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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RR-270-70.2021.5.05.0342

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ACÓRDÃO
(8ª Turma)
GMSPM/icnb/ccs

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO


DE REVISTA DO ESTADO DA BAHIA –
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.
TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS. ENTE
PÚBLICO. CONTRATO DE GESTÃO. AUSÊNCIA
DE PROVA DE FISCALIZAÇÃO. CONDENAÇÃO
AUTOMÁTICA. DECISÃO CONTRÁRIA À
JURISPRUDÊNCIA VINCULANTE DO STF. TEMA
246 DO EMENTÁRIO DE REPERCUSSÃO
GERAL. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA
RECONHECIDA. Constatada contrariedade do
acórdão regional às decisões proferidas pelo
Supremo Tribunal Federal no julgamento da
ADC nº 16 e do RE-760931/DF (leading case do
Tema nº 246 do Ementário de Repercussão
Geral), merece provimento o agravo de
instrumento para determinar o processamento
do recurso de revista. Agravo de instrumento
a que se dá provimento.
II – RECURSO DE REVISTA DO ESTADO DA
BAHIA – RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.
TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS. ENTE
PÚBLICO. CONTRATO DE GESTÃO. AUSÊNCIA
DE PROVA DE FISCALIZAÇÃO. CONDENAÇÃO
AUTOMÁTICA. DECISÃO CONTRÁRIA À
JURISPRUDÊNCIA VINCULANTE DO STF. TEMA
246 DO EMENTÁRIO DE REPERCUSSÃO
GERAL. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA
RECONHECIDA. O Tribunal Regional manteve a
responsabilidade subsidiária do ente público. O
Supremo Tribunal Federal, ao examinar a
ADC-16/DF e o RE-760931/DF (leading case do
Tema nº 246 do Ementário de Repercussão

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Geral), firmou tese no sentido de que a


inadimplência da empresa contratada não
transfere ao ente público tomador de serviços,
de forma automática, a responsabilidade pelo
pagamento dos encargos trabalhistas e fiscais,
sendo necessário verificar, caso a caso, a
eventual ocorrência de culpa da Administração
Pública. Embora o tema nº 1.118 ainda esteja
pendente de julgamento, o Supremo Tribunal
Federal tem reiteradamente cassado decisões
da Justiça do Trabalho em que se atribui a
responsabilidade subsidiária ao ente público,
em razão de este não ter se desincumbido do
encargo de demonstrar a efetiva fiscalização do
contrato. Julgados do STF. Considerando que o
Supremo Tribunal Federal delineia o alcance
dos seus precedentes vinculantes por meio de
suas reclamações, constata-se que a mera
ausência de prova quanto à fiscalização do
contrato não induz à responsabilização do
Poder Público. Caso contrário, estar-se-ia
diante da possibilidade de novas condenações
do Estado por simples inadimplemento, em
desrespeito à tese fixada na ADC 16. No caso
concreto, a Corte de origem – após atribuir o
ônus da prova ao ente público – registrou a
inexistência de prova nos autos da efetiva
fiscalização contratual, condenando-o de forma
automática, procedimento que destoa do
entendimento firmado no julgamento da ADC
n° 16. Recurso de revista de que se conhece
e a que se dá provimento.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista


n° TST-RR-270-70.2021.5.05.0342, em que é Recorrente ESTADO DA BAHIA e é

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Recorrido LEONARDA RUFINO DE LIMA e ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO À


MATERNIDADE E À INFÂNCIA DE CASTRO ALVES.

O segundo reclamado interpõe agravo de instrumento (fls.


678/700) contra a decisão de fls. 668/672, mediante a qual foi denegado seguimento ao
seu recurso de revista (fls. 634/667).
Não houve apresentação de contraminuta e contrarrazões.
O Ministério Público do Trabalho opinou pelo não provimento do
apelo (fls. 710/717).
É o relatório.

