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31 Dicas Para

Pregadores Iniciantes

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INTRODUÇÃO

Pregar é um grande privilégio, mas também


uma imensa responsabilidade. Fomos chamados
não a proferir qualquer mensagem, mas A
MENSAGEM que tem em si o poder de salvar o
homem.

Se pregar já não é tarefa fácil, começar é menos


ainda. Pregar pela primeira vez é algo que causa
medo em muitos, senão em todos. Afirmo isso
porque eu me senti assim, quando fui convidado a
ministrar pela primeira vez, a quase dez anos
atrás. Mas após iniciarmos neste ministério, e
começarmos a ver os frutos de nossas mensagens,
a experiência torna-se maravilhosa.

Neste ebook sobre 31 Incríveis Dicas Para


Pregadores Iniciantes, quero lhe ajudar a iniciar
na árdua, porém gratificante tarefa de anunciar as
Escrituras, e que as dicas expostas aqui
contribuam para que você seja cada dia mais um
pregador aprovado!

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#1. PREGAR É COISA SÉRIA!

Vivemos dias em que a pregação tem sido


banalizada, depreciada e menosprezada. Mas não
por ímpios, que chacotam do Evangelho, mas
através de alguns pregadores sem compromisso
com as Escrituras, que tem feito desta sublime
tarefa uma profissão e uma plataforma de
performance humana.

Porém, nós, que desejamos ser canais de Deus à


muitas vidas, precisamos ter sempre em mente o
seguinte lema: ‘’PREGAR É COISA SÉRIA’’. Paulo
chegou a dizer aos coríntios, sobre o ministério da
pregação, que ele e seus companheiros não eram
de maneira alguma ‘’falsificadores da Palavra’’, e
que sempre ‘’falavam de Cristo com sinceridade’’. E
por que causa Paulo exercia o ministério da
pregação com tanta seriedade? Na conclusão do
versículo ele nos dá a resposta: ‘’mas falamos de
Cristo com sinceridade, como de Deus na
presença de Deus’’ (II Co 2.17).
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Pregar é exatamente isso! É falar de Deus (pois
falamos da sua Palavra que relata seu caráter, seu
poder e suas obras), na presença de Deus (pois
estamos na Sua presença a todo momento e,
quando pregamos, o próprio Deus nos assiste!).
Que tremenda responsabilidade!

Por isso Paulo conduzia seu ministério com


seriedade e reverência. E faremos bem, se tivermos
como marca do nosso chamado esse respeito pela
Palavra de Deus e o temor pelo Deus da Palavra.

Lancemos para longe de nós toda tendência ao


profissionalismo e à irreverência.

Pregar é tarefa muito séria!

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#2. FOCO NO CHAM ADO

Se você foi chamado(a) para pregar a Palavra


de Deus, então uma das principais coisas que
você vai precisar se chama foco. E o que é ter
foco? Ter foco significa ter um objetivo bem
definido e trabalhar para alcançá-lo. Aplicando
isso à vida cristã, significa que a partir do
momento em que fomos chamados, todas as
nossas energias, talentos e aptidões devem
convergir para o nosso chamado, a fim de nos
apresentar cada dia mais como ‘’obreiros
aprovados (...) que manejam bem a Palavra da
verdade’’ (II Tm 2.15). Uma das maiores tragédias
que vivemos hoje no meio evangélico são de
homens e mulheres que s o b e m nos púlpitos
totalmente despreparados, com pregações rasas e
vazias, resultado da falta de foco no chamado e
preparo adequado da mensagem.

Na sua última epístola, o apóstolo Paulo exorta


seu filho na fé, Timóteo, que ‘’ninguém que milita
se embaraça com negócios desta vida, a fim de
agradar aquele que o alistou para a guerra’’ (II Tm
10
2.4). O que o velho apóstolo estava dizendo a
Timóteo era para que ele mantivesse o foco na sua
chamada, sem distração alguma, para que nada
embaraçasse seu ministério.

Eu, pessoalmente, já passei por épocas em


minha vida em que me deixei ‘’embaraçar’’ com
negócios que me desviaram do foco ministerial.
Me esqueci da advertência de Deus através de
Paulo e abracei propostas que substituíram a
prioridade que a Palavra tinha em minha vida.
Com essas propostas veio compromissos que
impediam minha participação em alguns cultos;
tomavam meu tempo que antes eu dedicava à
meditação e ao estudo, e gradativamente foi
apagando-se o ‘’fogo’’ ministerial que havia no
meu coração.

Mas graças a Deus que na hora certa fechou as


portas dessas ciladas e eu pude então voltar meu
olhar à Palavra, e meu foco ao Seu chamado. Como
o salmista, agora oro: ‘’Desvia os meus olhos de
contemplarem a vaidade, e vivifica-me em Teu
caminho’’ (Sl 119.37).

Portanto, você que inicia neste santo ofício, fará


bem, ficando alerta para que absolutamente nada
lhe tire o foco da Palavra, e a prioridade que a vo-
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cação de Deus deve ter em sua vida.

‘’faze a obra de um evangelista, cumpre teu


ministério’’ (II Tm 4.5)

O segredo é ter foco!

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#3. SEJA ENTUSIASM ADO

Se fomos escolhidos para pregar a MAIOR e


MELHOR mensagem que alguém poderia
proclamar, então vamos fazer isso com
entusiasmo. E o que vem a ser ‘’entusiasmo’’?
‘’Entusiasmo’’ é um grande interesse, um intenso
prazer, uma dedicação ardente, uma paixão, uma
veemência com o que se fala ou escreve. A pior
coisa que existe é ver alguém executar uma tarefa
desanimado, sem alegria e vigor. Pense em como
seria assistir a um filme onde os atores não
expressassem suas emoções? Imagine-se vendo
uma peça de teatro onde os personagens não
transmitem seus sentimentos nas falas? Ou ouvir
uma música ‘’seca’’, sem afeto em suas melodias? É
trágico! O mesmo acontece quando subimos ao
púlpito parecendo que não dormimos bem
durante a noite!

Agora, observe, não estou dizendo que você


deve ser histérico, irreverente ou parecer um
maluco ao pregar. Estou só frisando que você deve
ministrar com alegria, com ânimo, com força,
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com BRILHO NOS OLHOS!

Digo isto porque é impossível realizar qualquer


empreendimento (secular ou eclesiástico) sem
entusiasmo. Quando Deus escolheu Josué para
liderar os israelitas na conquista de Canaã,
ordenou-o: ‘’esforça-te e tem muito bom ânimo’’
(Js 1.6); isto é: ‘’Josué, dê o melhor de si e tenha
entusiasmo no que vai fazer’’.

Aliás, o que temos de sobra é motivos para


sermos entusiasmados ao pregar: pregamos uma
Palavra que é ‘’viva e eficaz’’ (Hb 4.12); Palavra
essa que ‘’não voltará vazia’’ (Is 55.11); temos a
certeza de que o Espírito Santo trabalhará na vida
dos ouvintes enquanto pregamos (Jo 16.8); e de
que o próprio Jesus coopera conosco neste
ministério (Mc 16.20). Também podemos nos
animar com o fato de que ‘’a fé vem pelo ouvir, e
ouvir a Palavra de Deus’’ (Rm 10.17), e ainda que
o novo nascimento ocorre pela pregação ‘’da
palavra da verdade’’ (Tg 1.18 cf. I Pe 1.23).

