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Dedicatória

Dedico esse livro a:


Deus ,razão do meu viver ,
A minha família, amigos, colegas de ministério,
A todos os pastores, professores de seminário, Universidade
que me ensinaram muito ao longo desses anos,
A todos os alunos do Instituto Yada ( escola que Deus me deu
como missão).
A Lairrana por ter me ajudado na revisão ,capa... desse livro.
A você querido (a) leitor, pregador que estará aprendendo
comigo sobre pregação!

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O que eu Preciso entender nesse livro?

● Esse livro é resultado de um material antigo que tinha sobre o


tema.Então compilei as informações para ajudar vocês .

● A formatação dele é simples,como uma apostila por isso ,nós


vamos direto aos capítulos.

● A linguagem é simples para a melhor compreensão de todos que


fizerem uso dele.

● Foi feito com muito carinho para abençoar sua vida!

● Estude ele com: Bíblia, papel e caneta!

Deus abençoe você!!!

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Introdução

Esse livro é fruto de alguns anos de estudo e observação. Me


refiro a estudo porque nele fiz uma somatória de pequenas
pesquisar que fiz ao longo do seminário, faculdade , e
observação , porque nesse tempo todo tenho visto os inúmeros
erros e falta de preparo que muitos pregadores tem.
Pregar é muito mais que expor um assunto ,é transmitir o
coração do Pai de uma forma tão simples que toque o coração
das pessoas. Só que nesse caminho aprendi
princípios,regras,dicas que podem ajudar a pregação cumprir
seu propósito.
Aprendi que é preciso ter um conhecimento prévio de algumas
doutrinas da Teologia como: Bibliologia, Hermenêutica,
Homilética, Exegese. Fazendo isso qualquer pregador terá um
bom êxito não só no dia que for pregar mais na sua vida inteira.
Meu conselho para você leitor (a) sempre será: leia o livro com
um caderno e caneta, subilinhe o que gostar,faça
anotações,estude pois, o material que você tem em mãos é uma
ferramenta preciosa para abençoar sua vida e ministério.Está
pronto? Vamos começar! SHALOM
O autor

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Capítulo 01

A pregação e o pregador!

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CAPÍTULO 01

A pregação e o pregador.

A nossa pregação está intimamente ligada à nossa vida pessoal,


e é um reflexo de nós mesmos.
Atos 20:17-38 e 1 Tessalonicenses 2:1-13 são duas
passagens-chave sobre o tema da glória da pregação, e como
pregadores devemos estuda-las de joelhos. Nelas vemos o
caráter de Paulo e a razão pela qual Deus o usou tão
poderosamente.

A pregação é a combinação da vida pessoal do pregador e da


Palavra de Deus falada. Nossa mensagem é provavelmente 50%
o que pregamos, mas não podemos esconder os restantes 50%
atrás da cruz. Nossos ouvintes estão nos observando.

O que é o pregador?

● O pregador é um PROFETA.
A missão do pregador cristão é ser um profeta, cuja tarefa é
advertir e estar atento segundo sua experiência, do dom de

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Deus e a unção do Espírito Santo.Quando falamos de profecia


não estamos nos referindo especificamente a prever o futuro,
mas a declaração das verdades de Deus.

Veja um exemplo:
“Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não
vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os
adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os
ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os
maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus”. 1
Coríntios 6:9-10
Essa é a palavra de um cristão que observa a situação e com a
autoridade de um profeta adverte em termos claros e cortantes
que a maldade afasta o homem do reino de Deus. Diante dessa
advertência, haverá pessoas que se sentirão aludidas e
acertarão suas contas com Deus.

● O pregador é um SACERDOTE.
“Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Alegraram-se, pois, os
discípulos ao verem o Senhor. Disse-lhes, então, Jesus segunda vez:
Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio
a vós. E havendo dito isso, assoprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o
Espírito Santo.

Àqueles a quem perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; e àqueles a


quem os retiverdes, são-lhes retidos”. João 20:20-23

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Uma vez que todos os cristãos são sacerdotes diante de Deus, a


ideia aqui é comparar o pregador com o sacerdote que
declarava limpa uma pessoa. No entanto, e por extensão, sob o
pacto da graça todos os crentes podem realizar esta missão.
Que autoridade o Senhor entregou aos pregadores da Sua
Palavra!

Estamos no mundo para proclamar a mensagem de Deus com a


mesma autoridade que Cristo tem e nos delegou.
Dando-nos o Espírito Santo Jesus Cristo assegura-nos que
temos a autoridade para dizer a quem se converte a Cristo, teus
pecados te são perdoados. (Lucas 5:20).

● O pregador é um VEÍCULO.
Nós não somos a fonte desses grandes e profundos
pensamentos. A maioria das ideias que compartilhamos ao
pregar temos obtido - consciente ou inconscientemente - de
outros com mais experiência ou que passaram anos estudando.
Se a ideia é nova e original, o Senhor que nos deu. Muitas
poucas coisas nascem de nós, uma vez que não há nada de
novo sob o sol. A fonte é o próprio Deus.

Alguns de nós sentiram que Deus estava nos chamando para


serem pregadores (Gálatas 1:15). No entanto, estar consciente

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de uma vocação não significa que somos a fonte do que


fazemos. Nós somos apenas os veículos, instrumentos no
drama da fé.

Pregar a palavra de Deus, seja para a salvação ou edificação, e


reafirmar que é a Palavra de Deus deve produzir em nós certo
temor de que, na verdade estamos transmitindo uma
mensagem de Deus, e não simplesmente comunicando a última
coisa que lemos.

Quando contribuímos para que uma criatura nasça


espiritualmente, somos instrumentos. É como se tivéssemos ali
quando o Senhor fez nascer o bebê espiritual.

Nós somos o veículo através do qual Deus fala. Nós tendemos a


esquecer que, quando falamos, o próprio Deus está falando e
nós somos seus instrumentos (Atos 9:15). A mensagem não se
originou em nós mesmos, mas nas Escrituras. Os pensamentos
não são nossos, mas o Espírito Santo traz à nossa mente. Eles
são pensamentos revelados nas Escrituras que nunca viriam
por si mesmos à nossa mente.

Em certo sentido, estamos falando, mas Deus está fazendo-o


através de nós (2 Coríntios 5:20).

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● O pregador é um VASO.
Somos vasos / recipientes saturados de Deus e da obra de Deus.
Nós devemos estar cheios de Deus e Sua Palavra (Salmo 119:11;
Efésios 3:19).
Somos um vaso que transborda (Salmo 23:5). Peça a Deus que
esta seja uma realidade constante, a fim de ter uma verdadeira
paixão pelas almas; e certificarmos que a paixão continua e o
fogo continua aceso.
Nós somos vasos puros e úteis para o Mestre (2 Timóteo 2:21).

● O pregador é uma VOZ.


Nós somos a voz autorizada de Deus, porque o Senhor Jesus
nos autorizou e pregamos em seu nome (Efésios 4:11); Nós
somos a voz do arauto que vem em nome do rei; a voz de uma
testemunha que viu alguma coisa e agimos de forma
responsável para que o nosso testemunho seja credível (Atos
1:8).
Nós somos a voz da salvação que está presente quando o
milagre da conversão é operado. Também estamos presentes na
crise da santificação porque Deus nos usa para que um pródigo
retorne.

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● O pregador é a ENCARNAÇÃO DA SUA PRÓPRIA


PREGAÇÃO.
A vida e a conduta do pregador devem ser consistente com sua
pregação (Tiago 1:22).

Sede meus imitadores (1 Coríntios 11:1) diz Paulo


repetidamente. Se você não é digno de ser imitado, é melhor
não pregar. Isso não significa que somos perfeitos.

Nós sabemos que nunca seremos a personificação completa de


nossa mensagem, de modo que, o que dizemos tem um toque
de humildade e ternura.

Também devemos ser a personificação do que pregamos em


relação ao cônjuge e filhos (1 Timóteo 3:4-5).

Não que o pregador seja automaticamente dita encarnação, mas


procura ser e, portanto, age com humildade.

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O QUE É PREGAR?
Podemos começar perguntando: o que é a pregação?
Pregação é a comunicação ou a transmissão oral das verdades
Divinas com o fim de persuadir. Nesta definição estão
implícitos os seguintes elementos: a MATÉRIA, o MÉTODO e
o PROPÓSITO da pregação.

1- A MATÉRIA ou o Conteúdo da Pregação: II Tm. 4.2


A matéria da pregação é a ‘verdade Divina’. Aqui está o limite,
a extensão e também a autoridade da pregação. Pregar, no seu
sentido restrito não é arguir ou especular a respeito da verdade,
mas antes de tudo, é entregar a mensagem vinda de Deus.
Se o conteúdo da pregação é a verdade Divina, onde a
encontramos, ou onde ela está revelada? Nas Escrituras (João
5.39), pois “a Tua Palavra é a Verdade” (João 17.17).
O alcance do conteúdo da pregação deve ser “todo o desígnio de
Deus” (At.20.27) para “ensinando-os a guardar todas as coisas que
vos tenho dito” (Mt.28.20).

O pregador, portanto, no que tange à matéria ou o conteúdo do


sermão, vai anunciar a verdade divina da Palavra de Deus e o
fará em plenitude. Não falará só de “algumas coisas”, como só
do que mais gosta ou do que acha que a congregação precisa
ouvir.

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O pregador não fala de suas próprias opiniões, de filosofia


moderna ou antiga, não expõe tratados teológicos ou
sociológicos, nem defende teses pessoais. Ele está ali tão
somente para pregar a Palavra de Deus.

2- O MÉTODO da Pregação
O método da Pregação é a comunicação oral. Isso não exclui, é
claro, a possibilidade da pregação com a vida ou o testemunho,
mas aqui estamos tratando da pregação oral de sermões ou
mensagens bíblicas. O método oral da pregação exige duas
coisas indispensáveis:

a) O pregador (pessoa)
A Escritura declara que o homem é o instrumento da pregação
(Rm. 10.14-17) e desde o início da Igreja, essa pregação,
executada por um ser humano, tem sido um dos principais
métodos de Deus para alcançara a humanidade com a verdade.
Leia: Atos 2.14 e 41; 3.19-20 e 4.4.

b) Os ouvintes (o auditório, a congregação)


Na preparação e na transmissão do sermão o pregador deve ter
em mente o “público” para o qual entregará a mensagem. Não
se pode perder de vista a característica específica de cada tipo
de pessoas aos quais pregará a Palavra. Jesus disse que os
discípulos, e porque não dizer pregadores, seriam “pescadores
de homens”.

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Todo bom pescador sabe das diferenças básicas de cada


qualidade de peixe e as iscas próprias para cada uma delas.
Assim também deve acontecer com o pregador.

3- O PROPÓSITO da Pregação.
O sermão tem por fim persuadir, convencer. Se não for assim,
não é pregação bíblica. A pregação visa resultados como
qualquer agricultor espera que a semente plantada germine e
dê frutos (Veja At.6.27-29).
Em última análise, o alvo do pregador é sempre salvar ou
edificar seus ouvintes. Ele sabe que a principal obra é a do
Espirito: convencer o homem “do pecado, da justiça do juízo” (Jo.
16.8-11). Mas o pregador de se sentir corresponsável por essa
obra pelo fato de compreender que Deus se serve de
instrumentos humanos para realizá-la.

O pregador deve pregar como se tudo dependesse dele, porém


ora, crê e espera como quem sabe que na verdade, tudo
depende de Deus.

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A VIDA DO PREGADOR.

Uma boa pregação deve ter traz um bom pregador.


Por isso, devemos nos preocupar com algumas exigências
bíblicas que o pregador do Evangelho deve preencher para ser
um vaso de bênçãos nas mãos do Senhor.
Como ser um bom pregador?
Vejamos ‘’10 mandamentos’’ para ser um bom pregador:

I - DEVE SER REGENERADO: João 3.5


E imprescindível que ele tenha de fato, nascido de novo, que já.
Tenha experimentado o poder regenerador do Espírito Santo. E
necessário que o anunciador das boas novas já tenha, ele
mesmo. Provado do Evangelho já conheça e confesse ao Senhor.
Pregadores não regenerados são como Jesus disse “condutores
cegos”, sendo o barranco o destino tanto do condutor como do
conduzido (Mt. 15.14).

II- DEVE AMAR PROFUNDAMENTE AO SENHOR: Mateus


22.3
O pregador no deve ser movido apenas pelo “dever” ou
mesmo pelo prazer, mas principalmente por amor e gratidão
àquele que o salvou: Jesus Cristo (I Coríntios 9.16-22; II
Coríntios 5.14-15). Vale a pena lembrar que Cristo realizou a
sua obra na cruz por amor e com alegria (Hb12.2).

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III- DEVE SENTIR PAIXÃO PELAS ALMAS


Urna coisa é gostar de pregar, outra coisa é gostar daqueles a
quem se prega. Um ad vogado pode adquirir muita fama
devido a sua habilidade, sem, no entanto, amar seus clientes.
Um médico pode gozar de muito sucesso profissional, ser
vencedor, sem, no entanto, amar seus pacientes.
O pregador, porém nunca há de ser um verdadeiro servo de
Cristo se não sentir um profundo amor pelas almas perdidas a
quem ele prega o Evangelho. Jesus tinha grande compaixão
pelos perdidos (Mt. 20.34,15.32. 14.13).

IV- DEVE SER UM EMPENHADO ESTUDANTE DA


BÍBLIA: Sl. 1.1,2
Visto que a Bíblia é fonte a autoridade suprema, o material do
pregador, e o assunto de toda pregação, é de suma importância
que o pregador conheça o seu conteúdo como um todo.
O pregador deve “apresentar-se a Deus, aprovado como obreiro que
não tem de que se envergonhar e que maneja bem a palavra da
verdade” (II Tm. 2.15).

V- DEVE TER UMA VIDA DE ORAÇÃO: João 15.5


Aquele que deseja falar muito de Deus para os homens deve
falar muito dos homens para Deus. O exemplo de Jesus com
respeito à oração deve impressionar cada crente,
principalmente o pregador.

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Somente em Lucas temos 10 referências de como ele dependeu


do Pai em oração para tudo: Lc. 3.21; 5.16; 6.12. 9.18; 9.29; 11.11;
22.32; 22.42; 23.34; 23.46.

VI- DEVE VIVER A SUA PRÓPRIA MENSAGEM


O pregador deve ser puro no seu viver, levar uma vida
irrepreensível (1 Tm.3.2 e 7), que tenha “bom testemunho dos
que estão de fora”. Qualquer comportamento irregular do
pregador pode colocar em descrédito a sua mensagem.
O que a pessoa faz, fala muito mais forte do que o que apenas
diz. Portanto, se o pregador não vive a mensagem, os ouvintes
não o aceitarão.

VII - DEVE RECEBER DE DEUS A SUA MENSAGEM


O pregador pode e deve trabalhar arduamente, buscar,
pesquisar e ler, mas isso deve ser apenas um complemento à
revelação da palavra que recebeu do Senhor. Ideias,
argumentação e habilidade na exposição são recursos que o
pregador pode e deve buscar em fontes variadas. A mensagem,
ou o conteúdo principal da Palavra deve buscar e receber do
Senhor (I Co. 11.23, 1 5.3; Gl.1.11-12).

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VIII- DEVE CRER NA SUA PRÓPRIA MENSAGEM: II Co.


4.13 .
Pode parecer absurdo, contradição ou algo que não acontece,
mas há pregadores que não creem na sua própria
mensagem.Pregam por conveniência, por exigências superiores
ou por motivos outros. Mas o pregador não pode ser eficaz se
não crê profundamente e de todo o coração na mensagem que
pregar, se não está absorvido desta mensagem, se esta não lhe
arde o coração.

IX- DEVE SENTIR O PESO DO SEU MINISTÉRIO E NÃO


SE GLORIAR DO QUE FAZ: I Co. 9.16
Muitos pregadores são tentados pela vaidade ou pela vontade
de aparecer. Querem pregar para estar a frente de um público e
ser influente. Mas o propósito do ministério da Palavra não é
este. Um verdadeiro pregador sente a tarefa sobre sua vida e
não se envaidece disso.

X- DEVE SER CAPAZ


A capacitação para pregar deve ser constante na vida de todo
pregador, que precisa buscar ser:
a) Espiritualmente capaz
b) Fisicamente capaz: III Jo 1.2
c) Mentalmente capaz: I Tm. 1.7
d) Educacionalmente capaz: Mc.3.14
e) Um Humilde aprendiz: Pv. 27.6

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Se o pregador ou pregadora, é uma pessoa regenerada pelo


Espírito Santo, ama profundamente a Deus e tem paixão pelas
almas, se estuda a Bíblia e tem uma vida de oração, se vive a
mensagem, buscando-a diretamente do Senhor para acreditar e
viver o que prega, além de nunca se gloriar disso, mas buscar
se capacitar mais a cada dia, então está preparado para pregar
o evangelho.

2.2- O Preparo da Pregação

Existem três aspectos a serem abordados quanto ao preparo em


que o pregador deverá se empenhar até chegar a hora da
transmissão de sua mensagem: o preparo constante, o preparo
específico para o texto a ser pregado e a interpretação do texto.

a) O Preparo Constante.
A vida toda do pregador deve ser um preparo constante para
aquele momento único e precioso no qual estará pregando a
Palavra. Ele sabe que sua vida fala ou “prega” mais alto.
Sabe que. de sua piedade pessoal, da sua “unção” (sem excluir
é claro, o principal - a Graça de Deus) pode depender todo o
sucesso da sua empreitada. O preparo constante passa pela
vida de oração do pregador, seu jejum, sua meditação na
Palavra e a vigilância no seu testemunho pessoal de vida.

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b) O Preparo Específico
Não existe pregação bíblica sem que se tenha um texto bíblico
como base. A verdadeira pregação bíblica, como já vimos, é a
exposição da verdade divina contida na Palavra de Deus. O
texto bíblico é o que dá autoridade à mensagem, é o que nos
capacita a dizer: “assim diz o Senhor”. Algumas coisas simples,
mais importantes quanto à escolha do texto sobre o qual vamos
pregar:
-Faça a escolha do texto debaixo de oração sincera e fervorosa,
de preferência, a partir de sua vida devocional (que tenha
falado ao seu próprio coração).
-Prefira textos claros, que contenham um pensamento
completo, de compreensão e assimilação mais fácil. Se o
pregador tem dúvidas, não terá certeza para transmitir à
congregação.
-Escolha os textos, tanto no Antigo como no Novo Testamento.
Faça isso com objetividade. Não procure responder perguntas
que ninguém está fazendo. Procure mensagens que tragam
lições pertinentes, estímulo, que aponte soluções para os
problemas. Enfim, que venham para exortar, edificar e consolar
(1 Co. 14.3).

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c) A Interpretação do Texto
Algumas dicas para interpretar o texto bíblico corretamente:
-O texto deve ser interpretado honesta e eticamente. Devemos
aceitar o que o escritor está querendo dizer. Muitas vezes o
texto é torcido a fim de confirmar o ponto de vista do pregador.
-O texto deve ser interpretado com cuidado teológico. Precisa
ter cuidado com o sentido das palavras em si, como no caso de
Mc. 9.44,45 e Lc. 12.49.
-O texto pode ser interpretado com criatividade. Desde que não
distorça seu sentido original, pode-se criar maneiras novas de
interpretar a Bíblia.
-Se possível, procure conhecer um pouco das línguas originais
da Bíblia para compreender melhor o sentido de alguns termos.
Por exemplo, a palavra MUNDO com três significados
diferentes:
-cosmo, universo, tudo o que existe (Jo. 1.10).
“Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito
por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu.” ( versão
Almeida Corrigida).
-social, os homens, a humanidade (Jo. 3.16).
"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho
Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha
a vida eterna.” ( versão Almeida Corrigida).
-ético, sistema, influências (I João 2.15).
“Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o
mundo, o amor do Pai não está nele.” ( versão Almeida
Corrigida).

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Capítulo 02
Tipos de Sermão

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Capítulo 02

Tipos de Sermão.
São pelo menos três, os tipos mais comuns de sermões:
● O sermão expositivo
● O sermão textual
● O sermão tópico

Vamos explicar um pouco de cada um deles:

1- O Sermão EXPOSITIVO .
Consiste na exposição mais completa possível de um texto
seguido da aplicação de persuasão argumentação e exortação.
Uma das principais características desse tipo de sermão é que
ele visa extrair e expor os principais pontos do capítulo,
parágrafo (perícope) ou ainda do livro da Bíblia do qual se está
tratando.Para pregar expositivamente, deve-se procurar
conhecer profundamente o texto abordado, seu contexto dentro
do livro, etc. O sermão expositivo não dispensa a introdução e
conclusão coerentes.

2- O Sermão TEXTUAL .
No sermão textual, emprega-se geralmente uma passagem
bíblica curta. O texto é analisado e resolvido em suas partes e a
estrutura do sermão pode basear-se em divisões naturais (as
que o próprio texto sugere, oferece).

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O sermão textual pode ainda ser construído sobre as


implicações do texto como um todo. O sermão textual é na sua
essência bem semelhante ao sermão expositivo, contudo é mais
centrado no texto.

3- O Sermão TÓPICO /TEMÁTICO.