VOTO

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO


ESTADO DA BAHIA

1 - CONHECIMENTO

Conheço do agravo de instrumento por estarem presentes os


pressupostos legais de admissibilidade, entre os quais a representação processual
(Súmula 436 do TST) e a tempestividade (ciência da decisão denegatória em 18/8/2023 e
interposição do apelo em 24/8/2023), sendo inexigível o preparo.

2 – MÉRITO

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO DE


SERVIÇOS. ENTE PÚBLICO. CONTRATO DE GESTÃO. AUSÊNCIA DE PROVA DE
FISCALIZAÇÃO. CONDENAÇÃO AUTOMÁTICA. TEMA 246 DO EMENTÁRIO DE
REPERCUSSÃO GERAL

O Regional denegou seguimento ao recurso de revista com fulcro


no § 7º do art. 896 da CLT e nas Súmulas 331, V, e 333 do TST.

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O segundo reclamado impugna a decisão denegatória e reitera a


argumentação apresentada no referido apelo. Destaca os julgamentos proferidos pelo
STF na ADC 16 e no RE 760.931 e afirma que a decisão regional viola as referidas
decisões vinculantes. Argumenta que incumbe à parte autora o ônus de provar que não
houve a efetiva fiscalização e acompanhamento da execução do contrato. Sustenta que
o ente público não pode ser responsabilizado subsidiariamente, salvo se comprovada a
sua culpa in vigilando ou in elegendo. Renova suas alegações de divergência
jurisprudencial, contrariedade à Súmula 331, V, do TST e violação do inciso II do art. 5º
da Constituição da República; do § 3º do art. 102 da Constituição da República; do inciso
I do art. 818 da CLT; do inciso I do art. 373 do CPC; do inciso IV do art. 374 do CPC; do §
11 do art. 1.035 do CPC; do art. 1.039 do CPC e do § 1º do art. 71 da Lei nº 8.666/93.
Com razão.
Por vislumbrar desrespeito à jurisprudência vinculante do STF,
concluo que a questão objeto do recurso de revista oferece transcendência política
hábil a viabilizar sua apreciação, nos termos do inciso II do § 1º do art. 896-A da CLT.
Registre-se que o acórdão regional foi publicado na vigência da
Lei nº 13.467/2017.
Registre-se, ainda, que o segundo reclamado atendeu ao
disposto no inciso I do § 1º-A do art. 896 da CLT (fls. 638/641 e 653/654).
O Supremo Tribunal Federal, ao examinar a ADC-16/DF e o
RE-760931/DF (leading case do Tema nº 246 do Ementário de Repercussão Geral), firmou
tese no sentido de que a inadimplência da empresa contratada não transfere ao ente
público tomador de serviços, de forma automática, a responsabilidade pelo pagamento
dos encargos trabalhistas e fiscais, sendo necessário verificar, caso a caso, a eventual
ocorrência de culpa da Administração Pública. Na ocasião desses julgamentos, a excelsa
Corte não firmou tese explícita a respeito da distribuição do ônus da prova, o que
constitui objeto do Tema nº 1.118.
Por sua vez, a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais
do TST, em composição plena, quando da análise do feito
TST-E-RR-925-07.2016.5.05.0281 (Rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, DEJT de
22/5/2020), concluiu, majoritariamente, ser do ente público o ônus de demonstrar que
fiscalizou o cumprimento das obrigações contraídas pela empresa contratada.

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Não obstante, o Supremo Tribunal Federal tem, reiteradamente,