Além do mais, o fato de termos sido chamados


por Deus (I Co 1.26), colocados neste santo minis-
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tério (I Tm 1.12), feitos ‘’despenseiros dos mistérios
de Deus’’ (I Co 4.1) e ‘’embaixadores da parte de
Cristo’ (II Co 5.20) deveriam ser motivos mais que
suficientes para transmitirmos a Palavra de Deus
com toda a alegria de nosso ser.

Para concluir, conta-se que certo dia um amigo


de David Hume (filósofo e ateu do século XVIII) o
encontrou correndo ao longo de uma rua em
Londres e perguntou onde ele estava indo. Hume
respondeu que estava indo ouvir George
Whitefield pregar. ‘’Mas certamente’’, seu amigo
perguntou assustado, ‘’você não acredita no que
Whitefield prega, acredita?’’, ‘’Não, eu não’’
respondeu Hume, ‘’mas ele sim’’.

O segredo de Whitefield, grande pregador e


avivalista, era ter consciência da mensagem que
pregava, e passá-la adiante com entusiasmo.

Se quisermos nos diferenciar como pregadores e


atrair a atenção até mesmo dos ouvintes mais
incrédulos, ponhamos entusiasmo em nossas
palavras. Como disse o salmista: ‘ ’ O meu coração
ferve com palavras boas’’ (Sl 45.1). O seu coração
também?

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#4. CRESÇ A N O CONHECIM ENTO

Se você almeja ter um ministério cada dia mais


eficiente é imprescindível crescer cada dia mais no
seu conhecimento. E isso de três maneiras:

1. Seu conhecimento de Deus. A vida cristã não é


uma vida de estagnação. Paralisia espiritual não
pode ser sua marca como pregador. O lema de
Paulo deve ser o nosso lema também: ‘’prossigo
para alcançar’’, ‘’avançando para as [coisas] que
estão adiante de mim’’, ‘’prossigo para o alvo’’ (Fp
3.12-14). Ou estamos crescendo na vida cristã ou
estamos morrendo. Ou estamos avançando ou
retrocedendo. Como pregadores, devemos
conhecer o Deus que pregamos, não apenas na
teoria, mas sobretudo, na prática. Conhecer a Deus
é a essência da vida eterna (Jo 17.3).

2. Seu conhecimento da Bíblia. Ela é nossa


‘’ferramenta de trabalho’’, e a negligência em
conhecê-la pode trazer conseqüências trágicas
para o nosso ministério. O desejo do Senhor é que
sejamos ‘’obreiros aprovados (...) que maneja bem a
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Palavra da verdade’’ (II Tm 2.15). E isso só será
possível se nos dedicarmos ao estudo constante
das Escrituras. De fato, ser um ministro
conhecedor da Palavra de Deus era algo tão bem
visto na Igreja Primitiva, que eram duplamente
honrados aqueles presbíteros (líderes) que ‘’se
afadigavam na Palavra e no ensino’’ (I Tm 5.17).
Faremos bem se seguirmos este exemplo.

3. Seu conhecimento de si próprio. Além de


conhecer a Deus e a Sua palavra, como pregadores
precisamos conhecer também a nós mesmos. A
célebre frase de Sócrates ‘’conhece-te a ti mesmo’’
é oportuna aqui. Precisamos conhecer nossas
fraquezas, a fim de que, de posse desse
conhecimento, evitarmos locais, situações e
pessoas que podem nos levar à queda moral e
ministerial (II Tm 2.22). Precisamos conhecer
nossos medos, e lembrar de que nesse ministério
que nos foi confiado, repleto de desafios, não
estamos sós, mas triunfaremos sobre as
adversidades pelo poder do Espírito (Rm 8.31). E
precisamos conhecer nossas ansiedades, e em uma
atitude de fé, lançá-las ao Senhor, sabendo que Ele
não permitirá que aqueles que fazem a sua
vontade sejam abalados (Sl 55.22 cf. I Pe 5.7).

Sendo assim, se desejamos ter um ministério aben-


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çoado e abençoador, que dê frutos e glorifique ao
Senhor, necessitamos ser famintos pelo
conhecimento.

‘’ Antes crescei na graça e no conhecimento de


nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja
dada a glória, assim agora, como no dia da
eternidade. Amém.’’ (II Pe 3.18)

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#5. CUIDE DA SUA APARÊN CIA

Você, pregador, é uma pessoa pública, visível,


que se relaciona com outros; portanto, tome
cuidado com a sua aparência. Deixe-me te
perguntar: como você tem se apresentado? Não
me interprete mal, por favor. Não estou dizendo
que a partir do momento que você se tornou
pregador você deve refazer todo o seu guarda
roupas e andar na ‘’última moda’’. Absolutamente
não!

O que estou afirmando é que a maneira como


nos apresentamos diante dos outros é crucial para
a nossa imagem como mensageiros de Deus. Um
homem com o cabelo despenteado, barba mal
feita, gravata desalinhada, e terno amarrotado, de
maneira nenhuma passará a imagem de ser um
homem ‘’espiritual’’; muito pelo contrário,
transmitirá a todos que não passa de um
desleixado e preguiçoso.

Entretanto, não são só os homens que pecam


nesse quesito. As mulheres que pregam precisam
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de igual forma dessa advertência, pois, ou caem no
erro do descuido, ou descambam para a
sensualidade – o que é mais desastroso ainda!

Mas, fica a pergunta: como devemos cuidar da


aparência (seja homem ou mulher) sem cair nos
extremos? Paulo nos dá a resposta dizendo que o
que deve nortear o nosso cuidado com a aparência
é ‘’pudor e modéstia’’ (I Tm 2.9). Isto é, vestir-se
bem, mas com decência e com recato. É esse o
princípio tanto para homens como para mulheres.

Portanto, a aparência importa, sim. E para nós,


pregadores, é fundamental. Então cuide dela,
evitando extremos. E lembrando que, o que deve
atrair a atenção das pessoas não é a sua pessoa,
mas a mensagem que você prega.

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#6. CUIDE DA SUA SAÚDE

Nós, pregadores, temos sempre que nos lembrar


de que não somos anjos, nem robôs, mas seres de
carne e osso. Digo isso porque é fácil para nós
estarmos tão ocupados com os compromissos
ministeriais (agendas, estudos, viagens) que
acabamos nos alimentando mal, e ainda pior,
tendo uma vida sedentária.

Dependemos de uma boa saúde a fim de poder


cumprir nosso ministério com eficácia. De fato,
Paulo nos mostra um princípio muito interessante
em Efésios 5.29: ‘’Além do mais, ninguém jamais
odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele
cuida’’ (NVI). Alimentar o corpo e cuidar dele, está
aí o que muitas vezes negligenciamos!

Um outro ponto que gostaria de mencionar,


importante à nossa saúde, é o descanso. Com a
agenda cada dia mais cheia de compromissos e
com a euforia de atender todos eles,
negligenciamos os momentos de descanso para
recobrar nossas energias. Jesus, certa feita, depois
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de uma grande campanha evangelística com os
seus discípulos, chamou-os à parte e lhes disse:
‘’Venham comigo para um lugar deserto e
descansem um pouco’’ (Mc 6.31 NVI). Se Jesus
reconheceu que ele e os discípulos precisavam
descansar, e quanto a nós?

É urgente a cada um de nós cuidarmos da nossa


saúde. Não somos de ferro! Sem ela é impossível
cumprirmos eficientemente o ministério que
recebemos. Portanto, pregador, por amor ao seu
chamado, cuide da sua saúde!

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#7. OBEDEÇA SEU PASTOR

Uma das principais coisas que um pregador


deve lembrar todos os dias é o fato de que, ainda
que Deus o esteja usando poderosamente e
impactando vidas através de suas mensagens, ele
ainda tem um pastor.