Quanto ao sermão tópico, pode-se dizer que não mantém
necessariamente uma relação analítica com uma passagem
específica das Escrituras. Trabalha sobre um determinado tema,
buscando argumentos em vários textos da Bíblia. Seria como
um ‘estudo bíblico’ (guardadas as devidas proporções).
Também pode ser chamado de Sermão Temático. Nem sempre
estes “tipos de sermão” são facilmente identificados na
pregação. Em alguns momentos pode parecer que eles se
misturam num mesmo sermão.
O pastor Ricardo Gondin faz uma “defesa” do sermão
expositivo cuja tese básica concordamos:
- O sermão expositivo não quer dizer necessariamente que tem
de se expor todo o texto, verso por verso, mas expor o conteúdo
dele, trazer à luz a Palavra de Deus.
- Pregar expositivamente nos liberta, porque nos faz pregar
somente aquilo que Deus quer de falar. Pregar expositivamente
esvazia tensões.
- Pregar expositivamente exige maior preparo ao pregador,
demandando mais cuidado e estudo das Escrituras.
- Martin Lloyd Jones pregou 12 anos em Romanos todos os
domingos e não conseguiu terminar...

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A bíblia é fonte inesgotável. Como a mulher samaritana disse à


Jesus: o poço é fundo...!
Pregar expositivamente é uma coisa que pode demandar um
bom tempo de treinamento e preparo. Ê uma “arte” que vai se
aprendendo com o passar do tempo.

2.1- Sermão Expositivo.

O que é um sermão expositivo?


A pregação expositiva não é só um estilo de sermão, mas
refere-se essencialmente ao conteúdo. “A pregação expositiva,
em sua essência, é mais uma filosofia do que um método”.
Como alguns teólogos e pregadores, podemos afirmar que
estamos na pista errada se pensarmos na pregação expositiva
simplesmente como um estilo escolhido de uma lista (tópico,
devocional, evangelístico, textual, apologético, profético ou
expositivo).

Definição do sermão expositivo.


Pregação expositiva é pregar a Palavra de Deus, não sobre a
Palavra de Deus. O texto da Escritura é a fonte da mensagem e
a autoridade do mensageiro. O texto dirige o sermão.
O foco, o conteúdo, as idéias, as divisões e a aplicação do
sermão devem ser centrados na passagem bíblica, não nos
critérios, nos pensamentos e nas opiniões dos pregadores ou
teólogos. Pregação expositiva é pregação centrada na Bíblia.

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“A tarefa do pregador é ajustar seus pensamentos à idéia real


da Escritura. O tema da Escritura torna-se o tema do sermão”.

John H. Leith, ao escrever sobre João Calvino, diz que ele


compreendia a pregação como a explicação da Escritura. ”O
sentido da passagem é a mensagem do sermão. O texto
governa o pregador.” A passagem em si é a voz, o discurso de
Deus; o pregador a boca e os lábios, e a congregação, […] o
ouvido em que a voz soa”.

Stephen Olford, um expositor destacado, dá a sua


interpretação: Pregação expositiva é a explicação e a
proclamação do texto da Palavra de Deus, capacitadas pelo
Espírito e com a devida consideração pela importância
histórica, contextual gramatical e doutrinária da passagem
dada, com o objetivo específico de provocar uma reação
transformadora.

A pregação expositiva não é simplesmente um comentário


corrente sobre uma passagem da Escritura. Nem é uma
sucessão de estudos de palavras ligados frouxamente por
algumas ilustrações. Do mesmo modo, tampouco é uma
simples exposição, quanto ao sentido, de um versículo, de uma
passagem ou de um parágrafo.

Alguns crêem que pregação expositiva é fazer alguns


comentários baseados em uma longa passagem bíblica. Outros
definem pregação expositiva como fazer um sermão sobre uma

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passagem bíblica de muitos versículos. O sermão deve fazer a


conexão entre o texto antigo e os ouvintes contemporâneos.

Alguns consideram o sermão expositivo como o recapitular


sem vida, sem sentido, sem objetivo de uma história bíblica.
Lembro-me ainda de um homem excelente que fez um sermão
assim sobre João 10. Ele nos deu todos os detalhes a respeito do
aprisco. Recebemos uma explicação completa quanto às
características das ovelhas. Fomos informados sobre os
métodos de um pastor oriental. Quando a mensagem terminou
estávamos ainda nos campos de pastoreio de lsrael. Não
aprendemos absolutamente nada sobre o que João 10 tinha a
dizer às necessidades de nossas vidas hoje. lsto não é pregação
expositiva.

A pregação expositiva tem como objetivo tornar a Bíblia útil e


informativa.
Existem ainda outros conceitos sobre a pregação expositiva.
Andrew Blackwood, por exemplo, acredita que o sermão
expositivo é diferente do textual, principalmente no que se
refere ao tamanho da passagem bíblica. ”O sermão expositivo
baseia-se em uma passagem bíblica mais longa do que dois ou
três versículos consecutivos”.

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Muitos pregadores usaram a pregação expositiva como


relatório completo de todos os comentários que tiveram
oportunidade de ler sobre uma determinada passagem da
Escritura. Assim, a pregação expositiva perde a credibilidade
em muitos lugares, não porque o método seja fraco, mas por ser
usado da maneira errada.
Jerry Vines interpreta:
Nenhuma dessas definições transmite na verdade o sentido do
método expositivo. O sermão expositivo não é determinado
simplesmente pelo tamanho da passagem considerada. O
sermão é expositivo de acordo com a maneira pela qual a
passagem é tratada.

Este é o sentido vital da exposição: um sermão expositivo


esclarece o que a passagem bíblica diz e dá uma boa aplicação
para a vida dos ouvintes. Pregação expositiva não é
simplesmente pregar sobre a Bíblia, mas, sim, pregar o que a
Bíblia diz.Para que o sermão seja expositivo, o seguinte deve
ocorrer:
1. O sermão precisa ser baseado em uma passagem da
Bíblia;
2. O sentido real da passagem bíblica deve ser encontrado;
3. O sentido da passagem bíblica deve estar relacionado
com o contexto imediato e geral da passagem;

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4. As verdades eternas contidas na passagem devem ser


esclarecidas;
5. Essas verdades devem agrupar-se em volta de um tema
instigante;
6. Os pontos principais do sermão devem ser extraídos
dos versículos da Escritura;
7. Devem ser utilizados todos os métodos que tornem
possível aplicar as verdades contidas no versículo;
8. Os ouvintes serão chamados a obedecer a essas
verdades e aplicá-las na vida diária.

Em suma, Jerry Vines dá sua definição formal de um sermão


expositivo:
O sermão expositivo é aquele que explica uma passagem da
Escritura, organiza-a ao redor de um tema central e pontos
principais e, em seguida, aplica decididamente a sua
mensagem aos ouvintes.
Alguns elementos são indispensáveis para identificar a
pregação expositiva:
9. a mensagem busca na Escritura a sua única fonte;
10. a mensagem é extraída da Escritura mediante
cuidadosa exegese;
11. a preparação da mensagem interpreta Corretamente
a Escritura em seu sentido e contexto originais;
12. a mensagem explica claramente o sentido original da
Escritura pretendido por Deus;
13. a mensagem aplica o sentido da Escritura para hoje.

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G. Campbell Morgan diz: ”Ao verificar que o nosso texto está


na Bíblia, avançamos para descobrir seu real sentido e, depois,
para elaborar a sua mensagem. O texto tem postulados,
implicações, deduções e aplicações”. “Ao pregar, a exposição é
a interpretação detalhada, amplificação lógica e aplicação
prática da Escritura”.

Donald Miller dá uma definição útil:


A pregação expositiva é um ato em que a verdade viva de
alguma parte da Escritura Sagrada, compreendida à luz de
estudo exegético e histórico sólido, transformada em uma
realidade viva para o pregador pelo Espírito Santo – passa a ter
vida para o ouvinte quando confrontado por Deus em Cristo
mediante o Espírito Santo em juízo e redenção.

Haddon Robison dá uma das definições mais completas da


pregação expositiva. Ele escreve:
A pregação expositiva é a comunicação de um conceito bíblico,
extraído e transmitido mediante estudo histórico, gramatical e
literário de uma passagem em seu contexto, a qual o Espírito
Santo primeiro aplica à personalidade e experiência do
pregador e depois, através dele, aos seus ouvintes.
Essa definição destaca cinco princípios.

I. A mensagem do sermão expositivo


A passagem governa o sermão, o pensamento do escritor
bíblico determina a substância do sermão expositivo.

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II. O conceito
O expositor comunica um conceito em nossa abordagem da
Bíblia, não estamos principalmente interessados no que as
palavras individuais significam, mas no que o escritor bíblico
quer dizer com elas.

III. A explicação
Os conceitos são extraídos do texto em seu estudo, o expositor
pesquisa o sentido objetivo de uma passagem mediante o
entendimento da linguagem, o pano de fundo e cenário do
texto; a autoridade subjacente à pregação não reside no
pregador, mas no texto bíblico. Por essa razão o expositor trata,
em grande parte, da explanação da Escritura, de modo que
focalize a atenção do ouvinte na Bíblia.

IV. A aplicação ao expositor


O conceito é aplicado ao expositor: o pregador não pode estar
separado da mensagem. O público não ouve um sermão, ouve
um homem. Antes de o homem proclamar a mensagem da
Bíblia a outros, ele deve viver a mensagem pessoalmente.

V. A aplicação aos ouvintes


O conceito é aplicado aos ouvintes a aplicação confere
propósito à pregação expositiva. Como pastor, o expositor
relaciona-se com as mágoas, com os gritos e temores do seu
rebanho. O expositor deve conhecer o seu povo assim como a
sua mensagem. Desse modo, ele deve fazer a exegese tanto da
Escritura quanto da congregação.

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EXEMPLO DE SERMÃO EXPOSITIVO


(1 Tessalonicenses 4:1-18).

Veja no esboço básico abaixo de uma pregação expositiva,


como foi explorado bem o texto de 1 Tessalonicenses 4:1-18 e
todas as informações como tema, divisões principais e
subdivisões estão subordinadas a um único texto.

Na pregação expositiva, todo sermão do início ao fim tende a


expor a ideia contida no texto. Ou seja, todas as divisões,
subdivisões, ilustrações e até citações de outras passagens
bíblicas devem reforçar essa ideia extraída do texto.

Portanto, uma pregação expositiva foca em uma única ideia


que é extraída do texto como consequência de um trabalho bem
feito de interpretação.

CARACTERÍSTICAS DO SERMÃO EXPOSITIVO.


Algumas características distinguem a pregação expositiva
genuína das demais formas.
Vejamos então, quais são elas:

● SERMÃO EXPOSITIVO TRABALHA O TEXTO.


O sermão expositivo deve trabalhar o texto base dando ênfase
a ele.
Pode haver alguma referência a outro texto apenas para ilustrar
ou reforçar o texto base escolhido.

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● O SERMÃO EXPOSITIVO É FIEL AO TEXTO.


Isso é o que em teologia se chama integridade hermenêutica.
Ou seja, respeito às regras de interpretação bíblica.
Qualquer tentativa de forçar o texto a dizer o que na realidade
não diz, constitui distorção à bíblia.

● O SERMÃO EXPOSITIVO TEM COESÃO.


As diferentes partes da mensagem devem estar ligadas e
unidas entre si.
Porque as ideias precisam estar relacionadas umas com as
outras para promover a unidade e, então, dar à mensagem um
tema único.
Portanto, procure no texto as ideias que reforçam o mesmo
pensamento.
Veja no exemplo abaixo como a palavra tentação aparece no
tema e nas divisões.
Para que você entenda o esboço abaixo, leia Mt 4:1-11.

● O SERMÃO EXPOSITIVO TEM MOVIMENTAÇÃO.


Para que seja atraente, o sermão expositivo tem de ter
movimento.
Ou seja, o ouvinte deve ser conduzido de um ponto de partida
a um ponto de chegada.
Se o pregador está falando da cura do cego Bartimeu, por
exemplo, o ouvinte precisa acompanhá-lo nessa trajetória.

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Ou seja, acompanhar a história da passagem do início ao fim.


Veja Mc 10:46-52.

● O SERMÃO EXPOSITIVO TEM APLICAÇÃO.


Pregação sem aplicação não é expositiva.
Por isso é preciso que os eventos do passado se reflitam nas
coisas que acontecem hoje, no dia-a-dia dos ouvintes.
O que a sua pregação resolve na vida do seu ouvinte?

● A EFICÁCIA DO SERMÃO EXPOSITIVO.


Apesar de ser o mais difícil de preparar, esse sermão é o que
penetra na alma com mais poder.
Esse tipo de sermão extrai do texto bíblico não apenas a ideia
central, as divisões e as subdivisões, mas o próprio espírito do
texto.
Fazendo o ouvinte reviver as circunstâncias e os sentimentos
que produziram aquele texto.

DIFERENÇA ENTRE SERMÃO EXPOSITIVO E TEXTUAL.


Sabemos que há uma certa dúvida a respeito da pregação
expositiva e textual, por isso, mostraremos a diferença a seguir.
Pode parecer que o sermão textual e o expositivo são iguais,
por ambos se originarem do texto bíblico. Mas a diferença vai
além do tamanho do texto. Vejamos as principais diferenças
entre eles:

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● DIFERENÇA NAS DIVISÕES.


O sermão textual extrai as divisões principais do texto, mas as
subdivisões são construídas conforme a argumentação do
pregador.
Enquanto o expositivo constrói as subdivisões a partir das
circunstâncias do texto.
Ou seja, no expositivo, divisões e subdivisões precisam sair do
texto base.
Enquanto que no textual pode fazer as subdivisões usando
textos bíblicos de outras passagens bíblicas.

● DIFERENÇA NO TAMANHO DO TEXTO.

O sermão textual limita-se a um ou dois versículos da Bíblia.


Para que você entenda a diferença, veja no esboço de sermão
textual como ele é mais simples. Percebeu como o sermão
textual vai depender apenas do texto escolhido, como nesse
exemplo acima, um versículo. Enquanto o expositivo pode usar
uma narrativa de um ou mais capítulos, ou até de um livro
inteiro da Bíblia. Um sermão expositivo pode abordar, por
exemplo, a vida do profeta Jonas, utilizando todo o livro para
extrair as divisões e subdivisões.

● DIFERENÇA NO CONTEXTO
No sermão textual, o estudo do contexto é importante.
Mas, no expositivo, o contexto é indispensável.

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VANTAGENS DO SERMÃO EXPOSITIVO.


Como você percebe, nosso estudo é bem completo, por isso
veremos a seguir as vantagens da pregação expositiva.

1. VALORIZA A MENSAGEM DE DEUS.


Por estar baseado e estruturado num texto bíblico, não há o
risco de se pregar um assunto desnecessário. Já que o próprio
texto é a mensagem cujas ideias serão apresentadas no sermão.

2. HONRA A BÍBLIA.
Pelo fato de tratar a Bíblia como foi escrita, a pregação
expositiva caracteriza-se por respeitar o texto e seu sentido
original.
Além disso, coloca a Bíblia acima de qualquer outra fonte.

3. ALIMENTA A IGREJA.
Na pregação expositiva, o ouvinte é levado a ter um contato
mais profundo com a Bíblia.
Isso também aumenta a familiaridade com o texto sagrado e
desenvolve nele o desejo de conhecer mais a Bíblia.

4. ALIMENTA O PREGADOR.
O pregador quando está preparando o sermão, alimenta sua
própria alma.
Tanto no momento da preparação quanto na exposição.

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ENFRENTANDO AS DIFICULDADES DO SERMÃO


EXPOSITIVO:

Como mencionado acima, a pregação expositiva apresenta


algumas dificuldades para se preparar.
Por isso o pregador precisa estar disposto a enfrentá-las, se
quiser utilizar esse método.
Bryan Chapell apresenta uma lista de perguntas óbvias, mas
que precisam ser respondidas em cada pregação expositiva.
Segundo ele, essas perguntas não precisam seguir uma ordem
rígida.
Mas, independente da ordem, elas precisam ser respondidas.

PERGUNTAS AO TEXTO BÍBLICO :


14. O que o texto significa?
15. Quais as circunstâncias que levaram o texto a ser
escrito?
16. O que nós temos em comum com os personagens do
texto?
17. Como as pessoas de hoje deveriam reagir à verdade
do texto?
18. Qual a maneira mais eficiente de comunicar a
mensagem do texto?
A resposta a essas perguntas exige uma pesquisa afim de
descobrir o contexto.
E isso naturalmente exige tempo e esforço. Mas esse é
exatamente o preço de uma boa pregação expositiva.

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Chapell resume o processo de estudo do texto em três passos


principais:

1. A OBSERVAÇÃO.
Use a observação para determinar o que está presente no texto.
A regra é simples: leia, leia, leia! Leia várias vezes para
visualizar o contexto.
Leia atentamente para identificar palavras-chave e certas
expressões que sejam únicas e peculiares ao texto.
Procure em um dicionário bíblico o significado de palavras
desconhecidas e busque informações sobre nomes e lugares
mencionados no texto.
A mensagem do texto bíblico está diretamente relacionada com
fatos ocorridos e com as circunstâncias ligadas a eles.
Conhecer essas circunstâncias ajuda a esclarecer dúvidas e a
acrescentar sentido e beleza ao texto.
Por isso, o pregador tem de respeitar o contexto imediato e, às
vezes, o contexto de todo o livro.
Portanto, procure ouvir o texto e absorvê-lo, refletindo com
oração na mensagem espiritual.

2. A INTERROGAÇÃO.
É você fazer perguntas ao texto, as quais os ouvintes gostariam
de ver respondidas.
E isso ajuda a descobrir o verdadeiro sentido do texto.
Um método que ajuda muito obter informações é o jornalístico.

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Porque ele é composto de seis perguntas chave que questiona o


texto:
Quem? O quê? Quando? Onde? Por quê? Como?
Faça perguntas ao texto:
● Quais são os fatos principais;
● Quem são os personagens envolvidos;
● Quando e onde os eventos ocorreram;
● Por que e como as cenas se desenrolaram.

3. ORGANIZAÇÃO.
O passo seguinte é organizar as idéias de acordo com uma
sequência lógica com base na ênfase que o pregador deseja
apresentar.
A sequência pode ser cronológica, como está no texto, ou
ideológica.
Ou seja, você pode inverter a ordem no seu esboço para facilitar
sua ideia e propósito a ser alcançado.

COMO ORGANIZAR O SERMÃO EXPOSITIVO.


A organização das ideias segue princípios semelhantes a outros
métodos. Após estudar bem o texto e seu contexto, você pode
enumerar as ideias mais fortes do texto.
Então, descubra o pensamento principal do texto, que vai
determinar a ideia central.
Porque as ideias mais fortes vão formar as divisões.

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Geralmente se usa a mesma ordem em que as ideias aparecem


no texto.
Mas, pode ser alterada se contribuir para levar ao clímax do
sermão.
Vejamos então algumas formas diferentes de organizar as
divisões principais.

EXPLORAR AS QUALIDADES DE UM PERSONAGEM


BÍBLICO
Nesse exemplo de esboço, o objetivo é explorar as qualidades
do centurião.
Por isso, foi extraído do texto três divisões principais que
apresentam essas qualidades do centurião.Lembrando que, em
cada divisão dessas tem lições que devem ser aplicadas nos
ouvinte.

EXPLORAR A NATUREZA DOS FATOS.


Veja nesse outro exemplo, como o objetivo é explorar os
fatos.Embora nesse texto pode ser tirados vários assuntos, aqui
o escolhido foi: como podemos vencer as tentações

As divisões foram feitas no objetivo de mostrar os três tipos de


tentações enfrentadas por Jesus.

EXPLORAR AS RAZÕES
Veja esse outro esboço como foram feitas as divisões
respondendo uma pergunta do tema “A urgência do preparo
espiritual”. A pergunta ao tema foi: Porque o preparo espiritual

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deve ser urgente? Então, temos as respostas tiradas do texto


que formam as divisões.

EXPLORAR OS MEIOS.
Nesse exemplo, o esboço foi montado explorando os meios de
como alcançar a resposta da oração. Percebam que as divisões
são os meios pela qual alcançamos essa resposta.
Lembrando sempre que, o tema e as divisões são tirados do
próprio texto.

EXPLORAR O CONTEÚDO DOUTRINÁRIO DO TEXTO.


Esse outro exemplo de esboço de sermão expositivo, busca
explorar ensinos doutrinários no texto. É muito usado em
sermões doutrinários quando o pregador deseja ensinar para a
igreja doutrinas bíblicas.

METÁFORAS E FIGURAS DE LINGUAGEM.


Agora nesse exemplo aqui, o esboço foi organizado usando
metáforas e figuras de linguagem. A palavra fonte vai
representar Jesus como aquele que sacia a sede da alma.
Percebam em cada divisão como Jesus é uma fonte com três
características diferentes.

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2.2- Sermão Textual.


O QUE É SERMÃO TEXTUAL.

Sermão textual é elaborado a partir de um texto bíblico menor.


O tema e as divisões são tirados apenas do texto base. Ou seja,
a estrutura do sermão é construída como base no texto
escolhido. Normalmente são textos pequenos. Veja o exemplo
do Salmos 23: “ O Senhor é o meu pastor e nada me faltará”

Tema: As bençãos do Salmo 23.


I. RELACIONAMENTO
II. SEGURANÇA
III.PROVISÃO

● O Senhor é o meu pastor= relacionamento


● Meu pastor- segurança
● Nada me faltará- provisão

VANTAGENS DO SERMÃO TEXTUAL .