cassado decisões da Justiça do Trabalho em que se atribui responsabilidade subsidiária
ao ente público em razão de este não ter se desincumbido do encargo de demonstrar a
efetiva fiscalização do contrato. A título de ilustração, citam-se julgados oriundos de
ambas as Turmas: Rcl-48371-AgR/ES, 1ª Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJE nº 34,
publicado em 22/2/2022; Rcl-50774-AgR/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJE nº
75, publicado em 22/4/2022.
Considerando que o Supremo Tribunal Federal delineia o alcance
dos seus precedentes vinculantes por meio de decisões proferidas em reclamações
constitucionais, constata-se que a mera ausência de prova quanto à fiscalização da
execução do contrato não induz à responsabilização do Poder Público. Caso contrário,
estar-se-ia diante da possibilidade de novas condenações do Estado por simples
inadimplemento, em desrespeito à tese vinculante ora enfocada.
Ademais, conforme destacado pela excelsa Corte na ementa do
acórdão relativo aos embargos de declaração opostos no leading case do Tema nº 246,
"(...) a responsabilização subsidiária do poder público não é automática, dependendo de
comprovação de culpa in eligendo ou culpa in vigilando (...)" [STF-RE-760931-ED/DF, Red.
Min. Edson Fachin (DJe nº 194, publicado em 6/9/2019) – g. n.]. Portanto, o que deve ser
objeto de prova é a culpa, e não a fiscalização, o que induz à conclusão de que o ônus
da prova incumbe ao empregado.
No presente caso, o Regional, ao reconhecer a responsabilidade
subsidiária do ente público, assim fundamentou sua decisão:

“A situação trazida a julgamento diz respeito a empregado, cuja


contratação se deu por meio de empresa prestadora de serviços, para o
exercício de uma determinada função, em proveito do tomador de
serviços(ESTADO DA BAHIA).
Nos termos da Súm. 76 deste Tribunal Regional, em caso de negativa da
prestação de serviços por parte da tomadora, compete ao Autor o ônus da
prova quanto ao efetivo dispêndio de sua força de trabalho em benefício
desta, ainda que constante nos autos o contrato firmado entre as
Reclamadas, conforme a seguir:
‘Súmula TRT5 nº 76
TERCEIRIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Mesmo comprovada a
contratação de empresa terceirizada, deve a parte reclamante
comprovar a efetiva prestação de serviços em favor da tomadora,
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quando negado por esta o labor do trabalhador em seu favor,


sem prejuízo da redistribuição do ônus da prova pelo juiz diante
do caso concreto.’
Na hipótese dos autos, o tomador não negou a prestação de serviços da
reclamante em seu favor, mas sim a existência de vínculo empregatício com a
Reclamante.
Pois bem.
Inicialmente, destaco que após uma reflexão mais profunda sobre o
tema, passei a entender que o ‘contrato de gestão’ não isenta, por si só, o ente
público de responsabilidade, porque não adiciona nenhuma particularidade
relevante que a diferencie de um autêntico contrato de prestação de serviços.
A confirmar essa conclusão, cito, como exemplo, aresto do TST:
[...]
Assim, constatada a inidoneidade da empresa empregadora e tendo o
Recorrente se beneficiado diretamente dos serviços (força de trabalho)
prestados pelo obreiro, fato este incontroverso nos autos, é prerrogativa
deste pleitear a satisfação de seus créditos junto à tomadora dos serviços,
ainda que ente público, uma vez que o empregado não pode ser prejudicado
no recebimento de suas verbas trabalhistas.
Sendo certo que cabia à tomadora dos serviços o dever de bem
vigiar a execução do contrato firmado com o prestador, em sua inteireza
(principalmente no que toca ao cumprimento dos deveres trabalhistas
deste para com os seus empregados), não o fazendo, terá sua
responsabilidade materializada na culpa in vigilando, fundada na Súmula
331 do C. TST.
[...]
Vale mencionar que, reunido em sua composição plena, este Eg.TRT-5ª
Região, no julgamento do incidente de uniformização de jurisprudência nº
0000352-36.2016.5.05.0000, aprovou a Súmula nº 41, com a seguinte redação:
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CULPA IN VIGILANDO.
ÔNUS DA PROVA. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Recai sobre a
Administração Pública direta e indireta o ônus de demonstrar
que fiscalizava o cumprimento das obrigações contratuais e
legais da prestadora de serviço como empregadora.
Assim, na qualidade de tomador e beneficiário dos serviços prestados
pelo Reclamante, portanto, incumbia ao Estado o dever de fiscalizar o correto
cumprimento das obrigações inerentes ao contrato de prestação de serviços
firmados com a empregadora do Autor, sob pena de responder
subsidiariamente pelos prejuízos causados ao Obreiro.
(...)
Caberia ao ente público, in casu, a juntada de documentos que
possam evidenciar a existência de efetiva fiscalização, tais como
relatórios de acompanhamento da execução do contrato previstos na Lei
de Licitações, cópias de demonstrativos salariais, cópias de extratos de