É fundamental dizer isto porque podemos cair no


erro de achar que agora que Deus nos usa, somos
independentes, fazemos o que queremos e não
devemos satisfação a ninguém! Nem ao pastor!

Entretanto, a Bíblia nos ordena ‘’lembrai-vos dos


vossos pastores’’ (Hb 13.7) e ‘’Obedecei a vossos
pastores, sujeitai-vos a eles; porque velam por
vossas almas, como aqueles que hão de dar conta
delas’’ (Hb 13.17). Um conselho que ainda é válido
para nós hoje.

Amigo(a) pregador(a), ainda que você conheça


plenamente toda a Escritura, ainda que você
pregue e faça cair fogo do céu, você deve
obediência e submissão ao pastor de sua igreja.
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Conforme vimos, Deus quer que nos lembremos
deles e lhes obedeçamos, pelo fato de estarem
continuamente velando pelas nossas almas.

De fato, é ele quem ora por você, quem te visita


quando enfermo, quem aprovou seu ministério, e
quem mais deseja seu sucesso ministerial.

Sendo assim, ame seu pastor; honre-o; peça a


sua bênção; deixe-o ciente de seus compromissos
ministeriais. Agindo assim, você estará não apenas
obedecendo a Palavra de Deus, mas também sendo
exemplo para toda a igreja.

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#8. RESPEITE SEUS COLEGAS

Um dos principais pilares do chamado à


pregação é o respeito aos seus colegas de
ministério. Corremos o risco de nos acharmos
superiores aos outros, mais usados e mais
conhecedores; além disto, corremos o perigo de
medir as mensagens dos demais de acordo com os
nossos padrões particulares.

Temos de entender que neste ministério


NINGUÉM É SUPERIOR A NINGUÉM; Deus usa a
cada um de acordo com suas personalidades,
modo de falar, cultura e estudos. Deus é um Deus
de ‘’multiforme graça’’; ou como diz a NVI, a graça
dele tem ‘’múltiplas formas’’. Isto é, ele usa a cada
um como Lhe convém, e não como nos convém!

Portanto, a atitude fundamental de todo


pregador é o respeito pelos companheiros de
púlpito. Lembrando que todos nós somos
‘’cooperadores de Deus’’ (I Co 3.9), servindo ao
mesmo Reino, e buscando o mesmo fim – a
salvação das almas e a exaltação do nome de Jesus.
Acerca deste assunto, Paulo nos diz em sua carta
aos Filipenses:
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‘’Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade,
mas humildemente considerem os outros superiores
a si mesmos.’’ (2.3, NVI)

Vamos nos respeitar mutuamente!

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#9. HONRE SUA IG REJA

Com os diversos convites que surgem quando


começamos a pregar, podemos cair no erro de
esquecer que é importante para a nossa vida
cristã estar em comunhão com nossa igreja. Digo
isso porque o pregador hoje é visto como aquele
que está sempre ausente, em viagens e
compromissos, e alguém que se tornou apenas um
‘’turista’’ em sua própria congregação!

Não tenho dúvidas de que Deus chama homens e


mulheres para que possam pregar em diversas
partes do país e do mundo; porém, quando Deus
faz isso ele não nos desliga do rol de membros!
Continuamos sendo membros, tendo uma igreja, e
com a necessidade de estar adorando a Deus com
os nossos irmãos na fé.

Quando penso na importância da igreja local,


logo vem em minha mente a carta aos Hebreus,
que por diversas vezes enfatiza o assunto da
comunhão cristã. Em uma de suas advertências, o
autor (seja ele quem for!) nos exorta: ‘’Não
deixando a nossa congregação, como é costume de
alguns, antes, admoestando-nos uns aos outros; e
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tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando
aquele Dia’’ (10.25)

Por esse texto vemos que a igreja local, além de


ser um ambiente de comunhão e adoração,
também é um lugar onde somos encorajados e
animados, para enfrentar os embates da vida e
perseverarmos firmes na fé.

Sendo assim, precisamos não apenas ministrar a


Palavra, mas também sermos ministrados em
nossa igreja local. Portanto, honre a sua igreja,
separe dias para cultuar junto com os irmãos e
ouvir a Palavra de Deus. Afinal de contas, o
pregador também senta para ouvir!

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#10. SEJA CO NSAG RADO

De todas as dicas dadas aqui, esta eu considero


como a principal. Sem uma vida consagrada, tudo
o que for falado aqui é em vão. De nada adiantará
você possuir um vasto conhecimento das
Escrituras, uma boa aparência, ter entusiasmo e
um bom carisma, se sua vida não estiver alinhada
com Deus.

Uma vida consagrada dá poder às suas palavras.


É isso o que diferencia a pregação de qualquer
outro discurso humano: ela vem misturada com a
unção do Espírito. De fato, quando Paulo escreve
sua primeira carta à igreja dos Tessalonicenses, ele
afirma essa verdade de que a pregação é um
conjunto do preparo humano com a graça divina. O
apóstolo diz: ‘’Porque o nosso evangelho não
chegou a vocês somente em palavras, mas também
em poder, no Espírito Santo e em plena convicção.’’
(I Ts 1.5, itálico meu)

Este é o segredo de uma pregação eficaz: a


mensagem correta (o Evangelho), misturado com a
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energia correta (poder do alto). Não podemos
separar aquilo que Deus uniu!

De fato, como o profeta Elias, só poderemos nos


levantar com autoridade diante dos homens, se
primeiro nos prostrarmos em humildade diante de
Deus (I Rs 17.1; 18.42; cf. Tg 5.17-18).

Com isso, se almejamos ter sucesso em nossa


empreitada ministerial, é imperativo e urgente que
tenhamos uma vida consagrada, e sejamos
‘’sacrifícios vivos’’ no altar do Senhor (Rm 12.1).
Deus deseja usar homens e mulheres totalmente
entregues a Ele, e se fomos chamados ao
ministério, devemos ser um dos tais, ‘’vasos para
honra, santificado, útil para o Senhor,, preparados
para toda boa obra’’ (II Tm 2.21).

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#11. SEJA ORGANIZ ADO

Outra dica importante para você que está


iniciando no ministério da pregação é aprender a
organizar os convites que recebe. Digo isto porque
eu já cometi diversas vezes o erro de querer
guardar na memória os compromissos que eu
tinha, e acabava me esquecendo deles ou
marcando outra coisa no lugar!

Estou dizendo isto para que você não cometa o


mesmo erro, e providencie urgentemente uma
agenda para seus convites e compromissos. Caso
não queira usar uma agenda física, use então a do
seu celular, ou use o bloco de notas mesmo. Isso
mostrará aos outros que você tem organização em
sua vida, e leva seu chamado com seriedade!

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#12. ÉTICA NUNCA É DEM AIS

O termo ética deriva do grego ethos (caráter,


modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto
de valores morais e princípios que norteiam a
conduta humana na sociedade. Aplicada ao
pregador, diz respeito a maneira de se portar e se
comunicar no exercício do seu ministério.

Para que você me entenda melhor, há certas


palavras, expressões e comportamentos que
usamos em nosso dia a dia que não é adequado
utilizarmos no púlpito. Para exemplificar:
geralmente, quando encontro algum amigo meu,
me dirijo a ele com a expressão ‘’e aí fulano, tudo
bem?’’. É uma saudação informal, coloquial,
comum no uso diário. Agora, imagine se ao ser
chamado para assumir a tribuna a fim de
ministrar, meus cumprimentos à igreja sejam: ‘’e
aí, igreja, tudo bem com vocês?’’ Pense só como a
igreja olharia para mim!

