6. DOS DANOS MORAIS:

Com relação à reparação do dano, tem-se que aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato ilícito, ficando obrigado a reparar os prejuízos
ocasionados (Art. 186 e 187 do CC).

No caso exposto, por se tratar de uma relação de consumo, a reparação se dará


independentemente do agente ter agido com culpa, uma vez que nosso ordenamento
jurídico adota a teoria da responsabilidade objetiva (Art. 12 do CDC).

Sendo assim, é de inteira justiça que seja reconhecido ao autor o direito básico
(Art. 6, VI do CDC) de ser indenizado pelos danos sofridos, em face da conduta
negligente da ré, pelo menos em duas ocasiões: Primeiramente, na parcela de
fevereiro, a qual o Autor foi persuadido a pagar duas vezes a mesma fatura, o qual
necessitou arcar com um custo no qual não estava preparado no momento, ainda que
tenha sido ressarcido no mês seguinte.

E em segundo plano, as razões de pleito da presente demanda, tem-se que a ré


imprimiu boleto diverso ao qual o Autor havia requerido e como costumeiramente o
fazia mês a mês. O que vem ocasionando para o Autor transtornos em sua vida pessoal
e financeira, fazendo com o que o dano sofrido estenda-se também a seu núcleo
familiar.

Ainda nesta senda, o Autor teve seu cartão bloqueado pela Promovida, sem
aviso prévio, fato que somente tomou conhecimento após tentar efetuar um pagamento
no comércio, onde o referido cartão foi recusado.

Escritório de Advocacia e Consultoria Dra. Bárbara de Oliveira OAB/RS 104.484 e Dra. Renata
Martins OAB/RS nº 105.183 – Rua Duque de Caxias, nº 1392, sala 107, Centro, Santana do
Livramento/RS - cel. (55) 99957 – 6451 advoliveirabarbara@gmail.com - (55) 98452 – 9330
relemartins@gmail.com
Escritório de Advocacia e Consultoria
Dra. Bárbara de Oliveira Dra. Renata Martins
OAB/RS 104.484 OAB/RS 105.183
Em consequência do erro ocasionado pela ré, o Autor deixou de pagar a fatura
correta do mês de agosto, ficou impedido de pagar a fatura do mês de setembro, e
consequentemente a do mês de outubro e agora está desesperado com o efeito “bola de
neve” que está se formando, pois não possui condições financeiras para arcar com
valores tão altos de uma única vez.

Ademais, o art. 6º do CDC em seu inciso IV, garante o direito básico do


consumidor de ser protegido contra práticas abusivas por parte do fornecedor. Não
resta dúvida de que as cobranças indevidas, bloqueio do cartão sem aviso prévio e
todos os transtornos ocasionados direta e indiretamente pela ré são considerados
práticas abusivas, independentemente de qualquer prova de dano, e deve ser punida,
porque nesse caso é presumida a ofensa à dignidade do cidadão.

Imperativo, portanto, que o requerente seja indenizado pelo abalo moral em


decorrência do ato ilícito, em razão de ter sido vítima de completa e total falha e
negligência da demandada.

Assim, por óbvio, a culpa pelo evento danoso é atribuída à requerida pela
inobservância de um dever que devia conhecer e observar.

Neste sentido, está assegurado na Constituição Federal de 1988 o direito


relativo à reparação de danos materiais e morais, senão vejamos:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano material ou
moral decorrente de sua violação.”

Portanto, por toda a situação fática e de direito, resta evidente, que o Banco réu,
causou danos ao autor, devendo, conforme a lei, repará-lo.

6.1 DO QUANTUM INDENIZATÓRIO:

Como demonstrado nos julgados, o quantum indenizatório tem o condão de


prevenir, de modo que o ato lesivo não seja praticado novamente. Deve-se atentar,
ainda, em juízo de razoabilidade, para a condição social da vítima e do causador do
dano, da gravidade, natureza e repercussão da ofensa, assim como exame do grau de
reprovabilidade da conduta do ofensor.