Assim como nos demais métodos, o textual possui suas
vantagens.
Portanto, veremos a seguir algumas vantagens desse método
de pregação:

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FIXA A ATENÇÃO NUM TRECHO DA BÍBLIA.


Esse método tem a conveniência de manter a Bíblia aberta num
ponto só. Isso porque as divisões estão todas no texto base
escolhido.
O pregador pode usar outros textos da bíblia apenas para
reforçar uma divisão.

Tema: Os 3 estágios para vitória!

“ Entrega o teu caminho ao Senhor confia nele e o mais ele


fará” Salmos 37:4

1. Entregar
2. Confiar
3. Descansar

O SERMÃO TEXTUAL É FÁCIL DE PREPARAR .


Normalmente as ideias estão visíveis no texto. E às vezes as
divisões podem ser as mesmas palavras do texto. Normalmente
os textos utilizados no sermão textual são os que têm
afirmações bem diretas e que produzem ideias nítidas.
Veja no exemplo do texto de 1 Pedro 2:9.
“ Mas vòs sois a geração eleita, o sacerdòcio real, a nação santa,
o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que
vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”

TEMA: Os privilégios exclusivos dos cristãos.

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I. NAÇÃO ELEITA
II. SACERDÓCIO REAL
III.NAÇÃO SANTA
IV. POVO ADIQUIRIDO

● AJUDA O OUVINTE A ACOMPANHAR A IDEIA.


As várias partes da mensagem estão próximas, dentro do
próprio texto.
E isso facilita o acompanhamento pelo ouvinte.

● O SERMÃO TEXTUAL LEVA O OUVINTE A BÍBLIA.


Em vez de a Bíblia apoiar o assunto, o próprio assunto sai da
Bíblia. Diminuindo, portanto, o risco de secularismo ou de
assuntos não-bíblicos.

DESVANTAGENS DO SERMÃO TEXTUAL


O sermão textual também possui algumas desvantagens ou
dificuldades, se é assim que podemos chamar.
Portanto, veremos a seguir as desvantagens desse tipo de
pregação.

● O MÉTODO NÃO SE APLICA A TODOS OS


TEXTOS
Nem todos os textos da Bíblia trazem afirmações diretas que o
dividam em ideias claras.

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Por se tratar de textos curtos, nem sempre é possível encontrar


todas as ideias necessárias para um bom sermão.

● O TEXTO PODE CONTER MAIS IDÉIAS


Alguns textos podem até conter mais ideias (assuntos) do que
as que convém ao pregador.
Isso não chega a ser um problema grave, porque o pregador
pode escolher as ideias que interessam ao assunto.
Mas exige um pouco mais de cuidado e habilidade.

● RISCO DE ARTIFICIALISMO .
Se o texto não tem as ideias bem divididas, há então o perigo de
o pregador tirar lições que a passagem não ensina.
A tentativa de aplicar o método a qualquer texto pode forçar o
texto a dizer algo diferente do propósito porque o autor bíblico
o escreveu.

● RISCO DE DESINTERESSE .
Se as ideias não forem fortes, o sermão pode tornar-se
mecânico, repetitivo e ficar dentro do que é óbvio e evidente no
texto.Por isso o pregador precisa revestir as ideias de uma
roupagem atraente, para que o sermão não se torne cansativo e
redundante.

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DIFÍCIL APLICAÇÃO PRÁTICA.


Como o texto é pequeno, pode limitar muito o espaço para
aplicação das ideias na vida prática.
O método textual talvez seja o método menos usado pelos
pregadores.
Porque o método temático e o expositivo são mais ricos e
pródigos no fornecimento de ideias.
Contudo, usado com sabedoria, com alguns textos especiais,
pode produzir excelentes sermões.
Portanto, tudo depende da preferência e da habilidade do
pregador.

DIFERENÇAS ENTRE SERMÃO TEXTUAL E EXPOSITIVO


Alguns estudiosos da homilética a distinguem da pregação
expositiva, enquanto outros a consideram um tipo de pregação
expositiva ou até mesmo a igualam com a ela.
Outros argumentam que a amplitude da passagem a ser
pregada determina se o sermão é textual ou não.

Podem parecer iguais, pelo fato de ambos se originarem no


texto bíblico.

Mas a diferença vai além do tamanho do texto. Vejamos então


as principais diferenças:

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1. DIFERENÇA NAS DIVISÕES .


O sermão textual extrai as divisões principais do texto, mas as
subdivisões são construídas conforme a argumentação do
pregador.
Enquanto o sermão expositivo constrói as subdivisões a Partir
das circunstâncias do texto.

2. DIFERENÇA NO TAMANHO DO TEXTO .


O sermão textual limita-se a um ou dois versículos da bíblia.
Enquanto o expositivo pode usar uma narrativa ou um
conceito de um ou mais capítulos, ou até de um livro inteiro da
Bíblia.

3. DIFERENÇA NO CONTEXTO .
No sermão textual, o estudo do contexto é importante, no
expositivo, é indispensável, pois, do contrário, o sermão deixa
de ser expositivo.

DIFERENÇAS ENTRE SERMÃO TEXTUAL E TEMÁTICO .

Existe uma diferença entre o sermão textual e o sermão


temático no que diz respeito à origem do assunto. Enquanto no
temático o assunto surge de uma ideia do pregador, no textual
o assunto sai do próprio texto bíblico. Ou seja, primeiro vem o
texto, depois, o tema, então. No textual as divisões são tiradas

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do próprio texto base, mas no temático, as divisões são tiradas


de qualquer lugar da bíblia. Ou seja, no sermão textual o texto
fornece o tema e as divisões, enquanto no temático as divisões
são tiradas do tema.

COMO ORGANIZAR O SERMÃO TEXTUAL .

O primeiro passo para preparar um sermão a partir de um


versículo da Bíblia é definir a ideia central do texto. Mesmo
porque alguns textos podem fornecer mais de um tema
diferente. Tendo a ideia central, o passo seguinte é definir a
sequência das divisões principais. Que podem vir na ordem em
que aparecem no texto ou em outra que o pregador achar
conveniente. Sempre dirigindo para o clímax do sermão.
Veja como elaborar um sermão textual de diversas maneiras:

ORDEM SIMPLES CONFORME O TEXTO .


Nesse exemplo, de João 14.6, as ordens são seguidas como no
próprio texto.

TROCA DA ORDEM PARA ATINGIR O CLÍMAX .


Percebam nesse exemplo de Efésios 4.11-12, que as ordens das
divisões foram alteradas para atingir o clímax.
A divisão III “propósito missionário: servir a Deus” foi
alterada para último lugar no esboço.

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MAS ENTÃO É O SERMÃO.


EXPLORAÇÃO DE CAUSA E EFEITO.
Veja nesse outro exemplo em Lucas 19:10. Observe como foi
tirado de um texto pequeno o tema a missão do Salvador.
E as divisões estão respondendo qual é causa da missão do
salvador.

EXPLORAÇÃO DE CONTRASTES E COMPARAÇÕES .


Nesse exemplo do texto de Lucas 5:32, é explorado as
comparações.
Percebam que nesse caso, o pregador vai trabalhar seu sermão
comparando os critérios de Jesus para com os justos, os
pecadores e os arrependidos.

ORDEM DO CLÍMAX IDEAL NO SERMÃO TEXTUAL.


O ideal em uma pregação, independente de qual método você
usar, é ter uma ordem que atinja o clímax.
Do negativo ao positivo, do problema a solução, da exortação
ao consolo.
Por exemplo, se você começar sua mensagem exortando sobre
o pecado, termine oferecendo o arrependimento.
POR ISSO QUE ESSE TIPO DE SERMÃO SEGUE O TEXTO.
MAS VEJA MAIS.

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ESBOÇOS DE SERMÃO TEXTUAL

TEMA: 3 PILARES DA VIDA CRISTÃ

TEXTO: 1 Co 13. 13
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes
três, mas o maior destes é o amor”.

INTRODUÇÃO
Veremos os três pilares sobre os quais o crente deverá estar
firmado.
I – PILAR FÉ
A) A origem da fé: (Rm 10.17)
“…A fé vem pelo ouvir e o ouvir da palavra de Deus.”

B) A definição da fé: (Hb 11.1)


“Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das
coisas que não se vêem.”

C) A necessidade da fé: (Hb 11.6)


“Ora, sem fé é impossível agradar a Deus…”.

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II- PILAR ESPERANÇA


A) Elemento salvador da vida: (Rm 8.24)
“Pois nesta esperança somos salvos. Mas a esperança que se vê
não é esperança. Quem espera por algo que já tem?”

III- PILAR AMOR


A) E um mandamento: (Jo 15.12)
“O meu mandamento é este: Amai- vos uns aos outros como eu
vos amei.”
B) É uma prova do nosso discipulado: (Jo 13.35)
“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos
amardes uns aos outros.”
C) Deve ser fervoroso: (I Pe 1.22)
“Tendo purificado as vossas almas na obediência à verdade,
que leva ao amor fraternal não fingido, amai-vos ardentemente
uns aos outros de coração”.

CONCLUSÃO DO SERMÃO
Se faltar um desses pilares, nossa salvação está em risco!

MÉTODO SIMPLES DE ELABORAR UM SERMÃO


TEXTUAL

No sermão textual, as divisões principais saem do texto.


Uma forma prática de desenvolver o esboço é utilizar as
mesmas palavras do texto.

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E essas partes podem ser com as mesmas palavras que se


encontram no texto.

Veja o exemplo a seguir.

TEMA: JESUS, A PORTA


TEXTO: João 10:9
“Eu sou a porta, se alguém entrar por mim, salvar-se-á”.

I – EU SOU A PORTA
A) Da Salvação
B) Da felicidade
C) Estreita

II –SE ALGUÉM ENTRAR POR MIM


A) Não há acepção de pessoas
B) A única entrada

III – SALVAR-SE-Á
A) Uma decisão própria
B) Da perdição eterna
Quando empregado cuidadosa e estrategicamente, os sermões
textuais podem conduzir os seus ouvintes por textos específicos
das Escrituras.
E, ainda assim cobrir a vasta extensão da teologia bíblica.
Tudo depende da preparação bem cuidadosa.

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3.3- Sermão Temático


Sermão temático é aquele que parte de um tema ou assunto.
O pregador procura textos em vários lugares da bíblia para as
divisões e apoiar o assunto escolhido. Em outras palavras,
primeiro vem o tema, depois vêm os textos bíblicos.
É o mais fácil de ser preparado, porém existem cuidados que
precisam ser tomados. Porque, por se tratar de um sermão em
que se usa vários textos para as divisões, corre-se um risco de
fugir da verdade central do texto.
Para ter uma ideia acerca desse tipo de sermão, veja o exemplo
de esboço abaixo com o tema Características do amor de Deus.
Note no exemplo abaixo como o tema é bem explorado em
todos os tópicos. E, veja também como cada tópico é extraído
de uma passagem diferente da bíblia. Essa é a característica de
uma pregação temática, focar no tema.

O QUE É UM SERMÃO TEMÁTICO?


Sermão temático é um tipo de pregação elaborada e
fundamentado como base no tema. Sua estrutura segue a linha
temática, ou seja, a partir de um tema se constrói um sermão
buscando textos na bíblia sobre o assunto.

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O sermão temático é muito apropriado para estudos bíblicos,


temas doutrinários e evangelísticos, porque o pregador pode
explorar muito um único assunto.
Quando bem elaborado, o sermão temático pode ser muito
eficaz, porque pode explicar com profundidade um certo tema.
Veja abaixo o exemplo de um esboço de sermão temático, com o
tema Altares na Bíblia, como é possível usar outras passagens
bíblicas para fortalecer o tema.

QUAIS SÃO AS VANTAGENS DO SERMÃO TEMÁTICO?


Há várias vantagens nos sermões temáticos, o que faz com que
o método seja um dos mais utilizados na pregação em geral.
Vejamos as principais vantagens:

VARIEDADES DE ASSUNTOS:
A critério do pregador, qualquer assunto pode ser
desenvolvido. O pregador não precisa se prender a uma porção
única da Bíblia, mas pode aplicar diversos textos que falam
sobre um mesmo assunto.

FACILIDADE DE PREPARO :
Uma das vantagens do sermão temático é sua facilidade na
preparação, isso porque não exige tanto conhecimento da
exegese. É claro que como mencionamos já anteriormente, deve
se tomar cuidados para não usar um texto fora de seu contexto.

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Permite liberdade para que o pregador organize e entrelace as


ideias como achar melhor.
Ele pode então estabelecer as divisões principais a seu critério,
escolher os argumentos que quiser e apenas buscar os textos
bíblicos para apoiar as ideias que escolheu.
Por essa facilidade, é o método mais usado pelos principiantes
na pregação e até mesmo quem vai pregar pela primeira vez
pode usar esse método.

FACILIDADE PARA ALCANÇAR OS OBJETIVOS :


O tema serve de bússola na busca das metas estabelecidas.
Se o pregador deseja provar uma ideia, por exemplo, todos os
argumentos podem ser dirigidos para essa ideia escolhida.

FAVORECIMENTO DA UNIDADE :
Uma vez escolhido o tema do sermão, não há por que
misturá-lo com outros temas. Dessa forma o pregador pode ser
fiel ao tema que ele mesmo escolheu.
Mesmo assim é preciso ter muito cuidado para que os textos
escolhidos não tragam outros assuntos que quebrem a unidade.

FAVORECIMENTO DO ESTILO LITERÁRIO:


O pregador pode parafrasear temas literários e aplicá-los à
Bíblia, também pode, por exemplo, usar os versos de uma
poesia, as estrofes de um hino, e assim por diante.

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FAVORECIMENTO DA SEQUÊNCIA LÓGICA :


É possível dividir o assunto em partes diferentes e então, seguir
a linha de raciocínio mais desejada.

EXPLORA BEM O TEMA :


Outra vantagem é que o Sermão temático possibilita explorar
muito um tema, por isso que é muito indicado para estudos
bíblicos. O sermão temático é muito indicado para estudos
bíblicos e quando se quer focar em um único tema ou assunto.
É um tipo de sermão indicado para quem está iniciando na
pregação, porque não necessita de muito conhecimento da
exegese.

O SERMÃO BIBLIOGRÁFICO É TEMÁTICO?


O sermão bibliográfico, pode se enquadrar também no sermão
temático, porque ele trabalha com um tema, ou então um
mesmo assunto. Pois, ele se trata de uma pregação por tema, a
diferença é que o bibliográfico vai falar mais específico dos
personagens bíblicos.
Uma pregação bibliográfica bem elaborada, pode trazer muitas
lições para a igreja, já que trata de exemplos de personagens
bíblicos.
Um exemplo, pregar sobre João Batista, reúne se então todas as
passagens bíblicas sobre esse homem de Deus que nos ensina
muito.

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Lembrando que, não encontramos homens perfeitos na bíblia,


porque perfeito só mesmo nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo, porém, encontramos homens que nos inspiram em fé.
Portanto, podemos elaborar sermões temáticos usando a
bibliografias de homens de Deus na bíblia sagrada, podem ser
histórias de fé ou até mesmo tomar por exemplo erros que não
podemos cometer.

COMO ORGANIZAR O SERMÃO TEMÁTICO?


Uma vez escolhido o assunto, o pregador deve então estudá-lo
bem, selecionar tema específico dentro do assunto geral e
definir a ideia central do sermão. A partir daí, pode usar
diferentes maneiras de organizar, distribuir e então dispor as
divisões e subdivisões.
O pregador deve determinar a sequência das divisões de
acordo com o objetivo que deseja atingir.Há uma variedade
enorme de opções de determinar a ordem e a sequência das
ideias.

ORDEM CRONOLÓGICA
● ESTUDO DE CASOS OU FATOS BÍBLICOS
● ANÁLISE DE UM TEMA OU DOUTRINA
● ESTUDO DE AFIRMAÇÕES OU EXPRESSÕES DA BÍBLIA
● ARGUMENTO POR COMPARAÇÃO
● ESTUDO DE CONCEITOS BÍBLICOS
● COMPARAÇÃO DE ANALOGIAS E METÁFORAS BÍBLICAS

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Para que o sermão seja bíblico e coerente, cada divisão


principal deve estar apoiada num texto bíblico.
Com base nos exemplos citados, podem então desenvolver-se
inúmeras outras formas de dar sequência às ideias dentro de
determinado tema.

ESBOÇO SIMPLES DE SERMÃO TEMÁTICO :


Veja um exemplo do sermão temático e aprenda como preparar
um: Aqui nesse exemplo, o tema qual foi escolhido é: O amor
incondicional de Deus.

TEMA: O AMOR INCONDICIONAL DE DEUS


TEXTO BASE: JOÃO 3:16
I – DEUS É AMOR (1 JOÃO 4:8 B)
II – DEUS NOS AMOU (JOÃO 3:16 A)
III – DEUS AMOU OS PECADORES (ROMANOS 5:6-8)

CUIDADOS IMPORTANTES NO SERMÃO TEMÁTICO :


Quando for escolher o texto base para o sermão temático,
escolha um texto que seja fiel ao tema.
Da mesma forma quando for escolher os textos para estruturar
o sermão temático, procure usar textos que realmente tenha
relação com o assunto. Poderá usar, portanto, uma
concordância bíblica para ajudar a encontrar textos falando do
assunto, assim ficará mais fácil preparar o sermão.

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QUANDO PREGAR O SERMÃO TEMÁTICO?


O sermão temático, tem por característica abordar um tema
específico, por isso, acaba sendo uma boa opção para uma
pregação.
Esse tipo de sermão é, portanto, muito usado em pregações,
como: para estudos bíblicos, cultos temáticos, assuntos
específicos.
Por exemplo, uma pregação sobre os dons do Espírito Santo, o
pregador abordaria em sua mensagem, somente os dons do
Espírito Santo. Dessa forma, ele buscaria na bíblia tudo a
respeito dos dons do Espírito Santo.
Então, organizaria os textos encontrados para estruturar seu
Sermão temático.
O sermão temático deve ser pregado, quando houver
necessidade de tratar de um tema específico.
Quando o pregador quer dar ênfase a um determinado tema,
então, faz se necessário pregar um sermão temático.

COMEÇO PREPARAR O SERMÃO PELO TEMA OU TEXTO?

Por onde começar a preparar um sermão temático, pelo texto


ou pelo tema?Isso depende, pois, pode se começar com o texto,
quando o pregador não tem ainda um tema definido. Ou da
mesma forma, pode começar pelo tema, quando o pregador
tem já um tema ou assunto em mente.

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COMEÇANDO O SERMÃO TEMÁTICO ESCOLHENDO UM


TEXTO !
Começando pelo texto, é normalmente quando o pregador está
lendo e interpretando a bíblia, então, ele encontra no texto um
tema.
Para ser mais claro, quando se tem um texto, por exemplo, João
3:16, ao interpretar esse texto, encontraremos o tema amor.
Não deixa de ser um sermão temático, porém, se inicia de um
texto, mas que nele encontra-se um tema.

COMEÇANDO O SERMÃO TEMÁTICO ESCOLHENDO


UM TEMA !
E, então, como seria começar pelo tema? Bom, é simples, da
mesma forma, só a diferença é que já começa direto pelo tema.
O pregador já tem um tema ou assunto para pregar, daí ele vai
estruturar seu sermão com base nesse tema.
Por exemplo, eu quero pregar sobre as palavras de Jesus na
Cruz, esse portanto, é o tema e assunto que quero falar. Então é
só buscar na bíblia, propriamente nos evangelhos, textos que
falam desse assunto.

COMO USAR A CONCORDÂNCIA BÍBLICA PARA


PREPARAR O SERMÃO TEMÁTICO?

Uma boa ferramenta que nos ajuda a elaborar um sermão


temático é a concordância bíblica, pois com ela facilita
encontrar os textos que falem do nosso assunto.

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Com ela podemos buscar na bíblia os argumentos do tema


escolhido. Por exemplo, se vou pregar sobre o tema: Sacrifícios
que agradaram a Deus, basta procurar pela palavra sacrifício.
Outro exemplo, em uma concordância bíblica, vamos procurar
pela palavra perdão, para fazer uma pregação sobre: o Perdão é
o melhor caminho.
Depois disso, nosso trabalho é selecionar todos os textos
encontrados e separar os mais relevantes para nossos tópicos.
Lembrando que, podemos encontrar muitos textos, mas
devemos escolher aqueles que mais explicam o tema.
Hoje em dia podemos contar com concordâncias na internet, ou
então aplicativos da bíblia que já possui essa ferramenta.

Vamos fazer uma passo a passo do Sermão Temático, desde a


escolha do tema até a conclusão. Siga cada passo para aprender
como elaborar uma pregação temática. Veja as etapas:

7 ETAPAS DA PREPARAÇÃO DO SERMÃO TEMÁTICO


19. Escolher um tema
20. Procurar textos sobre o tema
21. Organizar os textos
22. Desenvolver cada tópico
23. Colocar um título
24. Preparar a Introdução
25. Preparar a Conclusão

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ETAPA 1. Escolher um tema

O primeiro passo é escolher um tema para a pregação. Veja


então abaixo algumas formas de se escolher um tema:

ORANDO A DEUS .

Uma das formas de escolher um tema para pregar é orar a Deus


para que Ele nos direcione. Quando oramos nos tornamos mais
sensíveis a Deus, e assim podemos discernir melhor sua voz.
Mas como resultado de nossa oração, Deus pode usar vários
meios para nos dar um tema para pregação. Veja então a seguir
como Deus pode nos dar um tema no momento da leitura ou
estudo da Bíblia.