É exatamente isso o que quero mostrar quando


digo para zelarmos pela ética nas pregações, fican-
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do atentos aos termos que usamos, aos
comentários que fazemos, as expressões que
verbalizamos, e até aos nomes que mencionamos!
E é nisto que muitos pregadores tem pecado feio.
Usam termos chulos, gírias inadequadas, contam
episódios constrangedores e usam pessoas em
suas m e n s a g e n s s e m sua concordância. São
inúmeros os casos de pregadores que desceram
dos púlpitos envergonhados, por faltarem com a
ética no altar.

Charles Spurgeon dizia que os pregadores


deveriam ‘’tirar as sandálias dos pés’’ ao subir no
púlpito, porque estavam pisando em ‘’terra santa’’.
E é esse sentimento de temor e reverência que
devemos resgatar, em nossa época de mensagens e
mensageiros irreverentes. Quanto a este assunto, a
Bíblia nos fornece ensinamentos claros. Vejamos
alguns:

‘’Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe,


mas só a que for boa para promover a edificação,
para que dê graça aos que a ouvem’’ (Ef 4.29)

‘’Não dando nós escândalo em coisa alguma, a fim de


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que o nosso ministério não caia em descrédito’’ (II
Co 6.3)

‘’Quando você for à casa de Deus, seja reverente.’’


(Ex 5.1 NVI)

‘’Nos lábios do entendido se acha a sabedoria, mas a


vara é para as costas do falto de entendimento’’ (Pv
10.13)

‘’Estamos certos de que temos consciência limpa, e


desejamos viver de maneira honrosa em tudo.’’ (Hb
13.18)

Estes e muitos outros textos nos mostram que


(não apenas como pregadores, mas como cristãos)
devemos pensar, falar e agir de maneira a agradar
a Deus e edificar as pessoas.

Em suma, a ética é fundamental. E um bom


comportamento abre portas. Ela nunca é demais!

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#13. V IVA O QUE VOCÊ PREGA

Já foi dito aqui neste livro que quanto maior o


privilégio, maior a responsabilidade. E exercer o
ministério da pregação é um dos privilégios da
vida cristã. Entretanto, com ele vem também uma
responsabilidade equivalente: viver o que se prega
e pregar o que se vive!

Na vida do pregador, seu ensino deve andar de


mãos dadas com a sua vida; e sua prática deve ser
a confirmação de suas palavras. Ortodoxia (crença
correta) e Ortopraxia (proceder correto) devem
andar juntos! ‘’O que também aprendestes, e
recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o
Deus de paz será convosco’’ (Fp 4.9). É o resumo de
Paulo sobre este ensino.

Para o apóstolo, não bastava os crentes ouvirem


e receberem suas palavras; tinham também que
imitar sua vida. Paulo tinha como princípio a
ordem de Gideão aos seus soldados: ‘’olhai para
mim e fazei como eu fizer’’ (Jz 7.17). Um
imperativo urgente hoje, onde temos visto um abis-
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abismo entre aquilo que muitos pregam no púlpito
e vivem fora dele.

Como ministros de Deus, nossa conduta deve ser


um carimbo autenticador daquilo que pregamos.
Que não haja brechas em nosso ministério, nem
manchas em nossa vida. Mas que ousemos afirmar
como o apóstolo: ‘’assim nos recomendamos à
consciência de todo homem, na presença de Deus,
pela manifestação da verdade’’ (II Co 4.2).

Viver o que se prega, e pregar o que se vive!

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#14. PREPARE -SE BEM !

Um dos hábitos mais importantes que um


pregador deve cultivar em seu ministério é o de
preparar-se com antecedência. Deixar para
estudar na última hora, mostra, não somente um
mau uso do tempo que Deus nos dá, mas também
falta de compromisso com a chamada.

Afirmo isso porque diversas vezes já cometi este


erro, deixando para estudar horas antes de pregar,
para um convite que havia recebido duas semanas
ou um mês antes. Como você pode concluir, todas
as vezes que agi dessa forma, minha pregação foi
um fiasco, resultado da minha negligência em
preparar-me adequadamente.

Não cometa o mesmo! Pelo amor a Deus e à sua


chamada, dedique tempo e dias ao seu preparo. Se
você foi convidado para pregar daqui a duas
semanas, passe as duas semanas dando forma à
sua pregação; se foi convidado para ministrar
daqui a um mês, então inicie a sua preparação
desde então, orando, fazendo pesquisas,
meditando no que vai dizer, esboçando aquilo que
o Espírito coloca em seu coração. Agindo dessa for-

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ma você subirá ao púlpito muito mais confiante e
entregará à igreja uma mensagem ainda mais
edificante.

Efésios 5.16 nos diz: ‘’remindo o tempo,


porquanto os dias são maus’’. E precisamos
urgentemente colocar este conselho em prática.
Administramos muito mau o nosso tempo,
dedicando-o em coisas fúteis e passageiras,
quando deveríamos estar nos esmerando na nossa
vocação de resultados eternos.

Vá pregar, então, preparado. E preparado


adequadamente. Tendo dedicado tempo e energia
a isto. Deus requer isto de você, e seus ouvintes
esperam isto de você. Sua confiança será
proporcional ao seu preparo!

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#15. HUM ILDADE SEM PRE

Como pregadores da Palavra de Deus, devemos


nos guardar do orgulho. Temos a promessa de que
Deus nos usará e estará conosco na execução de
nossa vocação; mas podemos fazer deste fato
sublime um trampolim para a arrogância e a
prepotência.

Jamais podemos esquecer de que tudo o que


realizamos para Deus vem dele próprio e é
resultado da sua graça em nós; por isso, não temos
motivo algum para nos gloriar diante dos outros.
De fato, o apóstolo Paulo perguntou aos crentes
soberbos da igreja de Corinto:

‘’Pois, quem torna você diferente de qualquer


outra pessoa? O que você tem que não tenha
recebido? E se o recebeu, por que se orgulha, como
se assim não fosse?’’ (I Co 4.7 NVI).

O que temos que não havemos recebido? NADA! A


salvação que desfrutamos é de origem divina (Jn
2.9; Ef 2.8-10); o chamado que temos veio de Deus
(Jr 1.5; I Tm 1.12); a sabedoria que possuímos
veio do alto (Tg 1.5; ver Pv 2.6); e as portas minis-

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teriais é o Senhor quem abre (Cl 4.3). Então por que
se envaidecer?

Tendo isso em mente, vamos nos manter


humildes e dependentes do Senhor. Biblicamente,
a humildade é nada mais nada menos que isto:
depender de Deus e reconhecer que tudo o que
temos veio dele (dê uma olhadinha em I Crônicas
29.14!).

‘’Diante da honra vai a humildade’’, afirma o


sábio Salomão em Provérbios 15.33. E ainda hoje,
a humildade continua sendo a antessala da
exaltação, e a porta de entrada para a honra.
Sejamos humildes, portanto!

‘’Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça


aos humildes’’ (I Pe 5.5 NVI)

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#16. VOCÊ TAM BÉM CULTUA

Temos de entender que, antes de sermos


pregadores, somos ADORADORES. A tarefa de
ministrar a Palavra não nos isenta de oferecermos
nosso culto ao Senhor. Mas o que temos visto hoje
são pregadores que chegam à igreja somente para
pregar e vão embora logo depois que pregam!

Ou ainda pregadores que só chegam em cima da


hora em seus compromissos, imaginando que o
momento da adoração é somente para a igreja.
Claro que, com isso, não estou incluindo aqueles
que passam por imprevistos na sua ida à casa de
Deus (atraso de ônibus/avião, problemas com o
carro, trabalho e etc); mas me refiro aos que
propositadamente se atrasam e acham que sua
responsabilidade no Reino é apenas pregar.

