Você está na página 1de 4

domingo, 17 de dezembro de 2023

O PROPÓSITO DE MISSÕES

4º Trimestre/2023

Subsídio para a Lição 13

Texto Base: Apocalipse 5:9-14

“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa
obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1Co.9:16).

Apocalipse 5:

9. E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste
morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação;

10.e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.

11.E olhei e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número
deles milhões de milhões e milhares de milhares,

12.que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e
sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças.

13.E ouvia toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as
coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de
graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.

14.E os quatro animais diziam: Amém! E os vinte e quatro anciãos prostraram-se e adoraram ao que vive
para todo o sempre.

INTRODUÇÃO

Jesus veio ao mundo com uma missão de morrer pelos nossos pecados e, por meio dessa morte de cruz,
fazer com que tivéssemos acesso livre ao Pai e a promessa da salvação. Jesus foi enviado pelo próprio
Deus para tão nobre Missão (João 3:16). Deixou a sua glória e veio ao mundo sofrer e morrer como
homem para que hoje, eu e você pudéssemos ser livres, pois somente por meio de Cristo somos
verdadeiramente livres (João 8:36). E quando Jesus veio a Terra, nos deixou também uma voz de
comando, pois assim como ele foi enviado pelo Pai, ele também nos envia - ”assim com o Pai me enviou
eu também vos envio” (João 20:21).

Assim, fazer missões é levar as boas novas do Senhor para aqueles que precisam ser alcançados por uma
palavra de cura, esperança e salvação para aqueles que estão desacreditados. Mas para alcançar povos de
todo o canto do mundo é necessário se dedicar a aprender a língua e a cultura do lugar de forma que
apliquem a mensagem para que todos possam compreender. Apesar de ter pessoas com esse chamado
específico de missionário, a ordem é para todos nós, pois Jesus diz: “Portanto ide, fazei discípulos de todas
as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt.28:19).

Então, para que fazer missão? (a) Para que vidas sejam alcançadas (Lc.4:18) - “O Espírito do Senhor está
sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar
liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos”; (b) Para que o
evangelho seja propagado (Atos 13:47) - Pois assim o Senhor nos ordenou: “Eu fiz de você luz para os
gentios, para que você leve a salvação até aos confins da terra”; (c) Para que conheçam Jesus Cristo
(Is.12:04) - “E direis naquele dia: Dai graças ao Senhor, invocai o seu nome, fazei notório os seus feitos
entre os povos, contai quão excelso é o seu nome”; (d) Para que haja liberdade de vida por meio daquele
que nos enviou (2Pd.2:9) - “Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos
para o dia do juízo, para serem castigados”; (e) Para que o Reino cresça (João 3:30) – “É necessário que
ele cresça e que eu diminua”.

I. O ALVO DA OBRA MISSIONÁRIA


1. O fundamento da realidade salvífica

O entendimento da realidade salvífica, conforme descrito na Bíblia, é fundamental para todos os cristãos. O
livro do Apocalipse é o último livro da Bíblia Sagrada que descrevem visões proféticas de João sobre a
vitória da Igreja, o juízo divino sobre a humanidade, e sobre satanás e seus anjos, bem como mostra o
propósito de Deus de redimir a humanidade desde o livro de Gênesis.

Apocalipse 5:9 destaca a redenção através do sacrifício de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que foi
sacrificado para redimir a humanidade, permitindo a reconciliação entre Deus e os seres humanos.
Nenhum outro sacrifício, tanto o de animais no Antigo Testamento quanto o de seres humanos na história
das nações pagãs, com vistas a alcançar a salvação do homem, teve o êxito de apagar os pecados do
passado, do presente e do futuro; somente o sacrifício de Cristo foi completo nesse sentido, a ponto de
anular uma aliança antiga para inaugurar um novo tempo de relacionamento com Deus, estabelecendo
uma aliança nova, superior e perfeita.

A ideia de anunciar essa realidade salvífica para toda a humanidade é central na missão da Igreja. Os
cristãos têm a convicção de que pregar o Evangelho e a mensagem da salvação é uma responsabilidade
fundamental. Eles buscam propagar a fé, compartilhar o amor e a graça de Deus, e convidar as pessoas a
aceitarem a redenção oferecida por meio de Jesus Cristo.

Essa missão de pregar a mensagem de salvação vai ao encontro do que é conhecido como a Grande
Comissão, encontrada nos Evangelhos, onde Jesus instrui seus discípulos a pregar o Evangelho a todas as
nações e fazer discípulos (Mt.28:18-20).