ESTUDANDO A BÍBLIA .

O momento da leitura bíblica provavelmente seja o momento


que mais temos inspiração para temas de pregação. Por isso é
importante para quem exerce o ministério da pregação ser um
bom leitor e estudante da bíblia.
E não só os pregadores precisam ler a bíblia, é claro, mas todos
aqueles que desejam uma intimidade maior com Deus.

NECESSIDADE DA IGREJA
A necessidade da Igreja é outro meio que Deus usa para nos
dar um tema de pregação.

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Necessidade da Igreja pode ser por exemplo: um culto


evangelístico, culto de missão, congresso, culto de jovens ou até
mesmo uma necessidade de aprender um determinado
assunto.Então, dependendo do tipo de culto e das necessidades
físicas, emocionais e espirituais que a Igreja tem, é o tema que
se deve escolher.

Para nosso exemplo aqui, vamos usar o tema: O convite do


Senhor. Lendo a bíblia saltou em nosso coração essa palavra
“Vinde a mim” do texto de Mateus 11:28.
Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu
vos aliviarei.
Portanto, vamos elaborar nosso esboço de pregação baseado
nesse tema, O convite do Senhor.
Depois de um tema já escolhido, partimos então para o nosso
passo seguinte, a etapa 2.

ETAPA 2. Procurar textos sobre o tema .

O Próximo passo agora é encontrar na bíblia textos


relacionados e que apoiem o nosso tema. Por isso do nome
Sermão Temático, pois a pregação é estruturada a partir de um
tema.

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TEXTOS ENCONTRADOS PARA A NOSSA PREGAÇÃO


TEMÁTICA !

Para encontrar os textos usamos a bíblia online para facilitar


nosso trabalho. Depois de uma procura por textos relacionados
com o nosso tema, encontramos os seguintes textos abaixo:
● E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores
de homens. (Mateus 4:19).
● Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos,
e eu vos aliviarei. (Mateus 11:28).
● Disse-lhes Jesus: Vinde, jantai. E nenhum dos discípulos
ousava perguntar-lhe: Quem és tu? Porque sabiam que
era o Senhor. (João 21:12).
● Então, dirá o Rei aos que à sua direita: Vinde, benditos
de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está
preparado desde a fundação do mundo; (Mateus 25:34).
● E, chamando a si a multidão, com os seus discípulos,
disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se
mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. (Marcos 8:34).
● Ele lhes disse: Vinde e vede. Foram, e viram onde
morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a
hora décima. (João 1:39).
● E ele disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar
deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos que
iam, e vinham, e não tinham tempo para comer.
(Marcos 6:31).

ETAPA 3. Organizar os textos

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TEXTOS ORGANIZADOS PARA O SERMÃO TEMÁTICO .


Depois de usar a regrinha acima, organizamos os textos da
seguinte forma:
26. O convite para o alívio. Vinde a mim os cansados.
(Mateus 11:28)
27. O convite para a intimidade. Vinde e vede. (João
1:39)
28. O convite para ser saciado. Venha a mim e beba.
(João 7:37)
29. O convite para o ministério. Vinde após mim…
pescadores. (Mateus 4:19)
30. O convite para a comunhão. Vinde, jantai. (João
21:12)
31. O convite para renúncia. Vem e segue-me. (Marcos
10:21)
32. O convite para a recompensa. Vinde, possuí por
herança. (Mateus 25:34)

ETAPA 4. Desenvolvendo cada tópico .

Esse é o nosso próximo passo. Desenvolver cada tópico do


nosso sermão. Mas como fazer isso?
Devemos explicar, ilustrar e aplicar o texto.
Explicar é expor o texto explicando o que, quem, para que,
onde… ou seja é fazer com que a Igreja saiba o significado
daquela passagem.

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Ilustrar nada mais é do que contar um testemunho, por


exemplo, uma história do dia a dia ou até mesmo da bíblia.
Mas lembre-se, no nosso exemplo escolhemos sete textos,
portanto você não precisa usar ilustrações em todos.
Aplicar é a parte onde “Deus fala com a pessoa”. É onde o texto
tem que fazer sentido na vida da pessoa.
A aplicação é fundamental, por isso o pregador não pode
deixar de aplicar o texto.
Veja a seguir um exemplo de como Explicar, Ilustrar e aplicar o
texto.

ETAPA 5. Colocar um título .

A essa altura do nosso esboço já podemos intitular nosso


sermão. Mas então, como colocar o título?
Para colocar um bom título que represente bem nosso sermão,
vamos ver a estrutura (Esboço) que temos até agora:

TEMA: O CONVITE DO SENHOR


1. O convite para o alívio. (Mateus 11:28)
2. O convite para a intimidade. (João 1:39)
3. O convite para ser saciado. (João 7:37)
4. O convite para o ministério. (Mateus 4:19)
5. O convite para a comunhão. (João 21:12)
6. O convite para renúncia. (Marcos 10:21)
7. O convite para a recompensa. (Mateus 25:34)

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O título será o nome de nosso sermão e deve descrever nosso


tema da pregação. Depois de escolhido o título, vamos para o
próximo passo que é a etapa 6.

ETAPA 6. Preparar uma introdução .

Agora já podemos preparar a introdução do nosso esboço.


Apesar de que a introdução na hora de pregar é uma das
primeiras coisas, mas porém na preparação do esboço pode ser
colocada por último assim como o título.
Veja então nesse exemplo como a introdução faz um papel
importante de não só apresentar o tema, como também fazer a
transição para o primeiro tópico.
Seguimos então para o próximo e último passo do nosso
esboço, a etapa 7.

ETAPA 7. Preparar a conclusão .

Nesse exemplo acima da conclusão, usamos o tipo de concluir a


pregação fazendo um apelo.
Esse foi só um exemplo, mas você deve estar na direção do
Espírito Santo e também respeitar o costume da Igreja.

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4. O Tema do Sermão .
O tema é parte do sermão que define a verdade principal a ser
explicada. O tema é o sermão resumido, e o sermão é o tema
ampliado. O tema é às vezes chamado de “proposição”.
A escolha do tema dependerá inteiramente do pregador e do
texto abordado. O tema, ao ser anunciado antecipadamente,
promove lucidez de pensamento e facilita a boa compreensão
da verdade divina apresentada.
O tema pode ser o fundamento de todo o sermão, nesse caso ele
seria para o sermão o que o alicerce é para o edifício.
Organizado corretamente, o tema possibilita ao pregador
organizar seu material e tomo da sua ideia dominante.

O tema não é a parte mais importante de um sermão e nem


mesmo uma exigência fundamental, mas quando se escolhe
pregar a partir de um tema é preciso tomar alguns cuidados
como, por exemplo, com os títulos extravagantes ou
irreverentes.
Ex.:
* “Jesus se encontra com a prostituta”
* “Deve o marido bater na mulher”
* “Festa, vinho e muita alegria”
O tema para ser positivo deve ter algumas características.
Dentre outras, ele precisa de brevidade (deve ser condensado e

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eficaz), resumindo em 15 a 20 palavras a ideia completa do que


se haverá de pregar.
Veja o exemplo de um bom tema, baseado em João 3.5:

Novo Nascimento é essencial à entrada no Reino de Deus.

4.1- A Introdução do Sermão.


A introdução, ou o “exórdio” do sermão é o processo pelo qual
o pregador procura preparar a mente dos ouvintes e
prender-lhes o interesse na mensagem que vai proclamar. Na
introdução o pregador conquistará ou perderá a atenção de seu
auditório. Uma mensagem bem começada, já é “meio caminho
andado”.

Alguns OBJETIVOS da Introdução:


a) Conquistar a boa vontade dos ouvintes.
É bem possível que haja. na congregação pessoas que por um
motivo ou outro, não se simpatizem com o pregador ou com a
mensagem que ele vai entregar. A introdução, portanto, deve
ser apresentada de tal modo que, se possível, consiga a boa
vontade de todos.
b) Despertar o interesse pelo tema.
Além da falta de simpatia de certos ouvintes, outras condições
podem agir contra a atenção adequada à mensagem.
Indiferença a alguma das verdades bíblicas, condições de

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ventilação, iluminação inadequada, uma porta que bate, uma


criança que chora ou faz graça e outras coisas, contribuem para
a falta de atenção dos ouvintes.
Contudo, os hinos, a oração e a leitura bíblica que precedem o
sermão, podem predispor uma boa parcela da congregação a
uma atitude receptiva à mensagem.

Alguns PRINCÍPIOS para a preparação de uma boa


Introdução:
a) Deve ser breve .
Uma vez que o objetivo da pregação é a entrega da verdade
divina a introdução não pode ser demasiadamente longa.

b) Deve ser interessante .


Os primeiros minutos do sermão são muitíssimo importantes. É
aqui que se apanha ou perde a atenção dos ouvintes. W. E.
Sangster, escritor de homilética, diz que o pregador deve
certifica-se de que as sentenças iniciais do sermão possuam
“garras de ferro”, para prenderem de imediato a mente de seus
ouvintes.

c) Deve ser objetiva .


Uma introdução sem alvo desnorteia o auditório e isto faz com
que a mensagem fique sem sentido.

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d) Deve ser simples e modesta .


O que não significa medíocre, mas que o pregador deve tomar
cuidado com o maiúsculo. Qualquer complexo de
superioridade deve ser eliminado.

e) Deve ser variada .


São vários os meios de se iniciar o sermão, por isso o pregador
deve variar sempre que possível a sua introdução para que sua
mensagem não fique cansativa e sem novidades para aqueles
que sempre o ouvem.

As FONTES para a Introdução:


Para uma boa introdução, pode-se encontrar argumento em
fontes como:
a) Do próprio texto: uma exposição histórica do contexto pode
fornecer um bom material para a introdução.
b) De uma referência bíblica: aos modos e costumes da época
ou coisas do gênero.
c) De uma inteligente ilustração: uma história que chamará a
atenção para o texto ou o tema.
d) Da ocasião atual: um fato que poderá ditar a ilustração mais
adequada, ou a forma mais apropriada para a introdução do
sermão.
e) De uma história secular: tanto passada como presente, que
pode fornecer abundante material.

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f) De histórias poéticas: sobre personagens, autores de hinos


ou missionários.
g) Quebra gelo: uma atividade dinâmica que desperte para o
assunto a ser tratado.

4.2- A Divisão do Sermão .


A divisão ou o corpo do sermão é sua parte principal. Ela é
para o sermão o que é o esqueleto é para o corpo humano, a
estrutura sobre o qual o corpo se apoia. As Divisões do Sermão
têm por finalidade manter o pregador dentro dos limites do seu
tema, facilitar ao auditório o processo lógico da sequência dos
pensamentos do pregador e ajudar a memória do próprio
pregador.
A divisão do Sermão é feita geralmente através de pontos ou
tópicos e subpontos.

A Divisão é muito importante por algumas razões:


- auxilia na construção do plano do sermão;
- facilita a análise da proposição principal do sermão;
- facilita a memorização dos pontos principais do sermão,
evitando divagações e prolixidade;
- ajuda os ouvintes a acompanhar a discussão do assunto como
também recordar o sermão.

Algumas características da Divisão:


a) Deve ser lógica;

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b) Deve visar a unidade do sermão;


c) Deve estar relacionada com o texto ou com o tema, conforme
a espécie de sermão;
d) Um ponto principal não deve repetir nem incluir a matéria
do outro;
e) Deve haver uma relação lógica e paralela entre um ponto e
outro;
f) A transição entre um ponto e outro deve ser feita de maneira
sutil e agradável.
Quanto à quantidade de pontos ou divisões, fazem-se algumas
observações:
a) O corpo do sermão pode ser dividido em tantos pontos
quantos forem necessários;
b) Deve-se entretanto evitar as divisões abundantes ou
numerosas;
c) Em princípio, as divisões não devem ir além de 4 ou 5 ou
ficar aquém de 2.
Uma divisão numerosa exaure o pregador e o auditório,
prejudicando o efeito do sermão. Já um sermão com uma só
divisão ou mesmo nenhuma, o assemelhará a um discurso ou
simples fala.
Outra questão que se discute é quanto a quantidade de
subpontos (ou subtópicos).
Partindo do conceito de que os subpontos são análises ou
explicações dos pontos principais, cada ponto deve ter tantos

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quantos forem necessários para que esse objetivo seja alcançado


com eficácia.

Fontes para a Divisão .


Quais seriam as fontes para a divisão?
Se for um sermão expositivo ou textual, o texto será a fonte, o
que deve ser dividido.
Se for um sermão temático, o tema ou assunto é o que será
dividido.

De qualquer forma, a divisão ficará a critério do pregador,


utilizando quantos tópicos necessários para explanar a
mensagem.

4.3- A Conclusão do Sermão .

A conclusão é o clímax do sermão, na qual o objetivo constante


do pregador atinge seu alvo em forma de uma impressão
vigorosa.
Uma boa conclusão pode, às vezes, suprir as deficiências de
outras partes do sermão ou servir para aumentar seu impacto.
Por isso ela é sem dúvida, o elemento mais poderoso de todo o
sermão.

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As formas de conclusão mais utilizadas são:


a) Recapitulação .
Usa-se geralmente esse tipo, quando a mensagem consiste
numa série de argumentos ou ideias, exigindo dos ouvintes
muita atenção à linha de pensamento do pregador. Deve ser
feita de forma que o pregador, ao resumir e recapitular os
pontos principais da sua mensagem não a “pregue de novo”.

b) Ilustração .
Às vezes pode-se levar as ideias ou verdades do sermão mais
eficazmente a um clímax por meio de uma ilustração poderosa
ou oportuna. Não recomenda-se usar muitas ilustrações num
mesmo sermão. Deve usar na conclusão, caso não tenha feito
nenhuma ilustração anteriormente durante a explanação da
mensagem.

c) Aplicação ou Apelo .
A medida que a mensagem se aproxima da conclusão, ela deve
levar os ouvintes a perguntarem a si mesmos: “o que essa
verdade tem a ver, comigo?”. Um erro, contudo, seria pensar
que o sermão deva terminar com um apelo emocional ou
patético. Pelo contrário, um final natural, simples e calmo
geralmente é muito mais impressionante e eficaz. Convém
notar ainda que é mais fácil a congregação aceitar repreensões e
advertências solenes quando feitas com ternura e amor, do que
em forma de denúncias trovejantes.

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d) Motivação .
Na conclusão, muitas vezes não devemos somente impor uma
obrigação moral aos ouvintes, mas também proporcionar um
incentivo para responderem pessoalmente ao desafio
apresentado.

Princípios para o preparo da Conclusão:

a) Deve ser Breve .


Sendo longa, impacienta o auditório e anula o efeito do sermão.
Corno diz A.W. Blackwood em seu livro ‘a preparação de
sermões’: “O pregador começa a andar ás voltas e o povo a
inquietar-se, talvez com vontade de dizer o que disse uma
escocesa idosa, numa circunstâncias dessas: - o reverendo
acabou, mas não quer parar! Confia ao teu povo, logo no
começo, a alegre expectativa do fim - de outra forma o sernão
parecerá longo, porquanto um só minuto a mais na conclusão
pode criar um sentimento de mal-estar. Por que queres tornar-
te maçante?”.

b) Deve ser Simples .


Com uma linguagem simples, clara e objetiva, ao mesmo tempo
penetrante e vigorosa.

c) Deve ser previamente escolhida .


Tanto a conclusão como qualquer parte do sermão, não deve
ser improvisada (a não ser que sinta a direção do Espirito para

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isso), para que o pregador não corra o risco de colocar a perder


toda a sua mensagem.

O que se deve evitar numa Conclusão?

a) Nunca peça desculpa .


Pedir desculpas, causa sempre má impressão de que não foi
feito corretamente, muito mais na pregação e principalmente
no final.

b) Evite anedotas .
O objetivo de quem que se encontra no púlpito não é divertir e
nem distrair, mas profetizar a palavra do Senhor.

c) Evite distrações .
Qualquer coisa que distraia o povo, como pegar o hinário, olhar
para o relógio ou fazer algo que chame a atenção. Isso
demonstra que os minutos vão passando, despertando pressa
no povo e revelam a tensão nervosa do pregador.
Depois de feito tudo isso e de enunciado o sermão, pode-se
perguntar: mas e quanto aos resultados?
Aqui cabe uma citação que todo o pregador deveria ter em
mente ao subir e ao descer do púlpito:
“Um preparo diligente, uma súplica humilde e uma apresentação
imbuída de poder é a parte que cabe ao pregador. Só Deus pode
promover a regeneração espiritual que se faz necessária à entrada do
ouvinte no Reino de Deus”

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4.5- O Apelo .

Após a entrega da mensagem, Deus merece uma resposta de


seu povo. Através do Apelo, os ouvintes têm oportunidade de
dar um retorno ao Senhor, confirmando o recebimento da
Palavra.
Algumas orientações sobre o Apelo:
a) Preparar-se para o Apelo:
O pregador deve se preparar para realizar o apelo todas as
vezes que pregar.
Ao terminar a mensagem, o pregador deve ser mais insistente
na proposta do sermão. Usar um tom mais persuasivo, porém
ameno, ou brando. Deve fazer com que a pessoa sinta que está
falando com ela pessoalmente.

b) Etapas de um Apelo:
Já na conclusão, o pregador se encaminha para um apelo de
forma crescente para uma aplicação da mensagem.
Algumas etapas para chegar a um Apelo bem sucedido:
-Oração silenciosa: incentive o povo a uma reflexão pessoal
sobre a mensagem. Enquanto isso se pode ir aplicando os
pontos da mensagem. Através desta oração as pessoas se
tornam mais sensíveis, examinando-se diante da presença de
Deus.
-Oração do pregador: o mensageiro deve invocar em voz alta o
poder e ação do Espírito Santo para convencer as pessoas (João

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16.8-11). O momento da oração é quando Deus age. Nesta


oração também pode citar elementos da mensagem.

c) O Convite para o Apelo .


Tendo preparado o povo em oração, chegou a hora de fazer o
convite para o apelo.
Neste momento, o pregador desafia os ouvintes com a Palavra.
Retoma rapidamente o assunto ou tópicos da mensagem
perguntando quem se enquadra no assunto ou aceita esta
mensagem.
O convite deve ser feito mais de uma vez. Você pode insistir,
porém, sem ‘apelação’, sem forçar ou constranger as pessoas.
As pessoas devem ser motivadas a responder à mensagem de
forma positiva.

d) No Altar do Apelo .
Quando as pessoas estiverem no altar em resposta ao apelo, o
pregador deve fazer oração intercessora pelos presentes. Deve
orientar a todos como proceder neste momento. Também é
muito importante o pregador ter uma equipe de apoio neste
momento. Pessoas que possam ajudar tanto em oração como
em ação, caso seja necessário atender alguém especificamente.

e) O resultado do Apelo .
O sucesso nem sempre é visível. Não podemos nos
impressionar com números de pessoas. Talvez ninguém venha
ao altar no apelo e mesmo assim, Deus pode ter te usado para
uma obra maravilhosa.

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O mais importante é o testemunho das pessoas quanto ao que


Deus operou em suas vidas. Não adianta uma multidão vir ao
altar e nada acontecer em suas vidas.
O apelo não deve ser emocional e sim consciente (Romanos
12.2), pois a emoção passa e o que deve prevalecer é a decisão
pela vontade de Deus.
Quem faz a obra é o Espírito Santo. Nosso dever como
pregadores é apenas anunciar a mensagem.

4.6- Como pregar bem?

Não basta ter um bom sermão para fazer uma boa pregação.
Para o pregador transmitir bem a sua mensagem, ele precisa
estar atento a alguns elementos imprescindíveis.
Para pregar bem, o pregador deve:

1- Preparar-se bastante em oração .


O preparo principal para a entrega da mensagem é a oração. O
pregador deve orar antes de começar a preparar a sua
mensagem, durante a preparação e após a mensagem estar
pronta. Deve orar antes, durante e depois da enunciação do
sermão. A oração, no entanto, não anula a necessidade do
devido preparo através do estudo. Alguém já disse que o
pregador deve orar como se tudo dependesse de Deus e
trabalhar corno se tudo dependesse daquele que vai pregar.

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A oração está sempre associada à ministração poderosa da


Palavra de Deus (Ef. 6.18-20; At.4.31). Charles G. Finney disse:
“temos que mover os homens com a verdade e Deus com a
oração”.
Antes de falarmos às pessoas sobre Deus, devemos falar com
Deus sobre as pessoas.

2- Estar preparado fisicamente .


O pregador deve subir ao púlpito com o corpo descansado e
com reservas físicas. Em outras palavras, para pregar bem, o
pregador deve ter saúde, tanto no corpo quanto na alma. Essa
“saúde.” passa por tornar cuidado com o que se come, por
praticar algum tipo de atividade tísica apropriada a sua pessoa
e por ser uma pessoa feliz, alegre e bem motivada.

3- O pregador deve gostar muito de pregar .


Cita-se aqui o autor Matyn Lloyde Jones: “em um sentido, o
pregador é homem de uma só coisa”. No passado houve quem
dissesse à semelhança de João Wesley, que os pregadores
haviam se tornado ‘homens de um só livro’. Apesar disso,
expressar uma verdade, de maneira geral, ainda e mais verídico
que o pregador é um homem de uma só coisa. Trata-se daquilo
para o que foi chamado, como uma ‘grande paixão da sua
vida’.