Não aja desta forma! Você também precisa


cultuar a Deus, e participar das bênçãos que são
derramadas durante todo o culto. Seja pontual.
Procure saber o horário de início do culto e se
esforce para chegar no horário. Isso mostrará a to-
41
dos a sua organização (veja a Dica #11), e seu
compromisso com a obra de Deus.

Lembre-se: antes de ser chamado para ser


pregador, você foi chamado para ser adorador! E
Deus está a procura dos que o ‘’adoram (...) em
Espírito e em verdade’’ (Jo 4.24).

Pregador também cultua!

Acesse: thallesvillas.com 42
#17. INSPIRE -SE NOS M AIS
EXPERIENTES
Uma das formas que considero excelente para o
desenvolvimento da nossa chamada ministerial, é
nos espelharmos naqueles que são mais
experientes do que nós. Especificamente, significa
você analisar o ministério dos ‘’grandes’’
pregadores, tanto do passado, quanto de agora, e
se fazer a seguinte pergunta: ‘’o que eles têm em
comum, que os leva a terem sucesso em sua
chamada?’’

As respostas que você obtiver através desta


análise, são as atitudes que começará a implantar
em sua vida, caso ainda não as esteja colocando em
prática. Por exemplo, as descobertas que fiz,
quando analisei as mensagens de pregadores que
admiro e tenho como referências, foram: (1)
Conhecimento bíblico; (2) Confiança (domínio da
timidez); (3) Usam linguagem simples; (4)
Expressam-se através da linguagem corporal; (5)
Têm autoridade no falar.

Vale uma observação aqui: se inspirar não é copiar.


43
Não estou aconselhando você, de forma alguma,
a ir no Youtube e copiar as mensagens, os jeitos, o
modo de falar e de se vestir dos pregadores que
você admira. De jeito nenhum! O que estou dizendo
é que você deve se espelhar neles, como homens de
Deus, e trazer para a sua vida o que os torna tão
usados pelo Senhor. Deu para entender?

Portanto, inspire-se naqueles que já trilharam o


caminho onde você está, e beneficie-se de suas
experiências.

‘’Sede meus imitadores, assim como eu sou de


Cristo.’’ (I Co 11.1)

44
#18. POSTURA CONFIANTE

Por mais nervoso e tenso que você esteja quando


for pregar, não deixe isso afetar a sua postura
corporal, e passar a todos uma imagem de
insegurança e medo. A psicologia mostra que
nossos sentimentos podem ser mudados de acordo
com a nossa linguagem corporal; isso significa que,
uma postura confiante ao falar, resultará em
sentimentos confiantes.

Então, por que não adotar esse procedimento?


Mantenha seu corpo ereto, com os pés apoiados na
linha dos ombros, seus ombros levemente
projetados para trás, seu tórax suavemente
projetado para frente e seu queixo ligeiramente
levantado.

Talvez você diga que adotar tal postura te fará


parecer arrogante. Mas discordo disso por algumas
razões: Primeiro, está comprovado que adotar
essa postura ajuda a eliminar os sentimentos de
inquietação. Segundo, adotar a postura indicada
transmitirá ao seus ouvintes sua segurança e
45
domínio da situação. Por fim, a medicina a
recomenda, a fim de que possam ser evitados
futuros problemas de coluna. A postura corporal
influencia na nossa saúde.

Sendo assim, comece a adotar essa postura


corporal agora mesmo. Tenho certeza de que você
será beneficiado com isso. Além de transmitir
autoridade aos que te ouvem.

Não é arrogância, é confiança.

46
#19. SEJA AUTÊNTICO

Ser autêntico significa simplesmente ser


ORIGINAL. Vivemos dias em que as pessoas acham
que para terem sucesso em algo é preciso copiar as
outras, e então, perdem toda a sua originalidade.

Com relação a nós, pregadores, precisamos


tomar cuidado com as cópias. Vemos hoje uma
enxurrada de homens que são xérox de pregadores
mais ‘’famosos’’. Se vestem igual, usam acessórios
iguais, o mesmo tom de voz e as mesmas
expressões! Eu, particularmente, já cansei de ver
alguns ilustres irmãos imitarem pregadores como
o pastor Cláudio Duarte, Marco Feliciano, Paulo
Junior e muitos outros.

Além de ser errado (e cômico!), copiar outros


pregadores e suas mensagens faz com que
venhamos a perder toda a nossa credibilidade, pois
mostramos aos outros que somos apenas
‘’papagaios de imitação’’ mal feita! E além do mais,
suprimimos nossa personalidade, talentos e forma
de se expressar que são únicas, com as quais Deus
47
nos dotou e deseja ver em uso.

É claro que não podemos confundir imitação com


inspiração (que falamos na #Dica 17). São coisas
bem diferentes. Ao contrário de copiar, inspirar-se
em pregadores mais experientes é trazer para a
sua vida e ministério atitudes que os fazem ser
usados poderosamente pelo Senhor (sua piedade;
seu conhecimento bíblico; sua seriedade, seu
carisma); o que é saudável e ajuda a crescermos
espiritualmente.

Há alguns textos bíblicos que lançam luz sobre


este assunto de sermos originais, ainda que não
falem sobre isso especificamente. Entretanto, são
úteis para o nosso entendimento. Vejamos alguns
deles:

‘’Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi


dado por profecia, com a imposição das mãos do
presbitério’’ (I Tm 4.14)

‘’Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos


outros, administrando fielmente a graça de Deus em
suas múltiplas formas’’ (I Pe 4.10 NVI)
48
‘’Cada um fique na vocação em que foi chamado’’ (I
Co 7.20)

O que estes textos têm em comum sobre sermos


autênticos? Eles nos mostram que recebemos dons
únicos e que fomos chamados para uma vocação
única, em que o Senhor requer de nós o
cumprimento dessa vocação e o exercício desses
dons através da personalidade que Ele nos
concedeu.

Sabendo disso, não é preciso copiar ninguém. Seja


você mesmo, e use essa originalidade para a glória
de Deus!

Acesse: thallesvillas.com 49
#20. OLHO NO RELÓG IO!

Um dos cuidados básicos que todo pregador


deve ter sempre, é com o tempo da mensagem. Que
atire a primeira pedra quem nunca passou uns
minutinhos do horário! Entretanto, é uma atitude
que devemos corrigir e evitar.

Vamos ser mais práticos: Se o pastor local lhe


deu quarenta minutos para pregar, então
desenvolva sua pregação dentro desse tempo. Se lhe
foi dado uma hora, faça o mesmo; se for meia hora,
também. Seja bem submisso neste quesito.

Um bom controle do tempo da mensagem dará a


você uma bela imagem, e com certeza renderá
outros convites. Entretanto, o pregador que não
larga o microfone após ter excedido o horário, pode
esperar o desconforto dos ouvintes e o
aborrecimento do pastor. De fato, aprendi que é
melhor devolver o microfone com a igreja
comentando ‘’Ah! Mas já?!’’, do que entregá-lo com
a igreja dizendo ‘’Améém!’’, ‘’Améém Jesus! Amém!’’.
E acredito que você concordará comigo.
50
Um conselho para fazer um bom uso do tempo
disponível é usar um relógio de pulso, onde, de
maneira discreta, você poderá olhar o horário e
saber quanto tempo já usou e quanto lhe resta.
Outra opção é o próprio relógio da igreja que,
geralmente, fica numa posição bem estratégica e
fácil de ser visto. Pode-se usar também o próprio
celular para isso, deixando-o ao lado da bíblia, no
púlpito.