2. Um propósito global

Em Mateus 28:18-20, Jesus diz: "Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". A palavra “toda” traz a mesma conotação de alcance em que
encontramos em Apocalipse 5. Essas passagens enfatizam a universalidade do Evangelho e o propósito
glorioso de Deus para sua igreja: proclamar o Evangelho a todas as nações e pessoas.

A Grande Comissão evidencia um chamado para levar a mensagem do Evangelho a todos os povos, sem
restrição de etnia, nacionalidade ou localização geográfica. Apocalipse 5:9 destaca a redenção
proporcionada por Jesus Cristo, que é universal em sua abrangência, abarcando pessoas de "toda tribo, e
língua, e povo, e nação". Isso reforça a compreensão de que o plano de Deus para a salvação é global,
alcançando todas as culturas e grupos étnicos.

Essa visão universal da missão da Igreja implica uma responsabilidade fundamental para os cristãos,
conforme expresso em 1Coríntios 9:16, onde Paulo menciona uma obrigação de pregar o Evangelho. A
proclamação do Evangelho não é apenas uma tarefa, mas uma parte integrante do plano de Deus para a
salvação da humanidade. Assim, a missão da igreja é pregar a mensagem do Evangelho de maneira a
alcançar todas as pessoas, convidando-as a aceitar a redenção em Jesus Cristo e a participar da vida
transformada por meio da fé em Cristo. Este é um propósito glorioso e desafiador que orienta as ações e
esforços dos cristãos no mundo todo.

II. PREGAR O EVANGELHO: A RESPONSABILIDADE DE TODO CRISTÃO


1. Qual é a nossa disposição?

A Grande Comissão, mencionada em Mateus 28:18-20, é um chamado central para os seguidores de Jesus
Cristo, onde Ele instrui a pregar o Evangelho e fazer discípulos de todas as nações. A urgência dessa
comissão é ressaltada em Mateus 24:14, onde Jesus diz: "E será pregado este evangelho do reino por todo
o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim". Esta passagem associa a vinda de Jesus
ao cumprimento da Grande Comissão, sublinhando a importância da evangelização global na perspectiva
escatológica. A Igreja está integralmente comprometida com esta ordem de Jesus?

A eficácia na execução da Grande Comissão está intrinsecamente ligada à mobilização e treinamento de


obreiros suficientes; isso inclui líderes capacitados e membros da igreja, incluindo os jovens, que são uma
parte vital do Corpo de Cristo. É essencial que a igreja invista na formação e capacitação de obreiros e
discípulos que estejam dispostos a se envolverem ativamente na missão de espalhar o Evangelho. Além
disso, é importante cultivar uma consciência da urgência da obra missionária, como destacado em João
4:35. No exato momento em que o Senhor falava as palavras exaradas neste texto, Ele estava no meio de
um campo pronto para a colheita agrícola. Ele aproveitou a situação e falou aos discípulos que uma grande
colheita estava perante eles, uma colheita contendo almas de homens e mulheres, e que eles deveriam
dedicar-se a esse serviço imediatamente e com toda a diligência.

Portanto, hoje, o Senhor diz a nós, que somos crentes: “erguei os olhos e vede os campos”. Ao passarmos
tempo contemplando as grandes necessidades do mundo, o Senhor colocará em nosso coração uma
responsabilidade para com as almas perdidas ao nosso redor. Depois disso dependerá de nós irmos em
frente para o Senhor, procurando trazer os feixes maduros.

Como está a nossa disposição em levar o Evangelho a todo o mundo? Temos formado obreiros suficientes
para cumprir a Grande Comissão? E os jovens crentes? Eles enxergam a grande urgência deste trabalho
(João 4:35)? A advertência sobre o juízo contra a negligência, mencionada em Mateus 24:45-51 e Mateus
25:14-30, ressalta a responsabilidade que os crentes têm de ser fiéis ao chamado de Deus e serem
diligentes na disseminação do Evangelho.

O entendimento da urgência da Grande Comissão e a dedicação em levar o Evangelho a todo o mundo são
fundamentais para o propósito da igreja e para o testemunho cristão. Isso requer liderança eficaz,
treinamento, mobilização e a conscientização contínua da responsabilidade compartilhada de cumprir a
missão de Cristo.