4- Anunciar a sua mensagem como se fosse a última vez .


Joao Wesley disse aos pregadores metodistas que eles deveriam
estar preparados para “pregar e morrer”. Ricard Baxter disse

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certa vez: “preguei como se não tivesse certeza de pregar de


novo”.
Se o pregador, que ama a Palavra de Deus e o ministério que
Deus lhe deu, pregar sempre com esse pensamento em sua
mente, dará tudo de si, todo o seu melhor. Será como um
arqueiro que tem uma única flecha para matar um perigoso
animal e sabe que não pode errar.
Seria de esmagador constrangimento para o pregador, pensar
que de sua palavra pode depender o destino eterno de seus
ouvintes. Sabendo disso, certamente não faria isso de forma
leviana ou relaxadamente.

4.7- PENSAMENTOS SOBRE PREGAÇÃO .


Grandes pregadores da história nos deixam seus nobres
pensamentos a respeito da pregação:
A importância da Pregação
“Dê-me cem pregadores que nada temam a nau ser o pecado e que
nada desejem a não ser Deus, sejam eles clérigos ou leigos; eles
sozinhos, abalarão as portas do inferno e estabelecerão o Reino de
Deus na terra”.
João Wesley

“De bom grado vou confirmar com meu sangue a verdade sobre a qual
tenho escrito e pregado”.
John Huss, quando atava na fogueira para ser morto.

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“Tudo em Cristo, pelo Espírito Santo, para glória de Deus, tudo o


mais não é nada”.
J. A. Stewart

Como pregar o evangelho?


“O evangelho e um fato, portanto, vamos expô-lo com
simplicidade. O evangelho e alegre; portanto, vamos falar dele
com alegria. Ele nos foi confiado; portanto. vamos expô-lo com
fidelidade. É a manifestação de um momento infinito: portanto,
vamos expô-lo fervorosamente. Fala de um infinito amor,
portanto, vamos expô-lo com sentimento. E de difícil
compreensão para muitos: portanto, vamos expô-lo com
ilustrações. O evangelho é a revelação de unia pessoa; portanto,
vamos pregar a Cristo”. Archibatd Brown

Pregação e unção .
“A unção do Espírito é a coroação do céu conferida aos escolhidos e
valentes que procuram esta honra ungida, embora através de muitas
horas de oração em lágrimas e luta”. E.M. Bounds

“A pregação apostólica não se caracteriza por uma fala impecável,


nem por floreados literários, nem por expressões inteligentes, mas

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opera através de ‘demonstração do Espírito e de poder’”. Arthur


Wallis

“Se o próprio Cristo só iniciou sua pregação depois de ter sido ungido,
nenhum jovem deve pregar enquanto não tiver recebido a unção do
Espírito Santo”. F.B. Meyer

“Muitos tempos decorridos no passado e não me atreveria a aventura


de subir nesse púlpito se não fosse o poder e misericórdia de Deus”.
C. H. Spurgeon

“(A unção) faz das nossas palavras um bálsamo de Gileade para uma
pessoa necessitada de conforto ou flechas pontiagudas na consciência
de um rebelde obstinado”. H. A. Bonnar

“A unção na vida do pregador torna o ouvinte um réu ou um santo;


fá-lo chorar como criança e viver como gigante”. E. M. Bounds

Pregação e Oração.
“Pela fé e pela oração, fortaleça as mãos frouxas e firme os joelhos
vacilantes. Você ora e jejua? Importune o trono da graça e seja
persistente em oração. Só assim receberá a misericórdia de Deus”.
João Wesley

“Corações que não choram nunca poderão ser arautos da Paixão de


Cristo”. Dr. J. H. Jowet

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“A oração é o sangue da alma”. George Herbert

“O aposento da oração! Que lugar abençoado! O Espírito paira sobre


ele. Pois todas as realizações da graça provém do ventre da oração”.
Harold Brokke

“A oração é o remédio supremo”. Robert Hall

“A oração é o teste que avalia a devoção do crente”. Samuel


Chadwick

“O poder da oração extinguiu a violência do fogo, fechou boca de leões,


silenciou revoltosos, pôs fim a guerras, acalmou os elementos,
expulsou demônios, rompeu as cadeias da morte, escancarou os
portões do céu, minorou enfermidades, repeliu mentiras, salvou
cidades da destruição, deteve o curso do sol e o avanço do relâmpago.
A oração e nu ia poderosa armadura, um tesouro que nunca acaba, um
céu que nunca fica toldado de nuvens, e nunca e turbado por
tempestades. Ela é a raiz, a fonte, a mãe de mil bênçãos”.
S. Crisóstomo

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5- ORIENTAÇÕES PARA PREGADORES .

O objetivo aqui é abordar aspectos também importantes para a


pregação, mas que talvez não se encaixem em nenhum dos
tópicos anteriormente apresentados.
Algumas orientações práticas para uma boa pregação:

1- Métodos de entrega da mensagem


O método da entrega das mensagens vai depender da
personalidade, da habilidade e da pratica de cada pregador. Ele
pode pregar de pelo menos 4 formas:

a) Pregar sem notas


Não e tão fácil. Exige habilidade e coragem, mas proporciona
grande liberdade ao pregador, embora não seja aconselhável,
porque pode se perder durante a explanação.

b) Falar de memória
Quem tem uma mente mais privilegiada, e tem facilidade de
memorização, pode usá-la na pregação. O perigo aqui e ser
extremamente mecânico e sem vida.

c) Ler um manuscrito
Funcionou no caso de alguns pregadores da história, mas eram
homens que tinham grande habilidade oratória. Para o
pregador comum pode ser muito desvantajoso a leitura do
sermão, podendo se perder no manuscrito, esquecendo-se do
ouvinte e tornando-se tremendamente frio ou formal.

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d) Usando notas
Parece-nos ser o método ideal, mais fácil para o pregador e
melhor para os ouvintes. Notas bem elaboradas para o púlpito
dão de relance a visão do manuscrito que ficou em cima da
mesa de estudo. Fortalece a segurança do pregador, sem, no
entanto, amarrá-lo e lhe dá a liberdade de uma comunicação
direta aos seus ouvintes.

2 - Tipos de mensagens quanto ao conteúdo


Já aprendemos sobre TIPOS DE SERMÃO, quanto ao
“formato” (expositivo, textual ou tópico). Aqui, a análise será
quanto ao conteúdo ou a matéria da salvação (kerigma) que é o
que caracteriza a pregação evangelística, e no aspecto didático
(didache) aquela que edifica os que já creram, ensinando aos
santos.

Então, quanto ao conteúdo, a pregação pode ser:

a) Mensagem Evangelística:
Esta é a pregação que visa à conversão, a salvação dos que
ainda não creram em Jesus e não o confessaram como Senhor e
Salvador. É aquela que visa, nas palavras de Paulo: “o
arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus” (Atos
20.17-21).

Paulo apresenta um perfeito resumo do que vem a ser o teor


dessa mensagem evangelística em 1 Tessalonicenses 1.9-10.

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b) Mensagem de edificação:
Trata-se de todos os sermões que não sejam evangelísticos,
pregados exclusivamente aos crentes. Embora, eventualmente
um não salvo possa conhecer a Cristo impelido diretamente por
esse, mensagem.
Dentre os tipos de sermão de edificação, encontram-se:
* sermões de ensino e instrução
* sermões doutrinários
* sermões de exortação, consolação e outros (dependendo do
tema).

3- A duração da mensagem
Não há regras fixas quanto a esse assunto, mas o discernimento
e o bom senso do pregador devem ser aplicados. Não há
uniformidade quanto à duração na história da pregação.
Sempre houve pregadores que ‘falavam muito’ e outros que
‘falavam pouco’. Parece-nos que o assunto era considerado do
ponto de vista da eficácia. Não importa o tempo que o
pregador usará, se ele consegue manter a atenção dos ouvintes
e ser eficaz na transmissão da mensagem.
O comprimento do sermão deve variar de acordo com o caráter
do culto, a personalidade e eficácia do pregador e a disposição
e concentração dos ouvintes. Como e difícil equacionar todos
esses dados, aconselha-se a ter como limite
máximo 25 ou 30 minutos.

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4- O uso de ilustrações
Quais os motivos para se usar ilustrações? Primeiro por causa
do interesse humano. Ela tem o poder de prender os ouvintes.
Ela esclarece e exemplifica a verdade. O próprio Jesus falava
por parábolas e usava fatos para lançar luz sobre uma verdade
e para tornar atraentes as coisas do céu para as pessoas da
terra. Por exemplo, para falar acerca da providência Divina, usa
a imagem de aves, lírios, coisas para comer, coisas para vestir
(Mateus 6.25-34).
As ilustrações devem ser claras e tratadas com beleza e
elegância, para não incorrerem no risco de serem fúteis e
grosseiras.
As fontes de ilustrações são diversas: a própria Bíblia, a
historia, a vida, o dia-a-dia. Quando um principiante pergunta:
“onde posso encontrar ilustrações?”, muitos pregadores
experimentados responderão: “em toda a parte! Use seus
olhos”.

Algumas dicas importantes: limite o número de ilustrações


(tudo demais não é bom), procure ser variado, evite “alimentos
enlatados” (do tipo extraído de livros de ilustrações). Muito
cuidado com alusões pessoais, nunca fazer insinuações nem
usar pessoas do auditório como exemplo para não correr risco
de ser mal interpretado.

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5- O perigo do plágio
Plágio é o uso impróprio de material de outro. A palavra
plágio, informa Blacwood, “vem literalmente de uma palavra
latina relacionada com rapto e o latim vem da raiz grega que
significa ‘oblíquo, curvo, tortuoso, traiçoeiro’. Essas coisas não
combinam com o devido caráter do pregador”.
Ser plagiário é perigoso. John R.W. Stott disse, porém, uma
coisa interessante: “copiar de um é plagio, copiar de mil é
pesquisa”, ou seja, se você pesquisa, se lê, provavelmente não e
fará uma “cópia” do que outros disseram ou escreveram.
Quando vai se usar algo de outra pessoa, é uma exigência ética,
que se cite “a fonte”, mas procure sempre ser original. Como
dizia Goethe: “a originalidade no consiste em dizer algo novo,
mas em dizer algo antigo de forma nova”.

6- Autenticidade e estilo
É comum e normal, no início da vida de pregação, que o
pregador se “inspire” ou se “assemelhe” em outra pessoa, em
alguém admirado. No entanto, com o passar do tempo, ele
deverá desenvolver seu próprio estilo. É um fracasso quando
tentamos copiar modelos, porque somos todos diferentes. Cada
pessoa é uma pessoa única, incomparável; cada um tem
temperamento, personalidade e se sairá melhor desenvolvendo
um estilo próprio.

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7- Organização e Método
Duas boas dicas, uma para facilitar a preparação de mensagens
e outra para evitar que se repita uma mensagem no mesmo
lugar é “escrever” sua história como pregador.
Primeiro, o pregador deve ter uma “estufa” de sermões. Deve
formar o hábito de anotar mensagens, fazer observações
bíblicas, anotar pensamentos em agendas, usar rascunhos, etc.,
ou seja, tudo o que seja uma possível semente para um futuro
sermão deve ser guardado nessa estufa.
Segundo, no próprio sermão ou em outro lugar, o pregador
deve anotar a data e o local onde pregou aquela mensagem.
Este é também um excelente hábito.

ESBOLÇOS DE SERMÕES :

PRIMEIRA:
Eliézer, um obreiro chamado por Deus !
Gênesis 24

O capítulo vinte e quatro de Gênesis narra a linda história do


encontro de Isaque e Rebeca, mas o personagem Eliézer precisa
ser observado como um coadjutor indispensável para a
realização deste encontro. O tempo todo se manteve no papel
de servo sem interferir nos propósitos de Deus. Vamos
aprender com o exemplo do mordomo Eliézer, como foi fiel,
mostrando características de um verdadeiro homem de Deus.

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Eliézer foi um homem de Deus porque:

a) Tinha procedência - v.2


Disse ele ao servo mais velho de sua casa, que era o
responsável por tudo quanto tinha: "Ponha a mão debaixo da
minha coxa".

b) Foi enviado (Não se auto enviou) - v.4


"mas irá à minha terra e buscará entre os meus parentes uma
mulher para meu filho Isaque".

c) Era um homem submisso - v.10,54


O servo partiu, com dez camelos do seu senhor, levando
também do que o seu senhor tinha de melhor. Partiu para a
Mesopotâmia, em direção à cidade onde Naor tinha morado.

d) Sabia para onde devia ir - v.10


Obedeceu a direção de onde deveria estar para encontrar a
noiva de seu patrão.

e) Era homem de Oração - v.12-14


Antes de tudo pediu a Deus que orientasse o seu caminho.

f) Era calmo e prudente no agir - v.21

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O tempo todo demonstrou paciência e serenidade como de um


homem direcionado por Deus.

g) Enriqueceu a noiva do filho de seu senhor - v.22,53


Soube honrar Rebeca como sua futura patroa.

h) Era um crente adorador - v.26,27


Em todo tempo demonstrou-se submisso ao Senhor em
adoração reconhecendo seu poder.

i) Dava prioridade às coisas do seu senhor - v.33


Sua dedicação era tão intensa que abria mão de tudo para
cuidar de seu trabalho.

j) Falava de seu senhor, mas não falava de si mesmo (nem de


seu nome falou) - v.34-36
Como um verdadeiro enviado falava em nome de seu patrão.

k) Inspirava confiança nas pessoas - v.50,51


Seu comportamento mostrava que era um homem digno.

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l) Levou a noiva até o seu senhor - v.61-67


Cumpriu sua missão e apresentou Rebeca para Isaque.

CONCLUSÃO: Quando somos usados por Deus para abençoar


outros servos do Senhor, nos tornamos honrados como estes.

SEGUNDA:
Afinados para acertar o Alvo!
“E fez a minha boca como uma espada aguda, com a sombra da sua
mão me cobriu; e me pôs como uma flecha limpa, e me escondeu na
sua aljava” Isaías 49.2
Toda flecha é lançada com um alvo, para um propósito! Somos
chamados para um alvo, para um propósito!
Somos flechas nas mãos do Senhor! A flecha para ser uma boa
flecha, precisa ser cortada, raspada, colocada uma ponta. A
flecha não nasce pronta, ela passa por processos. Uma flecha
lançada, não pode errar o alvo!

A flecha passa por processos para que ela seja mais leve, ou
mais pesada, mais reta possível, que seja forte, que seja a
melhor ferramenta feita, para que não haja erros. Toda flecha é
lançado em cima de um alvo!

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Precisamos ter um alvo, precisamos passar por processos de


cura, mas com um propósito de futuramente, atingir um alvo.
Somos flechas nas mãos de Deus, Ele conta conosco para
atingirmos alvos que Ele colocar diante de nós. A flecha passa
por testes, precisa ser aperfeiçoada, assim como a flecha,
também precisamos passar por testes, precisamos ser
aprovados por Deus e para sermos aprovados, é necessário,
passarmos por provas, por testes. Nós somos flechas limpas,
flechas tratadas!

Precisamos conversar com Deus em oração, e pedir: “Pai, qual é


o meu alvo? Eu sei que minha vida tem um propósito, que há
um propósito nos processos de curas os quais tenho passado, te
peço, me mostra o meu alvo”.
Nossa boca é uma espada aguda, uma espada afinada, nossas
palavras cortam, quebram o mau, somos uma flecha!

A sombra de Deus nos guarda junto a Ele, estamos em sua


aljava, mas a flecha na aljava, não serve pra nada, a não ser
decorar. Nós somos flechas que não ficaremos na aljava, mas
seremos flechas lançadas! Temos um porque, um alvo, um
motivo de sermos chamados por Deus! Você não é flecha de
aljava, nem flecha sem destino, mas uma flecha que tem um
alvo!
Há um propósito esperando por sua atitude! Peça pra Deus te
lançar, saia da aljava.

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Tem muitos cristãos matam o chamado em Deus porque não


querem sair da aljava, visto que é um lugar seguro e que outros
serão lançados, então se escondem na aljava. Acabam se
enganando, porque Deus conhece cada flecha de sua aljava!
Nada se esconde de Deus! Não se esconda, seja uma flecha que
quer atingir o alvo, uma flecha útil pra Deus, cumpra seu
chamado!
Há tempo de se esconder em Deus, mas há tempo de lutar pelo
Reino e gerar filhos pra Deus.
Precisamos ser frutificadores, precisamos ser úteis pro Reino,
Deus quer nos usar para atingir um alvo!
Seja uma flecha afiada! Olhe pro alvo, prossiga persista, até que
Deus te mostre o propósito!
“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma
coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e
avançando para as que estão diante de mim,

Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em


Cristo Jesus” (Filipenses 3.13,14).

Prossiga, esqueça seu passado, tudo foi um caminho para Deus


te corrigir, era um teste do Céu para te afiar, você é flecha com
destino chamado sucesso! Avance, persistam creia, Deus te
chamou e Ele te usará.
Você irá alcançar aquilo que o Senhor preparou para Ti, basta
prosseguir e persistir!

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Terceira:

QUANDO DEUS AGE NO IMPOSSÍVEL !

"Eis que eu sou o SENHOR, o Deus de toda a carne; acaso haveria


alguma coisa demasiado difícil para mim?". Jeremias 32.27

O impossível é a especialidade de Deus. Se você está vivendo


uma situação impossível, entregue a Deus que ele fará com
primazia mostrando o seu poder. Quanto mais difícil for maior
será o milagre de Deus transformando todas as coisas.

Quando Deus age no impossível?


Vejamos alguns exemplos da ação de Deus sobre coisas
impossíveis:
1. Deus Age No Impossível Quando: RASGA O MAR AO
MEIO E O SEU POVO PASSAR EM SECO
Êxodo 14.20-22 "E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel;
e a nuvem era trevas para aqueles, e para estes clareava a noite; de
maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro. Então
Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o SENHOR fez retirar o
mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se
em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de Israel”entraram”
pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes como muro à sua
direita e à sua esquerda".

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2. Deus Age No Impossível Quando: FAZ JUMENTA FALAR


COMO PROFETA; E PROFETA AGIR COMO JUMENTO .
Números 22.28-29 "Então o SENHOR abriu a boca da jumenta, a
qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes?
E Balaão disse à jumenta: Por que zombaste de mim; quem dera
tivesse eu uma espada na mão, porque agora te mataria".

Números 22.33 "Porém a jumenta me viu, e já três vezes se desviou


de diante de mim; se ela não se desviasse de diante de mim, na verdade
que eu agora te haveria matado, e a ela deixaria com vida".

3. Deus Age No Impossível Quando: FAZ CORVO VIRAR


GARÇOM E ALIMENTAR PROFETA
I Reis 17.6 "E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã; como
também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro".

4. Deus Age No Impossível Quando: ELE FAZ MILAGRE DO


JEITO QUE ELE QUER AINDA QUE PAREÇA
LOUCURA;FAZ SALIVA CURAR CEGO
João 9.6,7 "Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e
untou com o lodo os olhos do cego. E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque
de Siloé (que significa o Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou
vendo".

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5. Deus Age No Impossível Quando: FAZ FOGO FICAR FRIO


E FORNALHA PARECER QUE TEM AR-CONDICIONADO.
Daniel 3.23-26 "E estes três homens, Sadraque, Mesaque e
Abednego, caíram atados dentro da fornalha de fogo ardente. Então o
rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa; falou, dizendo
aos seus conselheiros: Não lançamos nós, dentro do fogo, três homens
atados? Responderam e disseram ao rei: É verdade, ó rei. Respondeu,
dizendo: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando
dentro do fogo, sem sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é
semelhante ao Filho de Deus".

6. Deus Age No Impossível Quando: ELE FAZ O QUE FOR


NECESSÁRIO PARA TE DAR O SEU MILAGRE,
A Palavra para tua vida é esta:

Isaías 43.13b "Eu sou Deus; também de hoje em diante, eu o sou; e


ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu,
quem impedirá?"

CONCLUSÃO
AGORA PARA DEUS AGIR NO IMPOSSÍVEL NA NOSSA
VIDA; SÓ DEPENDE DE UMA COISA VEJA João 11.40
"Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de
Deus?".

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QUARTA:

SOMOS O BARRO, DEUS É O OLEIRO!

“Por acaso não poderei Eu fazer de vós como fez este modesto oleiro
com sua obra de barro?”, indaga o SENHOR. “Eis que, como barro
nas mãos do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó Casa de Israel!
(Jeremias 18.6)

Introdução:
Jeremias filho de Helquias, conhecido como o "Profeta chorão",
porque era do tipo que lamentava pelo pecado do seu povo,
mais do que os acusava. Jeremias o profeta a qual foi escolhido
do ventre, e foi vocacionado para pregar, a profetizar, contra a
idolatria do povo de Israel. O povo judeus estava totalmente
seduzido pelos deuses estranhos daquela época, o próprio
Deus vai dizer no cap 2 que Israel estava apaixonados pelos
deuses estranhos, aqueles a qual diz nos Salmos que tem olhos
mais não vêem, tem boca mais não fala, e tem ouvidos mas não
ouvem (Sl 115).

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Seu vaso foi quebrado?