Com isso, não temos desculpas para extrapolar o


horário, a não ser que o Espírito Santo esteja
agindo de maneira a impossibilitar o término da
mensagem (o que eu reconheço que pode
acontecer). Se não for este o caso, o conselho para
nós é: olho no relógio!

51
#21. INÍCIO, M EIO E FIM

Uma pregação, como qualquer outro discurso,


deve ser bem estruturada, para facilitar sua
transmissão e a compreensão dos ouvintes. E
quando falo da estrutura da pregação, me refiro à
sua introdução, corpo e conclusão.

Hoje, tragicamente, ouvimos pregações ‘’sem pé


nem cabeça’’, onde você não sabe se o pregador
está na introdução, ou já está concluindo a
mensagem. Pior ainda são aqueles que depois de
falarem por trinta minutos, dizem à igreja: ‘’agora
vou começar a pregar, estava só na introdução!’’ Dá
vontade de sair correndo!

Nossas mensagens precisam ser organizadas,


contendo início, meio e fim. Vamos analisar,
separadamente, cada um destes elementos:

a) Introdução. Significa ‘’ato ou efeito de


introduzir’’. Sua função é conduzir o ouvinte para
dentro do assunto principal. Deve ser objetiva e
clara, pois o assunto principal estará no corpo da
52
mensagem.

b) Corpo da mensagem. É o assunto principal a


ser exposto. Aqui é onde devemos dedicar a maior
parte do tempo da pregação. Aconselho dividir esta
parte do sermão em tópicos, a fim de facilitar o
entendimento e também a posterior lembrança do
que foi dito. Entretanto, fica a critério do pregador.

c) Conclusão. É o encerramento da pregação. Onde


você fará suas considerações finais sobre o assunto
que foi tratado. Aqui vale um alerta: Conclusão não
é outra pregação! Se você disse à igreja que estava
concluindo, ou pediu-os para ficarem de pé,
conclua! Seria apropriado, aqui no fim da sua fala,
relembrar aos ouvintes o que você lhes disse. Por
exemplo: ‘’Concluindo, irmãos, vimos nesta
mensagem que (1) Jesus é o caminho; vimos
também que (2) Jesus é a verdade; e (3) Ele é a
vida. Portanto, faça a escolha certa nesta noite!
Vamos orar.’’

Portanto, não se esqueça destes três elementos


quando for preparar a sua pregação. Usando-os
adequadamente suas mensagens serão muito mais
53
organizadas, além de mais entendidas por aqueles
que te ouvem. Não se esqueça, então: (1)
Introdução: Mostre aos ouvintes o que vai lhes
dizer; (2) Corpo: Exponha o conteúdo preparado;
(3) Conclusão: relembre-os, em poucas palavras, o
que acabou de dizer-lhes.

Uma mensagem bem organizada é outro nível!

54
#22. O VALOR DA REPETIÇÃO

Como iniciante neste ministério, você passará


por aquelas dificuldades típicas de todo mundo
que começa algo novo: vai errar algumas vezes, não
ficará satisfeito com seu desempenho, irá se
esquecer de dizer algumas coisas importantes.
Entretanto, você só eliminará aquilo que o
incomoda com a constante prática.

Então, se você deseja se aperfeiçoar na pregação,


pregue! A melhoria, em qualquer empreendimento
na vida, vem com a repetição. Só faremos algo com
excelência, se o fizermos várias e várias vezes.

Pense em dirigir um carro. No início, quando


estamos na auto escola, parece ser um bicho de
sete cabeças tudo o que precisamos fazer para
colocar o carro em movimento. Embreagem,
marcha inicial, soltar a embreagem devagar,
acelerar, passar a segunda marcha, frear, reduzir,
olhar nos retrovisores. Quanta coisa!

Mas depois de um tempo, fazemos tudo isso sem


55
perceber, e tornam-se as coisas mais fáceis do
mundo!

O mesmo se dá com nossa desenvoltura na


pregação. Começamos tímidos, retraídos, dominados
pelo nervosismo; mas com o passar do tempo e
quanto mais pregamos, mais vamos melhorando e
progredindo.

Devido a isso, abrace todas as oportunidades de


pregar. Dê saudações; pregue em reuniões de
oração, em cultos ao ar livre – agarre cada convite
que lhe surgir. E você verá cada vez mais seu
crescimento com o passar do tempo.

Acesse: thallesvillas.com 56
#23. OLHE PARA OS OUV INTES

É importante para nós pregadores, mantermos


os nossos olhos firmes em nossos ouvintes
enquanto pregamos, pois transmitimos uma
mensagem de Deus a eles. Pregação não é uma
fala diante do auditório; mas uma fala direcionada
ao auditório. Portanto, é essencial que, durante a
entrega dessa mensagem, estejamos com o olhar
direcionado à igreja.

Devido à timidez, temos a tendência de desviar


os olhos das pessoas para as quais falamos,
olhando para as janelas da igreja, ou para as
paredes, ou apenas abaixar a nossa cabeça
enquanto pregamos. Lute para que isto não
aconteça. Levante a cabeça e olhe para os seus
ouvintes!

Ainda que não seja possível (dependendo da


ocasião) olhar para todos pessoalmente, escolha
alguns dentre os presentes, e olhe para eles por
alguns segundos enquanto fala, depois mude para
outra pessoa, fazendo isso durante toda a sua men-
57
sagem. Isso tornará sua pregação mais pessoal para
aqueles a quem você dirigiu seu olhar, além de
mostrar sua confiança de que você tem uma
mensagem divina a ser entregue, não importando
quem a esteja ouvindo.

Portanto, discipline-se nisto; e se for abaixar a


cabeça enquanto prega, que seja somente para
olhar a Bíblia.

58
#24. FALE DE FORM A CLARA

Falar de forma clara significa você tomar


cuidado com a sua dicção – com a m aneira que
pronuncia as palavras. Muitas vezes falamos
rápido demais e acabamos, devido a isso,
‘’comendo’’ algumas palavras pela metade, fazendo
com que os ouvintes não compreendam o que de
fato queremos dizer.

Já passei por isso diversas vezes. Devido ao


nervosismo de falar diante de muitas pessoas –
ainda preciso me controlar! – acabava falando
muito depressa e, conseqüentemente, minhas
frases saíam todas emboladas. Até que eu comecei
a ouvir alguns feedbacks de amigos, da minha mãe
e da minha esposa, em que todos me davam o
mesmo conselho: ‘’fale mais devagar’’.

E este mesmo conselho deveria ser dado a


muitos pregadores hoje. Não precisamos pregar
como se estivéssemos narrando a final da Copa do
Mundo, ou como se estivéssemos em um
campeonato de quantas palavras conseguimos fa-
59
lar em um minuto. A igreja precisa entender o que
estamos dizendo. Fale de maneira calma,
pronunciando as palavras inteiras, enquanto prega
sua mensagem. Se por acaso você tem alguma
dificuldade mais grave neste sentido, recomendo
que procure um fonoaudiólogo; caso seja só falta
de costume, no YouTube há diversos vídeos com
exercícios para melhorar a dicção. São Muito bons!

Resumindo, falar de maneira clara é essencial


para qualquer ministro da Palavra. Portanto,
comece a por em prática esta dica a partir de hoje.

60
#25. LING UAG EM CORPORAL

Foi provado que mais de 60% da nossa


comunicação é feita através da linguagem corporal.
Naturalmente nos expressamos com nosso corpo
quando estamos conversando diariamente. Sendo a
pregação uma forma de nos comunicar, não
podemos ignorar o impacto que expressões
corporais dão à ela.