Escritório de Advocacia e Consultoria Dra. Bárbara de Oliveira OAB/RS 104.484 e Dra. Renata
Martins OAB/RS nº 105.183 – Rua Duque de Caxias, nº 1392, sala 107, Centro, Santana do
Livramento/RS - cel. (55) 99957 – 6451 advoliveirabarbara@gmail.com - (55) 98452 – 9330
relemartins@gmail.com
Escritório de Advocacia e Consultoria
Dra. Bárbara de Oliveira Dra. Renata Martins
OAB/RS 104.484 OAB/RS 105.183
O valor deve garantir ao autor e também parte lesada, reparação que lhe
compense os danos, bem como, cause impacto suficiente para desestimular a
reiteração do ato por aquele que realizou a conduta reprovável.

Por isso, Excelência, diante de tudo que lhe foi apresentado, REQUER deste
douto juízo, conforme o narrado e provado anteriormente, CONDENE ao requerido à
indenização a título de danos morais, relativo a quantia de 10 (dez) salários-
mínimos, o que nesta data, equivale a R$ 10.450,00 (dez mil quatrocentos e cinquenta
reais).

7. DOS PEDIDOS:

Diante do acima exposto, e dos documentos juntados, vem perante Vossa


Excelência requerer os seguintes pleitos:

a) A concessão dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, como


apresentado no introdutório desta exordial;

b) Seja concedida a tutela provisória de urgência para que a Ré forneça as


faturas dos meses de agosto/2020, setembro 2020 e outubro/2020 com novas datas de
vencimento de forma parcelada e totalmente livre de qualquer encargos moratórios a
fim de cessar a incidência de juros e multas em suas prestações; bem como siga
fornecendo as faturas dos meses seguintes de acordo com seu vencimento;

c) Seja deferida a inversão do ônus da prova, nos termos do inciso VIII do artigo
6° do CDC;

d) A citação da Ré para que responda à presente ação, no prazo legal, sob pena
de revelia e confissão;

e) Ao final, seja dado provimento a demanda, no intuito de condenar a requerida


ao pagamento em dobro do indébito, referente a fatura de fevereiro deste ano cobrada
em duplicidade, qual seja o valor de R$ 1.107,79 (um mil reais e cento e sete reais e
setenta e nove centavos;

f) Seja a Requerida condenada ao fornecimento das faturas dos meses de agosto/


2020, setembro 2020 e outubro/2020 com novas datas de vencimento de forma
parcelada e totalmente livre de qualquer encargos moratórios a fim de cessar a
incidência de juros e multas em suas prestações; bem como siga fornecendo as faturas
Escritório de Advocacia e Consultoria Dra. Bárbara de Oliveira OAB/RS 104.484 e Dra. Renata
Martins OAB/RS nº 105.183 – Rua Duque de Caxias, nº 1392, sala 107, Centro, Santana do
Livramento/RS - cel. (55) 99957 – 6451 advoliveirabarbara@gmail.com - (55) 98452 – 9330
relemartins@gmail.com
Escritório de Advocacia e Consultoria
Dra. Bárbara de Oliveira Dra. Renata Martins
OAB/RS 104.484 OAB/RS 105.183

dos meses seguintes de acordo com seu vencimento, CONFIRMANDO A TUTELA


PROVISÓRIA DE URGÊNCIA;

g) Requer, ainda, a condenação da ré a pagar ao requerente um quantum a título


de danos morais, no valor que Vossa Excelência entender ser justo e equitativo,
sugestionando para tanto 10(dez) salários-mínimos, equivalente a R$ 10.450,00 (dez mil
quatrocentos e cinquenta reais);

h) A condenação da ré às custas judiciais e honorários advocatícios, estes a


serem fixados por Vossa Excelência no que tange Art. 85 §2º e § 6º do CPC, 20% sobre
o valor da condenação.

Pugna provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,


especialmente pela produção de prova testemunhal e documental.

Dá-se a causa o valor de R$11.557,79 (onze mil quinhentos e cinquenta e sete


reais e setenta e nove centavos).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Santana do Livramento/RS, 15 de outubro de 2020.

__________________ ________________
Bárbara de Oliveira V. Ignácia Caçapietra
OAB/RS 104.484 OAB/RS 21.273

Escritório de Advocacia e Consultoria Dra. Bárbara de Oliveira OAB/RS 104.484 e Dra. Renata
Martins OAB/RS nº 105.183 – Rua Duque de Caxias, nº 1392, sala 107, Centro, Santana do
Livramento/RS - cel. (55) 99957 – 6451 advoliveirabarbara@gmail.com - (55) 98452 – 9330
relemartins@gmail.com

Você também pode gostar