Quero, porém, enfatizar uma verdade: a vinda de Jesus para buscar a Sua Igreja não está condicionada à
pregação do Evangelho em todo o mundo. O texto de Mateus 24:14 muitas vezes é usado erroneamente
para mostrar que Cristo não poderia voltar para a Igreja a qualquer momento porque tantas tribos ainda
não ouviram o evangelho. A dificuldade é removida quando reconhecemos que isso se refere à sua vinda
com os santos, e não para os santos. E isso se refere ao evangelho do Reino, não o evangelho da graça de
Deus. Há um paralelo impressionante entre os eventos registrados nos versículos 3-14 de Mateus 24 e os
de Apocalipse 6:1-11. O cavaleiro no cavalo branco (messias falso); o cavaleiro no cavalo vermelho
(guerra); o cavaleiro no cavalo preto (fome); o cavaleiro no cavalo amarelo (pestilência ou morte). As
almas debaixo do altar são os mártires do período da grande tribulação que há de vir. Os eventos descritos
em Apocalipse 6:12-17 são ligados com os de Mateus 24:1-31.

2. “Pois me é imposta essa obrigação“.


O apóstolo Paulo via a responsabilidade de pregar o Evangelho como uma obrigação imposta a ele - “Se
anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim
se não pregar o evangelho!” (1Co.9:16). Paulo, ao escrever a Carta à igreja de Corinto, não a escreve para
pedir suporte financeiro (1Co.9:15). Ele chega a dizer que preferia morrer a ter de fazer isso. A
recompensa de Paulo não era financeira. Sua alegria era pregar o evangelho. Ele diz: “[...] pois sobre mim
pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho” (1Co.9:16). A expressão “ai de mim se
não pregar o evangelho” tem dois sentidos claros: a obrigação; e a punição. O apóstolo estava consciente
de que pregar o Evangelho é uma obrigação que incide privilégio, pois é a partir do que Cristo fez por nós.
Nesse sentido, é um ato de obediência a Deus.

Paulo disse que “os que pregam o evangelho que vivam do evangelho” (1Co.9:14). Mas ele não se serviu
desse direito, ou seja, não insistiu em seus direitos e não escrevia aos Corintos para pedir dinheiro. Paulo
não era um mercadejador do evangelho (2Co.2:17). Ele não se servida do evangelho, ele servia ao
evangelho. Ele não estava no ministério para locupletar-se, mas para gastar-se a favor das almas. Paulo
não via a igreja como um balcão de negócio. A Igreja não era para ele uma empresa familiar. Paulo não
era o dono da Igreja.

Segundo argumenta o pr. Hernandes Dias Lopes, atualmente, há líderes que fazem da igreja uma empresa
particular, onde o evangelho é um produto, o púlpito é um balcão, o templo uma praça de negócios e os
crentes consumidores. Há pastores que embolsam todo o dinheiro arrecadado na igreja para fins pessoais
e se tornam grandes empreendedores, acumulando fortunas e vivendo no fausto. Há muitos pregadores
inescrupulosos que enriquecem em nome do evangelho. Paulo tinha um comportamento diferente. Ele se
recusou a aceitar dinheiro daqueles para quem ele liderava e ministrava. Ele queria que o evangelho
estivesse livre de qualquer obstáculo para avançar. Preferia morrer, antes que alguém o privasse dessa
glória (1Co.9:15). Paulo diz que não se pode gloriar no fato de pregar o evangelho. Ele foi chamado pelo
Senhor, e seria o homem mais miserável do mundo se não tivesse obedecido a essa comissão.

Diz ainda que “é lamentável que haja hoje tantas igrejas que parecem mais uma empresa financeira do
que uma agência do Reino de Deus; que haja tantos pastores com motivações duvidosas no ministério;
que haja tantas pessoas enganadas, abastecendo a ganância insaciável de líderes avarentos e
inescrupulosos. É triste ver as indulgências da Idade Média estejam ressurgindo com roupagens novas
dentro de algumas igrejas chamadas evangélicas. A salvação está sendo vendida e comercializada. A
religião está sendo usada com um instrumento de exploração dos incautos e para o enriquecimento dos
inescrupulosos”.

CONCLUSÃO

Há um propósito divino imperativo em proclamar a mensagem de salvação aos pecadores. A evangelização


é vista como uma obrigação, não uma escolha, resultado da influência transformadora de Jesus e do
Espírito Santo na vida dos crentes. A mensagem destaca a importância de proclamar a boa nova da
salvação em Cristo a todos aqueles que ainda não ouviram falar de Cristo como o Salvador do mundo e o
único Caminho, a Verdade e a Vida, independentemente de onde estejam. É bom enfatizar que isso
representa o propósito mais nobre e elevado da Igreja de Cristo.

Você também pode gostar