Então, não sejamos uma estátua! Se a mensagem


que pregamos nos empolga, vamos demonstrar isto
através de nosso corpo! Gesticule com as mãos, use
expressões faciais quando necessário, movimente-
se enquanto prega. Isso dará vida à sua fala, e a
tornará mais ‘’humana’’.

Outra forma de darmos ‘’vida’’ à nossa


mensagem é dramatizar aquilo que queremos
dizer. Por exemplo: Eu estava pregando certa vez, e
lembro-me que eu falava sobre Deus, muitas vezes,
jogar nossos planos fora, e colocar os seus no lugar.
Enquanto falava, peguei um rascunho que tinha em
minha bíblia e, erguendo-o e olhando-o, afirmei
61
que Deus olha para os nossos planos da mesma
maneira e analisa-os; vendo que não estão de
acordo com a Sua vontade para nós, ele amassa-os
(amassei o papel enquanto falava e o pus de lado),
e coloca outros melhores e maiores no lugar.

Você acha que essa mensagem ficou gravada na


mente deles? Pode acreditar que sim! Porque os
impactei quando dramatizei um fato. Outro
exemplo foi quando eu estava pregando sobre vida
cheia do Espírito Santo, e quando dizia que o
Espírito só enche quem se encontra vazio, peguei
um copo cheio de água que estava no púlpito e
perguntei-lhes: ‘’se eu quiser encher este copo de
suco de laranja, o que eu devo fazer primeiro?’’
Todos foram unânimes em responder: ‘’esvaziá-lo’’.
Então afirmei em seguida: ‘’O Espírito Santo quer
que você se esvazie de tudo o que o desagrada para
que Ele possa enchê-lo!’’.

Será que eles entenderam a mensagem? Com


toda certeza! E isso acontecerá todas as vezes que
você também fizer o mesmo quando quiser que
seus ouvintes entendam alguma verdade. Portanto,
como vimos, usar a linguagem corporal é de suma
62
importância em qualquer discurso que vamos fazer,
principalmente em nossas pregações. Comece a se
expressar melhor em suas mensagens hoje mesmo
– e veja a diferença.

Acesse: thallesvillas.com 63
#26. LING UAG EM SIM PLES

Nós pregadores precisamos entender que para a


nossa mensagem ser efetiva, ela precisa, em
primeiro lugar, ser entendida. Para que a pregação
chegue ao coração dos ouvintes, ela deve primeiro
passar pelo seu intelecto. E isto só será possível se
nós fizermos uso de uma linguagem simples.

Hoje, infelizmente, muitos não pensam deste


modo. Pregam em igrejas simples, compostas de
pessoas simples, fazendo uso de linguagem
acadêmica, rebuscada, eloqüente, só entendida por
ele mesmo e não pelos ouvintes. Já ouvi vários
pregadores que no intuito de demonstrar seu vasto
conhecimento da língua portuguesa, usavam
termos que precisavam de um dicionário para
serem compreendidos. Uma grande tolice!

Ao contrário do que pensam, palavras difíceis


não deixam a pregação melhor, só a deixam menos
compreensível. E isso em qualquer discurso
humano.

64
Aristóteles dizia: ‘’Pense como um sábio, mas fale
como um homem simples’’. Se Aristóteles tinha
esse princípio na comunicação, por que nós não? O
Senhor Jesus, de igual modo, prezava pela
linguagem popular para transmitir seus
ensinamentos. Expressões como ‘’O Reino de Deus
é semelhante a...’’, ‘’O Reino dos Céus pode
comparar-se a...’’ nos mostram seu método de
ensino: fazer com que os mistérios espirituais se
tornassem compreendidos por todos – até pelos
mais simples. Por que não seguir este exemplo?

Com isto, se desejamos pregar eficazmente, e ver


vidas sendo edificadas, prezemos pela linguagem
simples.

65
#27. PEÇA UM FEEDB ACK

Obter um feedback significa pedir que alguém


que te ouve faça uma avaliação de sua mensagem e
da forma que você a entregou. Seria mais ou menos
o que conhecemos por críticas construtivas. Há
erros que precisamos corrigir e manias que
precisamos eliminar que nos passam
despercebidos – é aí que o feedback é necessário.

Para tanto, aconselho que você sempre faça essa


solicitação a alguém de confiança (um amigo
próximo, seu pastor, mãe, esposa ou marido). Eu,
quando solteiro, sempre pedia a minha mãe que
me avaliasse; hoje peço à minha esposa. E sempre
obtive respostas sinceras. E aí está o ponto
principal: o feedback deve ser dado com
sinceridade. E só aqueles que te amam e se
preocupam com você servem para este papel.

Outra atitude em relação ao feedback também é


fundamental: que você esteja aberto a receber
críticas quando necessário. Por exemplo: no meu
caso, um feedback que já recebi diversas vezes foi
66
o de que eu estava gritando demais enquanto
pregava, mesmo com o microfone alto (sou
pregador pentecostal [risos])! Imagina se eu me
fechasse a este retorno que obtive, provavelmente
eu estaria prejudicando meu ministério (e a
audição da igreja!) sem nem me dar conta. Por isso,
é importante que você seja receptivo a cada crítica
que receber.

Sendo assim, solicite feedbacks. Aprenda e cresça


com eles. Há coisas que só os ouvintes percebem.
Pode acreditar!

67
#28. AUTOAVALIE -SE

Além do feedback (que falamos na dica anterior)


outra atitude fundamental para o seu crescimento
como pregador é a autoavalição. Isto é, notar em si
mesmo o que necessita ser mudado e aperfeiçoado
(tom de voz, gestos, posturas e etc.), e realizar as
mudanças necessárias.

Uma maneira de realizar isto, por exemplo, é


usar o gravador de voz do celular a fim de captar
sua mensagem para depois ouví-la; outra forma
ainda melhor é pedir para que te filmem pregando,
desse modo você poderá não apenas se ouvir, mas
também se ver, e corrigir o que for preciso.

Uso os dois modos que indiquei, e sempre são


muito eficazes para mim. Há certas coisas para nós
pregadores que nos passam despercebidas no calor
da pregação, e que só serão notadas quando nos
colocamos no lugar do ouvinte. E aí está o ponto
principal da autoavaliação: colocar-se no lugar de
quem te ouve.
68
Para isso, se faz necessário um espírito humilde,
um reconhecimento de que somos falhos - apesar
dos talentos que possuímos - e que estamos longe
da perfeição. Somente aqueles que possuem tais
características é que de fato conseguirão notar
suas imperfeições, e ter uma determinação sincera
de aperfeiçoar-se.

‘’Examinai-vos a vós mesmos’’ (II Co 13.5)

Acesse: thallesvillas.com 69
# 2 9 . NÃO CO BR E PAR A PR EGAR

Um cuidado que todo pregador (em especial os


iniciantes) devem tomar é com a avareza: fazer do
ministério uma plataforma de enriquecimento.
Hoje temos visto com pesar muitos pregadores
cobrarem valores exorbitantes para poder levar a
Palavra, e com mais pesar ainda vemos igrejas que
dão guarida a estes homens, pagando-lhes o valor
que estipulam.

Temos que entender que quando entramos para


o ministério, o fizemos para sermos servos, não
estrelas; ganhadores de almas, não de ouro. Nosso
propósito primário como homens de Deus, e
ministros do Evangelho, é a glória de Deus através
da pregação fiel das Escrituras, que resultará em
salvação de vidas.