Vamos estudar este texto tão profundo e importante para nosso
quebrantamento:
Verso 1-2: No cap 18 de Jeremias no versículo de número 1 e 2
veio a Palavra do Senhor, "levanta te e desce a casa do Oleiro"
ou seja, Jeremias pra você receber a minha revelação, você tem
que buscar, se você quer conquistar algo, se dispõe Jeremias,
levanta te e desce a casa do oleiro, para ser moldado na minha
presença.
Verso 3-4: Jeremias desce até a casa do oleiro e lá vê o oleiro
fazendo a sua obra. O profeta viu todo o processo, todo o
trabalho que o oleiro tinha pra fazer seu vaso, e no versículo 4 o
vaso estragou, o vaso se quebrou (trincou), o detalhe é que
estava nas mãos do oleiro. Mesmo nos sendo salvos em Cristo,
indo na igreja todos os dias, não impedi de nós como vaso se
quebrar na presença do Senhor, por algum pecado, ou
circunstâncias adversas a qual passamos na vida que nos
traumatiza de algum jeito, e assim nos deixa como um vaso
inútil sem utilidade nenhuma. Mas na olaria de Jeová todos os
vasos são preciosos a seu ver. Então para entendermos melhor,
essa visão a qual Jeremias viu sobre o oleiro fazendo o vaso,
vou mostrar a vocês o processo a qual o "barro" "argila" deve
passar para se transformar em um vaso.

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1 Passo: Separação do Barro


Segundo os estudiosos, existem mais de 200 tipos de barros no
planeta, mas apenas 8 tipos são usados para fazer o vaso. Não é
um barro que se acha em alguma loja ou em algum comércio
este barro, é tirado do lamaçal e tirado do lodo do meio de uma
mata, um barro mal cheiroso que não presta pra nada esse é o
barro a qual o oleiro transforma em um lindo e precioso vaso.

2 Passo: Amassamento do barro


Depois de ter escolhido o barro, o oleiro segue a fazer sua obra
e começa agora a amassar o barro, porque depois de ter
selecionado o barro, o barro ainda contém as impurezas,
sujeira, pedaços de coisas velhas, então o Oleiro começa a jogar
água para amassar a argila dura, e amolecer ela, começa a tirar
as impurezas, começa a limpar com a água.

3 Passo: O molde do barro


Depois de ter escolhido o barro, depois de ter o amassado, ter
limpado o barro. Começa o processo de moldura no barro, o
barro agora é colocado sobre a roda a qual vai girando e o
oleiro com as suas mãos começa a moldar o vaso, e o vaso
começa a tomar a formar de dentro pra fora, porque o oleiro
primeiro trabalha dentro do vaso, primeiro Deus vai trabalhar
dentro de você, o Senhor vai moldando o seu interior, vai

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cuidando de você por dentro, e durante todo este processo o


oleiro ainda continua jogando água ( palavra) pra ficar
amolecido o barro, para ganhar forma, é esta quase pronto.

4 Passo: Teste do fogo


Então chega o momento do vaso ser levado ao fogo, é ligado a
temperatura muito alta, e é colocado o vaso dentro, e quanto
mais for alto a temperatura mas o vaso fica resistente e firme,
esse fogo é para purificar o vaso das suas impurezas internas,
para limpar o vaso de vez, e tirar todo o mau cheiro do barro. O
fogo a qual estou me referindo, não é um fogo para machucar,
ou para ferir o vaso, mas sim um fogo que vem para o fortificar
que é o fogo do Espírito Santo que entra na vida do homem e
retira todo o tipo de impurezas. Então o vaso está pronto, agora
para ser usado. Verso 5-6 O Senhor vai finalizar dizendo a
Jeremias, que assim como o barro e na mão do oleiro, assim
somos nós nas mãos Dele, a verdade para ser aplicada aqui é
que nós passamos na Olaria de Jeová e o Senhor nos molda da
maneira Dele, que tudo é como Ele deseja, não adianta intervir,
porque somos barro nas mãos do Senhor, e o seu desejo é nos
fazer um vaso novo.

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CONCLUSÃO
A utilidade do vaso: O vaso é feito para uma finalidade, e na
olaria de Jeová o vaso é pra ser cheio de azeite, que simboliza a
presença do Espírito Santo!

QUINTA:
Lições de Marta e Maria!
“E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou numa aldeia; e certa
mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa; E tinha está uma
irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus,
ouvia a sua palavra. Marta, porém, andava distraída em muitos
serviços, e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha
irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude. E, respondendo
Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas
coisas, mas uma só, é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual
não lhe será tirada”. Lucas 10.38-42

-INTRODUÇÃO:
O texto fala a respeito da visita do Senhor Jesus à casa de uma
mulher cujo nome era Marta. Esta que por sua vez tinha uma
irmã por nome Maria, que ao perceber a presença de Jesus não
se afastava dele. Ao que lhe pediu Marta dizendo: Senhor,
manda que minha irmã venha me ajudar nos trabalhos
domésticos.

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Jesus replicou: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com


muitas coisas, porém sua irmã fez uma boa escolha.

-DESENVOLVIMENTO:
Marta andava distraída, ansiosa e afadigada com as coisas
desta vida e isto não lhe deixava tempo para cuidar da sua vida
com Deus.
* Ansiosa - sem a paz que o Pai pode dar (1Pe 5.7 - ...lançando
sobre ele toda nossa ansiedade).
* Afadigada - sem o descanso que o Filho pode dar.
* Distraída - sem comunhão com o Espírito Santo.
* Aos pés - descansando no caminho da salvação, no projeto de
Deus.

Muitas pessoas, assim como Marta, andam ansiosas, distraídas,


afadigadas e sem tempo para sua vida com Deus.

-CONCLUSÃO:
Faça como Maria. Escolha hoje estar aos pés do Senhor Jesus,
faça uma boa escolha

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SEXTA:

A oração muda tudo !

“Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente?


Cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os
presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite
em nome do Senhor; E a oração da fé salvará o doente, e o
Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão
perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai
uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo
pode muito em seus efeitos. Elias era homem sujeito às mesmas
paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três
anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e
o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.” Tiago 5.13-18

-Introdução: Quando tentamos de todas as formas ainda é


tempo para continuar orando. Tudo pode mudar através da
oração.
Alguns efeitos da oração são:
1- Acalma: v.13
A ordem para quem está sofrendo é orar para que tudo se
acalme. Come Jesus que acalmou a tempestade apenas com
uma palavra.

2- Alegra: v.13b Quando oramos recebemos alegria que nos


fortalece (Neemias 8.10).

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3- Cura: v.14
Quem ora recebe cura. Devemos orar pelos enfermos e ver o
poder de Deus operando.

4- Perdoa: v.15,16a
Na oração devemos pedir perdão pelos pecados e perdoar
quem nos ofende (Mateus 6.12 e 14,15).
5- Profetiza: v.17,18
Nossas palavras têm poder em oração para anunciar a vitória
(Isaías 57.19).

-Conclusão: A melhor forma de alcançar mudanças é através


da oração. Ao invés de tomar uma atitude precipitada, antes
entre no seu quarto e ore (Mateus 6.6).

SÉTIMA:

Continue, não desista!


Hebreus 12.1-3
- Introdução: Às vezes passamos por situações difíceis, mas não
podemos desistir. Então, o que fazer?

1- Siga a nuvem de testemunhas:


v.1ª “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande
nuvem de testemunhas...”.

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As pessoas boas, com exemplos positivos servem para nos


inspirar a fazer coisas certas. Homens e mulheres de Deus
passaram por lutas maiores que as nossas e nos ensinam como
vencer.
2- Se livre dos embaraços:
v.1b “desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente
nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está
proposta’.
Situações desnecessárias, desgastantes, que tomam nosso
tempo e trazem aborrecimento devem ser evitados. O pecado é
o principal obstáculo que existe em nossas vidas e precisamos
nos libertar dele (João 8.32 e 36).
3- Continue a sua carreira:
v.2 “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o
qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não
fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de
Deus”.
Não pare jamais. Prossiga o seu propósito e seus sonhos com
Deus. Nada é maior do que as promessas do Senhor para sua
vida. Você tem uma história, uma carreira a seguir. Continue!
-Conclusão:
v.3 “Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha
oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis,
desmaiando em vossa alma”.
Tudo o que fizermos ou sofrermos não se compara com o que
Jesus enfrentou por nós (Romanos 8.18). Por isso podemos
continuar sabendo que a vitória vem de Deus (Romanos 9.37).

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6- A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O PREGADOR

A leitura tem uma grande importância na vida de um pregador


e trás muitos benefícios que contribui em seu ministério.
Porque a leitura é importante para um pregador? Veremos
então a importância e os benefícios da leitura para o pregador.

“Quando você vier, traga a capa que deixei na casa de Carpo,


em Trôade, e os meus livros, especialmente os pergaminhos”
(2 Tm 4.13).
Estas estão entre as últimas palavras que Paulo escreveu ao seu
amigo Timóteo.
A quem diga que as últimas palavras de um homem são as
melhores, portanto devemos dar muita atenção a elas.
O apóstolo era um homem idoso se defrontando com a morte
nas mãos do imperador.
Ele estava acorrentado em uma masmorra inóspita na cidade
de Roma.
Precisava de sua capa para manter o frio longe de seus ossos,
mas precisava de seus livros e pergaminhos para manter a
ferrugem longe de sua mente.
Charles Spurgeon usou uma pista desse texto quanto observou:
“Até mesmo um apóstolo precisa ler”.
“Ele é inspirado e, ainda assim, quer livros.
Ele viu o Senhor e, ainda assim, quer livros.
[…] Foi arrebatado ao terceiro céu, e ouviu coisas que são
ilícitas ao homem proferir, porém ele quer livros.

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109

Ele escreveu uma das principais partes do Novo Testamento


e, ainda assim, quer livros”.
Paulo não tinha mais sermões para preparar ou cartas para
escrever, mas precisava continuar lendo.
Ainda que a vida o estivesse abandonando, Paulo precisava de
seus livros.
Portanto, se Paulo deu importância a leitura, os obreiros de hoje
também precisam ler.

PORQUE A LEITURA É IMPORTANTE PARA O


PREGADOR?

Porque os pregadores precisam ler?


Espera-se de nós que leiamos não por luxo, mas por
necessidade.
Não podemos ficar sozinhos nessa caminhada.
Nosso estudo da Bíblia é enriquecido pelas percepções de
estudiosos que se aprofundaram em partes da Bíblia mais do
que poderíamos fazer.
Apenas os preguiçosos ou estúpidos ignoram o uso dos
comentários em sua preparação.
Mas nós também devemos abrir nossa mente para perspectivas
mais amplas por meio da leitura de livros que não são
diretamente sermões.
Obreiros no ministério precisam fazer dessa leitura mais ampla
uma das suas principais prioridades, por difícil que isso possa
ser.

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Decida ler trinta minutos por dia, cinco dias por semana. Faça
isso por cinqüenta semanas e terá lido 125 horas em um ano.
Se você ler trinta páginas por hora, terá lido mais de 3.750
páginas por ano.
Se você mantiver esse ritmo por dez anos, terá lido mais de 150
livros de 250 páginas.
E se esses livros são bem escolhidos, você pode se tornar uma
autoridade em qualquer área. Como o famoso provérbio diz:
“A constância surpreende o mundo pelas suas conquistas”.
Portanto, se você tem um livro na mão, nunca está sozinho, e a
leitura permite que você tenha educação continuada sem
precisar pagar.

BENEFÍCIOS DA LEITURA PARA O PREGADOR :

Os benefícios da leitura para os pregadores são muitos, mas


podemos destacar alguns.
♦♦♦
1. A LEITURA AUMENTA O VOCABULÁRIO .

A prática da leitura aumenta e melhora muito o vocabulário do


pregador.
O pregador usa as palavras para transmitir a mensagem de
Deus, por isso precisa cuidar de seu vocabulário.
Veja que interessante isso: Um hospital em Rhode Island fez
um teste em crianças de oito anos, e aquelas para as quais os
pais liam histórias tiveram desenvolvimento de vocabulário
40% maior.

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E isso é amplificado na vida adulta.


Fonte: raisesmartkid.com

E a leitura o ajuda muito, porque além de melhorar seu


vocabulário o amplia tornando assim o pregador mais eficaz.
Portanto, com a prática da leitura, o pregador enriquece seu
vocabulário e então transmite a palavra de Deus com mais
propriedade.

2. A LEITURA MELHORA A DICÇÃO .

A leitura também melhora também a dicção.


Ao ler a pessoa está não somente adquirindo mais
conhecimentos de assuntos, mas também colaborando para
pronunciar bem as palavras.
Porque ela está conhecendo mais variedades de palavras e isso
vai facilitar na hora de pronunciá-las.
O recomendável é que a leitura seja em voz, para que assim a
dicção das palavras seja melhorada.

3. A LEITURA DIMINUI O ESTRESSE .

A leitura também ajuda na diminuição do estresse, veja então a


seguir algo importante.
Ler por apenas seis minutos ajuda a diminuir cerca de 68% dos
níveis de estresse.
Isso foi o que perceberam os pesquisadores da Universidade de
Sussex, no Reino Unido.

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Eles então notaram que após o breve período de tempo os


voluntários tinham queda na frequência cardíaca e conseguiam
relaxar os músculos.
Portanto, ler também mantém o pregador relaxado além de
mais informado.

4. A LEITURA MELHORA A CONCENTRAÇÃO E


MEMORIZAÇÃO .

Ler é uma ótima forma para treinar a sua concentração.


Isso acontece, porque ao ler, você acaba forçando a sua mente a
não desviar-se do foco para não perder o raciocínio.
Para as pessoas que têm alguma dificuldade de concentração, a
leitura é uma ótima forma de exercitar essa habilidade.
Portanto, para o pregador que precisa memorizar versículos da
bíblia, a leitura o ajuda nessa tarefa.

5. A LEITURA MELHORA A ESCRITA .

Há pregadores que além de desenvolver o ministério da


pregação nos púlpitos, também tem o hábito de escrever.
Graças a muitos escritores que se fizeram instrumentos nas
mãos de Deus é que desfrutamos de boas literaturas cristãs
para nossa edificação.
Por isso oramos para que Deus continue levantando e
inspirando escritores para serem usados em suas mãos.

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CONCLUSÃO [A LEITURA PARA O PREGADOR.

Se você é um Pregador, ou deseja se tornar um, procure ter esse


hábito de ler bons livros, principalmente a bíblia.
Hoje contamos com muitos livros digitais evangélicos gratuitos
na internet.
Portanto, tire um tempinho todos os dias para se dedicar a
leitura, os resultados serão satisfatórios.

7- O Espírito Santo e o pregador.


Não existe pregação sem o Espírito Santo. Não existe pregador
sem o Espírito Santo.
Apesar de nos últimos anos da minha vida, ter me dedicado a
ajudar novo pregadores, escrito artigos, fazendo cursos e
criando livros digitais.
Acredito que o assunto que vou tratar no artigo de hoje é um
dos mais importantes, vou mencionar pelo menos 4 coisas que
impedem a ajuda do Espírito Santo durante sua pregação.
Não tenho dúvidas que o conteúdo de hoje é fundamental para
todos os pregadores. Só começamos a pregar por causa do
Espírito Santo, agora, como vamos continuar pregando sem a
ajuda dele?
Vale ressaltar, a título de introdução, que o Espírito Santo é
uma pessoa divina que reparte seus dons e manifesta seu poder
em nós conforme sua vontade soberana.

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Pode existir momentos que a vontade soberana dela está


tentando te ensinar algo, como pode também ter outros que
seus erros afastaram o Espírito Santo.
Veja o que vai ser falado nesse artigo:
● O pregador deve ter o Espírito Santo como
indispensável, caso contrário ele se restringe.
● Pregador entristecendo o Espírito Santo.
● O pior jeito de entristecer o Espírito Santo relacionado a
pregação.
● Quando buscamos nossa glória e não a glória de Cristo.
● Como dependemos do Espírito Santo?
Acredito que nosso artigo vai te ajudar, contudo se ficar
alguma dúvida no final de tudo, pode utilizar o campo
comentário que vamos ter o maior prazer em responder.

O pregador deve ter o Espírito Santo como indispensável,


caso contrário ele se restringe.

Paul Helm certa vez disse: “A pregação cristã é a pregação da graça


de Deus em Cristo, no poder do Espírito Santo.”
Essa sem dúvidas é uma frase celebre que nos revela grandes
verdades, contudo a principal, é que não existe pregação sem
ser no poder do Espírito Santo.
O pregador que trata o Espírito Santo como dispensável, acaba
afastando a ajuda dEle em sua pregação.
O problema é que podemos ser pregadores que ainda não
aprenderam a depender do Espírito.

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Possivelmente alguns, cheios de ego e falsa motivação,


acreditam somente em si mesmos.
Quando você sobe a um altar não é para acreditar que você é
suficiente, mas antes, acreditar que se não fosse o Espírito Santo
em sua vida, nem ali você estaria tendo a oportunidade de
pregar o Evangelho.
A auto-suficiente atrapalha muito uma pregação. Quanto mais
ego tiver no seu sermão, mais longe o Espírito Santo vai estar
dele.
Pense o seguinte:
● O povo que você está pregando é a igreja, noiva de
Cristo.
● A mensagem que você está levando é o evangelho,
deixado por Cristo.
● Se está tendo a oportunidade graciosa de pregar é
porque Deus permitiu.
Com isso, o que nos leva a pensar que conseguimos algo por
conta própria? A glória é eternamente de Deus.
“Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele
eternamente. Amém.” (Romanos 11:36)
Quando Paulo escreve aos tessalonicenses, ele diz:
“Finalmente, irmãos, peço­vos que orem por nós, para que a palavra do
Senhor se espalhe livremente, e triunfe onde quer que chegue, tal como
aconteceu convosco.” (2 Tessalonicenses 3.1)
Paulo quando escreve esse versículo bíblico, ele simplesmente
está ensinando uma grande verdade aos pregadores.

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Ele roga a oração monstrando que sem a presença do Espírito


na vida dele, não conseguiria nada. E mostra que a palavra que
leva é do Senhor.
Pregador não tem ministério sem o Espírito, e deve entender
que a mensagem que ele prega, não é dele, mas sim, do nosso
Deus todo poderoso.
Pregador entristecendo o Espírito Santo
No ponto anterior, estivemos falando que a presença do
espírito é indispensável, e se você não valoriza isso,
consequentemente afasta Ele.
Nesse, quero estar abordando que as vezes podemos estar
entristecendo o Espírito Santo e isso afasta ele de nós, ainda
mais como pregadores, devemos evitar entristece-lo. A Bíblia
diz:
“E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados
para o dia da redenção.” (Efésios 4.30)
Com esse versículo de efésios, entendemos que o Espírito tem
sentimento. Com isso, existem coisas que entristecem.
Mas o que realmente entristece o Espírito Santo?
● Viver uma vida que não seja íntegra e fundamentada na
Palavra de Deus, crendo em Jesus Cristo como único e
suficiente Salvador.
Costumo dizer que pregação não começa no altar, mas antes,
começa no quarto em secreto quando oramos.
Quando falo isso, estou demonstrando que o pregador deve
viver o que prega. Ter relacionamento com Deus é
fundamental.

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Se você não tem relacionamento com Deus, tem uma vida toda
errada, faz o que quiser quando quiser sem pensar duas vezes,
e ainda quer pregar o evangelho. Preciso te afirmar, você está
entristecendo o Espírito Santo.
Quanto mais você tentar pregar o que não vive, e continuar na
hipocrisia, mais o Espírito se afasta da sua vida e de suas
pregações.
Sei que ninguém é de ferro, e se fosse pelos nossos pecados,
jamais subiríamos a um púlpito, isso desde os novos
pregadores até os pastores.
Contudo, o pecado não é frequente na vida daquele que tem
uma vida íntegra em Cristo, podemos considerar o pecado
apenas um “acidente de percurso”.
Existe uma grande diferença entre pecar e viver no pecado.
Pecar, infelizmente por nossa natureza pecaminosa, acabamos
cometendo esse erro. Agora, viver no pecado para um ministro
do evangelho é inadmissível.
Não entristeça o Espírito Santo jamais.
O pior jeito de entristecer o Espírito Santo relacionado a
pregação.
Quero trazer uma abordagem específica sobre “entristecendo o
Espírito na pregação”. Você pode estar pensando o seguinte:
● Eu não sou um hipócrita, então não estou entristecendo
o Espírito.
● Eu não vivo na prática do pecado, então não estou
entristecendo o Espírito.
● Eu não sou uma pessoa que fica mentindo em cima do
altar, então não estou entristecendo o Espírito.

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Porém, preciso te dizer algo que vai mudar seu jeito de pensar.
O pior jeito de entristecer o Espírito Santo relacionado a
pregação é justamente o despreparo.
Fazer uma exegese (estudo) descuidado, elaborar uma
mensagem de qualquer maneira e apresentar a verdade com
pouca clareza e organização são coisas que entristecem o
Espírito.
Não estou aqui falando de pessoas que sofrem ao estudar
devido a “incapacidade escolar”, contudo, estou falando de
pessoas que não tem zelo por elaborar um sermão.
Se você foi chamado um mês antes para pregar, e chega um dia
antes para começar a preparar uma pregação, larga de ser
preguiçoso e descuidado, faça as coisas de Deus com zelo.
Quantas pessoas que você já viu que foram pregar e começam a
pregação com desculpas:
● “Eu não me preparei o suficiente, mas Deus vai
abençoar”
● “Eu fui pego de surpresa, não sei muito o que falar, mas
Deus vai dar graça”
● “Eu cheguei aqui pensando na mensagem que ia pregar
e sinto que Deus vai abrir o caminho”
Isso é um erro que muitos pregadores cometem, e não acho
respaldo bíblico para afirmar qualquer verdade na frases que
pontuei acima.
Se prepare com antecedência, estudo o máximo que puder,
porque fazendo isso vai mostrar para Deus que está
comprometido com a pregação, com isso não entristecerá o
Espírito Santo.