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FGTS do Reclamante e de comprovantes de pagamento das verbas


rescisórias, o que não ocorreu.” (fls. 620/623 – destaques acrescidos)

Como se observa, o Regional consignou a ausência de provas da


fiscalização da execução do contrato. Todavia, na linha do quanto se expôs, a ausência
ou insuficiência de provas não enseja a responsabilização subsidiária do ente público.
Nesse contexto, reputando contrariadas pelo acórdão regional as
decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADC nº 16 e do
RE-760931/DF (leading case do Tema nº 246 do Ementário de Repercussão Geral), dou
provimento ao agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso
de revista.

II – RECURSO DE REVISTA DO ESTADO DA BAHIA

a) Conhecimento

Inicialmente, verifica-se a transcendência política da causa (inciso


II do § 1º do art. 896-A da CLT), conforme registrado no tópico I/2.
Satisfeitos, ainda, os pressupostos de admissibilidade
extrínsecos do recurso de revista, entre os quais a representação processual (Súmula
436 do TST) e a tempestividade (ciência do acórdão regional em 4/5/2023 e interposição
do apelo em 9/5/2023), sendo inexigível o preparo.

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO DE


SERVIÇOS. ENTE PÚBLICO. CONTRATO DE GESTÃO. AUSÊNCIA DE PROVA DE
FISCALIZAÇÃO. CONDENAÇÃO AUTOMÁTICA. TEMA 246 DO EMENTÁRIO DE
REPERCUSSÃO GERAL

Conforme assentado no exame do agravo de instrumento,


constata-se a contrariedade do acórdão regional às decisões proferidas pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento da ADC nº 16 e do RE-760931/DF (leading case do Tema
nº 246 do Ementário de Repercussão Geral), estando violado o § 1º do art. 71 da Lei nº
8.666/1993.
Dessa forma, conheço do presente recurso de revista.
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b) Mérito

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO DE


SERVIÇOS. ENTE PÚBLICO. CONTRATO DE GESTÃO. AUSÊNCIA DE PROVA DE
FISCALIZAÇÃO. CONDENAÇÃO AUTOMÁTICA. TEMA 246 DO EMENTÁRIO DE
REPERCUSSÃO GERAL

Conhecido o recurso de revista por contrariedade às decisões


proferidas pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADC nº 16 e do
RE-760931/DF (leading case do Tema nº 246 do Ementário de Repercussão Geral) e por
violação do § 1º do art. 71 da Lei nº 8.666/1993, a consequência lógica é o seu
provimento para eximir o segundo reclamado (ESTADO DA BAHIA) da responsabilidade
subsidiária que lhe foi imposta.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Oitava Turma do Tribunal Superior do


Trabalho, por unanimidade: I – conhecer e dar provimento ao agravo de instrumento
do segundo reclamado ESTADO DA BAHIA para mandar processar o recurso de revista;
II - conhecer do recurso de revista do segundo reclamado por contrariedade às
decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADC nº 16 e do
RE-760931/DF (leading case do Tema nº 246 do Ementário de Repercussão Geral) e por
violação do § 1º do art. 71 da Lei nº 8.666/1993 e, no mérito, dar-lhe provimento para
eximir o ente público da responsabilidade subsidiária que lhe foi imposta.
Brasília, 3 de abril de 2024.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


SERGIO PINTO MARTINS
Ministro Relator

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