Diante dessa realidade, qual deve ser o nosso


posicionamento com relação ao dinheiro, se não
devemos cobrar para pregar? E aqui, antes de
responder, gostaria de lhe mostrar dois extremos
quanto a isso, que presenciamos no meio evangéli-
70
co hoje: o primeiro e já comentado acima, é o
pregador que estipula um valor a receber pela
pregação – e valores até absurdos. E o segundo,
contrário a este, é o da igreja, que convida o
pregador, mas não supre suas necessidades.
Manda-o embora de mãos vazias, sem
consideração alguma. São dois extremos que
precisamos evitar. O primeiro comete o pecado da
avareza; o segundo, do egoísmo. Como saímos,
então, deste impasse? Qual é a posição bíblica, e
portanto, correta, para esta questão?

Vejo da seguinte maneira: se por um lado o


pregador não deve estipular um valor sem o qual
ele não prega, da mesma forma a igreja não pode
sonegar o que é bíblico aos ministros do Evangelho.
Por exemplo, se for convidado um pregador de
outra cidade/estado/país, é dever da igreja pagar
as despesas da viagem e hospedagem dele (isso é o
básico); e um ato de generosidade e obediência à
Palavra se conceder-lhe uma oferta extra (valor
decidido pela própria igreja) para abençoar o seu
ministério.

Note que neste caso nem o pregador cobrou um


71
‘’cachê gospel’’ (exceto as despesas de ida e volta);
nem a igreja reteve a bênção que o ministro da
Palavra merece receber (a oferta de amor). E a
Bíblia é clara acerca deste assunto. Veja por
exemplo:

‘’E o que é instruído na Palavra [a igreja, no caso]


reparta de todos os seus bens com aquele que o
instrui [o ensinador]’’ (Gl 6.6, colchetes meu]

‘’Porque na lei de Moisés está escrito: não atarás a


boca do boi que trilha o grão. Porventura, tem Deus
cuidado dos bois? Ou não o diz certamente por nós?
Certamente que por nós está escrito’’ (I Co 9.9, 10)

‘’Se nós vos semeamos as coisas espirituais [o


ensino da Palavra], será muito que de vós
recolhamos as carnais [a ajuda financeira]?’’ (I Co
9.11, colchetes meu)

‘’Os presbíteros que governam bem sejam estimados


por dignos de duplicada honra [financeira],
principalmente os que trabalham na Palavra e na
doutrina. Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca
do boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu
72
salário.’’ (I Tm 5.17-18, colchete meu)

‘’Não sabeis vós que os que administram o que é


sagrado comem do que é do templo? E que os que de
contínuo estão junto ao altar participam do altar?
Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam
o Evangelho, que vivam do Evangelho’’ (I Co 9.13-
14).

Vemos por estes textos que é um fato bíblico a


igreja honrar os ministros do Evangelho
financeiramente (claro, dentro de suas condições).
E os que assim não fazem - por ignorância ou por
egoísmo – estão em franca desobediência à
Palavra de Deus. Por outro lado, percebemos
também que não há amparo bíblico nenhum para
estipularmos valores para pregar (além dos custos
de deslocamento). De maneira prática, o que fazer
então quanto a isso?

Podemos dar duas respostas quanto a esta


questão: Primeiro, não tocar no assunto com quem
nos convida, acreditando que à igreja saberá de
seus deveres para com o pregador e entregar-nos
confiantemente à providência de Deus. A segunda
73
possibilidade é ser franco com quem nos fez o
convite, dizendo-lhe que não cobramos, porém,
que a igreja supra nossas despesas de locomoção
(gasolina/pedágio/passagem) e que, se sentirem
tocados em seu coração, nos abençoem com uma
oferta de amor. É bom lembrar que na segunda
resposta você não está cobrando – está apenas
lembrando à igreja sua responsabilidade bíblica.

Em resumo, não faça da sua chamada um balcão


de negócios. Não cobre para pregar. Quando
convidado, meu conselho é que você use a segunda
resposta acima, lembrando à igreja de sua
responsabilidade bíblica. Caso ela recuse a
abençoá-lo, não insista. Aja como o apóstolo Paulo,
quando a igreja de Corinto recusou sustentá-lo
financeiramente: abra mão desse direito.

Acesse: thallesvillas.com 74
#30. TENHA COM ENTÁRIOS
BÍBLICOS
Os comentários bíblicos são um recurso
fantástico na hora do preparo da mensagem. Nos
dão informações históricas, significado das
palavras no original, e fornecem uma compreensão
mais ampla de todo o contexto. É uma ferramenta
indispensável a todo pregador que deseja ministrar
com conteúdo e sabedoria.

Haverá ocasiões em que nos depararemos com


textos bíblicos de difícil interpretação, e seremos
esclarecidos através do estudo de um comentário
bíblico. Foi assim comigo por diversas vezes. Meu
conselho a você, é que tenha comentários variados,
analise o que cada um diz sobre determinado texto,
e anote as principais observações. Assim, você terá
uma gama de informações específicas que darão
clareza ao texto e enriquecerão a pregação.

Alguns comentários que indico para você ter em


sua biblioteca, são: comentário expositivo Wiersbe;
comentário de Russell Norman Champlin; a coleção

75
de comentários do reverendo Hernandes Dias
Lopes; comentário Beacon e comentário Moody,
dentre muitos outros. Todos estes indicados acima
serão uma ótima ajuda na hora de preparar o seu
sermão e em seus estudos devocionais.

Dito isso, é hora de você começar a enriquecer


sua biblioteca com comentários de qualidade. Eles
serão de extrema utilidade em seu ministério em
geral, e em seus estudos das Escrituras em
particular.

76
#3 1 . INVISTA EM VO C Ê!

O maior investimento que podemos fazer e


através do qual obteremos os maiores retornos é
em nós mesmos e em nossa chamada ministerial.
Por isso, é essencial que você use uma parte de
seus recursos financeiros para adquirir
ferramentas de estudo e capacitação que lhe
ajudarão a progredir em sua empreitada.

Vemos muitos pregadores hoje que dissipam seu


dinheiro com coisas sem valor algum, fazendo uma
má administração dos recursos que Deus colocou
em suas mãos, ao invés de estarem investindo em
si mesmos a fim de crescerem na fé e na sua
vocação. Quem cessou de aprender, também cessou
de ensinar. Precisamos ser ávidos por
conhecimento. Caso contrário, não teremos muito a
oferecer em nossas mensagens.

Um conselho prático que você pode aplicar a


partir de agora e estar investindo em si mesmo, é
comprar (pelo menos) um livro por mês. É uma
meta simples, porém, para começar já será muito
77
efetiva. Com o passar do tempo, e a medida que
seu hábito de leitura for se tornando melhor, pode-
se aumentar a compra para dois livros por mês.
Entretanto, o importante aqui, independente do
número de livros adquiridos, é que haja
crescimento contínuo de conhecimento e graça
em sua chamada.

Portanto, faça investimentos em seu


ministério. Não cesse de aprender. E você notará
suas mensagens cada vez mais ricas, e seus
ouvintes cada vez mais edificados.

‘’Persiste em ler’’ (I Tm 4.13a)

78
CO NCLUSÃO

Depois de todas as dicas expostas aqui, espero


que você esteja terminando essa leitura com uma
vontade ainda maior de cumprir o seu chamado.
Tenho a certeza de que colocando tudo o que viu
aqui em prática, você será grandemente usado por
Deus e colherá muitos frutos ministeriais.

Essa é a minha oração por você!

Que Deus abençoe a sua vida.

Abração e até mais!

Thalles Villas

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