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Entretanto, tome cuidado também para não ficar confiante


demais só no seu preparo, e cair no erro que mencionamos no
primeiro ponto, que é colocar a presença do Espírito como
dispensável, se achando “o tal”.
Quando buscamos nossa glória e não a glória de Cristo.
Esse ponto é fantástico! A glória da sua pregação é de Cristo e
não sua.
Quando você pregar, não está ali para ficar falando sobre a sua
vida, o que já conquistou, quanto dinheiro tem, quantas casas
comprou e etc.
Você está ali para pregar a verdadeira mensagem do
evangelho, a salvação por Cristo Jesus. Fazendo isso, jamais vai
afastar o Espírito da sua pregação.
Richard Baxter tinha uma frase que diz: “Se conseguirmos pregar
somente Cristo para nosso povo, teremos pregado tudo a eles.”
A mensagem principal de todas escrituras é Cristo, e se
levamos isso com excelência, vamos estrar falando de tudo que
precisam para transformar suas vidas.
Não chame os holofotes para você, não se preocupe em
conquista fama, status, posições e etc. Se preocupe em pregar o
filho de Deus que tira o pecado do mundo.
Esse foi um dos motivos do espinho que tinha na carne de
Paulo (2 Coríntios 12). Jesus queria lembrar que apesar dos
feitos que Paulo realizou, tinha Alguém por trás, que era o
próprio Cristo.
Por isso, ele deixou um espinho na carne de Paulo. Porque
quando fosse se gloriar de alguma coisa, deveria lembrar que

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não era digno de glória. Contudo, Jesus sempre foi e sempre


será digno de glória.
Se você começa a pregar com uma motivação errada, buscando
coisas que não são espirituais, e são apenas vaidades suas. Sua
pregação, será sem a ajuda do Espírito de Deus.
John Piper diz: “Aquele que dá o poder é quem recebe a glória”.
Como dependemos do Espírito Santo? (Conclusão)
Tudo que foi falado no artigo que você leu, fala sobre “aquilo
que afasta o Espírito Santo de sua pregação.”
Se você fizer justamente ao contrário do que foi demonstrado
como erro, você com certeza vai ter uma chama que arde no seu
peito chamada “dependência de Deus”.
Com isso, cada pregação, você vai sentir algo novo, vai
entender que está sendo conduzido em cada palavra por Deus.
Um dos assistentes de John Stott disse que que Stott preparava
seus sermões de joelho. Essa não precisa ser a postura física que
todo pregador deve adotar, mas, sem dúvidas, deve ser a
postura do seu coração.

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Capítulo 03

Lições Importantes para os


pregadores!

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Capítulo 03

Lições Importantes para os pregadores!

Todos amam Charles Spurgeon. Mesmo aqueles que se sentem


compelidos a editar o Calvinismo de seus sermões e escritos,
têm mostrado grande apreço por ele como um pregador da
Palavra de Deus. Não é de admirar, Spurgeon é um raro dom
de Deus para a igreja. Sua vida e obra é como Mont Blanc sobre
a paisagem pós-apostólica da igreja Cristã.

Na celebração de seu quinquagésimo aniversário, Spurgeon era


um dos homens que mais trabalhava em Londres, juntamente
com seus escritos e trabalho pessoal, supervisionava 66
organizações registradas, incluindo um orfanato e a Escola de
Pastores. Apesar de tudo isso, Spurgeon era um pregador. Ele
dedicou-se a esse trabalho acima de tudo. Desta forma, ele tem
muito a ensinar aos pregadores de hoje. A seguir estão cinco
lições que aprendi de Spurgeon:

1. Pregue a Cristo
Quando um ministro Reformado Sul Africano Holandês esteve
doente, leu um volume de sermões de Spurgeon e foi muito
ajudado por eles. Ele concluiu que o segredo de seu poder era
sua ênfase clara sobre a Pessoa de Cristo. “O Senhor Jesus era
para ele uma realidade tão intensa e viva, ele cria tanto em Sua
presença e proximidade, e em Seu maravilhoso amor com que

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nos ama, que os ouvintes sentiam que ele falava de uma


experiência que tinha visto e ouvido… No sentido mais amplo
da palavra, ele não cessa de ensinar e de pregar a Jesus Cristo”.

Este foi o seu conselho constante para os alunos da Escola de


Pastores, e para os seus companheiros de ministério pastoral.
As primeiros ele disse: “Pregue a CRISTO sempre e sempre. Ele
é todo o Evangelho. Sua pessoa, obra e oficio devem ser o nosso
único e abrangente tema”. Ele admoestou os últimos: “Dê ao
povo Cristo, nada além de Cristo. Sacie-os, mesmo que alguns
deles digam que você está fazendo-os enjoar com o evangelho”.

2. Pregue naturalmente

Spurgeon foi severamente criticado por não praticar no púlpito


a etiqueta vitoriana. Ou seja, ele pregou sem pretensões. Ele
cobrou seus alunos: “Sejam vocês mesmos e não outra pessoa”.

A oratória estudada é a morte da pregação, e um sermão não


deve ser anunciado como se fosse uma obra de literatura. Jesus
não disse: “Vá e leia o evangelho a toda criatura”. Isso levou
Spurgeon a dizer: “Dê-nos sermões, e livre-nos de tratados!”.

Um repórter descreveu a pregação de Spurgeon com as


seguintes palavras; “assim que ele começa a falar, ele começa a
agir; não como se estivesse declamando no palco, mas como se
conversasse com você na rua. Ele parece apertar a mão de todos

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e colocar todos à vontade”. Um homem deve ser quem ele é,


tanto no púlpito quanto fora dele.

3. Pregue corajosamente

Spurgeon aprendeu a ter coragem ainda quando jovem e isso


caracterizou sua vida e pregação por todo seu ministério. Ele
não tinha nenhuma tolerância para o que chamava de “homens
massa de modelar, que são influenciados por todos, e não têm
opiniões, exceto aquela opinião da última pessoa com quem ele
encontrou” ou os “irmãos cata-vento, cujas opiniões religiosas
fluem com a corrente doutrinária vigente em sua vizinhança”.

Ele demonstrou coragem quando pregou contra a Igreja da


Inglaterra e sua declaração de fé em um sermão sobre
regeneração batismal em 1864, bem como nos sermões contra o
rebaixamento doutrinário que afetava a União Batista em
1887-91. Sua postura durante a última controvérsia teve efeitos
sobre a sua saúde. Sua esposa estimou que isso tirou-lhe dez
anos de sua vida.

Em um discurso aos companheiros pastores sobre o declínio,


Spurgeon reiterou sua determinação de permanecer firme
diante dos deuses modernos da incredulidade. Ele disse que
estava disposto a ser “comido [por] cães pelos próximos
cinquenta anos”, porque ele estava confiante de que a causa
estava certa e que a história iria justificá-lo. É melhor sofrer a
perda da própria vida pela causa de Deus e da verdade do que

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ser lançado sobre “um monte de estrume, que é composto de


covardes e vidas desperdiçadas. Deus salve tanto a ti e eu de tal
vergonha!”.

4. Pregue fervorosamente

Spurgeon considera um ministro que não é fervoroso uma


criatura patética. Esta é a qualidade mais importante em um
ministro para que ele tenha sucesso em ganhar almas.

A congregação perdoará muitas falhas de um pastor, se ele for


fervoroso no púlpito. Ele disse a um grupo de missionários em
Londres, “Vocês podem pregar sem latim e grego, vocês
podem pregar sem erudição, podem pregar sem dez mil coisas;
mas não podem ganhar almas sem fervor”.

Fervor na pregação é adquirido por um alto preço e pode


diminuir com bastante facilidade. Ele dedica um capítulo
inteiro a isso em seu livro Lições aos meus alunos. Um dos
grandes obstáculos ao fervor no púlpito é muito tempo em
estudo e pouquíssimo tempo entre as pessoas. Alguns
pregadores, ele disse, devem ser tirados de seus estudos e
forçados a visitar o seu povo. Isso ajudaria a transformar seus
sermões bem produzidos em mensagens desesperadamente
necessárias sobre o Senhor.

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Ele argumenta que um pastor fiel deve estar disposto a pagar o


preço por pregar fervorosamente.

Devemos ser fervorosos até sentirmos o zelo nos consumindo,


ou então, teremos pouca força. Temos de diminuir; devemos ser
ardentes, se quisermos ser luzes brilhantes. Não podemos
salvar nossas vidas e salvar os outros; devemos nos deixar
gastar para a salvação dos homens.

5. Pregue com dependência

Spurgeon teve uma experiência quando pregava na Escócia nos


primeiros anos de seu ministério que o impressionou
profundamente sobre a completa dependência do Espírito
Santo quanto ao pregar. Ele confessou à congregação que havia
perdido todo o senso da presença do Espírito, que, “as rodas
dos carros [tinham sido] retiradas”. A partir desse momento,
ele aprendeu que aparte do poder do Espírito, sua pregação era
inútil. Ele enfatizou esse ponto aos seus colegas pastores.

Meus irmãos, estamos diante de nossa finalidade aqui. Se


buscamos o novo nascimento dos nossos ouvintes, devemos
nos prostrar diante do Senhor, conscientes de nossa
impotência, e não devemos ir novamente para nossos os
púlpitos até que ouçamos o Senhor dizer: “A minha graça te
basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.

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3.1- O que é Hermenêutica?

A hermenêutica é a ciência que estabelece os princípios, leis e


métodos de interpretação. Em sua abrangência trata da teoria
da interpretação de sinais, símbolos de uma cultura e leis.
Em uma linguagem popular, hermenêutica é uma ciência, uma
matéria. Lembra da época da escola? Lembra que você tinha
matérias pra estudar. Português, matemática, ciências, história,
geografia… Lembra disso? Então, hermenêutica é a mesma
coisa. Uma matéria. Uma ciência!
E o que aprendemos na matéria ou na aula de hermenêutica?
Através dela conhecemos os princípios de interpretação de leis
e escritos antigos e eruditos. E é por isso, que hermenêutica não
é algo restrito ao estudo da bíblia. Políticos e advogados
estudam hermenêutica na faculdade para analisar, entender e
interpretar as leis de um país.

Qual a Origem da Hermenêutica?


A palavra HERMENÊUTICA é derivada do termo grego
HERMENEUTIKE e o primeiro homem a empregá-la como
termo técnico foi o filósofo Platão. Quando usamos a
hermenêutica para interpretar a bíblia, classificamos com o
nome: Hermenêutica bíblica. Assim como os advogados
usando para leis, classificam como: Hermenêutica

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jurídica.Hermenêutica na Bíblia é a arte que estuda as


escrituras, o que cada palavra, frase e capítulos significam.
Existem muitos textos na Bíblia difíceis de compreender, por
isso a hermenêutica faz-se essencial para as pessoas que não
têm muito conhecimento das palavras e dos símbolos.

Olha o que diz Pedro:


“Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais
há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes
torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria
perdição. Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão,
guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis,
sejais juntamente arrebatados, e decaiais da vossa firmeza.” (2
Pd 3.16,17)
Agora, veja um texto bíblico que deixa claro a necessidade da
hermenêutica e seus princípios de interpretação.
E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse:
Entendes tu o que lês?
E ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar?
E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.
E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha
para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que
o tosquia, Assim não abriu a sua boca.
Na sua humilhação foi tirado o seu julgamento; E quem contará
a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra.

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E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz


isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro?
(Atos 8:30-34)
Fica claro que existe uma necessidade de explicar o texto para o
Eunuco. Por exemplo; os intérpretes do primeiro século
identificavam este servo sofredor de Isaías 53 como sendo o
próprio povo de Israel.

Dividimos Hermenêutica bíblica em 2 partes:

Hermenêutica Geral.
Cuida do estudo das regras que regem o estudo do texto
inteiro, incluindo elementos histórico e cultural, léxico e
sintático, contextual e teológico, sendo aplicada a qualquer
obra escrita. Eita, agora ficou profundo neh..!
Mas calma, pra facilitar isso, entenda que a hermenêutica geral
trata de regras que podem ser aplicadas em toda a bíblia. Em
qualquer livro ou capítulo, pois essas regras da hermenêutica
geral consideram a história antiga e a cultura da época. Como
também o idioma, o contexto e a teologia.

Hermenêutica Especial.
Estuda as regras que se aplicam somente ás formas distintivas
de literatura, como as parábolas, as alegorias, os tipos e as
profecias.
Em resumo o que é Hermenêutica? Bom, apenas lembre sempre
que, a hermenêutica dita as regras e estuda as regras a fim de

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130

mantê-las afiadas, e a exegese aplica as regras, coloca em


prática. Assim sendo, a hermenêutica antecede a exegese. Ou
seja, a hermenêutica vem antes da exegese.
“Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para
ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em; para
que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído
para toda a boa obra.” (II Tm. 3.16,17)
“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da
Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca
foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens
santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (2 Pd
1.20,21)

As 5 Regras de Interpretação Bíblica.

A ciência que estuda a interpretação bíblica chama-se


hermenêutica bíblica.
Ela é uma das ciências que todo pregador deveria conhecer.
Mas, infelizmente, nem todos conhecem essa arte de
interpretar textos.
Elea tem por objetivo orienta o leitor para que o mesmo chegue
ao sentido real da porção escriturística lida. Ela baseia-se em
uma regra fundamental de onde procedem as demais regras.
Então, vamos lá?
Compartilho com você agora a regra fundamental e as cinco
regras de interpretação que o bom arauto de Deus não pode
deixar de saber.

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REGRA FUNDAMENTAL:

A Bíblia é a sua principal intérprete.


A Escritura é Explicada pela própria escritora. A bíblia explica
a si mesma, ou seja, as dúvidas em determinado texto bíblico
são sanadas dentro da própria Bíblia.
Sua interpretação não vem de fora, deve vir de dentro dela. A
dúvida na interpretação bíblica de um texto deve ser sanada
utilizando outro texto bíblico relacionado.

PRIMEIRA REGRA.
É preciso o quanto seja possível, tomar as palavras em seu
sentido usual e comum.
Os autores da Bíblia sempre falaram a linguagem do povo, a
popular. A fala não era técnica ou científica. Todos deveriam
entender claramente o que estava sendo dito.
Ninguém deveria ser privado de entender a mensagem por
falta de conhecimentos específicos.
Por isso que entender os usos e costumes e a linguagem do
mundo Bíblico nos ajudam a compreender o sentido usual das
palavras, consequentemente o sentido correto.

SEGUNDA REGRA.
É de todo necessário tomar as palavras no sentido que indica
o conjunto da frase.

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Aqui trabalha o sentido da palavra dentro da frase. Então é


preciso verificar o assunto que o autor está desenvolvendo para
terminar o sentido de uma palavra.
As palavras mudam de sentido dependendo do assunto
tratado. Por exemplo, as palavras sangue e corpo variam
dependendo do assunto imediato. Também vemos que a
palavra “salvo” no AT geralmente se referia a algum
livramento; já no NT, a salvação em Jesus Cristo.

TERCEIRA REGRA.
É preciso tomar as palavras em seu sentido indicado no
contexto.
Aqui trabalha o sentido da palavra dentro do contexto. É
necessário analisar as porções de texto que vêm antes e depois
do texto escolhido.
Quando se acha um texto obscuro na sua interpretação é
preciso ver toda a unidade lógica e inteira em que o texto em
apreço está inserido.

QUARTA REGRA
É preciso tomar as palavras considerando o objetivo do livro.
Aqui trabalha o sentido da palavra dentro do livro.
Por exemplo,
● Os salmos foram escritos para louvar a majestade santa
de Deus.

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133

● O livro de Atos teve por objetivo mostrar a


continuidade do ministério de Jesus por meio da sua
igreja.
● As cartas paulinas são para doutrinação.

QUINTA REGRA.
É necessário consultar as passagens paralelas, ou seja, texto
que tratem do mesmo assunto que o texto em questão.
Por exemplo, caso deseja falar de salvação, é preciso analisar
outros textos que falam desse mesmo assunto.
Nenhuma doutrina deve ser afirmada em cima de uma única
passagem, ela deve considerar toda a Bíblia. Deve-ser,
obrigatoriamente, considerar seus ensinamentos gerais.

Texto sem contexto é pretexto para heresia.

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3.2- O que é Exegese? Qual a Importância dela?

E este é o significado das palavras: Mene: Deus contou os dias


de seu reinado e determinou seu fim. Tequel: Você foi pesado
na balança e não atingiu o peso necessário. Parsim: Seu reino
será dividido e entregue aos medos e aos persas”. (Daniel
5:26-28)
Enquanto você não souber fazer exegese, não será um pregador
de verdade. Porque todos os livros do novo testamento fazem
algumas ou várias exegeses do antigo testamento.
Por isso, quem não sabe exegese não sabe pregar. Porque
exegese é a principal ferramenta do pregador, é o que
transforma um discurso em pregação.
Se você for pregar e não fizer exegese de nenhum texto bíblico.
Posso dizer que não foi pregação, foi discurso, foi palestra, foi
contar histórias, foi qualquer outra coisa, menos pregação.
Mas o que é fazer exegese? É fazer a interpretação do texto
bíblico dentro do seu contexto e por fim, trazê-lo aos dias de
hoje aplicando nas nossas vidas.
Mas o que é exegese? Exegese é uma palavra grega, “ex” que
significa saída, (lembra do êxodo?), mas não somente saída,
também é relacionado a ir, ou levar, tirar. (tudo tem a ver com
saída). De maneira que exegese significa tirar para fora, revelar,
desdobrar a mensagem. Ou seja, fazer uma exegese é fazer um
estudo, uma pesquisa, para encontrar a mensagem escondida
no texto bíblico. E assim chegar na real interpretação dele.

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Pois somente entendendo o texto fielmente, é que poderemos


trazê-lo para os nossos dias, e entender como ele se aplica na
nossa vida hoje.

E qual a importância da exegese?


Devido a muitas interpretações absurdas, erradas e heréticas, a
exegese se faz necessária para que possamos entender a bíblia
como ela é. E não como os homens querem que seja.
Por isso, surge a eisegese, que é interpretar o texto atribuindo
idéias a ele.
Imaginar sem nenhuma evidência, que o texto diz isso ou
aquilo. É colocar sua opinião, seus palpites no texto.
E de palpiteiros da bíblia, já estamos cheios.
Por favor, não seja mais um palpiteiro.
Seja um exegeta! Um pregador de verdade. Por isso coloquei o
texto onde Daniel esta interpretando o escrito na parede.
O que significa ‘Mene’? É o nome do mamute da era do gelo?
Não. Mas então, qual seria a tradução de Mene? Não sabemos,
a bíblia não diz.
E agora você me fala: Diz sim, (Dn 5:26). E é aqui que você
precisa entender a diferença entre tradução e interpretação.
Daniel não traduziu. Ele interpretou! Porque tradução é assim:
1 = 1. Mas a interpretação é assim: X = 5.773,28. Percebe a
diferença? É por isso que não sabemos o que significa Mene,
Tequel e Parsim.

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São palavras que não podem ser traduzidas, pois no céu não
existem idiomas, existe apenas uma única forma de
comunicação.
Idiomas são coisas da terra, que Deus colocou por um
propósito na torre de Babel, mas que não se aplica ao céu.
Ou você acha que tem anjos que falam outros idiomas e anjos
que traduzem? No céu, tudo é questão de interpretação e não
de tradução.
E a exegese bíblica trata exatamente disso, de INTERPRETAR e
não de traduzir.
Na tradução é assim: Oi = Hi. Ou então: Alô = Hello.
Mas na interpretação, uma só palavra pode ser uma frase, um
parágrafo, um livro inteiro.
Por isso que: Mene, interpretado é uma frase longa: “Deus
contou os dias de seu reinado e determinou seu fim.” (Dn 5:26).
E na exegese a mesma coisa acontece. Uma só palavra na bíblia,
se você for estudar e pesquisar, pode encontrar uma frase, um
parágrafo ou uma história bem grande por trás, pra interpretar
aquela única palavra.
E como vamos fazer exegese? Com ferramentas, materiais que
existem hoje. Por exemplo, os comentários bíblicos são muito
utilizados pelos pregadores, porque eles já trazem exegeses
prontas. E assim nos evita o trabalho de pesquisa, basta conferir
nos comentários as exegeses acerca daquele texto bíblico.
Mas nada melhor do que você mesmo fazer a exegese, para se
familiarizar profundamente com o texto bíblico. Uma boa dica
é usar um aplicativo chamado: MyBible, que já traz o dicionário

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de “Strong” e nele você pode ver o significado das palavras


desde o original grego e hebraico.

A IMPORTÂNCIA DA EXEGESE PARA O SERMÃO.

‍Devido à natureza divino-humana das Escrituras o pregador


deve se esmerar no estudo da Bíblia. Convencido do princípio
da Vox Dei, de que o pregador fiel é Voz de Deus, Calvino tinha
o cuidado de extrair das Escrituras o seu verdadeiro
significado. É por isso que ele é conhecido como o pai da
exegese, o exegeta da reforma, o maior exegeta de todos os
tempos, o príncipe dos expositores[1].
O princípio reformado de interpretação ensina que, em meio à
dificuldade de se interpretar um texto, deve-se recorrer a outro
texto bíblico sobre o assunto que seja mais claro, e ainda,
deve-se analisar o ensino de toda a Escritura sobre o assunto.
Daí a famosa frase de Lutero: “a Escritura interpreta a si
mesma”.[2]
Sob a alegação de que é impossível não haver subjetividade na
interpretação do texto sagrado, alguns estudiosos, mal
preparados ou mal intencionados, justificam a prática de impor
suas preferências e necessidades ao texto sagrado. Sobre isso,
Wiersbe afirma:
O processo de interpretação precisa ter sua subjetividade minimizada
o máximo possível. Para ser correto, queira ser um instrumento nas
mãos do Senhor. Mas alguns elementos da subjetividade sempre
estarão presentes. Porque temos uma vida imperfeita, nós sempre

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traremos a certos textos nossas ideias, influências culturais,


cosmovisões limitadas, e outros fatores que formam nossos
paradigmas hermenêuticos[3].
Não há dúvidas de que o comentário acima não serve para
justificar a subjetividade na interpretação do texto bíblico, e
sim, minimizar ao máximo possível qualquer espécie de
subjetividade. Embora seja muito difícil se aproximar do texto
bíblico sem pressupostos e sem qualquer espécie de teologia
pré-concebida, faz-se necessário renunciar opiniões pessoais
quando, confrontadas com o texto sagrado, elas se mostrarem
antibíblicas.
Muitos pregadores, que nem sequer sabem o que é uma
exegese, alegam usar as ferramentas necessárias para uma
interpretação fiel. Por isso, é preciso, mesmo que brevemente,
delinearmos alguns pressupostos da exegese.
O primeiro trabalho do pregador é realizar um estudo histórico
da passagem. Esse estudo consiste em procurar definir,
mediante as evidências extraídas da Bíblia ou de outras fontes,
quem é o autor do livro, qual a data, local e ocasião em que o
texto foi escrito e quais os seus destinatários. O próximo passo
é fazer um estudo contextual da passagem.
Esse estudo consiste em se delinear o contexto histórico, os
acontecimentos mais importantes do período próximo
relacionados ao autor e destinatários; o contexto literário, tanto
próximo quanto remoto da passagem; e a estrutura do
contexto.

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O último passo da exegese é realizar um estudo do texto. Nesse


passo o exegeta precisará traduzir o texto original para a língua
vernácula; definir o gênero literário, o que é muito importante
para a correta interpretação, evitando alegorias indevidas; e
definir a estrutura do texto. Além de ajudar a compreender a
ordem do discurso, o estudo da estrutura do texto muitas vezes
suscita as suas divisões naturais. Na sequência faz-se
necessário um estudo das palavras chaves, aspectos
gramaticais, mensagem para a época da escrita e teologia do
texto.
A exegese deve ser vista como um estudo minucioso que tem
por propósito chegar à interpretação do texto para que seja
possível fazer as devidas aplicações. Ela é um recurso teológico,
histórico e gramatical, e não místico. Ela é de fundamental
importância para estudar e expor com fidelidade o texto
sagrado.

3.3- Conhecendo um pouquinho da Bíblia.

A Bíblia certamente é o livro de Deus por Excelência. E o que a


diferencia dos demais livros, é justamente a sua inspiração
divina, “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa
para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em
justiça”
(2 Timóteo 3:16). Nenhum outro livro na face da terra possui
um testemunho tão valioso e uma luz tão brilhante quanto á
Bíblia. Sua autoridade, inerrância e infalibilidade se encontram

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nas entrelinhas de cada versículo, de cada palavra, de cada


profecia, de cada promessa. Como cristãos é importante que
reconheçamos a necessidade que temos de compartilhar Cristo
com outras pessoas e de levá-las a Seus pés. No entanto, muitas
vezes, não temos os fundamentos necessários para derrubar
seus argumentos mentais e espirituais, porque nos falta o
conhecimento básico da Palavra de Deus. Cada uma das
verdades que há nas Escrituras, nos dá um profundo
conhecimento de Deus e é através delas que podemos nos
firmar na rocha que é Cristo.
A razão pela qual você precisa conhecer a Palavra é para que
tenha uma vida vitoriosa, em plenitude, e cumpra com o
propósito que Deus tem para você.

● O que é a Bíblia?
A palavra Bíblia vem do grego Biblos que significa livro.
Considerava-se que esses escritos formavam por si mesmos um
conjunto concreto e determinado, sendo superiores às demais
obras literárias existentes. Assim, a Bíblia é conhecida como “As
Sagradas Escrituras”, conteúdo que a eleva à categoria de livro
por excelência.

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Ela contém a história da Salvação, desde a criação do mundo


feita por Deus até as profecias da segunda vinda gloriosa de
Jesus, o Filho de Deus. Podemos, para um melhor
entendimento, caracterizá-la como uma “grande carta” enviada
por Deus a todos os seus filhos. Nesta carta contém o plano que
Deus preparou para cada um de nós.Assim, a Bíblia pode ser
definida como o livro sagrado que é a Palavra de Deus escrita
por diferentes autores mediante a revelação do Espírito Santo.
A definição canônica de bíblia é a revelação de Deus a
humanidade, (2ª Timóteo 3:16 e 2ª Pedro 1:21). Ela é sagrada
porque contém a autoridade e inspiração divina.
Qual a necessidade das Escrituras
Deus se tem revelado através dos tempos por meio de suas
obras, isto é, a criação, (Salmo 19:1-8, Romanos 1:20). Mais é na
palavra de Deus, que temos uma revelação especial e muito
maior. E em Cristo, que é a palavra de Deus viva, (João 1:1).
E esta revelação tornou-se necessária devido à queda do
homem.

● Como foi escrita?


A Bíblia foi escrita ao longo de 16 séculos, por cerca de 40
autores diferentes, nas mais diferentes condições e épocas, mas

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foi inspirada unicamente por Deus. Deus usou de pessoas


como instrumentos Seus para transmitir a Sua mensagem.
Cada escritor manifestou seu próprio estilo e características
literárias. Entretanto, há na Bíblia um só plano ou projeto, que
de fato mostra a existência de um só autor divino, guiando os
escritores.

Seu início ocorreu antes da vinda de Cristo, com as chamadas


“traduções orais”, que vem a ser as histórias que uns contavam
a outros. Por volta de muito tempo atrás, os chamados escribas
decidiram “passar para o papel” essas histórias. Com isso,
pouco a pouco, a Bíblia foi sendo formada.
Ela foi terminada de ser escrita por volta do ano 100 d.C., com o
Apóstolo João, (que escreveu o Apocalipse).

● Como a Bíblia é formada?


A Bíblia é formada por livros sagrados ou canônicos(*).
São 66 os livros contidos na Bíblia. Desses 66 livros sagrados, 39
constituem o conjunto de livros do Antigo Testamento e 27
constituem o conjunto dos livros do Novo Testamento.
Podemos afirmar então, que a Bíblia é dividida em duas

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grandes partes: Antigo Testamento e Novo Testamento. A


palavra testamento significa aliança ou pacto.
Cânon – é um grupo de livros da bíblia aceitos como escrituras
por estarem de conformidade com os padrões de inspiração
divina. Vem do grego “kanon”, que significa uma regra para
medir, que metaforicamente é um padrão ou regra de conduta.
As duas divisões são naturais e representam 02 pactos,
(Jeremias 31:31 e Hebreus 8:13). A divisão do texto bíblico em
capítulos e versículos não vem do original. A primeira Bíblia
que trouxe essa divisão foi a Vulgata em 1555.

● O Velho Testamento.
Possui 39 livros e se divide em cinco partes: Livros da Lei,
Livros Históricos, Livros Poéticos e os Profetas Maiores e
Profetas Menores.
Lei: Gênesis, Êxodo, Levíticos Números e Deuteronômio.
Seu conteúdo expõe a criação do mundo e as leis dadas ao povo
de Israel no período de sua convivência com as nações
caracterizadas pelo paganismo.
Históricos: Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II
Reis, I Crônicas, II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester.

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Seu conteúdo expõe dados históricos sobre a forma como Deus


revela a Si mesmo e a Sua verdade de uma forma progressiva.
Poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares (Cânticos
dos cânticos).

Em seu conteúdo destaca-se a poesia hebraica. Sua exposição é


variada, especialmente no Livro de Provérbios que expressa
princípios para a formação individual e social.
Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias,
Ezequiel e Daniel.
O conteúdo destes livros refere-se à história escrita
anteriormente em relação a acontecimentos distantes e a outros
de cumprimento iminentes no futuro.
Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas,
Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias,
Malaquias.
O conteúdo destes livros refere-se à história escrita
anteriormente em relação a acontecimentos distantes e a outros
de cumprimento iminentes no futuro.

● O Novo Testamento:

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Possui 27 livros e se divide em cinco partes: Evangelhos, Livro


Histórico, Epístolas Paulinas, Epístolas Gerais e Livro Profético.
Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João.
Seu conteúdo principal é em torno da vida de Jesus, incluindo
Seu nascimento, ministério, ensinos, sofrimento milagroso,
morte, ressurreição e ascensão.
Histórico: Atos dos Apóstolos.
Contém a história do Cristianismo do primeiro século. Destaca
como foram aceitas por judeus e gentios, as boas novas da
salvação, por meio de Cristo.
Epístolas Paulinas: Romanos, I Coríntios, II Coríntios, Gálatas,
Efésios, Filipenses, Colossenses, I Tessalonicenses, II
Tessalonicenses, I Timóteo, II Timóteo, Tito, Filemom.
São cartas de Paulo dirigidas especialmente às igrejas da época
e aos seus líderes. Seu conteúdo fornece a orientação para a
congregação quanto à fé cristã e a prática dos parâmetros
Divinos.
Epístolas Gerais: Hebreus, Tiago, I Pedro, II Pedro, I João, II
João, III João, Judas.
São cartas dos outros líderes da época dirigidas especialmente
às igrejas da época e aos seus líderes. Seu conteúdo fornece a
orientação para a congregação quanto à fé cristã e a prática dos
parâmetros Divinos.

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Profético: Apocalipse, (Revelação)

É o livro que mostra simbolicamente os planos divinos a


respeito dos tempos finais. Seu conteúdo constitui uma
mensagem específica às igrejas no final do primeiro século e
aos crentes de todas as épocas. Os acontecimentos futuros são a
sua base.

● Quais foram os idiomas usados para escrever a Bíblia?


Foram usados três idiomas: hebraico, aramaico e grego.
O Antigo Testamento foi totalmente escrito em hebraico. Já, o
Novo Testamento, foi escrito a maior parte em grego e uma
pequena parte em aramaico, (que vem a ser um dialeto do
hebraico). Por curiosidade, o idioma que Cristo falava era o
aramaico.
Podemos interpretar a Bíblia de qualquer modo?
A interpretação da bíblia é algo muito importante, e NÃO
devemos interpretá-la de qualquer modo. Ao ler a Bíblia,
devemos orar para o Espírito Santo nos revelar as verdades
nela contidas.
O mundo é repleto de seitas e religiões que pregam a livre
interpretação. Essa atitude desregrada causa o que vemos ao

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nosso redor: o nascimento de seitas e mais seitas que pregam


aquilo que não é correto.

● Qual é a diferença entre a Bíblia Evangélica e a Bíblia


Católica?
As Bíblias de Edição católico-romana têm 73 livros, são 7 a mais
que a Bíblia usada pelos evangélicos. Estes livros são chamados
“Apócrifos”, que significa: “Espúrios”, ou seja, foram escritos
simplesmente por homens e não inspirados por Deus.
São eles: Tobias, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, I
Macabeus, e II Macabeus e Judite. Sua aprovação pela igreja
Romana se deu no Concílio de Trento em 1546.

● Como podemos manusear a Bíblia?


Para aprender a manusear a Bíblia, devemos antes de tudo,
saber o que são capítulos e versículos. Os capítulos são as
divisões que encontramos nos livros sagrados. Normalmente,
os capítulos aparecem em números grandes. Os versículos são
as divisões que encontramos dentro dos capítulos, sua função é
de auxiliarmos na localização das frases bíblicas.

Normalmente, os versículos aparecem em números pequenos,


que estão obrigatoriamente no meio do texto bíblico.

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● O que significa Pontuação Bíblica?


A Pontuação Bíblia vem a ser a forma que encontramos para
manusear a Bíblia com maior facilidade. As principais
pontuações bíblicas são as seguintes:
(:) Os “dois pontos” separa capítulo de versículo. Exemplo:
Daniel 3:5 (Livro de Daniel, capítulo 3, versículo 5).
(-) “Hífen” equivale ao “até”. Exemplo: Daniel 3:1-5 (Livro de
Daniel, capítulo 3, versículo de 1 até 5).
(,) “Ponto” mostra versículos alternados. Exemplo: Daniel 3:1,
3, 5 (Livro de Daniel, capítulo 3, versículo 1, versículo 3 e o
versículo 5).
Essas são as principais pontuações bíblicas, que normalmente
usamos para manusear mais facilmente a Bíblia.

● O que são abreviações bíblicas?


As abreviações bíblicas têm como finalidade, facilitar na hora
de especificar o livro sagrado.
A maioria das Bíblias, para não dizer todas, possui uma página
com todas as abreviações bíblicas, para a consulta de todos os
leitores. São elas:

● Antigo Testamento:
Gn. – Gênesis
Ex. – Êxodo

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Lv. – Levíticos
Nm. – Números
Dt. – Deuteronômio
Js. – Josué
Jz. – Juízes
Rt. – Rute

ISm. – I Samuel
IISm. – II Samuel
IRs. – I Reis
IIRs. – II Reis
ICr. – I Crônicas
IICr. – II Crônicas
Ed. – Esdras
Ne. – Neemias
Et. – Ester
Jó – Jô
Sl. – Salmos
Pv. – Provérbios
Ec. – Eclesiastes
Ct. –Cântico dos Cânticos
Is. – Isaías

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Jr. – Jeremias
Lm. – Lamentações de Jeremias
Ez. – Ezequiel
Dn. – Daniel
Os. – Oséias
Jl. – Joel
Am. – Amós
Ob. – Obadias
Jn. – Jonas
Mq. – Miquéias
Na. – Naum
Hc. – Habacuque
Sf. – Sofonias
Ag. – Ageu
Zc. – Zacarias
Ml. – Malaquias

● Novo Testamento:
Mt. – Mateus
Mc. – Marcos

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151

Lc. – Lucas
Jo. – João
At. – Atos dos Apóstolos
Rm. – Romanos
ICo. – I Coríntios
IICo. – II Coríntios
Gl. – Gálatas
Ef. – Efésios
Fp. – Filipenses
Cl. – Colossenses
ITs. – I Tessalonicenses
IITs. – II Tessalonicenses
ITm. – I Timóteo
IITm. – II Timóteo
Tt. – Tito
Fm. – Filemon
Hb. – Hebreus
Tg. – Tiago
IPe. – I Pedro
IIPe. – II Pedro
IJo – I João
IIJo – II João
IIIJo – III João
Jd. – Judas
Ap. – Apocalipse

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● Qual é o tema central da Bíblia?


Jesus é o tema central da Bíblia. (Romanos 11:36).

● Como ler a Bíblia?


Para um melhor entendimento e aproveitamento da
leitura Bíblica, é recomendável estudar um dos livros
sagrados do começo ao fim.
O Cristão que deseja crescer na fé e se aproximar de
Deus deve se alimentar diariamente de Sua Palavra.
Ela é um ingrediente imprescindível que não pode
faltar na vida de nenhum crente.

20 Curiosidades Bíblicas que você precisa conhecer


ABíblia é um conjunto de 66 livros. Levou-se aproximadamente
um período de 1600 anos até que todos os livros fossem
escritos. Apesar do tempo, a Palavra de Deus continua atual.
Deus é o verdadeiro autor da Bíblia. Através dele, mais de 40
homens foram inspirados a redigirem os textos sagrados (2
Pedro 1:20-21 e 2 Timóteo 3:16-17).
A Bíblia é a palavra viva (Mateus 4:4). Neste artigo listamos 20
curiosidades que tornam a Bíblia tão interessante e essencial
para nossa vida.

1. Por que o nome da Bíblia é Bíblia?


O nome Bíblia remete a cidade do Líbano chamada Biblos, atual
Jbeil. A cidade era conhecida por produzir papiros - ou rolos -

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para a escrita. A influência da cidade foi tamanha que a palavra


'bíblia' significa 'livros' em grego.

2. A Bíblia foi o primeiro livro impresso do mundo!


Na antiguidade, os livros eram escritos e copiados a mão. Foi
em 1439 na Alemanha, através de Johannes Gutenberg que foi
impresso o primeiro livro no mundo: a Bíblia!

3. A Bíblia é o livro mais vendido e traduzido da história!


As Escrituras Sagradas já foram traduzidas em
aproximadamente 3000 línguas e dialetos. Estima-se que mais
de 3,9 bilhões de cópias tenham sido vendidas no mundo, um
verdadeiro best seller!

4. Em cada país há uma Sociedade Bíblica


O sucesso da divulgação da Bíblia - e traduções -se dão pelo
fato de cada país ter uma Sociedade Bíblia. Esta organização é
responsável pelas traduções nos idiomas locais e na
distribuição dos exemplares.

5. A Bíblia não era dividida em capítulos e versículos


O sistema de divisão dos textos em capítulos e versículos se
deu séculos depois da primeira versão da Bíblia. Em 1227 o
Inglês Stephen Langton dividiu a Bíblia em capítulos.
Cerca de 300 anos depois, Robert Stephanus organizou a Bíblia
em versículos unificando com sistema de capítulos. A primeira

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versão da Bíblia Vulgata em francês com o sistema 'capítulo e


versículo' foi publicada em 1553.

6. A Bíblia em português só surgiu no século XVIII


A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748,
aproximadamente 300 depois da primeira versão impressa por
Gutemberg. A tradução foi feita a partir da Vulgata Latina e
iniciou-se com D. Diniz (1279-1325).

7. A Bíblia foi originalmente escrita em 3 idiomas


A Bíblia, inicialmente, foi composta em três idiomas: o Antigo
Testamento foi escrito em hebraico e o Novo Testamento escrito
em grego com alguns textos em aramaico.

8. O Livro de Gênesis não é o livro mais antigo da Bíblia


Segundo estudiosos, o livro mais antigo da Bíblia é o Livro de
Jó. Vale lembrar que a Bíblia não está organizada em ordem
cronológica mas respeitando uma narrativa e estilos literários.
9. O Livro de Mateus não foi o primeiro livro escrito do Novo
Testamento
Na verdade o primeiro livro escrito do Novo Testamento foi o
Livro de Tiago, entre 45 e 48 d.C. Assim como no Antigo
Testamento, os livros estão organizados seguindo uma ordem
narrativa e não uma ordem cronológica.
10. Qual é o maior versículo da Bíblia?
O maior versículo da Bíblia se encontra em Ester 8:9.
11. Qual o menor versículo da Bíblia?

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O menos versículo da Bíblia se encontra em Êxodo 20:13 e tem


apenas 10 letras; "Não matarás".
12. Qual o maior capítulo da Bíblia?
O maior capítulo o da Bíblia é Salmos 119, que possui 176
versículos.
13. Qual o menor capítulo da Bíblia?
Já o menor capítulo também encontra-se em Salmos. O Salmo
117 conta com apenas 2 versículos.
14. Qual maior livro da Bíblia?
O maior livro da Bíblia é o Livro de Salmos com 150 capítulos.
15. Qual o menor livro da Bíblia?
A segunda Epístola de João é o menor livro da Bíblia, possui
apenas 13 versículos.
16. Livros com apenas um capitulo:
Na Bíblia há alguns livros que tem apenas um capítulo, são
eles: Obadias, Filemom, 2ª João, 3ª João e Judas.
17. Não temais!
O termo “Não temais” aparece na Bíblia 366 vezes. Uma para
cada dia do ano e ainda uma sobra para o ano bissexto.
18. A Bíblia não relata todos os milagres realizados por Jesus
Nos Evangelhos estão registrados 35 milagres realizados por
Jesus, mas o próprio Apóstolo João em João 20:30, reitera que
Cristo realizou ainda mais milagres e maravilhas.
19. Período Interbíblico: 400 anos de silêncio
Período Interbíblico é o espaço de tempo - entre o Antigo e o
Novo Testamento - que marca o silêncio profético de Malaquias
até a pregação de João Batista. Levou-se 400 anos até que João
Batista fosse levantado para profetizar a chegada do Messias.

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20. Dia da Bíblia


O Dia da Bíblia foi criado em 1549 na Grã-Bretanha. Celebrado
no segundo domingo do mês de dezembro, o Dia da Bíblia
entrou oficialmente no calendário brasileiro em 2001.

Até a Próxima!

fim!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

“ Quando conhecemos podemos sentar no restaurante e


escolher no cardápio o que vamos querer, quando não
conhecemos,comemos do que as pessoas nos dão e nem sempre
é bom. Por isso há uma necessidade enorme de buscar o
conhecimento”. ( Christian Vianna)

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